O Setubalense, diário regional de Setubal nº 218

Fim-de-semana EDIÇÃO

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SEXTA-FEIRA | 26.JULHO.2019 | N.º 218 | Ano I | 5.ª Série

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DRAGAGENS AVANÇAM ESTE ANO

NESTA EDIÇÃO 124 PÁGINAS

164 ANOS

P.6 e 7

Ministra do Mar inaugura Rampa das Baleias no dia em que grupo Pestana anunciou nova providência cautelar

MONTIJO P.4

LITORAL ALENTEJANO Samouco em devoção aCIMAL E AML ESTÃO EM NEGOCIAÇÕES “ACELERADAS” Nossa Senhora do Carmo

P.3

Suplemento celebra aniversário do jornal

NEGÓCIOS

Pluricoop pode ser centro de Saúde no Bairro do Areias

PINHAL NOVO

Reginacork ajuda a salvar floresta da região há 20 anos P.96 e 97

Elisabete Jacinto e Joaquim Tapadinhas vão receber medalha de ouro da cidade PUBLICIDADE

Carreiras de Alcácer e Grândola para Setúbal e Lisboa com passes económicos “em breve”

SETSER prepara salão imobiliário P.98

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SEXTA-FEIRA, 26/07/2019

ACTUAL

SANTIAGO DO CACÉM

Dia Saudável nas piscinas esta sexta-feira

As Piscinas Municipais de Santiago do Cacém recebem esta sexta-feira, a quarta edição do Dia Saudável, que assinala o encerramento da épo-

ca de actividades 2018/2019, informou ontem a Câmara Municipal.

A iniciativa conta com aulas de hidroginástica, espaço criança, produtos

saudáveis, consultas de nutrição, rastreios, sessões de reiki e musicoterapia. O Dia Saudável é organizado pelo município, União de Freguesias

de Santiago do Cacém, Santa Cruz e São Bartolomeu da Serra e pela Comissão Social da Freguesia de Santiago do Cacém.

EDITORIAL

O jornal que queremos fazer todos os dias FRANCISCO ALVES RITO

Se aquilo que conta na leitura de um jornal é o que fica depois de o fecharmos, haverá nesta edição muita coisa de enorme valor. São 124 páginas de paixão pela região

Director

Fundado a 1 de Julho de 1855, O SETUBALENSE celebra este mês 164 anos de existência. É o mais antigo jornal em publicação, anterior até a títulos históricos da imprensa portuguesa, como o Diário de Noticias ou o já extinto ‘O Século’.

Celebramos o aniversário com esta edição especial, sob o título ‘O jornal que queremos fazer todos os dias’, que encerra uma pretensão dupla; demonstrar a nossa paixão pelo jornalismo, pelo jornal, e também pelo suporte em papel, e oferecer aos leitores uma edição mais próxima do nosso ideal de jornal.

‘O jornal que queremos fazer todos os dias’ quer dizer que é isto que gostamos e queremos continuar a fazer diariamente, mas significa, ao mesmo tempo, que será o jornal que gostávamos de conseguir publicar todos os dias, em quantidade de páginas, em diversidade de conteúdos e de géneros jornalísticos e em tempo – bem cada vez mais escasso em jornalismo – para produzir e maturar.

Nesta edição, feita com mais tempo,

estamos mais perto do jornal que sonhamos construir para a cidade e para a região.

Num total de 124 páginas – recorde na imprensa da região – apresentamos muita coisa, desde a actualidade, com relato dos principais acontecimentos de ontem mesmo, às entrevistas mais aturadas e reportagens mais longínquas.

Estas páginas abraçam toda a região, com reportagens rigorosamente em todos os 13 concelhos do distrito, com as nossas gentes. Entre os mais jovens e os que gozam já de mais “juventude acumulada” (bonita expressão de Custódio Pinto), presentes e passados – refiro-me ao histórico fundador do jornal, Almeida Carvalho, cuja biografia, elaborada pelo rigor de Manuel Henrique Figueira, publicamos também hoje - apresentamos uma extensa moldura de pessoas extraordinárias.

Há por aqui também os encantos de locais únicos, como o paraíso à beira-Sado do Pego da Barca, que Carlos Cupeto nos mostrou, ou os

NOTA DA DIRECÇÃO COMERCIAL

ERRATA

A edição que hoje publicamos inclui a participação, enquanto anunciantes, de uma centena e meia de empresas e instituições de todo o distrito que não podemos deixar de evidenciar.

No actual sistema de financiamento dos órgãos de comunicação social, a sus-

tentabilidade económica é a primeira condição de força e virtude de qualquer jornal, pelo que a aposta de tantas e tão diversificadas pessoas, individuais e colectivas, é sinónimo de esperança num futuro promissor.

Só podemos agradecer a confiança das

empresas e instituições da região, não apenas por esta edição mas pela aposta permanente e continuada ao longo de anos, e procurar retribuir com investimento num jornal cada vez melhor.

Carla Rito e Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Directores comerciais

A edição de hoje apresenta o número errado nalgumas páginas. Uma troca de chapas, na fase de impressão, que afectou a numeração de oito páginas (num total de 124). Tal erro, que afecta apenas o número e não a localização das páginas, deve-se, grosso modo, à

milenares atractivos de Alcácer do Sal, compilados pelo jornalista André Rosa.

Se, como alguém disse, ‘os jornais se medem por aquilo que nos fica quando os fechamos”, com certeza muita coisa poderá ficar depois da leitura desta centena de páginas.

São muitas estória da nossa gente, das nossas coisa, da nossa terra. Há sonhos, revelações e intenções. Até internas. A realidade e a ambição do próprio jornal constam também na forma de reportagem e entrevistas.

Fizemos esta edição com grande prazer e com o sentimento de que estamos, hoje e sempre, a cumprir uma missão, como grandes vultos da história tão bem definiram que devem ser os trabalhos que visam a construção de um mundo melhor.

Como disse o visionário Voltaire, devemos construir o nosso jardim. E o beneficio comum será tanto melhor se, ultrapassando o domínio do belo, ao lado do jardim houver uma biblioteca, como defendeu o eloquente Cícero.

tarefa gigantesca de impressão de um caderno desta dimensão, que teve de ser feita faseadamente durante quase dez dias. Pedimos desculpa aos leitores, com esperança de que possam concordar que tal lapso não deslustra o valor global do trabalho.

FICHA TÉCNICA

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SETÚBAL ALMADA SEIXAL PALMELA BARREIRO ALCOCHETE OUTROS CONCELHOS MONTIJO MOITA 212 383 228 265 520 716 265 094 354 265 092 725 212 318 392 212 047 599 212 047 599 212 384 894 937 081 515

Registo de Título N.º 107552 | Depósito Legal N.º 8/84

Propriedade: Outra Margem - Publicações e Publicidade, Lda. Contribuinte: 515 047 325. (Detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro). Editor: Primeira Hora - Editora e Comunicação, Lda. Contribuinte: 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress, Lda., Losango Mágico, Lda., Carla Rito e Gabriel Rito) Sede de Administração e Redacção: Travessa Gaspar Agostinho, 1 - 1.º, 2900-389 Setúbal.

Conselho de Gerência: Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro.

CONCELHO DE SETÚBAL Travessa Gaspar Agostinho, 1 - 1.º - 2900-389 Setúbal - Tel. 265 094 354 (geral) / 265092 633 (redacção) / 265 092 725 - 265 520 716 (dep. comercial) CONCELHO DE PALMELA Rua José Saramago, lote 26 - loja direita 2955-027 Pinhal Novo - Tel. 212 384 894 CONCELHOS DE MONTIJO E ALCOCHETE Praça da República, 63, Galerias Comerciais, Lj 18.

Tel./Fax: 212 318 392

CONCELHO DO BARREIRO Intermarche da Moita - Quinta Santa Rosa Rua Classe Operário - Alhos Vedros - Moita Tel.: 212 047 599 - 939 050 535 CONCELHO DA MOITA Intermarche da Moita - Quinta Santa Rosa Rua Classe Operário - Alhos Vedros - Moita Tel. 212 047 599 / 939 050 535 REDACÇÃO Director: Francisco Alves Rito (CPJ 2292) diretor@osetubalense.com Redacção: Mário Rui Sobral (CPJ 3872 A),

Humberto Lameiras (CPJ 2321 A); Ana Martins Ventura (CPJ 7230 A). Colaboradores: Inês Antunes Malta (CPJ 7226 A); Miguel Nunes Azevedo (TP 2608); Fátima Brinca (CPJ 2574); Rogério Matos (CPJ 9929); Helga Nobre; André Rosa; Ricardo Lopes Pereira e José Pina. Fotografia: Mário Prata, Alexandre Gaspar e Arsénio Franco.

DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO Teresa Inácio, Dulce Lança e Branca Belchior.

PUBLICIDADE Direcção Comercial: Carla Sofia Rito e Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro. Setúbal: Ana Oli-

veira, Mauro Sérgio, Célia Felix e Rosália Batista. Montijo: Graciete Rodrigues.Palmela: Rosália Batista. Barreiro: Carla Santos.

Moita: Carla Santos.

IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda. - Travessa Jorge d’Aquino, 7 - 2900-427 Setúbal e-mail: geral@tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária: 9.000 exemplares

Estatuto Editorial disponível em https://www.facebook.com/pg/ JornalOSetubalense/ about/?ref=page_internal

Edição online www.diariodaregiao.pt Digital Media Officer: José Luís Andrade

Os artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores

SEXTA-FEIRA 26/07/2019

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Comissão Política Nacional do PSD avocou ontem a elaboração da lista de candidatos a deputados pelo círculo de Setúbal, disse o presidente da distrital, Bruno Vitorino, que acusa a direcção nacional de promover “a divisão e a intriga”.

“A Comissão Política Nacional decidiu, de forma unilateral, avocar o processo de elaboração das listas em Setúbal entregando essa responsabilidade a Fernando Negrão [número dois] e ao cabeça-de-lista do distrito [Nuno Carvalho]”, afirmou o responsável pela distrital de Setúbal.

Bruno Vitorino classifica a decisão como “surpreendente” e considera que esta “não respeita nem as estruturas do partido nem os seus estatutos”, dizendo não se recordar de nada semelhante nos últimos anos no partido.

“Foi com muito espanto que recebemos esta informação do secretário-geral e do presidente. Queremos lamentar de forma profunda como a nacional está a gerir o processo, a promover a divisão, a intriga.

Não sei como é que isto vai ajudar o partido nos desafios que tem pela frente”, criticou.

Bruno Vitorino salientou que, apesar do “primeiro episódio” de exclusão da ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, das listas por Setúbal, e imposição do número dois, a distrital não abdicou das suas competências e mantinha a disponibilidade para participar no processo de elaboração da restante lista.

“A lista de Setúbal que apresentarem no Conselho Nacional será da exclusiva responsabilidade de Fernando Negrão, do cabeça-de-

lista e do dr. Rui Rio”, apontou.

Apesar desta decisão, Bruno Vitorino diz que tem pedido às pessoas que foram indicadas pelas estruturas locais e que venham a figurar na lista final que não abdiquem do seu lugar, salientando que as indicações iniciais “eram as pessoas mais competentes e mais capazes de representar o distrito”.

“Foi de boa-fé que indicámos o nome de Maria Luís Albuquerque e dos restantes”, afirmou o líder da distrital, que também fazia parte dos nomes indicados pelas estruturas locais.

Questionado se admite demitirse da liderança da distrital de Setúbal, Bruno Vitorino afirmou que “está tudo em cima da cima”, remetendo qualquer decisão para uma reunião que terá com a estrutura já depois do Conselho Nacional de dia 30, no qual estará presente.

Negrão imposto por Rio Na última terça-feira, tal como O SETUBALENSE noticiou em primeira-mão, o nome da ex-ministra das Finanças foi excluído das contas para as legislativas de 6 de Outubro próximo, por indicação do presidente do partido, Rui Rio, que impôs ainda o nome de Fernando Negrão, líder parlamentar dos social-democratas, para o segundo lugar da lista por Setúbal.

A escolha dos cabeças-de-lista é prerrogativa do presidente do partido, já tendo sido divulgados os nomes dos ‘número um’, mas no que toca ao restante das composições das listas os estatutos do PSD não definem qual a ‘quota’ de candidatos que a direcção pode impor às estruturas distritais. Apenas determinam que compete às distritais “propor à Comissão Política Nacional candidaturas à Assembleia da República, ouvidas as Assembleias Distritais e as Secções”.

As listas de candidatos a deputados do PSD serão votadas, de braço no ar, no Conselho Nacional do partido da próxima terça-feira, em Guimarães. O SETUBAENSE com Lusa

LITORAL ALENTEJANO CIMAL está a negociar com Área Metropolitana de Lisboa

Passes económicos vão incluir ligações a Setúbal e Lisboa Passageiros dos cinco concelhos do Alentejo Litoral beneficiam de passes a 40 euros já a partir de 1 de Agosto mas autarcas querem incluir carreiras para a AML “em breve” POR FRANCISCO ALVES RITO

O

s passes económicos que a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) negociou com a Rodoviária do Alentejo, e que vão entrar em vigor no próximo dia 1 de Agosto, podem ser alargados, posteriormente, às carreiras que fazem a ligação a Setúbal e a Lisboa.

A intenção dos autarcas alentejanos foi revelada ontem pelo presidente da CIMAL Durante a reunião pública da Câmara de Alcácer do Sal, a que também preside, Vitor Proença informou que estão a decorrer negociações nesse sentido entre a comunidade intermunicipal e a Área Metropolitana de Lisboa (AML).

“Estamos a tratar com a AML, de forma acelerada, para termos, em breve, redução tarifária em linha para Setúbal e Lisboa”, afirmou o autarca comunista, explicando que o custo de financiamento desta extensão dos benefícios económicos para os utentes dos transportes públicos será suportada essencialmente pelos municípios alentejanos, principalmente Al-

O SETUBALENSE - DIÁRIO DA REGIÃO

Bruno Vitorino acusa Rui Rio de promover divisão e intriga

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O SETUBALENSE - DIÁRIO DA REGIÃO

Guerra aberta com a Comissão Política Nacional a avocar a elaboração da lista de candidatos por Setúbal

O líder da distrital de Setúbal acusa o presidente do partido de não respeitar nem as estruturas nem os estatutos do PSD

ACTUAL

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

Edifício dos Paços do Concelho vai ser valorizado Na reunião de ontem, o executivo municipal de Alcácer do Sal aprovou a abertura de concurso público para a empreitada de valorização arquitectónica e funcional do edifício dos Paços do Concelho. O investimento, de 156 mil euros, passa pela substituição de janelas e fontes térmicas. O valor tem co-finaciamento na ordem dos 60 mil euros, ao abrigo de uma candidatura apresentada

cácer e Grândola, que são os concelhos que mais carecem destas carreiras rodoviárias. “A AML não terá que pagar porque o maior movimento é do Alentejo para Setúbal e Lisboa e não o contrário”, disse.

A oposição camarária mostrou-se satisfeita com a possibilidade anunciada pelo presidente da autarquia, mas Clarisse Campo perguntou como está a decorrer o processo de adesão dos utentes ao novo tarifário, uma

pela autarquia ao programa para bens e equipamentos municipais, sendo os restantes cerca de 96 mil euros, mais IVA, suportados pelo município.

Foi igualmente aprovada, desta vez por unanimidade, a atribuição de um subsidio de mil euros à Sociedade 1.º de Janeiro Torranense para apoio ao encontro de corais alentejanos que esta colectividade está a organizar.

vez que depende de inscrição numa plataforma online da Rodoviária do Alentejo. Vereadora socialista demonstrou preocupação com alegadas dificuldades no processo.

O presidente da Câmara respondeu estar a “ouvir pela primeira vez” tais preocupações, sublinhou que “as pessoas estão a ser informadas” quer pelos municípios quer pela empresa, e manifestou a convicção de que não haverá problemas.

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COINA

SEXTA-FEIRA, 26/07/2019

REGIONAL MONTIJO

GNR encontra substância suspeita em contentores de Lixo

A GNR descobriu dois caixotes do lixo com uma substância suspeita de ser explosiva, em Coina, no concelho do Barreiro.

No primeiro contentor, a 600 metros de distância do segun-

do, de acordo com populares, terá ocorrido uma explosão.

Em declarações à Lusa, o comandante da GNR de Almada, Luís Maciel, indicou que ambas as ocorrências aconteceram na

Rua Cidade de Setúbal, em Coina e que os dois contentores tinham “material idêntico”.

O porta-voz da GNR, Hélder Barros, tinha avançado à Lusa que o primeiro caixote do lixo

encontrado continha alegadamente explosivos civis, utilizados em pedreiras, contudo, Luís Maciel esclareceu que “ainda não conseguiram comprovar que seja explosivo”.

Autarquia e tutela já discutem instalação no edifício onde funcionou a Pluricoop

A Câmara Municipal já informou a ARSLVT que está disposta a ceder o local para a construção e a assumir-se como dona da obra, revelou Nuno Canta

O SETUBALENSE

Centro de Saúde pode nascer no Bairro do Areias um investimento de meio milhão de euros, a suportar pela tutela, com a perspectiva de vir a contar com sete médicos, sete enfermeiros e cinco assistentes técnicos. Na altura, foi ainda avançado que este equipamento deveria abrir portas em 2019.

Biblioteca vai ser requalificada

POR MÁRIO RUI SOBRAL

A

brir uma extensão do Centro de Saúde do Montijo no Bairro do Areias é o objectivo da gestão socialista da Câmara Municipal que já apresentou uma proposta à tutela.

A autarquia fez saber à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) que está “disponível para ceder o edifício que albergou a Pluricoop e para se assumir como dona da obra de ampliação do imóvel” tendo em vista a construção do equipamento, disse Nuno Canta, presidente da Câmara do Montijo.

A revelação do socialista surgiu durante o período antes da ordem do dia da reunião pública quinzenal do executivo, na última quarta-feira, na sequência de uma intervenção do vereador da CDU, Carlos Jorge de Almeida, que alertou para as medidas de prevenção a adoptar face às “ondas de calor” esperadas para esta altura do ano.

O presidente da Câmara quer ver alargada a resposta do serviço de saúde pública no concelho, até porque,

Instituições apoiadas com 72 mil euros Durante a reunião foi aprovado um conjunto de apoios financeiros a várias associações e instituições do concelho, no montante global de 72 mil e 445 euros. As maiores fatias do bolo foram atribuídas à Fábrica da Igreja do Divino Espírito Santo, que vai receber 34 mil e 500 euros para restauro de toda a fachada exterior do imóvel, e à União Mutualista Nossa Senhora

afirmou, “o grande problema da saúde no Montijo é a falta de infra-estruturas”.

Recorde-se que, a 20 de Abril de 2018, foi assinado um protocolo, entre

da Conceição, que encaixa 22 mil e 845 euros para obras no jardim infantil da Casa da Criança. Foram ainda contemplados: o Centro Social de São Pedro (3.800 euros), as Festas Populares de N. Sra. da Atalaia (sete mil euros), o 36.º Festival de Folclore do Grupo de Danças e Cantares do Afonsoeiro (500 euros), o Grupo de Cicloturismo do Afonsoeiro (500 euros) e a Tertúlia Tauromá-

a ARSLVT, o Centro Hospitalar Barreiro Montijo e a Santa Casa da Misericórdia do Montijo, para criação de uma Unidade de Saúde Familiar numa ala de-

quica do Montijo (3.300 euros, para custear os seguros necessários às actividades do grupo de forcados).

A proposta de apoio à Tertúlia Tauromáquica foi a única que não foi aprovada por unanimidade. O vereador do PSD votou contra, justificando que a associação “não apresenta contas e não é transparente relativamente aos dinheiros públicos a ela afectos”.

socupada do hospital local, no edifício onde antigamente funcionava o serviço de medicina interna. Esta outra resposta foi então apresentada como

Mas as revelações de Nuno Canta, no que toca a matéria de investimento, não se ficaram pela área da saúde.

Confrontado pelo vereador do PSD, João Afonso, sobre o estado da Biblioteca Municipal Manuel Giraldes da Silva, o autarca socialista anunciou que o referido equipamento irá ser alvo de “requalificação e ampliação”.

Depois de lembrar que esse até “é um compromisso” assumido no seu programa eleitoral, Nuno Canta avançou que conta “lançar a obra e talvez até proceder à inauguração” da mesma ainda neste mandato.

Neste momento está em curso o procedimento para “adjudicação do projecto para ampliação do edifício”, que após a obra passará a ter o piso superior “dedicado a espaço de leitura”.

Esta foi a resposta de Nuno Canta a João Afonso, que considerou que “a aquisição de livros para a biblioteca bem como a oferta cultural de obras literárias no Montijo está ao nível do paupérrimo".

“A biblioteca não pode ser apenas um local onde os miúdos vão estudar ou onde se vai ler o jornal do dia”, concluiu o social-democrata.

Com a Medalha de Ouro do Concelho

A

piloto Elisabete Jacinto e o professor Joaquim Carreira Tapadinhas vão receber a Medalha de Ouro do Concelho do Montijo no próximo dia 14 de Agosto, numa sessão solene a ter lugar, pelas 17h00, na Galeria Municipal.

A atribuição da mais alta distinção do município – que visa apenas galardoar pessoas ou instituições que tenham prestado ou prestem serviços relevantes ao concelho ou ao País – foi aprovada, por unanimidade (como se impõe), pelo executivo camarário, presidido por Nuno

DIREITOS RESERVADOS

Elisabete Jacinto e Joaquim Tapadinhas vão ser galardoados no ‘Dia da Cidade’ Canta, na reunião de quarta-feira.

Os montijenses vão ser agraciados no dia em que o Montijo comemora a elevação à categoria de cidade.

“Elisabete Jacinto nasceu no Montijo, a 8 de Junho de 1964. É licenciada em Geografia pela Faculdade de Letras de Lisboa. Em 2019, tornou-se na primeira mulher a vencer uma maratona de todo-o-terreno ao volante de um camião, o Rali África Eco Race. Ao longo da sua carreira desportiva participou e muitas vezes venceu na categoria de senhoras ou na sua classe vários ralis de

moto. Em 2003, foi uma das primeiras mulheres a terminar em camião o rali Paris-Dakar e a ganhar uma Taça do Mundo nesta categoria”, destaca a autarquia, sobre o percurso da piloto.

“Joaquim Carreira Tapadinhas nasceu no Montijo, a 12 de Maio de 1936. Licenciado em História, com Mestrado em História Política e Social, durante 30 anos foi professor em diversas escolas do Montijo, Alcochete e Moita. À carreira docente, juntou um notável percurso no movimento associativo monti-

jense, tendo sido presidente e cofundador do Círculo Histórico Cultural do Montijo e dirigente do Ateneu Popular do Montijo, da Cooperativa Trabatijo, da Banda Democrática 2 de Janeiro, entre outras associações. Realça-se, ainda, o seu percurso na vida política: foi presidente da primeira Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Montijo entre 1974 e 1975, após a revolução do 25 de Abril”, sublinha o município em relação ao professor, e também autor, que vai ser igualmente distinguido.

SEXTA-FEIRA 26/07/2019

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

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REGIONAL

SETÚBAL

SEXTA-FEIRA 26/07/2019

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

Ana Paula Vitorino esteve ontem junto ao rio Sado

Ministra diz que dragagens avançam este ano No dia em que se soube que o grupo Pestana avançou com uma nova providencia cautelar, desta vez contra dragagens de manutenção do terminal da Secil e Cimpor, governante reafirma necessidade do aprofundamento dos canais começar após Outubro

POR FRANCISCO ALVES RITO FOTO MÁRIO ROMÃO

A

s dragagens do Projecto de Melhoria das Acessibilidades Marítimas ao Porto de Setúbal são mesmo para avançar este ano, afirmou ontem a ministra do Mar à beira-sado, durante a inauguração da renovada Rampa das Baleias (ver outro texto).

Questionada pelos jornalistas, Ana Paula Vitorino explicou o arranque das obras ainda este ano com a necessidade de ser aproveitado o período entre Outubro e Maio fixado

pela Declaração de Impacte Ambiental (DIA) da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) no âmbito do Estudo de Impacte Ambiental do projecto de aprofundamento dos canais de navegação.

O arranque da obra foi reafirmado pela ministra da tutela no mesmo dia em que foi noticiado que há uma nova providencia cautelar interposta pelo grupo Pestana, desta vez contra dragagens de manutenção.

Providencias cautelares chegam às dragagens de manutenção O Pestana Hotel Group anunciou ontem que interpôs uma acção judicial para travar a autorização de deposição de dragados que a Direcção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) concedeu recentemente à Secil e à Cimpor para a “imersão no mar de 114 mil metros cúbicos de materiais arenosos com contaminação vestigiária, provenientes de dragagens de manutenção na área de acesso ao cais da TEPORSET”, o terminal portuário usado por estas empresas cimenteiras na Mitrena, em Setúbal.

Esta é a primeira acção judicial contra dragagens de manutenção no Sado, depois de várias já apresentadas contra o Projecto de Melhoria da

Acessibilidade Marítima ao Porto de Setúbal, obra promovida pela Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS).

As providencias cautelares até agora têm sido rejeitadas pelos tribunais, sendo que a mais recente era já contra a deposição de dragados - TUPEM 5 – na restinga, zona considerada maternidade de peixe.

O novo TUPEM agora contestado prevê uma quantidade de areia 144 mil metros cúbicos - substancialmente menor do que a das dragagens de aprofundamento dos canais de acesso ao porto, que será de aproximadamente cinco milhões de metros cúbicos.

“Este TUPEM é mais ou menos o

mesmo mascarado de outra forma. É um novo TUPEM mas não é um facto novo.”, disse José Roquette, administrador do grupo Pestana, acrescentando que o novo depósito é em “local próximo do outro, em frente à península de Troia”.

No mesmo sentido, Pedro Vieira, presidente do Clube da Arrábida, refere tratar-se “sensivelmente do mesmo local do já aprovado para a zona da restinga” e alerta que “não houve novo estudo de impacto ambiental”.

O Pestana Hotel Group, detentor do maior eco-resort do país situado em Tróia, em frente ao local em causa para a deposição de dragados, alerta que as operações “causarão impactes irreversíveis na economia da região,

Ministra sabe por O SETUBALENSE e diz que é um absurdo A ministra do Mar teve conhecimento de nova providencia cautelar ontem pelo jornal. Questionada pelo jornalista Humberto Lameira, respondeu que não tinha conhecimento. “De qualquer forma não faz sentido. Este é um porto necessário, que faz parte da vida e da economia quer do concelho

quer do distrito. É fundamental para toda a economia da Península de Setúbal, que cria emprego, e, naturalmente, tem que ter dragagens de manutenção, como vem acontecendo desde que foi construído. É um absurdo que alguém tente travar dragagens de manutenção.”, disse Ana Paula Vitorino.

bem como no meio ambiente, único no delta do estuário do Sado e da Península de Tróia”.

O administrador deixa bem claro que o grupo não é contra as dragagens, que apenas contesta a fora como os processos têm decorrido.

“O grupo Pestana não pretende hostilizar nenhuma entidade. O que nos preocupa é que, juntando as peças todas destes puzzle complexo, concluímos que falta alguma transparência e algum rigor.”, explicou.

José Roquette pede “sensibilidade” das partes envolvidas para “equilibrar numa visão moderna” os diferentes interesses em presença, designadamente a preservação ambiental com as estratégias para o turismo e desenvolvimento industrial.

O SETUBALENSE tentou ouvir a APSS mas até ao fecho desta edição não obteve qualquer comentário.

A Secil confirmou ter “em curso um processo de licenciamento de dragagens, que é público”, mas não adiantou muito mais.

“Não temos conhecimento de qualquer providencia cautelar, pelo que não sabemos exactamente o que está a ser contestado. Trata-se de dragagens regulares do terminal comum à Secil e à Cimpor”, disse Nuno Maia da comunicação institucional da Secil.

SEXTA-FEIRA 26/07/2019

REGIONAL

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

SETÚBAL

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45 mil euros melhoram acessos a estacionamento e ao rio

Rampa das Baleias pode ser ‘esticada’ se for necessário A ministra do Mar veio pessoalmente a Setúbal para inaugurar as obras de requalificação da Rampa das Baleias.

Para Ana Paula Vitorino esta é uma pequena obra em investimento, mas grande na resolução das necessidades dos seus utilizadores

POR HUMBERTO LAMEIRAS

A

requalificação da Rampa das Baleias, em Setúbal, está concluída e já permite o acesso de

SETÚBAL

embarcações de recreio ao rio Sado.

A obra foi assumida pela Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), e inaugurada ontem pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.

Mas os utilizadores deste corredor não estão totalmente satisfeitos, apesar de considerarem que agora é mais fácil meter os barcos à água.

“O projecto que está exposto diz que a rampa e o esporão iam ficar mais compridos”, diz Castelo, proprietário de um dos barcos de recreio que desce à água pela Rampa da Baleias. O grande problema é que no final da rampa, do lado do mar, existe uma altura de cerca de seis metros e, “quem não conhecer isto, sujeita-se a que o reboque do barco caia”.

A perspectiva era que as obras da APSS corrigissem aquele desnível mas, “apenas colocaram uns palmos

e cimento na rampa e melhoraram um bocadinho o acesso dos carros”, acrescenta Castelo que afirma já ter sido dado conhecimento deste descontentamento à administração do Porto de Setúbal.

De facto, tanto a presidente da APSS, Lídia Sequeira, como a ministra Ana Paulo Vitorino têm conhecimento desta queixa, e ambas mostraram disponibilidade para nova intervenção na Rampa das Baleias “se for necessário”. Aliás, a ministra afirma que é “obrigação” da APSS zelar pelas condições de rio na sua área de administração.

Tal como a presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, dizia ontem, agora “deixa de ser necessário pagar taxa para meter o barco na água”, a ministra do Mar reforçava a importância deste trabalho de requalificação da rampa varadouro

ao afirmar que, “por vezes, as pequenas obras são tão importa como as grandes, desde que resolvam os problemas das pessoas”.

Com a intervenção a requerer um investimento de 45 mil euros, a ministra do Mar avançou que o próximo trabalho na Rampa das Baleias é colocar sinalização tanto sobre as condições de funcionamento, como a localizar o acesso da mesma a partir da Estrada EN10/4. “A sinalização vai ser colocada imediatamente”, garantia.

Do mesmo modo garantia haver capacidade financeira caso seja necessário acrescentar obra à requalificação da Rampa das Baleias, caso se comprove que os seus utilizadores têm razão tanto quando às dificuldades de colocar os barcos no água em certas marés, como pelos riscos que afirmam existir.

Programa Revive entra na segunda edição

O Programa Revive é visto pelo Governo como um êxito na requalificação de móveis classificados.

A segunda edição vai incluir três edifícios da península, dois em Almada e o Outão, em Setúbal, um forte virado ao Sado

DIREITOS RESERVADOS

Forte do Outão entra na lista dos requalificáveis

POR HUMBERTO LAMEIRAS

A

Fortaleza do Outão entrou na lista dos edifícios públicos classificados a ser requalificados no âmbito do Programa Revive. A segunda edição deste programa foi apresentada ontem em Lisboa, pelo Ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, que para além do imóvel em Setúbal mencionou mais 14 edificados, dois deles em Almada.

Este programa conjunto dos ministérios da Economia, Cultura e Finanças promove a recuperação e a

requalificação de imóveis públicos classificados que estão sem uso, através da concessão a privados para exploração para fins turísticos.

Ora o uso turístico é precisamente um dos destinos que tem sido apontado para a Fortaleza do Outão onde, desde a primeira década do século passado, funciona o Hospital Ortopédico Sant'Iago.

Como O SETUBALENSE-DIÁRIO DA

REGIÃO publicou em Abril, esta unidade de saúde vai sair da Serra da Arrábida para ser integrada no novo edifício do Hospital de São Bernardo na cidade de Setúbal, fica portanto livre para investidores do sector do turismo.

Na altura, a Câmara de Setúbal dizia desconhecer o destino do imóvel, assim como o destino da fortaleza.

Comentava o vereador Ricardo Oliveira

que este uso deverá ser o “adequado”, não sendo de esquecer que se trata de um “edifício histórico [século XIV] com interesse patrimonial, numa zona especial”. Se isto for tido em conta, “o concelho só tem a ganhar”, acrescentava.

O Programa Revive foi lançado em 2016 e já abrangeu 33 imóveis, tendo sido lançados até agora 17 concursos, dos quais sete foram adjudicados.

O Ministério da Economia recorda que este programa “é considerado um case study na recuperação de património público, tendo já sido promovida a exportação do modelo deste programa para São Tomé e Príncipe, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Angola”.

Para além do Forte Velho do Outão, o grupo dos 15 da segunda edição do Programa Revive vai incluir o Castelo de Almada e a Fortaleza da Torre Velha, também em Almada. “Este é um passo em frente que mostra que o Revive é uma forma diferente de reabilitar o património”, disse Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, durante a apresentação dos imóveis envolvidos nesta segunda fase do programa.

Para o ministro da Economia o Revive “tem um ritmo de concretização

muito raro na Administração Pública portuguesa”, e apontou-o como “absolutamente notável”. Pedro Siza Vieira lembrou ainda que só através deste programa foi possível “fazer tanto trabalho em tão pouco tempo”, para logo revelar que os 17 concursos lançados na primeira edição receberam mais de 500 manifestações de interesse.

Quanto a valores arrecadados pelo Estado com estes concursos, o governante deu a saber, através da TSF que destes concursos “sete foram adjudicados, quatro estão em fase de apreciação de propostas, um vai ser adjudicar muito em breve, e já estão bastantes em construção, num total de investimentos de cerca de 54 milhões de euros em reabilitação”.

E acrescenta: “já temos uma unidade hoteleira de Elvas em funcionamento", abriu em Junho.

Por seu lado o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, revelou que as rendas anuais conseguidas com estes imóveis garantiram para o erário público “um milhão de euros”.

Na apresentação da segunda fase do programa, para além do ministro Adjunto e da Economia, esteve a ministra da Cultura, Graça Fonseca, e a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.

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SETÚBAL/ALMADA

Casa da Cultura e Galeria Art-Fact inauguram exposições

SEXTA-FEIRA, 26/07/2019

Sábado são inauguradas duas exposições, de duas artistas, uma em Setúbal e outra em Almada.

No espaço das Artes, Casa da

LOCAL

Cultura de Setúbal, às 17 horas, abre ao público a exposição da pintora angolana Emília Vaz. Na Galeria Art-Fact no Centro

Comercial da Herdade de Aroeira, é a vez da polonesa Mariola Landowska mostrar a sua exposição de artes visuais, que vai

estar patente até 14 de Agosto. O programa da inauguração inclui um recital de violino por Washington Andrade.

MONTIJO No próximo domingo

[ FOTOS: DIREITOS RESERVADOS ]

Mostra fotográfica e marcha popular dinamizam Mercado Municipal

Iniciativa visa apoiar o comércio local

Branco invade Alcochete para noite intensa de animação Actividades integram-se no novo projecto municipal de dinamização cultural do espaço

A

partir do próximo domingo, 28, e até 30 de Setembro o Mercado Municipal do Montijo vai ter patente ao público uma exposição de fotografia dedicada à avifauna do concelho. “Montijo também é campo” intitula a mostra, que dá a conhecer “as diversas aves que habitam no território, em particular nas freguesias mais rurais da zona Este” do concelho, explica a Câmara Municipal, que promove a actividade no âmbito “do novo projecto de dinamização cultural 'O Nosso Mercado'”.

O projecto, salienta a autarquia, “procura evidenciar o Mercado Municipal enquanto espaço aberto ao lazer e à cultura, aliando a socialização ao acto de comprar, numa relação de constante proximidade com a comunidade”.

Esta, porém, não é a única iniciativa agendada para domingo. “Também, pelas 11h00, 'O Nosso Mercado' vai contar com a animação

musical da Marcha Popular do Montijo, criada em Setembro de 2018 e que conta com 18 marchantes”, adianta a edilidade, lembrando ao mesmo tempo que, além das duas actividades referidas, está já patente no Mercado Municipal “uma mostra etnográfica com trajes tradicionais de alguns grupos de folclore do concelho, nomeadamente do Rancho Folclórico e Etnográfico 'Os Águias Negras' do Alto Estanqueiro e do Rancho Folclórico e Etnográfico de S. Sebastião Dan-

ças e Cantares da Freguesia de Canha”.

Através do projecto 'O Nosso Mercado', o município associou-se “à campanha internacional 'Gosto do Meu Mercado', que pretende a dinamização dos mercados grossistas ou retalhistas, envolvendo as comunidades locais”. A campanha “está a ser desenvolvida em mais de 30 países da Europa, América e Ásia e conta com a participação de mais de três mil mercados”, revela a autarquia a concluir.

São 65 os estabelecimentos comerciais aderentes que vão estar de portas abertas até altas horas da noite.

A animação musical vai ser uma constante nas principais artérias da vila

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núcleo antigo da vila ribeirinha de Alcochete volta amanhã, 27, a decorar-se de branco para viver mais uma noite intensa, numa aposta de apoio da Câmara Municipal ao comércio local. A segunda edição da Noite Branca arranca ao final da tarde e prolonga-se pela noite, com muita animação musical, dj's, e o branco como denominador comum na decoração do espaço público, além da adesão de 65 estabelecimentos comerciais, que vão estar de portas abertas.

O concerto com “Impossibly Funky Band”, a partir das 18h30, no Largo da República, abre o programa de animação que, pelas 19h00, é

reforçada com “Pure Dj White Party” na Rua Diário de Notícias.

Destaque para a “Glow Band” que vai efectuar, a partir das 22h00, um percurso itinerante com muita luz e percussão pelas artérias principais do núcleo antigo.

Para as 23h00 está agendada a actuação de “Sin Prisa”, rumba e flamenco, no Largo António Santos Jorge, enquanto na Ruas Comendador Estêvão, a partir das 23h30, as despesas musicais estarão a cargo do Dj Gaisita, sendo que à mesma hora mas no Largo João da Horta também haverá animação com Dj. O Largo António Santos Jorge, a partir da meia-noite, está entregue ao Dj El Trombita e meia-hora depois será a vez do Dj Alefox dar música no Largo São João.

A Noite Branca está integrada na programação do festival “Alcochete Street Art Fest” e é organizada pela autarquia em parceria com a Associação do Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal (ACISTDS), no âmbito do protocolo de colaboração rubricado no ano passado entre as duas entidades, tendo em vista a revitalização do comércio tradicional.

Programa 18h30 - Concerto com Impossibly Funky Band Largo da República (largo do Salineiro) by PeixeViraPrato 19h00 - Pure Dj White Party Rua Diário de Notícias Terraço de ViraPrato 21h30 - Lady Ballons dá outra perspectiva da Noite Branca 22h00 - Glow Band em percurso itinerante com muita luz, percussão e muita diversão 23h00 - Sin Prisa (Rumba e Flamenco) Largo António Santos Jorge by Grupo Forcados Amadores de Alcochete 23h30 - DJ Gaisita Rua Comendador Estêvão de Oliveira by O Marítimo 23h30 - Animação com DJ Largo João da Horta by O Telheiro 00h00 - Dj El Trombita Largo António Santos Jorge by Grupo Forcados Amadores de Alcochete 00h30 - Dj Alefox Largo de São João by Alternativa

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O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

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JOSÉ RODRIGUES

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O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

Novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Canha

José Rodrigues, 60 anos, diz-se filho da terra. Depois de toda uma carreira militar como Coronel e de ter passado pelo Ministério da Defesa Nacional, em Lisboa, tornou-se irmão da Santa Casa da Misericórdia de Canha por se sentir cativado pela instituição. Recebe o primeiro convite para provedor em 2010, mas só em 2019 se diz sentir preparado para assumir o cargo. O futuro passa, com muita certeza, pela tecnologia

Como surgiu o primeiro contacto com a instituição?

Fui convidado, ainda no activo, para ser irmão da misericórdia. Senti-me cativado por isto, até porque acabei por institucionalizar aqui os meus pais.

Torno-me irmão e começo a trabalhar muito cedo com a misericórdia. É neste período que se desenvolve o projecto da Unidade de Cuidados Integrados e que tive várias reuniões em grupo de irmãos com a Câmara Municipal do Montijo para desenvolver o projeto. Em determinada altura há eleições e sou convidado para os corpos sociais. Inclusive, o primeiro convite é para substituir a provedora que estava na altura. Não me sentia preparado mentalmente para encarar esse desafio. Não estava nos meus horizontes. Nunca quis assumir uma responsabilidade nesta eleição, até porque não conhecia o que era uma misericórdia. Ouvia falar, mas acho que tinha uma ideia na altura como todos os portugueses têm. Portanto, estive uma década na mesa administrativa.

Há dez anos não se sentia preparado para ser provedor, agora sente-se?

Há duas situações. Nós nunca estamos preparados, porque esta função de provedor é uma aprendizagem contínua. Não podemos ter a presunção de que sabemos tudo.

Não sabemos. É o provedor que representa praticamente todo o corpo social numa dinâmica diária.

Os dez anos foram uma escola importante e tive pessoas importantes aqui que me abriram os horizontes e marcaram, no sentido de conhecer o que é a misericórdia e dar pretensão de estar preparado.

Quando vou a votação para provedor, faço-o com alguma resistência.

Resistência de nunca querer vir a ser provedor, mas estas coisas às vezes não são uma questão de querermos ou não.

Neste momento aceito este desafio com entusiasmo, mas sem os meus pares não vou conseguir nada. Dia-a-dia vou construindo este provedor até ao final do mandato. Não sabemos depois disto, porque depende da obra que fizermos.

Terei possibilidades de continuar se for esse o meu interesse e o interesse da irmandade. Só tenho de estar preparado. O provedor é visto como o indivíduo que responde pela misericórdia, embora isto seja mais complexo. O maior representante é o Presidente da Assembleia Geral.

Mas, na prática, é o provedor que dá a cara pela misericórdia.

Como caracteriza esta Santa Casa da Misericórdia?

Esta Santa Casa da Misericórdia está com 403 anos. Nos arquivos existe a direcção do dia 16 de Agosto de 1616.

Somos uma instituição de cariz religioso católico, mas somos uma instituição aberta. Não vedamos a entrada a ninguém, desde que as pessoas não violem o cariz da instituição. Olhamos para o ser-humano no fundo e não para aquilo que ela pratica, desde que tenha laços de afetividade com alguém de cá.

Privilegiamos é os locais.

Somos uma misericórdia centenária que tem passado por muitos altos e baixos. As misericórdias nas-

DIREITOS RESERVADOS

“Há uma ambição muito grande de nos pela misericórdia do futuro”

ceram para ser cuidadoras na área da saúde. Depois a evolução resultou na transformação da misericórdia para lugar de acolhimento dos mais frágeis.

Nestes 400 anos fomos uma misericórdia muito rica em termos materiais. Houve uma altura em que os donos das grandes herdades deixavam a acumulação de riqueza de uma vida para a misericórdia.

Em 2002 estávamos reduzidos a um pequeno hospital, doado por uma mecenas e transformado num lar. Estava muito envelhecido. A misericórdia estava mesmo nos seus

“Terei possibilidades de continuar se for esse o meu interesse e o interesse da irmandade. Só tenho de estar preparado.

O provedor é visto como o indivíduo que responde pela misericórdia, embora isto seja mais complexo”

mínimos de existência. Neste ano, a provedora Honorina Silvestre agarrou um projecto que ficou em mais de 3 milhões de euros. Fez um empreendimento de acolhimento moderno, virado inteiramente para o século XXI, não só em termos estruturais, mas em termos de espaçamento. Veio criar um equipamento numa área necessitada e isolada.

Hoje, trabalhamos num raio de 30 quilómetros. Recebemos utentes em centro de dia. Temos serviço de apoio domiciliário e fazemos milhares de quilómetros por mês, mas aquilo que tem de exigência finan-

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tornarmos conhecidos

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HORÓSCOPO Pelo Astrológo Tarólogo e Guia Espiritual

Francisco Guerreiro Consultório: 96 377 05 04 MONTIJO E-mail: francisco_astrologo@hotmail.com

CARNEIRO - 21.03 a 20.04 ceber que nós continuamos a ser um parceiro privilegiado no equilíbrio social das populações. Somos os indivíduos mais próximos.

A sua linha de pensamento/atuação, vai ao encontro da antiga provedora?

Estes dez anos são importantes e marcantes na minha vida. Deu para ser pensante, introspetivo e aberto mentalmente para a realidade da fragilidade humana. A minha linha de pensamento foi desenvolvida ao longo destes anos.

Na evolução da modernidade, a linha é idêntica. Aliás, uma das bandeiras da anterior provedoria é exatamente a modernidade, como instalações

“Somos entidades modernas, organizacionais ao nível de empresa. Obrigadas a obedecer à autoridade das condições para o trabalho”

ceira e gasto de transporte tem de carácter humano. Nas populações mais isoladas este é, por vezes, o único contacto existente durante o dia.

A misericórdia hoje é pequena, mas grande em termos de ação. Para mim, esta misericórdia tem três fases. Considero a de ontem antes de 2002, a de hoje depois de 2002 e a do futuro a partir deste ano. Há uma ambição muito grande de nos tornarmos conhecidos pela misericórdia do futuro.

Em 1974, do pouco que tínhamos ficámos muito lapidados. Neste momento, passados cerca de 40 anos, as entidades políticas começam a per-

modernas e as tecnologias utilizadas no sentido de ser um benefício para a população residente.

A linha é a mesma porque não existe volta a dar. Não devemos, nem podemos tornar uma instituição que queremos mudar no início do século XXI, novamente retrógrada. É uma grande responsabilidade levar a instituição realmente a abraçar este século.

Em termos de linha de actuação, esta é entusiasta e optimista.

E em termos de dificuldades sentidas?

Esta misericórdia tem uma abrangência de actuação numa população que está a diminuir drasticamente.

Nós estamos perto e estamos afastados de tudo. Em termos territoriais pertencemos à Câmara Municipal do Montijo, mas estamos cortados a meio pelo Município de Palmela. Isso

tem criado algumas dificuldades de relacionamento. Tem muito a ver com a proximidade que a misericórdia tem com o município. Se essa proximidade tiver um afastamento é muito difícil termos apoios e isso tem de ser trabalhado.

Nos últimos anos não fomos muito apoiados. Neste momento, o quadro está aberto e eu penso que há uma grande sensibilização por parte do município porque nós somos, em qualquer território, um parceiro fundamental no equilíbrio social.

E que expectativas tem para o futuro?

Chegado o ano de 2019, não por ter assumido agora, mas sim porque essa é uma dinâmica dos anteriores corpos sociais, começa-se a projetar esta casa para o futuro.

Esta projeção não poderia deixar de ter a tecnologia. Uma preocupação nossa e de todas as misericórdias do país. Esta misericórdia, tal como as outras, sozinha não é nada. Estamos ligados à União das Misericórdias Portuguesas e é esta entidade que consegue que a força das misericórdias se faça sentir junto dos órgãos decisores políticos. Sem ela as misericórdias dificilmente conseguiriam ter o seu papel junto das populações.

Somos entidades modernas, organizacionais ao nível de empresa. Obrigadas a obedecer à autoridade das condições para o trabalho. Estas condições são satisfeitas aqui como em qualquer outra empresa, e somos, num determinado ponto de vista, empresas. Noutro, somos misericórdias.

A diferença está na forma como nós gerimos toda a parte financeira.

Direcionámos essa resolução financeira para auxiliar os mais necessitados, enquanto que numa empresa o seu objetivo é gerar lucro.

As misericórdias têm de tentar acompanhar o futuro, mas tendo sempre balizado as fronteiras. Temos de saber enterrar os mortos e saber cuidar dos que estão vivos. Estes talvez sejam os dois chavões entre a fronteira mais material e a fronteira do espírito. Quando cuidamos destas duas fronteiras temos os nossos referenciais definidos. A estratégia a desenvolver é tão abrangente que irá misturar soluções básicas de vida com as altas tecnologias emergentes.

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No plano amoroso, bons momentos adivinham-se. A harmonia é uma constante, mesmo que possam surgir alguns conflitos.

No plano profissional, pode vir ao de cima uma questão antiga e que pode abalar a sua posição no trabalho. Tente parecer que está seguro mesmo que isso não corresponda á realidade.

Carta da Semana – A Temperança, capacidade de adaptação ás evoluções, tente compreender o que o rodeia.

TOURO - 21.04 a 21.05

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No plano amoroso, esta semana sente-se um pouco confuso em termos sentimentais. Mas não surgirão grandes problemas.

No plano profissional, estará iluminado, com uma grande capacidade de influência sobre os outros e de resolução de problemas.

Carta da Semana – O Mago, capacidade de escolha, aproveite para tomar decisões e encontrará boas soluções.

Gémeos - 22.05 a 21.06

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No plano amoroso, consegue contagiar todos com a sua boa disposição. Excelente período para relacionamento a dois.

No plano profissional, grandes perspectivas de promoção ou até mesmo de se tornar independente.

Carta da Semana – O Imperador, esta carta representa o começo da luta pelo progresso.

CARANGUEJO - 22.06 a 22.07

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No plano amoroso, desenvolva uma postura séria e de confiança, ainda que atravesse um período algo complicado, pense que nem tudo o que parece é.

No plano profissional, semana de grandes concretizações embora alguns resultados sejam mais demorados.

Carta da Semana – A Papisa, esta carta aconselha a que seja prudente e não “fale demais”, pois a confidencialidade não será respeitada.

LEÃO - 23.07 a 23.08

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No plano amoroso, tendência para desmotivação, mas não se precipite e evite explosões verbais.

No plano profissional, a falta de concentração neste período farão com que surjam muitos problemas além de você achar que algo se passa por trás das suas costas.

Carta da Semana – A Lua, esta carta diz-nos que esta semana não deve arriscar pois a sorte não está aliada a si. Tente gerir-se pela lógica.

VIRGEM - 24.08 a 23.09

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No plano amoroso, não se culpe por algo que aconteceu no passado, se surgir oportunidade de amar, siga em frente mas sem grandes expectativas.

No plano profissional, a fase que se aproxima é favorável a associações, no entanto, não é aconselhável que o faça sem que analise correctamente as pessoas em questão.

Carta da Semana – O Amoroso, esta carta diz que deve evitar decisões muito repentinas sem estarem bem definidas.

BALANÇA - 24.09 a 23.10

No plano amoroso, vai ultrapassar a instabilidade sentimental, novos conhecimentos.

No plano profissional, tente conter os gastos, só economizando é que se pode ter resultados positivos.

Carta da Semana – O Mundo, esta carta capta boas influências, que permitem que consiga ter êxito em tudo aquilo a que se propuser fazer.

ESCORPIÃO - 24.10 a 22.11

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No plano amoroso, viva o amor com muita intensidade mas respeitando a individualidade de cada um, caso contrário pode correr o risco de se perder, de não saber quem é.

No plano profissional, leve avante novas iniciativas. Aposte em trabalhos pessoais e verá o seu trabalho ser reconhecido.

Carta da Semana – O Sol, esta carta exerce uma influência positiva e protectora, mas você necessita de uma virtude natural sua que é a coragem.

SAGITÁRIO - 23.11 a 20.12

f g

No plano amoroso, aumente a tentativa de promover o diálogo e a descoberta de afinidades para consolidar a sua relação.

No plano profissional, semana de grandes realizações, mas vai correr alguns riscos, mas correrá tudo pelo melhor.

Carta da Semana – A Imperatriz, esata carta define uma semana de boas evoluções, em todas as situações sairá com bons resultados.

CAPRICÓRNIO - 21.12 a 20.01

No plano amoroso, se continuar a haver uma ausência de apoio e dedicação as relações correm o risco de se dissolverem. Reflicta e estabeleça prioridades.

No plano profissional, tente dar um equilíbrio á parte profissional, mas tudo está controlado.

Carta da Semana – O Julgamento, esta carta significa que está a ser observado, qualquer passo em falso, cai-lhe tudo em cima, como se tivesse constantemente a ser julgado.

AQUÁRIO - 21.01 a 19.02

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No plano amoroso, semana de recompensas, esteja confiante e tudo correrá como deseja.

No plano profissional, possibilidades de viagens de negócios, contenha os gastos, está um pouco extravagante.

Carta da Semana – O Papa, esta carta mostra-nos que você tem necessidade de sentir seguro e de conhecer a verdade.

PEIXES - 20.02 a 20.03

No plano amoroso, modifique algumas atitudes para que consiga aliviar tensões familiares.

No plano profissional, momento em que tem algumas dificuldades em controlar situações inesperadas.

Carta da Semana – O Dependurado, esta carta diz-nos que você tem que se libertar de algumas situações, mas que só consegue se tiver apoios.

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LOCAL

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O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

Um histórico da imprensa nacional FRANCISCO JESUS

FERNANDO CARIA

Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra

Presidente da Junta da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro

Vivemos rodeados de informação, que nos chega das mais diversas formas, de múltiplas origens, muitas vezes sem qualquer tipo de validação. A escolha daquilo que é ou não é verdadeiro, que é ou não é importante, torna-se difícil, mesmo para o leitor mais atento.

O “global” sobrepõe-se ao “local”, e o que se passa do outro lado do mundo chega-nos primeiro que a notícia sobre o nossa rua, o nosso bairro, o nosso concelho.

O papel dos jornais numa época onde imperam as novas tecnologias, e em que qualquer um pode ser o mensageiro, é frequentemente questionado. No entanto, os jornais regionais podem beneficiar de condições mais favoráveis para garantirem a tão necessária credibilidade e isenção, em virtude de um maior conhecimento no terreno e de uma maior capacidade de selecção e validação de acontecimentos, permitindo-lhes marcar uma importante diferença neste contexto complexo.

A imprensa regional continua a ser um meio privilegiado para a divulgação de acontecimentos que muitas vezes não passam

no crivo mais mediático dos jornais nacionais, mas que a nível local têm enorme relevância.

A imprensa regional continua a promover o debate público, a defender causas comuns, a dar espaço à opinião e a esclarecer muita da desinformação veiculada e que se espalha pela opinião pública. A sua presença contribui para o reforço da identidade local e para o incentivo à participação ativa dos cidadãos na vida da comunidade.

Melhor prova disso são os 164 anos do jornal O SETUBALENSE, um histórico da imprensa nacional, que atravessou três séculos e que tem sabido renovar-se e reinventarse. Depois de 164 anos de actividade, o jornal O SETUBALENSE, que recentemente se fundiu com outro título de referência do distrito, o Diário da Região, continua a manter uma dinâmica invejável. É um feito notável, sobretudo numa altura em que a imprensa, e sobretudo a imprensa regional e local, enfrenta tantos desafios.

Os meus parabéns a O SETUBALENSE – DIÁRIO DA REGIÃO e a toda a equipa que diariamente nos informa sobre o que acontece na Península de Setúbal.

Procuramos resolver os problemas dos nossos cidadãos e temos sido transparentes, responsáveis, rigorosos e conscientes no desempenho das funções Neste exercício de refletir em palavras o “Estado da Freguesia” não poderia deixar de começar por afirmar a nossa convicção que o Montijo e o Afonsoeiro estão melhores pelo trabalho que temos desenvolvido nos últimos anos. Enquanto presidente da nossa junta de freguesia terei sempre como principal desígnio continuar a tarefa de procurar servir bem todas as nossas freguesas e fregueses.

Como sabemos, esta é uma tarefa sempre inacabada. Há sempre oportunidades para fazer mais e melhor pelo bem-estar e qualidade de vida dos nossos cidadãos.

Temos plena consciência disso, assumimo-lo com total transparência e sentido de responsabilidade, mas temos igualmente consciência do vasto trabalho já realizado e ao qual daremos continuidade.

Vamos, por isso, continuar a nossa aposta na educação e na escola pública da freguesia e nas medidas de apoio e ação social, tanto junto da população sénior através do nosso projeto Cuidar +65, como no trabalho de parceria e em rede com as instituições de solidariedade social da freguesia, que nos permite dar um valioso contributo para o apoio às pessoas e famílias economicamente mais vulneráveis.

Obra de requalificação incide sobre património e ambiente

Moita aposta em frente ribeirinha renovada Entre Julho e Setembro a frente ribeirinha entre a Moita e o Gaio/Rosário estará com circulação condicionada e pontualmente suspensa, em alguns dias

A

frente ribeirinha entre a Moita e o Gaio/Rosário está em requalificação. Uma obra que abrange mobilidade e património.

O projecto representa um investimento de 253 mil euros por parte da autarquia e tem como objectivos a reabilitação do percurso pedonal e ciclável existente, a plantação de um alinhamento de árvores, a reabilitação da ruína do moinho de maré, bem como a modelação e limpeza do terreno entre a ciclovia e o rio, no troço frente à Escola Básica 2/3 Fragata do Tejo.

No decurso desta intervenção, os trabalhos de proteção marítima terão de ser efectuados nos períodos de baixa-mar, durante os quais haverá

atravessamento da ciclovia por veículos pesados. Por esse motivo, a circulação pedonal e ciclável estará condicionada e pontualmente suspensa, em alguns períodos do dia, no troço da ciclovia entre a Quinta da Freira e o Gaio, entre os dias 15 de Julho e 15 de Setembro.

Através deste projecto o município pretende a valorização e proteção ecológica das margens ribeirinhas, “criando um percurso de interpretação e observação da paisagem e promovendo a sua fruição”, avança em comunicado.

DIREITOS RESERVADOS

É um feito notável, sobretudo numa altura em que a imprensa, e sobretudo a imprensa regional e local, enfrenta tantos desafios

Freguesias do Montijo e Afonsoeiro estão melhores

Entendemos, também, como fundamental continuar o apoio à cultura, ao desporto, ao movimento associativo e às nossas tradições. Desenvolvemos, por isso, mais de duas dezenas de contratos-programa e apoiamos as associações que dinamizam o Carnaval do Montijo.

Procuramos resolver os problemas, por mais pequenos que sejam, dos nossos cidadãos. Estamos ao seu lado, em parceria e proximidade, escutando as suas sugestões. Aliás, por defendermos uma gestão da coisa pública participada e em parceria, estamos pela primeira vez a implementar o Orçamento Participativo da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro.

Temos sido transparentes, responsáveis, rigorosos e conscientes no desempenho das nossas funções e iremos continuar, em conjunto com todos os nossos fregueses, a construir uma freguesia cada vez melhor para todos os que cá habitam.

Aproveito a oportunidade para felicitar o jornal O SETUBALENSE pelo seu 164.º aniversário, fazendo votos que continue este seu percurso de sucesso na missão de informar os cidadãos com rigor e seriedade.

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LABORAT RIO LABORATĂ“RIO DE AN`LISES ANĂ LISES CLË?NICAS CLĂ?NICAS DRA. MARIA FILOMENA LOPES PERDIGĂƒO '5$ 0$5,$ ),/20(1$ /23(6 3(5',*­2 DR. ALFREDO PERDIGĂƒO '5 $/)5('2 3(5',*­2 HorĂĄrio 2ÂŞ a 6ÂŞ-feira: 08.00/12.30 - 14/18.00h +RUiULR Â? D Â? IHLUD K SĂĄbado: 09.00/12.00h 6iEDGR K Rua Jorge de Sousa, 8 | 2900-428 SetĂşbal 5XD -RUJH GH 6RXVD _ 6HW~EDO www.precilab.pt | tel. 265 529 400/1 ZZZ SUHFLODE SW _ WHO telm.: 910 959 933 | Fax: 265 529 408 WHOP _ )D[

1° APRECIAĂ‡ĂƒO, DISCUSSĂƒO E VOTAĂ‡ĂƒO DO RELATĂ“RIO ANUAL E CONTAS DO ANO DE 2018 2° ELEIĂ‡ĂƒO DE CORPOS GERENTES 3Âş ASSUNTOS DE OCASIĂƒO De harmonia com o n°1 do Art° 31 a Assembleia reunirĂĄ meia hora depois da 1° ConvocatĂłria, se Ă hora marcada nĂŁo se encontrarem presentes, mais de metade dos sĂłcios, em pleno gozo dos seus direitos.

Montijo 24 de Julho de 2019 O Presidente da Assembleia Geral Dr. JosĂŠ Pedro Rosado Gouveia Marques

SEXTA-FEIRA 26/07/2019

MANUEL PACÍFICO JÚNIOR

FRANCISCO CARVALHO DÂMAZO

MARIA GERTRUDES PINTO GONÇALVES LUÍS

ABÍLIO FERREIRA DA SILVA

(1923 – 2019)

(1938 – 2019)

(1940 – 2019)

(1940 – 2019)

Participação e Agradecimento

Participação e Agradecimento

Participação e Agradecimento

Participação e Agradecimento

A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Manuel Pacífico Júnior. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.

CUSTÓDIA VIRGÍNIA MARIA FALECEU 25/07/2019 (96ANOS) PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO Seus filhos, noras, netos e restante família têm o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente muito querida, o corpo encontra-se em câmara ardente na capela de S. Paulo e o funeral realiza-se hoje 26/07/2019 pelas 14h30 para o crematório de Setúbal, agradecendo reconhecidamente a todos os que se dignarem acompanhá-la à sua última morada, bem como aos que das mais diversas formas, lhes manifestarem pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA COSTA SETÚBAL 265 523 496 www.funerariacosta.com

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O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Francisco Carvalho Dâmazo. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.

A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Maria Gertrudes Pinto Gonçalves Luís. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.

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A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Abílio Ferreira da Silva. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.

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LOCAL

SETÚBAL Dez oliveiras ganham nova vida

[ FOTOS: DIREITOS RESERVADOS ]

São Sebastião veste árvores da Feira de Sant’Iago com crochet

O tema das decorações inovadoras é a Gastronomia, à semelhança do tema central adoptado este ano para a Feira de Sant’Iago

SETÚBAL Vida activa é uma das principais apostas da autarquia

Freguesia procura voluntários para projecto sénior

A

Feira de Sant’Iago aposta no artesanato local para decorações alternativas e amigas do ambiente.

Decorações em crochet produzidas no âmbito do projecto “Vestir Árvores” decoram uma dezena de oliveiras no espaço da Feira de Sant’Iago e o resultado final foi produzido pelas participantes da Oficina de Partilha e Costura Criativa da Junta de Freguesia de S. Sebastião. Um grupo de actividades seniores dinamizado pela Junta de Freguesia de S. Sebastião.

Inspiradas na gastronomia, sendo esse o tema da Feira de Sant’Iago 2019, as participantes elaboraram várias peças em crochet a partir de lã, recorrendo também aplicações em feltro. Laranjas, peixes, polvos, chocos e até um bacalhau, são alguns dos componentes das coloridas indumentárias das árvores, na Rua dos Produtos Regionais do recinto. Flores, insetos, estrelas e corações, compõem igualmente as peças artísticas.

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SEXTA-FEIRA 26/07/2019

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL [ DIREITOS RESERVADOS ]

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Com artes e desporto, sem esquecer o mundo digital e a informática, o Espaço maiorIdade vence o sedentarismo e o isolamento

Esta acção, para além de embelezar as ruas pretende promover o envelhecimento ativo, valorizar a pessoa idosa através dos trabalhos de artesanato realizado, assim como exaltar a própria arte tra-

dicional do crochet.

A iniciativa “Vestir Árvores” teve início em São Sebastião em 2016 e, desde então, já ornamentou o Largo Manuel da Luz Graça, junto à sede da Junta de Freguesia de São Sebastião, no âmbito de algumas festividades com o Natal, Dia Internacional da Mulher, Santos Populares, 25 de Abril. As decorações marcaram igual presença na Feira do Chocolate e da Laranja.

A

Junta de Freguesia de São Sebastião está a renovar a oferta de actividades de promoção do envelhecimento activo, proporcionada no âmbito do projeto actualmente designado por Espaço maiorIdade. Nesse sentido, a autarquia abriu candidaturas para voluntá-

rios que queiram dinamizar acções para ocupar os tempos livres dos idosos, melhorando a sua qualidade de vida, evitando o sedentarismo e o isolamento.

Entre as áreas em destaque para o desenvolvimento de actividades destacam-se a informática, línguas estrangeiras, música, canto e dança.

Durante o último ano a Junta de Freguesia de São Sebastião apostou num plano de actividades que incluiu pintura, cantares populares, teatro, Oficina de Partilha, natação, Zumba Adaptada, reiki e Ioga do Riso. O principal objectivo destas actividades é fomentar o envelhecimento activo e melhorar a qualidade de vida dos seniores.

SEXTA-FEIRA 26/07/2019

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

LOCAL

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No encerramento de mais uma edição do projecto ‘Montijo Lugar de Encontros’

Berg sobe amanhã ao palco da Praça da República Espectáculo de entrada livre com uma das melhores vozes portuguesas da actualidade

A

edição deste ano do projecto municipal “Montijo Lugar de Encontros”, que anualmente entre Maio e Julho promove várias actividades culturais e desportivas, chega amanhã ao fim com um concerto do artista Berg no palco da Praça da República. O espectáculo tem início às 21h30 e as entradas são gratuitas.

Berg considerado por muitos, uma das melhores vozes masculinas de Portugal, é um reconhecido cantor e músico português. Nasceu em Angola, cresceu no Porto e viveu na Suíça. Berg integrou a banda de Rui Veloso e entrou em álbuns de Boss AC, Rita Guerra, Nuno Guerreiro, Pedro Abrunhosa e GNR. O cantor lançou o seu primeiro álbum a solo, o homónimo "Berg", em 1999.

‘Mundo’ foi lançado em

2008. Entre essas duas fases, integrou o grupo vocal SDS, formado em 2000.

Já com longa carreira, em 2013 BERG concorre à primeira edição da versão portuguesa do formato The X Factor, que vence em fevereiro de 2014. No seguimento da vitória, lança um álbum homónimo em 2014, que chega ao número cinco da tabela portuguesa de álbuns. Em 2016, lança o álbum "Tempo" que alcança a uma boa posição na referida tabela.

Berg em declarações a O SETUBALENSE – DIÁRIO DA REGIÃO, quando questionado sobre o porquê de tantos concertos na Margem Sul respondeu: “A Margem Sul adotou-me, pois vim morar para cá deixando o Porto há 19 anos, talvez por isso tenha esse carinho da parte das pessoas.” Adiantou ainda que a sua carreira está num “momento de viragem e de decisões importantes”.

“No sábado [amanhã] no Montijo vamos “partir a loiça” se Deus quiser”, concluiu.

O espetáculo está agendado para as 21h30 na Praça da República com entrada livre.

CLÁUDIO ANAIA www.relances.blogspot.pt

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SANTIAGO DO CACÉM Com várias actividades

Piscinas Municipais acolhem hoje Dia Saudável

SEXTA-FEIRA, 26/09/2018

SOCIEDADE

As Piscinas Municipais de Santiago do Cacém recebem hoje a quarta edição do Dia Saudável, que assinala o encerramento da época

de actividades 2018/2019.

A iniciativa conta com aulas de hidroginástica, espaço criança, produtos saudáveis, consultas de nutrição,

rastreios, sessões de reiki e musicoterapia. O Dia Saudável é organizado por Câmara Municipal, União de Freguesias de Santiago do Ca-

cém, Santa Cruz e São Bartolomeu da Serra e também pela Comissão Social da Freguesia de Santiago do Cacém.

Câmara aprova apoio financeiro que pode chegar aos cinco mil euros

A autarquia e a Alius Vetus voltam a levar a efeito o certame que contempla várias recriações históricas e géneros de animação de outros tempos.

Certame realiza-se de 6 a 8 de Setembro

[ DIREITOS RESERVADOS ]

Feira Quinhentista preparada para atrair milhares ao Montijo

T

endas de mercadores, torneios medievais, recriações de factos históricos e lendas, danças e músicas medievais, comeres e beberes de épocas antigas são algumas das actividades que dão corpo à Feira Quinhentista, de 6 a 8 de Setembro próximo, prometendo atrair milhares de visitantes à cidade.

O protocolo de cooperação, en-

ANIMAÇÃO. O desfile dos participantes trajados a rigor atraem sempre atenções no centro da cidade

tre a Câmara Municipal do Montijo e a Associação Cultural História e Património “Alius Vetus”, para a realização da sexta edição do cer-

tame foi aprovado, por unanimidade, na reunião pública do executivo, na passada quarta-feira, e estipula a atribuição de um apoio fi-

nanceiro, por parte da autarquia à referida associação, que pode chegar até ao valor máximo de cinco mil euros.

O financiamento visa custear “a disponibilização de materiais de decoração do espaço público, guarda-roupa adequado ao evento para uso dos participantes e assegurar a dinamização cultural do certame”, explicou a autarquia, responsável pelo evento em parceria com a Alius Vetus.

Montijo vai voltar a ser Aldeia Galega por três dias, recuando nos tempos com recriações históricas e muita animação. A recriação da chegada do Rei D. Manuel I a Aldeia Galega, no Cais das Faluas, e os torneios na liça (nas traseiras do Minipreço) são actividades que têm marcado a programação em edições anteriores. Arruada e desfile pelas ruas, bem como diversos outros espectáculos, têm sido também nota dominante num evento que, desde a primeira hora, granjeou boa aceitação na comunidade local. O certame, que evoca a atribuição do foral novo a Aldeia Galega, no âmbito das reformas dos forais promovidas por D. Manuel I, tem contado também com o apoio da Junta de União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro.

MRS

Sal Fest'19 vai decorrer na margem sul do Sado

Alcácer do Sal dá festival jovem com alerta ecológico Evento alia actividades desportivas à música e sensibiliza para as consequências do aquecimento global

A

ctividades desportivas e lúdicas, durante o dia, e animação musical, à noite, é a proposta da primeira edição do festival Sal Fest'19, evento dirigido à população jovem com o objectivo de consciencializar os participantes para a problemática do aquecimento global. O certame – primeiro eco-evento de sempre naquele conce-

lho do litoral alentejano – vai realizar-se no próximo dia 10 de Agosto no recinto da margem sul do Rio Sado.

O Sal Fest '19 “tem início às 9h00 com a iniciativa Foto Play – 'Alcácer Consciente', actividade de photo paper ecológica realizada em conjunto pelos Escuteiros - Agrupamento 844 e pela Comissão de Estudantes da Escola Secundária de Alcácer do Sal”, revela a Câmara Municipal, adiantando que a actividade inicia-se e termina no recinto da margem Sul em Alcácer do Sal, percorrendo, de permeio, a cidade “durante toda a manhã”.

Ao mesmo tempo, entre as 9h30 e as 13h30, “haverá baptismo de

stand-up paddle na margem sul do rio Sado aberto a todos os que queiram experimentar esta actividade desportiva ligada ao surf”.

Para as 17h00, está agendada uma 'Park Sesh' no skate parque. Trata-se de um evento desportivo que, segundo a autarquia, contará “com demonstrações e aulas de 'riders' profissionais de desportos extremos (skate, inline e BMX) e animação musical com DJ durante toda a tarde”. Paralelamente, a 'Park Sesh' “promove também passatempos, oferta de brindes e prémios para os participantes”.

O skate parque servirá ainda de palco, a partir das 20h30, a uma demonstração de patinagem artís-

tica a cargo das atletas do Atlético Clube Alcacerense.

Para as 21h00 está marcada uma palestra sobre alterações climáticas com José Arantes Pedroso (Horta do Zé), em conjunto com a associação Ket Sal Abu, a ter lugar no palco principal do festival.

Animação só com artistas locais A animação musical chega mais tarde e contará apenas com actuações de artistas de Alcácer do Sal. The Black Owl sobem ao palco principal pelas 22h00. Às 23h30, será o hip-hop a estar em destaque com as “actuações dos Salacian Mafia x Veneno, seguindo-se Guynna6, pe-

las 00h15”. O festival fecha após a actuação do Dj El3ktro Outsid3r.

“O Sal Fest '19 assume o compromisso de ser o primeiro eco-evento de sempre no concelho de Alcácer do Sal. No decorrer da festa serão proibidos os copos de plástico e as garrafas PET, sendo substituídos por copos em inox e em plástico reutilizáveis”, acrescenta o município a concluir.

O Sal Fest'19 é organizado pela Câmara Municipal em parceria com os Escuteiros - Agrupamento 844 de Alcácer, a Comissão de Estudantes da Escola Secundária de Alcácer do Sal, o Atlético Clube Alcacerense (secção de patinagem) e a Comissão de Finalistas da ESAS.

SEXTA-FEIRA 26/07/2019

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

JORNALISTAS M/F O SETUBALENSE - DIÁRIO DA REGIÃO procura jornalistas nos concelhos de Moita, Barreiro, Alcochete, Almada, Seixal, Palmela e Litoral Alentejano Se é jornalista e reside ou conhece muito bem estes concelhos PF envie CV para diretor@diariodaregiao.pt

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SOCIEDADE

REGIÃO

SEXTA-FEIRA 26/07/2019

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

Relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária

No ranking das estradas mais perigosas do País surgem três vias da península de Setúbal. Assim o diz o relatório apresentado esta semana pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária

ARQUIVO / ALEX GASPAR

EN10 e A2 no top das estradas com mais pontos negros com vítimas (-0,5%), menos duas vítimas mortais (-0,4%), menos 57 feridos graves (-2,6%) e menos 431 feridos leves (-1,0%).

Acidentes com fuga aumentam em 2018

A

publicado, indica que nesse ano se registaram 34 235 acidentes com vítimas, tendo resultaram 508 vítimas

mortais ocorridas no local do acidente ou durante o transporte até ao hospital. Contabiliza ainda 2 141 feridos

PALMELA

Derrame de carga deixa EN10 encerrada ao trânsito durante horas EN10 cortada junto a Águas de Moura devido a derrame de carga de um camião e despiste de ligeiro

Ontem, a Estrada Nacional (EN) 10, que liga Vila Franca de Xira e Setúbal, ficou cortada ao trânsito a partir das 5h20 devido ao derrame da carga de um camião e consequente despiste de um ligeiro.

Em declarações à agência Lusa, fonte do Comando Distrital de Ope-

rações de Socorro (CDOS) de Setúbal adiantou que o camião derramou lamas “não totalmente identificadas” na estrada, obrigando ao corte nos dois sentidos junto a Águas de Moura, na União de Freguesias de Poceirão e Marateca, no concelho de Palmela.

E, embora o acidente não tenha causado feridos, a estrada permaneceu encerrada ao longo de toda a manhã. No local estiveram 14 operacionais, com o apoio de seis viaturas. Lusa

graves e 41 356 feridos ligeiros.

Em relação a 2017, a ANSR refere que se registou menos 181 acidentes

DIREITOS RESERVADOS

Estrada Nacional 10, entre Setúbal e Vila Franca de Xira, contabiliza oito pontos negros, sendo assim a segunda via do País considerada mais perigosa dentro deste indicador. Logo a seguir vem a Autoestrada do Sul, A2, com seis pontos negros.

São dados do relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que identificou 60 pontos negros nas estradas portuguesas em 2018, registando assim mais 10 do que em 2017. No primeiro lugar da lista está o IC19, que liga Lisboa a Sintra, com nove pontos negros.

O relatório da ANSR aponta em quarto lugar deste ranking a A5 – Autoestrada que liga Lisboa a Cascais –, com cinco situações, no lugar seguinte vem Circular Regional Interior do Porto¸A20, com quatro pontos negros. Com três pontos negros surge o IC17, que liga Sacavém a Algés.

Também na península de Setúbal, surge o IC20, conhecida como a Via Rápida da Costa da Caparica, que soma dois pontos negros, tantos quantos o IC2 (entre Lisboa e Porto), o IC29 (do Porto a Gondomar), a EN14 (entre Porto e Braga), EN125 (de Vila do Bispo até Vila Real de Santo António), A28 (entre Porto e Vilar de Mouros) e a A3 (Porto e Valença).

Note-se que, oficialmente, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANRS) considera como "ponto negro" qualquer lanço de estrada com um máximo de 200 metros onde se registam pelo menos 5 acidentes com vítimas num ano cuja soma de indicadores de gravidade seja superior ao nível 20.

O relatório de 2018 da ANSR, agora

O relatório anual de sinistralidade Rodoviária revela ainda que os casos de acidentes com fuga voltaram a aumentar ligeiramente em 2018, num total de 1 060, com as colisões em que o condutor fugiu a terem uma subida de 5,7% em relação a 2017. Com os acidentes com fuga a aumentarem pelo segundo ano consecutivo, verifica-se que entre atropelamentos, colisões e despistes, em 2018 ocorreram mais cinco casos do que em 2017.

O relatório aponta ainda que no ano passado ocorreram 423 atropelamentos com fugas (menos 24 do que em 2017), mas que provocaram mais mortos do que ano anterior (mais sete), num total de 14 mortos, e 27 feridos graves (número idêntico a 2016).

Por sua vez, as colisões com fuga foram de 549 em 2018, mais 30 do que no ano anterior, acidentes que no ano passado provocaram seis mortos (mais três) e 22 feridos graves (mais três).

No total, registaram-se, no ano passado, 5 282 atropelamentos (menos 26 do quem em 2017), 17 752 colisões (menos 387) e 11.201 despistes (mais 232).

SEXTA-FEIRA 26/07/2019

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O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

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Alhos Vedros iniciam as suas Festas em Honra de Nossa Senhora dos Anjos dia 24 de Julho de 2019.

As festas populares de Alhos Vedros são aos dias de hoje memórias de vivências passadas, ao mesmo tempo que continuam a animar as suas gentes.

Pretende-se desta forma, festejar hoje as tradições de outrora, que se perpetuam através dos tempos.

Os nossos agradecimentos vão, para a Associação de Festas em honra de Nossa Senhora dos Anjos, constituída com finalidade de organizar as nossas festas e com empenho e dedicação muito tem trabalhado para lhes dar a dignidade que merecem, um agradecimento especial, à Câmara Municipal da Moita, seus trabalhadores e trabalhadores da junta de freguesia, porque sem eles não era possível fazer a implantação da nossa festa, este seu empenho, irá certamente contribuir para que as nossas Festas sejam um sucesso.

Espero que gostem das nossas festas.

E acima de tudo que se divirtam.

O executivo da Junta de Freguesia de Alhos Vedros

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Tiago Madeira (U. Santiago) contratado pelo Farense SEXTA-FEIRA, 26/07/2019

DESPORTO

Tiago Madeira, de 18 anos, avançado do U. Santiago, assinou contrato com o Sporting Clube Farense, clube que vai representar no Campeonato Nacional de Juniores da 2.ª Divisão, mas ao longo da época

vai ter oportunidade de trabalhar algumas vezes junto da equipa sénior, a fim de ser observado pela respectiva equipa técnica.

O jogador, que iniciou a sua prática desportiva no Vasco da Gama

de Sines e depois se transferiu para o U. Santiago, apesar de ter idade para jogar ainda nos juniores, foi utilizado na época passada pela equipa sénior em 18 jogos.

A propósito, recorda-se que no

passado mês de Fevereiro o jovem jogador teve oportunidade de se deslocar a Itália, onde efectuou alguns treinos de observação na equipa primavera do Génova (Sub19).

Vitória soma quarto êxito em sete testes e continua invicto na pré-época

A

pouco mais de uma semana do primeiro jogo oficial de 2019/20 – recepção ao Moreirense a contar para a Taça da Liga –, o Vitória FC alcançou ontem, em Vendas Novas, um triunfo, por 20, sobre a Selecção do Bahrein. Os golos que ditaram o êxito dos sadinos (o quarto em sete jogos na pré-época, período em que seguem invictos) surgiram aos 43 e 52 minutos por Zequinha e Allef, respectivamente, avançados que foram eficazes na finalização.

O resultado só não foi mais avolumado porque ainda antes do intervalo, Carlinhos, jogador cedido pelos belgas do Standard de Liège que reforçou a equipa esta época, desperdiçou uma grande penalidade. Ainda assim, tal como os restantes colegas, o brasileiro esteve no cômputo geral em bom plano, razão pela qual os verdes e brancos se superiorizaram ao conjunto treinado pelo setubalense Hélio Sousa.

Em evidência voltou a estar Zequinha, autor do 1-0 dos vitorianos. Aos 32 anos, o avançado é neste momento o melhor marcador da equipa na pré-temporada com três dos 14 golos apontados. Recorde-se que antes de facturar ontem, Zequinha já tinha celebrado diante do Cova da Piedade e Birmingham, duelos que terminaram empatados 2-2. A pontaria do atacante foi decisiva para o clube conquistar o Torneio Internacional do Sado a 13 de Julho.

Já o avançado Allef, marcador do 2-0 diante do Bahrein, também não é novo nos golos na pré-temporada uma vez que, tal como Zequinha, também já tinha feito o gosto ao pé diante dos piedenses. O brasileiro, de 24 anos, segue na companhia de Berto e Tiago Castro, também com dois golos na pré-época no segundo lugar da lista de artilheiros. Além destes, Éber Bessa, Rodrigo Mathiola, Léo Chão, Leandro Vilela e Hachadi também têm os seus nomes na lista de marcadoresPelo facto de o embate com o Bahrein ter acontecido apenas 24 horas

VITÓRIA FC

Zequinha e Allef marcam no triunfo sobre a selecção do Bahrein

TRIUNFO. Zequinha marcou frente ao Bahrein o seu terceiro golo da pré-época

depois do jogo particular com o Benfica B que terminou com uma igualdade a zero, Sandro Mendes apostou num onze diferente do que tem sido utilizado com maior assiduidade. A principal nota de destaque vai para a titularidade de João Valido, Baba Fernandes e Léo Chão, jogadores de 19 anos oriundos da formação.

No onze titular do Vitoria actuaram João Valido, Luís Cortez, Artur Jorge, Baba Fernandes, Sílvio, Leandro Vilela, Léo Chão, Carlinhos, Zequinha, Allef e Guedes. Num teste em que o guarda-redes georgiano Makaridze não foi utilizado, jogaram ainda: Milton Raphael, Mano, Vasco Fernandes, Bruno Pires, André Sousa, Nuno Pinto, José Semedo, Nuno Valente, Tiago Castro, Éber Bessa, Berto e Hachadi.

Nota de destaque para o facto de

o defesa Nuno Pinto, que continua a fazer trabalho específico de recuperação, ter actuado em Vendas Novas, cidade onde o Vitória já tinha defrontado no passado sábado o Estoril, conjunto da II Liga que foi derrotado por 2-0 com golos de Tiago Castro e Hachadi.

Zequinha e as metas para 2019/20 Por ser um dos elementos em maior destaque na pré-época, recordamos as palavras de Zequinha depois de ter marcado golos decisivos para o Vitória no Torneio do Sado. Confrontado com as metas individuais para 2019/20, o jogador foi peremptório. “Traço metas em todas as épocas. Agora estou numa

posição diferente, que deixei de jogar ao longo dos anos. Na altura era rápido e começaram a pôr-me a extremo, agora estou numa posição que conheço e espero viver dos golos… Se não os fazes nessa posição as coisas tornam-se complicadas. A minha meta é ajudar o clube.

Os golos vão aparecer”.

Instado pelos jornalistas a revelar qual a fasquia definida, Zequinha optou por não abrir o jogo. “Tenho uma meta bem vincada, mas não vou dizer quantos golos quero fazer porque pode dar azar! O que digo é que não se pode parar de trabalhar, temos de fazê-lo todos os dias com a mesma vontade, nos treinos e nos jogos com vontade de vencer e ser melhor. A minha meta é trabalhar todos os dias para ser melhor”.

Apresentação oficial amanhã no Bonfim Apesar de já terem tido a oportunidade de assistir a dois jogos da equipa no Bonfim, estádio que foi entre os passados dias 11 e 13 de Julho palco do Torneio Internacional do Sado, só amanhã, a partir das 19 horas, os adeptos setubalenses vão ter a oportunidade de aplaudir, um a um, os atletas que compõem o plantel principal para a temporada 2019/20. O adversário dos vitorianos na apresentação é o Extremadura, de Espanha.

O emblema sadino já informou que os sócios com a quota de Julho têm entrada gratuita no recinto, enquanto os não sócios pagam 10 euros por ingresso.

RICARDO LOPES PEREIRA

SEXTA-FEIRA 26/07/2019

DESPORTO

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FUTEBOL DE PRAIA Taça de Portugal começa este sábado

Arranca na Figueira da Foz e Chelas a mais recente competição nacional DIREITOS RESERVADOS

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O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

O TAÇA DA LIGA 1.ª eliminatória este fim-de-semana

Cova da Piedade joga em Matosinhos com muitas caras novas A equipa, que continua a não poder utilizar o Estádio Municipal José Martins Vieira devido ao litígio existente entre o clube e a SAD, tem vindo a trabalhar noutros campos mas encontra-se preparada para o desafio. Dos 24 jogadores que Jorge Casquilha tem à sua disposição, 13 são novidade no clube

POR JOSÉ PINA

A

s competições profissionais de futebol estão de volta este fimde-semana com a realização da primeira eliminatória da Taça da Liga, que marca o início da época de 2019 / 2020.

Nesta eliminatória participam apenas equipas da Liga Pro mas na segunda, a realizar no dia 3 de Agosto, entram já as equipas da Liga NÓS, à excepção dos denominados grandes que só entram depois, na fase de grupos.

Assim sendo, o Cova da Piedade é a única equipa da região a entrar

em competição, deslocando-se ao Estádio do Mar, em Matosinhos, para defrontar o Leixões, no próximo domingo, às 16 horas.

Por se tratar do primeiro jogo oficial da época e porque a equipa se apresenta bastante remodelada em relação à temporada anterior existe grande expectativa à volta deste encontro por parte dos seus adeptos que se mostram algo apreensivos pelo facto das relações entre o clube e a SAD praticamente não existirem, nesta altura.

A equipa de futebol, que continua impedida de utilizar o Estádio Municipal José Martins Vieira, tem treinado noutros locais e isso tem causado algum transtorno mas mesmo assim os resultados obtidos nos jogos de pré-época até têm sido positivos.

Nos seis jogos de preparação realizados, os piedenses, que nesta época são treinados por Jorge Casquilha (ex-Leixões), obtiveram três empates uma vitória e duas derrotas.

Com poucos dias de trabalho a equipa defrontou o Académico de Viseu em S. João da Madeira, com quem perdeu por 2-1, depois participou no Torneio do Sado, onde empatou (1-1) com o Birmingham e (2-2) com o V. Setúbal, deslocou-se a Mafra onde também empatou (0-0), perdeu (2-1) com o Nacional e venceu o Loures (1-0), em jogos realizados em Rio Maior. O avançado luso-guineense Sami, com quatro golos marcados nos seis encontros de preparação,

tem sido a principal figura da equipa. É com este registo e com muitas caras novas no plantel que a equipa se vai apesentar em Matosinhos onde certamente irá lutar pela conquista de um resultado positivo para assim poder seguir em frente na competição, onde defrontará o Marítimo, na 2.ª eliminatória, caso saia vencedor do jogo com o Leixões.

Plantel provisório para 2019/20: GUARDA-REDES: Moreira, Márcio Rosa, Tony Batista (ex-Leixões) e Rui Sacramento (ex-AD Oliveirense).

DEFESAS: Yan Victor, Allef Nunes, Alex Kakuba (ex-Lori, Arménia), Marcão (ex-Ypiranga, Brasil), Lima Pereira (exEastern, Hong Kong), Zézinho (exBenfica de Castelo Branco), Celso Raposo (ex-Praiense).

MÉDIOS: Thabo Cele, Boubakary Diarra, André Carvalhas, Chico Chen, Sérgio Marakis (ex-Nacional), Robson (ex-Eastern, Hong Kong).

AVANÇADOS: Sami, Rodrigo Martins, Liu, Edinho (ex-Feirense), Vitinho (exVizela), Femi Balogun (ex-Académica), Gustavo Souza (ex-Sporting de Espinho).

Saíram: Anacoura, Evaldo, Pereirinha, Rafael Amorim, Willyan Rocha (Portimonense), Pedro Coronas (Penafiel), Miguel Rosa, Sori Mané (Moreirense), Ronaldo Tavares (Sporting), Hugo Firmino (Cluj, Roménia), Danilo Dias (Berço SC), Ballack (Real SC), Stanley (Varzim), Dieguinho (Belenenses) e Gonçalo Maria (Loures).

s clubes participantes no Campeonato de Elite, Campeonato de Portugal e alguns nos Campeonatos Distritais vão disputar a Taça de Portugal de Futebol de Praia, a mais recente prova nacional, que tem início amanhã com a realização da 1.ª eliminatória.

A competição é obrigatória para todos os clubes que disputam as provas nacionais aos quais se juntam mais dois (São Jacinto e Castrense) das associações regionais, completando assim o lote de 26 equipas que entram nesta eliminatória.

Os clubes foram agrupados em duas séries, de acordo com a sua localização geográfica, e a competição será disputada por eliminatórias, sendo excluídos os clubes vencidos em cada uma delas, até se apurarem os quatro finalistas que disputam a final-four.

A primeira eliminatória, que se realiza já este sábado, dia 27 de Julho, na Praia de Buarcos (Série A) e na Arena Manuel Ferreira, em Chelas

(Série B), será disputada pelos clubes do Campeonato Nacional mais os participantes dos campeonatos distritais.

Jogos relativos à Série B a disputar amanhã na Arena Manuel Ferreira, em Chelas: Barreiro Stara Zagora – Olival de Basto (10 horas); Estoril – Pescadores da Caparica (11h 15m); São Domingos – Marítimo (12h 30m); Charneca de Caparica – Zambujalense (13h 45m); Praia de Milfontes – AD Quinta do Conde (15 horas); Castrense – Belenenses (16h 15m); Chelas – Cova da Piedade (17h 30m).

A 2.ª eliminatória realiza-se a 3 de Agosto no Estádio Viveiro, na Nazaré e na 3.ª eliminatória a disputar na Praia do Ouro, em Sesimbra, no dia 18 de Agosto, já entram os clubes da Divisão de Elite.

Os quartos-de-final, meias-finais e final serão jogados apenas nos dias 20, 21 e 22 de Setembro, no Estádio Viveiro, na Nazaré.

JOSÉ PINA

COMÉRCIO E INDÚSTRIA

Tiago Targino e Thierry assinaram pelo clube sadino

O

Comércio e Indústria, que está de regresso ao Campeonato Distrital da 1.ª Divisão, acaba de garantir mais dois reforços para a sua equipa de futebol sénior.

Um deles é o experiente avançado Tiago Targino, de 33 anos, que na época passada representou o Olímpico do Montijo, no Campeonato de Portugal, onde fez 20 jogos e marcou dois golos. O jogador que fez grande parte da sua formação no Desportivo de Beja ingressou depois no V. Guimarães, onde atingiu o momento mais alto da sua carreira, depois andou pela Turquia, Dinamarca, re-

gressou a Guimarães e foi cedido ao Vitória FC de onde transitou para o Olhanense, foi para Chipre e para a Polónia, Trofense, Académica do Lobito, Sampedrense, Lusitanos (Andorra) e Lusitano de Évora.

O outro é o guarda-redes brasileiro Thierry de 23 anos, com dois metros de altura, que chegou há três anos a Portugal para representar o FC Setúbal. As boas exibições levaramno para o Amora e posteriormente para o Fabril e Estrela de Vendas Novas, clubes onde jogou na época passada. Agora volta a Setúbal para ingressar o Comércio e Indústria.JP

SUPLEMENTO EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO

ANIVERSÁRIO

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DIREITOS RESERVADOS

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RUI CATALÃO Dramaturgo de contos reais, encenador de actores inesperados

Vida real em palco no bairro Vale da Amoreira Os solos de Rui Catalão nascem a partir dos rostos que habitam o bairro. No lugar onde confluem culturas de todos os continentes, o dramaturgo encontrou a “boa pedra” que procurava para fazer “boas obras”

do Vale da Amoreira (CEA) a casa de uma série de workshops de teatro, direccionados para os habitantes do bairro. “Pessoas que nunca tinham pisado o palco, que não tinham ligação ao teatro, vieram e experimentaram a proximidade com a criação pela primeira vez”.

E foi a partir destes “actores inesperados” que Rui Catalão conheceu as histórias de Luís Mucauro, Adriano Diouf e Joãozinho da Costa. “Entre

conversas e perguntas que pareciam lançadas ai acaso surgiu a pedra que procurava para esculpir uma boa obra”, revela o dramaturgo.

Em comum, as histórias destes três homens têm um mesmo gatilho: o despertar para a vida adulta. “Independentemente daquilo que queres, há um momento que vais ter que aceitar que não vais ter o que queres e vais ter que enfrentar o problema. A partir daí, tornaste um

Misteriosa mandjako POR ANA MARTINS VENTURA

“

P

ercorri muitos lugares até chegar ao Vale da Amoreira. Aqui encontrei as pessoas com a matéria que procurava. A partir daí as ideias fluíam em cada nova vida que conhecia”.

Aqui começou a história de Rui Catalão, em 2015, quando decidiu fazer do Centro de Experimentação Artística

“Joãozinho da Costa veio para Portugal com 11 anos. Em plena guerra civil saiu da Guiné e juntamente com o pai e os irmãos assentou raízes no Vale da Amoreira.

Nesse tempo Joãzinho da Costa não queria estar próximo da cultura com qual sempre tinha vivido. E na ânsia por essa fuga não podia imaginar que, a sua amiga mais próxima, que veio a

conhecer no bairro, também era Mandjako.

O pai de Joãzinho queria vê-lo casado com uma rapariga da sua cultura e, ao negar esta parte da sua vida Joãzinho foi conhecendo mais esta outra rapariga, que o ajudou a crescer e a enfrentar os seus medos. Nunca poderia imaginar que ambas seriam a mesma mulher. A Rapariga Mandjako”.

adulto. Foi essa a dimensão que exploramos com estes solos”.

Actores inesperados No caminho dos Solos Rui Catalão encontrou o “Medo a Caminho” de Luís Mucauro, a descoberta de que o “Adriano já não mora aqui”. E, recentemente, chegou a misteriosa “A rapariga Mandjako”.

Frutos de um projecto artístico único no país, que não se desenrola a partir de uma obra mas sim a partir do quotidiano vivido dentro do bairro, entre as crises e as alegrias do quotidiano. Na união de diferentes culturas “num lugar que encerra o mundo inteiro”, afirma.

Luís Mucauro foi contratado por Rui Catalão como assistente em 2016. Na época o encenador tinha pouco tempo para produzir aquele que viria a ser o seu primeiro solo no Vale da Amoreira.

“Apenas sabia que queria fazer uma peça sobre o tema do medo. E tinha duas semanas”, recorda.

“Um dia perguntei ao Luís de quem é que ele tinha medo”. E o assistente passou a intérprete. “Ele deu-me uma

resposta de 50 minutos”. O mesmo tempo que depois teve a peça ”Medo a Caminho”.

Com Adriano Diouf, a produção já surgiu planeada, com o objectivo de colocar o projecto numa fase mais sólida, através de uma candidatura a fundos comunitários. “Mais uma vez a dramaturgia da peça foi delineada de forma muito espontânea”.

Num primeiro dia de trabalho, a tentar preparar um novo solo, Rui Catalão perguntou a Adriano Diouf “quando foi a primeira vez que fugiste de alguém”. Assim surgiram, “uns atrás dos outros”, os episódios daquela que viria a ser uma nova história. “Ali contou-me as fugas dos pais, a vontade de já não morar num lugar que não era bom e que foi a sua luta constante. Fuga após fuga”.

O último solo, com Joãozinho da Costa, reflecte o desafio de resolver um conflito interior. Esta é a história de um rapaz que quer conhecer outras raízes para além das suas, guineenses.

“Nesta fuga, Joãzinho conhece a “Rapariga Mandjako”, que o faz despertar para a consciência dos seus actos”, recorda Rui Catalão.

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FERNANDO BARÃO

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Um democrata dedicado ao associativismo almadense

“A minha vida está cheinha, repleta” A escrita sobre Almada, a actividade política mas, acima de tudo, a vida associativa marcaram a vida de Fernando Barão. Um homem que, apesar da idade, fala vivamente de uma Cacilhas que teve grandes dias e de uma Almada que apesar de moderna, na sua opinião, continua a ser um dormitório da capital

POR HUMBERTO LAMEIRAS FOTO MANUEL FIALHO

“

A

prendi a conhecer os homens, e a maneira de ser das pessoas. E enriqueci-me dessa maneira”, assim diz Fernando Barão que, aos 95 anos e uma memória prodigiosa, fala de si próprio como um “democrata”, e assim é reconhecido pelas muitas gentes que com ele conviveram no seu percurso como dirigente associativo em onze colectividades de Almada e provedor da Santa Casa da Misericórdia local.

“A minha vida está cheinha, repleta”, afirma o homem que escreveu onze livros, entre poemas e contos, essencialmente com Almada em pano de fundo. “Escrevi tanta coisa que tenho impressão que era capaz de fazer um livro biográfico”, mas isso já alguém o está a fazer.

Da cultura à política, passando em muito pela vida associativa, Fernando Barão nasceu em Cacilhas a 2 de Janeiro de 1924. Eram anos áureos para aquela localidade da frente de Tejo com o comércio e indústria, e até mesmo turismo, a marcar o ritmo dos dias. Tanto assim era que, lembra o então miúdo, o dia de descanso semanal era à quinta-feira, porque ao domingo Cacilhas era o centro de negócios de produtos ali chegados e revendidos para as praças da Ribeira e Figueira, em Lisboa.

Dos armazéns de mercearia, que Fernando Barão trata pelo nome dos proprietários, saiam desde bebidas a víveres para várias localidades, chegando mesmo a Setúbal. E também peixe vindo Sesimbra que era carregado em canoas e seguia para

a capital, outro acabava servido em restaurantes aos muitos veraneantes que procuravam aquela localidade de Almada pela qualidade gastronómica. Depois havia os burros, muitos deles vindos das terras da Charneca de Caparica, e as camionetas da EVA que, a partir de Cacilhas, garantiam as viagens até ao Algarve.

Foi neste reboliço de uma terra viva que cresceu Fernando Barão e, mais tarde, depois de ter passado pela Universidade, deu seguimento à relojoaria do seu pai, António Severino Barão. “À quinta-feira ia com os meus pais a Lisboa. Íamos almoçar ao Floresta e depois ao teatro no Parque Mayer”, lembra.

Hoje, daquela “terra farta”, como diz, onde até se fabricava a famosa gasosa Pirolito, há uma outra vida.

Da dos anos 30, ficou apenas o turismo; os grandes armazéns como a Casa Serra, o José Pinto Gonçalves ou a Casa Serra desapareceram, assim como desapareceu a Companhia Portuguesa das Pescas e outra ligada à pesca do bacalhau e também os estaleiros navais da H. Parry & Son, que muitos braços empregava.

Para além destes tempos, Fernando Barão lembra também os desafiantes anos 60, altura em que já o Arsenal do Alfeite laborava em Almada e chega à Margueira, em Cacilhas, a grande reparadora naval Lisnave. Almada ganha nova vida, com um bum

“Escrevi tanta coisa que tenho impressão que era capaz de fazer um livro biográfico”

urbano e demográfico. Foram anos de ouro mas também anos de “oportunidade perdida”, interpreta Fernando Barão.

No pensamento está-lhe aquilo que Almada podia ter sido. “Com a qualidade atlântica que temos, não devíamos ter perdido os nossos paquetes nem a indústria naval”. De facto, os transatlânticos ou enferrujaram ou foram vendidos e os estaleiros da Lisnave, com o rasto de milhares de desempregados, ‘navegaram’ para a Mitrena, em Setúbal.

“Parece mentira, mas tudo isso se perdeu. Hoje temos grande fluxo de turismo, mas perdemos muito do que era nosso”. Para o homem que esteve 12 anos como provedor da Santa Casa da Misericórdia de Almada – de 1974 até 1986 –, foi mandatário concelhio das duas vezes que Mário Soares caminhou para a

Presidência da República, foi autarca fundador da Junta de Freguesia de Cacilhas e chegou a integrar a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Almada ainda antes do 25 de Abril de 1974, “Almada perdeu” a oportunidade de ter vida própria. “Por mais que não queiramos, Almada mesmo sendo social e culturalmente activa, é um dormitório de Lisboa. Perdeu a sua capacidade industrial para fixar pessoas”. Dessa raiz, “ficou, felizmente, o movimento associativo ao qual dediquei grande parte da minha vida”.

Os seus primeiros passos foram no Ginásio Clube do Sul, fundado em 1920. “Era um clube promissor”, e provou que sim até aos dias de agora. Ali, foi 26 anos director, e foi ali que lhe surgiu a ideia de organizar o I Congresso das Colectividades do Concelho de Almada que, para além do associativismo, tinha na agenda o debate sobre os jovens de então. Com primeiras páginas no Diário de Lisboa e República, dias depois era chamado à PIDE para explicar a ideia do congresso.

E não só este se realizou, como as conclusões foram entregues ao governo do “sistema”, como chama à mão fascista de então.

O tal “sistema” cruzou-se várias vezes com Fernando Barão. Com passagens pela PIDE para ser ouvido por defender causas e amigos, livrou-se

da prisão por ser considerado um democrata. Foi nesta qualidade que Serafim Jesus da Silveira, nomeado pelo delegado do Governo da União Nacional almirante Henrique Tenreiro para constituir a Comissão Administrativa da Câmara depois do executivo de José Glória Pacheco ter caído, o convidou para integrar o seu executivo.

Fernando Barão ponderou e rejeitou. “Dr. Silveira, não sei se sabe, mas eu não pertenço ao sistema”, lembra Fernando Barão que recebeu como resposta: “Para mim não há sistemas. Há gente honrada que diz ser almadense e são mesmo almadenses a sério”. E com isto aceitou fazer parte da comissão, mas não deixou de fazer “algumas partidas”, como diz. Uma delas foi conseguir que o “sistema” não conseguisse dizer que a não a dar o nome de Romeu Correia, ainda em vida, a uma rua de Almada, logo ele um escritor conotado com a esquerda.

A seguir à revolução de Abril, apesar da maioria dos seus amigos ser comunista, milita no PS, passa pela vida política, mantém sempre a ligação ao associativismo e à escrita. É um pensador e continua um pensador que fala de associativismo a cada momento. “Não faz ideia o que se conhece do íntimo das pessoas quando passamos anos e anos como presidente da assembleia geral de várias colectividades”, diz.

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ANIVERSÁRIO

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

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FERNANDO TOMÉ

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Antiga glória do emblema sadino

Fernando Massano Tomé nasceu no Porto há 72 anos, mas quis o destino que Setúbal fosse a sua casa, sendo hoje um ilustre representante da cidade do Sado. Mais do que uma antiga glória do Vitória FC, o antigo médio continua a ser uma referência no presente e uma inspiração para as gerações vindouras a quem ajuda, diariamente, no Bonfim, a transmitir o que representa envergar o emblema que representou como jogador nas décadas de 1960 e 1970

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL DE FERNANDO TOMÉ

“Nunca digo não ao Vitória nem à cidade de Setúbal” “Já tive a felicidade de ser convidado a estar integrado em situações que dizem respeito à cidade e ter a bandeira do Vitória nas mãos e isso enche-me de orgulho”

Golos marcantes ao Liverpool e Lyon

POR RICARDO LOPES PEREIRA

C

om a disponibilidade e humildade que quem com ele priva lhe reconhece, Fernando Tomé fez à boleia de O SETUBALENSE uma viagem ao passado. O actual director de campo do Vitória fez questão de homenagear todos aqueles com quem se cruzou na sua vida desportiva.

Por esse motivo, desafiado pelo nosso jornal, selecionou uma fotografia (nunca antes publicada) onde surgem antigos colegas, treinadores e dirigentes do Vitória.

Qual o seu sentimento sempre que é solicitado a falar do Vitória Futebol Clube?

Em primeiro lugar, sinto quase uma obrigação. Ao olhar para mim vejo todos os meus colegas que vestiram a camisola do Vitória. Neste momento falo numa altura em que muita gente, os mais jovens sobretudo, não sabem

o passado desportivo nacional e internacional do Vitória. É uma satisfação muito grande falar naquilo que passei em conjunto com a rapaziada.

Sinto nos momentos em que sou solicitado que tenho a possibilidade de falar por todos. Além disso, é também importante transmitir às novas gerações, sobretudo a quem chega, aquilo que é o passado do clube.

Recorda-se do momento em que o Vitória entrou na sua vida? Como foi e o que sentiu na altura?

Tinha 13 anos e fui ver um jogo dos seniores ao campo dos Arcos.

Na altura faziam-se jogos de miúdos, por brincadeira, antes da equipa prin-

“A final da Taça de Portugal de 1967 em que vencemos a Académica, por 3-2. Foi marcante não só para mim e para os outros jogadores mas também para aqueles que assistiram”

cipal jogar. No final, o grande setubalense e vitoriano João Lúcio veio junto a mim e deu-me um rebuçado de mentol e cinco escudos, que na altura era muito dinheiro. Depois de ter feito essas brincadeiras no Vitória joguei num clube que se chamava Vasco da Gama do Bairro Santos Nicolau num torneio popular de futebol.

Quanto a jogar no Vitória só o fiz com 14 anos, em 1961/62, porque só nessa altura se podia.

Sabe dizer de cor o número de jogos e golos que fez com a camisola do clube?

Não sei. Tenho-o registado mas não sei de cor.

E consegue eleger o golo mais especial que marcou? Porquê?

Foram tantos, mas também só foram especiais porque tinha os meus colegas ao lado. São marcos individuais mas que só foram possíveis graças ao que a equipa fazia. De qualquer modo, tenho dois momentos marcantes: o golo contra o Liverpool [1-0 em 1969/70] e, antes disso [1968/69], os três golos que marquei ao Olympique Lyon [triunfo 5-0]. Sou o único jogador do Vitória que fez um hat-trick nas competições europeias e gostava muito que este feito fosse igualado ou, melhor ainda, superado. Era sinal que o Vitória andava nas competições europeias.

Qual o melhor momento que viveu no Vitória?

A final da Taça de Portugal de 1967 em que vencemos a Académica, por 3-2. Foi marcante não só para mim e para os outros jogadores mas também para aqueles que assistiram. Foram milhares e milhares de vitorianos a assistirem a essa final que durou 144 minutos com um golo de Jacinto João que ditou a morte súbita.

E o pior momento?

Tirando a final da Taça de Portugal com o FC Porto em que perdemos 21 [1968], foi uma lesão grave que tive num jogo contra a CUF. Essa primeira lesão grave que tive foi a grande tristeza da minha carreira. Lesioneime sozinho e estive parado cerca de três meses e meio Por tudo o que fez e viveu no clube e continua a fazer e viver, sente-se uma referência do clube?

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“Em 1976/77, o Vitória teve um jogo, no Estádio do Bessa, contra o Boavista, em que dos 16 jogadores convocados 13 tinham sido juniores do Vitória”

Sinto, mas, ao mesmo tempo, sinto um pouco de tristeza porque há mais colegas que viveram esses tempos.

Há muitos ainda, mas não têm a vivência que tenho tido ultimamente por ter sido funcionário do Vitória estes anos consecutivos e, mais recentemente, com a ocupação de director de campo. É natural que as pessoas vejam em mim uma pessoa diferente dos outros, mas eu não gostaria que as coisas fossem assim.

Apesar de não ser natural de Setúbal, é muitas vezes convidado a ser porta-voz da cidade e da região em diferentes áreas. O que sente quando o desafiam a fazê-lo?

Costumo dizer que não sou natural de Setúbal mas tenho uma boa madrasta, tenho também um padrasto bom, que foi o Bairro Santos Nicolau, e tenho um pai desportivo fenomenal que foi o Vitória. Nunca digo não ao Vitória nem à cidade de Setúbal. Já tive a felicidade de ser convidado a estar integrado em situações que dizem respeito à cidade e ter a bandeira do Vitória nas mãos e isso enche-me de orgulho.

O seu pai (João Tomé) foi um jogador de renome nas décadas de 1940 e 1950. Esse facto foi determinante na hora de enveredar por uma carreira no mundo do futebol?

Foi. Diz-se que filho de peixe sabe nadar e no nosso caso aplicou-se o ditado. Segui as pisadas do meu falecido pai. Já o meu filho [Fernando Gabriel] que também jogou futebol não conseguiu atingir o patamar que eu gostaria. Dos três netos que tenho há um que está ligado ao futebol.

Joga nos iniciados do Sonho XXI e ainda não se sabe se vai conseguir vingar. Claro que gostaria muito que isso acontecesse.

O futebolista que gostava de ter sido toureiro Se não tivesse feito a sua carreira profissional no futebol (jogador, treinador, coordenador técnico) qual pensa que teria sido a sua actividade profissional?

Quando era miúdo dizia que gostava de ser toureiro (risos). Tive uma experiência agradável quando estava no Sporting. O clube tinha sido campeão em 1973/74 e foi à Herdade

FOTO INÉDITA. Chegada da equipa ao Aeroporto de Lisboa, após o regresso da Galiza onde os sadinos conquistaram o Troféu Teresa Herrera.

Em cima da esquerda para a direita: Arcanjo, Tavares da Silva, Edmundo Gargalo, Conceição, Figueiredo, Petita, Vitor Batista, Herculano, Fernando Vaz (treimador) José Maria, José Lima, Mourinho Félix, Francisco Nascimento e Carriço. Em baixo da esquerda para a direita: Guerreiro, Vital, Tomé, José Mendes e Vagner. de Rio Frio para celebrar. Houve uma garraiada e eu vesti-me de toureiro.

O presidente da altura, João Rocha, quando viu o toureiro exclamou: “Eu não contratei nenhum toureiro para cá vir!” Só quando me aproximei viu que era eu e ficou estupefacto.

Nos tempos mais recentes o Vitória foi treinado por jogadores que fizeram história no clube. Depois de Hélio Sousa e Bruno Ribeiro, o leme está a agora a cargo de Sandro Mendes.

Há vantagens em ter uma pessoa que passou a maioria da sua vida no Bonfim à frente da equipa técnica? É primordial porque ajuda a transmitir a mística, mas também porque todos eles têm valor e provam às pessoas que os santos da casa também podem fazer milagres. Só não fazem se as pessoas não quiserem.

Se forem ajudados como são ajudados os que chegam de fora eles também fazem boa figura porque têm valor para isso. O Hélio, o Bruno e o Sandro são os mais recentes exemplos disso mesmo. A prová-lo estão as requisições que têm tido: o Bruno está em Angola e o Hélio no Bahrein.

Qual a importância de haver jovens oriundos da formação integrados na equipa principal? É importantíssimo, sem dúvida. Afirmo-o fazendo uma pergunta a todos os desportistas. Em 1976/77, o Vitória teve um jogo, no Estádio do Bessa, contra o Boavista, em que dos 16 jogadores convocados 13 tinham sido

juniores do Vitória. Só três é que não tinham jogado nesse escalão: Vaz, Mirobaldo e Jacinto João. Todos os outros eram oriundos das camadas jovens. Pergunto se em Portugal alguma vez existiu algum clube que tivesse conseguido este feito.

Premiado por O SETUBALENSE em 1969/70 O SETUBALENSE assinala este ano o seu 164.º aniversário. Tem alguma memória relacionada com o jornal?

Não me posso esquecer da alegria imensa que tive de receber o troféu correspondente ao jogador mais regular do Vitória em 1969/70 instituído pelo jornal O SETUBALENSE. Chamava-se troféu C.A.D.O., empresa que estava ligada ao negócio das ostras. O jornal ainda hoje distingue quem se evidencia nas épocas desportivas e isso é um estímulo para os jogadores.

Tal como o Vitória, O SETUBALENSE é uma referência incontornável na região… É muito importante. Se recuarmos um bocadinho no tempo, verificamos que quando o jornal esteve inactivo não havia ninguém em Setúbal que não falasse n’ O SETUBALENSE. As pessoas deixaram de ter onde ler as notícias da cidade e ficaram tristes por não ter as notícias da cidade e do distrito. Foi um sinal claro que muitas pessoas não passam sem o jornal.

Festa vitoriana depois de vencer o 'Torneio de Palo Alto' na Califórnia, EUA

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TUDO PELA NOSSA TERRA! RUMO AO FUTURO!

CONSTRUÇÃO DA NOVA SEDE DA JUNTA DE FREGUESIA DA MOITA Estão a decorrer os trabalhos de construção do novo edifício sede da Junta de Freguesia da Moita, cujo investimento no valor de €420.000,00 é inteiramente suportado pela Junta de Freguesia da Moita.

O novo edifício, constituído por 3 pisos e com uma área de construção de 550m2, vem garantir as condições de acessibilidade a toda a população, uma melhoria significativa das condições de trabalho para os funcionários, bem como um melhor acolhimento para a população que recorre aos serviços da Junta de Freguesia.

www.jf-moita.pt

UMA OBRA PARA O FUTURO A PENSAR NA POPULAÇÃO DA NOSSA TERRA! JUNTA DE FREGUESIA DA MOITA R. Machado Santos, 18 B - 1º – 2860-478 Moita T.: 212 808 072 | E-mail: geral@jf-moita.pt

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SETÚBAL

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Fernando Cardoso Ferreira, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal

“A saúde foi a missão originária das misericórdias”

Há cerca de um ano e meio, a Santa Casa da Misericórdia de Setúbal começou a ter um serviço de consultas para colmatar as necessidades de quem não tinha médico de família. Hoje, o provedor faz um balanço positivo e refere que em média fazem 100 consultas por dia

POR INÊS ANTUNES MALTA FOTO ALEX GASPAR

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epois do Verão de 2016, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, por incumbência do Ministro da Saúde de então, contactou a Santa Casa da Misericórdia de Setúbal a fim de conhecer a sua disponibilidade para dar consultas a pessoas que estivessem sem médico de família. Detectou-se, na Península de Setúbal, que em determinadas zonas, nomeadamente em Setúbal, havia muita gente sem médico de família e era necessário actuar neste sentido. Não foi possível tratar das coisas de imediato mas não tardou até se dar o primeiro passo e em 2017 começaram a ser tomadas as medidas que permitiram que a 15 de Janeiro de 2018 a Misericórdia de Setúbal começasse a prestar o novo serviço.

“Temos uma linha dedicada, do ponto de vista informático, só a este serviço, montado pelos serviços partilhados do Ministério da Saúde. Já tínhamos a clínica de medicina física

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e reabilitação a funcionar e considerámos que seria melhor assim. As pessoas vão inscrever-se ao centro de saúde da sua área de residência, dizem que precisam de uma consulta e é-lhes marcada uma consulta para aqui”, começa por dizer o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal, Fernando Cardoso Ferreira, explicando que esta nova valência se traduziu, do ponto de vista operacional, em milhares de consultas dadas, perfazendo uma média “de cerca de 100 consultas por dia”.

As portas abrem às 08h30 e só fecham pelas 19h00. “Sempre a funcionar, faça sol ou faça chuva, como eu costumo dizer, porque nunca houve uma única interrupção desde que avançámos com este esquema”, conta. “Estamos a prestar o serviço a adultos sem médico de família e o grau de satisfação das pessoas, segundo notícia que temos de várias fontes, é enorme”, adianta. O tempo de espera não é tão longo como os utentes esperavam face ao que acontecia nos centros de saúde. “A princípio até havia alguma dificuldade por parte das pessoas saberem exactamente onde era o nosso espaço mas depressa distribuímos panfletos com a nossa localização e hoje já não temos esse problema. E estamos em cruzeiro. Estamos muito bem organizados, tudo decorre dentro da normalidade e as pessoas estão globalmente muito satisfeitas”, refere.

Regresso aos primórdios da missão das misericórdias “A Misericórdia sente-se muito confortável a fazer isto porque a saúde foi a missão originária das misericórdias. Quando foram criadas, entre finais do século XV e início do século seguinte, a primeira missão destas instituições era essencialmente na área da saúde”, profere, explicando que esta aposta na prestação de serviços na área da saúde não é, por isso, uma novidade: “não estamos a inventar, não estamos a ultrapassar nem a invadir áreas que não sejam da missão tradicional das misericórdias”.

As misericórdias do Barreiro, de Canha e de Sesimbra também prestam este serviço. Em Portugal, 19 misericórdias têm hospital, sendo

“As pessoas vão inscrever-se ao centro de saúde da sua área de residência, dizem que precisam de uma consulta e é-lhes marcada uma consulta para aqui”

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“Podemos oferecer aquilo que alguns centros de saúde já têm, que são os cuidados na área da enfermagem, e até admitimos a prestação de serviços complementares, aos sábados, domingos e feriados”

que o mais recente é o de Serpa.

Existem 107 misericórdias com a valência dos cuidados continuados integrados. A Santa Casa da Misericórdia de Setúbal tem a clínica de medicina física e reabilitação, os serviços das consultas para quem não tem o seu médico de família e intenções de vir a crescer cada vez mais na área da saúde. “Estamos confortáveis nesta área. Surgiu esta oportunidade e entendemos que devíamos cooperar.

Consideramos que, na área da saúde, o enfoque tem de ser a pessoa. É a pessoa que tem de estar no centro das atenções e das preocupações de quem presta serviços e toma decisões nesta área e cá estamos nós para actuar neste sentido, no âmbito do serviço público”.

Cuidados de enfermagem e saúde materno-infantil fazem parte dos planos para o futuro Os serviços prestados pela Santa Casa da Misericórdia na área da saúde não vão ficar por aqui. Há a intenção de fazer mais e quem o diz é o provedor, Fernando Cardoso Ferreira: “pensamos que podemos ir mais longe. Podemos oferecer aquilo que alguns centros de saúde já têm, que são os cuidados na área da enfermagem, e até admitimos a prestação de serviços complementares, aos sábados, domingos e feriados. Temos capacidade para isso”.

Para além disso, o provedor da Santa Casa de Setúbal partilha ainda o desejo de “evoluir para o maternoinfantil, de modo a alcançar logo que possível uma maior amplitude dos serviços prestados”, mostrando a disponibilidade da instituição para actuar também nessa área.

Depois de um ano e meio de trabalho que agora se completa ao serviço dos utentes que se encontram sem médico de família, “pretendemos fazer, talvez depois do Verão, em cooperação com o ACES Arrábida, com quem também fazemos monitorização, um inquérito aos utentes para nos apercebermos do seu grau de satisfação. Só desta forma conseguimos ver e perceber realmente o que é preciso ajustar e melhor neste nosso serviço”.

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BRUNO AUGUSTO Setubalense é militar da Brigada de Trânsito da GNR

Das caminhadas na Serra da Arrábida ao ultra trail de 170 quilómetros nos Alpes Sadino é um dos 49 portugueses que vai fazer a prova de Mont Blanc que liga três países, França, Suíça e Itália. Partida é a 30 de Agosto POR RICARDO LOPES PEREIRA

O

setubalense Bruno Augusto, militar da Brigada de Trânsito da Guarda Nacional Republicana, é um dos 49 portugueses selecionados para participar no Ultra Trail du Mont Blanc (UTMB), prova que percorre três países (França, Suíça e Itália) ao longo de 170 quilómetros à volta do maciço do Monte Branco, a montanha mais alta dos Alpes, que se realiza entre 30 de Agosto e 1 de Setembro.

Por estes dias, quando não está a exercer a sua actividade profissional entre os autos na secretaria e a rua, o GNR, de 41 anos, passa boa parte do seu tempo por entre os trilhos da Serra da Arrábida a preparar-se para o UTMB. Entre os 145 portugueses que se candidataram à competição, Bruno Augusto conseguiu reunir os requisitos necessários para ser aceite, algo que há meia dúzia de anos era impensável conceber, confessou a O Setubalense.

“Comecei nas corridas em 2013 pela diversão e para perder peso. Tinha 117 quilos e hoje tenho 90. Comecei a controlar a alimentação e, sobretudo, treinar. Comecei com caminhadas na Serra da Arrábida, onde já antes tinha praticado BTT. Comecei em terrenos fofos para não massacrar as articulações. Depois comecei a correr 5 e 10 quilómetros com um grupo de amigos de Setúbal. Fiz o primeiro trail na Arrábida e foi aí que surgiu o bichinho da corrida. Comecei a procurar aumentar as distâncias para 15 e 20 quilómetros até aos 170”, explicou.

O militar, pai de dois filhos, refere que a necessidade permanente de desafio esteve na origem do aumentar das distâncias. “Por vicissitudes da vida comecei a dedicar-me mais a este hobby com o objectivo de encontrar a minha parede. No entanto, a parede nunca surgiu e continuei a perder peso e fui aumentando as distâncias das provas que fazia. Tanto assim é que, neste momento, já vou

“Fiz o primeiro trail na Arrábida e foi aí que surgiu o bichinho da corrida. Comecei a procurar aumentar as distâncias para 15 e 20 quilómetros até aos 170”

em provas de 100 milhas [mais de 160 quilómetros]”.

Para ser selecionado para o principal evento mundial de trail da actualidade em Mont Blanc, Bruno Augusto teve de obter resultados noutras provas. “A admissão é feita em função dos resultados em provas do circuito mundial. Temos de ter pelo menos três provas com cinco pontos, ou

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correr. Aos sábados e domingos faço os treinos longos de 20, 30 ou, no máximo, 38 quilómetros. Faço todos os treinos na Arrábida, a nossa Serra-Mãe”.

Bruno Augusto revela que tem com frequência de lidar com os comentários cépticos de colegas da GNR. “Quase ninguém acredita que faço estas distâncias. Há um par de meses diziamme que era impossível eu correr tantos quilómetros e que devia fazer só caminhada. Desafiei-os a virem “caminhar” um dia comigo. Levei-os à nossa Serra da Arrábida e fomos subir o Pico do Formosinho. Só assim ficaram a saber o que custa andar em montanha. Disse-lhes para imaginarem o que é fazer 100 quilómetros, com barreiras horárias a cumprir”.

A propósito de tempos a cumprir, o atleta explicou como se processa esse aspecto nos trails. “Se no Mont Blanc chegar ao quilómetro 20 um minuto depois do tempo estabelecido sou excluído da prova. Planeio fazer 170 quilómetros em 40 horas”, disse, explicando como se gere a questão da alimentação e das necessidades fisiológicas. “Há pontos de abastecimento (de água e comida) e controlo. Tenho de levar comigo a alimentação e a água que preciso. Por norma, há uma ou duas bases-vida onde colocamos roupa [nos três países vão estar em sítios muito quentes e em alta montanha com temperaturas negativas], toalhitas, alimentos.

Somos nós que gerimos o tempo. Quanto às necessidades, se der vontade? Paramos, fazemos, limpamos e siga!”.

Causa solidária: Um quilómetro, um euro

“Se no Mont Blanc chegar ao quilómetro 20 um minuto depois do tempo estabelecido sou excluído da prova.

Planeio fazer 170 quilómetros em 40 horas”

seja, acima de 100 quilómetros. Fiz a Madeira, o Oh meu Deus (100 milhas na Serra da Estrela) e o Ultra trail do Marão”.

Com o objectivo de dar visibilidade à Associação Atividade Motora Adaptada (AAMA), IPSS que apoia as populações com deficiência e Necessidades especiais, Bruno Augusto dá a cara pela campanha “Um Km, um euro” que tem como objectivo angariar verbas para a AAMA. “Resolvi juntarme a esta causa porque se trata de uma IPSS sem fundos nenhuns do Estado e é pouco conhecida”, disse o sadino que jogou futebol nas camadas jovens do Vitória FC e do UF Comércio e Indústria.

O militar explicou como tomou contacto com a Associação Atividade Motora Adaptada. “Conheci o Hen-

Da secretaria da GNR para a Serra-Mãe Questionado sobre as dificuldades que tem em conciliar os trails com a actividade profissional, o militar da Brigada de Trânsito explica que requer muita disciplina na organização do dia-a-dia.

“Trabalho nos autos na secretaria, mas também ando na rua. É quase 50-50.

Durante a semana, treino durante a hora de almoço ou quando deixo a minha filha na patinagem saio para ir

“Trabalho nos autos na secretaria [GNR], mas também ando na rua. É quase 50-50”

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“Aos sábados e domingos faço os treinos longos de 20, 30 ou, no máximo, 38 quilómetros.

Faço todos os treinos na Arrábida, a nossa Serra-Mãe”

rique Pereira [funcionário na área da reabilitação Santa Casa da Misericórdia de Setúbal] nas corridas. É um dos fundadores da Associação, e resolvi juntar-me a esta causa.

Procuro junto dos meus amigos na GNR e do trail que espalhem a palavra para dar um pouco de visibilidade à AAMA”, referiu, planeando já outra iniciativa para ajudar a instituição. “Se o Ultra Trail Mont Blanc correr bem, e conseguirmos mais do que os 170 quilómetros, quero fazer uma loucura em Novembro: atravessar o Algarve de ponta a ponta na Algarviana Ultra trail [de Alcoutim até Sagres em mais de 300 quilómetros]”.

A questão monetária está sempre presente na mente de Bruno Augusto, uma vez que a participação em todas as provas que faz tem custos inerentes. “No caso da Algarviana, trata-se de uma inscrição de 300 e muitos euros, valor que é muito elevado para alguém que tem a minha profissão.

No entanto, se conseguir apoios pretendo fazê-la”.

No caso do UTMB, a logística é diferente e requer ainda maior engenho.

“Estou à procura de apoios para tentar pagar a viagem. Procuramos comprar bilhete numa altura em que estão mais em conta. Quanto à dormida vamos ser cinco ou seis a pernoitar em quartos de montanha para ser mais em conta. Já nas provas nacionais, durmo em instalações da GNR em que não pago nada e deslocamo-nos em carros para dividir a despesa da viagem por quatro ou cinco pessoas. Como não fumo nem bebo, é este o meu vício”. Conclui, deixando uma garantia: “Do dinheiro angariado para a Associação na iniciativa Um Km, um euro, não quero um tostão”.

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LEONEL FERNANDES Ganhou mundiais e europeus

Campeão nascido no Seixal nunca foi profissional Começou a patinar aos 14 anos, e para isso tinha que regar as flores e varrer a bancada

[ FOTOS: DIREITOS RESERVADOS ]

A

pesar de ter conquistado, em hóquei em patins, dois mundiais, quatro europeus, várias taças latinas, torneios Montreux e Jogos Hibero-Americanos, nunca lhe surgiu a oportunidade de enveredar pelo profissionalismo. “Era assim naquele tempo, o que mais desejávamos era que no arranjassem um trabalho. Só o Benfica é que pagava alguma coisa aos jogadores”, começou por nos dizer no tom tranquilo que caracteriza os campeões.

Hoje com 81 anos de idade, começou a trabalhar como torneiro mecânico aos 12 anos, em Lisboa, e só aprendeu a patinar aos 14. Foi no ringue da Mundet, então uma das maiores corticeiras do mundo, desactivada há muito, e que mantinha em actividade vária secções desportivas. “O guarda das instalações só me deixava patinar quando regava as flores e limpava a bancada. E lá tinha que cumprir a função, com mais ou menos agrado!”

Aliás, encarregava-me de tarefas que puxavam mais pelo físico, quando se perspectivava uma partida mais dura e exigente. Respondia-me ele: “Deixa lá, que assim ainda jogas melhor”.

Leonel começou nos juniores da equipa da fábrica, tendo-se transferido depois para a CUF, onde logo deu nas vistas e foi chamado à selecção, em 1962.

“Foi então que contactei com ‘monstros sagrados’ do hóquei, como Adrião, Velasques e Bouçós. O Livramento e eu, nos primeiros tempos, éramos suplentes. Depois entendemo-nos perfeitamente no ringue e fora dele.

Era curioso, quando nas nossas equipas jogávamos um contra o outro, nunca procurávamos o confronto directo”, vai contando o antigo hoquista.

“Para ser justo, tenho que de confessar que a CUF deu-me tudo. Deu-me amizades e deu-me uma vida melhor. Permitiu-me também conhe-

cer o mundo, sobretudo África, as Américas e quase todo o continente Europeu”. “Belos tempos, aqueles!”, desabafa com um suspiro.

Figura carismática do Seixal, conhecido de todos e de todos amigo, reformou-se aos 56 anos. Pescador de reconhecidas aptidões, diz quem provou que faz a melhor caldeirada da Península de Setúbal. “O segredo está em meter na panela os peixes segundo o seu tempo de cozedura, se não, fica tudo desfeito. Não há semana que não aparece um grupo de amigos para eu cozinhar para eles”, confessa, Leonel, primo direito de outra grande figura do Seixal, o futebolista Albano, dos “Cinco Violinos” do Sporting.

Com nome no pavilhão Um dia destes esteve em Alcobaça. “Fui lá ver a minha fotografia em ponto grande, numa espécie de acrílico, que será montada na Mundet”. Trata-se de uma imagem do hoquista para fixar num pavilhão desportivo, em fase de recu-

“Contactei com ‘monstros sagrados’ do hóquei, como Adrião, Velasques e Bouçós”

peração, que a Câmara do Seixal achou por bem baptizar de Leonel Fernandes.

E sem sair do mundo das recordações, Leonel lembra-se do peso dos patins, que pesavam uns quilos.

“Mostrei-os aos mais novos e eles nem queriam acreditar no peso do resto do material; por outro lado, o jogo é mais duro do que no nosso tempo. E as joelheiras, as cotovelei-

ras e a colheira que protege as partes íntimas, pois a bola é muito pesada… Os gaiatos até começaram a rir. Hoje está tudo mudado e, no que respeita ao material desportivo, para muito melhor.”

Um patim pesa uns gramas O peso de um patim não vai além de uns gramas…

São pessoas destas que deram dignidade ao mundo desportivo, uma dignidade que, nos últimos tempos, tem experimentado atribulações que a atiram para a sarjeta.

Saudemos o Leonel e esperemos por melhores dias, que voltem a trazer ao desporto tudo o que fez dele um dos mais marcantes fenómenos do século XX e XXI. J.A.

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HENRIQUE DOS SANTOS COSTA Músico de Alcochete brilha nos palcos internacionais

Ver a sorte por uma tuba Largou tudo e emigrou para a Suíça para desenvolver talento. Conquistou prémios na Rússia, na Alemanha e na Itália e actuou sob a batuta de renomados maestros como Zubin Mehta – que dirigiu os concertos dos três tenores (Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras) – ou Riccardo Muti

POR MÁRIO RUI SOBRAL

O

lhou para ela e foi amor à primeira vista. O primeiro e único até ao momento. Tinha 12 anos ou pouco mais. Aos 21 rasgava fronteiras só para poder aprofundar aquela relação cada vez mais exigente. Tudo por causa dela.

“Quando pela primeira vez vi uma tuba à minha frente fiquei tão atraído, que pedi para experimentar. Foi até hoje”, diz Henrique dos Santos Costa, jovem músico natural de Alcochete, que tem granjeado êxitos além-fronteiras, depois de ter deixado tudo para trás e de ter rumado à Suíça para poder desenvolver todo o potencial inerente ao seu reconhecido talento.

Actualmente, com 26 anos, além de actuar regularmente com orquestras, dá aulas, como assistente da classe de tuba do professor holandês Anne Jelle Visser, na Universidade de Artes de Zurique, onde estudou durante quatro anos. “Ultimamente tenho tentado apresentar-me regularmente em recitais a solo com piano, pois é uma actividade que me interessa bastante”, confessa, porém, o músico que, a solo, tem somado prémios de gabarito internacional, como aconteceu recentemente no XVI Concurso Internacional Tchaikovsky, na Rússia, ou em 2016 no Concurso Internacional de Markneukirchen, na Alemanha, e no “Città di Porcia”, em Itália, entre outros. Isto além de se poder orgulhar de ter estado sob a direcção da batuta de alguns vultos maiores do panorama musical.

“Em Itália tive a oportunidade de trabalhar com a Orquestra do Maggio Musicale Fiorentino e de partilhar o palco com os maestros Zubin Mehta e Riccardo Muti”, revela

Henrique, sem esquecer que, antes, ainda em Portugal, enquanto estudava em Lisboa, “tocava regularmente com a Orquestra Metropoli-

“Comecei aos 12 anos quando o meu amigo David começou a aprender trompete na banda em Alcochete tana de Lisboa”, chegando também a trabalhar com a Orquestra Gulbenkian. Hoje, na Suíça, apresenta-se regularmente com a Orquestra Musikkollegium Winterthur, participando ainda em trabalhos com a Orquestra Sinfónica de St. Gallen, a Philharmonia Zurich e a Orquestra

de Câmara de Zurique.

O jovem só acaba por soprar um pianinho demasiado económico quando desafiado a definir-se como músico. “Pergunta extremamente difícil...

Defino-me como sortudo”, atira.

A tuba foi assim mais do que um amor, foi a sorte de um artista.

O amigo, os professores e a família Henrique iniciou-se na Banda da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898, de Alcochete. Lembra-se “vagamente de ter assistido a uma récita da Ópera Aida de Verdi” ainda de tenra idade. “Mas de forma alguma isso me marcou imediata ou directamente”, conta, desvendando de seguida como tudo começou: “Tinha 12 anos e um dos meus melhores amigos, David, começou a aprender trompete na banda em Alcochete. Perguntou-me se eu não queria ir também. Uma das vezes

em que ele insistiu acabei por ceder e até hoje tenho aprendido a apreciar música.”

Zurique surgiu depois no mapa

“Um ‘pasodoble’ ou um vídeo das Festas do Barrete Verde traz-me inevitavelmente nostalgia da ambição do músico. “Pela vontade de estudar com o meu professor Anne Jelle Visser. Conheci-o em Portugal, durante um festival em Alcobaça, e fiquei mesmo muito curioso pela sua metodologia e perspectivas em relação aos detalhes técnicos da tuba e conceitos musicais”, recor-

Galardoado com Medalha da Restauração do Concelho Em 2018, Henrique dos Santos Costa foi distinguido com a Medalha de Restauração do Concelho, atribuída pelo município alcochetano. Quando foi informado de que iria ser galardoado, o jovem lembra ter ficado... mais do que surpreendido. “No início não acreditava na ideia, pensava que estavam a brincar comigo”, confessa, acrescentando: “Senti-me muito honrado.

Foi um gesto muito motivador da parte da Câmara Municipal de Alcochete como forma de reconhecer a dedicação do trabalho que venho a desenvolver. Ainda para mais numa área artística tão específica e sendo tão jovem”, remata.

da. “Além disso, foi também professor de um dos meus professores em Portugal, Adélio Carneiro, na Academia Nacional Superior de Orquestra da Metropolitana, e considerei que seria muito bom para o meu desenvolvimento continuar na mesma linha de conceitos”, adianta.

Sair da zona de conforto, acrescenta, “é sempre muito duro”.

“Mas, agora que dei esse passo... teria sido ainda pior ter lá ficado. Tinha 21 anos quando cheguei a Zurique e não vim acompanhado. Imagino que não seja fácil para alguém mudar de país, ainda pior: mudar de culturas. Os hábitos da Europa Central são muito distintos dos costumes do Sul e a linguagem cria barreiras que no início causam sempre desconforto. No entanto, uma pessoa aprende a ambientar-se”, sublinha, admitindo que ainda está numa fase de adaptação à realidade suíça.

Cinco anos depois e a cerca de dois mil quilómetros de distância, o jovem olha para trás e não esconde que a saudade chega a apertar – “por vezes calha deparar-me com uma gravação de um 'pasodoble' ou com um vídeo das Festas do Barrete Verde e isso traz inevitavelmente nostalgia”, reconhece –, destacando o apoio familiar que sentiu nesta jornada. “Passo a maior parte do ano fora, devido à intensidade da preparação do meu trabalho. Como resultado, passo pouquíssimo tempo em Alcochete. Infelizmente, nem com a minha família. Mas vim estudar para Zurique para realizar os meus objectivos e a minha família é bastante compreensiva nesse aspecto”, vinca, lamentando a concluir o facto de não ter marcado presença nas Festas do Barrete Verde e das Salinas desde que emigrou.

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José Ornelas: O homem e o bispo Entrevista dupla, para conhecer melhor o homem e o pensamento do bispo que governa a Diocese de Setúbal há quase quatro anos Levanta-se todos os dias às 6h30, mesmo que o despertador toque a hora mais tardia. Madeirense, 65 anos e viajado pelo mundo, D. José Ornelas Carvalho foi ordenado Bispo de Setúbal pelo Papa Francisco a 25 de Outubro de 2015, precisamente 40 anos depois, menos um dia, da ordenação do primeiro Bispo de Setúbal, D. Manuel Martins.

POR HUMBERTO LAMEIRAS FOTOS ALEX GASPAR

“Humilde é aquele que diz, estou à procura” D. José Ornelas Carvalho admite que se zanga, tem contradições com ele próprio enquanto Bispo de Setúbal. Sabe cozinhar e aprecia a frescura do peixe sadino. Ri e fala abertamente dos seus dias e da necessidade de reflectir para ajudar a melhorar o mundo, mesmo que sabendo que todo o esforço é pouco

A que horas, normalmente, se levanta?

Por volta das 06h30. Mesmo que o despertador toque mais tarde, já estou programado para essa hora.

Quais as suas rotinas ao início do dia?

Gosto de começar a manhã com a oração que Jesus rezava, “Escuta”, porque dá o sentido de verdade, de perspectiva positiva mas crítica, de estar na presença de Deus.

Depois divido o tempo entre celebrar a missa – por vezes aqui mesmo em S. Sebastião –, e outros compromissos.

Mas programo o dia a partir daquilo que eu sou e do meu relacionamento com Deus. O tempo fundamental com uma leitura bíblica ou com uma oração, ou seja, procurar escutar.

E antes de dormir, revê as suas atitudes durante o dia? Tudo o que ouviu e viu? Faz essa reflexão?

Tenho um costume de fazer a oração da noite, mas rezo melhor de manhã, quando o dia começa. Vou à janela, olho e faço a primeira oração, tenho de louvar a Deus pela beleza e energia que nos dá. À noite dá para repensar o dia.

Ver aquilo que foi e repensar como reagi; porque a bem ou a mal, reagimos. Como é que reagi a isto ou aquilo? Qual foi a minha atitude?

Há sempre muita coisa para dizer.

Enfrentar-nos a nós próprios.

Por vezes vem a tentação de dizer: “não volto a pensar nisso”. Não! É melhor pensar, porque senão, um dia, esse “isso” vai avolumar-se tornar-se num Adamastor. Quando a nossa própria figura nos mete medo, é complicado. É possível vê-lo de avental frente ao fogão a cozinhar?

Sim, todos os dias, mas só nas pequenas coisas. Tenho a dona Graça que me ajuda a cozinhar.

Qual o prato que o faz correr para a mesa?

São tantos. Sou madeirense e andei pelo mundo, portanto, gosto de uma boa espetada e de um bom peixinho. Aqui em Setúbal, com o nosso mar, temos do peixe fresquinho ao choco frito; isto não tem igual. Também gosto de um prato bem condimentado, mas prefiro o sabor natural das coisas, como a espetada de carne apenas com sal e louro e o peixe fresquinho assado só com sal.

Calculo que o livro preferido do Bispo seja a Bíblia Sagrada, e o do homem José Ornelas Carvalho?

Sem dúvida, é a minha especialização. Mas o do homem, são os de História de um modo geral, a isto também está ligada a Bíblia pela sua história. São os grandes movimentos da História que me fascinam. A História de hoje são consequências do passado; por onde é que vamos? Por isso eu leio constantemente.

Tenho muitos livros de História, mas também sobre outros temas.

Há livros que me fixaram, como o “Fernando Capelo Gaivota” ou simbolismo fascinante de livros como “O Nome da Rosa, de Umberto Eco”.

Aliás, eu fiz a minha tese sobre a Bíblia baseada na narrativa e na análise também dos modernos de

pensamento, que forjaram o pensamento moderno e a interpretação.

Como é que se interpreta? Os símbolos, a arte, é um mundo. Existe uma simbologia em tudo isto, que no fundo é a forma como eu me encontro na vida e assenta nas questões fundamentais.

Há aqueles que pensam como eu e que encontraram suporte pessoal para isso. Se eu quero fazer caminho tenho de o fazer com, encontrar consensos. Se viver sozinho posso ser um “D. Quixote” com os seus Moinhos de Vento, o homem que sonha e se indigna, mas não resolve os problemas da sociedade. O tal indignado da sociedade que acaba simplesmente por ser um desajustado.

Os necessários são aqueles que fazem por transformar a sociedade mesmo sabendo que vão ficar sempre insatisfeitos com o que vão realizar, porque se não ficassem insatisfeitos não tinham sede. Jesus diz que “felizes são os que têm fome e sede de justiça”, porque a sede é aquilo que me leva a construir e ajustar. Humilde é aquele que diz, eu estou à procura. Isto é o verdadeiro espírito científico e é o verdadeiro espírito do crente.

Também se zanga?

Zango-me muito, muitas vezes comigo mesmo, com aquilo que acontece e mais quando vejo incoerências. Isto dentro da igreja, no País e no mundo. Sem um sentimento de revolta também não há honestidade. Mas tento saber o caminho do bem de quem se zanga. É preciso que nos indignemos, mas viver indignado não resolve nada. Os indignados que passam o tempo todo assim não constroem.

Quero dizer que eu me indigno porque tenho um projecto, porque vejo que aquilo destrói. Mas tem de se mostrar um caminho para a frente.

Isto é o que hoje está a faltar.

D. Manuel Martins foi um mestre que nunca abdicou daquilo que pensava. Foi ao encontro dos outros. Eu não tenho de abdicar daquilo que sou. Mas tenho de encontrar caminhos reais para todos, e esses caminhos são quando eu deixo de fazer disso uma ideologia ou

Os necessários são aqueles que fazem por transformar a sociedade mesmo sabendo que vão ficar sempre insatisfeitos O modo como está na vida por vezes tem contradições com o Bispo José Ornelas?

Sim! Se não tivesse significava que eu era perfeito, que a Igreja era perfeita e que o País era perfeito, mas não é. Quero dizer: eu tantas vezes vejo que isto tem de mudar, mas quando é que muda? Isto não é coerente. Significa que eu tenho de repensar. A nova normalidade é a mudança.

um interesse próprio e passo a pensar realmente nas pessoas.

A minha indignação não é simplesmente uma questão ideológica, é a indignação por ver o sofrimento das pessoas. Se eu não tiver essa indignação e essa sensibilidade, também não sirvo para nada. Mas viver assim também não resolve. Eu digo sempre “gente, não vivam assim, o mundo perfeito, uma Igreja perfeita e um País perfeito, não temos”.

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Jornadas da Juventude passam por Setúbal No Verão de 2022, o Papa Francisco deverá estar em Portugal para as Jornadas Mundiais da Juventude, um mega-encontro que se espera reunir cerca de 2 milhões de jovens de todas as partes do planeta, e no qual a Diocese de Setúbal vai ter papel de destaque na organização e montagem da logística.

As jornadas são em Lisboa pelo que núcleo central do esforço de organização está a cargo da capital e dioceses limítrofes.

“Fazemos parte da diocese mais directamente envolvi-

da. Já se está a trabalhar nesse sentido. Está formada a primeira ordem de representantes de todas as dioceses para fazerem parte deste núcleo central e isso depois há-de multiplicar-se numa organização cada vez mais complexa.”, explica D. José Ornelas.

Pela agenda do Bispo de Setúbal, no início do próximo ano a diocese já terá o seu grupo de trabalho. Entretanto, com “os contactos que vamos fazendo, também com as autarquias, com instituições, esta ideia está a ser lançada e tem encontrado a maior abertura”.

“Francisco disse-me: não te mando, mas peço-te que vás para Setúbal” Aceitou o pedido do Papa para vir com a missão de refazer a Igreja, porque na Europa o “modelo que se pretende está menos desenvolvido” do que no resto do mundo. O problema é o laicismo que leva a uma sociedade ati-religiosa

A

Diocese de Setúbal é das que tem o clero mais jovem e ela própria é a mais jovem diocese, com 44 anos iniciada pelo Bispo D. Manuel Martins, continuada por D. Gilberto Canavarro dos Reis e gerida agora por D. José Ornelas.

Em 2015, quando o Papa Francisco o nomeou para Bispo de Setúbal, planeava ir para Angola. Na altura referiu que o Papa lhe disse que “a Igreja da Europa tem de refazer a sua missão missionária”. Passados estes anos, quem tinha razão?

Fui falar com ele e dei-lhe razão nesse mesmo dia. Disse-me “não te mando, mas peço-te que vás para Setúbal”. Não havia plano B. O modelo que se pretende da Igreja na Europa está menos desenvolvido do que em África, na Ásia, e nas Américas. O laicismo tipicamente europeu não é regra, para bem e para mal.

Eu gosto de um Estado laico numa sociedade laica, mas não anti-religiosa porque isso não é inteligente. Gosto de uma sociedade que busca sempre caminhos. Mas admito que haja outras visões, e é com essas visões que vamos construir um caminho comum.

Olhando a realidade da Diocese de Setúbal, sente que há uma quebra de fiéis?

Há sim, diria na minha ob-

servação. Mas somos uma Diocese que está a crescer. Não só porque chegam pessoas de fora, mas também há as que aderem à igreja, entre elas, jovens e crianças. Acredito no que o Papa Francisco me disse, “tu vais, mas vais como missionário”. Dou-lhe plena razão porque também ao nível da congregação há que refazer a Igreja dentro da Europa. É o caminho que estamos a fazer.

“A Europa já era a cristandade e ainda não acordámos para que já não é” Pensávamos na missão só para fora, porque aqui já era a cristandade, e ainda não acordámos para isso, porque as nossas estruturas ainda são as da cristandade, em que que tudo está organizado à volta da igreja, mas não está. Tem de ser uma igreja que caminhe e dê testemunho daquilo em que crê.

Isto é a mensagem que os jovens estão a encontrar.

No centro da Europa queremos ser uma igreja que é “o pequeno rebanho que Deus ama e que dá testemunho daquilo que acredita”.

tinguir o carisma do sacerdócio do serviço dos fiéis com o carisma do celibato. É um assunto que está em cima da mesa da Igreja.

A crise de vocação de jovens para seguirem a missão de padres tem afectado a Diocese de Setúbal?

Setúbal foi sempre uma Diocese que recebeu padres e seminaristas do resto do país. Há muita gente que se identifica com esta Igreja onde temos trabalhado a proposta vocacional, e com resultados.

Das dioceses portuguesas somos uma das primeiras com o clero mais jovem. Mesmo assim, não temos todos os padres que queríamos ter e também que partissem em missão para outro lado, mas vamos trabalhando para isso. Há falta de padres na Diocese de Setúbal, gostaríamos de ter mais.

Na nossa população temos pessoas vindas de todas as partes do mundo, e isso vai acontecer com a ordenação de padres. Na igreja hoje temos um caminho que se faz na pluriculturalidade e na universalidade.

E sobre a ordenação de mulheres? É um tema que não se pode tirar de cima da mesa, mas vai levar mais tempo a debater que o celibato, mas não o excluo. Acho que tem de estar constantemente na reflexão da Igreja. O Para Francisco mandou fazer uma comissão para ver da possibilidade da ordenação de mulheres de diáconos. Neste momento, os tempos não estão maduros para isso. Além disso, impõe-se muito mais o tema cultural, que é muito sentido aqui na Europa.

A gestão, as competências, as especificidades dentro dos vários ministérios da Igreja não tiram a im-

Concorda com a ordenação de padres casados?

Temos na Diocese um padre casado, ucraniano e católico. Está cá, tem quatro filhos e já tem netos.

Está a exercer e espero que continue a exercer. Portanto, a disciplina do celibato não foi seguida por todas as igrejas e concretamente na igreja católica no Leste Europeu. Eu digo que me sentiria muito confortável com a ordenação de homens casados para o sacerdócio. E não é uma questão de responder à falta de padres, é uma questão de dis-

“Sentiria-me muito confortável com a ordenação de homens casados para o sacerdócio” portância do padre. Não quer dizer que o padre tenha de ser tudo na igreja. Há outras coisas em relação ao poder de decisão. O Papa veio dizer que é preciso que as mulheres estejam nas questões também, onde se tomam as decisões da igreja.

Como deve a Diocese agir na denúncia de casos de pedofilia?

As orientações que temos da Igreja, e que estamos a tentar seguir, passam por organizar a vida e preparar as pessoas para estes casos irem desaparecendo. É toda uma questão de formação. Estes casos têm de ser evitados e quando acontecem, temos de os saber tratar como deve ser, tanto em relação às vítimas como aos perpetradores.

Por outro lado, é preciso não se fechar simplesmente na igreja, como se fosse um problema seu.

Quero dizer, a Igreja não é o fulcro quando se fala em pedofilia. Toda a gente sabe que há quem esteja a tratar destes problemas, eu tenho pessoas próximas a tratar dele.

A maior situação de abuso é no seio da família e coloca-se o mesmo problema para os padres, que são as pessoas em quem confiar. Precisamente por isso, gera um conflito interno, particularmente numa criança, que provavelmente vai ficar traumatizada para a vida.

Como é que a Igreja deve reagir?

Primeiro coisa, clareza em tudo isto. Tem de haver bom senso social e fazer agir pessoas competentes nestes casos, como a psicologia e investigação.

Eu não tenho autoridade para convocar ninguém. Antes de mais tenho de saber escutar e ter gente competente para lidar com estes problemas.

Em Portugal estes casos são crime público e, portanto, qualquer pessoa pode propor uma investigação. Noutras partes do mundo há conotações diferentes segundo os próprios sistemas jurídicos. No nosso País o sistema funciona e é bom que sejam as autoridades a investigar.

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Francisco Barrenho, o polivalente do Barreirense. Dirigente, seccionista e treinador vestirá a camisola do clube para sempre

50 anos de bastidores no Barreirense

O “Homem” do Futebol Clube Barreirense viaja pelas suas recordações, em busca do curso de uma história com cinco décadas

POR ANA MARTINS VENTURA

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rancisco Barrenho tem o Barreiro no coração há mais de cinco décadas. Em 1962, quando chegou a esta margem do Tejo a paixão foi “quase à primeira vista”, despertada pelo Futebol Clube Barreirense. “Aqui faço de tudo.

Sou ‘o polivalente’. Já fui presidente, bibliotecário e até treinador, a substituir de improviso claro”, revela em entrevista a O SETUBALENSE-DIÁRIO DA REGIÃO. No ‘clube das celebridades’ treinou Frederico Rosa, hoje presidente da Câmara Municipal do Barreiro, mas não arrisca a revelar quem jogava melhor. “Não posso dizer se uns jogavasm melhor do que outros. Para mim são todos bons e celebridades à sua maneira”.

Nesta viagem de 50 anos dedicados ao clube, Francisco Barrenho recorda os tempos de ouro do Barreirense. Mergulhado nas memórias aponta um álbum de fotografias.

“Trago-as aqui comigo”.

Nas imagens saltam antigas glórias, como o tempo em que conviveu com Mike Plowden. Famoso basquebolista norte-americano que jogou pelo Barreirense e fixou residência no Barreiro. E das épocas em que o clube foi “por anos e anos campeão nacional”. Emocionado, confessa, “a primeira vez chorei”.

A viagem começa nos anos doura-

dos do clube, desde a década de 60, ao final da década de 90. E pára no presente, com Francisco Barrenho a admirar um clube que “não atravessa a sua melhor fase, mas vai vivendo com aquilo que pode”. Na sua opinião, o clube já passou até por momentos piores.

Defensor do amor à camisola e dedicação ao associativismo, para Francisco Barrenho o ideal seria “haver dinheiro para se pagar a quem trabalhasse, porque já ninguém quer fazer voluntariado. Antes as pessoas faziam as coisas por gosto. Hoje, poucos aparecem por amor à camisola”.

Uma dedicação que, para o dirigente não tem limite de tempo e por isso admite, “se calhar vou ficar aqui até morrer”.

“Assentei raízes no Barreiro por acaso. Destinos” Francisco Barrenho nasceu em Vieiros, Estremoz. Ali viveu até aos 17 anos até que, um dia, decidiu partir. “Meti na cabeça que ia trabalhar para fora. Ajeitei umas roupas na mala, apanhei o comboio e quando parei no ‘Barreiro Mar’ aqui fiquei”.

O aventureiro destemido vinha ao encontro de um primo que vivia e trabalhava há vários anos no Barreiro. Esperava, com a ajuda do familiar, encontrar trabalho em Lisboa.

“Foi assim que assentei raízes no

Barreiro, por acaso. Destinos”.

Encontrou trabalho em Lisboa, na Rua dos Fanqueiros, na empresa Organizações Dilar. “Um espaço bastante reconhecido na capital e onde trabalhei 43 anos”. Quanto à paixão pelo Barreirense aparecia sempre depois do trabalho.

“As melhores recordações são os campeonatos vencidos.

A primeira vez chorei de emoção” “Na época vivia num quarto alugado e não tinha casa-de-banho, por isso utilizava as instalações do clube para tomar banho, por 25 tostões”, recorda Francisco do tempo em que as dificuldades eram muitas, “mas a vida tinha outro sabor”.

Depois do balneário ficava a assistir aos treinos e jogos. Foi nessa época que o desafiaram, pela primeira vez, a ser seccionista do basquete. Mas o serviço militar interpôs-se e de 1967 a 1968 esteve destacado na Guiné. “Na pior época da guerra”, recorda.

Quando regressou, começou a forte ligação ao clube que não mais

se dissolveu. “Nem nos momentos das piores crises”.

O bibliotecário treinador Quando Francisco começou a frequentar o clube como sócio, no final da década de 60, a direcção propôs-lhe um primeiro desafio.

Erguer uma biblioteca. “Depois, o projecto cresceu para além de uma sala e junto com outro companheiro, também percorria as ruas do Barreiro a alugar livros”.

A biblioteca “com livros de todas as qualidade” perdeu-se no tempo. “Alguns ainda lá estão. Só que, apenas esquecidos”. E a sala deu lugar a outros afazeres. Serviu para reuniões, jogos de xadrez.

A aventura como treinador surgiu num fim-de-semana de jornada dupla, com um jogo em Leiria e outro em Peniche. “Nesse dia o treinador do basquete foi operado de urgência. E não havia mais nenhum treinador disponível. Íamos dar duas faltas. Então decidi ir com a equipa.

Quando chegamos aos nossos destinos dei uma única táctica ‘divirtam-se, joguem e façam o vosso melhor.

Assim vencemos os dois jogos”.

A grande crise de 2004…

Em 2004 quando dirigia o clube, Francisco sofreu uma crise.

“Cansado” diz, “queria largar isto

tudo”. Chegou a entregar a chave.

Mas os meus colegas não a quiseram aceitar.

Durante uma reunião de direcção chegaram mesmo trancá-lo na sala e não mais o deixaram sair até que aceitou de volta as chaves do clube.

“Assim regressei ao clube, depois de uma semana de crise”.

“No dia em que fui treinador dei uma só táctica ‘divirtam-se, joguem e façam o vosso melhor’.

Vencemos” Foi nesse ano que Francisco começou a escrever um livro de memórias, com os anos dedicados ao Barreirense no primeiro plano da história. “A ideia surgiu num dia em que estava aborrecido e resolvi começar a deitar tudo para o papel”, revela.

Quanto a publicar a resposta é só uma. “Não. O meu livro são memórias minhas. Coisas que fui escrevendo entrelaçadas umas nas outras até sair tudo o que guardei durante tantos anos”

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SESIMBRA João Conceição (Zé da Calma), pescador de peixe-espada e espadarte desde os 14 anos

Mestre de embarcações, enfrentou várias tempestades mas admite que foram as saudades de casa o que mais custou durante os meses no mar.

Não é supersticioso mas o pé esquerdo é sempre o primeiro a calçar e, com outra sorte, poderia ter percorrido relvados pelo país

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Uma vida dedicada ao mar

POR MIGUEL NUNES AZEVEDO

“

Antigamente, quem nascia em Sesimbra não tinha grandes opções. Os homens iam para o mar e as mulheres ficavam em casa ou trabalhavam na indústria conserveira. Comecei a trabalhar aos oito anos, em terra, e a minha primeira saída para o mar foi aos 14 anos, que era a idade mínima para ter a cédula. Naquela altura bastava dar um mergulho e mostrar que se sabia nadar”. Assim se recorda João Conceição dos seus primeiros passos na pesca, uma actividade que viria a praticar durante 45 anos.

Ao longo de décadas, o mar foi a segunda casa de João Conceição. O primeiro ordenado foi de 25 tostões e foi entregue à mãe para ajudar em casa. “Comecei por baixo. Fui o único ‘moço’ numa embarcação durante cinco anos e fazia trabalhos de limpeza e outros que ninguém gostava de fazer. Foi assim até aos 19 anos”, contou o antigo pescador, conhecido por alguns como Zé da Calma, o nome do seu pai.

As coisas começaram a melhorar após a revolução de abril. Em conjunto com outros pescadores, formou uma cooperativa com o apoio do governo, que ajudou a comprar uma embarcação com 33 metros, de seu nome Direito ao Trabalho.

Entre as viagens foi estudando e tirando cursos na antiga escola de pesca de Lisboa, onde agora se situa o Instituto Champalimaud. Foi o primeiro mestre do alto (agora conhecido como mestre do largo) em

“Aos 13 fiz provas no G. D. Sesimbra mas, como era muito magro, o treinador disseme para voltar no ano seguinte. Se o fizesse talvez não voltasse ao mar”

Sesimbra e chegou a dar formações da Forpescas, agora FOR-MAR. No mar percorreu inúmeras milhas entre a costa portuguesa, os Açores, Marrocos e outros pontos da costa africana à pesca de peixe-espada branco e, mais tarde, de espadarte. “Em Sesimbra, durante o Verão ia-se pescar para os mares dos Açores mas a maior parte do ano era passada em Marrocos, que

era o grande sustento para a nossa vila. O fim das negociações entre o governo e Marrocos, em 1999, foi uma grande machadada e parte da frota acabou abatida”, recordou.

Ao longo de 45 anos de pesca viveu momentos difíceis dentro de água, entre eles várias tempestades e temporais. Nos mares dos Açores viu falecer dois colegas – um na sequência de ataque cardíaco e outro num acidente de trabalho – mas foi ao largo do continente que presenciou uma tempestade que ficou guardada na memória. “11 de maio de 75, no Garrincho, quando tinha 19 anos. Foi um dia que me marcou para sempre. Demorámos 35 horas a cumprir uma viagem de 14.

O temporal foi tão forte que partiu os cabos e arrancou os botes que tínhamos prendido ao barco. Como eu era novo, sempre pensei que iria sobreviver. Acredito que os mais velhos pensaram algo diferente”, revelou João Conceição, que lembrou a responsabilidade que sentia enquanto mestre: “É complicado saber que temos outras vidas a bordo. Cheguei a estar dois dias agarrado ao leme e não queria sequer

“11 de maio de 75, no Garrincho, foi um dia que me marcou para sempre.

Demorámos 35 horas a cumprir uma viagem de 14”

que alguém subisse à ponte.”

Embora não seja dado a rituais, ganhou dois hábitos durante as décadas em alto mar: “Nunca fui supersticioso mas sempre calcei primeiro o pé esquerdo e, nos dias de bom tempo, tinha o hábito de dar as boas vindas ao sol. A bordo das embarcações levava um único santo - um poster do Senhor Jesus das Chagas, padroeiro dos pescadores

de Sesimbra”.

Entre as memórias de viagens de várias semanas recorda as saudades da família, que considera ser o peso mais difícil que teve de carregar ao longo de mais quatro décadas. “Desde que comecei, nunca trabalhei na pesca local. Foram muitos anos longe de casa. Não é uma vida fácil porque quem anda no mar sabe que não verá os filhos a crescer. Quando a minha filha nasceu eu estava ao largo das Canárias e quando regressei a casa ela já tinha 14 dias”, lembrou.

Hoje, já reformado, tenta aproveitar o Verão para estar com a família e ir à praia. E se não tivesse sido pescador? “Seria jogador de futebol”, disse João Conceição sem hesitar, recordando um episódio que poderia ter mudado o seu rumo.

“Aos 13 anos fiz provas no Grupo Desportivo de Sesimbra mas, como era muito magro, o treinador disse-me para ganhar corpo e voltar no ano seguinte. Fiquei desiludido e decidi voltar para o trabalho. Se tivesse ficado na equipa nessa altura, talvez nunca tivesse voltado para o mar”, confessou.

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GRÂNDOLA Armando Gomes, director-geral da Lauak portuguesa

Para a Lauak, o limite é mesmo o céu Está quase pronta a nova unidade de produção da Lauak Portugal. Depois da fábrica em Setúbal, a empresa destinada ao fabrico de componentes para aviões prepara-se agora para aterrar em Grândola.

O nosso jornal foi conhecer o novo espaço e conversar com Armando Gomes, o principal responsável por tudo o que em breve irá acontecer

POR INÊS ANTUNES MALTA FOTOS ALEX GASPAR

A

rmando Gomes criou a empresa Lauak Portuguesa em 2003. Licenciado em Metalurgia e Engenharia dos Materiais, pelo Conservatoire National des Arts et Metiers, em Paris, iniciou a sua carreira profissional no ano de 1972. Hoje, está em terra a planear o que depois há-de acontecer nos ares. Porque tudo começa na construção das peças. A partir de Setembro/Outubro, já pode ir ver os aviões a Grândola. E ele é o responsável por tudo isso.

“Todas as nossas peças têm um tratamento que permite que o avião possa viver entre 30 e 40 anos sem termos nenhum problema com nenhuma peça. A segurança para nós é e tem que ser absoluta”, começa por dizer Armando Gomes, director-geral da Lauak Portuguesa.

A engenharia e o amor pelos ases dos ares

Armando assume a liderança de vários departamentos técnicos, dirige vários “Bussiness Unit” e participa activamente em diversos programas de desenvolvimento e industrialização. Em visita à nova unidade em Grândola, virada e formatada para a indústria 4.0, Armando Gomes, o presidente da empresa em Portugal, está “como peixe na água”. Apaixonado pela aeronáutica, conhece bem cada sector, cada procedimento, cada peça, cada pormenor. A empresa, que já tem uma unidade de produção em Setúbal, na BlueBiz Global Parques, no Parque Empresarial da Penínsu-

la de Setúbal, chega agora à Zona Industrial Ligeira de Grândola para produzir componentes para a indústria aeronáutica.

“Já temos máquinas a trabalhar.

Até Setembro/Outubro teremos as restantes. Pensamos que ainda este ano vamos produzir muito aqui. Se tudo correr bem, no mês de Outubro já sairão daqui peças para serem montadas nos aviões em França. As obras já estão mesmo na fase final”, explica.

Composta pelo edifício fabril principal, pelo edifício administrativo e por um edifício social de apoio, interligados e a respeitar todos os preceitos no sentido da sustentabilidade e da economia dos recursos energéticos, Armando Gomes conta que a Lauak foi até Grândola também devido à necessidade de mais espaço. “Este é um sítio muito interessante para nós porque há tudo para fazer e fugimos um pouco das aglomerações”, diz. A unidade fabril de Grândola será “uma empresa mais robotizada, mais ágil e mais inteligente” e, segundo o seu director-geral, “devido a um concurso que ganhámos para os novos motores de avião que consomem menos, seremos obrigados, mais cedo que o previsto, a partir muros e a ir mais longe”. A fábrica vai ter três linhas autónomas de produção e é a primeira vocacionada para a produção de peças destinadas ao avião A320 da Airbus. Está também previsto o fornecimento de componentes para o A330 e para o Falcon da Dussault. O director-geral destaca ainda “o mercado nacional, que é importante a nível da aeronáutica, em Setúbal, Alverca e Évora”.

De 4 pessoas em 2003 a quase

1000 em 2022: Armando Gomes frisa importância da formação A formação é uma das principais apostas da empresa, que estabelece desde o primeiro minuto parcerias com o IEFP, com o Cenfim e com o Instituto Politécnico de Setúbal.

Nos planos, está uma Academia de Formação, inserida na zona social, onde também existirá uma creche.

A Lauak vai produzir a partir de Grândola materiais compósitos e portas de bagageira de carga para a Airbus. Para este ano, estão previstos 150 trabalhadores. “Até agora temos 75 pessoas formadas, e chegam duas turmas para a semana. São mais 35 pessoas, e des-

sas certamente 90 por cento ficam connosco, por isso vamos chegar a 100 pessoas. A previsão é de 150, por isso temos Agosto e Setembro para completar”, refere. Para 2022, nas palavras de Armando Gomes, o responsável da empresa, a previsão é que a fábrica de Grândola conte com 300 trabalhadores que, a juntar aos 650 de Setúbal, fazem mil pessoas no total.

Quando Armando Gomes fundou a Lauak Portuguesa, terminou o ano com apenas quatro pessoas.

O trabalho desenvolvido até ao momento fez com que “a partir daí, o número tenha vindo sempre a aumentar. Fomos talvez os responsá-

veis de 80 por cento do crescimento do grupo. Conseguimos, durante estes anos, ganhar muitos projectos, aumentar ou multiplicar por três as vendas do grupo, multiplicar por três e meio o número de pessoas e multiplicar por oito o número de empresas”. Por isso, não se arrepende nem um pouco do investimento e trabalho desenvolvido em terras lusas e diz que “foi muito boa a escolha de trazer a Lauak para Portugal”. No total, Armando Gomes diz que o investimento feito pela multinacional francesa Lauak em Grândola pode ultrapassar ligeiramente os 32 milhões de euros, valor estabelecido inicialmente.

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SINES Carlos Seixas, a “alma” do Festival de Músicas do Mundo

Músicas do mundo: uma viagem singular entre Porto Covo e Sines Carlos Seixas é, desde 1999, o ano do início do Festival de Músicas do Mundo, o seu director artístico e de produção.

Em entrevista, faz o balanço desta trilha sonora que promove uma viagem pelo mundo sem sair do mesmo sítio

POR INÊS ANTUNES MALTA

C

arlos Seixas é o director criativo do Festival de Músicas do Mundo desde sempre. A base é, nas suas palavras, a consistência e a coerência. E o amor, porque não é possível fazer um percurso assim sem ter amor ao que se faz. A alma artística do FMM faz um balanço do percurso até aqui e fala sobre esta viagem ao mundo sem sair de Sines e Porto Covo.

“Os eventos nascem e morrem, ao sabor das marés, das modas, das curvas políticas. Felizmente, em Sines, tem havido vontade e um rumo, que se traduzem no essencial: uma programação regida por critérios de qualidade e de di-

versidade na circulação de artistas de todas as geografias”, começa por dizer Carlos Seixas, a alma criativa da programação do FMM. Vinte anos a criar e a mostrar música que se faz no mundo 1999 foi o ano de início do festival.

“O então presidente da autarquia de Sines, Manuel Coelho, iniciou e estimulou o sonho durante os primeiros anos de brasa, difíceis e imprevisíveis. Tínhamos o contexto histórico da cidade, o castelo e a baía. Condições bastantes para iniciar um festival com matriz de serviço público e diferenciador em relação aos outros festivais de Verão”, recorda. Para o director artístico e de produção do Festival de Músicas do Mundo, organizado pela Câmara Municipal de Sines, “a ideia de diversidade cultural não pode ser entendida como uma expressão do discurso politicamente correcto. É tão só o reconhecimento do que é o mundo hoje naquilo que tem de mais interessante: a força das migrações, dos cruzamentos, dos encontros de culturas”.

Diversidade é uma das palavras chaves deste evento que tem uma filosofia muito própria e muito bem definida desde o início. “Diversidade é o que é a realidade viva, multicultural de grandes metrópoles, mas também de pequenas cidades como Sines, muito mar-

Para o director do festival, a ideia de diversidade cultural não pode ser entendidacomo uma expressão do discurso politicamente correcto cada pela sua identidade portuária”, diz Carlos Seixas, para depois acrescentar que “essa realidade nem sempre passa para o que é a oferta musical dominante, em que acaba por haver algum afunilamento geográfico e estético. Nesse contexto, o que fazemos é desafiar o público a escutar ao vivo uma boa aproximação ao que será o verdadeiro som do mundo”.

A programação do FMM abarca a largueza da world music e vai além das suas próprias fronteiras. Abre-se à música folk, ao jazz, à música alternativa, à fusão e às músicas urbanas. Mais do que um festival de música do mundo, o FMM Sines procura as músicas do mundo

real para mostrar como são feitas e vividas no nosso tempo.

Regressos, viagens e ligações criativas e artísticas são património da cidade Acontece todos os meses de Julho, e tem hoje lugar ao lado de grandes festivais a nível mundial, abre um caminho para que os espectadores e os amantes de música possam usufruir de momentos de prática e de troca, para além do palco, “através da sua própria percepção e concepção do que é a música no mundo de hoje”. E é feito de regressos, porque “regressa à história da música para, através de repertórios sagrados, tradicionais e experimentais, alimentar as formas contemporâneas”. É feito de viagens, porque “viaja por outras latitudes e faz descobrir como é que os encontros inusitados se tornam uma fonte inesgotável de influências, de transformações, de enriquecimento, num torna-viagens permanente” e apresenta as diferentes culturas musicais, as suas técnicas e a sua época, dando conta da tradição múlti-

pla geográfica e contemporânea.

Carlos Seixas diz ainda que este é um certame que “liga a criação artística actual às suas origens, com os laços visíveis e invisíveis das suas raízes, com a inspiração e influências, reconstruindo uma continuidade, um percurso e uma filiação” e é, assim, “um património inalienável da cidade”.

Nas palavras do programador do evento que já levou a Porto Covo e a Sines artistas de 120 países e regiões, “no Festival de Músicas do Mundo as músicas de todo o mundo viajam, as músicas experimentais experimentam, as músicas de hoje inventam o amanhã”. O festival tem hoje toda a importância para as marcas de Sines, do Alentejo, de Portugal no seu todo e não só. E, ao longo do tempo, já recebeu vários prémios nacionais e internacionais.

Este ano, o festival, que termina amanhã, com uma programação diversificada apresentada em cenários históricos e urbanos “de grande beleza e autenticidade”, dividida entre a cidade de Sines e a aldeia de Porto Covo, convidou mais uma vez os espectadores a viajar com músicos e músicas de todo o mundo.

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O oásis à beira do rio que une a região

Respeitar o Sado A escassos minutos de Ermidas do Sado o rio está vivo. Aqui, no Pego da Barca, onde outrora teve grande importância social e económica, o Sado mostra-nos o que na Europa só Portugal tem. Quase um milagre. Um ecossistema hídrico único

CARLOS A. CUPETO Colaborador habitual FOTOS JOSÉ MATIAS

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cultura Maia considerava os rios as veias e o sangue da Terra. Na verdade, o rio espelha a vida de uma região. Uns mais que outros. O Sado é dos “mais”, enquanto outros, por essa Terra fora, não passam de canais de esgoto. O Sado é uma marca cultural que une margens e territórios, estruturou as terras que se fundaram nas suas margens e deu-lhes identidade. André Matoso, diretor da Região Hidrográfica da Administração do Alentejo, recentemente bem escreveu sobre a marca do Sado nas terras por onde vai passando: águas de “grande beleza que visitam localidades tão diferentes como Panóias (que belo pão lá se produz!); Torrão, terra natal de Bernardim Ribeiro, autor do romance Ao Longo de uma Ribeira; Alvalade do Sado, onde se destaca a cultura do tomate (em 1962 entrou em funcionamento a maior fábrica de concentrado de Portugal); Lousal, antiga importante área mi-

neira, onde merece ser visitado um excelente Centro Ciência Viva; Aljustrel, outra antiga área mineira de importância europeia (a Vipasca romana); Santa Margarida do Sado (provem lá gastronomia à base de peixe deste rio); Alcáçovas (famosa pela doçaria tradicional alentejana); Alcácer do Sal, onde se produz, desde 1760, o melhor arroz do mundo (o carolino); até se alcançar a foz, em frente a Setúbal e à península de Tróia, onde os romanos produziam o famoso garum, conserva de peixe que, durante mais de 500 anos (entre os séculos I e VI dC) foi exportada para todo o Império Romano.”

Entretanto, um enorme equívoco deste tempo, confunde-se “água” com “recurso hídrico”. O mais e mais crescimento, pelo preço que for, condiciona tudo e todos, e não olha a meios. O Sado tem de produzir mais arroz, valha-nos Alqueva. Mas, nos rios e no resto, a natureza nem sempre é racional.

Agora não chove, Pego do Altar está a 10%, e mesmo que muitos não queiram, isto é natural. É natural que não chova regularmente na bacia do Sado. A seca é natural e normal no Sado. O que não é natural é querer que o rio dê a mesma água. Mas o Sado continua. A escassos minutos de Ermidas do Sado, nesta abençoada terra até as ermidas são do Sado, o rio está vivo. Aqui, no Pego da Barca, onde outrora o rio teve grande importância social e económica – como o testemunha o Moinho do Gamito –, o Sado mostra-nos o que na Europa só Portugal tem, quase um milagre. Um oásis, um ecossistema hídrico único. Um capital natural que urge ser quantificado. Será que “seca” é mesmo igual a pobreza e miséria? Será que temos outros valores que estupidamente ignoramos e esquecemos? Quanto vale o Pego da Barca, todo este imenso património natural, no rio Sado? Também aqui, em prol da verdade, estas contas têm que ser feitas quanto antes.

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Francisco Guedes Vaz, conhecido contador de histórias

“Em Santo André estou mais perto de África” Nasceu em Cabo Verde mas a vida trouxe-o de volta a Portugal em 1974. Filho de portugueses, tem 85 anos e vive actualmente em Vila Nova de Santo André, onde se sente mais perto das origens

POR INÊS ANTUNES MALTA FOTO ALEX GASPAR

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rancisco Guedes Vaz nasceu em Cabo Verde corria o ano de 1933.

Esteve em Lisboa quando tinha três anos, onde foi baptizado e ficou durante um ano porque o pai havia ganho “a sorte grande”, mas depressa voltou a correr mundo.

O pai, “que tinha o gosto pela marinha”, depois de várias tentativas, acabou por tirar um curso na Companhia Marconi e tornou-se radiotelegrafista de navios. “Correu o mundo todo”, recorda Francisco Guedes Vaz, para depois explicar que “acabou por ir para Cabo Verde, como chefe de uma emissora de rádio que havia instalada num rebocador de alto mar que estava sempre estacionado em Cabo Verde e socorria todos os barcos na área”. Nessa altura, o pai e a mãe já namoravam. Francisco recorda como “um belo dia” o dia em que os pais quebraram a distância e a mãe foi também para Cabo Verde. “Foi por isso que nasci lá”, explica.

Mas a ligação familiar e o amor a Cabo Verde não fica por aqui. O avô de Francisco foi governador de Cabo Verde entre 1927 e 1932 e é recordado pelo neto como “uma pessoa com uma carga e carisma especiais, e um governador muito querido, que governou cinco anos com chuvas regulares e por isso houve abundância de alimentos. Durante o tempo em que ele esteve lá não morreu ninguém à fome. E era costume morrer-se de fome em Cabo Verde porque quando estava muito tempo sem chover faltava a comida”. Nestas situações, as pessoas “ou comiam peixe ou emigravam”, conta.

O avô terminou o mandato, veio para Portugal e tornou-se governador civil de Vila Real, reformando-se anos depois. O pai, por sua vez, perseguido durante mais de 40 anos “por ser comunista”, decidiu ir para a Índia.

FRANCISCO GUEDES VAZ. "Eu sou africano, caboverdiano, filho de dois europeus". Trabalhou na Refinaria de Sines nos anos 70

Com o 25 de Abril a vida trouxe-o para Portugal, já com a sua mulher, com quem completa 63 anos de casados no próximo dia 10 de Setembro

“Com três anos e meio, fui para a Índia, onde estive até aos nove anos em Goa”, recorda, acrescentando que “aquela era boa gente, e tinha um respeito profundo pelos portugueses. Fui muito feliz lá”.

Numa viagem de quase três meses, Francisco voltou a Lisboa com a mãe e o irmão. Fez a terceira classe na capital portuguesa, enquanto o pai ainda estava na Índia. Até ser transferido para Angola e voltarem em conjunto para África. “Vivi em Angola durante 32 anos, só vim a Portugal quando a minha mãe faleceu, em 1974. De 1943 a 1974 não pus os pés nesta santa terra”. Em Angola,

foi funcionário público, funcionário do quadro administrativo, durante 16 anos. Tomou ainda conta de fazendas agrícolas e lembra esses dias e as pessoas com quem estabeleceu contacto com saudade e emoção: “Vivia no meio do mato e os nativos estimavam-me, gostavam de mim. Cheguei a viver em sítios onde o único europeu era eu e mais dois ou três comerciantes, o resto era tudo indígena, nativo. E eu conhecia a psicologia deles, não precisava de ser duro para eles”.

De Cabo Verde a Santo André: um clima e um amor em comum O plano de Francisco Guedes Vaz era permanecer em Angola mas com o 25 de Abril a vida trouxe-o para Portugal, já com a sua mulher, com quem completa 63 anos de casados no próximo dia 10 de Setembro, e os seus dois filhos “que nasceram no coração de Angola”. Dada a sua experiência profissional viu-se nos primeiros tempos confrontado com dificuldades em arranjar emprego.

“De vez em quando sopra um vento do Algarve que me faz lembrar a minha terra, e as pessoas aqui também são como os africanos”

“Se não tivesse havido o que houve, ainda hoje estava em Angola. Angola é que é a minha verdadeira terra. E lá trabalhava-se muito. Era o responsável pela produção de quatro fazendas. Para um indivíduo que sabia o que eu sabia fazer não havia aqui lugar”, refere. Entretanto, no processo de procura de emprego, chegou a Santiago do Cacém, ajustou-se às circunstâncias e de lá nunca mais saiu. Começou a trabalhar como ajudante de serralheiro mas depressa aprendeu o ofício e tornou-se serralheiro. Depois, aprendeu a cortar ferro com maçaricos, a trabalhar com rebarbadoras e começou a interes-

sar-se por tubulação industrial, aplicando os seus conhecimentos em várias firmas locais que trabalhavam na construção da Refinaria de Sines.

Criou uma cooperativa de trabalhadores, em 1977, e nos anos seguintes abriu a sua própria empresa na área da metalomecânica. E foi assim que ganhou a estabilidade desejada e se fixou em Vila Nova de Santo André, onde hoje vive e onde, na sua opinião, “a sociedade é diferente”. “É uma terra bestial. Gosto de estar cá. Tem um bom clima e, no Verão, faz-me lembrar África. Os nossos montes, onde as pessoas vivem, se fosse em Angola, chamavam-se musseques. E achei que aqui estava mais perto de África”, considera. “De vez em quando sopra um vento do Algarve que me faz lembrar a minha terra, e as pessoas aqui também são como os africanos. Eu sou africano, sou caboverdiano, filho de dois europeus e gosto de estar aqui. Gosto do clima e gosto das pessoas”, adianta, para por fim dizer que “viver em Santo André é como viver em Cabo Verde, vivemos entre todas as cores”.

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O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

SEXTA-FEIRA 26/07/2019

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MARIA AMÉLIA CORDEIRO

o pessoal que anda aí à pesca queixa-se de que não há. Só andam para aí umas três embarcações à pesca, agora. Dantes, ui...”, conta Amélia.

De Trás-os-Montes ao Montijo para ficar na história como única mulher pescadora

Uma vida ao sabor das marés

“Medo nunca tive. Íamos para Lisboa, à vela e tudo, levar o peixe para a Ribeira e o barco a querer meter água, mas nunca tive receio”, diz Amélia

[ FOTOS: DIREITOS RESERVADOS ]

Foram quase quatro décadas a trabalhar no mar. Com paixão, sem medo nem horas para se levantar ou deitar.

Até os joelhos cederem

POR MÁRIO RUI SOBRAL

A

igualdade de género ainda estava longe de marcar agendas políticas e Maria Amélia Cordeiro, sem o saber, já dava o exemplo, impondo-se num mundo duro de homens. Veio de Trás-os-Montes para se fazer mulher no Montijo – “vim fazer os 18 anos cá”, lembra hoje, para trás que ficou mais meio século de

vida –, foi pescada pelos encantos de quem lhe viria a ensinar a arte do ofício e tornou-se pescadora.

A única no Montijo entre cerca de uma centena de homens que, então, se faziam ao mar – como se dizia de quem andava na faina no Tejo – e assim continuou até não poder mais, acompanhando sempre o marido, Jorge Couves, 72 anos, que logo aos 14 começou a trabalhar na pesca com o pai.

“Fui pescadora perto de 40 anos.

Agora já não, porque não posso com os meus joelhos. Deixei o mar há cerca de sete anos. Comecei a ser operada aos joelhos e reformei-me por invalidez”, explica num misto de saudade e lamento, recordando os primeiros passos de uma vida no mar ao lado do marido. “Comecei a ir com ele, já depois de casada, com 26 ou 27 anos, e a gostar daquilo, porque para mim trabalhos cá fechados, não. Gostava era de ar livre, liberdade. E foi assim que comecei”, conta Amélia, antes de Jorge puxar a fita atrás.

“Estava no Ultramar, quando ela veio para cá [Montijo]. Fui mobilizado para Moçambique e conheci-a quando regressei. Comecei a namorá-la, casámos, tivemos três filhas e ela começou a andar comigo na pesca. Com as meninas bebés ainda, já ia comigo para o mar”, revela.

“Levava-as e tratava delas, dava-lhes maminha, punha-as a dormir no convés da embarcação e andava a trabalhar com o pai”, adianta Amélia, que se considera mais montijense do que transmontana. “Já sou mais daqui do que lá de cima.”

Aceitação pela capacidade A aceitação entre pescadores “nunca foi difícil”, confessa, muito por culpa do seu desembaraço e capacidade de trabalho. “Eles nem davam por ela. Não davam por eu me vestir, não davam por nada. Já estava preparada quando me perguntavam”, sublinha.

“Nunca existiu filha ou mulher de pescador que praticasse esta pesca,

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o cerco, como ela praticou. Andávamos na lama a apanhar o peixe e havia mulheres ou filhas de pescadores que tentavam mas não conseguiam andar no lodo. Ela sempre conseguia, fazia o que um homem fazia”, complementa o marido, juntando: “Nos últimos anos da pesca andámos a trabalhar os dois sozinhos, até nos reformarmos, e ela fazia tudo como um

homem, acompanhou-me sempre e foi assim até chegar ao fim.”

Amélia tem até bem presente na memória um episódio que dá como exemplo: “Ainda chegámos a levar uma senhora, entretanto já falecida, cujo marido também andava lá [à pesca] com a gente, mas aquilo foi só para rir. Ela não conseguia andar de maneira nenhuma. Tínhamos a cai-

Uma jura que saiu furada Amélia tornou-se na única mulher pescadora do Montijo pela mão do marido. Antes de se conhecerem, Jorge fez uma jura que se viu obrigado a quebrar. Tinha acabado de chegar do Ultramar a bordo do Vera Cruz e teve de ir a Chaves entregar o fardamento, fazer a desmobilização. “Já não dormia há duas noites e a vinda de Chaves foi de camioneta, que era mais fácil do que de comboio. Mas a viagem

foi de horas e muito cansativa”, começou por enquadrar Jorge, para Amélia concluir. “Ele na camioneta cá para baixo fez uma jura de que nunca mais punha os pés em Trás-os-Montes. Mas a jura saiu-lhe furada, não a fez como deve ser. É que a transmontana já cá estava [no Montijo], pois é, olha”, recorda Amélia por entre sorrisos abertos, acrescentando: “Depois tinha de lá ir todos os anos, visitar a família.”

xa grande, como se chama à caixa de pescar, e ela chegou a andar agarrada à caixa mas nem mesmo assim...”

“Difícil? O trabalho é que podia ter medo de mim” Era uma vida dura. “Não tínhamos hora de levantar nem hora de deitar. Tínhamos de andar com as marés”, lembra Amélia, mas sem queixumes.

“No caso do cerco – arte principal de pesca que dava trabalho a muitos pescadores e que há muitos anos foi proibida –, este era normalmente montado de dia, por exemplo pelas três ou quatro da tarde, na baixa-mar. Na preia-mar levantavam-se as redes. Da baixa-mar à preia-mar iam seis horas. Depois, quando a água voltava a vazar, tínhamos de ir para o lodo apanhar o peixe. As marés é que mandavam. Podia ser a qualquer hora, às três, quatro, cinco

da madrugada... e depois, passadas seis horas, mudava novamente, o trabalho que se fazia de dia passava a fazer-se de noite”, explica o marido.

Saíam do Cais dos Vapores ou do Cais do Seixalinho e tanto apanhavam boas como más marés – “consoante o tempo, de Inverno então...”, suspira Amélia, recusando admitir, porém, que era (e é) difícil a vida no mar.

“Difícil? Não!”, atira de forma rápida e espontânea.

“Diz ela que não. Para ela era tudo fácil”, aponta Jorge para vincar que, apesar de a mulher não se queixar, a tarefa era árdua. Mas Amélia não desarmou: “Para mim não era difícil e andava bem. Chegava e ainda tinha de ir fazer a minha vida normal de casa. Nos últimos anos fazia a vida do mar, a vida da casa e ainda andava aí a trabalhar numa casa parti-

cular. O trabalho podia ter medo de mim, mas eu não tinha medo do trabalho. Ainda hoje se for preciso.”

Sem medos e sem peixe Outra palavra que nunca coube no dicionário de Amélia, enquanto andou na faina, foi temor. “Medo nunca tive. Íamos para Lisboa, à vela e tudo, levar o peixe para a Ribeira (antigo mercado) e o barco a querer meter água, mas nunca tive receio”, garante.

Hoje, à sombra de uma bananeira que plantaram num espaço verde em frente à residência que habitam e que apenas “dá cachos pequenos de bananas”, o casal olha para aquilo que resta da actividade piscatória no Montijo.

“Havia sempre muito peixe, agora

O declínio da actividade no Montijo, contudo, já vem de há muito, conforme explica Jorge.

“Há pouco peixe e como acabou a pesca do cerco – em que cada companha [grupo de pescadores] tinha seis, oito, 10 homens ou mais –, muito pescador emigrou, outros foram trabalhar para barcos de transporte de passageiros, outros para batelões. Aqueles que tinham embarcações, como no meu caso, que tinha também ela que trabalhava comigo, ficámos na pesca até ao fim. O único pescador da minha geração que fez a pesca a cem por cento, desde o início até acabar, fui eu. A maior parte arranjou outras profissões”, salienta, reforçando: “Nos últimos anos em que andámos os dois sozinhos à pesca, o peixe que apanhávamos íamos vender para a Reforma Agrária, aqui no Montijo. Enquanto houve a pesca do cerco, cheguei a levar toneladas de enguias durante muitos anos para a Casa das Enguias. Tive dias de pescar 100 a 200 quilos.”

Era na pesca de Verão, com o cerco, entre Março e Outubro, “que se apanhava mais peixe e ganhava-se mais”, acrescenta o marido de Amélia, recordando que de Novembro a Fevereiro fazia-se a pesca de arrasto, a qual dispensava a ida à água, executada que era a bordo “com uma rede que ia a arrastar atrás do barco”.

Naquela altura, no Montijo, os pescadores “viviam um pouco melhor do que os trabalhadores de outras actividades”, como aqueles que laboravam em “fábricas de cortiça, fábricas de porcos”, entre outras.

“Tanto assim era que havia grupos de 10 ou 12 que andavam de fábrica em fábrica a matar porcos e ainda praticavam a pesca, nos anos 60, 70 e 80 [do século passado]”.

Tão boa pescadora como vendedora De uma canoa do Tejo, à vela, Jorge e Amélia passaram para

uma traineira e depois para um barco em fibra. Sinais dos tempos. A última embarcação foi baptizada como “As Cinco Marias” e tem estória.

“Ele perguntou à filha do meio se tinha alguma ideia para um nome com poucas letras, para não ter muito trabalho a pintar. E a filha saiu-se com esta: ‘Por que não pões 'As Cinco Marias?’ Era o nome comum às três filhas, à neta e ainda a mim. E assim ficou”, lembra Amélia, que além de pescadora era negociante de mão cheia.

“Ela vendia tudo. Eu para o negócio não prestava”, admite Jorge, elogiando a mulher.

“No Verão, quando acabava o cerco, também apanhávamos linguados. Às vezes trazia tantos que até lhe perguntava: 'Ouve lá, onde é que vais vender estes linguados todos?' E ela respondia: 'Traz, traz, traz'. E vendia tudo aqui no Montijo”, recorda, com Amélia a sorrir e a anuir: “Às vezes até o mandava embora porque ele não tinha jeito.”

“Quando andávamos no arrasto, apanhávamos grandes sacadas daquele caranguejo bom para comer.

E ele dizia-me: 'Para que é que queres mais caranguejos... e assim e assado'. E eu respondia: 'Deixa ir'.

E vendia sempre”, frisa a mulher, tão devota ao Santo Padroeiro dos pescadores que não perde uma Procissão em Honra de São Pedro, quer a fluvial quer a nocturna realizadas por altura das festas populares da cidade montijense.

“Já não carrego andores, por causa dos joelhos. Mas levo o estandarte da Sociedade Cooperativa União Piscatória Aldegalense (SCUPA). Há quantos anos participo nas procissões? Ui... já não tem conta.

Muitos”, revela.

Foi uma vida ao sabor das marés, que hoje traz nostalgia tanto a Amélia como a Jorge. “Tenho mais saudades é de andar ao de cima de água, a trabalhar no mar”, admite a mulher que se fez montijense há 50 anos, vinda ainda menina de Trás-os-Montes. “Eu é da caldeirada que se comia lá, no rio, com enguias, com robalos...”, concluiu Jorge.

De pescador a poeta Jorge Couves prepara-se agora, aos 72 anos, para se estrear no mundo literário como autor, com o lançamento de uma obra de poesia na qual retrata toda uma vida experimentada no mar. O livro deverá ser lançado nos próximos meses. As artes da pesca e as vivências de pescador, durante décadas a fio, são contadas na primeira pessoa, em verso. O pescador passa assim a “calçar as sandálias” do poeta.

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SEXTA-FEIRA 26/07/2019

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NUNO GIL Discípulo do Chefe Silva faz arte com ovos e farinha

Pasteleiro palmelão serve encantos da região na forma de doces “Sou enxertado de quintajense e palmelense e criei uma queijada concebida à base de queijo, reportando-se à lenda da Quinta do Anjo

Dois dos seus doces, o Bombom de Moscatel e o arroz doce com leite de ovelha, concorreram às 7 Maravilhas Doces de Portugal

POR FÁTIMA BRINCA FOTOS ALEX GASPAR

A

ligação de Nuno Gil à hotelaria apareceu quando deixou a Marinha de Guerra. Natural de Palmela, com 50 anos iniciou a área da doçaria criando o Bolo de Santiago sob os ensinamentos do Chefe Silva e Nuno Gil confessa que “não consigo falar de mim sem falar dele”.

Pai de dois filhos, o pasteleiro palmelão mostra-se pouco crente, que sigam a sua paixão. “O meu miúdo está mais vocacionado para as artes futebolísticas e ela tem mais gosto para a moda e desenho gráfico”, diz.

A sua criação de excelência é o Bombom de Moscatel que considera “um produto endógeno do concelho”, mas “tudo começou em 2016 com um desafio que fiz a Filipe Cardoso para termos um bombom de moscatel”.

Este ano, destaca Nuno Gil, “volto a viver um momento especial com o Bombom de Moscatel a estar selecionado para uma das 7 Maravilhas Doces de Portugal em representação do Distrito de Setúbal”, mas “sinto-me duplamente feliz porque relancei o arroz doce com leite de ovelha, que está também nas 7 Maravilhas, apresentado pelo meu amigo Óscar da Pousada de Palmela”.

Entretanto, o pasteleiro de Palmela anuncia outra parceria com a Adega de Palmela para “fazer o bombom de aguardente Vila Palma, pois faz todo o sentido criar produtos que tenham a ver com o concelho. Mas quero alargar o leque a outros produtos e a outras adegas”.

Como tudo começou Depois de criar o Bolo de Santiago, o presidente da Confraria Gastronómica de Palmela, que foi fundador com o presidente Carlos de Sousa e o Chefe Silva, participa no concurso Nacional da Gastronomia em 1997 com o Pastel de Santiago, que ostenta a concha e a espa-

çaram também a serem adquiridas pela Casa do Manel da Galega do Barreiro, para onde eram transportadas toneladas de ginja. Essa ginja continua a ser uma referência e todos os anos é degustada pelo Presidente da República.

de Freguesias, Cecília de Sousa, lançou o desafio para que o pasteleiro fizesse um pastel alusivo ao aniversário da Marateca e Nuno Gil recorreu, mais uma vez, à História para homenagear o sobreiro assobiador, revelando “recorri à farinha de bolota e ao toucinho do montado e criei o Pastel da Marateca”.

Uma das últimas criações, anuncia “são os Miminhos de Maça Riscadinha” e acrescenta “a fogaça é o doce emblemático de Palmela, mas dei-lhe uma nova roupagem com ligação ao chocolate que cai muito bem com a canela e a erva doce”.

E anuncia quando “houver a separação das freguesias avançarei com a criação de um pastel para o Poceirão, que como se impõe terá como base o arroz carolino”.

Desafios concretizados

Doce típico de Setúbal

O Pastel de Choco, revelou Nuno Gil, “nasceu de um desafio da Câmara de Setúbal para fazer um pastel que fosse alusivo à Capital do Peixe, e escolhi o choco para criar o pastel tendo como base a batata doce da Comporta usei a tinta do choco”.

Também a presidente da União

Um dos momentos relevantes da carreira do pasteleiro de Palmela “foi em 2011, quando a Câmara sadina convidou as confeitarias e confrarias para criarem um doce típico de Setúbal” e “participei no concurso com o Pastel D. Filipe” e relembra “nunca pensei ganhar, mas aconteceu”. O Pastel D. Filipe, explica, “foi concebido à base do mel da Arrábida, das laranjas de Setúbal, do queijo de Azeitão e de Moscatel ostentando na embalagem o brasão da cidade”.

Nuno Gil criou a empresa Confeitaria S. Julião, na Quinta de S. Julião em Palmela, onde cria as suas obras de doçaria, enquanto vai continuando a frequentar cursos de formação, garantindo que “a pastelaria vai muito além dos pastéis e continuo a seguir os ensinamentos que o mestre Silva me deu”.

NUNO GIL. Confeitaria S. Julião em Palmela é o “laboratório” onde nascem iguarias com sabor à região

da da Ordem de Santiago. Segue-se o Pastel de Moscatel em 2002 e o Pastel de Laranja, que “tem mais a ver com a região, pois as laranjas não existem apenas em Setúbal” e acrescenta “as melhores eram provenientes das laranjeiras que ficavam na zona por baixo do Castelo de Palmela, que os antigos definiam como as melhores laranjas era as que não se viam de Lisboa”.

“Os Palmelenses” explica “nascem de uma receita antiga”, enquanto O Caramelo “foi concebido tendo em atenção a história de Rio Frio e os trabalhadores provenientes das Beiras que traziam as suas origens. É por isso um pastel de feijão, do mesmo que se utiliza na

confecção da sopa caramela”.

Nuno Gil continuou o seu percurso de pasteleiro tendo sempre a História como ponto de referência e cria a Queijada do Anjo, explicando “sou enxertado de quintajense e palmelense e criei uma queijada concebida à base de queijo, e reportando-se à lenda da Quinta do Anjo”. Também o Pastel de Ginja, adianta, “nasceu dos licores de Palmela feitos com a ginja da casta galega, proveniente de muitas ginjeiras, que existiam na Serra do Louro e se estendiam até Azeitão”.

As famosas casas de ginja de Lisboa dirigidas por galegos vinham até Palmela para adquirir as ginjas para fazer os licores. Depois come-

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Alcácer do Sal: 800 anos de história, gentes e património

Retrato de um concelho que honra a sua História e a das suas gentes, e que hoje mais do que nunca procura afirmar-se no distrito e no país

POR ANDRÉ ROSA

S

ofia de Mello Breyner descreveu-a com a frase “A sombra azul da palavra moira. O branco vivo da palavra sal”. E de facto, Alcácer do Sal não podia ser mais azul e branca, reflectindo nas paredes das suas casas a luz emitida pelo Sado. Rio importante desde sempre, foi ele um dos principais motivos de fixação dos povos na região, ao longo de milénios, e é por ele que a identidade do concelho continua também hoje a afirmar-se, entre muitos outros elementos. Ao vasto património natural, etnográfico, arquitectónico e arqueológico se devem as histórias de Alcácer do

Sal, vividas dos arrozais às salinas, do pinhal ao rio, por gentes do povo, da ciência e das artes, por exemplo.

Alcácer do Sal é também o segundo maior concelho do país, com quatro freguesias – Comporta, São Martinho, Torrão, Santa Susana e União das Freguesias de Alcácer do Sal (Santa Maria do Castelo e Santiago) – e apesar de ter apenas 13 mil habitantes (Censos 2011) não se mede pelas estatísticas, do alto dos seus 800 anos de história.

Na verdade, o território da actual área geográfica de Alcácer é habitado há mais de 40 mil anos, desde o Período Mesolítico, passando pela Idade do Ferro, períodos romano, visigótico, islâmico, medieval, cristão, moderno e contemporâneo, como de resto mostra a exposição da Cripta Arqueológica do Castelo de Alcácer do Sal, que comemorou 10 anos. Pormenor interessante que talvez nem todos saibam: o castelo é um dos raros exemplares construídos em taipa militar no sul do país. Como não havia pedra suficiente, os muçulmanos usaram taipais de madeira construídos com

O território da actual área geográfica de Alcácer é habitado há mais de 40 mil anos, desde o Período Mesolítico

argila, vidro, pedra e tijolo. A fortificação esteve sob comando islâmico desde o século VIII e só no XIII passou definitivamente para a coroa portuguesa, tendo o foral de Alcácer sido atribuído pelo rei D. Afonso II em 1218, razão pela qual o município comemorou 800 anos de existência o ano passado.

O concelho que viu nascer o importante matemático Pedro Nunes – inventor do nónio (uma escala aplicada a um instrumento de navegação) e a quem se dedicou um renovado museu de arqueologia – assistiu também ao nascimento do poeta Bernardim Ribeiro, do compositor Ruy Coelho e de figuras como João Branco Núncio, Francisco Soares Gentil e Maria Rosa Colaço. Culturalmente, é de destacar também a sua importância na sustentação dos Descobrimentos Portugueses, uma vez que forneceu muita da madeira empregue na construção de peças navais e embarcações, por via da abundância de pinheiros nos seus solos arenosos. Ao longo dos séculos provou-se o carácter determinante do rio Sado, como via de escoamento de grande parte dos produtos do Alentejo, e se é verdade que ele perdeu importância económica por via da modernização das infra-estruturas e do comércio, também é verdade que é por ele que navega hoje muito do novo turismo do concelho.

Dos passeios de galeão do sal

nos esteiros do rio às praias e arrozais da Comporta, passando pelas salinas, tudo integrado na Reserva Natural do Estuário do Sado, há cada vez mais para conhecer, ver, fazer e comer nesta terra do litoral alentejano às portas do Atlântico. O valioso pinhão que nasce do pinheiro-manso, as carnes, o vinho e a doçaria regional, entre outros saberes e sabores, colocam Alcácer do Sal nas rotas de passeio de milhares de turistas nacionais e estrangeiros. Também o património edificado, religioso e museológico, de elevado interesse, bem como o etnográfico, como sejam os bonitos galeões do sal, têm contribuído para a revitalização geral da cidade e, por extensão, do concelho.

Um mundo em potência e do qual os alcacerenses se orgulham, afirmou o presidente da Câmara Municipal, Vítor Proença, numa entrevista dada recentemente a O SETUBALENSE – DIÁRIO DA REGIÃO. Oitocentos anos de história de um concelho cheio de histórias, escritas todos os dias por quem está de olhos postos no futuro.

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A ENTREVISTA DA ESTAGIÁRIA AO DIRETOR

“A imprensa regional é de enorme importância e valor” Francisco Alves Rito, mostra confiança e enorme ambição. Valorização do jornal já está à vista na periodicidade diária e na abrangência distrital, e o processo ainda mal começou

POR MARIA COELHO

F

rancisco Alves Rito, 46 anos, formado em Direito e natural de Estremoz, afirma que sente uma grande responsabilidade em corresponder à antiguidade do jornal. Diretor d’O SETUBALENSE há cerca de um ano, embora procure desde sempre colocar o melhor de si em tudo o que realiza, sente que o desafio acresceu a responsabilidade, em grau. Considera que o segredo da longevidade deste que é o jornal mais antigo de Portugal continental talvez resida na “persistência”, no esforço continuado de “muitas pessoas ao longo de várias gerações”.

O SETUBALENSE comemora 164 anos. Como sente o cargo ao olhar para tanta história?

Sinto um misto de sentimentos.

Desde logo, uma enorme responsabilidade, de corresponder à história, à antiguidade do jornal e às expectativas que a cidade e a região têm relativamente a este órgão e à sua função.

O desafio é maior por ser o jornal

mais antigo de Portugal Continental?

Sim. Acresce, sobretudo, em grau. Por feitio, procuro sempre pôr o máximo de mim em tudo o que faço. Já fui diretor de vários órgãos de comunicação social, não apenas de jornais, mas também de uma rádio, mas O SETUBALENSE é especial. O ‘pedigree’ que este título tem não é uma coisa estética, é substância do trabalho de quase dois séculos, realizado por pessoas ao serviço de muitas gerações e, portanto, é, antes de mais nada, um património que tem de ser respeitado.

O objectivo é valoriza-lo.

E qual o balanço desde que O SETUBALENSE se juntou com o DIÁRIO DA REGIÃO? É muito animador. Os resultados estão em linha com o que tínhamos previsto e dão-nos animo para estar já a preparar investimentos que vão valorizar o jornal e a imprensa da região. O SETUBALENSE tem uma história muito antiga e uma notoriedade excecional na cidade de Setúbal. Nenhum jornal é mais conhecido na cidade de Setúbal do que O SETUBALENSE. O DIÁRIO DA RE-

“Num ano, O SETUBALENSE passou a diário e a todo o distrito e tem, neste momento, mais pessoas a trabalhar do que alguma vez teve. Isto não é pouco”

GIÃO acrescentou imenso, do ponto de vista regional, porque era o título mais forte no resto do distrito. A soma resulta num produto melhor e mais sustentável.

Este primeiro ano foi já de um enorme salto de valor no jornal. O SETUBALENSE passou a diário e a abranger todo o distrito e tem, neste momento, mais pessoas a trabalhar do que alguma vez teve em toda a sua história. Isto não é pouco. São, de uma assentada, vários feitos de fundo, muito significativos, que nos dão confiança de que podemos protagonizar um período de ouro à altura da história do titulo.

Estamos entusiasmados para o próximo ano, para apresentar aos leitores um jornal com mais páginas, melhor grafismo e mais e melhor informação da cidade e do distrito.

Qual é o segredo para a longevidade do jornal?

Há muitas coisas que explicam a existência d’ O SETUBALENSE quase dois séculos depois do seu nascimento, mas se há uma que, sem margem para dúvidas, tem de ser comum em todos os seus períodos é a persistência. A vontade de

algumas pessoas de fazerem o jornal da sua terra, de contribuir para a comunidade, prestando informação, esclarecendo, formando opinião pública. Essa persistência, que só pode ser movida a paixão, é o fio condutor que encontro em todo este largo período e que, certamente, foi protagonizado por muitas pessoas, desde os diretores a jornalistas e outros colaboradores, que passaram por estas páginas.

Qual é a importância da imprensa regional?

Tem enorme importância e grande valor. São coisas distintas. A importância decorre do papel insubstituível na informação às comunidades locais e da região, porque se não houver jornais locais e regionais, que conhecem a terra e estão inteiramente focados nas nossas coisas, não são os órgãos nacionais que vão colmatar essa lacuna.

A proximidade é estar próximo, pelo que esse tratamento de informação mais fina, mais capilar, só pode ser feito pela imprensa local e regional, e é um traba-

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A ENTREVISTA DO DIRECTOR À ESTAGIÁRIA

“Nem tudo no jornalismo são más notícias” Maria Coelho, 21 anos, aluna finalista do curso de Jornalismo e Comunicação do Politécnico de Portalegre acredita que a profissão pode ajudar as pessoas

POR FRANCISCO ALVES RITO

S

etubalense de gema, daquelas crianças que se fizeram adultas a verem o avô ler sempre O SETUBALENSE, dá todos os sinais de que estará mesmo na carreira certa. A vocação revelou-se cedo e a paixão está à vista, embora ao inicio do estágio tenha sofrido um “pequeno choque”.

lho de grande valor para a vida em comunidade, para a saúde da democracia, para a literacia e formação cívica das pessoas. É inevitável que a imprensa regional seja o futuro da imprensa. Creio que a proximidade é um filão praticamente inexplorado que vai revelar o valor da imprensa regional. Até economicamente.

E que perspetivas tem para o futuro d’ O SETUBALENSE? Já falámos um pouco nas perspetiva nas respostas anteriores. A ambição é a de fazer um jornal à altura do que a cidade e a região precisam e merecem.

Queremos que as pessoas de todo o distrito, de todos os 13 concelhos, possam sentir este jornal como seu e com orgulho. Idealizamos O SETUBALENSE como uma referência entre os diários regionais do país, a par do Diário de Coimbra ou do Diário do Minho. Nome e história temos “de sobra”, falta-nos profundidade regional e melhor produto editorial. Mas vejo que estamos com mais ímpeto empreendedor e de inovação, pelo que vamos lá chegar.

“Queremos que as pessoas de todo o distrito, de todos os 13 concelhos, possam sentir este jornal como seu e ter orgulho”

“Os acontecimentos são diferentes a cada momento pelo que o jornalismo é um desafio diário”

Queres ser jornalista porquê?

Desde cedo soube que queria seguir esta área, mesmo sem ainda perceber porquê. Elaborava com o meu irmão espécies de “reportagens”, nas quais ele fazia de “repórter de imagem”, e filmava-me a dar as notícias na quinta do nosso pai. Outro dos motivos que me fizeram enveredar pelo jornalismo foi o facto de gostar muito de conhecer estórias de vida diferentes das ditas comuns e de ter o privilégio de poder ser eu a transmiti-las aos outros. Nem tudo no jornalismo é mau, também se noticiam coisas boas. Há estórias que ajudam, e pretendo, de alguma forma,

fazer algum tipo de diferença na vida das pessoas. Para além disto, neste meio cada dia é um dia diferente, não existindo propriamente uma rotina fixa. Os acontecimentos são diferentes a cada momento que passa pelo que o jornalismo é um desafio diário. Um bom desafio para mim, por ser uma pessoa reservada. Mas, em simultâneo, sempre ouvi que um bom jornalista é curioso e observador. Mesmo sabendo que se pode vir a tornar num trabalho desgastante, em que as 24 horas do dia poderão não chegar para se transmitir o que se pretende, acho que será muito gratificante e é nele que me imagino.

Porque escolheste O SETUBALENSE para estágio?

Lembro-me, desde sempre, do meu avô a ler este jornal nas suas idas ao café. Apesar da curiosidade que me foi crescendo sobre como seria o jornal, foi no meu primeiro ano desta licenciatura em Jornalismo e Comunicação que a vontade de integrar esta redacção cresceu. Na altura foi-nos proposto que realizássemos um trabalho sobre um jornal oitocentista. Elaborei, então, um trabalho sobre O SETUBALENSE, por ser precisamente o jornal da minha cidade e por saber que é o jornal mais antigo de Portugal continental. Já no estágio fiquei com vontade de me integrar e passar a fazer parte de um jornal com tamanha história.

O que estás a achar do estágio?

Aprende-se alguma coisa?

Estou a gostar muito da experiência e está a ser um grande privilégio integrar este jornal regional. Para além do espaço, as pessoas que aqui trabalham são afáveis e integraram-me muito bem no meio. Sinto que comecei a aprender desde o primeiro momento. Confesso que ao início pode ser um pequeno choque

pois integraram-me logo na redação e comecei de imediato a pôr em prática o que aprendi na escola. Mas ainda bem que foi assim porque só com a experiência se consegue desenvolver e melhorar as capacidades. Acho que sairei deste estágio com a sensação de “missão cumprida”, pois não me imaginaria ingressar de outra forma na vida profissional e no mundo que é o jornalismo.

“O fundamental é informar com exactidão e é o que aqui vejo diariamente”

O que achas do jornal?

Acho que é um jornal muito acarinhado e que merece muito respeito pelo trabalho realizado diariamente. Todas as etapas pelas quais este meio de comunicação passou são notáveis e a vontade de quem sempre se encontrou à sua frente e lutou para que este se mantivesse é extraordinária. Celebrar 164 anos de histórias é memorável e acho que traz para o distrito de Setúbal uma mais-valia preciosa. O fundamental é informar com exactidão e é o que aqui vejo diariamente.

ANIVERSÁRIO

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

Direcção Técnica de: Dr. Valter Manuel C. Gomes De Segunda a Sexta das 9h00 às 19h00 Sábado das 9h00 às 13h00

Rua Arronches Junqueiro, 109 - Setúbal | Tel.: 265 522 783

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[ ALEX GASPAR ]

Reportagem no interior do jornal com passagem por todos os pisos

EQUIPA (QUASE) COMPLETA NO TERRAÇO DO JORNAL. (Da esquerda para a direita). Em cima: Sandra Buscardine, Alex Gaspar, Carla Marques, Ana Oliveira, Madiu Furtado, Paulo Martins, Maria Coelho, Francisco Rito, Elvino Catarino, José Gomes, Mário Romão, André Rosa, Ricardo Pereira, Mário Rui Sobral. Penúltima fila: Ana Martins Ventura, Rosália Batista, Graciete Rodrigues (Lina), Célia Félix, Branca Belchior, Humberto Lameiras, Carla Rito, Fátima Brinca, Teresa Inácio, Luís Assembleia, Paulo Apresentação, Luís Pestana, Miguel Nunes Azevedo, José Luís Andrade, Arsénio Franco. Em baixo: Sérgio Pisco, Rúben Ferreira, Conceição Esteves, José Augusto, Helena Conceição, José Pina, Marisa Batista, Inês Antunes Malta, Palmira Pereira, Dulce Soeiro Lança, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro. Ausentes: Carlos Bordallo-Pinheiro, Sónia Bordallo-Pinheiro, Pedro Cunha, Mauro Sérgio, Rogério Matos, Paulo Branco, Sérgio Melo e Manuel Vieira.

“Por uma boa história vamos ao fim do corredor”, podíamos dizer, como a TSF. É uma história longa, bonita e rara. Apresentamos o último “bunker” da informação no distrito

[ ARSÉNIO FRANCO ]

Viagem ao centro do umbigo

POR FRANCISCO ALVES RITO

O

edifício sede do jornal, na baixa antiga da cidade de Setúbal, junto à Sé, é dos poucos que ainda dispõem, à entrada, de argola para amarrar as bestas.

No interior, o panorama é mais moderno. Nas máquinas e equipamentos mas também nas mentalidades e restante contexto. Ao cruzar a porta – pesada como a dos castelos - mesmo sem o sabermos, entramos naquele que é, certamente, o local mais bem informado do distrito de Setúbal.

Aos computadores da redacção chegam diariamente centenas de emails de todas as partes, desde câmaras municipais e juntas de freguesia de todo o

distrito, organismos da administração central, empresas e organizações privadas, agências de comunicação, associações, clubes ou cidadãos individualmente. A este fluxo, juntam-se os despachos da agência Lusa – de que O SETUBALENSE é o único órgão de comunicação social assinante, embora outros usem o serviço sem o pagar -, e as mensagens que chegam por telefone, telemóvel, diversas redes socais e até, ainda, por carta.

Se ao produto destas fontes, juntarmos os dados recolhidos por mais de uma dezena de jornalistas, o resultado é um volume de informação sem paralelo na região.

REDACÇÃO. Madiu Furtado, José Pina, Luís Pestana, Maria Coelho, Ana Martins Ventura, Arsénio Franco, Mário Romão, Fátima Brinca, José Augusto, Inês Antunes Malta, José Luís Andrade, André Rosa, Ricardo Lopes Pereira, Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras. Ausentes: Rogério Matos, Miguel Nunes Azevedo e Helga Nobre.

Redacção atenta a todo o distrito A redacção, com Mário Rui Sobral, Ana Ventura Martins, Humberto Lameiras, Inês Antunes Malta, Miguel Nunes Azevedo, Rogério Matos, André Rosa, Helga Nobre, José Augusto, Maria Coelho, Ricardo Lopes Pereira, José Pina, Alex Gaspar, Mário Romão e Arsénio Franco, procura trabalhar a informação de todo o distrito, numa corrida permanente contra o tempo porque a edição é diária. A

equipa, grande comparativamente com qualquer outro órgão da região, é diminuta para um jornal diário com cobertura de um território tão vasto como o distrito. Quando não faltam jornalistas para fazer a cobertura dos acontecimentos, faltam páginas onde possam entrar as noticias.

O reforço, de jornalistas e das páginas do jornal, fazem parte dos objectivos de curto prazo fixados

pela administração.

O dia começa com a reunião de redacção, às 10h30 da manhã, em que alguns jornalistas participam à distancia, a partir das delegações do jornal noutras partes do distrito, como no Montijo, Moita ou Barreiro, para definir o trabalho, e termina por volta das 20 horas, com a elaboração da capa que vai estar nas bancas na manhã seguinte.

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[ ARSÉNIO FRANCO ]

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

CONSELHO DE GERÊNCIA. Carla Sofia Rito,Francisco Alves Rito e Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro. Ausente: Carlos Bordallo-Pinheiro encontrava-se fora do país

Gerência prepara crescimento futuro muitos desafios e um longo caminho a percorrer”.

Bem ciente do “sentido da responsabilidade da importância que o jornal tem para a região”, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro resume a estratégia. “A visão que temos é

consolidar a posição de número 1 em comunicação no distrito e a nossa missão é fazer um produto cada vez melhor, reforçar a qualidade, circulação e abrangência do jornal”, diz.

Já Carlos Bordallo-Pinheiro, o

mais velho dos gerentes, que foi director do jornal nos anos 70, não se encontrava em Portugal na altura em que foi feita esta reportagem, razão por que não aparece na foto nem com declarações.

[ ARSÉNIO FRANCO ]

é de optimismo e confiança.

“O projecto visava renovar e fazer crescer o jornal”, diz Carla Rito, e o sentimento entre os responsáveis, passado quase um ano, é de que a concretização “tem-se revelado um sucesso, embora com

[ ARSÉNIO FRANCO ]

O conselho de gerência da empresa – composto por quatro sócios-gerentes, Carla Sofia Rito, Carlos Bordallo-Pinheiro, Francisco Alves Rito e Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro – gere a actividade corrente e prepara o futuro da empresa. O ambiente

COMERCIAL. Conceição Esteves, Graciete Rodrigues (Lina), Carla Marques, Rosália Batista, Célia Félix, e Ana Oliveira. Ausentes: Pedro Cunha, Mauro Sérgio e Manuel Vieira.

Rede comercial é a mais forte do distrito É um orgulho poder afirmar, com a objetividade do rigor que não pode ser desmentido pela realidade, que neste departamento joga a mais forte equipa do jornal (mais forte comparativamente com a “concorrência”). Embora os outros jornais também tenham muito menos jornalistas e administrativos, na perspectiva do departamento comercial as diferenças são ainda mais abissais.

Com um total de 11 profissionais (Carla Marques e Ana Oliveira - coordenadoras -, Graciete Rodrigues, Rosália Batista, Célia Félix, Mauro Sérgio, Pedro Cunha, Luís Bandadas e Ma-

nuel Vieira, dirigidos por Carla Sofia Rito e Carlos Dinis) distribuídos pelos diversos escritórios do jornal em várias cidades da região, a rede comercial é, de longe, a mais forte do distrito neste sector. Nenhuma outra empresa ou órgão de comunicação social do distrito vende tanta publicidade.

A fusão da actividade da maior empresa de comunicação do distrito – a Losango Mágico, do DIÁRIO DA REGIÃO – com a segunda maior – a Setupress, antiga editora d’O SETUBALENSE – deu origem a um “gigante” regional da comunicação social.

A nova editora, Primeira Hora,

com um volume de negócios de quase um milhão de euros, é detentora da maior quota de mercado publicitário regional, com uma fatia superior à de todas as demais editoras (jornais e rádios) juntas.

Claro que os custos são também proporcionalmente grandes, não apenas pela enorme diferença de estrutura, mas pela actividade. Por exemplo, um jornal semanário, mesmo com tiragem mais reduzida, gasta cerca de 2.400 euros por mês em impressão (imprime quatro edições por mês), enquanto O SETUBALENSE, sendo diário, imprime 22 edições mensais.

SECRETARIA. Branca Belchior, Dulce Soeiro Lança e Teresa Inácio.

Secretaria mantém a outra escrita em dia Na secretaria, a frente de trabalho é integralmente do sexo feminino – característica única neste departamento, curiosamente – e a “guerra” passa também pela actualidade: manter em dia a outra escrita, a dos números. Entre a facturação diária, expediente geral, contas-correntes e mapas das mais diversas matérias, a mística sadina não se perde.

Pelo contrário, mantém-se tão ou mais viva do que noutros sectores da

estrutura.

A pertença é sentimento vincado, tanto à terra como ao jornal.

“Fiquei muito contente quando fui convidada para trabalhar n’O SETUBALENSE, porque sou de Setúbal e é o jornal que o meu pai sempre comprou. O jornal é uma tradição para o povo setubalense. Tem um grande valor para a cidade.”

Esta declaração, de Dulce Soeiro Lança, diz quase tudo.

Resta a Branca Belchior dar testemunho

da sua satisfação pessoal, para a posteridade. “É um orgulho trabalhar num jornal com tanto reconhecimento.

Fica um pouco de mim registado na história.”, diz. Pois fica, e essa é uma das funções desta reportagem.

Já Teresa Inácio, complementa o conjunto com a abertura à região. “O SETUBALENSE é uma novidade para mim [há um ano] porque vim do lado do DIÁRIO DA REGIÃO, onde estive 16 anos”.

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Notícias de outros meses de aniversário

FRANCISCO CANTANHEDE Colaborador habitual

Entre tantos anos de história, O SETUBALENSE noticiou grandes acontecimentos.

Só em Julho, no mês de aniversário, os temas tratados vão desde o fim da Segunda Guerra Mundial à derrota de Churchill nas eleições inglesas

A propósito dos 164 anos d’O SETUBALENSE, que se comemoram este mês, consultei os arquivos existentes na sua sede com vista a selecionar algumas notícias de primeira página de meses de Julho de anos passados.

Jornal adoptou nome “Vitória” para celebrar derrota da Alemanha nazi Ao passar os olhos pela lombada das encadernações, organizadas por anos, 1945 captou o meu interesse de imediato, pois corresponde ao fim da Segunda Guerra Mundial. O preço do jornal era de cinquenta centavos e ao seu nome foi acrescentada a palavra «Vitória», o que demonstra o regozijo dos que nele trabalhavam pela rendição da Alemanha no anterior mês de Maio. Já o chefe do governo português, Salazar, após ter tomado conhecimento da morte de Hitler, mandou pôr a bandeira portuguesa a meia- haste. No Oriente, o Japão resistia.

No texto «Homens e Factos», escreve-se sobre as eleições na Grã-Bretanha, embora ainda sem se conhecerem os resultados: «Não o sabemos ainda [o resultado das eleições] mas seja qual for uma coisa é evidente em todos os espíritos, conservadores ou revolucionários, não só da Grã-Bretanha, mas de todo o mundo: a decisão de pôr termo à guerra que une os povos de mentalidade mais diversa, como russos, americanos, franceses, ingleses e diversos. Este espírito decidido e unânime é muito mais claro e evidente do que o era no fim da outra guerra, a denominada a Grande, como se além dela se não pudesse pensar em ferocidade em estudo cientifico da ferocidade e da maldade e em número de vítimas, agora, porém passou a ser apenas a Grande Guerra nº 1, porque foi sobrelevada em todos esses aspetos por aquela de que acabamos de sair.»

A dúvida sobre os resultados das eleições na Grã-Bretanha, levava o jornalista a questionar quem seriam «os melhores obreiros da paz».

Estados Unidos da América discutiam Carta das Nações Unidas O texto informava ainda que em Washington discutia-se a Carta das Nações Unidas, dando-se como certa a sua aprovação pelo Senado americano, já que dos membros que em 1919 tinham recusado aprovar a Liga das Nações - organização

defendida pelo presidente americano Wilson, o que lhe valeu a atribuição do Prémio Nobel da Paz - apenas restavam cinco e destes só um repetiria o voto de 1919.

A contagem parcial dos votos na Grã-Bretanha, indiciando uma vitória clara dos trabalhistas, consta numa outra notícia da 1ª página do jornal, mas com menor destaque. Previa-se, mas ainda não se podia noticiar que Winston Churchill, o homem que, em 1940, ao assumir o cargo de Primeiro-ministro apenas pôde prometer aos Ingleses um futuro de «sangue, suor e lágrimas», acabou por ganhar a guerra; contudo perdeu as eleições.

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Biografia do fundador de O SETUBALENSE

João Carlos de Almeida Carvalho: (05 de Março de 1817 - 29 de Março de 1897)

MANUEL HENRIQUE FIGUEIRA Colaborador habitual manuelhenrique1@gmail.com

Em 1 de Julho de 1855 funda e é o redactor-principal de O SETUBALENSE, o primeiro jornal local com edição regular conhecido até hoje. Passou pela prisão, por um atentado e pela suspensão do jornal.

Foi também arqueólogo, com permissão para escavar as ruínas de Tróia

Filho de António Coelho de Carvalho e de Ana Rita de Almeida, nasce na Rua da Praia, hoje Av. Luísa Tody, n.º 224. Baptizado na Igreja de S. Sebastião, aos 4 anos inicia uma vida escolar difícil, que descreve na autobiografia: as primeiras letras com uma mestra «velha feia, carrancuda e malcriada (…) pródiga em palmatoadas e (…) caroladas; aos 6 para os 7 frequenta a «instrução primária, dirigida por (...) um tenente reformado do Exército (…), de feia catadura e apressado em brandir a férula de “cinco olhos”, e que mal se limitava a ensinar a ler, escrever e contar»; aos 14 anos, à força de «imensos rogos», os pais acedem a que frequente «a aula de Gramática Latina e latinidade», o que o interessa e em que tem sucesso, apesar de ter um professor «de rosto severo e de maneiras pouco delicadas (…), um faná-

tico inofensivo» que acredita em «milagres de todo o calibre». Após uma doença, o pai, que quer que acabe a escola para ir trabalhar, interrompe-lhe os estudos. Como os jovens só podem empregar-se ao serviço do Reino aos 25 anos, aos 15 o pai fá-lo ajudante de escrivão da Correição da Comarca de Setúbal (órgão que representa o Rei em cada comarca e fiscaliza as instituições forenses), onde é proprietário do ofício: «comecei a trabalhar como escrevente, para, com o produto do meu trabalho, me vestir e calçar».

O conflito entre absolutistas e liberais agita os anos em volta de 1830, política e socialmente, e obriga o pai a deixar a família e fugir à perseguição liberal: ele acompanha-o na fuga para Alcácer do Sal, depois para Almada. Contudo, as suas simpatias caem para o lado liberal. A instabili-

Obras de Almeida Carvalho: A Sociedade Archeologica Lusitana, Lisboa, Typ. Franco-Portugueza, 1896.

Duas palavras ao auctor do esboço histórico de José Estevão ou refutação da parte respectiva aos acontecimentos de Setúbal em

1846-1847, e outros, que com aqueles tiveram relação, Lisboa, Typ. Universal, 1863.

O Barão do Valle: esboço biográfico, Lisboa, Typ. da Viúva Sousa Neves, 1884.

Obras feitas a partir do que nos deixou: Cosme, Carlos Dinis; Melo, Maria Luísa;

Neves, Luís Agostinho, Índice Geral do «Arquivo de João Carlos de Almeida Carvalho», Setúbal, Arquivo Distrital de Setúbal, 1996.

Catalogação dos materiais do Fundo documental de Almeida Carvalho.

Junta Distrital de Setúbal, Acontecimentos,

lendas e tradições de região setubalense, Setúbal, 1968-1972, 7 vols. Informação inédita deixada por Almeida Carvalho sobre temas históricos e etnográficos locais.

Santos, José dos (org.), Catálogo de uma magnífica e valiosa colecção de livros verda-

deiramente notáveis dos séculos XVI a XX, a maioria dos quais pertenceram à importante biblioteca do distinto advogado, proficiente tequígrafo e brilhante jornalista setubalense Dr. João Carlos de Almeida Carvalho, Lisboa, [s.n.], 1936. Rol com cerca de 1600 títulos.

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Um setubalense multifacetado dade política fá-lo hesitar, excepto quando se trata de defender Setúbal, em que tem um pensamento sólido.

O seu percurso de vida, com incertezas políticas e fortes convicções pessoais, causa-lhe um certo ostracismo na vila natal, como invoca no final da autobiografia. E talvez contribua, também, para outros problemas por que passa: a prisão (1847); o atentado que sofre (1855); a suspensão do jornal O Setubalense (1857), criado dois anos antes. O envolvimento activo e crítico nas questões locais não é alheio à animosidade que sofre.

A formação em Direito não é, igualmente, isenta a dificuldades, é feita como autodidacta e sustentada pelo seu trabalho: «todos os meus livros e propinas eram pagos com o meu ordenado, não sendo difícil assim acreditar quanto me aplicaria, ávido de me instruir». Em 1839 é ajudante de taquígrafo (estenógrafo) na secretaria da Digna Câmara dos Pares, em 1859 é 1.º oficial e em 1878 é Director-Geral de Taquigrafia.

Com uma vida social intensa, dedica-se a várias actividades, a maioria de âmbito local: investigador da História de Setúbal, arqueólogo, sócio-fundador e secretário da Sociedade Arqueológica Lusitana (1849) ─ a qual obtém permissão para escavar as ruínas de Tróia ─ taquígrafo (como vimos), militante do Partido Regenerador, presidente da Associação Setubalense das Classes Laboriosas (1855) ─ de que resulta a actual Associação de Socorros Mútuos Setubalenses ─ e procurador da Junta Geral do Distrito (1860). Em 1 de Julho de 1855 funda e é o redactor-principal de O Setubalense, o primeiro jornal local com edição regular conhecido até hoje. O Grátis, de 6 de Maio de 1855, edita só 2 números.

Na História da Imprensa Periódica Portuguesa, José Tengarrinha, refere publicações semelhantes a jornais desde muito atrás, mas considera a Gazeta da Restauração (1641) o primeiro jornal, pela «periodicidade, continuidade ou encadeamento e objectivo verdadeiramente informativo».

Referências bibliográficas: AA.VV., «Carvalho, João Carlos de Almeida», in Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Lisboa / Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, 1972, Vol. VI, p. 77.

Afonso, Albérico, História e Cronologia de Setúbal (1248-1926), Setúbal, Estuário, 2011.

«Arquivo Distrital de Setúbal, Almeida Carvalho nas suas múltiplas dimensões». Mostra documental das Comemorações do II Centenário do Nascimento de João Carlos d’Almeida

Os valores do fundador: órgão informativo defensor dos interesses de Setúbal, da região e suas gentes, voz de vanguarda e progresso, espaço de debate de ideias

O conflito entre absolutistas e liberais em volta de 1830 obriga o pai a fugir: ele acompanha-o para Alcácer do Sal e depois para Almada

Carvalho (1817-1897), acedido aqui: http://adstb.dglab.gov.pt/almeida-carvalhonas-suas-multiplas-dimensoes/ «Arquivo Pessoal de Almeida Carvalho, Arquivo Distrital de Setúbal», acedido aqui: https://digitarq.adstb.arquivos.pt/details?id=

O índice de títulos que apresenta (que inclui os dos territórios de Língua Portuguesa e os dos emigrantes) mostra-nos que o número de jornais no século XVII é residual: 4 na 1.ª metade do século e 2 na 2.ª metade.

No século XVIII o aumento é pequeno: há 11 na 1.ª metade e 38 na 2.ª metade. Mas, no século XIX, o seu número cresce bastante: 357 na 1.ª metade, 148 na 2.ª metade e, ainda, 3 sem data. Ao longo do tempo há uma espécie de «famílias» de jornais (que se sucedem, embora algumas coexistam): gazetas; mercúrios; imprensa oficial; de crítica social; humorísticos; de pendor sentimental; da emigração; românticos; de opinião; etc. António de Sousa Macedo, diplomata (1606-1682), que redige e edita o Mercúrio Portuguez (1663), é considerado o primeiro jornalista Português, devido à escrita directa e concisa que a imprensa exige e ele pratica. O século XIX é, portanto, a época em que a imprensa tem um papel relevante na formação da opinião pública, que Tengarrinha diz dever-se «ao progresso da tipografia, à melhoria das comunicações e ao interesse do público por notícias». É neste contexto que surge O Setubalense. Apesar dos percalços em 164 anos, com alterações de nome e periodicidade, suspensão da publicação ─ em especial a seguir à Ditadura Militar (1926) e à consolidação do Estado Novo (1936) ─ só nestes dois curtos períodos são adulterados os valores do fundador: órgão informativo defensor dos interesses de Setúbal, da região e suas gentes, voz de vanguarda e progresso, espaço de debate de ideias.

Almeida Carvalho é uma referência na História de Setúbal, em especial devido à perda da informação local com a destruição do antigo arquivo municipal, no incêndio do edifício da Câmara, a 5 de Outubro de 1910. O extenso e variado acervo documental que nos deixa, salvo por estar à guarda do Arquivo Distrital de Setúbal, minimiza a perda referida. E hoje está exemplarmente tratado pelo Arquivo Distrital, como «Arquivo Pes-

soal de Almeida Carvalho», acessível online, e tem um índice em livro, publicado em 1996.

Os momentos de comoção dos contemporâneos, quando morre, atestam a sua importância na cidade. Em 31 de Março de 1897 o jornal setubalense O Elmano (1893) não lhe regateia elogios: «com a sua morte, perde Setúbal um dos seus filhos mais ilustres e mais justamente considerados». Nesse dia, o presidente da Câmara «propôs, e foi aprovado, que se lançasse na acta um voto de sentimento pelo falecimento». A 4 de Abril o jornal O Districto (1886) diz sobre ele que era «dum escrúpulo inexcedível sobre a veracidade e exactidão dos factos que se propunha narrar e comentar, prosseguia, de indagação em indagação, sendo-lhe difícil obter pleno convencimento a respeito deles, circunstância esta que, a par doutras, concorreu para ficar inédita a sua obra».

Mas, em breve, é esquecido durante mais de meio século, pois só a partir dos anos 60 do século XX, quando a Junta Distrital de Setúbal publica o seu espólio, em 7 volumes, na obra Acontecimentos, Lendas e Tradições da Região Setubalense (prefaciada, comentada e anotada por Óscar Paxeco), com a sua autobiografia no primeiro volume, com 84 páginas, a comunidade setubalense se volta a interessar por ele.

Em 2017, no bicentenário do nascimento, a Câmara Municipal, o MAEDS-Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal e outros parceiros (Universidade Sénior de Setúbal-Centro de Iniciativas Manuel Medeiros, LASA-Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, Arquivo Distrital de Setúbal, Assembleia Municipal, União das Freguesias de Setúbal e Junta de Freguesia de Sebastião) realizaram um vasto e muito meritório programa de evocação desta figura ímpar, que deu inúmeros contributos para a sociedade e história locais: o que revela que a sua memória faz hoje parte do património colectivo da comunidade.

1327529 «Nos 200 anos de Almeida Carvalho: o seu contributo para a história de Setúbal», acedido aqui: http://nestahora.blogspot.com/ 2017/03/nos-200-anos-de-almeida-carvalhoo-seu.html

«O Setubalense: Um jornal com muita história!», acedido aqui: http://www.osetubalense.pt/historia/ Tengarrinha, José, História da Imprensa Periódica Portuguesa, Lisboa, Editorial Caminho, 2.ª edição, 1989.

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O ESTADO DA REGIÃO

Setúbal: distrito com perspetiva

“Geringonça” parou a região

EURÍDICE PEREIRA

BRUNO VITORINO

Deputada do PS eleita por Setúbal

Deputado do PSD eleito por Setúbal

O distrito de Setúbal sempre foi um distrito de gente de trabalho que tem no seu ADN uma assinalável contribuição na construção da riqueza nacional

O distrito de Setúbal, à semelhança do país, recolheu bons resultados dos quase quatro anos de governação socialista.

Como disse António Costa, “não podemos ter a ilusão de que passámos do inferno para o paraíso” mas o que já foi feito permite uma avaliação positiva. Faz-se o que se tem de fazer em política perante a finitude dos recursos: fizeram-se opções, assumiram-se escolhas.

O distrito minguou no período da governação anterior face ao aperto generalizado que extravasou, inaceitavelmente, as respostas necessárias à crise de nível global.

A direita, matreira, foi, à boleia da conjuntura internacional desfavorável, forçar o tal “empobrecimento” ‘necessário’. Recorda-se, por certo!

Sem condições de ser exaustiva nesta sede é desejável que dê nota de alguns resultados ilustrativos.

Começo por um indicador particularmente sensível que quase nunca é chamado à colação neste tipo de abordagens. Foi invertida a trajetória descendente de quebras populacionais no distrito e desde 2017 a população aumentou em cerca de 900 pessoas, quando nos quatro anos de governação PSD/CDS reduziu em 2.700 pessoas.

De salientar também que, entre final de 2015 e abril de 2019, o desemprego em Setúbal caiu 39%. O distrito tem menos 16.650 desempregados. Concelhos como Alcácer do Sal, Sines, Palmela, Setúbal e Alcochete têm o nível de desemprego atual em cerca de metade do que se verificava quando o governo PS iniciou funções. Estes são números que contrastam com a dramática situação vivida anteriormente em que o distrito viu aumentar em 11% o desemprego, com mais de 4 mil pessoas a engrossarem as fileiras.

Não posso deixar de referir um outro aspeto particularmente relevante para a marca distrital na economia nacional. Revitalizouse e dinamizou-se a economia e o tecido empresarial do distrito e isso é bem visível nos dados das exportações de bens que cresceram 84% entre 2015 e 2018, num desempenho mais positivo que a nível nacional (17%). No início deste ano continuam a ser evidentes excelentes resultados com a constatação de um crescimento de 22% entre janeiro e maio – acima do crescimento nacional de 5% registado no país.

O distrito de Setúbal sempre foi um distrito de gente de trabalho que tem no seu ADN uma assinalável contribuição na construção da riqueza nacional, o que o coloca numa posição de valor para a afirmação estratégica do país, e mesmo naquilo que lhe é intrinsecamente natural, como a posição geocentral.

O futuro próximo lança-nos vários desafios.

Para além do reforço que se pretende dar nos serviços públicos, e apostas profundas nos domínios, por exemplo, do tema das alterações climáticas, o futuro aeroporto no Montijo, o reforço na dinâmica portuária e a aposta nas obras estruturantes inscritas no Programa Nacional de Investimentos 2030, recentemente validado na Assembleia da República, reforçam a esperança no bom aproveitamento do terceiro distrito mais populoso do país.

Estaremos cá para colaborar, com empenho.

PS: Não posso deixar passar a oportunidade de felicitar um jornal que ao comemorar 164 anos enche esta nossa região de orgulho e nos permite dizer o quanto a imprensa local e regional é um pilar indispensável na construção da liberdade de expressão. Brindo a (mais) longa vida.

A região de Setúbal merece e precisa de mais.

Mais seriedade. Mais competência.

Mais concretização. E menos promessas

O Governo PS, apoiado por BE, PCP e Verdes não deixará boas memórias para o distrito de Setúbal e suas populações.

Foram quatro anos de promessas, mas sem nenhum investimento concreto. Promessas socialistas não resolvem problemas nem valorizam a região.

O Governo anterior deixou em andamento processos como o novo aeroporto do Montijo, o terminal de contentores do Barreiro, ou a ampliação do Porto de Sines. Obras que permitiriam desenvolver a região. Quatro anos depois, não conhecemos nenhum avanço concreto, a não ser prazos constantemente adiados e a criação de grupos de trabalho, pagos a peso de ouro, para se voltarem a repetir estudos já feitos.

Para além disso, assiste-se a um caos nunca visto na saúde e nos transportes.

Hospitais com especialidades fechadas ou em risco de fechar, urgências sobrelotadas, cirurgias adiadas, aumento do tempo de espera para consultas. A falta de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. Apesar da baixa da qualidade assistencial, a dívida da saúde

continua a aumentar. Sem capacidade para resolver problemas das unidades existentes, o Governo ainda tem a desfaçatez, de continuar a prometer o Hospital do Seixal, que nunca saiu do papel.

Nos transportes, a situação da Soflusa, está caótica. Supressões em horas de ponta e atrasos constantes. Não sendo muito melhor o martírio de muitos utilizadores de algumas carreiras dos TST. Os utentes da CP e da Fertagus a ver o serviço prestado piorar. Problemas que o Governo não resolve, preferindo fazer anúncios de milhões, sempre para um futuro longínquo.

São quatro anos marcados por promessas socialistas, apoiadas por PCP, BE e Verdes, que fingem defender as populações, mas que quando chega a hora da verdade estão sempre ao lado do PS a aprovarem os Orçamentos de Estado.

A região de Setúbal merece e precisa de mais. Mais seriedade. Mais competência. Mais concretização. E menos promessas.

Até porque promessas socialistas não resolvem problemas.

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O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

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O ESTADO DA REGIÃO

Uma região de enormes potencialidades PAULA SANTOS

JOANA MORTÁGUA

Deputada do CDU eleita por Setúbal

Deputada do BE eleita por Setúbal

A região de Setúbal tem inúmeras potencialidades que podem ser colocadas ao serviço do desenvolvimento económico e social

Felicito O SETUBALENSE pelo seu aniversário. A comunicação social de âmbito regional e local assume uma grande importância na ligação à realidade de cada comunidade, e dá um contributo para a valorização e coesão do território.

O rumo iniciado de defesa, devolução e conquista de direitos e rendimentos, permitiu travar a política de exploração e empobrecimento imposta pelo anterior governo do PSD e CDS e melhorar as condições de vida dos trabalhadores e das populações da região.

Destaque para o alargamento do passe social intermodal a todos os meios de transporte na Área Metropolitana de Lisboa e a redução do seu preço. É uma medida de enorme alcance pelo que significa de poupança para as famílias, de incentivo à utilização do transporte público e de proteção do meio ambiente.

Devemos valorizar cada uma das conquistas alcançadas - a reposição dos feriados e dos salários, o aumento do salário mínimo nacional ainda que aquém do necessário, o aumento extraordinário das pensões, o alívio no IRS sobre os mais baixos rendimentos do trabalho, a gratuitidade dos manuais escolares, entre outras – tendo presente o que poderia ter avançado, não fosse o comprometimento do Governo PS com a política de direita. É preciso avançar e não andar para trás no sentido da resolução dos problemas estruturais que persistem na Região de Setúbal.

A região de Setúbal tem inúmeras potencialidades que podem ser colocadas

ao serviço do desenvolvimento económico e social, salvaguardando os valores naturais e culturais.

O investimento público, nomeadamente na construção do novo aeroporto em Alcochete, na terceira travessia do Tejo rodoferroviária ou no reforço na ferrovia e dos transportes públicos, em especial na criação do Pólo Ferroviário do Barreiro a par do desenvolvimento das forças produtivas, na indústria e nos setores produtivos, no apoio à agricultura familiar e à pesca costeira e artesanal, são fundamentais para a criação de emprego com direitos e para a criação de riqueza.

O aumento dos salários assume uma importância estratégica para a valorização do trabalho, o combate à pobreza, a melhoria das condições de vida e o aumento das pensões de reforma, e um estímulo à atividade económica. É essencial investir na melhoria dos serviços públicos e na garantia das funções sociais do Estado, na educação, na saúde, na proteção social, na cultura, na habitação, na justiça, na proteção civil e nas forças de segurança, de forma a ultrapassar constrangimentos existentes.

Proteger a natureza e o ambiente, salvaguardar as áreas protegidas, do Parque Natural da Arrábida aos Estuários do Sado e do Tejo, são parte integrante do desenvolvimento da região.

Reforçar o Poder Local Democrático, repôr as freguesias extintas onde seja essa vontade das populações e concretizar a regionalização são uma prioridade para o desenvolvimento harmonioso da região de Setúbal e para a coesão territorial do país.

Cinco ideias para a quarta região mais pobre do país

Por pertencermos à AML poder-se-ia supor que temos o mesmo nível de recursos. Mas a Península de Setúbal é a quarta região mais pobre do país

É comum encontrar referências à Área Metropolitana de Lisboa como um todo homogéneo sem identidades, problemas ou realidades distintas. A periferia de Lisboa estaria condenada a sofrer os males dos dormitórios urbanos: pouca economia própria, rendimentos baixos, transportes caros, menor exigência ambiental nas atividades industriais deslocadas de uma Lisboa turistificada.

Há boas razões para rejeitar esta visão a partir da margem sul. O passado desta região deu-nos singularidade na história do país e com isso, uma identidade própria.

Por pertencermos à AML poder-se-ia supor que temos o mesmo nível recursos. Mas a Península de Setúbal é a 4ª região mais pobre do país. Os nossos sintomas de falta de investimento incluem milhares de pessoas sem médico de família, hospitais sobrelotados, bairros de barracas e guetos sociais, cemitérios industriais contaminados e falta de transportes públicos.

Mas o diagnóstico não tem de ser sentença. Até outubro o Bloco de Esquerda vai apresentar propostas para enfrentar alguns dos maiores problemas da região.

Sem espaço para ser exaustiva, centrome na Península de Setúbal não ignorando a realidade dos concelhos alentejanos, e deixo cinco ideias: 1. Necessidade de um plano estratégico de investimento em transportes públicos para acompanhar a redução dos preços dos passes que conquistamos nesta legislatura. Em todos, e não apenas nos que fazem as ligações a Lisboa.

2. Urgência de um plano de reconversão ambiental do nosso parque industrial. É preciso repensar decisões como as draga-

gens do Sado, a ferida aberta da Arrábida, a Siderurgia ou a produção termoelétrica do sul do distrito à luz das exigências ambientais de um século de emergência climática.

3. Preocupação com o direito à habitação.

Lisboa está a sofrer um processo acelerado de especulação imobiliária e subida dos preços de arrendamento. Essa dinâmica está a contaminar a margem sul e parece não haver um plano para a travar. Já temos casos graves de emergência habitacional, veja-se o 2º torrão em Almada ou a Quinta da Parvoíce em Setúbal.

4. Emprego. Este distrito tem algumas das maiores fábricas do país e deve encabeçar a luta contra a precariedade, por uma nova lei do trabalho por turnos e pelos aumentos salariais. Pesca e agricultura sustentáveis, uma nova política energética, serviços públicos de qualidade, planeamento urbanístico e investimento público são soluções mais inteligentes do que impor um aeroporto no Montijo. Queremos investimentos com contrapartidas para a região que não sejam ruído, poluição e atropelos ambientais às ordens de uma empresa privada estrangeira.

5. Saúde. As ameaças constantes de perda de valências nos hospitais do distrito, com destaque para o Garcia de Orta, a falta de médicos do Hospital de Santiago aos centros de saúde da Moita, as más condições físicas dos edifícios e as listas de espera são um retrato realista do SNS no distrito. O BE lutou muito por uma nova lei de bases da saúde para combater alguns destes problemas, vamos continuar a defender mais investimento para garantir o direito à saúde.

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O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

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O ESTADO DA REGIÃO

O estado da região NUNO MAGALHÃES

NUNO MAIA SILVA

Deputado do CDS-PP eleito por Setúbal

Director Geral da AISET, em representação da Secil

Setúbal resiste e persiste com muitos problemas mas também com muitos desafios.

A tudo isto O SETUBALENSE assistiu, noticiou, mostrou, narrou e comentou

A península de Setúbal está em mudança. As vias rodoviárias que foram criadas nos últimos anos, as empresas que souberam resistir e os empresários que souberam inovar e exportar para locais diversos nas mais diferentes áreas têm transformado a região. Também a “bolha” imobiliária de Lisboa, que já chegou ao distrito diga-se, trouxe novos habitantes à península, maior variedade e um novo dinamismo. Essa integração, apesar de tudo, tem sido feita de forma suave resultado da hospitalidade, mas também da identidade das gentes, cultura e tradições que, na sua diversidade, têm-se mantido e assim a alma das várias cidades da península. Setúbal é hoje um distrito ainda mais jovem e dinâmico, mas a proximidade de Lisboa teima em não constituir a mais valia que pode e deve ser. Não é só a “velha” questão dos fundos europeus é muito mais do que isso. É a falta de atenção, consideração mesmo, e de investimento que, não obstante todo este crescimento, a região tem sido votada. Nos transportes que teimam em prejudicar quem todos os dias tem que se deslocar para a margem norte do Tejo ou entre as várias cidades do distrito. Barcos que não partem, autocarros que não existem, comboios que se atrasam uma e outra vez quando mesmo não perdem o motor….Na saúde, apesar do esforço dos profissionais, urgências no São Bernardo que não têm médicos, cen-

tros de saúde que não abriram, o Garcia de Orta que não tem especialistas para não falar do tão prometido hospital do Seixal que há quatro anos é aprovado no orçamento de Estado e que há quatro anos não passa da primeira para a segunda pedra. Nem uma simples revisão do plano do ordenamento do território, há tanto prometida, que regule atividades tão importantes para Setúbal como o turismo, a proteção da serra da Arrábida e a pesca foi feito. Tudo tem sido prometido á região, nestas e noutras áreas, e tudo tem falhado.

Acresce ainda as bolsas de insegurança que, não obstante o esforço das polícias, ainda persistem, locais onde a partir de certa hora convém não frequentar ou bairros onde a polícia é ainda recebida á pedrada com “leis” diferentes do resto do País. E é assim que Setúbal resiste e persiste com muitos problemas mas também com muitos desafios. A tudo isto o “O Setubalense” assistiu, noticiou, mostrou, narrou e comentou. Serviço público verdadeiramente. Os tempos não deram mais tempo ao “Setubalense” infelizmente, mas, transformando-se, continua a ser uma marca de referência em Setúbal, no distrito e no País. Deram-me a honra, que agradeço sensibilizado, de escrever umas curtas linhas sobre o estado da região. Uma região de contrastes, oportunidades e de desafios que vale a pena enfrentar e superar. Assim como O SETUBALENSE…Sempre!

Desafios 2020 na Indústria da Península de Setúbal

A Península de Setúbal tem condições únicas no respeitante a ordenamento do território, infraestruturas logísticas, know how tecnológico e capital humano para ser o mais relevante território industrial do País

A Península de Setúbal é um território industrial de primeiro plano para o Pais desde a década de 1960, quando ao Complexo Industrial da CUF no Barreiro e ao fabrico de cimento na Arrábida se acrescentaram indústrias siderúrgicas, de construção e reparação naval, celulose e metalomecânica, entre outras.

A infraestruturação deste território prosseguiu com a construção da Ponte sobre o Tejo, a crescente urbanização, a construção da autoestrada Lisboa-Setúbal e a modernização do Porto de Setúbal.

Nos anos 80, muita desta actividade industrial sucumbiu por razões internas ou de competitividade externa face à nova realidade da comunidade europeia, sendo retomado o fulgor industrial com o relevante empreendimento da fábrica VW Autoeuropa.

Hoje, a Península de Setúbal tem condições únicas no respeitante a ordenamento do território, infraestruturas logísticas, know how tecnológico e capital humano para ser o mais relevante território industrial do País, vocacionado para a exportação e para a criação de Valor Acrescentado Bruto Nacional.

A Indústria da próxima década será já muito diferente da actual, fortemente digital e condicionada pelos desafios da descarbonização e circularidade da economia, pelo que o investimento em modernização tecnológica e a criação de um ecossistema colaborativo, com forte integração de cadeias de fornecimento locais, são factores cruciais

de solidificação e competitividade global da Indústria da Península.

A existência de mais de uma dezena de grandes empresas industriais e exportadoras num território infraestruturado e com capacidade formativa é um excelente ponto de partida para a criação de uma Zona Industrial de Referência, capaz de crescer e ser mais competitiva numa economia cada vez mais global.

Para tal, é necessário financiamento apropriado, um quadro realista de transição energética, investimento público em educação de qualidade e legislação laboral que incorpore as variações de ciclo que afectam as indústrias fortemente orientadas para a exportação.

A articulação de adequadas políticas públicas de longo prazo com a elevada capacidade tecnológica existente e a mobilização de capital humano capacitado permitirá a criação sustentável de riqueza e a consequente coesão social, ultrapassando definitivamente um passado não muito distante de pobreza e conflitualidade social.

Os desafios globais da próxima década só serão vencidos e trarão prosperidade com uma estratégia de longo prazo que mobilize poderes públicos, empresários e cidadãos. A Indústria da Península de Setúbal está ciente do seu papel e empenhada em o cumprir.

O autor deliberadamente não respeita o novo Acordo Ortográfico

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Volta ao concelho em 640 dias

Alcácer do Sal tem vida

FERNANDO PINTO

VÍTOR PROENÇA

Presidente da Câmara Municipal de Alcochete

Presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal

Quase a completarmos dois anos de mandato, é notório o trabalho realizado e o empenho da equipa

Na qualidade de Presidente da Câmara Municipal de Alcochete é com grande satisfação que felicito o Jornal mais antigo de Portugal continental. Com 164 anos de existência, continua a ser o único órgão de comunicação em papel que abrange todo o distrito de Setúbal. O Setubalense continua a prestar um grande serviço ao jornalismo e consequentemente à democracia.

Foi-me lançado o desafio de escrever sobre o estado do concelho. Mas mais do que desfiar por aqui um rol de obras já realizadas e de outras tantas que vamos realizar, quero aqui reafirmar que o dever de qualquer autarca é prestar contas à população que serve e que nele confiou.

A cerca de quatro meses de completarmos dois anos de mandato, é notório não só o trabalho já realizado como também o empenho da equipa que tenho a honra de liderar em fazer do concelho de Alcochete um melhor lugar para viver.

Sem querer especificar exaustivamente cada um dos trabalhos que já fizemos neste mandato, não posso deixar passar alguns de especial relevância: A entrada em funcionamento do Posto Móvel de Saúde no Passil com um médico disponível de 15 em 15 dias e a requalificação da Escola Primária e do Parque Infantil nesta localidade.

Isto, para exemplificar, que o nosso foco são as pessoas e mesmo os que se encontram mais afastados da sede do concelho não são por nós esquecidos. Lembro ainda o serviço de tele-assistência domiciliária que implementámos no Monte Laranjo que permite a idosos mais isolados a possibilidade de recorrer rapidamente a apoio, gerando maior confiança, autonomia e tranquilidade junto das comunidades mais vulneráveis.

A Vila de Alcochete está a passar por alterações profundas no seu núcleo antigo que nos próximos tempos irão trazer aos seus habitantes alguma perturbação ao seu dia a dia. Infelizmente, o trabalho a realizar no miradouro Amália Rodrigues atrasou-se, facto que lamentamos. Não sendo culpa do atual executivo, assumimos a responsabilidade de terminar a obra logo que os processos burocráticos, legais e incontornáveis o permitam. Mas no futuro já muito próximo, teremos tudo terminado. E teremos também uma nova unidade hoteleira que enriquece a procura turística do concelho e um quarteirão de habitação privada de qualidade que torna ainda mais nobre o centro da nossa vila.

A freguesia de São Francisco não para e o atual executivo tem feito nela um trabalho notável e no Samouco mais ainda. Remodelámos completamente o Pavilhão Desportivo do Samouco proporcionando a prática de todas as modalidades até ali habituais, colocámos um relvado sintético no Campo de Futebol da Quinta da Praia e muito recentemente, devolvemos a praia do Samouco a todos os samouqueiros e a todos aqueles que nos visitam e aproveitam o agora mais agradável espaço para os seus momentos de lazer. O Parque de Merendas continua aberto e, como todos os que agora por lá passam, toda a zona dos balneários está irrepreensivelmente limpa. Brevemente teremos ainda novos chapéus-de-sol e um parque infantil totalmente renovado.

Desafio qualquer um a apontar nos últimos 12 anos onde, em cerca de ano e meio, se tenha investido tanto em infraestruturas em benefício das populações.

Mas é isto que nos move. O bem-estar geral dos nossos habitantes. E é por isso que estamos cá. Para melhorar Alcochete.

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A Câmara Municipal tem em curso o seu maior ciclo de investimento em obra pública, rumo à modernização do concelho

Alcácer do Sal tem um grande potencial para o qual as pessoas e as empresas estão cada vez mais despertos e a procura, visitas e investimento no concelho traduz essa perspetiva e demonstra que “Alcácer tem Vida”.

A Câmara Municipal de Alcácer do Sal tem em curso o seu maior ciclo de investimento em obra pública, rumo à modernização do concelho. Neste âmbito, destaca-se a reconversão urbanística do parque de feiras, obra que tem início este mês de julho e que compreende um investimento total de 3,5 milhões de euros, comparticipados pelo Portugal 2020. Esta empreitada, com a duração aproximada de dois anos, irá mudar a face da cidade e dotar das devidas condições um espaço nobre, que há muito necessitava de intervenção, representando uma importante melhoria de condições para munícipes, visitantes, feirantes e expositores. A par desta obra, está também em curso a construção do novo interface de transportes, que irá complementar a intervenção do parque de feiras e coadjuvar a captação de investimento.

O concelho apresenta também um

grande dinamismo nos setores agroalimentar e turístico. Com a instalação de diversas empresas do setor agroalimentar, surge a intenção de criação de unidades de transformação e embalamento de produtos, com diversos projetos em agenda.

Em relação ao turismo, destaque para a construção de um hotel de quatro estrelas no centro da cidade, a criação de um resort na Herdade de Rio Mourinho e a modernização e ampliação de duas unidades turísticas de referência (o Hotel Rural da Barrosinha e a Pousada de Vale do Gaio). Está também prevista a criação de unidades de turismo rural e de unidades de alojamento local, que se encontram em franca expansão, além de que Alcácer do Sal está a ter uma grande procura no imobiliário de segunda habitação.

A nível empresarial, várias empresas de referência (nacionais e internacionais) estão a procurar o concelho e a investir significativamente na região, contribuindo para o desenvolvimento económico e social de Alcácer do Sal, para a otimização dos recursos existentes e para a proteção e a conservação do ambiente.

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FREDERICO ROSA Presidente da Câmara Municipal do Barreiro

O Município do Barreiro congratula o jornal regional O SETUBALENSE pelo seu 164º aniversário. Ao serviço do Distrito de Setúbal e do País desde 1855, nunca foi tão determinante nesta era global o papel prestado pela imprensa regional, guardiã de tradições e identidades, pelo serviço

Imprensa regional é guardiã de tradições e identidades

público que presta nas mais diversas áreas, assim como pelo importante papel de sensibilização da comunidade, que desempenha, ao despertar uma cidadania mais activa para a resolução dos problemas locais e regionais que têm impacto no diaa-dia dos cidadãos.

Evocar os 164 anos do jornal O SETUBALENSE NUNO CANTA Presidente da Câmara Municipal do Montijo

A região de Setúbal tem inúmeras potencialidades que podem ser colocadas ao serviço do desenvolvimento económico e social Evocamos, com as palavras que se seguem, os 164 anos do jornal O SETUBALENSE que vem sendo o eco da região e do Montijo, espelho da alma da sua população e história do jornalismo com uma forma de sentir muito particular.

Tal como outros jornais que se transformaram em verdadeiras instituições, o jornal O SETUBALENSE tem uma história sólida que o coloca entre os mais importantes periódicos da Península de Setúbal e como um diário resistente, das gentes, e porta-voz do nosso tempo.

Queremos com esta evocação aqui recordar a ligação especial da liberdade política à liberdade de imprensa, aos jornais, que é longa, porque não há jornalismo sem liberdade e sem ética. E também a importância e o papel fundamental da imprensa para as nossas instituições, as

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nossas democracias locais e para o aprofundamento da cidadania, das liberdades e garantias. Contar, informar, divulgar, sob a égide de um ideal de serviço público, sem querer ser juízes, mas irmanados no compromisso de construir um jornal cada vez mais livre e mais justo.

Assim, só nos resta renovar os votos de bom trabalho para toda a equipa do jornal O SETUBALENSE, esperando que mantenham os espíritos abertos, o olhar atento e sensível, pois é através dele, do vosso labor, dos vossos jornalistas, na dor e na alegria, que a verdadeira história desta região e deste concelho é feita. Por isso, reafirmamos neste aniversário do jornal O SETUBALENSE que, é sempre uma alegria poder testemunhar a longevidade de um diário e ter a oportunidade de agradecer o trabalho realizado em favor da democracia e da liberdade.

RUI GARCIA Presidente da Câmara Municipal da Moita

Moita aposta na valorização e promoção do património cultural, ambiental e social

É com optimismo – da vontade e da razão – que encaro o presente e o futuro do Concelho

Quero, antes de mais, dar os parabéns a O SETUBALENSE pelos seus 164 anos de vida e saudar todos os que nele trabalham. Tal como na data distante da sua fundação, hoje continua a ser necessária uma imprensa regional que, com rigor e independência, retrate a riqueza da vida social, económica, política e cultural da Região, servindo de algum modo de antídoto à maior facilidade com que actualmente se disseminam mensagens que não respeitam a fronteira entre notícia e opinião, ou por vezes sequer entre verdade e manipulação. O jornalismo sério e responsável não pode ser substituído ou assimilado pelas redes sociais: são mundos distintos com lógicas e linguagens opostas. A verdade a que temos direito – slogan/bandeira de um jornal nacional que se publicava há mais de três décadas – requer jornais, jornalistas e jornalismo na exacta acepção destas palavras. É esse papel que O Setubalense, resilientemente, vem desempenhando e desejavelmente deve prosseguir. É com optimismo – da vontade e da razão – que encaro o presente e o futuro do Concelho da Moita.

Optimismo da vontade que se traduz numa acção municipal que prossegue a recuperação dos profundos danos das políticas austeritárias impostas às autarquias e ao país ao longo de muitos anos.

Hoje estamos a investir – estão em conclusão, a decorrer ou em preparação investimentos de milhões de euros em qualificação de espaço público e renovação ou construção de novos equipamentos públicos; estamos a recompor a capacidade operacional e a qualidade dos serviços da autarquia; estamos a apostar na valorização e promoção do território, assente no seu património cultural, ambiental e social.

Optimismo da razão, porque são diversos e crescentes os sinais que revelam um novo ciclo de crescimento económico e desenvolvimento. Estamos a trabalhar, nalguns casos há mais de dois anos, para que se concretizem importantes investimentos empresariais no concelho, e esse trabalho começou já a dar frutos, para além de que é perceptível uma melhoria da situação económica e aumento do emprego. É pois grande a confiança que deposito no nosso Concelho e nas suas gentes.

Confiança de que venceremos as ameaças ao desenvolvimento deste território, designamente a construção de um terminal aeroportuário na Base Aérea nº 6. E confiança que se faz certeza de que não perderemos nenhuma oportunidade para construir um futuro melhor para quem aqui vive e trabalha.

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ÁLVARO MANUEL BALSEIRO AMARO Presidente da Câmara Municipal de Palmela

164 anos de uma visão mobilizadora da Península de Setúbal

A comunicação social assume, hoje em dia, um relevo proporcional à desmesurada quantidade de conteúdos produzidos e que proliferam, sem rosto

Num momento em que celebramos os 50 anos da chegada da humanidade à Lua e nos emocionamos com as memórias desses primeiros dias do desbravar das fronteiras espaciais, somos confrontados com a constatação das enormes mudanças operadas no mundo, nos últimos cem anos.

Neste contexto de avanços tecnológicos, em que as novas formas de comunicar nos transformaram numa “aldeia global”, a massa informativa deve ser acompanhada de pensamento crítico, consciência e cidadania, que nos habilitem a agir local e pensar global, conscientes das grandes questões que se colocam ao planeta e da urgência de sustentabilidade a todos os níveis.

O papel da comunicação social na divulgação da informação e na promoção do diálogo, do debate, da reflexão, da luta e das sinergias, assume, hoje em dia, um relevo proporcional à desmesurada quantidade de conteúdos produzidos e que proliferam, sem rosto. A falta de informação fidedigna põe em risco o exercício de uma cidadania plena e democrática, mas depois de um pico, em 2017, de desconfiança do público face à comunicação social, os últimos estudos dizemnos que a confiança nos media está a regressar. Entre as fake news, o “cidadão repórter” e as redes sociais, as pessoas voltam a valorizar o olhar crítico, a confir-

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mação dos factos e o trabalho de investigação que só o jornalismo rigoroso e objetivo pode – e deve – garantir.

Ao longo dos seus provectos 164 anos de existência, o jornal O SETUBALENSE tem assegurado esse olhar, participando, testemunhando e registando para a posteridade todas as fantásticas transformações e enormes desafios enfrentados pela região. Hoje, partilha connosco preciosas memórias da vida e do pensamento dos homens e das mulheres que ajudaram a construir e a alavancar a Península de Setúbal e, nesta nova fase, aliado ao Diário da Região, com cinco edições semanais, é o órgão que melhor incorpora os interesses de uma região que merece ver reconhecida a sua importância na Área Metropolitana de Lisboa e no país. É, pois, motivo de orgulho para a Península a celebração dos 164 anos do jornal O SETUBALENSE, o mais antigo jornal de Portugal continental. Mais do que um título, este é um património comum, que tem sabido adaptar-se aos novos tempos, reinventando-se para assegurar a sua pertinência e mantendo bem alta a bandeira do jornalismo, a ligação aos agentes locais e às populações e uma visão integradora e mobilizadora, que nos ajuda a trilhar caminho e a fazer futuro.

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Vale a pena visitar Sines NUNO MASCARENHAS Presidente da Câmara Municipal de Sines

Concelho vive um período especial com o turismo a juntar-se à dinâmica económica que caracteriza Sines

Sines vive, actualmente, um período especial. À dinâmica económica que caracteriza este concelho, muito ligada ao porto e à indústria, vêm agora juntar-se relevantes investimentos no setor do turismo. Com investimentos na ordem do 50 milhões de euros, que se traduzirão em cerca de 700 novas camas, encontram-se já em construção um hotel em Sines e outro em Porto Covo, e preparam-se mais duas unidades em Sines e mais uma em Porto de Covo. O aumento da oferta de alojamento responde ao crescimento das dormidas em cerca de 10% ao ano, nos últimos 6 anos.

Sines dispõe hoje de uma agenda cultural de enorme qualidade e em diversas áreas da expressão artística. O Centro de Artes de Sines é hoje um espaço de relevância nacional. Exemplo disso é o facto de ter recebido recentemente uma exposição da coleção da Fundação Calouste Gulbenkian e, logo de seguida, ter agora patente a exposição ‘Contra a Abstração’, com curadoria de Sandra Vieira Jürgens, e composta por peças da coleção Caixa Geral de Depósitos/Culturgest.

Também na área do desporto o Pavilhão Multiusos afirmou-se como um equipamento de destino de provas nacionais e internacionais das mais diversas modalidades, desde o futsal, o basquetebol, o andebol, entre outras. Ao que se juntam as provas regionais e

nacionais de natação, na Piscina Municipal Carlos Manafaia, e importantes provas outdoor como a Taça da Europa de Triatlo.

Além desta atividade ao longo de todo o ano, e que oferece os melhores motivos para visitar Sines, conhecer o seu património cultural e ambiental, as suas tradições e a extraordinária gastronomia baseada nos produtos do mar de Sines, vem o período estival.

E com ele novas ofertas. Estão a decorrer até 4 de agosto as Tasquinhas de Sines, junto à praia, e que além de uma enorme variedade de petiscos apresenta este ano uma programação muito atrativa. No dia 18 de julho teve inicio a 21ª edição do Festival Músicas do Mundo que além de 51 concertos de bandas de 31 países, apresentou este ano muitas novidades.

Não faltam por isso motivos para visitar Sines e desfrutar do que de melhor tem o litoral alentejano.

Importa aqui, ainda, endereçar os mais sinceros parabéns a O SETUBALENSE pelos seus 164 anos. A imprensa regional é fundamental na afirmação dos territórios e dos seus valores. Apesar das enormes dificuldades por que tem passado a imprensa regional, o Setubalense é um exemplo da resiliência necessária para que o jornalismo esteja próximo dos seus leitores. Fazemos votos de muitos e bons anos.

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Parabéns num tempo de novos desafios

Determinação, coragem e isenção

MARIA DAS DORES MEIRA

ÁLVARO BEIJINHA

Presidente da Câmara Municipal de Setúbal

Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém

O SETUBALENSE, em resultado da sua já avançada idade, continua a ser um dos mais ricos repositórios da nossa vida local do último século e meio

O jornal O SETUBALENSE é uma das poucas publicações periódicas do nosso país que se pode orgulhar de ter uma existência de quase dois séculos. Tal longevidade, possível graças ao esforço e persistência dos que, nestes anos — e apesar de breves interrupções — mantiveram O SETUBALENSE vivo e ativo, seria, só por si, motivo suficiente para celebrar estes 164 anos de existência do jornal. Há, porém, muitos mais motivos para felicitar esta publicação e aqueles que, diariamente, a constroem de raiz, porque, na verdade, um jornal é algo que é preciso fazer nascer todos os dias; é um objeto vivo que requer enorme esforço, dedicação e saber para, diariamente, se poder publicar as notícias e as estórias que fazem a nossa história quotidiana.

O SETUBALENSE, em resultado da sua já avançada idade, continua a ser um dos mais ricos repositórios da nossa vida local do último século e meio. No papel amarelado das páginas arquivadas do velho jornal continuamos a encontrar causas para o que se passa nos nossos dias, continuamos a descobrir explicações para o que hoje acontece. É o quotidiano noticioso transformado em História que ali encontramos.

Na nova fase da vida desta publicação importa saudar os que souberam aceitar o desafio de a transformar em jornal diário,

depois das décadas em que foi trissemanário. Desafio exigente a que a equipa redatorial tem sabido responder, acrescentando novas ideias e novos produtos ao velho jornal.

Os desafios do rigor, da exigência , da imparcialidade — tão antigos como o jornal — mantém-se de pé, a par de novos desafios como o de evitar ceder à pressão imediatista das redes sociais, onde, tantas e tantas vezes, se veiculam meias notícias, informações incompletas e descontextualizadas e falsidades absolutas. As redes sociais e a possibilidade que dão a qualquer um de, instantaneamente, divulgar notícias falsas apenas reforçam o papel de intermediação dos jornalistas, a quem é exigido, com maior intensidade, que assumam essa função com consciência e competência.

O SETUBALENSE, voz imprescindível na narrativa noticiosa da nossa região, saberá, certamente estar à altura dos novos desafios que se colocam aos media tradicionais e aos jornalistas enquanto mediadores qualificados para nos transmitirem, com a devida contextualização, as notícias que farão a nossa história coletiva. É o que se exige de um jornal com 164 anos de vida.

Parabéns a O SETUBALENSE e a todos os que fazem nascer dia após dia.

Quando um órgão de imprensa escrita, nos dias de hoje, assinala 164 anos de vida – e, mais do que isso, revela um dinamismo e vitalidade que asseguram a sua continuidade – deve ser motivo não só de celebração, mas também de uma reflexão que permita trilhar caminhos que levem a uma cada vez maior consolidação de um projeto de referência.

O concelho de Santiago do Cacém tem chegado mais longe com o O SETUBALENSE

NUNO COSTA Presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião

Há cerca de um ano surgiu a notícia da fusão das empresas editoriais detentoras de dois títulos com forte ligação ao concelho: O Setubalense e O Diário da Região.

Um ano depois, penso que podemos concluir que a união foi frutífera, tendo conseguido, por um lado, manter o património histórico de um jornal que completou 164 anos, e por outro, expandir a sua cobertura no concelho e no distrito de Setúbal,

– DIÁRIO DA REGIÃO. O vosso Jornal tornou-se, há muito tempo, um veículo fundamental de difusão daquilo que de mais importante acontece no concelho e no Litoral Alentejano. É com grande respeito pela vossa estrutura organizativa e pelos vossos profissionais que vos endereço, os mais sinceros votos de parabéns e a continuação de um excelente trabalho. Mantenham sempre a vossa coragem, determinação e isenção!

Fusão respeitou a história e alargou cobertura

assim como reforçar a proximidade com cada uma das autarquias, com as instituições públicas e privadas e com os seus leitores. Por tudo isto, está de parabéns o jornal O SETUBALENSE - DIÁRIO DA REGIÃO! Em nome da Junta de Freguesia de S. Sebastião, faço votos de que o jornal perdure, continuando a cumprir a sua função de informar com rigor e isenção.

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SEIXAL

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Joel Almeida notabilizou-se no futebol e no basquetebol

“E não é que o nosso treinador, que era estrangeiro, não importa agora o nome, nos pôs a treinar na praia, na areia, na manhã do dia da final? Era uma coisa que até ali nunca tínhamos feito”

FOTOS: DIREITOS RESERVADOS

“O desporto deu-me tudo de bom na vida”

H

á quem, justamente ou não, isso não vem ao caso, lhe chame “embaixador”. Na verdade, esteja onde estiver ou passe por onde passar, o Joel é reconhecido, cumprimentado e alvo daquelas atenções que só dispensamos a quem nos é querido.

Nasceu no Seixal há pouco mais de 60 anos e no Seixal vive. O sua “arte” desportiva espalhou-se por várias disciplinas, e até nos jogos de mesa é um adversário temível. “Tem jeito para tudo que implique competição”, diz quem o conhece. Aos 8 anos, com o emblema do Seixal Futebol Clube, compete nos Jogos Juvenis do Barreiro nas modalidades de futebol de salão, atletismo, natação e basquetebol. Começou por se notabilizar no basquetebol, tendo sido o primeiro jogador do Seixal FC a tornar-se internacional, até que em 1977 envereda pelo futebol.

A partir de então vai colecionando êxitos. Sobe à II divisão com o Seixal e, dois anos depois, com o Amora.

Na época de 1980/81, já pelo Benfica, vence a Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa e a Supertaça Cândido de Oliveira. Joga pelo Académico de Viseu, Farense, Belenenses, que vai à final da Taça, jogo em que é capitão da equipa, e Estrela da Amadora. Regressa ao Seixal FC em 1980, primeiro, como jogador, depois, como treinador. Hoje, é um dos técnicos da Divisão de Desporto da Câmara do Seixal. Foi com ele que falámos.

“O desporto deu-me tudo na vida, e tudo que há de bom. De mau, só registo a lesão que provocou o meu afastamento dos relvados. Aconteceu em 1984, mas aguentei-me até 1990, com recurso à acupuntura. Tive de abandonar uma carreira que ia nos treze anos”, disse-nos o ex-jogador.

Um arrependimento que amarga Quanto a arrependimentos, há um que ainda o amarga: “Não ter continuado no Benfica e ter optado pelo Académico de Viseu, na época de 1981/82. Por outro lado, fui encontrar gente muito boa, embora soubesse que havia salários em atraso”.

Quanto ao ambiente nos vários clubes que conheceu, diz que sentiu “em todos eles um grande clima de camaradagem, de entreajuda, de amizade”, mesmo quando o clube estava em dívida para com os jogadores. Todavia, neste capítulo, há um caso que ainda hoje não sabe explicar e lhe parece muito estranho. “Foi na época de 1985/86. Alcançámos a final da Taça de Portugal e o nosso adversário era o Benfica. Lembro-me que me foi entregue a braçadeira de capitão. E não é que o nosso treinador, que era estrangeiro, não importa agora o nome, nos pôs a treinar na praia, na areia, na manhã do dia da final? Para mais, era uma coisa que até ali nunca tínhamos feito”, lembra Joel, ainda num tom que denota uma certa revolta.

“Ainda hoje penso nisso. Treinar na praia, de manhã, para jogar no Jamor à 15h00. Perdemos por 2:0”.

JOEL. Nascido no Seixal há pouco mais de 60 anos, ex-jogador reconhece que “futebol de hoje é muito diferente, a começar pela metodologia de treino”

Um arrependimento de Joel: “não ter continuado no Benfica e ter optado pelo Académico de Viseu, em 1981/82”

Lesão encurtou-lhe a carreira A carreira como profissional não foi curta, mas podia ter sido mais longa, não tivesse acontecido a referida lesão nos ligamentos. “Hoje, no futebol, é tudo diferente. No meu tempo nem empresários havia, o modo de dirigir

os clubes era outra, talvez mais humana. Nos dias que correm, o futebol é uma verdadeira indústria”.

E ele, Joel, como o seu modo de ser muito próprio, como encararia as regras ditadas por um empresário? “Isso dá-me que pensar. É uma

dúvida que volta e meia me vem à cabeça. Mas por certo que seria obrigado a moldar-me à situação, como os outros”.

Reconhece que o “futebol de hoje é muito diferente, como diferente é a metodologia de treino. É mais rápido, o jogador tem de pensar mais depressa. Um exemplo: eu acabei a ‘libero’, estratégia hoje abandonada por todas as equipas, pois sabe-se como anular a acção desse jogador mais recuado”.

Seja como for, “havia uma grande camaradagem entre os jogadores.

Hoje também isso acontece, sei de casos exemplares, mas agora o di-

nheiro tem muita força”.

Joel continua a manter relações de férrea amizade com antigos companheiros, e cita Chalana, Diamantino, Carlos Manuel, Veloso e “outros que não me vêm agora à memória, mas não quero ser deselegante”. Neste capítulo, reserva um lugar especial para Chalana. “Foi o melhor jogador que vi na minha vida. Era de outro planeta. Houve um tempo, e ainda hoje, que lhe chamamos o ‘pai velho’, como manifestação do carinho que temos por ele”.

A terminar, deixa um conselho aos jogadores que iniciam a carreira: “Levai os estudos até ao fim!”

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CUSTÓDIO PINTO O mais antigo colaborador do jornal escreve cidade há 70 anos

O último guardião das estórias antigas de Setúbal São 90 anos de “juventude acumulada”.

Das “charretes do Viscata” às camionetas de João Belo e da Transportadora Palmelense, passando pela praça de táxis, na Praça do Bocage cabia tudo.

Custódio Pinto é a mais antiga testemunha desses tempos

POR ANA MARTINS VENTURA FOTOS ALEX GASPAR

D

epois de mais de 70 anos Custódio Pinto subiu com emoção as escadas do número 119, na Praça do Bocage.

Nascido e criado em Setúbal, foi no 3º andar desse prédio, vizinho dos Paços do Concelho, que viveu os primeiros anos da sua vida.

“A minha família tinha o terceiro andar e o director do jornal O SETUBALENSE, Luís Faria Trindade, vivia no primeiro andar. Faz tanto tempo” recorda.

Custódio Pinto tinha dez anos quando Luís Faria Trindade o desafiou para começar a colaborar com O SETUBALENSE. Assim ganhou o “vírus do jornal” e hoje, passadas sete décadas, é o cronista mais antigo d’O SETUBALENSE ou, como prefere dizer “aquele que tem mais juventude acumulada”.

“O Trindade desafiava-me quando precisava de notícias para o jornal ‘Oh Custódio sabes alguma coisa da cidade? O que é se passa por aqui?’

E eu contava-lhe o que tinha ouvido pela rua”, recorda.

Actualmente, as suas crónicas intituladas “Setúbal Mais Bonita” e “Recordar é Viver” despertam personagens de outrora e lugares perdidos na memória colectiva da cidade.

Desde o Forte de Albarquel e a sua esperada requalificação, à antiga Feira de Sant’Iago na Avenida Luísa Todi, as fábricas de conservas no apogeu do século XX, o Orfanato Municipal de Setúbal e as suas aventuras

“A charrete de Rodolfo Gonçalves era a que saía sempre aos casamentos, a levar as noivas.

Tinha cavalo branco, belíssimo e imponente”

de juventude com O SETUBALENSE. Sem esquecer rostos que marcaram a história de Setúbal como Bernardo Serra Mota, a José Rodrigues dos Santos, Luís Cabral Adão, João Geada, Barbosa du Bocage, Luísa Todi e Almeida de Carvalho.

O ‘correrio’ de outrora “Na antiga baixa de Setúbal tudo parecia ser maior do que é hoje e também tudo era diferente do que

existe agora”, recorda Custódio Pinto.

“Há 50 anos a Praça de Bocage era oval, o trânsito circulava e, a toda à volta estavam estacionados táxis e autocarros. O movimento era muito intenso. Um correrio autêntico”.

No centro da Praça de Bocage, Custódio Pinto gira sobre a história e com um movimento de 360 graus aponta as imagens vivas do passado, sob os rostos do presente, no afã do dia-a-dia.

“Perto de onde está hoje a fonte ficava uma cabine de telefone que os taxistas usavam. Era ali que recebiam as chamadas dos clientes. Ali, mais à frente, onde está o banco

Banif era a Rodoviária do João Campo Belo, que depois passou para a Avenida 5 de Outubro”, com os conhecidos Belos, os autocarros de Setúbal.

Na sua volta pela história Custódio Pinto aponta uma “esplanada nova” e o prédio atrás, “onde ficava a Transportadora Palmelense do Humberto da Silva Cardoso”. Parece quase improvável, duas empresas com autocarros e camionetas, mais táxis, na Praça de Bocage, “mas tudo isto cabia aqui”, recorda perdido como se voltasse a ver tudo diante dos seus olhos. “A verdade é que era um grande pandemónio mas a cidade tinha vida. Fervia”.

A sopa do Daniel “Perto da loja onde ficava a Farmácia Bocagiana, na década de 50, o galego Daniel tinha uma casa de pasto. Ali vendia sopa por oito tostões. Às vezes apareciam umas moscas na tigela e quando

alguém se queixava dizia, ‘coño por oito tostões querias frango’.

Por ali mesmo, bandos de rapazes corriam as ruas da baixa e apregoavam ao desafio ‘Daniel querias frango’”.

“Corri tantos lugares em busca de fundos para construir a piscina no Clube Naval Setubalense, insisti com a Câmara e no fim aconteceu”

A este bulício acorriam ainda as charretes. “A Praça dos Trens como era conhecida ficava no largo de frente para a fonte. Eram as charretes do Viscata”.

Dos passeios levados por estes cavalos pela cidade, Custódio Pinto destaca a charrete de Rodolfo Gonçalves.

“Tinha cavalo branco, belíssimo e imponente. E era essa charrete que saía sempre aos casamentos, a levar as noivas”.

Ao lado da “Praça dos Trens” onde

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“Onde houver um palmo de água consigo colocar pessoas a nadar.”

Aos 90 anos ainda caminha até à Albarquel para o treino de natação na praia

hoje está o balcão do banco Millenium ficava “o saudoso Café Central. Era formidável com a sua porta giratória.

Depois, onde até há pouco funcionou uma pizaria, antes funcionou a segunda fase do Central. Um local de encontro para grandes jogadores de futebol”.

Nesse mesmo largo, uma das portas era a entrada para o mundo do jornal O SETUBALENSE. “Ali funcionavam as oficinas e, do outro lado da praça, no primeiro andar do edifício onde hoje está o Montepio, ficava a redacção”. No mesmo andar existia ainda o restaurante Naval “onde, dizem, o Salazar vinha almoçar às escondidas”.

Continuando a sua volta ao redor da praça o cronista recorda também “a excelente Casa de Fazendas Miguéns onde hoje está a pastelaria Botequim du Bocage”.

Com o olhar pousado no horizonte, Custódio lembra de rompante “a sede do Vitória, no Palácio Salema. Um edifício soberbo ainda de pé, ao fundo da Praça do Bocage. Onde hoje está uma loja tipo bazar”.

ARQUIVO / O SETUBALENSE

PRAÇA DO BOCAGE. Foto tirada em 1962 por Américo Ribeiro

“No andar da redacção d’O SETUBALENSE existia o restaurante Naval onde, dizem, o Salazar vinha almoçar às escondidas”

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Logo ao lado, a Casa da Cultura recebeu o consultório e residência do Dr. Pereira Machado”. E mais tarde foi o palco de “um cine clube onde havia muita produção de teatro.

Daí surgiu o salto para a Casa da Cultura”.

O Bancário ‘Professor de Natação’ “Onde houver um palmo de água consigo colocar pessoas a nadar”, afirma com orgulho Custódio Pinto.

O mesmo orgulho com o qual o ‘professor de natação’, sem o ser, conseguiu por a nadar centenas de pessoas, ao longo da sua vida, entre elas a campeã nacional de águas abertas, Susana Santos.

Autor do livro “Histórias e Memórias da Minha Vida” – (Crónicas de Setúbal), o bancário reformado do Banco Nacional Ultramarino revela os tempos áureos da Doca do Naval “onde as famílias se reuniam para passar o dia entre banhos de sol e mergulhos no Sado”. Uma época em que não havia piscinas em Setúbal e essa foi uma conquista à qual Custódio Pinto dedicou a sua vida.

Depois de trabalhar vários anos em diferentes filiais do Banco Nacional Ultramarino, Custódio Pinto conseguiu colocar-se Setúbal. Corria a década de 70 e o bancário abraçou o desafio do Sindicato dos Bancários de Setúbal: abrir uma Escola de Natação.

Primeiro a escola funcionou em Vale de Zebro, no Barreiro. E, mais tarde, em Setúbal, quando Custódio Pinto decidiu apoiar o projecto de construção de uma piscina na cidade.

“Corri tantos lugares em busca de fundos para construir a piscina no Clube Naval Setubalense, insisti com a Câmara e no fim aconteceu”.

Custódio Pinto defende, “não fiz o que fiz pelo reconhecimento, mas sim pelo amor à natação, para ver as pessoas aprenderem”.

Hoje, Custódio Pinto vive mais do que nunca sob a sua velha e companheira máxima “a casa é para dormir e guardar coisas, a vida acontece lá fora”. Apressado, segue todos os dias a sua caminhada incansável, pelas ruas e memórias de Setúbal.

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RUI CANAS Presidente da União das Freguesias de Setúbal,

Ao assinalar-se os 164 anos de história do quotidiano dos setubalenses, é com grande admiração que a União das Freguesias de Setúbal felicita O SETUBALENSE por mais um aniversário, destacando este ano o novo ciclo que nos traz um novo formato e uma nova aposta para divulgação da actualidade.

Dando o seu contributo diário a Setúbal, com uma posição histórica na identidade da cidade e da nossa população, desejamos que este novo passo dado permita continuar

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Entidade histórica na identidade da cidade a afirmar o panorama da Comunicação Social regional, de Setúbal e dos seus valores.

Neste 164.º aniversário do jornal O SETUBALENSE parabenizamos toda a sua equipa, director, trabalhadores e leitores pelo acompanhamento da actualidade setubalense, com novos olhares sobre o dia-a-dia da nossa cidade, endereçando votos de um futuro marcado pelo sucesso e pela continuidade de um trabalho próximo dos leitores.

Muitos parabéns!

Parabéns aos que fazem parte desta história DEOLINDA FLORÊNCIO Presidente da Junta de Freguesia da Comporta

Parabéns ao jornal O SETUBALENSE pelos seus extraordinários 164 anos. Parabéns a todos os que formam essa equipa, aos que contribuem e o fazem crescer todos os dias e aos que de uma qualquer forma já fazem parte da sua história.

A Freguesia de Comporta comemora também este mês de julho, 30 anos de existência e é de bom grado que se junta às comemorações do jornal O SETUBALENSE desejando que continuem a missão de disseminar a informação em prol de todos os cidadãos.

Jornal em papel é coragem e afirmação JOÃO MIGUEL Presidente da Junta de Freguesia da Moita

HENRIQUE SOARES Presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal

Neste 164º aniversário felicitamos O SETUBALENSE pelo inestimável serviço público que presta ao distrito, enquanto órgão de informação livre e independente, sinal de vitalidade da comunicação social regional. É também, afinal de contas, sinal de exercício da democracia e pluralidade de opiniões, geradoras de progresso para a nossa Península e o nosso distrito de Setúbal.

Em particular quero salientar a forma como o actual diretor do jornal tem sabido

Jornal tem denunciado o subfinanciamento da região manter na ordem do dia o enorme problema que é o subfinanciamento público da região, resultado duma má opção administrativa, que juntou a região à “grande Lisboa” e nos tem vindo a penalizar severamente ao longo do quadro vigente (PT 2020). Uma situação que aparentemente se vai prolongar no próximo (20121-2027), com consequências que serão por certo muito gravosas para toda a economia da região, quando nos aproximarmos do final da terceira década deste século.

Neste momento importante para a afirmação da Comunicação Social junto da população, onde tudo acontece de forma vertiginosa e com recursos tecnológicos ao alcance de cada um, a continuação de um título em formato de papel é um acto de coragem e afirmação pelo rigor na produção dos conteúdos, que deve ser valorizada e apoiada, pois só

assim a população do distrito poderá estar mais e melhor informada.

A Junta de Freguesia da Moita felicita o jornal O SETUBALENSE – DIÁRIO DA REGIÃO pelos 164 anos de vida, e envia a toda a equipa e profissionais os votos dos maiores sucessos para futuro do jornal, da informação e da região.

Uma marca de referência na região FERNANDO PAULINO Vereador e presidente da Associação de Socorros Mútuos Setubalense

Felicito o jornal O SETUBALENSE na passagem do 164° aniversário, sendo uma "marca" de referência no panorama da comunicação social de toda uma região. "O Setubalense" mantém a sua matriz de diversidade e qualidade na informação assim como a sua independência , fatores essenciais para a divulgação e apoio aos diversos agentes

económicos, culturais, desportivos e da vida das gentes do nosso distrito. Tendo beneficiado de alterações estruturais, o jornal O SETUBALENSE apresenta-se como um diário de leitura obrigatória e qualidade informativa garantida. Uma mensagem especial de parabéns e incentivo ao seu director e a todo o corpo editorial e restantes colaboradores.

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AMORA FUTEBOL CLUBE

Carlos Henriques, presidente da direcção, é o grande responsável pelo crescimento do clube que chegou a estar à beira da falência por má gestão anterior. Seis anos depois, já pensa em chegar à alta-roda do futebol nacional

DIREITOS RESERVADOS

“Pretendemos ser um clube de grande dimensão, da Liga Profissional”

POR JOSÉ PINA

O

Amora Futebol Clube já viveu momentos de glória e também já andou pelas ruas da amargura mas agora parece estar no caminho certo, rumo a um futuro que se perspectiva risonho.

Carlos Henriques, que assumiu os destinos do clube quando ele estava à beira da falência, foi, juntamente com os restantes elementos que o têm acompanhado, o grande responsável pela reviravolta operada no clube que se apresenta neste momento como aquele que mais cresceu nos últimos tempos em todo o distrito de Setúbal.

“Na época de 2012/2013 o clube estava em pleno declínio, praticamente sem formação, com o futebol juvenil quase extinto, com campos pelados, com dívidas que o estrangulavam completamente e com todas a receitas penhoradas por dívidas às finanças e segurança social. Esta situação iria levar rapidamente o clube à falência mas em 2013 consegui alguma disponibilidade para assumir a gestão do clube e felizmente as coisas têm corrido bem”, conta Carlos Henriques.

Recusa em mudar nome O Amora tinha também dívidas à AF Setúbal e à FPF, por força do Totonegócio, estava impedido de obter receitas e tinha descido ao distrital.

A situação era tão delicada que em

“A dívida à FPF era de 700 mil euros mas nos dias de hoje o Amora já recebe tudo o que tem direito porque está a cumprir de forma faseada as suas obrigações”

reuniões tidas nestas duas instituições foi sugerido que o clube mudasse de nome para poder começar a partir do zero. “Isso comigo não vai acontecer com certeza”, foi a resposta dada por Carlos Henriques que conseguiu resolver o problema através de um acordo estabelecido.

“A dívida à FPF era de 700 mil euros mas nos dias de hoje o Amora já recebe tudo o que tem direito por-

que está a cumprir de forma faseada as suas obrigações”, esclareceu o presidente do clube que falou também de dívidas a jogadores que levaram a algumas penhoras, a fornecedores e outras que foram apresentadas por pessoas que se diziam amorenses mas não prescindiram da sua cobrança.

Mas como foi possível ultrapassar todos estes obstáculos. Carlos Henriques diz que foi de duas formas.

“Com muito trabalho e muita organização por parte da direcção e em especial do Departamento Administrativo e Financeiro que foi essencial assim como o apoio do Rui Belchior e do Paulo Silva no que respeita a processos que o Amora tinha pendentes. Mas outro factor importante foi a venda do estádio. O Amora perdeu o estádio assim que entrámos mas o valor, embora não sendo grande acabou por pagar algumas dívidas que nos permitiu reorganizar aquilo que eram as nossas possibilidades de sobreviver com clube”.

Crescimento a olhos vistos De então para cá o Amora tem crescido em todos os sentidos. Aumentou o número de atletas e equipas no futebol de formação, introduziu o futebol feminino e a nível de infraestruturas os pelados de futebol de 11 e futebol de 7 deram lugar a campos de relva sintética, foi recuperado o relvado do Estádio da Medideira e construído [com financiamento da CM Seixal] o Centro de Treinos do Serrado que ficará com 1200 lugares, balneários diferentes do que é normal, posto médico, ginásio e auditório.

Projectado está também o Estádio Municipal da Medideira que será construído de acordo com aquilo que é exigido pela FPF e Liga Portugal.

“O estádio vai dotar o clube de uma grande capacidade de mobilização de massa adepta e trazer de volta uma onda que já existiu. Pretendemos ser um clube de grande dimensão, um clube da Liga Profissional e é para isso que estamos a trabalhar.

“O Amora quer ser um clube de topo, um clube de referência de acordo com a sua história, mas só se vai tornar grande se conseguir mobilizar a cidade”

Temos uma estrutura directiva que está capacitada para acompanhar a evolução do clube. O Amora quer ser um clube de topo, um clube de referência de acordo com a sua história, mas só se vai tornar grande se conseguir mobilizar a cidade. Se não conseguirmos nunca passaremos de um clubezinho”, disse com convicção Carlos Henriques que foi recentemente eleito como presidente da direcção para os próximos dois anos.

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Parabén s a O Setu balense

Praça do Quebedo n.ºs 23-24-25 | 2900-575 Setúbal

Tel. 265 522 928 / 265 535 127 | Tlm. 918 732 193 /4/8

e-mail: associacao.setubal@acpsetubal.pt

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Vencedor de muitos prémios nas marchas populares, já criou para Setúbal, Lisboa e Almada

José Condinho nasceu p’rá música aos seis anos O músico, nascido em Palmela há 49 anos, conquistou uma Grande Marcha de Lisboa e duas Grandes Marchas de Setúbal, para além dos muitos prémios de Melhor Música, como aconteceu em 2018 e em 2019 com a Marcha da Perpétua Azeitonense POR FÁTIMA BRINCA FOTO MÁRIO ROMÃO

A

carreira musical de José Condinho começou na instrução da Sociedade Humanitária Palmelense, quando tinha apenas seis anos de idade. No ano de 1979 entrou para a banda da colectividade.

Licenciado em Ciências Musicais pela Universidade Nova, acaba por ser professor de Educação Musical durante uma dúzia de anos, de 1996 a 2009, em várias escolas. Ingressou na Direcção Pedagógica do Conservatório Regional de Palmela em 2001, onde acumula com as funções de professor de Educação Musical.

Em finais dos anos 80 dedica-se a vários estudos musicais, na música ligeira, clássica e popular, tendo desenvolvido as áreas de instrumentalização e arranjos. Apesar de muitos lhe atribuírem a categoria de maestro, o músico de Palmela confessa não ter “formação de maestro, apesar de dirigir alguns artistas”. No entanto, faz questão de acrescentar, em 2014 foi “o ‘cúmplice’ nº 1 da criação de uma disciplina de técnicas de instrumentalização desde o 7º ano de escolaridade”.

José Condinho não se esquece de que “as primeiras pessoas” a acreditarem nas suas qualidades musicais “foram os elementos da Orquestra Adágio, que realizavam vários espectáculos de baile” onde colaborou “com alguns arranjos musicais”.

O desafio das marchas populares Apesar de considerar não ter uma “participação continua” nas marchas, conta que, sempre que lhe pediam, lá fazia “uma perninha”. Começou, em 1992, ao concorrer à Grande Marcha de Setúbal e a musicar a letra do saudoso Manel Bola, na Mar-

cha da União Desportiva Praiense, das Praias do Sado.

Em 1997 musicou a letra de José Condeça, para a Marcha das Vindimas.

“Sinto alguma mágoa, porque apesar de ganhar a Grande Marcha de Lisboa nunca fiz uma música para um bairro da capital”

Depois esteve afastado, durante 24 anos, das Marchas Populares de Setúbal. “Quando regressei, em 2016 ganhei a Grande Marcha de Setúbal com letra de José Condeça”, recorda, acrescentando que nesse ano musicou também a Marcha da Perpétua Azeitonense, onde continua a colaborar, bem como nas Marchas Populares de Almada de 2017, 2018 e 2019.

Nos anos de 2011, 2012 e 2014 musicou a Marcha da Humanitária.

O ano de 2018 trouxe-lhe três vitórias: voltou a vencer a Grande Marcha de Setúbal e a Grande Marcha de Lisboa fazendo dupla com Dina Barco, e conquistou o Prémio para a

Melhor Música na Sociedade Perpétua Azeitonense. Dos desafios que tem enfrentado nas Marchas resulta um amargo de boca. “Sinto alguma mágoa, porque apesar de ganhar a Grande Marcha de Lisboa nunca fiz uma música para um bairro da capital”.

José Condinho este ano e, mais uma vez, musicou a Marcha da Perpétua Azeitonense, arrebatando o Prémio de Melhor Música.

Cumplicidade entre autores Com Alexandrina Pereira tem estabelecido uma “cumplicidade mú-

“A música da Perpétua Azeitonense, vencedora deste ano, só esteve concluída em Março, e foi concebida à volta da tradição de filarmónica”

tua”. “Muitas vezes faço primeiro a música e depois é ajustada à letra, em articulação com o tema proposto”, explica. No caso da música vencedora deste ano, conta que começou “a trabalhar a música do tema ‘Música Maestro’ em Outubro de 2018, que só esteve concluída em Março deste ano, e foi concebida à volta da tradição de filarmónica da Perpétua Azeitonense”.

Ainda sem definir objectivos para o futuro, o músico palmelense está concentrado na música que fez para a Marcha das Vindimas, cuja letra é da autoria de Bruno Contente.

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JOAQUIM SANTOS Presidente da Câmara Municipal do Seixal

O Seixal afirma-se como terra com um mar de oportunidades

O investimento municipal funciona como motor de desenvolvimento sustentável e impulsionador de novas actividades e projectos

Honrando a sua tradição, mas de olhos postos no futuro, o Seixal tem vindo a afirmar-se como uma “terra com um mar de oportunidades”, onde o investimento da Câmara Municipal do Seixal funciona como motor de desenvolvimento sustentável e impulsionador do surgimento de novas actividades económicas e projectos inovadores, resultando em criação de riqueza, de emprego e em captação de outros investimentos e na melhoria da qualidade de vida dos munícipes.

Esta estratégia de desenvolvimento e planeamento implementada ao longo dos anos tem posicionado o Município do Seixal como um dos principais pólos de desenvolvimento da região e do país, sendo que o concelho tem capacidade para receber os mais variados investimentos, quer de valorização da indústria já instalada, quer para novas áreas e actividades económicas, quer para a fixação de empresas competitivas e inovadoras, quer ainda para a criação de novas cadeias de valor.

Também no turismo e no quadro da intervenção urbana com vocação turística e na área envolvente à Baía, estamos a desenvolver projectos em toda a sua extensão, na frente ribeirinha do Seixal, na frente ribeirinha de Amora e na restinga da Ponta dos Corvos, procurando preservar o que de

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melhor temos – a autenticidade de um território único.

De destacar a unidade hoteleira que irá ser construída em parte da área da Mundet e os restantes projectos para outras unidades hoteleiras, em diferentes localidades do concelho.

Por outro lado, temos procurado investir na requalificação ou construção de equipamentos e infraestruturas que entendemos fundamentais para a população, bem como num melhor serviço público. São disso exemplo o investimento no parque escolar do 1.º ciclo, nas redes viárias, nas instalações desportivas, culturais e sociais, nas forças humanitárias, na captação e distribuição de água e nos serviços urbanos, entre outros, tratando-se de investimento público de milhões de euros, só possível graças à rigorosa gestão financeira da Câmara Municipal do Seixal.

Acreditamos que este projecto de construção colectiva de um território cada vez mais qualificado, conhecido e referenciado terá sucesso e possibilitará ao concelho do Seixal continuar a afirmar-se como uma terra de futuro, onde dá gosto viver, estudar, trabalhar e investir.

Termino felicitando O SETUBALENSE pela passagem do seu 164.º aniversário, desejando muitos sucessos futuros ao jornal e a toda a sua equipa.

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Um “marco” na comunicação social da região ARLINDO PASSOS Presidente da UF Alcácer do Sal e Sta. Susana

Dou os parabéns ao jornal O SETUBALENSE pelo seu 164° aniversário, sendo um "marco" de referência no espectro da comunicação social de toda uma região.

O SETUBALENSE mantém a sua matriz de qualidade na informação assim como a sua independência, factores essenciais para a divulgação e apoio aos diversos agentes económicos, culturais, desportivos e da vida das gentes do nosso distrito e

dos fregueses da nossa freguesia em particular. Tendo recentemente levado a cabo alterações estruturais, o jornal O SETUBALENSE apresenta-se como um diário de leitura de referência na qualidade informativa. Deixo ainda uma mensagem especial de incentivo ao seu director e a todo o corpo editorial e restantes colaboradores, bem como a todos os leitoras do jornal.

Um órgão que nos aproxima e fortalece EDUARDO ROSA Presidente da Junta de Freguesia de Corroios

O jornal O SETUBALENSE está de parabéns. Cumpre 164 anos desde que foi fundado. Uma data tão bonita como ímpar para um órgão de comunicação social que nos aproxima e fortalece, enquanto elementos de uma freguesia, de um concelho, de uma região, de um distrito, de um todo, contribuindo decididamente para enriquecer o desenvolvimento e aprofundar uma das maiores conquistas (senão mesmo a maior) da Revolução de Abril – o Poder Local Democrático.

Agradecem populações e eleitos, comunidades, sociedade em geral, pela possibilidade de receberem maior voz, mais preparação, participação e pluralidade no debate de ideias e ideais, na partilha e ampliação de

feitos que nos engrandecem, mas também na luta que é preciso continuar a travar para que cada aldeia, vila e cidade deste distrito avance por um caminho que se pretende mais justo e solidário. Porque é preciso avançar. Reivindicar. Lutar. Para melhorar.

Corroios e o Concelho do Seixal beneficiam, como todas e cada uma das restantes freguesias e municípios do nosso distrito, do papel preponderante que O SETUBALENSE assume na construção de uma sociedade mais informada, coesa, preparada e esclarecida, mais capaz de abraçar os desafios com que se depara.

Parabéns a todos os elementos que integram e colaboram com a equipa do jornal.

Viva a Democracia.

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ANIVERSÁRIO

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

SEXTA-FEIRA 26/07/2019

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O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

SETÚBAL Projecto SIGA - Setúbal Interinstitucional Gera Acção

Esta terça-feira, foi feito o balanço dos três anos do projecto SIGA, com a apresentação dos recursos criados desde 2016, já com os olhos postos no futuro, a pensar no que virá a seguir.

POR INÊS ANTUNES MALTA

C

omeçou em 2016 e, tendo a duração de três anos, o projecto SIGA - Setúbal Interinstitucional Gera Acção está agora a terminar um ciclo, já a pensar no próximo. Fazendo o balanço do trabalho desenvolvido até aqui, os recursos criados e desenvolvidos durante este tempo foram apresentados na tarde de terça-feira, no Centro de Cidadania Activa, pelos seus demais intervenientes, e contou com sala cheia para assistir e participar nas actividades programadas.

“Tivemos a preocupação de durante o projecto tentar construir recursos que ficassem para depois serem apropriados pelas organizações da rede social e também para serem utilizados”, começa por dizer Vasco Caleira, da Cooperativa SEIES, entidade coordenadora, adiantando que “para além dos recursos palpáveis apresentados, é importante não esquecer o Grupo de Trabalho para a Empregabilidade, o grupo Ecool, que opera na área do ambiente, o trabalho desenvolvido nas localidades mais afastadas do centro urbano, como é o caso da Gâmbia, e os três conselhos locais parceiros a funcionar.

Na União de Freguesias de Setúbal já nasceu um guia de recursos sociais para a freguesia e na Junta de Freguesia de São Sebastião está

a ser construído um retrato social para a freguesia”.

Com Setúbal como região de intervenção, o projecto assenta em três eixos: o do emprego, formação e qualificação; o de intervenção familiar e parental, preventiva da pobreza infantil e o da capacitação da comunidade e das instituições. Todos os presentes foram convidados a conhecer e explorar no ponto de vista da aplicação prática um conjunto de recursos produzidos no âmbito do projecto SIGA Setúbal Interinstitucional Gera Acção entre 2016 e 2019: um Roteiro Jovem para a Empregabilidade, o Mapa Gosto por Setúbal, apresentados por Vasco Caleira, a actividade “Momento de antena” - Direitos das Crianças, Ambiente e Intergeracionalidade, por Maria Joaquina Costa, do ICE, o “Brincar sem brinquedos” e “Lá em casa é assim”, por Filipa Horta, e as campanhas “O melhor de mim” e “Sou homem p’ra isso!”, apresentadas por Raquel Rosa.

Por fim, a professora Isabel Vieira, que enalteceu o trabalho realizado e definiu o projecto como “enriquecedor e gerador de curiosidade, onde o principal recurso são as pessoas e onde o principal objectivo e finalidade são também as pessoas” apresentou as conclusões do encontro antes de dar lugar à intervenção de Natividade Coelho, directora do Centro Distrital de Solida-

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SIGA: trabalho para o desenvolvimento social soma e segue

A tarde de terça-feira começou com a apresentação dos recursos SIGA

riedade e Segurança Social de Setúbal, e do vereador Pedro Pina da Câmara Municipal de Setúbal.

“Não sendo radical, este tem traços distintivos de outros contratos locais de desenvolvimento social e isso é visto como algo de positivo, como um passo em frente”, referiu Natividade Coelho, enaltecendo o trabalho de todos os participantes neste projecto e frisando o ADN de intervenção da SEIES, “que é muito na linha dos direitos humanos, da igualdade, da cidadania e por isso era impossível desenvolver este trabalho sem este ADN”. Para a directora da CDSS,

Natividade Coelho, directora da Segurança Social, e Pedro Pina, vereador da autarquia setubalense

não seria possível obter estes resultados positivos sem esta “sensatez” de agir de forma integrada tirando o melhor partido das potencialidades das parcerias criadas e do próprio território, “insistindo sempre na desconstrução de preconceitos e estereótipos”.

“O que este projecto fez, personalizado pela entidade gestora, a SEIES, e com os seus parceiros, foi fazer política e é importante que neste tempo tenhamos coragem para dizer que estes projectos fazem política porque só assim somos capazes de transformar e de alterar até alguns paradigmas com os quais nos defrontamos em par-

ticular em matérias que dizem respeito às políticas sociais”, considerou Pedro Pina, parabenizando todos os envolvidos neste trabalho e frisando a disponibilidade da autarquia para “fazermos o caminho com as nossas instituições”. O vereador disse ainda que este não seria o encontro final mas sim o princípio do encontro que “vamos começar convosco, com a SEIES, com o CDSS, com os parceiros, a fazer já para este futuro próximo”.

Tendo como objectivo potenciar e capacitar os cidadãos e cidadãs e respectivas famílias, promover a equidade territorial, a igualdade de oportunidades e a inclusão social

Vasco Caleira, Pedro Antunes e Luís Brandão são os responsáveis pela campanha ‘Sou homem p’ra isso!’

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nas suas mais diversas dimensões, o projecto SIGA é um Contrato Local de Desenvolvimento Social, coordenado pela SEIES e tendo como entidades parceiras e executoras a Associação de Professores e Amigos das Crianças do Casal das Figueiras, o Centro Comunitário de São Sebastião e o Instituto das Comunidades Educativas.

“Sou homem p’ra isso!”: campanha quer pôr cidade a pensar na igualdade de género Um grupo de homens juntou-se para debater o papel do homem na sociedade actual a fim de promover a igualdade de género e de oportunidades. Depois de um ano e meio de trabalho, o resultado saiu recentemente à rua e pode ser visto em vários mupis da cidade de Setúbal.

Entre os recursos apresentados na terça-feira, está então a campanha “Sou homem p’ra isso!”.

Luís Brandão teve a ideia e Vasco Caleira e Pedro Antunes disseram imediatamente que sim. São, assim, os três homens que abraçaram, deram vida a esta ideia e hoje dão a cara por uma mudança que querem ver acontecer. O SETUBALENSE - DIÁRIO DA REGIÃO esteve à conversa com eles para perceber de que se faz exactamente esta campanha e conhecer o impacto que, apesar de recente, já está a ter.

“As estruturas que sustentam a desigualdade de género no local de trabalho e em casa são as normas sociais e culturais que definem o conceito de masculinidade e o que significa ser homem e queremos mudar isso”, explica Vasco, destacando a questão da própria educação e das mensagens que são transmitidas quando ainda se é uma criança: “a socialização de género tem também efeitos negativos nos rapazes e homens, que desde cedo recebem indicações sobre a forma como se devem comportar obedecendo a regras socialmente impostas e que atribuem a agressividade, o desapego sentimental, o controlo, entre outros, aos homens e isso acaba por condicionar os seus percursos e as suas expectativas”.

Vasco Caleira, da SEIES, diz ainda que “se não queremos mais ser vistos como violentos e maus, preguiçosos e inaptos em casa, ou autori-

tários no trabalho, então temos de transformar a forma como incentivamos os meninos e os rapazes a responder com violência em situações de confronto ou a serem dominadores numa relação. Tudo começa na educação dada” e também por isso faz parte dos planos do grupo levar a campanha a escolas e a outros espaços onde consigam chegar aos mais novos.

Por sua vez, Pedro diz que “esta campanha pretende actuar numa perspectiva de liberdade individual através do combate a estereótipos associados ao género masculino, ao padrão que existe na nossa so-

ciedade” e que é importante combater, porque “continua a limitar mulheres e homens na sua liberdade de ser e de fazer e a promover a perpetuação da discriminação e da desigualdade”.

E Luís, de quem partiu a ideia, considera que “a reflexão e acção desenvolvida pelas mulheres ao longo de décadas permite que agora exista espaço para que os homens iniciem também o seu percurso de reflexão”, sempre com o objectivo de desconstruir preconceitos e lutar pela igualdade de direitos e oportunidades entre mulheres e homens. Este é, na opi-

nião dos três, um caminho que só faz sentido se acontecer em conjunto. Homens e mulheres lado a lado.

Mulheres e homens lado a lado.

Neste sentido, foram criados cartazes com fotografias de homens a desempenhar tarefas ou a ter comportamentos que são tradicionalmente associados às mulheres e “há fotografias que não foram encenadas, são mesmo espelho da realidade, como é por exemplo o caso da imagem do educador de infância”, explicam, lançando o convite e o desafio a todos aqueles que queiram colaborar e fazer parte desta campanha.

As imagens, acompanhadas pela

frase “Sou homem p’ra isso!” são uma forma de afirmação de que “a condição de homem é muito mais do que o padrão de género enraizado” e já estão a circular nas redes sociais, a ser divulgadas nos meios de comunicação e a marcar presença nos mupis da nossa cidade. No fim, o objectivo é só um: reflectir sobre o papel que o homem desempenha na sociedade actual e também na influência que pode ter junto de outros homens, agindo e contribuindo para uma mudança que traga a igualdade de género, em pleno, e que começando em Setúbal chegue a vários pontos do país e parta depois para o mundo.

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Economia Social representou 3% do Valor Acrescentado Bruto em 2016

SEXTA-FEIRA, 26/07/2019

NEGÓCIOS

A economia social representou 3% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) em 2016, tendo aumentado 14,6% em comparação com 2013, um valor superior aos 8,3% do conjunto da economia nesse mes-

mo ano, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística. De acordo com os dados divulgados na semana passada, da terceira edição da conta satélite da economia social, relativos ao ano de 2016, a

economia social representou 5,3% das remunerações e do emprego total, além de 6,1% do emprego remunerado da economia nacional.

“Face a 2013, as remunerações e o emprego total da economia social

aumentaram, respectivamente, 8,8% e 8,5%, evidenciando maior dinamismo que o total da economia (7,3% e 5,8%, respectivamente”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Reginacork cresce no Pinhal Novo há duas décadas

“Ajudamos a salvar a floresta” Às portas de Pinhal Novo mora uma referência no sector da cortiça em Portugal. Um exemplo de empreendedorismo no Distrito de Setúbal iniciado em 1998. O crescimento tem sido sustentado e coerente com a evolução do mercado. Desde o arranque, a trajetória da Reginacork tem sido ascencional. Mais investimento, mais produção…mais clientes

“Esta indústria é uma mais-valia para tudo o que é floresta e áreas de mato na zona (…) até hoje não houve uma propriedade florestal que ardesse depois de limpa por nós”

POR LUÍS PESTANA FOTOS ALEX GASPAR

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oje, ultrapassadas as duas décadas de existência, na Reginacork , respira-se tranquilidade e confiança. O crescimento tem sido sustentado e coerente com a evolução do mercado. “As encomendas estão a aumentar, exemplo disso é termos uma carteira de encomendas até 2024 já assegurada”, começou por revelar com agrado Carlos Garcia, administrador da empresa, na conversa que manteve com O SETUBALENSE. Com um controlo de qualidade assegurado por tecnologias de monitorização avançadas e laboração por turnos a fábrica deverá atingir as 24 mil toneladas de produção em 2019.

Este número significa um aumento importante em relação às 17 mil de 2018. Mas o número mágico para Carlos Garcia situa-se, a médio-prazo, nas 40 mil toneladas,”não mais”, assevera, porque, explica, “a partir daí o meu receio é que se puxar demais pela rede de abastecimento de matéria-prima ela possa começar a escassear e nessa situação teria de fazer pressão sobre a origem e isso não posso fazer. Manter e estabilizar é o plano. Num raio de 50/100 kms, para recolha, estamos à vontade”.

A fábrica arrancou com uma unidade de produção de granulados de

“Somos amigos do ambiente”

“Não somos uma fábrica poluente” Uma chaminé no horizonte a deitar fumo é, á partida, alvo de julgamento sumário popular e considerada culpada por poluição. Mas muitas vezes as aparências iludem como no caso da Reginacork. Carlos Garcia é peremptório ao afirmar que “não temos nada de poluente!”O que se vê sair pela chaminé não é fumo, é vapor. É o resultado da passagem de húmido para seco da matéria-prima, tão simples quanto isso”, salientando ainda o facto de “termos sido os primeiros a instalar o sistema de lavagem de fumos para evitar qualquer descontrolo de emissões”. Para esclarecer qualquer tipo de dúvidas, Carlos Garcia, conta ainda que ”superámos todas auditorias e testes feitos por diversas entidades privadas e oficiais como

o Ministério da Saúde”. “Por isso estamos tranquilos, cumprimos todos os requisitos legais, o que muito poucos fazem em Portugal. Não posso garantir que somos 100% eficazes o ano todo, os anos todos.

Pode sempre haver uma avaria, uma situação imprevista, mas não é algo que nos traga grande preocupação”.

O ruído da laboração, nas duas unidades, é outro motivo de alguma insatisfação vinda do exterior. Também neste aspeto, Carlos Garcia, desvaloriza a situação e explica porquê. “Há queixas de um morador, apenas um. Mas mesmo assim nós vamos tentar baixar os 2/3 decibéis, que, aparentemente por vezes, passam o limite legal”. O processo já está em andamento, revela. “Já fi-

zemos simulações e testes com a barreira acústica que vamos instalar junto à estrada. Esperamos agora pela autorização da Câmara Municipal”. Para completar o ‘ciclo’, a empresa vai também assumir a responsabilidade de alcatroar o acesso de terra batida junto à fábrica quando se sai da estrada nacional que liga Pinhal Novo ao Montijo. “Uma forma de cumprirmos com uma responsabilidade social, alegada pelo presidente de Câmara, à qual nós acedemos. Temos muitos milhões investidos nesta fábrica. Não é fácil, mas se isso contribuir para fomentar uma boa vizinhança também não será por aí. Faremos esse esforço.

Aliás, nós já alcatroámos uma outra estrada aqui em frente da fábrica para eliminar o pó”.

cortiça para o revestimento no setor da construção mas, a procura hoje já é mais alargada com o ramo automóvel à cabeça. Em 2016, Carlos Garcia, avançou com a aposta num novo produto. Foi construída uma segunda unidade para a produção de pellets (um combustível ecológico alternativo ao fóssil com custos muito inferiores). Foi um investimento de 8,5 milhões de euros para criar um produto que se assumisse “como um negócio paralelo” com o objetivo de dar uma maior sustentabilidade á empresa. “Isso está ser conseguido”, considera.

A Reginacork “alimenta” as suas duas linhas de produção com matéria-prima, que resulta da poda e limpeza da floresta a chamada, estilha

(*) SBP - Programa de Biomassa Sustentável O objetivo do SBP é fazer cumprir os requisitos legais, regulamentares e de sustentabilidade na União Europeia. Atenção especial é dada à conformidade social, mudança no uso da terra e biodiversidade. O SBP abrange toda a uma rede interligada de negócios, da floresta ao consumidor. A estrutura é um esquema de certificação centralizado em fábrica, que difere de esquemas de certificação centralizados em florestas.

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ou biomassa, que depois de moída, dá o produto final traduzido em pellets.

A recolha desta matéria é feita, maioritariamente, pela própria empresa “temos pessoal devidamente formado para fazer esse trabalho. As máquinas, as estilhadoras, por exemplo, são nossas assim como os camiões de transporte”. Explica Carlos Garcia. A restante matéria-prima – este ano chegou às 100 mil toneladas - resulta de entregas por parte de proprietários e de algumas autarquias. Um trabalho que, pode ler-se no seu discurso e linguagem corporal lhe dá imenso orgulho. “Pegar em resíduos que iriam ficar na floresta para alimentar incêndios e transformá-los em energia alternativa e em divisas para o nosso país é muito satisfatório”. Antes as árvores morriam e ficavam no chão “o que era terrível para os incêndios, hoje em dia já não se vê nada disso devido a este tipo de trabalho”.

Em relação a este processo de recolha de matéria-prima, Carlos Garcia, faz questão de esclarecer que “não abatemos árvores pela raiz. Limpamos a floresta mas preservamos as árvores e os ecossistemas. Somos, provavelmente, a única fábrica em Portugal que tudo o que produz, em pellets, é de acordo com o SBP Complaient (*). Não há, talvez, mais ninguém no País que o faça por enquanto, lá chegarão…ou não”.

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Reginacork A Reginacork iniciou o seu percurso em 1998 com a produção de granulados de cortiça. Em 2016 deu-se a abertura ao mercado dos pellets, uma energia alternativa aos combustíveis fosseis. Agora, em 2019, e mais de 20 milhões de euros de investimento total depois, a fábrica, situada a meio caminho entre Pinhal Novo e Montijo.

Tem atualmente 60 postos de trabalho diretos e centenas indiretos. A Reginacork é uma exportadora por excelência. Tem como destinos preferenciais os países nórdicos e o centro/norte da Europeu para países como Inglaterra, Alemanha, Holanda e Bélgica.

Este tipo de indústria, considera, “é uma mais-valia para tudo o que é floresta e áreas de mato na zona.

Posso dizer, por exemplo, que até hoje não houve uma propriedade florestal que ardesse depois de limpa por nós. Isto porque a quantidade de combustível que fica é reduzida”.

Se em termos físicos, e de core business, existe margem para cres-

cimento já na vertente recursos humanos “as equipas estão feitas, formadas e estamos satisfeitos”, sublinha. “A prioridade agora vai para a manutenção e não para o seu aumento”. Mas, em paralelo, “é importante dizer isto; movimentamos centenas de postos de trabalho de forma indireta”.

Em matéria de cliente final os gran-

des destinos do produto Reginacork são os países nórdicos, principalmente Dinamarca, e, mais a sul, Inglaterra, Alemanha, Holanda, Bélgica e Dinamarca. Já a cota no mercado nacional “é perto de insignificante”, aponta Carlos Garcia, porque “em Portugal não temos condições de clima extremo que obrigue á instalação de aquecimento central nos prédios”. Em ter-

mos de custos é mais barato que o gás natural “mas em Portugal não se valoriza os pellets”, lamenta Carlos Garcia apesar de já se notar alguma abertura. Por exemplo, revela “as padarias estão a optar pelos queimadores de pellets. É mais simples, limpo e barato. Depois de instalado é só regular a temperatura e… está a funcionar”.

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Em Setembro no Cais 3 do Porto de Setúbal

O evento, marcado para os dias 13 a 15 de Setembro, não é, segundo os organizadores, uma mera exposição sendo a interacção entre visitantes e expositores o grande objetivo

DIREITOS RESERVADOS

1.º Salão Imobiliário de Setúbal promete muitas surpresas de Atividades Imobiliárias, que também estará presente no evento e com quem está a ultimar a celebração de um protocolo, a SETSER passou da teoria à prática.

A ideia base para este evento é que não seja uma mera exposição, onde os visitantes entrem, conheçam e interajam com os expositores e vão embora; o objetivo, de acordo com os responsáveis da SETSER, é que seja um evento onde os visitantes venham, interajam com os expositores e tenham uma oferta de animação e bem-estar que lhes permita permanecer no local.

Neste momento os organizadores registam já a inscrição de vários expositores, estando também adjudicado o quiosque de café no interior do espaço e alguns espaços de street food no exterior do recinto. Entretanto continuam os contactos para fechar outros espaços de exposição e surpresas para expositores e visitantes.

Nota de destaque para o facto da SETSER se ter candidatado, junto da AMARSUL, para que este seja um Eco Evento preocupação ambiental e para uma vertente de responsabilidade social: o estacionamento de viaturas a ser entregue ao Grupo de Escoteiros de Setúbal, para quem reverterá grande parte das receitas que forem feitas nesse estacionamento.

A

ideia de fazer algo, que envolvesse toda a oferta de produtos e serviços, na área do imobiliário, da região de Setúbal e que nunca tivesse sido promovido nesta cidade foram as linhas essenciais que guiaram as responsáveis da SETSER para a organização do primeiro Salão Imobiliário de Setúbal, marcado para os dias 13 a 15 de Setembro, no Cais 3 do Porto de Setúbal.

A empresa organizadora, sediada em Setúbal, está vocacionada para a administração de condomínios, limpeza&manutenção de imóveis e a gestão de arrendamentos.

Depois de alguns contactos exploratórios e aferida a excelente receção por parte de alguns potenciais expositores, da entidade proprietária do espaço onde se vai realizar o evento (APSS) e de outras entidades, nomeadamente a ESAI – Escola Superio

Valor mais baixo dos últimos 27 anos

Número de desempregados inscritos no IEFP recua para 298 mil Em Junho, desemprego reduziu 10,3% em termos homólogos e 2,3% em termos mensais

O

número de desempregados inscritos nos centros de emprego ficou em Junho abaixo das 300 mil pessoas pela primeira vez em 27 anos, destacou na quarta-feira o Ministério do Trabalho com base nos dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional.

De acordo com os dados revelados na quarta-feira pelo IEFP, o número de desempregados inscritos nos ser-

viços de emprego em Junho de 2019 desceu 10,3% em termos homólogos e 2,3% em termos mensais para as 298,2 mil pessoas.

Em comunicado, o gabinete do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social destaca que "para encontrar um número mais baixo é preciso recuar a Dezembro de 1991, altura em que se registaram 296,6 mil desempregados inscritos".

Considerando apenas a situação observada no território continental, o desemprego registado desce para as 280 mil pessoas, o nível mais baixo em pelo menos 30 anos.

O mesmo acontece na região Centro

(40,8 mil desempregados), do Alentejo (13,5 mil) e da região de Lisboa e Vale do Tejo (88,9 mil), onde o desemprego registado alcançou os níveis mais baixos de que há registo.

No Norte (124,9 mil desempregados) o desemprego recuou para o patamar mais baixo em 17 anos, sendo que o desemprego registado no Algarve (7,9 mil) está em níveis comparáveis aos observados no início dos anos 2000.

O desemprego jovem, por sua vez, baixou para as 27,7 mil pessoas, com uma redução homóloga de 12,2% (-3,8 mil pessoas) e um decréscimo face ao mês anterior de 8% (-2,4 mil pessoas).

Já o desemprego de longa duração baixou para as 134,9 mil pessoas, menos 17,1% do que no mesmo mês do ano passado (-27,9 mil) e menos 1,0% face ao mês de maio (-1,4 mil).

O ministério tutelado por Vieira da Silva salienta que ao longo da legislatura, o desemprego registado desceu 46,3%, no correspondente a menos 256,9 mil pessoas, com descidas de 60,0% do desemprego jovem (41,5 mil) e de 48,1% do desemprego de longa duração (125,2 mil).

"Estes resultados, em linha com os dados que têm vindo a ser observados pelo Instituto Nacional de Estatística, reflectem o bom desempenho da eco-

nomia, o dinamismo do mercado de trabalho e a execução das políticas activas de emprego", refere.

Aliás, acrescenta, o mês de Junho foi também o mês em que se alcançou a mais elevada taxa de cobertura de desempregados em medidas activas de emprego e formação profissional em mais de 20 anos, com 28,8% dos desempregados abrangidos por estas medidas.

Em particular, a taxa de cobertura das medidas de formação profissional, que chegou aos 18,9% no mês de Junho, alcançou igualmente o patamar mais elevado da série iniciada em Lusa 2011, sinaliza.

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SETÚBAL Seguradora com nova campanha institucional dedicada à região

Fidelidade reforça proximidade com o distrito Seguradora lançou campanha inovadora direccionada especificamente à região de Setúbal e comprometese a acompanhar sempre as pessoas em qualquer momento ou lugar, através da sua rede comercial

A

companhia de seguros fidelidade lançou este mês uma campanha de comunicação especificamente dirigida ao distrito de Setúbal, com o objectivo de reforçar a proximidade com a população da região.

A iniciativa é inspirada na sua rede comercial com cerca de 3500 agentes e 480 Lojas e Agências.

Assente no conceito criativo “A Fidelidade continua com Portugal. Para que a vida não pare”, a campanha é adaptada à região onde se apresenta, consolidando o posicionamento da empresa como a seguradora sempre próxima das pessoas na disponibilização de soluções de proteção e assistência adequadas às suas necessidades e imprevistos.

A campanha dá também continuidade à mensagem de orgulho e de dedicação da seguradora para a todos os que são Fidelidade, que superam muitas vezes os seus limites e seguem em frente para apoiar quem precisa.Para José Alvarez Quintero, Administrador da Fidelidade, “Com esta campanha pretendemos consolidar a relação de proximidade com cada um dos nossos clientes. E isto só é possível quando se conta com a colaboração de uma rede comercial profissional e dedicada que, em cada vila e cidade de Portugal, está sempre disponível para acom-

panhar as pessoas, agilizar assistência e superar-se, quando é mais necessário, colocando o cliente em primeiro lugar e prestando-lhe o seu apoio”. Com a assinatura da Ivity Brand Corp, a campanha multimeios da Fidelidade vai estar presente em todo o país, com activação progressiva, até Dezembro, deste ano. O conceito criativo será adaptado e personalizado às diferentes zonas de Portugal Continental e Ilhas onde a campanha estará presente.

No distrito de Setúbal, O SETUBALENSE – DIÁRIO DA REGIÃO é o principal meio escolhido para suporte da campanha.

A regeneração da Península de Setúbal CALDEIRA LUCAS Consultor

A península, antiga bolsa de emprego do distrito de Setúbal, há muito deixou de o ser

A Península de Setúbal, outrora a terceira região mais rica de Portugal, onde o fluxo pendular era predominante no sentido de Lisboa para Setúbal, é hoje a quinta região mais pobre do país. O “escape” corresponde a cerca de 230 mil residentes (quase metade da população activa) a terem de se deslocar diariamente para a margem norte, criando aí riqueza, mas com muitos custos, económicos, sociais e ambientais.

Como se não bastasse, agora o transporte fluvial de passageiros entre as duas margens que devia ser promovido, e não como o triste caso da Soflusa, em que utentes da margem sul que têm de ir para a margem norte, são prejudicados com salários reduzidos pelos atrasos, ou mesmo despedidos por não conseguirem apanhar o barco para Lisboa.

E passageiros do “comboio da ponte” a terem de viajar quase uma hora de pé, de Setúbal-Lisboa. É para isto que serve a “cidade das duas margens”?

Em vez de se querer continuar a projetar mais ligações entre as duas margens, devia-se promover a regeneração do Arco Ribeirinho Sul, ajudada pela prevista conclusão do MST à Costa da Caparica, e a extensão em modo MetroBus/BRT ligando Corroios a Alcochete, passando pelo futuro Aeroporto e pelo Pinhal Novo, e servindo o projeto da “Cidade da Água”. Ou será que só vai acontecer a segunda EXPO, mais uma vez, na margem norte ?

Um túnel Algés-Trafaria, resolveria o congestionamento na Ponte 25 de Abril, concluiria o fecho da CRAMLCircular Rodoviária da AML, serve concelhos da margem norte para o aeroporto na margem sul sem ter

de entrar em Lisboa, não tem impacto visual, não interfere com a navegação, e é a solução substancialmente mais barata.

O Plano de Acessibilidades de Sesimbra, no TOP2 dos maiores portos de pesca de Portugal e uma instância balnear com significativa procura, apesar de ter sido aprovado desde o PIDDAC-2000, continua sem “ver a luz ao fundo do túnel”. Porquê ?

Para quando a prevista extensão do “comboio da ponte” até ao Campus do Instituto Politécnico de Setúbal?

Para quando a prevista extensão do “comboio da ponte” até ao Campus do Instituto Politécnico de Setúbal?

Porque projetos prioritários na Península de Setúbal não foram considerados no PETI 3+ e continuam a não serem agora no PNI2030, enquanto outros de outras regiões, surgem depois e são logo considerados prioritários (como, por exemplo, as injustificadas expansões dos Metros de Lisboa e Porto)?

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