O Setubalense - o seu diário da região nº 1041 de 27 de Março de 2023

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André Martins desafia Governo a decidir ponte Barreiro-Lisboa

Ampliação do Hospital de São Bernardo já começou

Utentes não aceitam encerramento de urgências pediátricas em Setúbal. Protestos não param p3

Vitória FC

Carlos Silva reeleito

presidente p23

ESPECIAL Requalificação urbana e habitação

DESTACÁVEL

Ciência no feminino: O que contam as investigadoras do IPS

O SEU DIÁRIO DA REGIÃO DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO SEGUNDA-FEIRA, 27 DE MARÇO DE 2023 PREÇO 1€ | N.º 1041 | ANO VI | 5.ª SÉRIE contactos: 800 217 217 / 265 523 515 (chamada rede fixa nacional) / www.funeraria - armindo.com 5173 PUBLICIDADE 0000
geram acusações
PS e CDU p2 e 4
COLECTIVIDADES Apoios
entre
O SETUBALENSE
Presidente da AMRS lança repto em véspera de Conselho de Ministros no Forte de Albarquel, em Setúbal p6 e 7

Abertura

SETÚBAL, PALMELA E SESIMBRA

Mulheres e cultura em discussão no MAEDS na próxima sexta-feira

Fórum da Saúde contesta encerramento da

Urgência

O Movimento Democrático das Mulheres (MDM) realiza na próxima sexta-feira, às 21h30, uma mesa-redonda sobre “A cultura no feminino – O papel das jovens mulheres na cultura”. O evento que acontece no Museu de Arqueologia e Etnografia (MAEDS), em Setúbal,

é aberto ao público e tem como objectivo discutir o “papel das mulheres na produção de cultura no país e na cidade, reflectindo sobre os seus desafios, direitos e aspirações", como explica o comunicado do Núcleo de Setúbal do MDM.

Pediátrica e convoca manifestação

POLÉMICA DOS APOIO ÀS COLECTIVIDADES Presidente da câmara acusa vereadores do PS de falta de respeito e educação

Gabinete de André

Martins reagiu à conferência de Imprensa dos socialistas dizendo que a gestão da autarquia é “competência própria” do presidente

O presidente da Câmara Municipal de Setúbal acusa os vereadores do PS de “falta de respeito e educação” e argumenta que a gestão da autarquia é “competência própria” do chefe do executivo do município.

“toda e qualquer proposta” que resulte em despesa para o município tem que ter “cabimentação prévia” e que o “direito” de os vereadores apresentarem propostas de alteração “não se sobrepõe à obrigatoriedade de registo de cabimentação”.

O autarca da CDU reforça que há uma “obrigação da câmara de discutir e deliberar apenas sobre despesas previamente cabimentadas” e que os apoios propostos pela maioria comunista “foram previamente acordados” com as colectividades em causa, que são as participantes nas marchas populares deste ano.

Concelhos estão de mãos dadas nas exigências de melhoria do Centro Hospitalar e tomam posição

Tiago Alexandre

Foi no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Setúbal que, na quinta-feira, se realizou o Fórum Intermunicipal de Saúde. Organizada pelos presidentes das câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra, na reunião foi debatida a decisão da Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde de fechar a Urgência Pediátrica do Hospital de Setúbal em fins-de-semana intercalados, desde as 21 horas de sexta-feira até às 09 horas de segunda-feira.

Para André Martins, presidente da Câmara de Setúbal, as medidas de gestão temporárias, como o encerramento intercalar de urgências, “não dão uma solução de fundo” para o Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), que, segundo o edil, está cada vez

mais “degradado”.

“Não podemos aceitar isto. Até ao dia de hoje não foi apresentada qualquer medida. Obviamente que a ampliação do Centro Hospitalar é uma boa notícia, mas se continuarmos sem profissionais não serve para nada”, acrescentou.

Manifestação convocada para o dia 15 de Abril vai decorrer em conjunto com comissões de utentes de Setúbal, Palmela e Sesimbra Após as intervenções do poder local, também foi dada a palavra aos munícipes e a algumas entidades do sector. Num pensamento comum foi referida a “falta de profissionais de saúde” e a “ausência de atractividade e manutenção de médicos e enfermeiros” no CHS. Criado por iniciativa da edilidade de Setúbal, este fórum reuniu pela primeira vez a 17 de Dezembro, onde foram exigidas respostas para os problemas do CHS, nomeadamente o encerramento das urgências de Pediatria e de Obstetrícia.

Já Felícia da Costa, vice-presidente do município sesimbrense, partilhou o pensamento do autarca de Setúbal e afirmou que a melhoria do Serviço Nacional de Saúde é “uma luta de todo o distrito e de toda a comunidade”.

Na mesma intervenção, a vereadora referiu que as populações estão a ver o direito à saúde a ser “desrespeitado” de uma forma “dura e angustiante”.

O presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, por sua vez, revelou que o Hospital de São Bernardo, principal unidade de saúde do CHS, tem “constrangimentos diários” que se estendem a todos os serviços de urgência.

O edil acusou ainda o Governo de, no seguimento da transferência de competências na área da saúde, “passar a culpa” do estado deste sector para os municípios.

Tomada de posição resulta em manifestação a 15 de Abril Os três concelhos da Arrábida tomaram uma posição conjunto, que se traduz na defesa do alargamento do horário das unidades de saúde, assim como em tornar público o agravamento do estado do Centro Hospitalar de Setúbal.

Para tal, foi convocada uma manifestação para o dia 15 de Abril, aprovada por unanimidade no Fórum Intermunicipal da Saúde. A iniciativa vai decorrer em conjunto com as comissões de utentes de Setúbal, Palmela e Sesimbra.

Esta reacção do autarca da CDU surge na forma de um comunicado enviado este sábado à redacção d’O SETUBALENSE em resposta às acusações do PS relativamente à retirada de três propostas de apoios a colectividades na última reunião de câmara (ver página 4).

“É competência própria do presidente da câmara a gestão da autarquia” pelo que “incumbe” ao chefe do executivo “assegurar o cumprimento do orçamento no respeito pelas regras da administração autárquica e da boa gestão pública”, refere a nota assinada pelo gabinete de André Martins.

Sobre a retirada das propostas, o presidente da câmara sublinha que

Neste comunicado, o gabinete do presidente da câmara diz que está em causa a “legalidade e a responsabilidade da gestão autárquica” e que “a adjectivação costumeiramente utilizada pelos vereadores do PS” demonstra “falta de respeito e educação”.

“O estilo nervoso e ofensivo demonstrado [pelos vereadores do PS] apenas alimenta sentimentos antidemocráticos e esconde a ausência de capacidade de proposta de alternativas políticas”, acrescenta.

A nota refere ainda que “por muito que incomode os vereadores do PS, foi a CDU e o presidente André Martins que foram eleitos para gerir os destinos do município neste mandato” e que vão “manter o compromisso com a população” prosseguindo o “projecto político sufragado nas eleições”.

2 O SETUBALENSE 27 de Março de 2023
O SETUBALENSE
Francisco Alves Rito Apoios propostos pela maioria comunista “foram acordados” com as colectividades
O SETUBALENSE

Município promover conferência sobre operários

A Câmara Municipal de Setúbal está a promover um ciclo de conferências sobre “Valorizar o(s) património(s)”. A primeira sessão vai decorrer no Museu do Trabalho

Michel Giacometti a 30 de Março, pelas 18h00, e vai estar em debate o tema “«Somos operários, é malta

do ferro» Arquivos do Movimento Operário na região de Setúbal”, proferida pelo historiador João Pedro Santos. O município informa que a entrada no evento é gratuita, e o espaço está adaptado para receber pessoas com mobilidade reduzida.

Setúbal

SÃO BERNARDO Obras de ampliação do Centro Hospitalar de Setúbal arrancam a todo o gás

As obras de ampliação do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) arrancaram a todo o gás na passada sexta-feira, com a construção de um novo edifício. Durante a manhã foi possível observar pelo menos duas dezenas de trabalhadores, que procederam à interdição do parque de estacionamento situado à entrada do hospital, e descarregaram o material que servirá para edificar o novo espaço do serviço de saúde.

Fecho de urgências pediátricas continua a gerar indignação

O início das obras coincidiu com o dia em que a União de Sindicatos de Setúbal/CGTP-IN em conjunto com as Comissões de Utentes de Setúbal, Palmela e Sesimbra, se concentraram junto ao Interface de Transportes de Setúbal contra “a anunciada intenção [do Governo] de encerramento do serviço de urgências pediátricas do Hospital de Setúbal [em fins de semana alternados]”, explica o comunicado da CGTP.

GOVERNO

EM PESO NO DISTRITO Conselho de Ministros reúne-se no Forte de Albarquel

Governantes visitam todos os concelhos. Ana

Abrunhosa vai estar em Alcochete, Medina no Barreiro e Duarte

Cordeiro em Sesimbra

Mário Rui Sobral

O Forte de Albarquel, em Setúbal, foi o local escolhido para a realização da próxima reunião descentralizada do Conselho de Ministros, que vai ter lugar na manhã desta quinta-feira, 30. O executivo liderado por António Costa dá assim seguimento à iniciativa “Governo Mais Próximo”, que vai ainda permitir a ministros e secretários de Estado desmultiplicarem-se em visitas a todos os concelhos do distrito sadino, para auscultações a autarcas e para sentiram “in loco” o pulso da região.

O périplo dos governantes arranca na véspera, dia 29. Mas também estão previstas acções para a tarde de dia 30.

Em Setúbal, apurou O SETUBALENSE, a fábrica da Navigator é um dos destinos previstos em agenda.

Por outro lado, o município sadino já fez saber quais os investimentos que considera prioritários para o concelho e para os quais exige respostas do Governo: a contratação de profissionais de saúde para o Hospital de São Bernardo e para o Centro de Saúde de Azeitão, em fase final de construção; maior investimento no apoio para habitação a custos controlados e para a reabilitação de escolas; construção de uma escola secundária em Azeitão; reforço das ligações de comboio a Lisboa; estender o Passe Navegante à travessia fluvial do Sado; e reforço do número de agentes das forças de autoridade.

Em Alcochete, sabe ainda O SETUBALENSE, vai estar na manhã de quarta-feira a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa. A governante vai visitar as obras que decorrem no Alfoz. E, à tarde, está prevista a deslocação do ministro das Finanças, Fernando Medina, ao Barreiro.

Em Montijo, Nuno Canta, presidente da Câmara, revelou na última reunião do executivo municipal, que sugeriu a unidade hospitalar local e o centro de saúde da cidade como locais de interesse maior a visitar. E deixou no ar uma possibilidade a ter em conta: a Unidade de Saúde Fami-

liar Aldegalega, que abriu portas em Setembro último, no recinto do hospital, e que ainda não foi oficialmente inaugurada...

Dada como certa também, mas para Sesimbra, durante a tarde da próxima quinta-feira, está a participação do ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, na cerimónia do 4.º aniversário da entrada em vigor – a 1 de Abril de 2019 – do novo sistema tarifário, Navegante, para a Área Metropolitana de Lisboa. A confirmação foi avançada pela Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML). A sessão vai realizar-se no Cineteatro Municipal João Mota, a partir das 15 horas. Duarte Cordeiro encerra o evento que contará com intervenções do secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado (a confirmar), dos presidentes dos conselhos metropolitanos de Lisboa e Porto, Carla Tavares e Vítor Rodrigues, respectivamente, além de Francisco Jesus, presidente da Câmara de Sesimbra, Faustino Gomes, presidente do Conselho de Administração da TML, e Carlos Humberto, primeiro-secretário da AML.

A iniciativa “Governo Mais Próximo” tem em vista o desenvolvimento económico-social e o reforço da coesão territorial.

No local, já tinham sido descarregados, pelo menos, três contentores que vão servir de apoio a uma empreitada que representa um investimento superior a 27 milhões de euros, obra adjudicada à empresa Ferreira Build Power, com quem foi assinado contrato em Dezembro de 2022.

Sobre a ampliação do CHS, Luís Leitão da União dos Sindicatos de Setúbal/CGTP-IN mostrou-se optimista com a edificação de uma nova infra-estrutura, mas lembra a falta de profissionais de saúde. “Não nos serve de nada termos boas infra-estruturas se não tivermos profissionais para trabalhar nelas”.

Por sua vez Paula Santos, deputada do PCP à Assembleia da República eleita pelo círculo eleitoral de Setúbal, lembra que “o avançar destas obras foi desbloqueado por uma proposta do PCP no Orçamento de Estado que permitiu o avanço do processo, que teve inúmeros atrasos”.

Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, (PCP) referiu que estas obras vão criar “outro poder de atractividade para os profissionais [de saúde]".

Segundo a central sindical, “está em causa a assistência às crianças dos concelhos de Setúbal, Sesimbra e Palmela, que terão de se deslocar ao Hospital do Barreiro ou para o de Almada, o que numa situação de urgência extrema compromete a assistência em tempo devido às crianças destes concelhos”. No protesto que juntou cerca de 50 pessoas, Luís Leitão afirmou que a solução “é a contratação de médicos e a valorização dos profissionais”, e descreve o Serviço Nacional de Saúde (SNS) como “um serviço que é nacional, público e que devia ser prestado por trabalhadores que estivessem valorizados”.

Já Paula Santos, que esteve presente em representação do PCP Setúbal, disse que “não se resolvem os problemas do SNS com o encerramento de serviços”, e acrescentou que “quem ganha com isso são os grupos privados que lucram à custa da doença”.

Álvaro Amaro referiu também a “insuficiência de recursos para responder às urgências noutras especialidades”, e que tal facto, se torna “um autêntico carrossel para as pessoas”.

27 de Março de 2023 O SETUBALENSE 3
Cerca de 50 utentes estiveram reunidos na sexta-feira na Interface de Transportes
O SETUBALENSE
António Costa está de regresso ao distrito esta semana
ARQUIVO

Setúbal

CULTURA

Socialistas traduzem atitude de André Martins na discussão de apoios sociais como “birra”

Ânimos exaltaram-se durante a discussão da proposta de atribuição

REUNIÃO DE CÂMARA

Atribuição de apoios financeiros gera conflito entre a gestão CDU e a bancada do Partido Socialista

Socialistas propõem alteração de três montantes. Presidente da autarquia refere não se tratar de “nenhum leilão”

um orçamento. O senhor [Joel Marques] viu no cabimento que há uma verba disponível, mas não sabe quais são os compromissos desta rubrica que estão assumidos pela Câmara Municipal. É um comportamento completamente irresponsável”.

Três propostas de apoio às colectividades não foram votadas, com o PS a considerar ser “um atentado à democracia”

ra o apoio às Marchas Populares de Setúbal 2023”.

No entanto, André Martins retirou as propostas, com os documentos a não seguirem para votação. O Partido Socialista, na voz de Fernando José, assume o comportamento como uma “birra” do autarca, considerando tratar-se de “uma fuga ao debate e à negociação”.

A atribuição de apoios financeiros a diversas associações e colectividades do concelho de Setúbal marcou a reunião de câmara da passada quarta-feira. Os ânimos exaltaram-se durante a discussão da proposta de atribuição de 6 500 euros à APPACDM de Setúbal para ajudar a suportar os custos da sua participação nas Marchas Populares deste ano.

Enquanto os vereadores do Partido Socialista (PS) propuseram “a alteração da proposta de apoio para sete mil euros”, a gestão CDU questionou “qual o critério” estabelecido para o aumento do montante, referindo que a situação não se trata de “nenhum leilão”.

“Antes da pandemia, a autarquia apoiava a marcha da APPACDM com 1 500 euros. Isto é como se estivéssemos no bingo. Este valor [6 500 euros] foi negociado com a entidade”, disse o vereador comunista Pedro Pina.

Já o socialista Joel Marques explicou que “no ano passado o apoio atribuído foi de 6 500 euros”, sendo que este valor “não permite construir a marcha ou outra actividade”.

Em resposta, o presidente da autarquia, André Martins, disse que a situação não “é nenhum leilão”. “Existe

Por este motivo, propôs que fosse retirada a proposta em discussão. “A Câmara vai avaliar as condições para rever este valor e, portanto, não há outra proposta”, disse. O vereador Joel Marques, por sua vez, afirmou que “começa a ser um mau hábito qualquer proposta que seja apresentada pelos vereadores do PS ser rotulada de irresponsável”.

Por parte do Partido Social Democrata (PSD), o eleito Fernando Negrão lamentou que o PS e a gestão CDU “tenham transformado esta associação num combate político”.

Também em discussão esteve a proposta de atribuição de um apoio global de 14 mil euros a cada uma das seis

colectividades que vão concorrer nas Marchas Populares de Setúbal, com a bancada socialista a propor o aumento do montante para 15 500 euros.

No entanto, a proposta viria também a ser retirada da ordem de trabalhos, com o presidente da autarquia a afirmar, de forma geral, não aceitar “que se transforme uma reunião de câmara numa sessão de leilões”.

Já o vereador Joel Marques disse ser a primeira vez que vê “um presidente de uma Câmara Municipal retirar uma proposta do que colocar a votação uma proposta de alteração porque essa proposta é apresentada por um vereador da oposição”.

Retirada da ordem de trabalhos foi ainda a proposta referente à atribuição de um apoio financeiro de 15 mil euros à Associação Setúbal Voz, depois de o PS propor a alteração da mesma para 30 mil euros por considerar que o valor em apreciação “é insuficiente”.

APPACDM Direcção demarca-se do pedido de aumento do apoio

A direcção da APPACDM de Setúbal demarcou-se do pedido feito por parte do Partido Socialista na reunião de câmara de quarta-feira, que propôs o aumento de 6 500 euros para 7 000 euros do apoio a atribuir à associação para ajudar a suportar os custos associados à sua participação na edição deste ano das Marchas Populares de Setúbal. Em comunicado, a direcção da

APPACDM de Setúbal explica que “não passou procuração a ninguém para a defesa pública dos seus interesses”.

Na mesma nota, a direcção recorda o trabalho desenvolvido pela APPACDM, assim como vários dos objectivos que tem conseguido alcançar, nomeadamente o lançamento do concurso público para a construção do Centro Miguel Simas por três milhões de euros.

Os vereadores do Partido Socialista na Câmara de Setúbal descrevem a atitude do presidente do município, André Martins, na reunião pública de quarta-feira, como uma “birra” e “insólita” naquilo que são “as regras do estado democrático”, tendo em conta que o edil retirou três propostas de apoio a colectividades da ordem de trabalhos.

Em duas das propostas propunha-se a atribuição de um apoio de 14 mil euros a cada uma das seis colectividades inscrita na edição deste ano das Marchas Populares e de 6 500 euros para a APPACDM, que vai desfilar como participante honorário.

Este montante perfaz um total de 90 500 euros. A bancado do PS apresentou propostas que, sucintamente, acrescentam 9 500 euros ao valor proposto, sendo que, repartido por fatias, traduz-se em mais 1 500 euros para as colectividades e 500 euros para a APPACDM.

De acordo com os socialistas, que organizaram na passada sexta-feira uma conferência de Imprensa para falar sobre o tema, este montante constitui “um total de cem mil euros, o orçamentado e destinado pa-

Como as propostas referentes às Marchas Populares acabaram por não ser votadas, “a primeira tranche do apoio não será dada em Março por culpa de André Martins”. “Não é a um mês que se dá o dinheiro. Não se percebe se estão a preparar tudo com as marchas há mais de um ano, porque é que só agora chega a proposta”, questionou Joel Marques.

Já Fernando José informa que durante o mês de Março o PS falou com as associações culturais do concelho e que existem três necessidades comuns: a “falta de infra-estruturas”, a “falta de apoios do município” e a “transparência na atribuição” de apoios. Sobre a posição da APPACDM, que diz que “não passou procuração a ninguém para a defesa pública dos seus interesses”, o vereador assume que “não existe qualquer intenção de combate político” além do “preenchimento do valor que não foi atribuído”. Além destes documentos, também o aumento de verba a atribuir à Associação Setúbal Voz, de 15 mil euros propostos pelo executivo CDU para 30 mil euros, foi recusado. A acção é considerada pelo PS como “grave” e de um “atropelo ao regimento” da Câmara.

4 O SETUBALENSE 27 de Março de 2023
Maria Carolina Coelho Filipa Isabel Pereira de 6 500 euros à APPACDM de Setúbal
DR
Vereadores do PS organizaram conferência de Imprensa para falar sobre o tema
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27 de Março de 2023 O SETUBALENSE 5 0000

ANDRÉ MARTINS PRESIDENTE DA AMRS

“Que o Governo decida em Setúbal avançar com a ponte entre Barreiro e Lisboa”

Da Saúde, à Educação, passando pela mobilidade, o presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) aponta algumas das questões mais prementes para o futuro do distrito, e até mesmo do País. André Martins deixa vários recados ao executivo de António Costa, que na quarta e na quinta-feira vai estar em périplo pelos concelhos da região.

Além do flagelo da falta de profissionais de saúde e da necessidade de verbas que permitam aos municípios assumirem intervenções nas ecolas, o autarca sinaliza a importância de investimentos estruturantes que continuam adiados: a terceira travessia sobre o Tejo; o novo aeroporto; e o prolongamento do Metro Sul do Tejo.

A próxima reunião descentralizada do Conselho de Ministros realiza-se esta semana em Setúbal. Que importância tem para a região esta vinda do Governo, com visitas aos concelhos, auscultações de autarcas, ao longo desta quarta e quinta-feira?

Qualquer autarca fica sempre satisfeito por o Governo estar presente no território que tem a responsabilidade de administrar, independentemente de haver problemas. E esta até poderia ser uma oportunidade para resolver alguns dos tantos problemas que nós temos na nossa região. É isso que nós esperamos. Que, na

proximidade do Governo, alguns desses problemas possam ser resolvidos.

A AMRS pretende actualizar ou renovar o PEDEPES. O que é necessário alterar e porquê?

O PEDEPES é um plano que teve início em 2004, com uma grande participação e envolvimento dos municípios, das organizações, das entidades desta região, e portanto teve o seu desenvolvimento numa perspectiva para o futuro. Entretanto passámos por fases algo complicadas, como a pandemia, e há que olhar para o território novamente, fazer as actualizações que as equipas técnicas e também os agentes do território possam considerar melhor e aprofundar ou orientar as perspectivas para o futuro, sempre em tempo de

mudança. A pandemia não foi qualquer coisa que passou e não deixou marcas. Deixou. Entretanto, há problemas que se agravam. É preciso olharmos para eles, como o caso da Saúde, no distrito em geral. Quais os problemas que considera mais graves na região?

A começar pela Saúde e pelo Centro Hospitalar de Setúbal que, esta sexta-feira, entrou em obras de ampliação.

O que se verifica é que houve ao longo de anos uma falta de investimento, tanto na qualificação das instalações como também no caso da contratação de profissionais de saúde. Tanto em Setúbal, como em Almada ou Barreiro. O exemplo do Centro Hospitalar de Setúbal é significativo. Todos os anos entram no Hospital de São Bernardo cerca de 50 jovens [médicos] que vão ali fazer formação. Desses 50 jovens não fica ninguém. No ano passado ficou uma jovem. Todos os outros saem e uma grande parte deles sai para fora do Serviço Nacional de Saúde [SNS]. Há aqui uma questão que é central e que nós temos insistido junto do ministro: é necessário tomar decisões para criar incentivos para que os profissionais de saúde fiquem no SNS. O que temos verificado é que o senhor ministro toma medidas de gestão para resolver problemas imediatos, mas não toma medidas de fundo. Não são equacionadas e tomadas as decisões para resolver pelo menos o futuro e estamos aqui numa encruzilhada complicada. Como viu o anúncio do fecho aos

fins-de-semana das urgências pediátricas em Setúbal. Tem a ver exactamente com falta de recursos humanos?

É fundamentalmente falta de recursos humanos. Os profissionais vão atingindo limite de idade, alguns ainda estão lá mas já ultrapassaram a idade para fazer urgências, por isso esta medida de gestão de fazer alternância entre cada um dos hospitais.

Não podemos continuar a tomar medidas de gestão. Esta decisão agora é por mais seis meses, vamos arrastando o problema. Estamos sempre disponíveis para o diálogo, para encontrar as melhores soluções, mas é preciso denunciar esta situação com a qual nós não podemos pactuar. Mas a situação é mais complicada ainda. Por exemplo, ainda ontem [quinta-feira passada] tivemos um

fórum intermunicipal da saúde com os presidentes de câmara, os representantes das organizações dos trabalhadores e várias comissões de utentes. E foram dados vários exemplos... no caso de Setúbal, aceitámos fazer uma parceria com o Governo para se construir um centro de saúde em Azeitão. O que fez Governo? Disse à Câmara Municipal de Setúbal: está aqui o dinheiro, agora façam a obra. A Câmara ou as autarquias não têm nenhuma responsabilidade neste tipo de intervenções. A Câmara Municipal aceitou o desafio, lançou o concurso, deu o terreno e agora vamos assumir também a responsabilidade de fazer os arranjos exteriores. Mas a grande questão – uma das que coloquei ao senhor ministro – é esta: o Centro de Saúde de Azeitão está em fase final de obra, quais são os recursos

6 O SETUBALENSE 27 de Março de 2023 Entrevista
Em vésperas da próxima reunião descentralizada do Conselho de Ministros, a ter lugar no Forte de Albarquel, o autarca lança o repto ao executivo de Costa. E lembra também a importância de se decidir a instalação do aeroporto na península
Mário Rui Sobral
O Centro de Saúde de Azeitão está em fase final de obra, quais são os recursos humanos que vai ter quando abrir?
O minstro não tem resposta

Setúbal receia que prazo do PRR seja curto para cumprir Estratégia Local de Habitação p10

a assumir a transferência de competências nesta área e são a favor disso. Mas a transferência de competências implica que a uma responsabilidade que é transferida haja um equivalente de capacidade financeira para que seja assumida com dignidade, com capacidade. Fomos obrigados a assumir essa responsabilidade sem saber qual é o envelope financeiro que vai ser transferido para as autarquias locais. E até hoje a Associação Nacional de Municípios tem estado em negociações com o Governo para alterar o quadro financeiro. No caso de Setúbal, recebemos sete escolas do Ministério da Educação, quatro consideradas pela tutela em situação de urgência na necessidade de intervenção e uma de muito urgente. Neste momento estamos à espera de saber como é que vamos fazer as intervenções nas escolas, quando já algumas salas de aula, algumas zonas da escola já não são utilizadas por risco de derrocada. Isto é uma situação inaceitável. Já agora, dizer que há no entanto algumas coisas que vão num sentido positivo.

Por exemplo...

Setúbal tenham uma capacidade de resposta diferente. Não se pode ter um comboio que leve uma hora de Setúbal a Lisboa. E o caso do Metro Sul do Tejo, por exemplo. É necessário que se avance para a segunda e para a terceira fases. Chega até ao Seixal e é necessário que passe ao Barreiro e depois chegue a Alcochete, porque foi isso que foi prometido há muitos anos, foi estudado e continua a ser adiado.

Mas queria dar o sentido positivo também neste domínio da mobilidade, com a decisão que os municípios na Área Metropolitana de Lisboa [AML] tomaram de criação do Passe Navegante. É uma medida revolucionária, provavelmente uma das a que se deve muito àquele que foi o espírito do 25 de Abril. Conseguida com o apoio do Governo, que financia também uma parte deste investimento.

INVESTIMENTO

humanos que vai ter quando quando abrir?

E qual foi a resposta?

Não tem resposta. Essa é a demonstração de que, de facto, não estão a ser equacionados todos os problemas e necessidades.

Em toda a região são muitos os milhares de utentes sem médico de família. E nessa contabilidade não estão reflectidos muitos milhares de migrantes que vão chegando e que não estão registados, mas que na prática afectam muito mais essa contabilidade...

Os dados que nós temos, já deste ano, de utentes registados sem médico de família são de 210 mil pessoas na Península de Setúbal. É uma situação de facto gritante a da Saúde, mas não só. O caso da Educação é outro exemplo. Os municípios foram obrigados

O caso da mobilidade. Faltam ainda tomar muitas decisões e muitas medidas no sentido de haver uma articulação entre os vários meios de transporte, é preciso que se faça, por exemplo, um projecto que está para ser executado há muito tempo: a ponte rodoferroviária entre Lisboa e Barreiro, que está prometida há tantos anos. É um desafio que lanço daqui ao Governo: quando vier a Setúbal que esta seja uma das decisões a tomar, avançar com a construção da terceira travessia sobre o Tejo. É necessário que os comboios que fazem a ligação entre Lisboa e

Assumiu a presidência da AMRS com um número de municípios que já diminuiu. Almada e Barreiro formalizaram a saída, a Moita também já assim decidiu. Confirma? E a intenção de Alcochete é seguir esse caminho, sendo a única dúvida o Montijo. Que dimensão pensa que poderá ter isto para a prossecução dos objetivos da AMRS?

A Associação de Municípios é aquilo que os municípios seus associados quiserem que seja. Almada e Barreiro entenderam sair da associação, a Moita também tomou essa decisão mas até hoje não tomou formalmente nenhuma posição junto da associação e nós consideramos que a Moita continua a fazer parte. Anteriormente já houve municípios que saíram, como Grândola. Agora fizemos contactos com Grândola e com Sines. Grândola manifestou disponibilidade para levar aos órgãos essa posição de voltar a integrar a associação; para Sines, de momento, não é uma prioridade. A importância da ligação da Península de Setúbal ao Litoral Alentejano é uma visão que só existe na Associação de Municípios. A associação estará sempre aberta... E é por isso que vamos realizar no dia 30 de Junho próximo o congresso da região, promovido pela AMRS, onde vamos ter os municípios e outros intervenientes que serão convidados para se falar do desenvolvimento regional, dos projectos, dos desafios que temos pela frente. Estou convencido de que a partir dessa data a associação ficará melhor apetrechada.

André Martins lembra a consensualidade que existiu entre todos os municípios para a instalação da nova infra-estrutura aeroportuária no Campo de Tiro de Alcochete, antes de ser avançada a solução “Portela + 1”. E defende que o futuro equipamento não deve fugir “às características e dimensão” daquilo que estava previsto construir em Alcochete, apostando-se numa “articulação com os portos de Lisboa, Setúbal e Sines”. Houve uma medida que pode marcar o desenvolvimento de toda a região, a criação das NUTS II e III para a Península de Setúbal que permitirá um maior acesso a fundos comunitários. Que leitura faz a este processo?

É positivo, mas é preciso termos em atenção que a região só poderá ter acesso a esses fundos comunitários a partir do novo Quadro Comunitário que se inicia em 2027. O problema que se coloca é este: desde 2013 que consideramos que o investimento público não tem acontecido neste território e se agora não houver medidas, alterações por parte do Governo, vamos ficar até 2027 à espera que esta situação se mantenha ou degrade. Continua a haver investimentos na Península de Setúbal, mas que consideramos avulsos. É necessário olharmos para este território e para estes indicadores de desenvolvimento e vê-los na sua articulação. Isso tem a ver com uma lógica de investimento integrada a que se tem referido algumas vezes? É isso. O PEDEPES. Por isso é que a Associação de Municípios vai avançar com a revisão desse plano, contratando uma empresa da especialidade. E com a comissão executiva e o conselho consultivo do PEDEPES – essas entidades todas que têm actividade e dinâmica na Península de Setúbal nas áreas social, empresarial, cultural... – identificarmos, numa visão integrada, articulada, que investimentos são prioritários fazer aqui para que esse desenvolvimento seja harmonioso. É esse o grande desafio. Já escrevemos ao senhor primeiro-ministro a pedir uma reunião no sentido de apresentarmos esta nossa preocupação e este nosso objectivo, para que o Governo possa apoiar este plano de desenvolvimento

da Península de Setúbal. A este propósito é muito importante para a AML, para o País e em particular para a Península de Setúbal o [novo] aeroporto.

Para o Montijo ou para Alcochete?

Importante é o aeroporto para a região. A questão para nós é da instalação do aeroporto aqui na margem sul, na Península de Setúbal. Mas não é só isso. Nós temos sempre uma visão integrada, articulada, destes projectos. Porque é necessário, e foi anunciado isso na altura, que associado ao aeroporto esteja uma plataforma logística, que faça a ligação entre a actividade do aeroporto e os portos de Sines, Setúbal e Lisboa. Daqui estamos a trabalhar, a pensar, numa articulação de investimentos de actividade económica e de emprego, mas com uma visão integrada e articulada das várias possibilidades e do potencial que esta região tem. Por isso, o que era importante é que houvesse essa decisão de instalar o aeroporto na margem sul. Essa decisão só não foi tomada, não depende dos municípios... Municípios que têm, quanto à localização, posição dividida... Todos nós estivemos de acordo com o aeroporto em Alcochede. O Governo depois tomou uma decisão de propor a construção no Montijo. Aí os municípios, por razões eventualmente políticas e outras, tiveram entendimentos diferentes. Mas acho que todos têm a ideia de que é importante construir um aeroporto. Já agora, era importante que nós todos mantivéssemos essa posição que foi consensual, de um aeroporto com as características e a dimensão do que estava previsto construir em Alcochete. Essa é a questão que, do nosso ponto de vista, serve toda esta região e o País. A plataforma logística é fundamental e a sua articulação com os portos. Está mais confortável, enquanto presidente da Associação de Municípios, com a construção faseada no Campo de Tiro de Alcochete?

É claro. Porque, ao longo dos anos, todos os municípios da AMRS tinham uma posição consensual sobre essa localização. E nós pensamos que é a que serve melhor a região, a área metropolitana e o País.

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O SETUBALENSE
“É fundamental um aeroporto com uma plataforma logística associada”
Vamos realizar no dia 30 de Junho o congresso da região, promovido pela AMRS. A partir dessa data, a associação ficará melhor apetrechada
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PARQUE HABITACIONAL

Setúbal receia que prazo do PRR seja curto para cumprir Estratégia Local de Habitação

Requalificação das Manteigadas arranca hoje, vai envolver 113 habitações e implica um investimento de 4,7 milhões de euros

Com as autarquias a terem no Plano de Recuperação e Resiliência o balão financeiro para alavancar a requalificação de bairros locais e construírem habitações municipais, uma das preocupações é se dentro do prazo de vigência deste plano comunitário, 2026, haverá suficientes empresas com capacidade construtiva para concorrerem a todos os concursos.

Além da requalificação do edificado, em cima da mesa está a necessidade de construir novos fogos habitacionais para dar resposta tanto a realojamentos como a cativar população, sendo esta uma política transversal aos municípios, incluído Setúbal.

“Para atingir os nossos propósitos de mais requalificação e habitação em Setúbal, consideramos necessário prolongar o prazo de vigência do PRR para que todos os objectivos sejam atingidos”, afirmou em Fevereiro, o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, à Sic.

Para dar cumprimento à Estratégia Local de Habitação elaborada pelo executivo municipal para Setúbal, os projectos neste âmbito calculam um investimento global na ordem dos 192 milhões de euros, com financiamentos do PRR, apontou o autarca a 18 de Março, referindo ainda que esta verba vai envolver a concretização de vinte operações de reabilitação e construção de nova habitação pública.

Com casos a necessitarem de resposta urgente, como acontece com alguns moradores da Quinta da Parvoíce, cuja situação está em processo de realojamento, por via de acordo entre a autarquia, Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana e o Ministério da Habitação, há todo um mapa de obras apontadas para dar resposta ao problema da falta de habitação condigna e a preços acessíveis no concelho de Setúbal.

BREVES

PLANO INTEGRADO

Segundo o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, a zona do Plano Integrado de Almada (PIA), na freguesia da Caparica, vai ser alvo de 14 operações urbanísticas a decorrerem até ao segundo trimestre de 2026. Neste pacote, estão previstas 1 169 habitações destinadas a arrendamento acessível, direccionadas a 5 210 famílias, num investimento total superior a 165,9 milhões de euros financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência. O primeiro passo arrancou em

Novembro do ano passado, com o lançamento da construção de 208 fogos no PIA. São três empreitadas, num investimento de 31,1 milhões de euros, que considera a construção de 24 habitações na localidade Alcaniça, 28 fogos na Quinta do Olho de Vidro e 156 em Alfazina.

“Estão previstas mais de três mil habitações”, e entre estes projectos já estão em cima da mesa os dedicados a renda apoiada”, avançou na altura a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros.

Assim, a Câmara Municipal aprovou em Dezembro de 2022 um concurso público de 36,6 milhões de euros para a reabilitação de 455 fogos no Bairro da Bela Vista.

Dois meses antes, em Outubro, a autarquia sadina tinha aprovado a abertura de um outro concurso público de 10,6 milhões de euros para reabilitação de 38 edifícios do Bairro da Alameda das Palmeiras, também na zona da Bela Vista.

No final de 2021, a Câmara de Setúbal anunciou a construção ou reabilitação de 3 722 fogos até 2030, no âmbito da Estratégia Local de Habitação, com o apoio financeiro do PRR.

Além da construção de um total de 538 novos fogos, para renda apoiada e reduzida, está prevista a reabilitação de 1 875 fogos municipais e de 1 274 fogos de propriedade privada, em intervenções que abrangem um total de 414 edifícios.

Neste momento, segundo o presidente da câmara, está em requalificação um bairro, e estão três concursos a decorrer com valor aprovado superior a 64 milhões de euros. Além disso, existem mais nove bairros com projectos em elaboração.

‘Nova’ Manteigadas começa hoje Para esta segunda-feira, 27 de Março, anunciou a autarquia, está marcado o arranque da reabilitação de 113 fogos de habitação pública no Bairro das Manteigadas. Uma obra que consiste na realização de “intervenções em espaços comuns e a profunda renovação de cozinhas e instalações sanitárias”.

A empreitada, que contempla

igualmente “uma renovação ligeira da restante área das habitações”, representa “um investimento superior a 4,7 milhões de euros, realizado no âmbito da Estratégia Local de Habitação e financiado pelo PRR”, explica a Câmara Municipal de Setúbal.

A reabilitação do Bairro das Manteigadas vai decorrer por lotes, que “foram consignados em 20 de Fevereiro à empresa TECNOREM – Engenharia e Construções, tendo ficado definido um prazo de 480 dias para a execução das intervenções”.

A empreitada vai contemplar o “lote 1, com o valor de dois milhões, 677 mil e 716,03 euros, abrange os edifícios com os números de polícia 21, 23, 25, 27, 29 e 31 da Rua do Cercal e 2, 4, 6, 8 e 10 da Travessa João Augusto da Rosa”.

Já a empreitada “do lote 2, no valor de dois milhões, 56 mil, sete euros e 53 cêntimos, refere-se aos edifícios números 2, 4, 6 e 8 da Rua João Augusto Rosa e 1, 3, 5 e 7 da Rua João Augusto Rosa”. Ou seja, o valor global da intervenção, que “visa ainda a promoção da acessibilidade de pessoas com mobilidade condicionada ao interior dos edifícios”, é de “quatro milhões, 733 mil e 723,56 euros, aos quais acresce a taxa de IVA em vigor”.

De acordo com a autarquia sadina, este “projecto de reabilitação, que pretende dar uma resposta objectiva ao PRR – 1.º Direito”, prioriza “a intervenção nos pisos térreos”, além de que “serão feitas melhorias no interior das fracções dos pisos superiores, ao nível da mobilidade, apesar de o respectivo acesso ter de continuar a ser feito por escada”.

A partir de Março, a plataforma de informação metropolitana sobre habitação vai permitir acesso a “dados em tempo real sobre a execução física e financeira” das candidaturas dos municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML) para a elaboração de projecto, revisão de projecto, prospecção geológica e geotécnica, e elaboração de projecto simplificado.

Este suporte permitirá ainda conhecer a “caracterização das soluções, identificação de tendências, realização de análises comparativas e a identificação de potenciais obstáculos à celeridade de execução dos projectos”.

O arranque desta plataforma foi anunciado em Fevereiro durante reunião na sede da AML que envolveu o grupo de trabalho metropolitano de habitação, onde foi feito o ponto de situação

do acordo-quadro habitação, as candidaturas dos municípios na componente de habitação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Até ao dia 10 de Fevereiro de 2023, os municípios da AML submeteram 89 candidaturas à componente habitação do PRR, sendo 76 para edifícios destinados à habitação, cinco para alojamento urgente e temporário e oito para alojamento estudantil. Destas, 42 já foram aprovadas, 35 para habitação, quatro para alojamento urgente e temporário, e três para alojamento estudantil. As candidaturas já apresentadas representam 3040 fogos para habitação, 182 alojamentos urgentes e temporários e 361 camas para alojamento estudantil, num investimento global de cerca de 300 milhões de euros.

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Almada avança com a construção de 208 fogos na Caparica
ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA Plataforma de informação sobre habitação arranca em Março
DR
A reabilitação do Bairro das Manteigadas vai decorrer por lotes

Almada vai fazer estudo para criar regulamento municipal de alojamento local p14

PUBLIREPORTAGEM Produção própria da Charneca Alumínios é o maior trunfo da empresa

Sediada em Setúbal, é uma das referências na região na produção e montagem de janelas e portas de alumínio e PVC

riedade na fabricação e instalação dos seus produtos, a qualidade do serviço prestado e a assistência pós-venda. Outro factor muito importante, destaca a gerência reside no facto da empresa fabricar as suas próprias janelas de PVC o que lhe permite dar ao cliente garantia de maior qualidade.

FORUM

CULTURAL DO SEIXAL Seminário internacional reune investigadores portugueses e estrangeiros na área da construção

S&P Clever Reinforcement Ibérica promove troca de ideias sobre a temática do reforço de estruturas com materiais compósitos reforçados com fibras

A empresa S&P Clever Reinforcement Ibérica, sediada no Seixal, que pertence ao grupo S&P /SST está a organizar o IV Seminário Internacional “Reforço de Estruturas com Compósitos FRP” no sentido de reflectir sobre como continuar a melhorar as condições de segurança na construção de habitações.

Este encontro surge numa altura em que o sector continua a sentir a necessidade de expandir o conhecimento e a confiança na utilização dos compósitos FRP no reforço de estruturas de betão.

O seminário terá lugar a 12 de Abril, no Fórum Cultural do Seixal, com a presença de vários investigadores portugueses e estrangeiros que farão a apresentação das últimas investigações cientificas nesta área.

Depois da abertura oficial por Paulo Silva, presidente da Câmara Municipal do Seixal no primeiro painel da manhã, Filipe Dourado, director-geral da S&P Clever Reinforcement Iberica irá falar sobre a introdução aos materiais compósitos no reforço de estruturas. Casos práticos de utilização, casos de estudo.

Ainda no período da manhã, “Durabilidade de técnicas de reforço de estruturas de betão com compósitos FRP” pelo professor Jose Sena Cruz da Universidade do Minho.

Jacob W. Schmidt da Universidade Técnica de Copenhaga encerra as intervenções na primeira parte do dia com o tema “C-DAS – Pre-stress Carbon Rods with ductile anchor system”.

Após a pausa para almoço, Marina Machado, Mário Garrido, João Bordado, João Ramôa Correia, do Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, falam do “Projecto Biolam. Desenvolvimento de bioresinas para pultrusão de laminados de CFRP”.

Na ordem de trabalhos está depois a temática “Aderência a temperatura elevada e comportamento ao fogo de faixas de laje de betão armado com laminados de CFRP pré-esforçados”.

Matéria a desenvolver por Adriana Azevedo, João Pedro Firmo, João

Ramôa Correia, todos também do Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa Segue-se depois a apresentação do The Sticker project: new CFRP reinforcement and technique for the simultaneous flexural and shear/punching strengthening of RC elements. pelo professor Joaquim Barros da Universidade do Minho, compõe o painel seguinte.

O encontro continua com a intervenção de Martin Hüppi da S&P Switzerland / Empa que vai falar sobre “EBROG technique to enhance the bond performance of CFRP strips to concrete substrate”

Antes do final, tempo ainda para se conhecer o projecto “Strain- Vision – Monitorização de extensão em laminados de CFRP pré-esforçados no reforço de elementos de betão através de visão de computador” numa intervençao a cargo de Jonatas Valença - CERIS, Instituto Superior Técnico.

A finalizar, intervém a APCAS, Associação de Paralisia Cerebral de Almada e Seixal, instituição de solidariedade.

A inscrição para este seminário da S&P terá um custo mínimo de 10 € que reverterá totalmente para a APCAS. A inscrições são limitadas a 150 lugares.

A Charneca Aluminios, com sede na Varzinha, Setúbal, destaca-se pela fabricação própria das caixilharias de alumínio e PVC , janelas, portas e portadas e ainda estores exteriores e interiores. Pelo aconselhamento e acompanhamento técnico na definição da solução mais adequada, pela instalação feita por equipas próprias compostas por pessoal com vasta experiência, a sua grande maioria formada na casa, e altamente especializado, prestando um efectivo serviço pós venda, quando necessário.

Todos os trabalhos são orçamentados gratuitamente e com garantia de boa execução.

Na Charneca Alumínios a aposta é na qualidade do serviço com capacidade para atender o cliente final (particular), o empreiteiro / empresa de construção executando obras de pequeno, médio e grande porte.

A empresa aposta, essencialmente, na qualidade e numa relação muito próxima e de grande transparência com o cliente, sublinham os seus responsáveis”.

Os produtos essenciais, mas distintos, neste sector são as janelas e portas em alumínio e PVC. Num sector onde a oferta é cada vez maior, o factor diferenciação pode fazer toda a diferença. A principal diferença que a Charneca Aluminios aponta em relação à concorrência é a exigência e se-

A área de influência da Charneca Alumínios é, maioritariamente, a região de Setúbal e Lisboa, mas a empresa está em condições de responder a qualquer ´desafio’. “ A nossa intervenção vai para além de Setúbal. Mas vendo a realidade, à medida que a distância aumenta, maior tem de ser a dimensão de obra para diluir os custos de deslocação”, explica Manuel Charneca, sócio-gerente da empresa. Pontualmente, acrescenta, “quando os nossos melhores comerciais, que são os clientes que servimos, nos recomendam ou solicitam, efectuamos obras em qualquer ponto do País ou do mundo como já fizemos no Algarve, Coimbra, Beira, Alentejo, em França, na Holanda, em Angola, na Républica do Congo, ou em São Tomé e Principe”. Espreitando o futuro, as perspectivas no curto e médio prazo as sensações, confessa, são mistas: “Olhando para um futuro mais alargado, parece-nos que a nossa economia e o nosso sector está muito dependente do investimento estrangeiro e não tanto do consumo interno. Cada vez temos mais trabalhos para esse investidor, na construção nova e na reabilitação, enquanto esse investimento se mantiver, as perspectivas são animadoras. Se esse ciclo for interrompido as coisas podem complicar-se, e a acontecer será mais uma crise no sector cuja gravidade não conseguimos a esta distância perceber”. DR

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O seminário terá lugar a 12 de Abril no Fórum Cultural do Seixal com a presença de investidores e académicos
DR
A Charneca Alumínios aposta na qualidade do serviço com capacidade para atender o cliente final
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Movete.

Ciência no feminino

O que contam as investigadoras do IPS

O Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência (11 de fevereiro) oferece anualmente uma oportunidade de reflexão sobre duas realidades indissociáveis: o contributo inestimável das mulheres para a produção de conhecimento científico, e a necessidade de combater estereótipos no que toca às opções escolares e de carreira. A ciência ainda é um domínio de homens? Foi o que procurámos saber junto de cinco docentes e investigadoras do IPS, através dos seus testemunhos e percursos de vida. | p.4-7

Investigação

IPS recomenda

“diferenciação” para o setor do vinho em Setúbal

Projeto RoadWine apresentou resultados | p.3

Expansão

Nova Escola Superior dá mais um passo com visita a Sines

Comitiva do IPS aprofundou contacto com realidade local p.3

Conquista

Parlamento aprova doutoramentos nos politécnicos

Designação em inglês de Polytechnic University também foi contemplada | p.8

Jornal do Politécnico de Setúbal | Edição especial | Ano 2023 | Propriedade: Instituto Politécnico de Setúbal

Abordar em conjunto o papel das mulheres na investigação e a Política de Ciência Aberta pode parecer estranho pela evidente distância entre os dois temas. Pode, porém, encontrar-se um ponto comum: ambos os temas continuam a requerer maior discussão e análise, ainda que por motivos diferentes.

Começando pelo papel das mulheres na investigação, e reportando-nos ao caso português, podemos concluir que as mulheres continuam a enfrentar um conjunto de desafios e obstáculos no que respeita à sua participação e reconhecimento na área. Este cenário pode justificar-se por vários motivos, onde se destacam: a ainda relativamente baixa representação das mulheres em equipas de investigação, ainda que nos últimos anos tenham vindo a conquistar espaço e visibilidade na ciência; a dificuldade em conciliar o trabalho de investigação com as necessidades das mulheres investigadoras, por exemplo, em termos de licença-maternidade, horários flexíveis etc; e a falta de modelos femininos na área de investigação que pode perpetuar os ciclos de sub-representação feminina, em particular em áreas científicas onde há uma maior preponderância de homens.

Estes desafios sublinham a necessidade de apostar em políticas que promovam a igualdade de género e a inclusão de mulheres na investigação. Isso pode incluir a criação de programas de mentoria e incentivos financeiros para mulheres, bem como políticas de licença-maternidade e paternidade mais flexíveis e acessíveis. Além disso, é importante que se garanta uma cultura de igualdade de género e o reconhecimento do papel das mulheres investigadoras. Veja-se, a título de exemplo, que apenas 58 mulheres receberam o Prémio Nobel; em contraposição 850 homens foram agraciados com o mesmo desde a sua criação nas várias categorias.

No que concerne à Política de Ciência Aberta, podemos referir que se insere num movimento global que promove a disponibilização pública e gratuita da investigação, de dados ou mesmo de recursos educacionais, com o objetivo de tornar a ciência mais acessível, transparente e colaborativa. Podemos afirmar que a Política de Ciência Aberta pode ser vista de várias perspetivas que incluem o acesso ao conhecimento através da eliminação de barreiras que limitem a consulta de investigações e de resultados científicos, visando o benefício da sociedade como um todo; a transparência e confiança através da disponibilidade de dados brutos e metodologias de investigação, ajudando a mitigar problemas como a falta de reprodutibilidade em pesquisa, aumentando a qualidade dos resultados científicos; a colaboração entre investigadores, promovendo a reutilização de dados e recursos educacionais. Isto pode ajudar a estimular a inovação e a descoberta em ciência; e o desenvolvimento económico, permitindo que empresas e empreendedores usem estas informações para criar novas tecnologias e para inovar.

Em suma, os dois assuntos têm o mérito de promover a igualdade e o equilíbrio no acesso ao conhecimento por todos/as, partilhando o objetivo de tornar a investigação científica mais acessível, transparente e colaborativa, promovendo a igualdade de género e estimulando a inovação e a descoberta em ciência.

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Editorial

IPS recomenda “diferenciação” para o setor do vinho em Setúbal

Projeto RoadWine apresentou resultados

Para reforçar a sua competitividade nos mercados internacionais, os produtores de vinho da Península de Setúbal devem adotar um “posicionamento estratégico baseado na diferenciação”, tirando partido das suas singularidades e “aliando tradição e inovação”.

Eis uma das principais conclusões a que chegou o projeto RoadWine, apresentado a 19 de janeiro no âmbito do simpósio “Futuro do setor vitivinícola na Península de Setúbal”, que reuniu vários especialistas na Biblioteca Municipal de Palmela.

Sendo difícil aos produtores da região competir com base no fator preço, dada a dimensão reduzida face aos principais concorrentes internacionais, o posicionamento estratégico a adotar “deverá passar pelo desenvolvimento de competências únicas, que contribuam para a criação de uma oferta baseada na singularidade e sofisticação dos produtos, devidamente suportada em investimentos em comunicação de marketing, que projetem as marcas junto dos principais mercados”, referiu Teresa Costa, docente da Escola de Ciências Empresariais (ESCE/IPS) e coordenadora do projeto.

Ainda segundo a investigadora, é imperativo “diversificar para novos mercados e penetrar em segmentos com maior poder de compra, onde a singularidade é valorizada e os clientes não são tão sensíveis ao preço”.

Presente na sessão de abertura do simpósio, Luísa Carvalho, vice-presidente do IPS, enquadrou o projeto RoadWine no âmbito “da missão do IPS de produzir investigação aplicada de valor acrescentado para a região”.

Por seu turno, Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, destacou a oportunidade deste estudo e desta discussão num período em que acaba de ser registada a marca “Palmela – Terra Mãe de Vinhos”.

O estudo exploratório financiado pelo IPS, que arrancou em março de 2021, propôs-se fazer um diagnóstico e respetivo roteiro estratégico da vitivinicultura neste território, envolvendo dois centros de investigação do IPS, nos domínios das Ciências Empresariais (CICE-IPS) e Energia e Ambiente (CINEA-IPS), a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), a Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, a Brandir – Marketing Estratégico e Operacional e o CITUR - Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo.

Nova Escola Superior em Sines dá mais um passo

Comitiva do IPS aprofundou contacto com realidade local

Uma comitiva do IPS apresentou em Sines, junto de várias empresas da região, as linhas orientadoras para a criação da sua futura Escola Superior naquela cidade do Alentejo Litoral, no âmbito de uma visita a 24 de fevereiro, com o objetivo de aprofundar o contacto com a realidade local e com os diversos investimentos em curso naquele território.

O grupo de trabalho, composto por cerca de 30 docentes, acompanhados por representantes dos estudantes, começou por visitar as obras do centro de dados Sines 4.0, desenvolvido pela empresa StartCampus, onde foi possível conhecer os objetivos de médio e longo prazo do projeto, que recentemente foi reconhecido como sendo de Potencial Interesse Nacional, e que já se encontra em curso.

O grupo de trabalho esteve também reunido com a Administração dos Portos de Sines e do Algarve, a aicep Global Parques e diversas empresas com projetos de Potencial Interesse Nacional já aprovados, entre as quais a GALP, a EDP e a Repsol, investimentos em novas áreas de atividade que requerem qualificação de nível superior.

Na ocasião, Rodrigo Lourenço, vice-presidente do IPS, destacou a importância desta visita, na medida em que “será através da relação forte com os parceiros da região que criamos as condições para que esta escola consiga de facto dar um contributo efetivo para o desenvolvimento regional ”. Sobre a futura escola, pretende-se que seja “inovadora, partilhada, capaz de dar resposta às necessidades da região, mas também de se posicionar numa perspetiva internacional”, rematou.

“Este é um projeto crítico para o sucesso de muitos dos investimentos em curso, e é igualmente essencial para o desenvolvimento da região do Alentejo Litoral”, considerou por seu turno o presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, realçando o “contributo que o IPS pode trazer ao nível das qualificações dos jovens de Sines e da região”.

3 Politécnico Setúbal
Foto: @CMSines

Destaque

Investigação no feminino

Celebrado desde 2015, o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência (11 de fevereiro) oferece anualmente uma oportunidade de reflexão sobre duas realidades indissociáveis: o contributo inestimável das mulheres para a produção de conhecimento científico; e a necessidade de combater estereótipos no que toca às opções escolares e de carreira, desmontando a ideia enraizada de que a ciência é um domínio de homens. Um estudo recente, coordenado pelo ISCSP-UL, conclui que, apesar de o número de mulheres docentes no Ensino Superior ter aumentado nos últimos 20 anos – no subsistema politécnico, totalizam 5 619 em 2021/22, mais 786 do que em 2004/05 - elas ainda são uma minoria nas carreiras e cargos de topo. Porquê? Foi o quisemos saber junto de cinco docentes e investigadoras do IPS, através dos seus testemunhos e percursos de vida.

A necessidade imperiosa de ser pragmática

Ana Mata (Escola Superior de Tecnologia de Setúbal/IPS) Professora adjunta Departamento de Sistemas e Informática

No mundo da indústria, maioritariamente masculino, Ana Mata conheceu diferentes realidades, da inexistência de casa de banho para senhoras na linha onde trabalhava – porque não as havia até então – à aceitação “natural” por parte dos colegas bem mais velhos, passando pelo “machismo” com que se sentiu tratada pelos engenheiros mais jovens. “Foi um choque perceber como uma geração muito mais nova podia ser tão retrógrada”, lembra, sublinhando que, já no meio académico, integrada num departamento onde as mulheres estão em minoria, não sentiu qualquer tipo de desvantagem.

Decide depois fazer o doutoramento em Engenharia do Ambiente (ULisboa), o que lhe abre a porta para o ensino e investigação, dando azo a um gosto antigo de “explicar e ensinar”. É, desde 1998, docente da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal/IPS), e, ao longo deste seu percurso no IPS, viu-se envolvida em seis projetos de investigação, sendo atualmente a investigadora principal do projeto GI4SADO – Desenvolvimento de um Modelo de Gestão Integrado como Ferramenta de Apoio à Governança do Estuário do Sado.

Nunca hesitou na hora de escolher que rumo seguir no Ensino Superior. Sabia que teria que ser um curso na área das Ciências e que lhe permitisse “contactar com pessoas e usar as mãos”. Talvez tenha herdado essa eterna curiosidade da avó paterna, a sua figura feminina de referência, que, nascida em 1910, viveu o tempo o tempo suficiente para escrever o seu primeiro email (para a neta, no Brasil), achando a experiência “muito prática” e fascinante.

Optou então pela Química Aplicada (UNL-FCT) e, à boleia da licenciatura, Ana Mata passou os sete anos seguintes a desbravar “mundo”, antes de aterrar na carreira académica. Primeiro enquanto engenheira de desenvolvimento na indústria petroquímica, e também como engenheira de processo, no setor automóvel, ambas empresas multinacionais.

Sente que entre a vida profissional e familiar há um “conflito constante” que se estende a todas as mulheres, de todas as áreas profissionais, e lembra os anos de doutoramento como os mais difíceis de gerir: “A minha filha era pequena, tive de sacrificar algum do tempo que poderia ter passado com ela”.

Na ciência, Ana Mata reconhece formas de estar distintas, sim, mas que são fruto de vários fatores, sendo um deles, com peso considerável, os diferentes papéis que a sociedade atribui a mulheres e homens. “Usualmente as mulheres são mais sensíveis às necessidades pessoais, por outro lado são mais pragmáticas e organizadas, exatamente porque não têm tempo a perder, porque no fundo têm dois ‘empregos’”, justifica. Em casa espera-as uma segunda jornada: “Fazer jantar, preparar lancheiras, tratar da roupa, preparar mochilas, fazer/comprar roupa de Carnaval para a festa da escola, ir a consultas, preparar festas de anos, etc, etc, etc”.

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A mulher como objeto de estudo

Ana Pereira (Escola Superior de Educação/IPS) Professora adjunta

Coordenadora da licenciatura em Desporto Departamento de Ciências e Tecnologias

Ana Pereira nunca encontrou o que se pode chamar de “perfil masculino ou feminino de fazer ciência”. “Um académico é um académico, ponto”, resume, pragmática. É a sua forma de estar na esfera profissional, reflexo do que é enquanto ser humano, que o distingue, independentemente de ser homem ou mulher. Observa, no entanto, um conjunto de características que são mais marcadas em cada um dos géneros, ditadas por imperativos biológicos, mas não exclusivas. “O homem é tendencialmente mais viril, quer exercer o poder, mas também encontramos essas características em muitas mulheres”. Tal é visível, por exemplo, no seu universo de especialização, o Desporto, com mais homens a ocupar cargos de liderança, estima.

Ana Pereira é, desde 2015, coordenadora da licenciatura em Desporto, ministrada na Escola Superior de Educação (ESE/IPS). Chegou ao IPS em 2013, recém-doutorada pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) com uma tese sobre o impacto do exercício físico na população feminina pós-menopáusica. Um objeto de estudo que, entretanto, tem vindo a aprofundar e que se lhe revelou precocemente, logo na licenciatura em Educação Física, também na UTAD. “A mulher é, em si mesma, um órgão altamente dinâmico ao longo de toda a vida, com todas as alterações metabólicas por que passa, da puberdade ao envelhecimento, passando pela maternidade. É interessantíssima”.

E é na extraordinária capacidade de gerar vida que reside, ironicamente, o seu calcanhar de Aquiles, diz. “As mulheres estão, sim, muito envolvidas em atividades de investigação, mas a produtividade acompanha necessariamente o ritmo da vida pessoal”. Mãe de duas meninas, Ana Pereira dá o seu próprio exemplo: “Cada filha minha foi um ano e meio de dedicação quase exclusiva. É incontornável”.

No universo da investigação, elege como referência Mónica Bettencourt-Dias, bioquímica e bióloga celular várias vezes premiada, que dirige o Instituto Gulbenkian de Ciência. E sente que pode, também ela, ser uma fonte de inspiração para as suas jovens estudantes. Não por coordenar uma licenciatura ou estar envolvida em projetos de investigação, mas pela simples missão de ensinar. “O professor inspira sempre, mais que não seja a sermos melhores pessoas, a sermos curiosos, a procurarmos soluções para os problemas”.

“A mulher é, em si mesma, um órgão altamente dinâmico ao longo de toda a vida, com todas as alterações metabólicas por que passa, da puberdade ao envelhecimento, passando pela maternidade. É interessantíssima”.

5 Politécnico Setúbal

Fazendo um balanço – como docente, investigadora e também gestora (é subdiretora da ESS/IPS desde 2018) – Madalena Silva sente que não teve que ultrapassar maiores obstáculos por ser mulher, mas não pode deixar de apontar os “entraves quase invisíveis” que sentiu quando os seus filhos nasceram e durante a sua primeira infância e que, parecendo inofensivos, comprometeram de alguma forma o seu desenvolvimento profissional. Neste conflito de interesses, sacrificou, sem hesitar, a vida profissional. “Fi-lo com tranquilidade, para permitir um apoio equilibrado à vida familiar. E se hoje voltasse a ter que fazer essa escolha, fá-la-ia no mesmo sentido”, declara.

Preocupação com a aplicação dos resultados

Departamento de Fisioterapia

Na hora de decidir um rumo específico dentro da Fisioterapia, no caso a população idosa e o processo de envelhecimento, ao interesse pessoal pelo tema veio juntar-se, com igual peso, o potencial impacto social dos resultados que esperava vir a alcançar, reconhece hoje Madalena Silva, docente e também subdiretora da Escola Superior de Saúde (ESS/IPS).

Enquanto investigadora, confessa-se especialmente preocupada com a componente de “transferência do conhecimento” e verifica, numa área de trabalho marcadamente feminina, que é esse, tendencialmente, o foco das suas colegas. “A minha perceção é de que as mulheres na ciência têm uma maior preocupação com a transferência do conhecimento desenvolvido para a vida das pessoas. No meu caso, se trabalho numa intervenção de alguma forma inovadora para lidar com o envelhecimento, então a minha preocupação é, além da publicação científica que chega primeiro a outros investigadores e a profissionais de saúde, como poderei fazer chegar esses resultados às pessoas idosas que deles podem beneficiar”.

É esse, de resto, também o perfil da figura que elege como referência no universo da ciência, a hematologista Maria Gomes da Silva, que a inspira porque, “para além de investigadora, é uma profissional de saúde que diariamente utiliza e divulga aos seus pares e equipas que lidera [é diretora do Serviço de Hematologia do IPO de Lisboa] os resultados da investigação mais relevante na sua área de atuação”.

Regressando ao seu próprio percurso, conta que “não foi planeado”, mas antes fruto de “oportunidades que a cada momento me fizeram sentido aceitar”. Assim rumou até ao Reino Unido, em 1997, para se doutorar em Fisioterapia, no prestigiado King’s College London (Universidade de Londres), numa altura em que, em Portugal, ninguém da sua área profissional ou com a sua formação ousara fazê-lo. Foi pioneira, orgulha-se disso, e acredita que talvez resida aí o seu exemplo para as gerações mais novas: estar atento e agarrar as oportunidades que surgem, mesmo se elas escapam ao “percurso linear” expectável.

Equilíbrio, foco e noites mal dormidas

Márcia Santos (Escola Superior de Ciências Empresariais/IPS)

Professora adjunta convidada

Departamento de Contabilidade e Finanças

Por mais que admire colegas de trabalho como Luísa Carvalho ou Sandrina Moreira, docentes da Escola Superior de Ciências Empresariais (ESCE/IPS), é na própria mãe que encontra a sua grande referência de vida. A ela se deve, ironiza, “a fórmula científica para criar quatro filhos sozinha e conseguir que todos fossem saudáveis, capazes, e realizados”.

Um exemplo de equilíbrio e foco que acabou por seguir, sem um plano traçado, à medida que os desafios lhe iam chegando. Doutorada em Gestão, Márcia Santos é docente e investigadora (IPS e ISCTE-IUL), há vários anos dedicada ao estudo do comportamento das organizações da Economia Social (sem fins lucrativos), que conhece de perto também como voluntária. Conta com uma experiência de mais de uma década no setor empresarial, enquanto consultora na área financeira e de tecnologias aplicadas à gestão e, atualmente, dedica-se também à formação na área das ferramentas de análise e visualização de dados (como Power BI e Excel).

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Houve uma altura, conta, em que a todas estas frentes se juntou a mais exigente de todas: a maternidade. “Nunca sacrifiquei a área profissional, académica ou familiar. No meio de tudo isto, ainda tive tempo de engravidar duas vezes e criar duas crianças lindas. Sacrifiquei a saúde, certamente. Noites curtas e mal dormidas”.

Não perceciona a sua área disciplinar como “tipicamente masculina”, nem considera que o género seja um fator diferenciador na forma de fazer ciência. A avaliar pela sua experiência, um bom investigador distingue-se, sim, pelas “características humanas, de interajuda, de disponibilidade, de motivação, de incentivo, de olhar para os pares numa ótica de cooperação e não concorrencial”.

Quanto a entraves, Márcia Santos sentiu-os quando fazia investigação para a sua tese de doutoramento, não por ser mulher, mas por “ser jovem”, ao lidar com pessoas com largos anos de experiência no setor da Economia Social. “Muitas vezes tive que entrevistar pessoas muito mais experientes e com muitos anos de casa, de voluntariado. Desde cedo, nestas entrevistas, tive que quebrar a barreira da idade. Sinto sempre que me faltam rugas e cabelos brancos para poder afirmar-me e ter credibilidade… antes de abrir a boca. Nos primeiros cinco minutos sinto que tenho que fazer um esforço maior para agarrar a audiência”, lembra.

explica, sublinhando o trabalho em “estreita colaboração com os agricultores”, que resultou em vários projetos de investigação na área dos “métodos de proteção de plantas alternativos aos pesticidas”.

Em suma, entendeu no terreno como o conhecimento científico “pode ajudar a encontrar respostas às várias questões em aberto” levantados na área da sustentabilidade agroambiental, contribuindo para uma gestão agrícola que possibilite, em última instância, a “produção de alimentos sustentáveis, seguros e saudáveis”.

Foi também determinante nesta parte do percurso de Sónia Santos a influência da sua orientadora, Laura Monteiro Torres, professora catedrática hoje aposentada, uma cientista que a inspirou “pelas fortes convicções sobre como promover a sustentabilidade agroambiental”, tendo contribuído “para a formação avançada de muitas mulheres”.

Já no IPS (Escola Superior de Tecnologia do Barreiro), onde leciona desde 2014, Sónia Santos destaca a oportunidade de ter sido investigadora principal do projeto OLIVESIM - Gestão dos Serviços de Ecossistema no Olival utilizando Modelos Espaciais Avançados, com financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Neste caminho de quase 30 anos dedicados à ciência, assume que “frequentemente” teve que sacrificar o tempo em família. Não encontrou uma “forma feminina” de investigar e prefere trabalhar em equipas mistas. Lembra também que a ciência não se faz só “à bancada”. E é nas outras posições possíveis – de direção, coordenação ou gestão das equipas/organizações - que “as mulheres têm estado menos representadas”, ainda que “este cenário também esteja a mudar gradualmente”.

Sónia Santos (Escola Superior de Tecnologia do Barreiro/IPS) Professora adjunta Departamento de Engenharia Química e Biológica

Bióloga formada pela Universidade de Coimbra, Sónia Santos percebeu logo no estágio curricular de licenciatura, na área da ecotoxicologia, que era na investigação que queria estar. Começou por estudar o efeito de pesticidas na mortalidade de uma espécie de bicho-de-conta, um animal fundamental na melhoria da fertilidade do solo, e ao longo destes ensaios deu por si a sentir-se em casa nesta missão de “gerar conhecimento e resolver problemas”.

Seguiu-se o mestrado em Ecologia, na mesma instituição, a docência no Instituto Politécnico de Bragança (Escola Superior Agrária) e o contacto com a temática da biodiversidade de insetos no olival, que mais tarde lhe abriria caminho para o doutoramento, na Universidade de Aveiro. “Estudei a biodiversidade de joaninhas no olival e avaliei a sua capacidade para consumir uma praga da oliveira, a cochonilha-negra”,

Por último, defende que para atrair as raparigas para a sua área científica não basta o exemplo, é preciso investir nas “ações de proximidade e em atividades que as incentivem a admirarem a biodiversidade ou a compreenderem o funcionamento dos ecossistemas, despertando-lhes a curiosidade pela investigação científica”.

Atrair futuras estudantes com “ações de proximidade”
7 Politécnico Setúbal

Movete.

de Polytechnic University

Presidente do IPS congratula-se com “importante conquista para o futuro do Ensino Superior em Portugal”

língua portuguesa”, ficando estabelecida oficialmente a denominação Instituto Politécnico - Polytechnic University.

Política de Ciência Aberta entra em vigor

Boas práticas para ampliar o acesso ao conhecimento

O IPS vai implementar, ao longo dos próximos quatro anos, uma Política de Ciência Aberta fixada num documento orientador das boas práticas a adotar pela comunidade académica no sentido de facilitar e ampliar o acesso ao conhecimento científico produzido pela instituição em benefício da sociedade.

A Assembleia da República aprovou as alterações legislativas que vão permitir a atribuição de doutoramentos por parte do ensino superior politécnico, bem como a mudança de designação, em língua inglesa, para Polytechnic University.

O documento aprovado, a 24 de fevereiro, altera a Lei de Bases do Sistema Educativo e do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), tendo por base uma proposta apresentada pelo Grupo Parlamentar do PS, levando em conta os projetos de lei resultantes de uma iniciativa de cidadãos, com vista à “Valorização do ensino politécnico, nacional e internacionalmente”, e também do PCP e do BE.

Com estas alterações, anteriormente aprovadas pela Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, os institutos politécnicos vão poder passar a conferir o grau de doutor, e adotar a designação em língua inglesa de Polytechnic University, no quadro da sua política e estratégia de internacionalização.

Esta última aspiração fica, no entanto, cumprida apenas em parte, uma vez que a nova designação em inglês apenas pode ser utilizada “em conjunto com a sua designação em

Para a presidente do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), Ângela Lemos, trata-se globalmente de “uma importante conquista para o futuro do Ensino Superior em Portugal”, que “revela o reconhecimento inequívoco do prestígio e contributo das instituições politécnicas para o aumento das qualificações de nível superior dos portugueses, bem como para a investigação e inovação ao serviço do desenvolvimento das comunidades e das regiões”.

Também membro da Comissão Permanente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), a responsável lamenta, no entanto, que não tenha sido possível avançar para já com a alteração da denominação para Universidade Politécnica, que reconheceria o “extraordinário papel na valorização do ensino superior” que os politécnicos vêm assumindo nos últimos anos, à escala nacional e internacional, o que se inscreve, aliás, numa “estratégia política do próprio Governo”.

Por último, o documento aprovado estabelece ainda que, âmbito da revisão do RJIES, até 31 de dezembro de 2024, sejam apresentadas “as disposições necessárias à definição dos requisitos mínimos para a criação e funcionamento de um estabelecimento de ensino como universidade politécnica”. “Iremos, pois, lutar para que os requisitos sejam promotores da afirmação do sistema binário e do respeito pela singularidade do ensino superior politécnico”, remata Ângela Lemos.

O conjunto de recomendações, que constam de um despacho da Presidente em vigor desde 13 de fevereiro, assenta nos princípios da transparência, acesso público e colaboração científica, traduzindo o alinhamento do IPS com documentos orientadores da Comissão Europeia, UNESCO e Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

A Política de Ciência Aberta do IPS tem entre os seus objetivos fomentar a publicação de ficheiros de dados com o respetivo artigo científico; a utilização de software livre no desenvolvimento dos projetos de investigação; a publicação de resultados em acesso aberto em revistas ou outras publicações indexadas às maiores bases de dados mundiais de artigos científicos; a utilização de plataformas colaborativas online; e a disponibilização de materiais de ensino e aprendizagem, em acesso aberto, através de plataformas e-learning.

O documento incentiva ainda o envolvimento do público não-académico no processo de investigação científica, bem como uma relação mais estreita entre os investigadores do IPS e a comunidade externa, através da adoção de boas práticas de Ciência Cidadã e de Comunicação de Ciência.

Ficha Técnica. Título: Politécnico de Setúbal | Propriedade: Instituto Politécnico de Setúbal | Direção e Coordenação: Divisão de Comunicação e Relações Exteriores (DCRE-IPS) Redação: Carla Ferreira (DCRE-IPS) | Paginação: Filipa Moura (DCRE-IPS) | Fotografia: Fernanda Pereira (DCRE-IPS) | Fotografia de capa: Francisco Matias (SA-ESE/IPS) Local de Edição: Setúbal | Edição especial
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Parlamento aprova doutoramentos nos politécnicos e designação
27 de Março de 2023 O SETUBALENSE 13 0000

HABITAÇÃO

Almada vai fazer estudo para criar regulamento municipal de alojamento local

A proposta partiu da vereadora do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua, “para combater a especulação imobiliária agravada pela pressão do alojamento local” e recebeu a aprovação unânime, com excepção do primeiro ponto, onde era defendida a suspensão de autorização de novas licenças nas zonas de pressão urbanística do concelho.

Com a retirada do primeiro ponto aceite pela vereadora Joana Mortágua por sugestão da presidente da autarquia, a socialista Inês de Medeiros, a proposta aprovada em reunião de câmara a 20 de Março, aponta assim para a realização de um estudo urbanístico e turístico que sirva de documento orientador para a criação de um regulamento municipal de alojamento local em Almada e para a criação de um mecanismo municipal de fiscalização de alojamento local em fracções licenciadas para fins habitacionais e situações clandestinas.

Na proposta, a vereadora do BE refere que a liberalização do mercado imobiliário e o turismo desenfreado

FICHA TÉCNICA

fazem parte das causas para os elevados preços das rendas e das casas em Portugal, sendo Almada um dos municípios mais afectados por este fenómeno de encarecimento, privando cada vez mais pessoas do acesso a uma casa digna.

Almada é também, segundo o Bloco de Esquerda, dos municípios da sua dimensão, geografia e natureza cultural e territorial com maior número de registos de alojamento local do País, superando concelhos com mais população ou que partilhem características como a proximidade a Lisboa

ou de praias.

Segundo a vereadora, de 01 de Janeiro a 20 de Março deste ano, Almada teve 107 novos registos de alojamento local, um valor próximo do número total registado durante todo o ano de 2022.

A presidente Inês de Medeiros, explicou na reunião que a autarquia não tem instrumentos que permitam a suspensão, pelo que o primeiro ponto da proposta não seria executável. Contudo, a autarca disse estar disponível para votar favoravelmente os outros pontos da proposta, posição

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que mereceu uma saudação por parte da vereadora do Bloco de Esquerda.

"Queremos saudar a receptividade da presidente para aceitar alguns pontos da proposta e retiramos o ponto 1 (suspensão de novas licenças) até haver instrumentos legais que esperamos que surjam com muita rapidez", disse, adiantando que voltará a propô-lo numa outra altura em que houver condições de ser aplicado.

Os cinco eixos do programa Mais Habitação, aprovado pelo Conselho de Ministros a 16 de Fevereiro, são:

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aumentar a oferta de imóveis utilizados para fins de habitação, simplificar os processos de licenciamento, aumentar o número de casas no mercado de arrendamento, combater a especulação e proteger as famílias.

Na legislação do programa Mais Habitação, publicada no início do mês pelo Governo na página oficial Consulta LEX, é referido que a emissão de novos registos de estabelecimento de alojamento local fica suspensa até 31 de Dezembro de 2030, “com excepção das zonas para alojamento rural, nos termos a definir por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da economia, habitação e coesão territorial” e precisando que “não se aplica às regiões autónomas”. Lusa

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14 O SETUBALENSE 27 de Março de 2023
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A Câmara Municipal de Almada aprovou na semana passada, por unanimidade, uma proposta para a realização de um estudo urbanístico e turístico no sentido de ser criado um Regulamento Municipal de alojamento local
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Diz o BE que Almada é o segundo dos municípios da sua dimensão com mais registos de alojamento local
De 01 de Janeiro a 20 de Março Almada teve 107 novos registos de alojamento local, um valor próximo do registado durante 2022 Joana Mortágua

Teatro Extremo estreia "Os conspiradores do futuro"

ACESSO A FUNDOS EUROPEUS

"Os conspiradores do futuro", com concepção e direcção de Carlos Fragateiro, é a nova criação do Teatro Extremo, que estreou na passada sexta-feira, no Teatro-Estúdio António Assunção, em Almada. "Os conspiradores do futuro" são a

59.ª criação do Teatro Extremo e faz parte do ciclo "EmCena a Ciência". No dia de hoje, Dia Mundial do Teatro e do 29.º aniversário do Teatro Extremo, haverá sessão extra, às 21h30. A peça está em cena até 23 de Abril.

Constituição das NUTS Península de Setúbal oficializada por Bruxelas

Processo está agora finalizado após publicação no jornal oficial da União Europeia

Tiago Jesus

O processo de constituição da Península de Setúbal como, simultaneamente, NUTS II e III, está concluído e oficializado. A formalização, por Bruxelas, das alterações necessárias ao regulamento das Nomenclaturas Comuns das Unidades Territoriais Estatísticas (NUTS) foi agora oficializada, após a publicação no Jornal Oficial da União Europeia (UE). No jornal oficial do órgão europeu, publicado na passada sexta-feira, é explicado que o regulamento delegado (UE) 2023/674 da Comissão, de 26 de Dezembro de 2022, altera os anexos do regulamento (CE) n.º 1059/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo à instituição de uma Nomenclatura Comum das Unidades Territoriais Estatísticas (NUTS). Ou seja, a constituição da NUTS [Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos] II permitirá autonomizar a Península

SINES

Região

BREVES

A decisão foi tomada em 26 de Dezembro último, mas foi apenas conhecida publicamente a 23 de Janeiro deste ano

de Setúbal – que tem estado integrada na NUTS Área Metropolitana de Lisboa – no acesso aos fundos europeus e, desse modo, deixar de estar fortemente penalizada no regime de apoios a grandes empresas ou na atractividade de financiamento comunitário.

A constituição da NUTS II deixa implícita também a criação de uma NUTS III para a Península de Setúbal

– a primeira é que determina o envelope financeiro a atribuir ao território, com base nos dados estatísticos definidos pela segunda.

A decisão foi tomada em 26 de Dezembro último, mas foi apenas conhecida publicamente a 23 de Janeiro deste ano. Na data em que a decisão foi tornada pública a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, reconheceu, em declarações exclusi-

vas a O SETUBALENSE, que a decisão representava uma vitória quer para o executivo de Costa quer para a região.

“A aprovação pela Comissão Europeia da proposta do Governo de Portugal relativamente à passagem da Península de Setúbal a CIM [Comunidade Intermunicipal] /NUTS III e NUTS II é uma questão de justiça para com o território, sobretudo para as suas empresas e municípios”, referiu na altura.

Ordem dos Engenheiros instala pólo no Tecnopolo

passada sexta-feira, tem como objectivo consolidar a sua presença na região sul, promover a adesão de novos membros e desenvolver actividades de empreendedorismo e formação.

to exponencial da actividade de engenharia” neste território.

Foi anunciada pela Ordem dos Engenheiros (OE) a instalação de um pólo em Sines. Esta criação, comunicada na

O Núcleo Sul da Ordem dos Engenheiros explicou, em nota de Imprensa, que a instalação deste novo espaço, no Sines Tecnopolo – Business Inovation Center Alentejo, está prevista para o segundo trimestre deste ano e acontece no actual “contexto de desenvolvimen-

Em nota de Imprensa, a Ordem dos Engenheiros explica que a criação deste polo “visa estreitar a relação” da Ordem dos Engenheiros “com os membros locais” e promover “a adesão de novos membros” que exerçam estas funções “na área geográfica envolvente, como Santiago do Cacém [Setúbal] e Odemira [Beja]”, referiu. Para consolidar a sua presença, no pólo de Sines da Ordem dos

Engenheiros vão ser desenvolvidas “actividades de promoção da engenharia, empreendedorismo, formação contínua e de especialidade, através de sinergias com o Sines Tecnopolo, visitas técnicas, conferências, eventos de 'networking' e partilha de 'know-how'”.

De acordo com a Ordem dos Engenheiros, o pólo vai iniciar, brevemente, o atendimento ao público, que irá decorrer entre as 17h00 e as 20h00, de segunda a sexta-feira.

O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) recebeu, em Vila Nova de Santo André, a equipa que representou o Alentejo no 45.º Campeonato Nacional das Profissões. Nesta edição, a equipa do Alentejo obteve “o melhor resultado de sempre”, conquistando seis medalhas de ouro, duas de prata, seis de bronze e sete de excelência, disse, em comunicado, a delegação regional do Alentejo do IEFP.

ALCÁCER DO SAL Inscrições no Prémio da Páscoa até 2 de Abril

O Município de Alcácer do Sal organiza, este ano, o 25.º Grande Prémio da Páscoa em Atletismo na cidade de Alcácer. A edição de 2023 desta competição terá lugar no dia 7 de Abril e será apadrinhada pelo paraciclista alcacerense Miguel Pacheco. As inscrições estão abertas até às 23h59 do dia 2 de Abril, através do link acorrer.pt/eventos/info/3155.

SANTIAGO CACÉM Alentejo no Campeonato das Profissões PASSATEMPO Almada Fórum oferece passeio em Porsche 924

No âmbito da Exposição “Vintage Drive Fashion”, que está a decorrer no Almada Fórum até 2 de Abril, foi lançado um passatempo que oferece a quatro visitantes a possibilidade de dar uma volta no autódromo do Estoril num Porsche 924 de 1975, acompanhados por um piloto profissional. Os vencedores com as melhores fotos, terão a oportunidade de usufruir, de uma volta individual no autódromo do Estoril.

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DR
Organização explica que esta criação pretende “estreitar a relação” da OE com membros locais e promover adesão de novos membros
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27 de Março de 2023 O SETUBALENSE 17 6009

Classificados

COMUNICAÇÃO PARA EXERCÍCIO DE DIREITO DE PREFERÊNCIA NA VENDA DE PRÉDIO MISTO PRÉDIOS MISTOS - REGIME JURÍDICO DA RESERVA AGRÍCOLA NACIONAL (RAN):

Para efeitos do artigo 26º, nºs 1 e 2 do Decreto-Lei nº 73/2009, de 31 de março (Regime Jurídico da RAN), na redação atual, e do artigo 416.º do Código Civil, os proprietários dos imóveis abaixo indicados (“Vendedores”), atenta a impossibilidade de notificar os proprietários dos prédios confinantes aos referidos imóveis que sejam titulares de direitos de preferência legais na venda dos mesmos (“Preferentes Legais”) nas respetivas moradas e/ou identificar o paradeiro dos mesmos, vêm comunicar por este meio aos Preferentes Legais a sua intenção de proceder à venda dos referidos Imóveis (“Imóveis”), expondo-se infra as principais condições do projeto de compra e venda (“Transação Projetada”), para exercício dos respetivos direitos legais de preferência:

1. Imóveis, Vendedores e Preço:

Os Imóveis a transmitir correspondem ao seguinte prédio misto:

• Imóvel: Prédio Misto, rústico e urbano, composto por parcela de terreno de cultura hortícola e edifício de rés-do-chão para habitação, descrito na 1ª Conservatória Predial de Setúbal com a descrição 779 da freguesia de S. Simão (União das freguesias de Azeitão, São Lourenço e São Simão) e com os artigos matriciais R 238 e U 3303 da mesma freguesia.

• Vendedor: Carbonell Figueras Lda com sede na Rua Guilhermina Suggia, 202, 4200-318 Porto, matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Porto sob o número único de matrícula e de identificação fiscal 503767206, com o capital social integralmente realizado de € 2.000.000,00 (dois milhões de euros).

• Preço: € 280.000,00 (duzentos e oitenta mil euros), sendo atribuído o valor de € 190.000,00 (cento e noventa mil euros) ao artigo Urbano e € 90.000,00 (noventa mil euros) ao artigo Rustico, não obstante de serem dois artigos diferentes o mesmo é apenas uma unidade física e que o negócio deverá ser efetuado no seu conjunto.

2. Compradores:

Teresa Alexandra Bandeira Allen Costa, portadora de cartão de cidadão nº 11956301 0ZX4 e Sérgio

Manuel da Mata Castro da Cruz, portador cartão cidadão nº 10508828 5ZX7.

3. Condições de Pagamento:

O pagamento integral na data da celebração da respetiva escritura.

4. Data da Escritura:

14 de abril de 2023, com possibilidade de prorrogação até 30 de Abril de 2023, em caso de indisponibilidade de alguma das partes, em local e hora a designar pelo Millennumbcp.

5. Estado dos Imóveis:

Os Imóveis serão vendidos no estado em que se encontram, livres de ónus ou encargos que afetem o título de propriedade dos mesmos.

6. Custos, Impostos e Despesas:

Todos os custos, impostos e despesas relacionados com a celebração da respetiva escritura de compra e venda e com os respetivos registos serão suportados pela Compradora.

O prazo para exercício da preferência pelos referidos Preferentes Legais é de 8 dias corridos contados da publicação do presente aviso, nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 416.º e dos artigos 225º e seguintes do Código Civil, sob pena de caducidade do respetivo direito de preferência.

Informa-se ainda que os Preferentes Legais apenas poderão exercer o direito de preferência em relação ao Imóvel cuja venda lhe confere esse direito, nos termos acima expostos, não sendo possível exercer direito de preferência na venda de qualquer um dos outros Imóveis ou sobre o conjunto dos mesmos.

Os Vendedores, Carbonell Figueras Lda com sede na Rua Guilhermina Suggia, 202, 4200-318 Contactos: Remax White II Coimbra, pacsilva@remax.pt (solicitamos que em qualquer contacto seja indicada a referência interna do imóvel: ID 124651051-56)

O SEGREDO DAS CARTAS

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CARNEIRO 21.03 a 20.04

No plano amoroso – não rejeite a possibilidade de se envolver um novo relacionamento. Poderá ser surpreendido, muito favoravelmente, com as atitudes e gestos de alguém que entrou há pouco na sua vida. No plano profissional – poderá entrar numa nova fase profissional, comece a pensar em novos projetos ou novas aplicações financeiras. Carta da semana – O SOL – semana muito luminosa e feliz para Peixes. Vai sentir-se com muita vontade de viver a vida e demonstrar a força das suas emoções e sentimentos.

TOURO 21.04 a 21.05

No plano amoroso, sente-se muito apaixonado e tem receio de mostrar os seus sentimentos. No plano profissional, terá algumas propostas, mas não se iluda com as mais vantajosas.

Carta da Semana – A Lua, esta carta mostra que você estará sensível e um pouco frágil, mas ao mesmo tempo estará com um grande poder de análise.

GÉMEOS 22.05 a 21.06

No plano amoroso – poderá travar novos conhecimentos, embora deva amadurecer bem as ideias antes de lançar num novo romance. Poderá ter de enfrentar oposições familiares para poder levar em frente uma relação. No plano profissional – deve manter a calma em todas as circunstâncias, até porque esta semana tudo está ao seu alcance. Carta da semana – O CARRO – a conjuntura anuncia progressos.

CARANGUEJO 22.06 a 22.07

No plano amoroso – possibilidade de os seus sentimentos serem completamente renovados. Numa situação inesperada ou mesmo sem estar disponível pode sentir novas emoções. No plano profissional – se estiver envolvido em atos de representação ou de cariz público, sair-se-á muito bem. Carta da semana – O AMOROSO – esta carta define uma semana intensa em que todos os comportamentos estão marcados pela paixão.

LEÃO 23.07 a 23.08

No plano amoroso – não aceite opiniões ou que se metam demasiado na sua vida, o seu coração é o seu melhor amigo e só poderá arrepender-se do que não fizer. No plano profissional – todos os negócios ou investimentos em que se envolver, desde que estruturados e calculados darão bons resultados. Carta da semana – O IMPERADOR – está muito lúcido, objetivo e eficaz marcando pontos em todas as situações que se envolver.

VIRGEM 24.08 a 23.09

No plano amoroso – não permita que o orgulho atrapalhe ou ponha em causa em relação. No plano profissional – alguns colaboradores podem interferir ou pôr em causa as suas opiniões, mas é aconselhável que não baixe os braços e faça persistir as suas ideias. Carta da semana – A FORÇA – fomenta novas ideias confere rapidez de raciocínio e força de vontade não permitindo que se instalem na sua vida indecisões ou qualquer tipo de medo.

BALANÇA 24.09 a 23.10

No plano amoroso – é uma semana adequada a que faça alterações na sua forma de vida; pode iniciar uma fase mais límpida e intensa. No plano profissional – algumas situações podem assumir contornos que não esperava e perante os quais terá de tomar uma posição. Carta da semana – A MORTE – é uma carta forte que permite conduzir a sua vida de forma objetiva e eficaz. Fim de uma etapa e inicio de uma nova etapa próspera.

ESCORPIÃO 24.10 a 22.11

No plano amoroso – não entregue o seu amora quem não o merece, corre o risco de deceções. Nem todas as promessas serão cumpridas esta semana. No plano profissional – dê atenção a um negócio ou a um projeto que pode esconder problemas, procure novos apoios. Carta da semana – A LUA – a conjuntura leva-o para o mundo dos sonhos em que é difícil ser racional, tente manter-se lúcido para não ser enganado.

SAGITÁRIO 23.11 a 20.12

SOCIEDADE DE NOTÁRIOS NO BARREIRO EXTRACTO

-------Certifico, para efeitos de publicação que, nesta data, foi lavrada, no Cartório Notarial no Barreiro do Dr. Carlos José Albardeiro Barradas, a folhas quarenta e oito, do Livro cento e oito - C, de escrituras diversas, uma escritura de justificação, tendo por justificante:--------------------------------------------------------------

Pedro Manuel Pereira da Costa, NIF 226233790, solteiro, maior, natural da freguesia de Campo Grande, concelho de Lisboa, com residência habitual e domicílio fiscal na Rua Fernando Pessoa número 5 Rego de Água, Alhos Vedros, Moita----------------------------------------------------------------------------------------O justificante declarou:-----------------------------------------------------------------------------------------------

-------Que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrém, do prédio urbano, composto de casa térrea, para habitação, sito em Palhais, na freguesia de Palhais, concelho do Barreiro, descrito na Conservatória do Registo Predial do Barreiro sob o número dois mil duzentos e quarenta e dois, da citada freguesia de Palhais, com aquisição a seu favor pela apresentação mil oitocentos e sessenta e nove, de um de setembro de dois mil e dezassete, inscrito na matriz sob o artigo 52 da união das freguesias de Palhais e Coina, com o valor patrimonial tributário de € 24.140,00, e que atribuem igual valor para efeitos desta escritura. ------------

-------Que, da inscrição matricial, resulta que o mesmo prédio tem a área total de noventa e três virgula vinte metros quadrados, correspondendo-lhe a superficie coberta de sessenta e oito virgula oitenta e sete metros quadrados e descoberta de vinte e quatro vírgula trinta e três metros quadrados.--------------------------------------

-------Que, porém, da referida descrição predial apenas consta a área coberta de quarenta e dois metros quadrados, não se encontrando registada a área coberta de vinte e seis virgula oitenta e sete metros quadrados e a área descoberta de vinte e quatro virgula trinta e três metros quadrados.------------------------------------------

-------Que, assim, não se encontra registada na identificada Conservatória a área total de cinquenta e um virgula vinte metros quadrados, a confrontar, do norte e do nascente com Joaquim da Silva llheu, do sul e do poente com a caminho público, que é parte do artigo 52 da união das freguesias de Palhais e Coina.-----------------------------

-------Que, de facto, a área correta da totalidade do prédio é a que consta da matriz predial e o identificado imóvel, tem de facto a área constante da matriz predial, ou seja, a superfície coberta de sessenta e oito virgula oitenta e sete metros quadrados e descoberta de vinte e quatro virgula trinta e três metros quadrados, estando devidamente demarcado e individualizado dos prédios confinantes há mais de quarenta anos.--------------------

-------Que, assim, somando a posse dos anteriores possuidores à posse que o aqui justificante vem exercendo desde a sua aquisição, conforme o permite o disposto no número 1, do artigo 1256º do Código Civil, a verdade é que há mais de vinte anos que vêm possuindo - não só a área coberta do imóvel que se encontra registada na Conservatória, mas também a demais parcela com a área total de cinquenta e um virgula vinte metros quadrados, da qual corresponde vinte e seis virgula oitenta e sete metros quadrados de área coberta e vinte e quatro vírgula trinta e três metros quadrados de área descoberta, - como um único prédio, em nome próprio e que vêm exercendo os poderes inerentes ao direito de propriedade, procedendo, quer o atual proprietário, quer os anteriores, como donos e legítimos possuidores, sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente, com ânimo de quem exerce direito próprio, sendo por isso uma posse pública, pacifica, contínua, pelo que adquiriram a mencionada parcela com superficie coberta de vinte e seis virgula oitenta e sete metros quadrados e descoberta de vinte e quatro virgula trinta e três metros quadrados, por usucapião, não tendo assim, documentos que lhe permitam fazer prova da aquisição pelos meios extrajudiciais normais.-----------------------------------------------Está conforme. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------Barreiro, vinte e três de março de dois mil e vinte e três.

O Notário

No plano amoroso, relações são correspondidas e regidas por si e pelos seus interesses. Controle o seu feitio pois numa relação toma decisões a dois. No plano profissional, mostre-se mais activo e mais empenhado com trabalhos que lhe são solicitados. Carta da Semana – O Mundo, esta carta mostra que as conquistas e os seus êxitos estão ao seu alcance, basta que consiga reunir todas as suas potencialidades para atingir os seus fins.

CAPRICÓRNIO 21.12 a 20.01

No plano amoroso – escute o que lhe dita o coração sempre que tomar uma decisão ou fizer uma escolha sentimental; todos os gestos deverão ser fruto de reflexão solitária e amadurecida. No plano profissional – está perfeitamente apto a atuar em proveito próprio e fazer bom uso das suas habilitações e conhecimentos. Carta da semana – A PAPISA – a semana promete ser muito importante.

AQUÁRIO 21.01 a 19.02

No plano amoroso, poderá estar a passar uma fase conflituosa, que se deve á indefinição de sentimentos, clarifique-os. No plano profissional, os trabalhos que tem em curso irão sofrer alguns atrasos, devido á falta de recursos. Carta da Semana – O Eremita, esta carta mostra que deve agir com rigor e cuidado em todas as situações.

PEIXES 20.02 a 20.03

No plano amoroso – momento propicio á evolução sentimental; conseguirá compreender alguns gestos e lidar melhor com os afetos. No plano profissional – vida financeira sujeita a flutuações que merecerão medidas adequadas em cima dos acontecimentos. Carta da semana – O JULGAMENTO – traz uma semana marcante pródiga em acontecimentos importantes que lhe possibilitarão análises e iniciativas fundamentadas.

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LABORATÓRIO

JJM é uma das referências no comércio de madeira e seus derivados

Segredo

A José Joaquim Miranda & Irmãos, é uma das lojas históricas da cidade de Setúbal. Conta com seis funcionários e um balcão no centro da

cidade, mais um armazém no Alto da Guerra.

Com cerca de nove décadas de existência, continua a ser uma das referências da cidade, e até mesmo do distrito, quando se fala do comércio de madeiras e seus derivados.

Tem sobrevivido aos constrangimentos da economia, tanto na cidade como no Distrito de Setúbal, devido à grande capacidade de adaptação aos diversos modelos de negócio, isto fruto da visão das diversas gerências que têm dado continuidade à marca.

Especializada inicialmente na venda de madeira de pinho, a agora

apelidada “mirandas – loja de Madeira”, foi adaptando-se ao longo do tempo às exigências do publico em geral e da construção civil em especial, diversificando a palete de matérias disponíveis.

Além das madeiras e seus derivados, a loja da empresa conta ainda com um área de drogaria virada para a carpintaria. Tem ainda uma área de carpintaria e de mecânica onde se transforma a madeira e seus derivados às necessidades dos clientes.

O seu modelo de negócio permite-lhe estar presente em grande parte do distrito onde assegura a distribuição dos seus produtos.

20 O SETUBALENSE 27 de Março de 2023 0000 PUBLICIDADE Urbanismo
da empresa setubalense é
capacidade de adaptação aos desafios que o mercado lhe tem colocado
a
FOTOS: DR
PUBLIREPORTAGEM
Rui Farinha e Elisabete Neves, gerentes da empresa José Joaquim Miranda & Irmãos
27 de Março de 2023 O SETUBALENSE 21 3936 5744

Opinião

Associação Setúbal Voz nos 470 anos da Junta de Freguesia de S. Sebastião

Na luta dos jovens constrói-se a mudança

Esta semana, a 28 de Março, significativamente o Dia da Juventude, recordamos a luta de 1947 dos jovens antifascistas de então que, com a sua coragem e alegria e confiança no futuro, marcaram de forma inesquecível o caminho de resistência que ajudou a semear o futuro e floresceu em Abril.

Mas o 28 de Março não é só dia de lembrar e homenagear as lutas que aconteceram no passado – é dia de sair à rua e erguer a voz no presente! Assim será com a concentração dia 28 às 15 horas no Rossio, em Lisboa, organizada pela Interjovem/CGTP-IN.

Como bem lembrou a Interjovem, os grupos económicos exibem lucros milionários e obscenos – e enquanto isso, um em cada quatro jovens recebe o salário mínimo nacional, e mais de metade recebe menos de mil euros. Os bens essenciais estão cada vez mais caros e os preços da habitação, seja arrendada, seja comprada, estão proibitivos. Os jovens saem de casa dos seus pais cada vez mais tarde, em média aos 33 anos atualmente. Como é que é suposto conseguir a emancipação com salários de miséria? Com este salário e estas rendas, os jovens vão viver onde?!

Os jovens não podem ser empurrados desta forma para a emigração, para a pobreza, para o passado. Os jovens têm direito a construir a sua vida, a construir os seus projetos, a construir a felicidade, no seu próprio país!

Já na semana passada, dia 21, os estudantes da Escola Secundária António Gedeão em Almada realizaram uma jornada de luta, de grande participação e afirmação, para protestar contra a falta de condições da escola e exigir a realização urgente de obras. Estivemos pre -

sentes e acompanhámos de forma solidária a luta dos estudantes, e confrontámos o Ministério da Educação com o abandono e desinvestimento em que tem deixado esta escola.

Era evidente a solidariedade de muitos professores e funcionários da escola, e participaram ativamente no protesto muitos pais e encarregados de educação (eles próprios antigos alunos que sofreram já há 20 ou 30 anos a falta de condições daquelas instalações, que até hoje não tiveram obras).

Salas com estores partidos, tetos a cair, pavimento destruído, tudo a contribuir para uma falta de segurança inaceitável. O pavilhão gimnodesportivo com o teto em mau estado há anos. Lavatórios partidos, portas sem trinco, autoclismos avariados. Os estudantes, concentrados à porta da escola, faziam ouvir a palavra de ordem "Passaram 30 anos / os pavilhões da Gedeão continuam sem planos!"- trata-se do que é há décadas conhecido como “galinheiros”: salas com portas e janelas partidas, estores a cair, buracos nas paredes, infiltrações, problemas no sistema elétrico.

Foi uma grande jornada de luta – assim como muitas outras que os estudantes têm vindo a realizar na região e no país. Assim como a grande manifestação de estudantes do ensino superior que se realizou em Lisboa na passada quinta-feira. Esta semana, prossegue a luta dos jovens trabalhadores.

Costuma-se dizer que os jovens são o futuro. Mas mais que isso, são já o presente – porque são protagonistas, já hoje, da vida do País. E com a sua luta constroem a mudança para um futuro melhor.

Na semana transacta, a Associação Setúbal Voz participou na cerimónia protocolar comemorativa dos 470 anos da Junta de Freguesia de S. Sebastião que decorreu no Auditório Bocage.

Foi para nós um motivo de forte satisfação e regozijo podermo-nos associar a este evento, uma vez que S. Sebastião (a freguesia onde nasci) é uma das freguesias mais prestigiadas e antigas, sendo a quinta mais populosa de Portugal.

Uma Pátria à Procura de Portugal foi o espectáculo apresentado em antestreia. Trata-se de uma Criação do Coro Setúbal Voz que contou com a participação de membros da Companhia de Ópera de Setúbal (Diogo Oliveira, Luís Carlos Figueiras e Mariana Chaves) e com a narração do jornalista João Moleira.

Ao longo do espaço compreendido entre 2023 e 2025, irão ser apresentadas ao público várias óperas subordinadas ao tema “As Constituições”. É com a existência das Constituições que se consagra os princípios ligados aos ideais da democracia, representatividade, separação de poderes, igualdade jurídica e respeito pelos direitos pessoais. A República e a Democracia de Abril, cujos cinquenta anos se comemoram em 2024, consubstanciam-se em CONSTITUIÇÕES.

As quatro óperas originais relativas às quatro Constituições são as seguintes: “1822, Mautempo em Portugal”, “1911, a Conspiração da Igualdade”, “1976, A Evolução dos Cravos” e “2030, A Nova Ordem”.

O público que encheu por completo o Auditório Bocage, aplaudiu de pé confirmando ulteriormente a qualidade artística do projecto da Associação Setúbal Voz, neste caso representada pelo seu Coro Setúbal Voz e três membros da Companhia de Ópera de Setúbal.

Durante o decorrer da nossa actuação, alguns dos presentes choraram emocionados, porque lhes traziam memórias muito dolorosas e íntimas associadas à Guerra Colonial.

A música “Grândola, Vila Morena” da autoria desse cantautor genial que é José Afonso, com arranjo de Jorge Salgueiro, é particularmente intensa, associadas às palmas das mãos pintadas de vermelho, simbolizando os cravos de

PENSAR SETÚBAL

se, André Martins, e o anfitrião, Nuno Costa, congratularam-se, salientando a importância que a Associação Setúbal Voz detém no panorama cultural setubalense.

A produção artística da Associação Setúbal Voz que inclui para além do Coro Setúbal Voz, o Ateliê de Ópera de Setúbal e a Companhia de Ópera de Setúbal, possui uma matriz conceptual que promove o contacto e o diálogo com outras dimensões, tendo sempre subjacente a própria identidade, bem como a contemporaneidade artística.

Nesse sentido, a Associação Setúbal Voz assume-se como charneira para um novo modelo, no que diz respeito aquilo que se pretende que seja e um novo estímulo para uma nova aproximação do público à arte erudita contemporânea.

Setúbal Voz

Abril, geraram um momento muito intenso e emotivo, a que o público se associou com muito entusiasmo.

No final do espectáculo o presidente da edilidade setubalen -

A Associação Setúbal Voz evoluiu para uma sistematização e aprofundamento de uma determinada tipologia de linguagem artística, através de um conceito radical, inovador, singular, desconcertante e apaixonante, com um novo dimensionamento espacial. Nesse contexto, os cantores são sempre uma presença estrutural em qualquer espaço artístico que deve ser explorada e optimizada. Com os novos conceitos implementados, os cantores ocupam, de facto, um espaço real que pode e deve ser “preenchido”, com a consciência de uma pesquisa constante, para se procurar atingir uma plenitude física e artística em palco. No nosso caso, a ousadia musical e interpretativa, quando alicerçada numa filosofia própria e coerente, rompe barreiras, esbate conformismos, altera as percepções e proporciona-nos entrar em dimensões artísticas completamente diferentes e desconhecidas.

Nesse dia ocorreram muitas estreias de novos coralistas que estavam muito felizes e entusiasmados. Risos, choros, flores, alegria, emoções transbordantes.

A sua presença constitui um excelente indicador quanto à vitalidade deste nosso Projecto Setúbal Voz

Muitos parabéns à Junta de Freguesia de S. Sebastião.

22 O SETUBALENSE 27 de Março de 2023
Professor
O público que encheu por completo o Auditório Bocage, aplaudiu de pé confirmando ulteriormente a qualidade artística do projecto da Associação
OPINIÃO
Deputado do PCP

DIRIGENTE REELEITO PROMETE 'MUSCULAR' O CLUBE

Sócios do Vitória confirmam Carlos Silva como líder da direcção

Sustentabilidade

financeira e revitalização patrimonial são duas das linhas programáticas

Carlos Silva, único candidato às eleições do Vitória, foi este domingo reeleito presidente da direcção do clube da Liga 3 de futebol, para o mandato 2023-2025. A eleição dos órgãos sociais (Assembleia-Geral, Direcção, Conselho Fiscal e Disciplinar e Conselho Vitoriano) para o triénio foi confirmada após a contagem dos votos do Pavilhão Antoine Velge (ver resultados na edição online d’O SETUBALENSE), que até às 16 horas registou uma afluência superior a 300 votantes.

Recordamos as linhas programáticas que a candidatura aos órgãos socias do emblema sadino apresentou aos associados nos dias que antecederam a reeleição de Carlos Silva para a presidência da direcção. Reforço de gestão e sustentabilidade financeira; Consolidação da Marca; Revitalização patrimonial das infraestruturas existentes; Sustentabilidade e solidariedade social e Desenvolvimento de talentos foram os cinco grandes temas englobados.

No que ao reforço de gestão e sustentabilidade financeira diz respeito, os dirigentes ontem eleitos pretendem “actualizar o modelo de ‘Governance’ tendo como prioridade o equilíbrio financeiro, eficiência e inovação; digitalizar as actividades do clube; aumentar receitas com campanhas de angariação de novos sócios e parcerias locais; criar um plano de angariação de sócios empresariais para benefício dos associados, com descontos e vantagens e propor a alteração de Estatutos.

Outro dos pontos do programa foca-se na procura da consolidação da Marca, sendo apontadas algumas directrizes para o concretizar: reforçar o posicionamento da marca Vitória; aumentar a proximidade do clube com os sócios e adeptos nos canais digitais, com a construção de

um novo website; reforçar os canais de comunicação sobre o Universo Vitória: diversificar fontes de receita com suporte da marca Vitória e iniciar um processo de reaproximação às filiais.

A criação de melhores condições para todos os que se dedicam à prática desportiva no Vitória é considerada crucial, razão pela qual a revitalização patrimonial das infraestruturas existentes também integra as linhas

programáticas apresentadas. Renovar as infraestruturas existentes: pavilhão, ginásios e escolinhas de futebol; reabilitar a Várzea; projectar a modernização do Estádio do Bonfim em conjunto com o Vitória FC SAD e a Câmara Municipal e projectar o Museu do Vitória FC estão entre os projectos que desejam implementar. A sustentabilidade e solidariedade social também merecem a atenção do programa que quer ver uma aproxima-

ção ainda maior do Vitória à comunidade e à região. Assim como aumentar e consolidar o nível de satisfação do universo vitoriano – atletas, técnicos, funcionários, sócios e adeptos –; apoiar organizações de adeptos e fãs do clube que respeitem e se identifiquem com os ideais desportivos; tornar o clube ainda mais eclético, de forma a atrair novos sócios e adeptos e poiar e desenvolver iniciativas de âmbito social na região através do desporto.

Sadinos vão recorrer Tribunal mantém válida decisão de descida administrativa do Vitória

O Vitória anunciou esta sextafeira que o Tribunal Central Administrativo Sul notificou o clube da decisão de manter a descida administrativa decretada em 2020, altura em que foi despromovido da I Liga de futebol ao terceiro escalão.

“O Vitória Futebol Clube foi

notificado hoje, da decisão do Tribunal Central Administrativo Sul, que manteve a decisão do TAD (Tribunal Arbitral do Desporto)”.

Inconformado com a decisão, o emblema sadino, que na altura foi despromovido por não cumprir os requisitos para

se manter nos campeonatos profissionais por motivos financeiros, anuncia que vai agora recorrer da decisão.

“Comunicamos ainda que o Vitória vai apresentar recurso sobre esta decisão”, lê-se na publicação difundida pelos órgãos de comunicação do clube.

A finalizar, os órgãos sociais querem um desenvolvimento efectivo de talentos em todas as modalidades. Como? Reforçando a identidade das modalidades do clube com base num modelo de cooperação transversal a todos os desportos; estabelecer parecerias e protocolos com clubes, associações e instituições da região para intercâmbio de novas metodologias e contribuição para o crescimento do desporto na região de Setúbal e apostar na captação de talento nas Escolinhas de futebol e das restantes modalidades.

Depois de na passada quarta-feira, o presidente Carlos Silva, de 64 anos, ter apresentado estas linhas programáticas numa sessão de esclarecimento que decorreu no Auditório Bocage, da Junta de Freguesia de São Sebastião, o jurista, que tem David Leonardo e João Lopes como Presidente da Mesa da Assembleia Geral e presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar, esteve no sábado em contacto com os setubalenses no Mercado do Livramento.

27 de Março de 2023 O SETUBALENSE 23 Desporto
Ricardo Lopes Pereira
O SETUBALENSE
Vitorianos exerceram ontem o direito de voto no Pavilhão Antoine Velge

MARÉS TEMPO

HOJE 26º 24º 7º 8º AMANHÃ 01:08 - 1.0 m - Baixa-mar 07:26 - 2.9 m - Preia-mar 13:22 - 1.2 m - Baixa-mar 19:44 - 2.8 m - Preia-mar SETÚBAL | TRÓIA SINES 07:04 - 2.8 m - Preia-mar 12:58 - 1.3 m - Baixa-mar 19:22 - 2.8 m - Preia-mar SESIMBRA 07:03 - 2.8 m - Preia-mar 12:56 - 1.3 m - Baixa-mar 19:22 - 2.8 m - Preia-mar ALMADA 01:14 - 1.1 m - Baixa-mar 07:40 - 3.2 m - Preia-mar 13:28 - 1.4 m - Baixa-mar 19:57 - 3.1 m - Preia-mar
Céu pouco nublado Céu pouco nublado 5729 5426
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