O Progresso em Revista (Jorge Rizek Noivas)

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no papel Carência comprovada Casais que desejam realizar o casamento civil mas não têm condições de arcar com os custos também podem solicitar o pedido junto ao cartório de Tatuí. Conforme Fernando Sueji, quem busca esse benefício deve apresentar declaração de pobreza. “Não existe um valor de rendimento familiar como referência. Basta apresentar essa declaração, sob as penas da lei, dizendo que não tem condições de arcar com os emolumentos”, afirma ele. Mais informações devem ser verificadas pessoalmente junto ao cartório, à rua Professor Francisco Pereira de Almeida, 400.

Casal diz ‘sim’ após 70 anos de ‘noivado’ Davi, 103 anos, e Maria, 90, casaram-se no Cartório Civil Um dos casamentos com maior repercussão já realizado no Cartório de Registro Civil de Tatuí foi o de Davi Bitencourt e Maria Poutrole, em 25 de janeiro deste ano. Depois de sete décadas esperando pelo casamento, o noivo, de 103 anos, e a noiva, de 90, disseram “sim”. A união oficial de um casal tão longevo chamou a atenção da cidade, região e, até, da imprensa internacional. Moradores e familiares saudaram os recém-casados na saída da repartição. Os noivos estavam vestidos de branco - ela, muito elegante, usava um colar de pérolas -, e chegaram com a cuidadora do casal, a aposentada Ana Alice Soares, de 73 anos. Nos últimos dois anos, ela própria dedicou-se a preparar a documentação para o enlace. Apesar da idade, Davi e Maria não precisaram de ajuda para descer do carro, entrar no cartório e realizar um sonho. No momento crucial, até que ele hesitou, mas, por conta da baixa audição. Sem entender o que o juiz havia dito, precisou de um assopro da mulher para responder o “sim”. O casal, que mora numa pequena casa cedida por Ana Alice, no bairro Boqueirão, não quis festa, embora dias depois tenha participado de um evento organizado por um programa de televisão. Segundo a madrinha, ela havia ficado viúva quando conheceu a paulistana Maria, que procurava um lugar para morar no interior. Coincidiu que um filho de Ana Alice tinha se mudado para uma cidade vizinha e a casa dele ficara vaga. A partir daí, ela passou a cuidar dos idosos voluntariamente. Foi quando eles revelaram o interesse de se casarem. Davi já havia sido casado em São Paulo, teve um filho e ficou viúvo muito jovem. Quando conheceu Maria, era advogado do sindicato dos cafeicultores da época. Os dois passaram a morar juntos na capital e tiveram um filho, Maurício, hoje com 58 anos. Em viagem à Bahia, o filho não compareceu ao casamento. O casal vive do salário mínimo que Maria recebe de aposentadoria. O casamento desejado por eles só aconteceu graças ao empenho de Ana Alice. “Eles não tinham os documentos nem dinheiro, e precisei correr atrás. A certidão de óbito da ex-mulher dele estava em Curitiba.” A madrinha explica porque se dedica ao casal de idosos: “Em um Natal, perdi uma irmã muito querida, e eles preenchem esse vazio.”

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O Progresso em Revista - Especial Noivas


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