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História do Porto de Setúbal

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importância do Porto de Setúbal remonta à antiguidade pré-clássica, conhecido pelos primeiros navegadores fenícios que frequentaram as nossas costas. No local de Abul, na margem direita do rio Sado, terão construído a primeira infraestrutura portuária. O primeiro projeto de obras no porto de Setúbal data de 1793 e era uma doca ou caldeira, destinada a dar abrigo a pequenas embarcações, localizada entre os baluartes do Livramento e da Conceição. Somente em 1836, a Câmara Municipal de Setúbal atribui a um particular a concessão da construção da primeira doca, localizada junto à foz da Ribeira do Livramento, a designada Doca Delpeut.

As obras de 1930 a 1934 A 18 de dezembro de 1923, Lei nº 15/7, foi criada a Junta Autónoma das Obras do Porto e Barra de Setúbal e do Rio Sado. O lançamento da primeira pedra realizou-se em cerimónia solene a 28 de julho de 1930, aproveitando a visita do Presidente da República e de membros do governo, por ocasião da

Exposição Regional do distrito e da inauguração da luz elétrica na cidade. As primeiras grandes obras do porto de Setúbal decorrem de 1930 a 1934 e contemplaram a regularização da margem direita do rio (4km) entre a Vila Maria e Albarquel; a construção de 2.170 metros de taludes empedrados, destinados a pequenas embarcações; o aterro da antiga Doca Delpeut e o prolongamento da cobertura da Ribeira do Livramento; os terraplenos numa área total de 600.000 m2; a construção de 3 docas destinadas, respetivamente, ao apoio da pesca, do recreio e do comércio. As obras incluíram ainda a construção de seis estacadas acostáveis, a Estacada 1 – Estacada do Carvão, situada a poente da Doca de Pesca, com 60m de comprimento e 18 pés de calado; a Estacada 2 – Estacada da Lota, localizada a nascente da Doca de Pesca, destinada à acostagem de barcos de pesca, com 120m de comprimento e 18 pés de calado; a Estacada 3 – Estacada das Conservas, situada a poente da Doca de Comércio, dedicada ao comércio relativo à indústria de conservas e

outras mercadorias, com 130m de comprimento e 25 pés de calado; a Estacada 4 – Estacada do Comércio, situada a nascente da Doca de Comércio, dedicada ao tráfego geral, servida por um ramal de via-férrea, com 60m de comprimento e 19 pés de calado e as Estacadas 5 e 6, localizadas no interior da Doca de Comércio. Nas décadas seguintes, o porto foi alvo de outras obras e melhoramentos, tais como: a construção dos edifícios da lota e do cais 3 e a realização do Jardim Engº Luís da Fonseca; a execução de obras de pavimentação, arruamentos, instalações de eletricidade, água e esgotos. A construção do Cais Comercial realizou-se em 1966 contemplando a construção de 175 metros de cais, com fundos de –9,00m (ZH) e 1,1ha de terrapleno, obra que estava incluída no II Plano de Fomento (1959-64), no programa referente ao setor portuário.

As últimas décadas Em 1970 o Cais Comercial é prolongado para nascente com uma melhoria dos fundos para –10,00m (ZH), obra incluída no III Plano de Fomento. Nas décadas de 60 e 70, assis-

te-se à construção de diversos cais particulares e à instalação de grandes indústrias em Setúbal, permitindo posicionar o Porto de Setúbal como um porto industrial. Com a construção da 1ª fase do Terminal Roll-On/Roll-Off, em 1985, que atualmente está incluído no Terminal Multiusos Zona 1, concretiza-se o primeiro investimento em infraestruturas portuárias dedicadas a este segmento de tráfego. A obra consistiu na construção de 220 metros de cais acostável e rampa, com fundos de –10,5m (ZH). Em 1992, a APSS finalizou mais um investimento decisivo para o desenvolvimento do Porto de Setúbal, através da conclusão do Terminal Roll-On/Roll-Off e construção do Terminal de Contentores, que representou mais 320 metros de cais acostável. Com a instalação da fábrica AutoEuropa em Palmela, o porto é chamado, mais uma vez, a desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento da região. Em 1994, foram concluídas as obras de construção do Terminal Roll-On/Roll-Off da AutoEuropa, com 370 metros de frente de cais, uma rampa e

fundos de –12m (ZH), por onde é exportada grande parte da produção da fábrica. A construção do Terminal Multiusos (ampliação do Terminal de Contentores), em 2002, que representou um investimento de 29 milhões de euros, significou uma aposta estratégica da APSS para o futuro no mercado de contentores, permitindo hoje posicionar o Porto de Setúbal como um importante porto ibérico. Em 2007 concluíram-se aas obras de construção das instalações do Trem Naval de Combate à Poluição e Reboques, uma infraestrutura que representou um investimento de cerca de sete milhões de euros e que veio aumentar as condições de segurança permitindo ao Porto de Setúbal responder de forma rápida e eficaz a situações de emergência. Já em 2016 o Terminal Roll-on Rol-off foi alvo de uma ampliação que veio aumentar a área disponível em 4,5 hectares, permitindo descongestionar o parque e potenciar o terminal para níveis de desempenho compatíveis com os volumes movimentados.


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Lídia Sequeira, presidente do Conselho de Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra

“Porto de Setúbal já é um repres de referência internacional da

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Setubalense entrevistou Lídia Sequeira, presidente do conselho da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra – APSS, sobre uma abordagem ao presente desenvolvimento do porto e aos projetos que permitirão acompanhar o futuro. O Setubalense - 2017 foi o melhor ano da última década para o terminal roll on – rol off com a conquista de novos recordes de importação e exportação, na movimentação de cargas. O que é que este núcleo, em concreto, representa para o Porto de Setúbal, numa abordagem a lucros e representatividade internacional? Lídia Sequeira - O Porto de Setúbal é líder nacional no segmento de carga ro-ro no que concerne à movimentação de veículos ligeiros novos, esta é uma realidade já com muitos anos. É uma carga de elevado valor, que aporta rendimentos e representatividade ao porto, quer em termos de importação de veículos, quase todas as marcas comercializadas no país, quer em exportações de veículos montados nas fábricas em Portugal como é o caso da fábrica da VW, AutoEuropa, em Palmela. O crescimento que se tem vindo a registar neste segmento demonstra a capacidade do Porto de Setúbal em dar resposta competitiva às necessidades do setor automóvel, na importação e exportação, posicionando-o como uma das referências europeias no Roll-on Roll-off, com linhas regulares que servem os mais diversos portos da Europa, Mediterrâneo e Extremo Oriente.

Tendo em conta a abordagem que foi realizada no seminário sobre o Porto de Setúbal, enquanto resposta alternativa a Lisboa, e ao facto de Dinora Guerreiro, responsável pela cadeia de fornecimentos e Transporte, da Volkswagen Autoeuropa ter referido que a presença do terminal roll on – rol off no Porto de Setúbal, assim como o aumento de capacidade do Porto, através de um novo terminal logístico, são fundamentais para a continuidade da AE na região, uma vez que, conferem condições únicas às importações da empresa e ao custo do produto final.

“A cidade de Setúbal e a região têm no Porto de Setúbal um catalisador do desenvolvimento da sua economia, da atividade industrial e logística e na criação de emprego”

Colocando-se a hipótese de a AE deslocar grande parte da sua produção para outro país, esse contexto afectaria

a possibilidade de alocar o novo terminal logístico em Setúbal, reforçando-se a hipótese Barreiro?

O Porto de Setúbal com a capacidade atual instalada, no que a terminais portuários diz respeito, e com a possibilidade de expansão na frente marítima, tem condições para responder às necessidades imediatas e do futuro próximo dos seus parceiros, isto é, tem capacidade para movimentar mais carga e também para atrir e permitir responder à instalação de novas unidades industriais. É um porto que tem a vantagem competitiva de estar ligado a várias plataformas logísticas na sua proximidade, localizado numa das mais importantes zonas industriais do país, com áreas disponíveis para instalação de novas unidades pelo que existem boas condições para o bom acolhimento do investimento privado, mesmo no domínio portuário. Somos positivos e nada leva a crer que exista uma pré-disposição para a deslocação de grande parte da produção da AE para outro país, esperamos sim que venham aqui a localizar-se outras unidades industriais. A instalação de um novo Terminal no Barreiro, essencialmente associado ao consumo, não vai impedir o crescimento do Porto de Setúbal, muito associado à produção industrial. No âmbito do programa “Estratégia para o aumento da competitividade portuária”, recentemente anunciado e

“Recebemos por ano perto de 2 mil navios de todo o mundo” dentro do qual vai ser implantado o novo VTS, que melhorias nas acessibilidades marítimas e nos acessos ferroviários ao porto, os habitantes da região podem esperar? A cidade de Setúbal e a região têm no Porto de Setúbal um catalisador do desenvolvimento da sua economia, da atividade industrial e logística e na criação de emprego. Para continuar a desempenhar este importante papel e aumentar a sua competitividade, é imperativo adequar equipamentos e infraestruturas que estejam à altura das novas realidades do transporte intermodal, marítimo e terrestre. Maiores navios implicam canais mais fundos e largos e melhor gestão da navegação no porto. Mais carga implica a necessidade de ligações ferroviárias mais eficientes, com melhoria dos nós e eletrificação das linhas até aos terminais. A população continuará a beneficiar com um porto que cresce fora da cidade e que zela por manter elevados níveis de segurança e sustentabilidade ambiental. Sobre o novo VTS, de que modo contribuirá para o de-


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sentante região” “[Porto de Setúbal] líder nacional na movimentação de ro-ro no segmento de veículos ligeiros novos e na movimentação de carga geral fraccionada” sempenho e representatividade do Porto de Setúbal? Como já foi referido, o novo VTS permitirá dar resposta à navegação de mais e maiores navios no Porto de Setúbal, garantindo mais segurança na movimentação, atracação e controlo no fundeadouro e menor tempo de presença no porto, sendo estes fatores que lhe dão prestigio, uma vez que recebemos por ano perto de 2 mil navios de todo o mundo. Como descreveria a complementaridade entre Sines, Sesimbra, Setúbal e Lisboa a nível portuário? E a nível internacional, com as zonas portuárias em maior proximidade geográfica e de relação económica: o mar do norte e a costa africana? Apesar da proximidade geográfica, são quatro portos distintos. Sesimbra é um dos maiores portos de pesca nacionais e um importante porto ligado ao turismo, nomeadamente com as atividades relacionadas com a náutica de recreio e mergulho. O Porto de Sines é o maior porto nacional e um dos 15 maiores da Europa, é um porto alimentador do Sistema Portuário Nacional e representa mais de 50% da movimentação do total dos portos do país. É um importante porto de transhipment e de apoio industrial. Já os portos de Lisboa e de Setúbal gozam de alguma complementaridade, Lisboa abastece a cidade e a sua região e é o principal porto de cruzeiros do país e tem uma importante atividade na área da náutica de recreio. O Porto de Setúbal, a 45 km, também vê o seu hinterland estender-se até à zona da Grande Lisboa, e alcançando a Extremadura espanhola. Deste modo, são dois portos que em conjunto oferecem um grau considerável de atratividade a nível internacio-

nal, à semelhança de importantes aglomerados portuários europeus cujos terminais distam algumas dezenas de quilómetros, constituindo uma oferta portuária polivalente, no cruzamento das rotas marítimas norte/sul e este/oeste, com grande enfoque na Europa e no Mediterrâneo. A par do movimento de cargas o que espera o Porto de Setúbal no contexto do turismo e navios de cruzeiro? O Porto de Setúbal está situado na baía de Setúbal, que pertence ao Clube das Mais Belas Baías do Mundo, envolvido pela Reserva Natural do Estuário do Sado e pela Reserva Natural da Arrábida, e cercado por algumas das melhores praias do país. Com esta riqueza natural,

o turismo é uma das atividades da região em franca ascenção. Neste contexto, para além das grandes preocupações ambientais, o Porto de Setúbal é um porto com certificação ECOPORT, o primeiro porto nacional a ser distinguido com esta classificação, aposta no desenvolvimento da náutica de recreio e nas atividades marítimo-turísticas, uma aposta que tem tido a participação conjunta da Câmara Municipal de Setúbal. Igualmente neste âmbito, a criação de oferta para a atividade de cruzeiro de média dimensão está a ser estudada.

“A população continuará a beneficiar com um porto que cresce fora da cidade e que zela por manter elevados níveis de segurança e sustentabilidade ambiental”

Considera eficaz a comunicação entre a APSS e a comunidade local, no sentido de divulgar o trabalho desenvolvido dentro da área por-

tuária e as contrapartidas que representa para a cidade e mesmo para a região? A população de Setúbal tem vindo a acarinhar o seu porto

que cultiva uma relação previlegiada com a cidade. Não só por razões atrás expostas relacionadas com a economia e emprego, mas também, por este ser um porto especial, um porto que devolveu o rio Sado aos habitantes e que se desenvolve fora da cidade. A comunicação da APSS tem sido um trabalho contínuo e essencial na descodificação da antiga perceção negativa relacionada com a “atividade portuária”, aproximando o Porto à Cidade. Hoje, o porto é maioritariamente visto como um parceiro no desenvolvimento da região, um dos fatores potenciadores do crescimento da visibilidade nacional e internacional da cidade de Setúbal. Podemos afirmar que, no futuro, o Porto de Setúbal será uma representação internacional da região? O Porto de Setúbal já é um representante de referência internacional da região. A sua atividade comercial é estabelecida quase na totalidade com outros países, a cabotagem tem muito pouco significado em termos de cargas. O porto é conhecido internacionalmente pela sua eficiência e competitividade, e também pelas suas características únicas que permitem a navegabilidade todo o ano. É preferência de algumas das maiores empresas exportadoras e importadoras de Portugal. É líder nacional na movimentação de ro-ro no segmento de veículos ligeiros novos e na movimentação de carga geral fracionada. Por fim, é um parceiro ativo do desenvolvimento turístico da região.


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Infraestrutura portuária numa cidade voltada para o desenvolvimento por vias marítimas APSS

Potenciar e competir” é a máxima assumida pelo Porto de Setúbal enquanto estrutura portuária inserida na Região de Lisboa e Vale do Tejo que pretende ser uma resposta alternativa face a Lisboa para grandes empresas e no futuro do movimento de navios de cruzeiro. Com capacidade logística para mais 10 a 15 anos um dos próximos passos é posicionar-se como local ideal para receber um novo terminal logístico interligado com o crescimento da rede rodoviária e ferroviária de modo a manter-se como resposta para as empresas que atualmente utilizam esta

estrutura portuária como ponto de escoamento para os seus produtos, caso da Autoeuropa, Navigator e Secil. Na conferência “Porto de Setúbal: Uma solução para a região de Lisboa”, Lídia Sequeira presidente da APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sines, apresentou o porto de Setúbal pela sua “vantagem competitiva de se localizar junto do maior centro de consumo do país e um dos maiores da própria Península Ibérica, além de estar próximo de um importante centro industrial”. Características que Lídia Sequeira considera “de uma riqueza ímpar”.

A melhor classificação das acessibilidades ferroviárias e rodoviárias, é também um ponto defendido pela presidente da Câmara Dores Meira

Um contexto em que também Maria das Dores Meira, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, defende, apelando a “mais capacidade, maior competitividade”. Sendo para tal “necessária mais qualificação dos recursos humanos e promoção da competitividade e inovação no tecido empresarial de Setúbal.

Mitrena como futuro pólo de tecnologia e inovação Acerca da zona industrial da Mitrena, Dores Meira referiu um contrato de planeamento estabelecido com proprietário bem como “o desenvolvimento

de um plano de pormenor que visa qualificar as infraestruturas existentes, potenciar a oferta de novos espaços e melhorar a qualidade ambiental de todo o conjunto”, tendo em vista o desenvolvimento e competitividade do território setubalense. A melhor classificação das acessibilidades ferroviárias e rodoviárias, é também um ponto defendido por Dores Meira, considerando estas estruturas essenciais, para o bom funcionamento e comunicação os receptores de mercadorias, em uma cidade portuária. Sendo a Estrada N10 uma das grandes preocupações da autarca.


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Novo Sistema de Controlo de Tráfego é aposta para mais competitividade FOTOS: APSS

O novo Sistema de Controlo de Tráfego Marítimo representa um investimento orçamentado em 650 mil euros, assente em uma nova estratégia de competitividade

ção, de gestão do tráfego marítimo e de assistência à navegação na barra e no Porto de Setúbal. Neste momento o Porto de Setúbal tem em curso mais projetos estabelecidos ao abrigo da “Estratégia para o aumento da competitividade portuária”, nomeadamente, a melhoria das acessibilidades marítimas e a melhoria dos acessos ferroviários ao porto.

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par do crescente movimento de navios de mercadorias foi lançado um concurso público internacional pelo Porto de Setúbal, em conjunto com o Porto de Lisboa, para modernizar o VTS, sistema de controlo de tráfego marítimo, no Centro de Controlo de Tráfego Marítimo. Um concurso assente na estratégia de aumentar a competitividade portuária. Um investimento orçamentado em 650 mil euros que consiste na atualização da infraestrutura informática deste sistema, ao nível dos equipamentos e da programação. O Centro de Controlo do Tráfego Marítimo do Porto de Setúbal entrou em funcionamento permanente em 2001, operado por oficiais da Marinha Mercante com formação específica em VTS. Os objetivos estratégicos deste centro consistem principalmente em assegurar, com elevados níveis de qualidade e fiabilidade, os serviços de informa-


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Luís Figueiredo, administrador GRUPO ETE FOTOS: DR

GRUPO ETE tem presença alargada no Porto de Setúbal

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GRUPO ETE, fundado em 1936, está presente no Porto de Setúbal desde finais dos anos 80. É uma referência na economia do mar em Portugal, integrando seis das suas principais áreas - Operação Portuária, Transporte Fluvial, Transporte Marítimo, Agentes de Navegação, Operação Logística e Engenharia e Reparação Naval. Hoje é o maior operador de terminais portuários nacionais, com um total de 6 terminais concessionados e mais de 4 quilómetros de cais, onde movimenta todo o tipo de cargas - contentores, carga geral, granéis sólidos e líquidos. Além de Portugal, está presente em Cabo-Verde, Colômbia, Moçambique e Uruguai. Quando iniciou o GRUPO ETE a sua operação no Porto de Setúbal? A ligação do GRUPO ETE ao Porto de Setúbal já remonta ao final dos anos 80 quando, para desenvolver a operação portuária, a ETE (Empresa de Tráfego e Estiva) constituiu, com a Nuno de Mesquita Pires, a SETEFRETE, empresa na qual mantém ainda a sua participação. Atualmente, o GRUPO ETE também está presente em Setúbal com a NAVEX, na área de agenciamento de navios, e com a ETE Logística. Qual a importância do Porto de Setúbal para a negócio global do GRUPO ETE? O Porto de Setúbal tem um hinterland importantíssimo e a região de Setúbal é uma das mais industrializadas do país, com grande potencial de desenvolvimento e grandes empresas exportadoras que utilizam regularmente o porto. Qualquer operador logístico, seja ele portuário ou não, tem de olhar para o Porto de Setúbal como parte fundamental do sistema logísti-

SETEFRETE - Movimentação de carga especial

SETEFRETE - Movimentação de carga unitizada

co nacional. O GRUPO ETE atua e está presente neste porto, oferecendo também operações complementares para servir de forma integrada os seus clientes a nível nacional.

Quem define a expansão de um porto é a procura e o Porto de Setúbal tem um potencial de crescimento único, constituindo sem dúvida uma reserva portuária importante. Sendo o GRUPO ETE, o maior operador de terminais portuários em Portugal, qual o peso da SETEFRETE nesta sua área de atividade? Setúbal é um dos principais portos nacionais e tem naturalmente um peso fundamental

para o GRUPO ETE. Não é possível pensar numa estratégia portuária e logística integrada sem incluir o Porto de Setúbal. Os nossos parceiros olham hoje para o GRUPO ETE, nesta área de negócio, como um sistema de terminais portuários integrados, o que lhe dá uma dimensão significativa a nível europeu. Que outras áreas de negócio desenvolve o GRUPO ETE no Porto de Setúbal? Neste momento, a nossa presença no Porto de Setúbal assenta na operação portuária e agenciamento de navios. A nossa área de logística serve um número crescente de empresas no distrito. No que respeita à reparação e construção naval, dispomos de um estaleiro no Seixal - Navaltagus -, que está a atuar no estuário do rio Sado com uma frequência cada vez maior. Os nossos serviços de certificação e qualidade, S&C, têm diversos clientes na região. O Porto de Setúbal tem cerca de 11 quilómetros de frente portuária utilizável, mas só 1/3 operacional. Na sua opinião, o que tem motivado o

Luís Figueiredo - Administrador GRUPO ETE

subaproveitamento do potencial portuário de Setúbal? A procura. Quem define a expansão de um porto tem de ser a procura. Até ao momento não se sentiu necessidade de aumentar os cais acostáveis. Um bom exemplo é a Autoeuropa; quando se decidiu a sua instalação em Setúbal, criaram-se de imediato as condições para satisfazer as suas necessidades portuárias. O Porto de Setúbal tem um potencial de crescimento único, constituindo, sem dúvida, uma reserva portuária importante.

“Qualquer operador logístico, seja ele portuário ou não, tem de olhar para o Porto de Setúbal como parte fundamental do sistema logístico nacional.”

Recentemente, a presidente do Porto de Setúbal, Lídia Sequeira, anunciou um pacote de investimentos maioritariamente públicos para aumentar a competitividade portuária, destacando-se projetos de melhoria da ferrovia, acessibilidades marítimas e modernização do sistema de VTS. Qual a importância destes para o desenvolvimento da atividade do GRUPO ETE no Porto de Setúbal? Os portos nacionais não podem parar no tempo, têm de

evoluir. Todos estes investimentos anunciados são essenciais para se manter um sistema portuário moderno e com standards elevados. O Estado deve ter a sua cota parte nos investimentos, pois só assim poderá também atrair investimento privado. Penso que todos os agentes económicos ligados à logística portuária vão usufruir destes investimentos e, o GRUPO ETE não será exceção. Estamos sempre interessados em abraçar projetos que possam construir valor no médio e longo prazo.


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Porto de Setúbal prevê que 2018 será o melhor de sempre na movimentação de veículos

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epois de no ano passado o Porto de Setúbal ter atingido o melhor resultado da década no indicador movimentação de veículos no terminal de carga rol on/rol off (tipo de carga que entre ou sai dum navio pelos seus próprios meios), registando 223.671 unidades, o que correspondeu a um crescimento superior a 30% face a 2016 (171.591 unidades), a administração desta infraestrutura portuária prevê que 2018 pode ultrapassar esta escala, podendo mesmo ser o melhor de sempre. Esta previsão tem por base a exportação esperada, este ano, pela predominância de movimentação de veículos face aos números estimados de produção da fábrica VW da Autoeuropa, em Palmela. Em 2017 a carga ro-ro registou um impulso dinamizado pela exportação no último trimestre do novo modelo fabricado pela Autoeuropa, o T-ROC, tendo registado um aumento de movimentação de 37%, o que signi-

fica mais 26 204 veículos que em 2016, e também pelo aumento da importação de automóveis, na orde dos 25%. A carga contentorizada, pelo segundo ano consecutivo, ultrapassou no Porto de Setúbal o patamar dos 150.00 TEU (medida padrão utilizada para calcular o volume de um contentor [equivalente a 20 Pés]), consolidando a posição neste segmento de carga. A movimentação total foi superior aos 152 mil TEU, com maior pendor da carga embarcada e de exportação. Segundo indicadores do Porto de Setúbal, os números das cargas ro-ro e contentorizada mantêm a tendência de mudança estrutural da tipologia das cargas movimentadas nesta infraestrutura, com um crescimento do movimento das cargas de valor acrescentado relativamente a outras tipologias associadas a cargas industriais pesadas, com importância crescente para a economia nacional na vertente das exportações. O total de mercadoria movimentada foi cerca de 6,6 milhões de toneladas.

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Rui Garcia, presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal

“A região de Setúbal é indis percurso histórico dos dois DR

Para o presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal, Rui Garcia, as estruturas portuárias de Setúbal e Sesimbra são fundamentais para a valorização e desenvolvimento económico da península e também nacional. Defende cada vez maior interligação de projetos entre os municípios e a atividade portuária. O Setubalense – Que parcerias têm sido promovidas entre a Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) e a Administração do Porto de Setúbal e Sesimbra (APSS)? Rui Garcia – Ambas as instituições têm encontrado, ao longo dos últimos anos, espaços pontuais de encontro e trabalho conjunto. As Semanas do Mar ou o Festival Liberdade são exemplos disso mesmo. Mas o que nos interessa neste momento é transformar essas parcerias pontuais em linhas de trabalho permanentes que promovam a região e o papel central que nela deverá continuar a assumir a atividade portuária. A região de Setúbal é indissociável da vida e do percurso histórico dos dois estuários que a integram. Valorizar o papel da atividade portuária no Tejo e Sado ao longo dos séculos, projetá-la no futuro, associá-la à valorização do tecido produtivo regional são objetivos que, seguramente, partilhamos e poderemos promover em conjunto. Um trabalho conjunto entre a AMRS e a APSS podem alavancar projetos de promoção ambiental da frente marítima? Consideramos ser muito importante a participação da APSS nas estratégias de defesa e va-

Consideramos ser muito importante a participação da APSS nas estratégias de defesa e valorização ambiental em toda a frente marítima lorização ambiental em toda a frente marítima. Contudo, é fundamentalmente em conjugação com cada um dos municípios envolvidos, que esses projectos devem ser planeados e desenvolvidos. Qual a importância desta infraestrutura portuária para a estratégia de desenvolvi-

mento da região? Na visão construída pelos actores regionais para o desenvolvimento da Península de Setúbal, vertida no PEDEPES, é dado grande relevo às potencialidades da região para que a mesma se possa consolidar como a maior plataforma logística do país, articulando a actividade portuária com o Novo Aeroporto de Lisboa, com a Plataforma Logística do Poceirão e tirando o melhor partido e incrementando as ligações ferroviárias e rodoviárias já existentes. Nesta estratégia, e seja qual for o ritmo de desenvolvimento das outras infraestruturas, os portos, que são uma realidade já existente, podem e devem ser objecto de uma política de valorização e crescimento, que potencie as suas características próprias em complementaridade aos outros portos, designadamente

Valorizar o papel da atividade portuária no Tejo e Sado ao longo dos séculos, projetá-la no futuro, associála à valorização do tecido produtivo regional são objetivos que, seguramente, partilhamos e poderemos promover em conjunto Lisboa e Sines. O posicionamento geográfico da Península, as infra-

-estruturas que já possui e as que estão planeadas (assim sejam concretizadas, como é necessário), aliado ao facto de aqui já se encontrarem instaladas as maiores empresas exportadoras do país, oferecem uma vantagem comparativa que constitui uma oportunidade imperdível para o desenvolvimento da região, tanto na vertente de transportes e logística como na vertente produtiva. Aproveitar esta oportunidade, como defendem os Municípios e a sua Associação, assim como os actores económicos da região, depende apenas da vontade e das decisões políticas governamentais. A indefinição vivida na Autoeuropa pode ser limitativa a novos investimentos no Porto de Setúbal? O desenvolvimento da Região e a actividade portuária


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ssociável da vida e do estuários que a integram” FOTOS: DR

A AMRS pode ser uma força de pressão para que o Estado aposte mais na competitividade do Porto de Setúbal e Sesimbra? A AMRS tem fundamentalmente procurado ser uma força propositiva para delinear uma estratégia de desenvol-

vimento para a Região e para defender a aplicação de políticas de Investimento Público e de Desenvolvimento Regional capazes de dar corpo a essa estratégia. A AMRS tem procurado ser uma plataforma de concertação de todos os actores regionais – autarquias, empresas, sector da economia social, movimento associativo e movimentos sociais – para em conjunto construírem uma visão para o futuro da Região. Essa visão está condensada no PEDEPES. Naturalmente, quer a AMRS, quer cada um dos municípios, irão continuar a reivindicar dos governos uma acção determinada e consequente, não só para incrementar a competitividade do porto como também para a efectiva promoção do crescimento económico e do desenvolvimento da Região.

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não podem ficar reféns da conjuntura de uma qualquer empresa, por importante que seja, e a Autoeuropa é. Na nossa opinião, o desenvolvimento dos Portos de Setúbal e Sesimbra deve assentar no aproveitamento das condições vantajosas, geográficas e de vias de comunicação, da sua localização. Deve assentar também no aprofundamento da ligação ao sector produtivo, sendo em simultâneo factor e resultado do aumento da internacionalização da economia da região e do país.


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Ignacio Rodriguez, director-geral da YilPort Setúbal

Segurança no trabalho e maior são apostas para o futuro da Y FOTOS: ANDRÉ AREIAS

O Porto de Setúbal é constituído por diversos terminais, de duas naturezas distintas, terminais de serviço público e terminais de uso privativo. Entre estes está o Terminal Marítimo do Sado, concessionado à Sadoport, agora pertencente ao grupo YilPort, que se destina à movimentação de carga geral fraccionada, ro-ro (pesados) e contentores.

Somos uma companhia que trabalha no Porto de Setúbal, maioritariamente com contentores e carga geral”, começa por dizer o director-geral e Comandante Ignacio Rodriguez a O Setubalense. “Neste novo ano de 2018, temos a intenção de incrementar o volume de carga movimentada e também melhor o serviço que estamos a prestar. Agora, o terminal pertence ao grupo YilPort e estamos empenhados na mudança e nas adaptações que são necessárias fazer”, acrescenta, adiantando que os novos projectos se baseiam nos clientes e nas suas necessidades. O comandante refere ainda que se encontram, a par dos investimentos que vêm a ser realizados no equipamento do terminal, a “aumentar a disponibilidade do espaço existente para que o cliente possa trabalhar com um maior conforto. Queremos que o terminal seja muito mais eficiente e que tenha uma maior actividade e segurança”. Integrada na Zona Terminal Multiusos do Porto de Setúbal, a Sadoport, actualmen-

te membro da YilPort, dispõe de uma frente cais de 725 metros de comprimento, fundada a -15m (ZH), com quatro postos de acostagem, fundos de -12m (ZH), áreas de armazenagem de 1 619 m2 a coberto e de 200 778 m2 a descoberto, um pórtico de cais de 45 toneladas e um pórtico de cais de 40 toneladas (pós–panamax). O terminal está operado com empilhadoras especialmente construídas para contentores, sendo dividido em duas áreas bem diferenciadas. “Uma parte com contentores e a outra área com a carga geral. Normalmente, os navios trabalham na sua área respectiva para não misturar as duas operações”, refere. “Basicamente, a nível de carga geral o maior cliente que podemos ter é a Siderurgia Nacional do Seixal e um cliente muito bom para nós é também a Navigator, têm ambas um peso importante para a Sadoport e para o próprio Porto de Setúbal”, acrescenta. A Sadoport/YilPort insere-se num dos principais terminais para consumidores e indústrias locais e o Comandante Ignacio

Rodriguez aproveita para reforçar a ideia de que “um porto que tem a indústria perto de si tem mais hipóteses de sobreviver do que um porto que não

tem”. A indústria tem vindo a mudar muito ao longo dos anos e “agora os portos e os terminais marítimos estão integrados numa cadeia logística . O

porto não é o princípio nem o fim de nada, é apenas uma parte da cadeia”. Com cerca de 33 pessoas que trabalham directamente para a


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r produtividade YilPort

“Estamos a trabalhar muito forte na questão da segurança no trabalho”, refere o Comandante Ignacio Rodriguez. É importante o uso dos equipamentos de protecção adequados bem como o respeito pelo guia de boas práticas de circulação dentro do terminal. “A empresa tem uma política muito restrita e muito importante neste sentido. A segurança é um dos pontos principais do nosso trabalho”, remata. C/0161

SadoPorto/YilPort em Setúbal e entre 40 e 50 indirectamente, entre as várias companhias com que trabalham, a YilPort está presente em outros portos de Portugal, como Leixões, Lisboa e Figueira de Foz, também com representação em Espanha, em dois portos, e em outros terminais na Europa, Turquia e Malta. “Estamos entre os dez primeiros operadores do mundo de terminais marítimos”, revela.

Segurança no trabalho é aposta forte da Sadoport

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A indústria tem vindo a mudar muito ao longo dos anos e “agora os portos e os terminais marítimos estão integrados numa cadeia logística. O porto não é o princípio nem o fim de nada, é apenas uma parte da cadeia

No que diz respeito ao futuro, os objectivos da Sadoport/YilPort, passam por aumentar a produtividade, trabalhar mais rápido e de uma maneira mais eficiente, chegando a novos destinos. “A partir de Setúbal, servimos destinos como África e Mediterrâneo, e estamos a trabalhar a abertura de Setúbal a outros mercados. Pretendemos chegar a mercados como o do norte de África e a mercados do mediterrâneo um pouco mais longe”, explica. “Isto funciona como os aeroportos. Se existem mais voos, existe mais tráfico e consequentemente também mais passageiros”, acrescenta.


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Svitzer providencia segurança e assistência no mar desde 1833 A

Svitzer é uma empresa internacional, com sede em Copenhaga, parte integrante do grupo A.P. Moller-Maersk, que presta serviços de segurança e de assistência no mar desde 1833. É a maior empresa de reboques do mundo com operação nos quatro continentes e em cerca de 40 países. A Svitzer presta serviços de reboque e de assistência marítima - incluindo na costa portuguesa - em portos e terminais, operando assim nos portos de Lisboa, Setúbal, Sines e Portimão. Operando a nível global, com uma frota de cerca de 550 rebocadores e com cerca de 4 000 colaboradores, em Portugal a Svitzer dispõe de uma frota combinada de 15 rebocadores, 14 com registo nacional e um em processo de transferência de registo para bandeira portuguesa. No Porto de Setúbal, mais concretamente, a Svitzer opera com uma frota combinada de 9 rebocadores, composta por unidades de propulsão azimutal e de propulsão convencional, proporcionando ao Porto de Setúbal de uma elevada capacidade operacional. Com a Rebosado, a Svitzer mantém um contrato comercial, celebrado a 1 de Setembro de 2017, que segundo a empresa é “triplamente ganhador”. Com este contrato, a Svitzer reforça a sua presença no mercado nacional e aposta nas potencialidades de crescimento do Porto de Setúbal, aliando o histórico

da maior empresa do mundo do sector - a Svitzer, e a experiência e elevado prestígio local da Rebosado. A Rebosado é uma empresa que cedeu os rebocadores que detém à Svitzer, ocupando-se da sua gestão técnica e náutica, o que se torna vantajoso para ambas as empre-

sas, pela dimensão que atingem em conjunto. Para o Porto de Setúbal, pelo reforço da oferta de serviços de reboque 24/7, e para os seus Clientes, aos quais é oferecido um serviço de qualidade. A Svitzer em Portugal trabalha no mercado aberto e concorrencial nos portos de Lisboa , Setúbal

e Sines e por via de contrato em Portimão. A Svitzer estabelece, nos mercados em que opera, uma verdadeira relação de parceria com os seus clientes, armadores, operadores e demais stakeholders, assente numa base de confiança, fiabilidade e segurança.

FOTOS: DR

No Porto de Setúbal a Svitzer opera com uma frota combinada de 9 rebocadores, composta por unidades de propulsão azimutal e de propulsão convencional, proporcionando ao Porto de Setúbal de uma elevada capacidade operacional.


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Sebastião Figueiredo, administrador da Portmar FOTOS: DR

“Queremos continuar a crescer em Setúbal” O Setubalense: Como nasceu a Portmar e como foi crescendo até chegar à empresa que é hoje? Sebastião Figueiredo: A Portmar nasce em 1985 resultante da privatização das antigas empresas de navegação estatais. Foi durante muitos anos e historicamente a agência da Portline, contrato esse que durou até ao final de 2017. Desde a compra pelo Grupo TMB em 2014 que tem vindo a passar por uma reestruturação importante, em que foram incutidos novos valores e se fez uma readequação da estrutura de pessoas, para que a abordagem ao mercado por parte da Portmar fosse feita de forma mais profissional e adequada às necessidades a montante e a jusante da atividade. A Portmar passou assim a oferecer soluções logísticas integradas a partir dos seus escritórios espalhados pelo continente e pelas ilhas, bem como em Cabo Verde ou Guiné-Bissau. Esta estrutura está hoje ligada ao resto do mundo através de várias parcerias feitas, nomeadamente através da sua participada P Logistics que faz parte da WCA, a maior rede mundial de empresas transitárias. A Portmar foi adquirida pelo

Grupo TMB há alguns anos. O que trouxe ao portefólio e porquê este investimento? A aquisição da Portmar fazia parte de um projecto de investimento seguido pelo Grupo no sentido de verticalizar as nossas operações na área portuária, e de ir ao encontro de alguns dos nossos clientes que nos começavam a pedir não só a parte da operação portuária. Na altura fez-se uma análise a várias empresas e a Portmar oferecia algumas vantagens competitivas com um grande potencial de crescimento imediato. A Portmar permitiu-nos ter uma escala não apenas nacional mas internacional de conhecimento de mercados. A Portmar, enquanto agência de navegação, conta com serviços de agenciamento de linhas regulares, tramping, carga de projeto ou linhas de cruzeiro. Em que consistem estes serviços? A Portmar, enquanto agência de navegação, representa os interesses dos armadores nos portos, e esses interesses vão desde a representação em nome do armador para com os outros stakeholders no porto (Administração Portuária, Alfândega, Capitania, etc..), bem como se ocupa e preocupa em que

Basicamente fazemos a ponte entre os armadores e os seus possíveis clientes, representando o interesse de ambos essas mesmas escalas tenham viabilidade comercial para continuarem a ocorrer e se tornarem regulares na medida do possível e do exequível. Basicamente fazemos a ponte entre os armadores e os seus possíveis clientes, representando o interesse de ambos. Historicamente, a Portmar dedicava-se a linhas regulares, Tramping e cargas de projecto, que continuamos a desenvolver da mesma forma, ainda que com um cariz mais forte em termos de comercialização dessas mesmas linhas. Na área dos cruzeiros, o Grupo entrou recentemente no capital da PMS - Portuguese Maritime Agency que se dedica maioritariamente a este segmento de negócio e que está a

desenvolver esforços para trazer a Setúbal os ‘seus’ armadores a conhecerem este ‘novo’ porto! A nível de estatísticas, qual a importância do Porto de Setúbal para a empresa? O Porto de Setúbal é bastante importante para o Grupo TMB. Enquanto Portmar foi feita uma aposta forte na equipa que estava à frente da empresa e daí surgiram novos negócios que se têm vindo a desenvolver, nomeadamente o serviço

regular de Ro-Ro da EML ou o transporte de gado, ou até cargas de projeto com vários dos nossos armadores representados. Mas não só para a Portmar o Porto de Setúbal é importante. Outra empresa do Grupo, a Esprim, que é uma empresa de amarrações e serviços marítimos que atuava exclusivamente no Porto de Lisboa, viu em Setúbal uma oportunidade para se expandir e conta hoje com cerca de 25 pessoas afetas a uma operação na Lisnave em parceria com a Rebonave. Recentemente licenciaram-se também na atividade de amarrações no Porto de Setúbal. Por último, o que reserva o futuro? Há investimento ou novos projetos planeados? O mote é ‘queremos continuar a crescer em Setúbal’! Para isso continuamos a apostar na rede de contactos e a desenvolver parcerias para trazer novos investidores ao Porto de Setúbal em áreas que combinem com as nossas. Obviamente, além do desenvolvimento de cargas que intervenham com o Porto de Setúbal, olhamos para a área da gestão de terminais portuários, onde sabemos que existem áreas de interesse que poderão vir a ser concessionadas.


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Mais de uma centena de navios actuaram no porto no espaço de um mês

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rinta navios de mercadorias estão previstos entrar no Porto de Setúbal entre 26 de fevereiro e 2 de março. Serão seis porta-contentores, um tanque, três Ro-Ro, dois petroleiros, seis granadeiros, 9 navios de carga geral (single e multi deck), dois de transporte especial e um de transporte gás liquefeito. De todos estes navios o que tem maior destaque é o de carga geral YM EVEREST, agenciado pela Pinto Basto IV - Serviços Marítimos, Lda. Com 152m de comprimento e 22m de boca e cuja tonelagem bruta é 11594GT e operará no Terminal SAPEC para descarregar o fertilizante coloreto de potássio. Relativamente aos dias de 19 e 23 de fevereiro, o Porto de Setúbal tinha no seu registo a recepção de 27 navios de mercadorias. Por classificação das embarcações, a contagem considera três porta-contentores, e o mesmo número de tanques e Ro-Ro. Na categoria petroleiros foram contabilizados dois navios, enquanto de carga geral (single e multi deck) o número foi de oito. De transpote especial aportaram duas embarcações e um de trasporte gás liquefeito. Dos navio que acostaram ao Porto de Setúbal a administração desta infraestrutura portuária destaca o navio de veículos GRANDE BENIN, agenciado pela GRIMALDI Portugal, com 211 metros de comprimento e 32 metros de boca, com tonelagem bruta de 47218GT que operou no Terminal Roll-On Roll-Off para descarregar viaturas. Quanto ao período de 12 e 16 de fevereiro, o Porto de Setúbal recebeu 29 navios de mercadorias entre porta-contentores, tanques, Ro-Ro, petroleiros, graneleiros, carga geral e transporte especial. Nesta semana o destaque foi para o navio de transporte especial STELLAPRIMA, agenciado pela PORTMAR - Agência de Navegação para carregar módulos de caldeira e acessórios. Entretanto, entre os dias 5 e 9 deste mês atracaram neste porto 22 navios de mercadorias com destaque para o navio graneleiro NAVIN VULTURE, agenciado pela Seteshipping - Transportes Internacionaisque operou no Terminal SAPEC para descarregar fertilizantes.

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