ESPECIAL 11 DE AGOSTO - TATUÍ 191 ANOS
Aos 191 anos, Tatuí acompanha ‘explosão’ da 3ª idade e soma exemplos de vida Da reportagem
Educação, saúde, moradia, habitação, segurança. As áreas comuns para qualquer administração costumam ser, na maior parte, pensadas para a faixa etária mais jovem e economicamente ativa. Ocorre que, com o passar dos anos e uma enxurrada de fatores, a pirâmide etária dos municípios brasileiros tem mudado. Tanto que especialistas projetam, para 2020, um crescimento acima do esperado da população idosa. Apesar de as discussões sobre o impacto do aumento dos idosos terem se acentuado com a reforma da Previdência, elas têm se mantido somente neste aspecto. Em Tatuí, embora não haja um debate mais amplo –com a participação efetiva e constante da sociedade em geral – a respeito do assunto, muito se fez e se pretende fazer para atender a esse público crescente. Alguns dos exemplos estão neste especial de 11 de Agosto, preparado pelo jornal O Progresso, por conta das comemorações aos 191 anos de Tatuí. A cidade de múltiplos adjetivos bem que poderia ganhar mais um: a de “Capital da Longevidade”. A terra do escritor Paulo de Oliveira Leite Setúbal, do jornalista Maurício Loureiro Gama e de industriais como Manoel Guedes Pinto de Mello e Laurindo Dias Minhoto, trata o idoso de modo especial. A começar pelo Lar São Vicente de Paulo. A entidade com 112 anos é uma das primeiras – senão a primeira – voltada ao trabalho com o idoso. Surgiu em uma época em que o conceito de atendimento e da rede de assistência nem existiam. É, portanto, exemplo de como os tatuianos cuidam bem de seus antepassados e os respeitam.
Com o passar dos anos – e dado o trabalho de preservação da memória a cargo de muitas personalidades –, o município passou a voltar os olhares para este “novo velho público”. Foi assim que surgiu o projeto Envelhecer com Qualidade de Vida, mantido pelo Fusstat (Fundo Social de Solidariedade de Tatuí). A iniciativa funciona na cidade desde 2005, mas tendo começado as atividades oito anos depois da criação do CMI (Conselho Municipal dos Idosos). Este último órgão atende reclamações de uma parcela da população que só aumenta. Dadas às circunstâncias, há o registro de outro fenômeno crescente: a de violação dos direitos dos idosos, assunto tratado pelo Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). A entidade também cuida de situação de abandono, negligência e monitora 25 idosos em situação de vulnerabilidade. Todas estas abordagens estão presentes neste especial, material cuja proposta é chamar ainda mais a atenção para as necessidades dos idosos. “Hoje, o cuidado do idoso eu digo que é a profissão do presente e do futuro porque, em 2020, a nossa população brasileira vai ser uma das maiores do mundo no sentido de população idosa”, destaca o presidente do asilo, Ivan Rezende Ferreira. Fora a entidade, o mercado de trabalho está cheio de oportunidades, conforme Rezende. De acordo com ele, a área de cuidados aos idosos é bastante abrangente. “As pessoas estão envelhecendo e, como tal, necessitam de atendimento, que ocorre cada vez mais dentro de casa. Então, é uma profissão bem profícua e ideal para quem está desempregado e tem perfil, porque tem que gostar”, observa. O olhar profissional também tem destaque no especial, como o demonstrado pela professora de educação física e personal trainner Luciana Clube Renascer da 3ª Idade é sinônimo de lazer para público de Tatuí e região Gonçalves, especializada no atendimento à terceira idade.
Entre as Lar São Vicente de Paulo é referência no atendimento ao público idoso na cidade alunas dela, está Célia Maria Oliveira A mudança física é sentida mais rapidamente, Holtz, que nasceu e cresceu em Tatuí. Aos 73 anos, ela tem propriedade para opinar mas se apresenta com mais ou menos intensidade a respeito de como os idosos se relacionam com o a depender do hábito da pessoa, como afirmam os município e vice-versa. “Envelhecer em Tatuí é muito especialistas ouvidos pela reportagem. O ponto em comum entre todos é a necessidade de manter mente bom. A cidade oferece inúmeras opções”, declara. Celinha morou fora de Tatuí por 30 anos, mas e corpo ocupados, como faz o advogado Simeão José voltou por conta do aspecto acolhedor da cidade e, Sobral. Aos cem anos de idade, ele é um dos exemplos também, para contribuir com o Lar São Vicente. Ela faz parte da diretoria e coordena o bazar permanente que Tatuí tem de como a vida deve ser. Modelo que merece respeito e o devido destaque, como se pode da instituição. Daí o cuidado com o público idoso. “A história da acompanhar neste especial. minha família está ligada ao Lar. Desde pequenininha vi meus pais e meus tios envolvidos na instituição”, lembrou. Também por isto, Celia se reconhece como “velha”. “Acho que não tem nada de pejorativo no termo. O correto é: passou dos 60, usar o termo velho”, ressalta. Para ela, a idade tem mais relação com a mente que com o físico, mas perpassa pela limitação do corpo. “Tudo fica muito mais lento. A O aposentado Carlos Henrique Serrão é exemplo percepção varia de pessoa de saúde e boa forma na terceira idade para pessoa, e não é que fez 60 anos e daí acabou”.