110 pessoa”, diz ele, emocionado. “Uma pessoa da minha família.” “Estou dentro do jornal há 32 anos, desde que minha família o adquiriu. Tudo o que eu tenho devo, de fato, ao jornal, inclusive, minha família. O jornal estudou minhas irmãs já comigo sendo responsável; o jornal sustenta minha mãe até hoje (que é aposentada, mas, como qualquer aposentado, não recebe o que merece); o jornal deu meus estudos; deu todas as oportunidades que tive na vida”, afirma ele. “O jornal me deu tudo, inclusive, minha mulher, Lívia, que conheci quando ela entrou aqui, para trabalhar como atendente. Por consequência, o jornal é responsável até por meu filho, Thales, que eu tive com a mulher que conheci dentro da empresa. Para mim, o jornal é uma pessoa da família, que espero que sobreviva a mim e a todos nós.”
Ana Camargo mantém atividade de revisora desde o ano de 1981
“Tem página?” A pergunta é habitualmente ouvida, principalmente, às terças e sextas, na redação de O Progresso, pelos diagramadores Bisteka e Erivelton. Ela é feita por Ana Camargo, carinhosamente chamada de dona Ana, há 31 anos. Ao longo desse período, ela manteve sempre uma (ou mais atividades) junto ao jornal. Quando o veículo foi adquirido pelo então esposo Ivan Gonçalves, ela iniciou no atendimento do jornal e, também, da gráfica que funcionava ao lado. Ainda era
Progresso em Novas Mãos responsável pela contabilidade da empresa e, fato, fazia tudo o que fosse necessário, unindo o trabalho à missão de cuidar dos três filhos – Ivan, Luciana e Ivana. “Logo após a aquisição do jornal, lembro que o ‘seu’ Vicente e o Nascimento ainda vinham desenvolver alguns trabalhos. Seu Vicente vinha todos os dias para revisar e o Nascimento, às sextas, para fazer as ‘chapinhas’ com os endereços dos assinantes e separar os jornais para os entregadores”, conta ela. “Depois, eles deixaram de vir, e eu passei a fazer toda a revisão sozinha.” O hábito de conferir as páginas faz parte da rotina diária de Ana, atividade que rende a ela grande prazer. “Eu gosto de revisar, eu gosto de ler. Sinceramente, sempre gostei de todas as atividades que desenvolvi: no atendimento, tinha contato com as pessoas; nas assinaturas, conhecia todos os leitores; e na contabilidade e revisão, acompanhava a vida do jornal”, comenta. A profissão de revisora
Ivan Camargo
exige que Ana faça leitura detalhada de todas as notícias, mesmo aquelas que, usualmente, não leria. Por conta disso, não deixou de impressionar-se com algumas delas. A pior, comenta, foi o “Caso Sônego” (Osvaldo
Sônego foi acusado de abusar sexualmente e matar seis meninos, todos menores de idade, no ano de 1997). “Eu fiquei extremamente impressionada com aquela notícia. Não me conformava com aqueles crimes e frieza, e
cheguei até a sonhar...”, comentou. Quando fala sobre O Progresso, Ana Camargo resume: “ele é minha vida”. “Desde 1981, passei a viver pelo jornal. Cada edição publicada era uma conquista. Tenho um grande amor pelo O Progresso, a começar pelos antigos donos, a quem eu queria muito bem. Tivemos momentos dificílimos, mas todos foram superados e, hoje, tenho orgulho de dizer que é o veículo da cidade de Tatuí”, diz. “E só chegamos até aqui por causa do Ivanzinho. Quando meu filho escolheu o jornalismo, fiquei feliz, pois sabia que ele daria continuidade a este legado. A formatura dele como jornalista foi, para mim, uma realização pessoal. Ele me deu segurança e assumiu, de forma total, o jornal. Sob a direção dele, o jornal foi, cada vez mais, evoluindo. Ele é uma pessoa inovadora. Eu sempre o apoiei e confio, desde o início, em tudo o que ele faz”, declarou a mãe.