REVISTA PAUSE O POVO 2025 - 2026

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Clovis Holanda segura “Pássaro”, arte criada pela artista Beatriz Soares com exclusividade para a Pause

Odisseia dos sentimentos é o que vocês encontrarão na revista Pause 20252026. Observadores por ofício do comportamento humano, as reuniões de pauta dos jornalistas envolvidos nesta publicação foram levando, naturalmente, ao que hoje importa: bem-estar e saúde mental.

Seria esse o novo luxo?

Os oráculos do futuro dizem que "sim", mas para quem faz Pause acontecer, o importante é inspirar com boas histórias e estratégias práticas aplicadas por aqueles que, em meio ao caos, conseguiram encontrar refúgios de harmonia e reequilíbrio interior.

Antes de gastar seu "réu primário", e sair cometendo loucuras por aí, como internautas adoram citar nas redes (anti)sociais, que tal apostar numas remadas no mar, em dias de descanso e contemplação num hotel-galeria de arte, percorrendo caminhos que prome tem elevação espiritual e autoconheci mento ou, simplesmente, aproveitando um voo para curtir aquelas horinhas de corpo em suspensão?

Nas próximas páginas, o leitor encon trará narrativas sobre quem, todos os

dias, decide ver a vida com olhos mais generosos, atentos, flexíveis, empáticos, valorizando cada segundo, como se fosse o último, e quem garante que não seja?

Em "Extremos", reflito por meio de crônicas acerca dos nossos instintos e suas possibilidades simbólicas, como céu e inferno, carne e coração...

E depois de percorrer perspectivas na economia, no consumo, no turismo, na moda, na medicina, no comportamento, dentre outras searas, finalizamos esse caminho, PAUSADO, nunca esqueçam, respirando, sempre... numa visita ao ateliê da artista visual Bia Soares.

Dentre telas, tintas, livros, memórias e sonhos, a pintora abre mente e coração, convidando a olhar a identidade nordestina e a força feminina expressa em boa parte de seus trabalhos pelo viés

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Um produto

Arte_Beatriz Soares

EXCLUSIVO

AGUSTÍN E CECÍLIA 22 Romance, sofisticação e o sabor de uma história atravessada pelo mar

LÍVIA NUNES

Autenticidade e atitude na fila A da moda global

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BIA SOARES

A essência do artista

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A ESTÉTICA DO SABOR

Ambientes e sabores que traduzem o novo luxo: o da experiência GASTRONOMIA

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ENTRE EXTREMOS

Um passeio literário pelos opostos que compõem nossa humanidade CRÔNICA

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Em Fortaleza, existem três coisas que me fazem desconectar. A primeira é encontrar os amigos, matar a saudade, recebê-los na minha casa ou sair para um jantar, uma Sabiaguaba. A segunda é o estúdio da Bhavya, que faz uma verdadeira sessão de relaxamento com uma técnica que mistura yoga e massagem. E terceiro é a dança de salão da Alex e Islânia Escola de Dança, que fica na Barra do Ceará, e é onde me divirto, aprendo novos ritmos e novas formas de deixar meu corpo fluir e desconectar do mundo"

SILVERO PEREIRA ATOR E CANTOR

Para relaxar, gosto de ir ao mar da beira-mar em Fortaleza. Adoro nadar e temos em nossa cidade uma água sempre quente e acolhedora. O contato com a natureza é revigorante e ver a cidade de dentro do mar é uma das minhas formas favoritas de desconectar"

KELVIANE BARROS

DEFENSORA PÚBLICA E PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DAS

DEFENSORAS E DOS DEFENSORES

PÚBLICOS DO ESTADO DO CEARÁ

KELVIANE BARROS / ACERVO PESSOAL

A gente assiste aos filmes de comédia romântica imaginando que aqueles encontros despretensiosos, no corredor de um curso de fotografia e de onde se inicia uma bela história de amor, só acontecem nos cinemas, não é mesmo? Mas a união de 25 anos do espanhol Agustin Herrero com a paulista Cecília Seligmann foi exatamente assim.

Estudante de Arquitetura, ela foi cursar um mestrado em Barcelona, terra natal de Agustin, que é filho e neto de hoteleiros e já trabalhava com a família no ramo. Interessados em fotografia, matricularam-se no mesmo curso, onde começou uma amizade. Ambos, à época, estavam comprometidos, mas trocavam anotações e impressões sobre as câmeras e imagens. Era verão, e foi justamente a imagem daquela jovem brasileira descolada e bronzeada que marcou os pensamentos de Agustin.

Texto_Clóvis Holanda Fotos_Fco Fontenele

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O curso acabou, eles passaram um ano sem se ver, os relacionamentos também se desfizeram e uma amiga de Cecília combinou um drink pós-expediente no hotel em que trabalhava. Coincidências do destino - ou não, era justamente no hotel da família de Agustin e o reencontro foi fatal. Entre os típicos bares de tapas espanholas, engataram o namoro que já veio com um convite. Cecília estava vindo de férias ao Brasil. Com mãe cearense e pai piauiense, a praia da Caponga foi o refúgio histórico das férias da família.

Agustin topou!

“Fiquei hospedado num apartamento atrás do Ideal Clube. Passei a noite contemplando a paisagem, olhando para o mar, os navios. No dia seguinte fui para a Caponga, há 25 anos, as areias brancas, as dunas virgens, fiquei muito impressionado”, lembra Agustin, revelando uma dupla paixão, Cecília e o Ceará. O pedido de casamento fechou a temporada de amor, sol e sal.

Casaram em Sampa, e moraram por cinco anos em Barcelona, onde nasceu a primeira filha, Sofia. Ele seguiu no hotel da família enquanto ela trabalhava como designer gráfica. Cecília engravidou novamente e decidiram voltar ao País.

Neta de Boris, Cecília e Agustin lembraram dos galpões herdados na Praia de Iracema, historicamente usados para estocar carnaúba e algodão. Daí nasce a ideia de construir um restaurante completamente diferente do que existia no cenário gastronômico de Fortaleza.

Amor, cumplicidade e sucesso: há 25 anos, uma história escrita a quatro mãos

O intuito era inovar, apresentar algo inédito e marcante. “Quando a gente começou, há 18 anos, com pratos individuais, oferecendo carta de vinhos, foi um marco realmente. O cearense jantava bebendo uísque, quase sempre compartilhando pratos”, relembra ela.

Formado em Hotelaria e com experiência no serviço europeu, Agustin trouxe sua expertise. “Acostumamos as pessoas, inclusive, a fazer reservas. Os grupos chegavam com 15 pessoas, sem uma reserva”, destaca ele. “Começamos a fazer jantares harmonizados, algo também pouco usual, trouxemos muitos chefs de fora, fomos ampliando o repertório da clientela e mostrando outras possibilidades à cidade”, lembra Cecília.

Foi a chef francesa Marie Anne Bauer quem criou o primeiro menu do L`Ô Res-

taurante. “Ela é a base da nossa cozinha, até hoje temos pratos deixados por ela, que são sucessos na casa”, enfatiza. Nos últimos 12 anos a cozinha vem sendo comandada pelo chef Gil Ribeiro.

“Hoje há uma proposta muito maior para o público e a cidade está muito mais cosmopolita. As pessoas hoje têm outra cultura gastronômica, têm mais acesso ao mundo, querem sempre novidades”, explica Cecília. “Daí que precisamos estar sempre nos reinventando e oferecendo algo diferente”, diz.

E num cenário no qual restaurantes abrem e fecham as portas com bastante volatilidade, o segredo dos 18 anos de sucesso está na presença diária dos dois nos negócios. “Ambiente, serviço, qualidade dos pratos. Estarmos aqui todos os dias é o segredo do negócio”,

define Cecília.

As inspirações para um cardápio sempre em atualização vêm das pesquisas e das viagens do casal pela França, Espanha, Peru, percorrendo as casas mais estreladas de cada cidade, como o famoso Disfrutar, em Barcelona, eleito, em 2024, como o Melhor Restaurante do Mundo colecionando ainda três estrelas Michelin. Ou seja, o ápice do que uma casa de gastronomia pode alcançar em termos de reconhecimentos internacionais.

Agustin fica com financeiro, logística, compras e Cecília com eventos, marketing e gastronomia. Nos últimos anos, expandiram para eventos externos, fazendo recepções de 20 a 2000 pessoas, no Centro de Eventos, como já realizaram.

Hoje com três filhos, 25 anos de relacionamento, 18 anos de trabalho juntos todos os dias, em uma ambiente cheio de desafios e variáveis, vem a pergunta de milhões:

Qual o segredo para manter a harmonia e equilíbrio?

“Banho de mar”, responde ele com concordância dela.

O nome do restaurante homenageia o mar de Iracema, a poucos metros da casa, e o amor do casal pelo mar. L`Ô é a fonética de “L`Eau”, água em francês.

“Todo fim de semana tomamos banho de mar, em Fortaleza ou numa praia aqui próximo. Aos domingos o restaurante é fechado. Isso é sagrado”, explica ele, responsável pelo networking, que fez o casal ficar conhecido e circular bem em muitos segmentos de expressão na Capital. “O grande dom do Agustin é o relacionamento. Ele sabe chegar, abordar com naturalidade”, destaca ela.

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Hoje com dois mil metros quadrados de área total, após algumas ampliações, sentiram sempre bastante o preconceito dos fortalezenses em relação à área, vizinho à Comunidade do Poço da Draga. O casal, desde o início, contratou pessoas da região para trabalhar no restaurante e cultiva um bom relacionamento com toda a comunidade.

Cenas de um “The End” meloso, bem hollywoodiano, como no começo do texto, eles se dizem apaixonados por Fortaleza. “Eu não seria tão feliz hoje se não tivesse tomado essa decisão de vir morar aqui”, relata ele. “Nado no mar e dia desses estava dando braçadas ao lado de um golfinho, no mar morno, em plena terça-feira. Em que lugar do mundo isso

é possível?”, indaga ela, convidando os próprios cearenses a valorizarem e desfrutarem dos grandes encantos de uma cidade litorânea.

Nossa conversa terminou regada a vinho branco e bobó de camarão. Sabe o que eu acho? Eles têm um ao outro, sendo o mar testemunha e cúmplice, ao mesmo tempo. Criaram em Fortaleza um restaurante icônico, abrindo novos horizontes para a cena gastronômica local. Amam, valorizam e divulgam a Capital por onde andam. Falta a eles os merecidos títulos de Cidadãos Fortalezenses, nosso agradecimento a duas pessoas que só agregam à Cidade.

Vida longa ao L`Ô e a vocês.

Focado em alto valor agregado, o agronegócio cearense introduz, recupera e reforça plantios que prometem salto no PIB do setor nos próximos anos. Ibiapaba deve liderar esse movimento, com plantações de culturas como a uva para vinhos

Texto_Samuel Pimentel

O Ceará passa por um processo de transformação da atividade agrícola a partir do avanço da produtividade em áreas com irrigação. Entre 2018 e 2024, a área plantada nesta modalidade cresceu 40,9%, enquanto a produção avançou 106% e chegou a 2,3 milhões de toneladas.

O crescimento é demonstrado especialmente frente aos resultados da agricultura de sequeiro. Segundo base de dados mantida pela Secretaria Executiva do Agronegócio do Governo do Ceará, essa modalidade de cultivo ocupa 94% da área produtiva, mas responde por 62,9% da produção

estadual e de 41,8% do Valor Bruto de Produção (VBP) total.

Os dados mostram a predominância da agricultura de sequeiro no Ceará, mas também evidenciam o potencial da irrigada, que, mesmo ocupando menor área, apresenta maior produtividade e valor agregado. Esse último quesito tem gerado movimento e passou a ser estratégia de governo. O destaque se revela na Ibiapaba, onde até mesmo uvas para vinho são cultivadas. A promessa é de que ele seja tão “fácil” de beber quanto uma Coca-Cola.

A revolução do agronegócio focado em culturas nobres

Enquanto milho e feijão seguem no campo, novas culturas de alto valor agregado despontam no Ceará. Pitaia, açaí e uva já rendem frutos e prometem transformar o agro local

Nos últimos anos, o Estado diversificou suas culturas, e as primeiras colheitas já mostram ganhos expressivos frente às lavouras tradicionais.

Na agricultura irrigada, a área plantada chega a 93,3 mil hectares, com rendimento de 27.027 kg/ha e preço médio anual de R$ 3.939 por tonelada; no sequeiro, a área produtiva é de 1,44 milhão de hectares, com rendimento médio de 2,95 kg/ha e preço de R$ 2.696 por tonelada. A diferença evidencia o potencial das culturas de alto valor agregado para transformar a identidade do agro local.

Experiências com pitaia, que em 2024 teve 158 hectares de área produzida e 3,1 mil toneladas, obtiveram rendimento de 19,9 mil kg/ha, além de R$ 13,1 mil de preço médio por tonelada.

Atualmente, outras culturas despontam com possibilidade de se juntar ao movimento de mudança do perfil rural. Exemplos disso são o açaí, com 29 hectares de área produtiva e outros 46 em implantação, e rendimento de R$4,7 mil por tonelada.

Também já rende frutos positivos a uva. A cultura está no Baixo Jaguaribe, Cariri e Região Norte, mas se espalha em propriedades na serra da Ibiapaba, em Ubajara e Tianguá. A região fechou a safra do ano passado com produção de 203 toneladas e VBP de aproximadamente R$1 milhão. O rendimento médio anual da cultura é superior a R$6 mil por tonelada.

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Uvas moscato giallo produzidas na serra da Ibiapaba

Os usos são diversos e vão da uva de mesa a derivados como doces, geleias, suco, chás, além de outros derivados, como queijo aromatizado, cosméticos e adubos.

Mas o que chama atenção na Região é a perspectiva de lançamento de um vinho comercial advindo de vinícola cearense, a Terroir Romano. Uma variedade de sete tintas são produzidas pela marca: Shyrah, Cabernet Sauvignon, Malbec, Cabernet Franc, Pinot Noir, além das brancas Chardonnay e Moscato Giallo. Esta última se adaptou tão bem à Ibiapaba que já é apelidada de “uva do Ceará”, com duas colheitas anuais e produção em tempo recorde após dois anos de plantio.

“A Moscato Giallo é tão versátil que conseguimos fazer espumante, vinho de sobremesa. Ela é muito fácil de beber, extremamente aromática, encontrando traços de lichia, pêssego e maracujá. Ou seja, é um vinho muito agradável para tomar em temperaturas elevadas”, afirma o empresário Tiago Romano, proprietário da marca Terroir Romano.

O lançamento deve ocorrer ainda neste ano, com selos e licenças obtidos e avaliação de enólogos. Tiago diz ter recebido apenas retornos positivos, alguns surpresos com a produção tão perto da Linha do Equador.

“A Coca-Cola dos vinhos vem no sentido de que será uma opção de gosto popular, fácil e agradável. Será um vinho do Ceará como porta de entrada para o mundo dos vinhos, uma opção para quem ainda não bebe vinhos”, detalha Tiago.

Para o futuro, sonha e investe para que a Ibiapaba se torne um centro de enoturismo. O Terroir Romano será o “point” desse movimento, já que o empresário fez aporte de R$1,5 milhão para abrir hotel e restaurante na propriedade, em Ubajara, que deve ser inaugurada em 2026. A ideia é oferecer degustações, harmonizações com queijos e doces locais e piqueniques entre os parreirais. “O intuito é montar uma mini-Bento Gonçalves aqui na Serra da Ibiapaba”.

Experiência pioneira de tâmaras na Ibiapaba obtém primeiras floradas

O cultivo experimental, com irrigação e em consórcio com abacateiros, indica que a região pode se tornar referência nacional na produção de frutas como tâmaras

A experiência de plantação de tâmaras no Brasil está em desenvolvimento para atender à crescente demanda nacional e diminuir a dependência das importações, principalmente de países do Oriente Médio e África.

O processo de pesquisa e desenvolvimento, conduzido pela Embrapa Semi-Árido, possui um banco de germoplasma, na Estação Experimental de Bebedouro, em Petrolina, Pernambuco. No Brasil, já são estudadas técnicas para o cultivo em larga escala, com boas perspectivas a partir da irrigação com microgotejamento.

A tamareira necessita de clima quente e seco. Iniciativas de cultivo em Mato Grosso e Rio Grande do Norte já dão os primeiros frutos, ainda que ao nível nacional seja incipiente e não tenha escala comercial de grande porte. Há ainda um projeto na Bahia, apoiado pelos Emirados Árabes Unidos, com intenção de tornar o estado um polo produtor.

Os árabes concederam ao País 110 mudas de 12 espécies de tamareiras para que a Embrapa teste a viabilidade comercial. Os primeiros resultados contrariam um provérbio árabe que afirma que “quem planta tâmaras, não colhe tâmaras”.

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Se no Oriente Médio as tamareiras demoram entre 80 e 100 anos para dar os primeiros frutos, no Brasil, o projeto de Mato Grosso obteve safra após quatro anos de plantio em área de 5 hectares.

A largada foi dada e nesta corrida um produtor cearense se coloca no páreo. Modesto Fernandes Lima Neto, proprietário do Sítio Mulungu, em Ibiapina, destaca que o empreendimento com tâmaras começou por incentivo do tio, Arnaldo, que já tem plantação de abacates e mudas.

Modesto descobriu, por meio de Arnaldo, que a tâmara estaria se adaptando bem ao Brasil e que permitiria cultivo em até cinco anos. Ele, então, comprou sementes pela internet e iniciou os testes na Ibiapaba.

No Ceará, a primeira colheita foi feita após dois anos e meio do plantio. Duas plantas produziram. O cultivo de tâmara na região segue em fase de observação, buscando o tipo de manejo adequado e o melhor solo. Modesto e sua equipe adaptam técnicas de outras regiões, já que não encontraram um profissional 100% especializado na cultura.

Atualmente, são cerca de 40 pés de tâmaras produtivos, que estão plantados no espaçamento dos pés de abacate, realizando a plantação em consórcio. Modesto já planeja adquirir novas terras na região para expandir a quantidade de árvores plantadas. Quando atinge a maturidade plena, os primeiros estudos nacionais apontam que é possível produzir entre 60 kg e 180 kg de tâmara por ano.

Modesto acrescenta que projeta uma “super produção” de tâmaras na Serra da Ibiapaba, similar ao que aconteceu com outras culturas vindas de outras regiões do mundo e adaptadas ao Ceará, como foi com o abacate hess, em que “a produtividade por hectare é muito acima da média nacional”.

No sítio Mulungu, na serra da Ibiapaba, Modesto já se prepara para a próxima colheita de tâmaras 100% cearenses

Brazilian berries: a produção cearense visada pela turma do Exterior

Em meio a números superlativos, o Ceará vê espaço para iniciar neste mercado. As frutas silvestres são cobiçadas não apenas no mercado interno, mas sobretudo no externo, vendidas com maior valor agregado

Portugal, Suíça, Rússia e Equador são apenas alguns dos países de olho nas brazilian berries. O açaí e a acerola cearenses são os mais cobiçados da vez. Seja como polpa de frutas, trazendo a atração dos gelados tropicais, ou para a fabricação de cosméticos, as variedades são apostas no Estado para dinamizar a economia local e fugir de intempéries como o tarifaço dos Estados Unidos.

O Brasil colhe anualmente quase 1,7 milhão de toneladas de açaí, sendo mais de 90% proveniente do Pará, maior produtor mundial da fruta, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em meio a números superlativos, o Ceará vê espaço para iniciar neste mercado.

A primeira safra de açaí do Estado ocorreu em 2022, em experiências instaladas a partir de projeto de comercialização de sementes em Paracuru (90,61 km de Fortaleza).

Em 2024, um total de 75 hectares de açaí já estão dando frutos no Ceará, principalmente no município de Limoeiro do Norte,

principal polo produtor no Estado. No ano passado, foram mais de 600 toneladas.

Apesar do pioneirismo do Vale do Jaguaribe, quem mais investe em novas áreas para formação de açaí são os produtores da Serra da Ibiapaba. Somente em Tianguá (a 318 km de Fortaleza), o Governo do Estado já mapeou 15 hectares de áreas em formação. Ibiapina (8 hectares), Ubajara (5 hectares) e Viçosa do Ceará (5 hectares) são outros com expansão da atividade.

Entre os produtores da Ibiapaba está Ana Paula Silva, que possui em sua propriedade, o Sítio Pejuaba, com 4 hectares de açaí e colheitas em andamento nos mais de 10 hectares recém-plantados.

Animada com a experiência, ela conta que a produtividade da fruta na região é superior à média nacional, já que obtém cerca de 44 mil kg a 45 mil kg por hectare (kg/ha) anuais. No País, a média gira em torno de 40 mil kg/ha por ano. A produtora rural conta que as colheitas agora são praticamente permanentes, a cada 20 dias.

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Produção de açaí no Ceará avança com base tecnológica

A produção de açaí também é vista como ideal para ser realizada de forma consorciada com outras culturas. Na propriedade, Ana destaca que experimenta o café sombreado pelo açaí, e avalia o resultado como positivo. “O café ganha uma qualidade espetacular”. Outras opções já experimentadas ou citadas por Ana são o cacau e o milho.

O açaí da Ibiapaba se tornou sucesso de demanda, com o mercado local aquecido a partir das polpas e potencial de exportação, com a Ana em processo de capacitação e certificações para vender ao Exterior.

Ela conta que já recebeu cotações de países como Portugal, Suíça, Rússia e Equador. “Minha primeira missão de negociação ocorreu em agosto, na Espanha, onde participei de uma rodada de negócios. Desde o ano passado venho estudando”, acrescenta.

Além da polpa de açaí, outros produtos estão sendo estudados para entrada no portfólio da marca. Um deles é o açaí liofilizado (açaí em pó), balinha de goma veganas, pré-treino de açaí, drágeas de açaí com chocolate e batata chips de açaí, com foco nos mercados vegano e fitness.

Assim como no esporte, na política e na música, a moda também conta com alguns ícones. Não é necessário ser amante do tema para saber quem são. No Ceará, o feito à mão transpassa por gerações, culturas e regiões. E transborda pelo Brasil e pelo mundo.

Texto_Larissa Viegas

A Pause conversou com seis nomes de diferentes manualidades, técnicas, estilos e públicos. São criações que ora conversam entre si, ora se tornam antagônicas. Mas todas se encontram nas entrelinhas. São marcas que carregam um propósito, indo além do negócio.

Espedito Seleiro, Bianca Misino, Celina Hissa, Ivanildo Nunes, Nathalia Canamary e Kallil Nepomuceno estampam as próximas páginas e falam sobre a criatividade da moda cearense e o cenário onde economia, sustentabilidade e originalidade andam juntos. Além do novo luxo que une consciência ambiental, atemporalidade e uma pitada de sotaque.

Segundo Fábio Caracas, designer e gestor de projetos de moda, esse novo olhar para o feito à mão é um reflexo do mercado, mais complexo e exigente. Para ele, essa mudança tem a ver com a forma que os produtos são feitos e da maneira do público de se relacionar com eles.

Assim, quem tem a moda como cultura, compor-

tamento e território de inovação, vive um momento de oportunidades. “A qualidade não é só técnica, mas também simbólica. O consumidor está mais atento a propósito, a processos, a quem faz, de onde vem, como é feito. Isso tem pressionado as marcas a se posicionarem, seja na escolha dos materiais, seja na narrativa que constroem.”

A potente mistura de identidade e inventividade da moda cearense é o que torna as criações especiais. O repertório dos criadores reflete no visual do produto e encanta pela sinceridade, mesclando conhecimentos ancestrais a elementos contemporâneos e ousados.

“Eu acredito muito que a moda cearense é feita de gente que aprende a fazer com pouco, que dribla os desafios estruturais e ainda assim consegue emocionar, se destacar, circular por vários territórios. O que encanta mesmo é a autenticidade, a capacidade de transformar o que é local em algo universal”, completa Fábio.

Conheça e encante-se!

ESPEDITO SELEIRO

De vaqueiros a fashionistas

Espedito Seleiro é o artesão que não quer ser chamado de artista. Mesmo tendo construído uma identidade possível de ser reconhecida em qualquer lugar do mundo

Alguns clichês precisam ser repetidos. E é impossível falar de moda cearense sem citar Espedito Seleiro. Há mais de seis décadas, exerce com maestria o ofício que se mantém vivo na sua família por gerações. Porém, o artesão, imprimiu na pele curtida do boi sua própria visão de mundo, dando origem a peças que despertam desejo - de vaqueiros a fashionistas.

São gibões, selas, botas, sandálias, bolsas e até móveis, como cadei ras, baús e bancos. Cada item é feito manualmente em sua oficina, composta atualmente por “mais de 30 pessoas”, conforme explicou o próprio Seleiro.

Além de se diferenciarem pela qualidade, têm aquilo que muitos chamam de design. São formas, modelos, cores e muita identidade. Assim, basta conhecer um pouqui nho do trabalho de Espedito para, tempos depois, bater o olho em uma peça e dizer: é dele!

O que, para muitos, demanda cursos, ensinamentos e experiência de mercado, para o artesão foi algo instintivo: mudou o visual do seu produto para chamar atenção e ser diferente do que já era feito por todos. Sobre o que torna suas peças atraentes, ele responde que até hoje não tem certeza, mas acha que é por ser tão diferente dos demais. “Eu não sei se eu sou um artesão, se eu sou um artista. Eu não sei o que eu sou. Mas acho que eu faço diferente do que já existe, do que o povo faz por aí. Acho que é porque o pessoal, os artistas, estilistas, vêm tudo aqui e admira o trabalho, se inspira. O que você acha?”.

MOMÔ ALVES STUDIO / DIVULGAÇÃO

BIANCA MISINO

Um freio no fast fashion

A designer Bianca Misino transborda sua essência e, com toda delicadeza, oferece objetos de decoração, jóias e utensílios feita de gente_

Bastam alguns minutos de conversa com a designer Bianca Misino para perceber que a sua mente não para e que a criatividade faz parte da sua essência. Tanto que o trabalho virou hobby. E vice-versa. Iniciada como um experimento, a marca Misino surgiu sem a pretensão de ser um negócio.

Segundo Bianca, o nascimento da sua marca autoral tem total relação com a pandemia de Covid-19. Antes do lockdown, ainda grávida, fazia cursos de cerâmica. Com a mudança da rotina do período, o fazer se intensificou e a Misino nasceu logo após o período de reclusão, se tornando oficialmente um negócio há cerca de dois anos. “Os produtos que eu crio para Misino são privados de uma pesquisa pessoal, íntima, a partir de assuntos que são da minha área de estudo. Quando eu crio para outra marca, é independente da minha pesquisa. É um outro tipo de trabalho”, descreve.

EU VOU CRIAR ALGO

QUE ME SEJA DA INTENCIONALIDADE DE FAZER, DE ESTAR PRESENTE NO MUNDO"

As primeiras peças foram ponto de partida para outras criações, atendendo a pedidos e ouvindo sugestões e ideias dos clientes. Desde então, ela afirma que alguns itens sempre precisam estar disponíveis, a exemplo das mãos de porcelana Mancheira, da xícara Olhar para dentro e o colar, brincos e broches Caju, “mas acho que é porque são peças que elas não necessariamente respondem ao sistema de consumo do fast fashion. Elas falam muito mais de um lugar de identificação”, conta.

A marca própria atua como resistência ao imediatismo e à necessidade do mercado de receber novidades regularmente. Sem pressa, sem rapidez, acredita que o mundo está saturado de produtos e defende criações que carregam consigo uma narrativa e uma história, transcendendo o fato de ser um simples objeto.

“Essencialmente, como artesã, não abro mão de fazer o que eu acredito. Eu não vou criar só para satisfazer um calendário de lançamentos, um calendário de moda. Eu vou criar algo que me seja da intencionalidade de fazer, de estar presente no mundo.

Celina Hissa, criadora da Catarina Mina. Na essência da grife cearense, a força feminina - através das mãos de suas artesãs - e a sustentabilidade

CATARINA MINA

Quando tudo parecia um sonho

Há 10 anos, a marca expôs os custos de suas peças e sacudiu o mercado da moda nacional. Hoje, é uma das principais referências do Brasil, tanto como modelo de negócio quanto de qualidade e design

Quantas pessoas foram necessárias para produzir aquela sua bolsa de festa tão elogiada? E a sua camisa de linho favorita? Quanto essas pessoas receberam? Será que foi um valor que faz jus ao tempo, conhecimento, técnica aplicados em cada detalhe? Há 10 anos, a marca cearense Catarina Mina decidiu fazer algo raro para uma marca de luxo: mostrar os custos de cada item vendido.

Publicitária de formação, Celina Hissa é a pessoa por trás da empresa, que, ao longo dos dias na Catarina Mina, percebeu a necessidade de ter um negócio sustentável, artesanal e de impacto social. Algo um tanto quanto inédito, mas que atenderia as carências das mulheres artesãs e supriria os desejos de consumo de um público seleto.

Mas, mesmo em rápidas conversas, a diretora criativa e fundadora da marca já deixa claro que "andorinha só não faz verão". Na verdade, uma das marcas nacionais mais desejadas do momento é feita por um coletivo de andorinhas - no caso, de artesãs e designers, que estão presentes em diferentes cidades do Ceará.

Desde cedo, Celina e sua equipe perceberam que lucro e impacto social podem andar juntos, de forma justa e que permita que o dinheiro faça parte de um ciclo de bonança e fartura, em que o artesanato e as artesãs são primordiais. Para a empresária, crescimento positivo é oxigênio para o mercado - e combustível para ela.

FOTOS FERNANDA BARROS

Juntas, essas 350 pessoas, sendo 92% mulheres, produzem bolsas, roupas, acessórios e itens para casa. Assim como sinceridade, a coletividade e a transparência precisam se fazer presentes em todas as etapas de produção, há a necessidade de integrar o cliente na hora da compra, apresentar o que ele estará financiando quando investe financeiramente na cadeia. “Quanto mais claro formos, mais ele vai entendendo isso como importante e posteriormente como natural. Quem não gosta de fazer parte de um movimento assim? Somos seres naturalmente coletivos… Quem nos tornou competitivos foi o sistema”, declara Celina.

É POSSÍVEL CRIAR

UM

MERCADO

DE MODA QUE IMPACTA A SOCIEDADE POSITIVAMENTE"

Uma marca que oferece ao consumidor muito mais que um produto luxuoso feito à mão: oferece uma oportunidade de ser parte. “Hoje acho que fizemos um movimento tão bonito e ganhamos companhias e vozes tão valiosas. Olho pra isso com muita alegria e otimismo. É possível criar um mercado de moda que impacta a sociedade positivamente, e não negativamente”, conclui.

feita de gente_

IVANILDO NUNES

Feito de ancestralidade e pessoas

Ivanildo é mais que um estilista. É responsável por uma cultura que desperta emoções, vínculos e admiração a partir de vestidos sofisticados e atemporais

“Cada peça carrega uma história, uma memória coletiva e uma reverência à beleza e à exclusividade humana”. É assim que Ivanildo Nunes define suas obras de arte em forma de vestido. A marca que leva seu nome é a única nascida no Ceará, e uma das duas brasileiras a desfilar na passarela de uma das semanas de moda mais clássicas e importantes: a Paris Fashion Week. Mas por trás desse justo reconhecimento, há muitas mãos, histórias e saberes populares.

Ivanildo diz que sua trajetória na moda começou lá no Maranhão, aos 10 anos de idade, quando fazia bijuterias e vendia suas criações na

calçada. O reuso de materiais, tão valorizado hoje, faz parte de sua essência e do processo criativo como posicionamento ético, indo além da solução estética.

Para ele, o feito à mão proporciona reconexão, enquanto o excesso de industrialização e a homogeneização da moda criam um cansaço visual e emocional. O manual, diz Ivanildo, traz alma, tempo, verdade. É poesia que fala diretamente com o coração das pessoas. “É uma resposta sensível à velocidade do mundo e uma forma de resistência criativa diante da massificação. Estamos buscando nossas origens e os saberes artesanais nos conectam a esse universo.”

AURÉLIO

ESTAMOS BUSCANDO NOSSAS ORIGENS

E OS SABERES

ARTESANAIS NOS

CONECTAM A ESSE UNIVERSO"

A linguagem mundial falada pelo estilista ganha interpretações diferentes dos públicos. No Brasil, a conexão com os clientes é proporcionada pela emoção que chega pela ancestralidade de bordados, rendas e técnicas artesanais. Já no exterior, a admiração vem da estética e da exclusividade das peças, únicas e vistas como obras de arte. Em ambos os casos, o desejo de vestir algo com história e identidade é o que aproxima esses diferentes públicos, assim como a sensibilidade para o que é autêntico.

“Eu defino minha marca como um manifesto em forma de roupa. Uma marca que valoriza o tempo do fazer artesanal, a ancestralidade dos saberes populares e a sofisticação que nasce da alma criativa do Brasil”, conclui.

Reconhecido por transformar o artesanato nordestino em moda, Ivanildo marcou presença em Paris para sua quinta participação nas passarelas da capital francesa.

IVANILDO

NATHALIA CANAMARY

No seu próprio caminho

Nathalia Canamary, ourives e arquiteta, deposita experiências profissionais e vivências na sua bancada. O resultado são joias em prata únicas e atemporais

A arquiteta Nathalia Canamary trouxe na bagagem de uma viagem ao Chile muito mais que memórias e souvenirs, trouxe também um novo ofício. Foi no curso de joalheria que percebeu sua relação com o fazer manual. A marca, criada em 2012, une seus gostos pessoais e seu conhecimento técnico, forte influência no olhar, no desenho, na escolha dos materiais e na maneira como pensa as formas e as estruturas.

EXISTE

UMA

BELEZA NO QUE É SINGULAR, NO QUE

TEM PRESENÇA.

E ACREDITO QUE

AS PESSOAS

ESTÃO BUSCANDO

EXATAMENTE ISSO"

“Eu defino a marca como um espaço de criação e investigação. As peças que crio são autorais, feitas à mão e em pequena escala, com atenção ao tempo do processo, à singularidade dos materiais e à escuta de quem vai usá-las”, explica a designer.

Por trabalhar com um metal, diz que desde o início evita desperdícios, reaproveita materiais e valoriza o que já existe. Na contramão da efemeridade das tendências, aposta que seu segmento não precisa ser apressado. Assim, respeita o tempo necessário para a execução e conclusão de cada peça. “Acredito numa joalheria que não precisa correr atrás de tendências, mas que tem força naquilo que é

feito com intenção, técnica e consistência”, completa Nathalia.

Para a sua marca, criar, experimentar e confeccionar são ações que estão completamente conectadas, sendo também indispensáveis. É na bancada que testa técnicas, formas, materiais. E é no seu próprio caminho que desvia de tendências e das referências do trabalho de outros artistas, encontrando respostas para o que procura e criando peças únicas.

E completa: “Existe uma beleza no que é singular, no que tem presença. E acredito que as pessoas estão buscando exatamente isso: algo que tenha sentido, história e durabilidade.”

Com peças autorais feitas à mão, Nathália Canamary reúne sofisticação e design em um produto único e cheio de personalidade

cartola_ feita de gente_

KALLIL NEPOMUCENO

Um camaleão de patchwork

Kallil Nepomuceno é uma força tão grande da moda cearense que permite se reinventar, compartilhar e aprender. Em troca, o mundo tem a honra de conferir, a cada temporada, uma moda fora da caixa

Quem gosta de moda autoral precisa conferir, ao menos uma vez, um desfile assinado pelo estilista cearense Kallil Nepomuceno. Ele, que começou a trabalhar aos 15 anos e há 35 faz da passarela um palco, encara cada apresentação de coleção como o ápice do seu trabalho. Ao mesmo tempo, aceita novos desafios com a humildade e o interesse em aprender de um recém-formado.

O último desafio de Kallil foi em 2024, com o projeto reciclocidades e que segue pelo mundo até hoje. À convite da Cagece, imergiu no conceito de sustentabilidade. Ele, que intuitivamente já aplicava a técnica de upcycling em suas roupas, aproveitando os resíduos e usando-os em técnicas como patchwork, se viu diante da missão de ensinar, criar e executar. No seu time, mulheres artesãs.

“E aí eu vi nelas uma potência gigantesca de trabalho manual. São todas artistas crocheteiras, elas fazem macramê… É um trabalho assim para gringo ver. E aí eu falei, ‘gente, eu tenho muita história para desenvolver com essas mulheres’”, conta Kallil.

E o que era um projeto, virou um propósito para sua marca. A causa abraçada ainda está em fase de aprendizado. “Eu queria reeducar o mundo pra moda, mas eu sozinho não posso fazer isso. E a sustentabilidade para mim foi incrível, porque é desafiadora. Fazer uma moda com material de reuso, com resíduos produzidos pelo meu atelier e por algumas indústrias. É desafiador você pegar aquele montante de coisa e dizer: ‘Meu Deus, como é que eu vou fazer isso ficar bonito?’”.

Além da criação sustentável, o estilista diz enfrentar um outro desafio: despertar e resgatar nas pessoas o estilo próprio de cada cliente. Com a criatividade aflorada, cultuou dentro de si o desejo de desenvolver mais. E ainda aconselha: “quem tiver visão e responsabilidade com as condições climáticas do planeta, vai valorizar demais esse [tipo de] trabalho. Porque é incrível, necessário.”

Desfile Kallil Nepomuceno para o Dragão Fashion
FERNANDA BARROS

I'CLUB: UM CONVITE ESPECIAL DO IGUATEMI BOSQUE

É tão interessante a relação que desenvolvemos com certos espaços urbanos. Eles não são uma pessoa, como nossos amigos e familiares, mas fazem parte das nossas vidas tão quanto outras construções afetivas que fazemos ao longo do tempo.

Meu caso com o Iguatemi Bosque é de infância, como para muitos de vocês leitores. Ele me acompanhou em inúmeras fases e, nos últimos dois anos, tem sido, também, meu ponto de partida e chegada no início das manhãs para os treinos de corrida.

Esse trato imaginário entre amigos de longas datas ganhou, desde 2023, um algo a mais. O shopping encontrou uma forma objetiva de demonstrar seu apreço por nossa relação, afinal, todo vínculo se torna mais prazeroso quando é alimentado pelas duas partes. Assim, me cadastrei no I'Club, que eles apresentam como “Clube de Vantagens”, mas eu diria que vai além. Como amigo, tenho sido também mimado.

Por meio do app Iguatemi Bosque, na aba I'Club, a gente vai cadastrando as notas fiscais das compras que formos realizando no centro de comércio, lazer e serviços. São três categorias de clientes-amigos: Prata, Ouro e Diamante. Quanto maior a pontuação atingida, mais benefícios, vantagens, brindes, sorteios, ingressos. Tudo o que acontece no shopping, desde que o programa foi lançado, traz um olhar especial para quem possui um I'Club.

De R$1 a R$9.999,00 em compras, pelo período de seis meses, o cliente fica na categoria Prata. De R$10 mil a R$24.999,00, categoria ouro. Acima de R$25 mil é cliente Diamante.

_cartola menor

_experiência pause

A chegada como Diamante

A convite do Iguatemi Bosque, fui viver meu dia como cliente I'Club Diamante. A mordomia já começa na chegada, com o serviço de valet de cortesia e estacionamento sem custos, conectado a uma sala de espera com sofás, água e máquina de café com cápsulas para todos os gostos. Clientes Ouro ganham quatro estacionamentos gratuitos por mês.

À

mesa, mais surpresas…

Quem costuma frequentar os restaurantes, bares e cafés do complexo também pode se surpreender com as vantagens do I'Club. Antes de folhear os cardápios, vale conferir no aplicativo as promoções da gastronomia para clientes associados ao programa. Elas variam de bons descontos a afagos como um drink ou sobremesa. Me sentei no Ninetto Trattoria, um dos parceiros I'Club. Tim-tim!

FOTOS
FERNANDA
BARROS

Hora da sobremesa

Depois de almoçar uma massa deliciosa, bateu aquela vontade de um café e um doce, mais do que justo! Na loja da Dengo, clientes das categorias Ouro e Diamante ganham de cortesia, sem precisar adquirir nada, um café degustação, que vem acompanhado de pedaços das famosas barras de chocolate. Quer uma atitude mais cortês do que alguém lhe servir um café com chocolate? Nessa, o I'Club me ganhou

Vamos às compras?

Mais de 100 lojas fazem parte do I’Club, oferecendo descontos e benefícios em diversos segmentos, como moda, beleza, calçados, acessórios e perfumaria. Fui conferir as novidades da Osklen e acabei provando uma das peças mais icônicas da grife, os sapatos feitos em couro de pirarucu, iniciativa eco-friendly, premiada nacional e internacionalmente, e que beneficia mais de duas mil famílias das populações ribeirinhas.

I'Club: um laço de amizade

Convite aceito e vivido com intensidade, embarquei nessa jornada do cliente I'Club Diamante, gozando de comodidades e possibilidades que eu desconhecia. Amigo Iguatemi Bosque, dessa vez, você se superou. Quando será nosso próximo café com chocolate?

Para se inscrever no I'Club e passar a desfrutar das vantagens, benefícios e sorteios, basta baixar o aplicativo Iguatemi Bosque no smartphone. Mais informações sobre o clube de vantagens estão disponíveis também em iguatemibosque.com.br

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Uma plataforma única para quem deseja experiências exclusivas

Gerente corporativo de marketing do Grupo Jereissati, o executivo Benjamin Oliveira destaca que a intenção, desde que o I'Club foi pensado, era mostrar aos clientes, desde o primeiro contato com o programa, que ele agrega bem mais do que descontos em compras, trata-se, realmente, de um relacionamento amplo entre o shopping e seu frequentador assíduo. “Precisamos superar as expectativas dos consumidores. O I'Club é uma plataforma de vantagens voltada a oferecer uma experiência única e personalizada, na qual o cliente vai sentir, de forma bem prática, o quanto ele é importante e bem cuidado por nós”.

“Além das vantagens que oferecemos, estamos sempre inovando com promoções e campanhas especiais. Sempre buscamos vincular nossas campanhas de datas especiais, como Dia das Mães, dos Pais e outras, com o I’Club”, destacou Benjamin, lembrando que as parcerias do sistema vão para além do shopping. Como é o caso da parceria com o Grupo Carmel, na qual o cliente Diamante tem descontos especiais no Carmel Taiba. Além de campanhas de itens colecionáveis como a primeira, lançada em outubro, com 5 itens colecionáveis da marca Le Creuset.

Experiências premium para quem adere ao programa!

EU APRENDI QUE

CUIDAR DA BELEZA NÃO É SÓ UM ATO DE VAIDADE, É UM ATO DE AUTOESTIMA, DE AUTOCONHECIMENTO

DRA. MELINA KICHLER MÉDICA DERMATOLOGISTA

TECNOLOGIA, CIÊNCIA E SENSIBILIDADE

COMO OS PILARES DA DERMATOLOGIA

Melina Kichler atua buscando os tratamentos mais atuais e eficazes para os seus pacientes de forma individualizada e multidisciplinar

Com uma atuação que une ciência, técnica e sensibilidade humana, a médica dermatologista Melina Kichler, formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e com residência pela Universidade de São Paulo (USP), se destaca por oferecer as tecnologias mais avançadas do mercado, em um serviço pautado por evidências científicas, naturalidade e personalização.

Especialista em dermatologia cosmiátrica e cirurgia dermatológica, a profissional é fundadora da clínica que leva seu nome, onde atua ao lado de uma equipe multidisciplinar composta por dermatologistas, nutrólogo e cirurgião plástico. Em cada atendimento, Melina adota uma abordagem individualizada, que considera o paciente como um todo.

Nelas, cada pessoa ao ser atendida passa por uma avaliação facial tridimensional (3D), que permite examinar em profundidade as camadas da pele e entender com precisão as necessidades individuais dela, para que o tratamento escolhido seja o “mais eficaz possível, o mais confortável e o mais adequado às necessidades específicas de cada um”.

“A partir dessa avaliação inicial, da anamnese, na qual é analisada a história minuciosa do paciente, e do exame físico completo, onde eu vou examinar a pele toda, tanto do rosto, quanto do corpo, cabelo e unha e todas as estruturas da face, a gente vai elaborar protocolos exclusivos que tratam os três pilares do envelhecimento: a perda óssea, a perda

de gordura e flacidez e a superfície da pele, que engloba as rugas finas, os poros e as manchas, além de montar protocolos para tratamento de queixas corporais como gordura localizada e flacidez”, detalha Melina.

Com mais de mil pacientes atendidos em Fortaleza e em São Paulo, a doutora conta que essa atenção total ocorre por ela considerar que a pele “é um reflexo da nossa saúde, hábitos de vida e emoções”.

“Eu aprendi que cuidar da beleza não é só um ato de vaidade, é um ato de autoestima, de autoconhecimento, e a experiência me mostrou que os resultados verdadeiramente bonitos são aqueles que respeitam a individualidade de cada pessoa, a gente não quer voltar no tempo, a gente quer estar melhor com o passar do tempo”, explica.

Um destaque da clínica são as técnicas autorais. Uma delas é o Lifting Coreano Reverso com fios de polidioxanona (PDO), desenvolvido após estudos e intercâmbio com médicos da Coreia do Sul. O método oferece um efeito lifting não cirúrgico, reposicionando estruturas da face de forma menos invasiva e com resultados progressivos.

Outra inovação da equipe é a técnica própria de preenchimento labial. Ela foi aceita para publicação em revista científica e apresentada recentemente pela Dra. Melina em uma aula para o Congresso Teraderm de Dermatologia.

A profissional ainda utiliza ferramentas como o laser de CO2, laser picossegundos, laser de luz pulsada, equipamentos de radiofrequência, como o Virtue RF, e de ultrassom, como o Ultraformer MPT. Todos voltados para resultados seguros, eficazes e naturais.

Assim, Melina ressalta que ela e sua equipe buscam sempre ofertar os melhores serviços, com protocolos exclusivos, estando em uma rotina constante de pesquisa e aprimoramento técnico.

Além de participar de congressos e cursos de aperfeiçoamento nas técnicas mais modernas de todos os tratamentos da cosmiatria, Dra. Melina juntamente com a equipe de São Paulo, na clinica na qual atua, recebem o acesso, em primeira mão, aos lasers mais atuais, os quais analisam e acrescentam protocolos e resultados para os fabricantes.

Local: Av. Barão de Studart, 300, Sala 709, Meireles Contato: (85) 992856386

Site: dramelinakichler.com.br Instagram: @dramelina.kichler

Clínica MK_
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ELLEVATE CLÍNICA

ATENDIMENTO HUMANIZADO E INOVADOR: ELLEVATE

CLÍNICA

UNE DERMATOLOGIA E CIRURGIA PLÁSTICA NA DISPONIBILIZAÇÃO DE TRATAMENTOS COMPLETOS

A clínica, gerida pelos médicos Roney Fechine e Carolina Fechine, comemora um ano de atuação em Fortaleza, consolidando-se como referência em saúde, estética e bem-estar

A Ellevate Clínica solidifica-se como um dos grandes nomes em dermatologia e cirurgia plástica. O espaço, idealizado pelos médicos Roney Fechine e Carolina Fechine, alia ciência, tecnologia e atendimento humanizado para oferecer uma experiência completa em saúde e estética.

A clínica representa a união de duas trajetórias marcadas por pesquisa, docência e inovação. Ambos acumulam mais de uma década de formação especializada e atuam como professores, palestrantes e autores de artigos científicos.

“A nossa prática médica é marcada pelo compromisso com a individualidade de cada paciente, consideramos que quem nos procura merece receber o que temos de melhor, médicos e equipe. O momento da consulta é planejado com tempo generoso, tecnologias diagnósticas modernas como Ultrassom, dermatoscopia e simulador 3D.

Na jornada da construção de confiança médico-paciente, todas as etapas do processo são abordadas com clareza e a linha de tratamento deve fazer sentido para cada caso. São experiências substanciais em dermatologia, tricologia, estética, cirurgia plástica de face, rinoplastia, microcirurgia e cirurgia robótica. "Essa bagagem nos permite oferecer tratamentos com precisão técnica e resultados altamente personalizados”, explica os doutores, reforçando o diferencial da integração entre dermatologia e cirurgia plástica.

Referência nacional em cirurgia da face, o Dr. Roney Fechine é reconhecido por desenvolver técnicas próprias publicadas em revistas científicas. Sua experiência em lifting facial deep plane e cirurgia robótica, por exemplo, possibilita resultados de rejuvenescimento naturais, com recuperação rápida e sem estigmas de cirurgia.

FOTOS AURÉLIO ALVES

Já, a Dra. Carolina Fechine, dermatologista e doutora com sólida formação em tricologia e cosmiatria, também tem trajetória acadêmica reconhecida.

Coordenadora da pós-graduação de Tricologia do Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo, ela é referência nacional no tratamento de doenças capilares e rejuvenescimento facial.

“Juntos, conseguimos integrar essas duas especialidades de forma complementar, oferecendo uma abordagem abrangente, olhando na direção do que cada paciente precisa, considerando tanto os aspectos reparadores e estéticos quanto o bem-estar geral”, contam.

Outro ponto de destaque da Ellevate, é que a inovação está presente em cada detalhe, desde os equipamentos de última geração à experiência acolhedora dentro da clínica, com um espaço projetado para unir sofisticação e conforto.

“Estamos em constante evolução, participando de congressos, atualizações técnicas, incorpo-

rando as principais tendências do mercado com soluções médicas baseadas em ciência e segurança”, afirmam.

Entre os serviços ofertados na área da cirurgia plástica, por exemplo, estão os procedimentos faciais e corporais, protocolos voltados ao estímulo de colágeno e regeneração dos tecidos, técnicas próprias minimamente invasivas e técnicas avançadas em microcirurgia e cirurgia robótica.

Na dermatologia, por sua vez, são oferecidos tratamentos capilares, rejuvenescimento facial com tecnologias de laser e ultrassom microfocado, cirurgias dermatológicas, cuidados personalizados em cosmiatria, com tratamentos direcionados para cada tipo de pele, programas de prevenção do envelhecimento, entre outros.

Assim, os profissionais explicam que a fidelização dos clientes ocorre em um “processo natural de quem busca esse tipo de atendimento detalhado, acolhedor, pautado em ciência, respeitando a individualidade de cada paciente, em ambiente agradável”.

Ellevate Clínica_

Entre em contato e agende a sua consulta ellevateclinica.com.br

Instagram: @ellevateclinica

@dracarolinacostafechine

@drroneyfechine

Whatsapp: 85 98863-7637

SAÚDE CAPILAR: “UM GESTO DE AMOR-PRÓPRIO”

Spazio Donna alia saúde e beleza em terapias que tratam o couro cabeludo e restauram a autoestima

Crespo, liso, cacheado, em diferentes cores e cortes: o cabelo vai muito além da aparência. Ele carrega identidade, cultura e expressão. Quando enfraquece ou cai, não é só a estética que se fragiliza, mas também a confiança. Por isso, falar em saúde capilar é falar de autoconhecimento e bem-estar.

Terapeuta capilar, Audi Marcolino vê o cabelo como “uma extensão da identidade da mulher”. “Ele expressa emoções, fases da vida e a forma como ela se enxerga no mundo. Quando uma mulher muda o cabelo, geralmente não é apenas uma mudança estética, mas um reflexo de algo mais profundo: um novo ciclo, uma cura, um recomeço”.

Foi com esse olhar que o Spazio Donna nasceu, há quase duas décadas, pelas mãos das irmãs Audi, Val e Amanda Marcolino e sua mãe, Zu Marcolino, principal apoiadora naquele início.

O que começou como um salão tradicional, cresceu e hoje se reinventa em uma Clínica de Saúde Capilar, transformando o cuidado

com o cabelo em um gesto de escuta, empatia e acolhimento.

Ela explica que o cabelo é o reflexo de uma saúde que começa por dentro, e se reflete na pele, nas emoções e no equilíbrio do corpo e da mente.

“Compreendemos que saúde capilar vai muito além da estética: trata-se de restaurar a integridade do fio, preservar o couro cabeludo e, principalmente, resgatar a autoestima”.

CUIDAR DO COURO CABELUDO

É CUIDAR DE SI, É UM ATO DE

EMPATIA COM O PRÓPRIO CORPO, UM GESTO DE AMOR-PRÓPRIO

QUE TRANSCENDE O ESPELHO

AUDI MARCOLINO TERAPEUTA CAPILAR

A administração atual conta com uma gestão moderna e tem o apoio do esposo de Audi, Demostenis Barros, responsável pela gestão jurídica da empresa, além de um grupo de conselho que atua na formação de profissionais. Audi Marcolino responde também como responsável pela implantação e inovação dos protocolos terapêuticos do espaço.

Hoje, o Spazio Donna adota uma abordagem integrativa, reconhecendo a tricologia, dermatologia, nutrição, endocrinologia e psicologia como parte essencial dos resultados esperados em cada tratamento.

“No Spazio, cuidamos da beleza com responsabilidade e respeito à saúde capilar. Trabalhamos com a marca Grandha (Fortaleza), uma marca brasileira, cosmecêutica, terapêutica e fitoterápica, com produtos ozonizados, dermatologicamente testados, aprovados por médicos e tricologistas e, o mais importante, não são testados em animais. Nossos produtos são aprovados pela Anvisa e promovem alisamentos, modelagens e recuperação capilar com segurança, tecnologia e resultados naturais. Aqui, a beleza é um reflexo de cuidado, consciência e bem-estar”.

Além dos serviços tradicionais, como escova, depilação, barbearia e atendimento para crianças, a clínica oferece terapias personalizadas para queda, oleosidade, descamações e inflamações como dermatite, psoríase e caspa. Entre as técnicas estão a laserterapia, o micoragulhamento, além de protocolos capilares que equilibram o couro cabeludo e fortalecem os fios desde a raiz.

Das lavagens terapêuticas com massagens relaxantes às colorações veganas e livres de substâncias agressivas, cada etapa do atendimento é pensada para restaurar vitalidade e devolver confiança. Como resume Audi, “cuidar do couro cabeludo é cuidar de si, é um ato de empatia com o próprio corpo, um gesto de amor-próprio que transcende o espelho”.

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Local: Av. Godofredo Maciel, 2431, Maraponga

Contato: (85) 99640-0123

Horário de funcionamento: Segunda-feira à sábado, 9h às 19h

Instagram: @spazio_donna @terapeuta_capilaraudimarcolino

BE.U CLINIC

BELEZA RESPONSÁVEL®️: ESTÉTICA INTELIGENTE PARA

A VIDA REAL

Conciliar negócios, liderança e metas desafiadoras com saúde, bem-estar e autoestima é uma exigência crescente para executivos e gestores. No universo corporativo, a aparência deixou de ser um detalhe estético para tornar-se reflexo de confiança, presença e credibilidade. Em um cenário em que imagem e reputação caminham juntas, a Beleza Responsável® desponta como um verdadeiro diferencial competitivo.

Concebida pela be.U Clinic, essa filosofia conduz cada paciente a escolhas inteligentes e personalizadas — com segurança, naturalidade e resultados compatíveis com o ritmo acelerado da vida real.

Mais que estética: um manifesto de vida

Em meio a pressões constantes, a Beleza Responsável® surge como um manifesto que ressignifica o autocuidado. Não se trata de perseguir padrões, mas de adotar decisões conscientes.

Menos, aqui, significa precisão: investir apenas no que gera impacto real. Cada trajetória exige um plano singular. O resultado traduz-se em naturalidade, confiança e autoestima elevada — atributos que influenciam diretamente a performance e a forma como cada indivíduo se projeta no mundo.

Produtividade e confiança alinhadas

Gestores não podem desperdiçar tempo em tentativas incertas. Precisam de clareza, condução segura e escolhas assertivas. Estar bem não é luxo, mas recurso estratégico que impacta comunicação, liderança e resultados.

Assim, a Beleza Responsável® vai além da estética: é uma filosofia de vida que integra saúde, imagem e produtividade. É estética inteligente, sob medida para quem não pode se dar ao luxo de perder tempo e precisa estar sempre pronto para o próximo desafio.

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A visão de gestão

Além do olhar clínico, a filosofia é sustentada por uma gestão que valoriza a experiência completa.

“Queremos que cada pessoa sinta que encontrou um lugar confiável, onde não precisa gastar energia em dúvidas ou inseguranças. Nosso papel é conduzir com eficiência e assertividade. O objetivo é que cada paciente saia pronto para o que a vida pede — seja uma reunião, um evento ou o dia a dia. Isso é a essência da Beleza Responsável®.”

Jordana Soares Mourão, sócia e administradora da be.U Clinic

O papel da condução médica

Na be.U Clinic, cada paciente é recebido em escuta atenta, análise criteriosa e um plano de cuidados personalizado. A condução médica garante eficiência e segurança em cada etapa.

“A verdadeira transformação acontece quando respeitamos a individualidade. Nosso compromisso é simplificar o caminho, oferecer confiança e resultados que preservem a identidade de cada paciente.”

Dra. Jeovana Soares Mourão (CRM/CE 19.606), médica responsável da be.U Clinic

Equipe multidisciplinar e bem-estar completo

Para transformar a Beleza Responsável® em uma experiência integral, a be.U Clinic reúne núcleos de cuidados facial, corporal, nutrológico, capilar e ginecologia regenerativa, ampliando o olhar sobre saúde, equilíbrio e performance.

A clínica também oferece um Head Spa exclusivo, dedicado ao relaxamento e ao bem-estar, que complementa os protocolos médicos com momentos de cuidado capazes de restaurar corpo e mente.

Essa estrutura assegura que cada paciente encontre, em um só lugar, soluções que unem estética, saúde e qualidade de vida.

Os 5 Pilares da Beleza Responsável®️

1. Eficiência: escolhas certas desde o início.

2. Confiança: médico que conduz, paciente que segue seguro.

3. Naturalidade: resultados que realçam, sem exageros.

4. Saúde integrada: estética que acompanha o bem-estar.

5. Performance sustentável: autoestima elevada como combustível.

Mitos & Verdades da Beleza Responsável®️

“Cuidar da estética é supérfluo.”

Mito. É saúde, bem-estar e presença profissional.

“Só quem tem tempo livre pode se cuidar.”

Mito. A Beleza Responsável® se adapta à rotina.

“Resultados naturais não transformam.”

Mito. Transformam sem perder identidade.

“Confiança no médico é parte do tratamento.”

Verdade. Evita erros e perda de tempo.

be.U Clinic_

Endereço: Av. Desembargador Moreira, 1300, sala 1614, BS Design, Torre Sul – Aldeota, Fortaleza – CE Contato: (85) 98157-6929

Instagram: @be.uclinic

Site: beuclinic.com.br

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WALKER SANTIAGO

ELEGÂNCIA, TÉCNICA E RECONHECIMENTO INTERNACIONAL

Walker Santiago construiu uma trajetória marcada por prêmios, disciplina e uma visão única sobre o papel da beleza

Construir confiança com o cliente não é apenas estética para Walker Santiago, um dos cabeleireiros mais consagrados do Ceará — é filosofia de vida. “Nunca vi o cliente apenas como alguém que senta na cadeira do salão, mas como uma pessoa inteira, com histórias, inseguranças e desejos”, afirma. “A confiança nasce da escuta atenta, da constância e do cuidado em cada detalhe.”

Com uma carreira repleta de prêmios, Walker acumula títulos como Tesouras de Ouro, Mão de Ouro, Escova de Ouro e Pincel de Ouro, além de homenagens nacionais e internacionais. Entre tantos, destaca a emoção vivida em Paris, ao receber a estrela da Intercoiffure Mondial. “Ali percebi que a história iniciada em Fortaleza podia ecoar no mundo. Foi como ver uma vida inteira de disciplina e amor pela profissão alcançar um patamar inimaginável quando comecei.”

Reconhecido como um dos maiores nomes da beleza do Ceará, atribui sua notoriedade a valores como técnica, inovação e disciplina, somados a princípios familiares e éticos. “Sempre encarei a profissão como arte e como responsabilidade social. Transformar a autoestima de alguém é também transformar a forma como essa pessoa se apresenta ao mundo.”

Quanto ao segredo do corte perfeito, ele garante que não está apenas na tesoura. “Um bom corte é resultado da observação. Eu não fico preso ao espelho — concentro-me na lapidação do cabelo como um escultor diante da pedra. Cada corte deve ser único, feito sob medida para realçar a identidade de quem o recebe.”

Mais que prêmios ou tecnologia, Walker enxerga seu maior legado na fidelidade da clientela. “Atendo hoje filhas e netas de clientes que estavam comigo no início. Esse ciclo de confiança e continuidade é o verdadeiro reconhecimento da minha carreira.”

Cabelereiros_

Local: Rua Vicente Leite, 759 - Meireles

Contato: (85) 3244-2955

Instagram: @walkercabelereiros

Walker

respire, reconecte,

Arte_Beatriz Soares

No coração de Inhotim, o Clara Arte une sofisticação e design brasileiro em uma experiência de hospedagem única

Texto_Camilla Lima
CLARA ARTE / DIVULGAÇÂO

Invenção da Cor, Penetrável Magic Square #5, do artista brasileiro Hélio Oiticica. Instalação permanente no Instituto Inhotim

Imagine acordar cercado de verde. O canto dos pássaros ecoa como trilha sonora, e a mata, exuberante, emoldura cada detalhe de uma experiência imersiva. Nesse cenário, arquitetura e arte surgem em harmonia com a paisagem, desenhadas para encantar e aproximar homem e natureza, sem abrir mão da sofisticação do design brasileiro. É nessa atmosfera que se desenha a experiência de quem se hospeda no Clara Arte, luxuoso hotel do Grupo Clara Resorts, arquitetado dentro do Instituto Inhotim em Brumadinho (MG).

A ideia de unir arquitetura e design de interiores à atmosfera do Inhotim veio de um encontro, desenhado pelo acaso, da CEO do Clara Resorts, Taiza Krueder, com a Relações Públicas do Instituto. Foi quando Krueder descobriu a existência de uma área à venda dentro do Inhotim, uma obra de hotel inacabada, paralisada desde 2014.

“A escolha por Brumadinho e, especialmente, pela área do Inhotim, está alinhada com o propósito do

Clara Resorts de oferecer experiências únicas e transformadoras. (...) A conexão com a arte, com a natureza e com a essência de Minas Gerais torna esse local um destino ideal para a nossa proposta de hospitalidade”, explica Krueder.

A partir daí, o Clara Arte começou a ganhar contornos, com a missão de ser mais do que um hotel: tornar-se extensão da experiência artística de Inhotim. Para dar continuidade ao projeto original, o grupo contratou o escritório Hemisfério Arquitetura. As sócias Joana Magalhães e Sofia Lobato, responsáveis pelo projeto atual, fizeram parte da equipe à época. O objetivo foi preservar o que foi idealizado inicialmente, realizando apenas as modificações necessárias e ampliações na área molhada e na parte gastronômica.

“Quisemos respeitar o legado, assim como o propósito do Instituto Inhotim. O hotel foi pensado para transmitir a essência do museu e proporcionar uma experiência única aos hóspedes”, enfatiza Krueder.

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Arte em cada detalhe

Se fôssemos definir o hotel em uma palavra seria sofisticação. Cada área foi pensada de modo a integrar-se à beleza exuberante do museu, onde hóspedes e natureza possam conviver em uma atmosfera que, do dormir ao despertar, respire arte e conexão; seja consigo ou com arquitetura preciosamente trabalhada à sua volta.

Os interiores, elaborados pela arquiteta Marina Linhares, incorporam peças que representam o design brasileiro. “O objetivo é trazer a linguagem de Inhotim para o interior do hotel. Cada peça escolhida conta uma história e representa o design brasileiro, garantindo que os hóspedes se sintam imersos em um ambiente artístico e acolhedor”, afirma Krueder.

A arte permeia toda a experiência do lugar, desde a ambientação dos quartos até os espaços de convivência, concebidos com inspiração artística. As obras expostas nas áreas comuns fazem parte do acervo de Inhotim e as que estão nas acomodações são da Carbono Galeria. Cada bangalô apresenta uma obra diferente, cuidadosamente posicionada para convidar o hóspede à contemplação espontânea.

Krueder explica ainda que a integração com o museu é tanto física quanto conceitual. “A arquitetura do hotel respeita o entorno natural e valoriza a estética contemporânea, complementando a experiência de quem visita o Inhotim. O hotel fica literalmente dentro do Instituto, não há limitações físicas entre eles”.

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dormir com arte_

Sensorialidade

da hospedagem

Despertar no Clara Arte é mais do que abrir os olhos: é sentir a arte com todos os sentidos. Da varanda do bangalô, a paisagem se abre em verdes intensos, onde o amanhecer se mistura aos sons suaves da mata e o pôr do sol tinge o céu de cores que parecem pinceladas. Cada elemento do hotel — da iluminação cuidadosamente estudada aos materiais escolhidos — foi pensado para prolongar essa sensação de contemplação, como se cada detalhe fosse uma extensão das obras do Inhotim. Até o toque dos tecidos, o aroma do café fresco e a melodia ambiente convidam o hóspede a mergulhar em uma experiência estética e sensorial.

Nossa

culinária: sabor que se experimenta como arte

No Clara Arte, a experiência sensorial se estende à mesa. A gastronomia do hotel é um capítulo à parte, cuidadosamente elaborada para dialogar com a sofisticação e brasilidade do design dos ambientes. Sob a assinatura da, também Chef, Taiza Krueder, os cardápios trazem o melhor da culinária mineira, com ingredientes frescos e locais, além de opções vegetarianas, veganas e sem glúten.

Mais do que refeições, cada prato é pensado como um convite à contemplação: o aroma do café da manhã se mistura aos sons da mata, as cores e texturas dos legumes, saladas e massas equilibram-se como numa obra visual, e o sabor intenso das carnes e peixes completa a experiência. Coffee breaks criativos, menus personalizados para grupos e detalhes que transformam cada refeição em celebração fazem da gastronomia do Clara Arte tão memorável quanto a arte que envolve cada bangalô e corredor do hotel.

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Bem-estar:

O novo luxo está em bens intangíveis: o tempo, o silêncio e, acima de tudo, a paz. Pelo menos é o que defende o antropólogo Michel Alcoforado, em seu best-seller "Coisa de rico: a vida dos endinheirados brasileiros". E se o novo luxo está ligado a essa tríade, este hotel entrega tudo — e mais um pouco.

Por lá, ele não está apenas nos acabamentos ou nos serviços exclusivos, mas na possibilidade de viver momentos verdadeiramente únicos. “O luxo é acordar em meio à natureza preservada, de se deparar com uma arquitetura que dialoga com a arte, de ser recebido com hospitalidade genuína. É luxo se desconectar da rotina e, ao mesmo tempo, se conectar consigo mesmo e com o que há de mais inspirador ao redor”, especifica Krueder sobre o conceito de luxo do Clara.

É um dormir e acordar, literalmente, com arte, contemplação, silêncio, tempo e a paz proporcionada por todo o entorno natural. Para completar a experiência, seus hóspedes têm acesso direto ao Instituto - com

dias e horários exclusivos –, onde poderão vivenciar atividades relacionadas às manifestações artísticas dentro do próprio hotel. É como se, a cada imersão, pudéssemos descobrir em nós mesmos uma nova Adriana Varejão

“Nossos hóspedes têm a oportunidade de viver a arte, por meio da pintura e música, por exemplo, em seu estado mais puro e interagir com ela de maneira única e significativa. Essa experiência não apenas amplia o background deles, mas também cria conexão e inspiração. Queremos que cada estadia seja plena de bem-estar”, conta Krueder.

Pergunto a Taiza o que é luxo no conceito Clara Resorts: “Para nós, luxo é viver algo que não pode ser replicado. É a experiência única, o detalhe que surpreende, a sensação de exclusividade. Luxo é valorizar o hóspede surpreendendo-o desde sua chegada; é oferecer ao hóspede um refúgio sofisticado, mas ao mesmo tempo acolhedor e personalizado ao que ele busca naquele momento”, finaliza.

CLARA ARTE / DIVULGAÇÂO

cartola_ dormir com arte_

Estrutura e expansão

São 46 bangalôs, piscina climatizada, sauna, spa, restaurante, brinquedoteca, academia e espaço para eventos. Cada um dos bangalôs foi projetado para refletir a essência artística do local.

Todas as acomodações são equipadas com as comodidades oferecidas nos quartos das demais unidades do Clara Resorts, com cama de casal, sofá, banheira e a prática “Copa Baby”, que inclui máquinas Dolce Gusto, micro-ondas, filtro de água e frigobar. Em uma exclusividade do Clara Arte, todos os bangalôs contam com varanda com lareira e alguns deles com banheira esculpida em pedra-sabão, um luxo.

Em uma segunda etapa, o Clara Arte ganhará uma expansão com mais 60 acomodações, com direito a spa no meio da floresta e centro de eventos.

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REATA

SEM MUROS E AGORA SEM GRADES

Na contramão dos paredões de estacionamento que têm se proliferado por Fortaleza, a Reata aposta em fachadas ativas, abolindo muros e grades numa arquitetura que conversa com a cidade e acolhe o pedestre.

O arquiteto Jayme Leitão, através das obras da Reata Arquitetura & Engenharia, fez uma pequena revolução no espaço urbano de Fortaleza quando aboliu os muros das obras da Reata e os substituiu por grades e jardins com obras de arte, investindo numa relação gentil com os passeios e o espaço urbano.

Agora, o arquiteto entende que é preciso estreitar ainda mais essa relação entre o espaço público e o privado, introduzindo em Fortaleza o conceito de fachadas ativas e quebrando tabus na relação entre moradia, comércio e serviços, com passeios mais amplos, seguros e movimentados, em que o transeunte se sinta incluído e protegido pela convivência e pela arquitetura. Esses conceitos são a sua mais recente preocupação e objeto de reflexão em entrevista à Pause.

Como o conceito de fachadas ativas está sendo desenvolvido nos projetos da Reata?

Jayme Leitão_ Estamos iniciando aqui uma nova geração de empreendimentos em que a preocupação é reduzir ao máximo a separação entre áreas privadas e o espaço público – se, no passado, abolimos os muros e disseminamos o uso de grades em Fortaleza e nas capitais vizinhas, hoje estamos dando um novo passo, retirando as grades e estabelecendo a maior permeabilidade possível entre o empreendimento e o entorno, através de fachadas ativas, jardins e arte pública. Então, é preciso começar desenhando com muito cuidado a inserção de comércio e serviço no pavimento térreo desses projetos, para combater a ideia preconcebida de que comércio desvaloriza a moradia dentro do mesmo empreendimento: se assim fosse, toda capital europeia teria moradias desvaloriza-

das por essa convivência – nada mais distante da realidade. Um exemplo brasileiro é o bairro do Leblon, talvez o m² mais valorizado do país, em que a integração de comércio e serviços a nível dos passeios permeia quase todas as edificações.

Nesse momento, vocês já estão construindo obras com esse conceito?

Jayme Leitão_ Sim, entramos na fase de acabamento de uma torre empresarial de última geração na Santos Dumont, em frente à Praça Luíza Távora, o Metropolis, em que teremos a totalidade dos mais de 110 m de fachada do empreendimento para a Santos Dumont e para a Barão de Aracati interagindo com o transeunte, seja através de acesso ao lobby, ao grande empório que vamos localizar na esquina, ao restaurante que vai atender à região, sem fiação elétrica e postes, com jardins e árvores. Queremos que o transeunte sinta genuíno prazer e acolhimento ao passar pelo Metropolis e que se sinta convidado a entrar e a espairecer. Tivemos tanto cuidado no desenho dessa relação que modificamos o projeto da área comercial com a obra em andamento, com a consultoria de um colega que tem expertise na área, o arquiteto Mário Wilson, de modo a maximizar esse potencial de usufruto e de acessibilidade. Também vamos ter o primeiro rooftop projetado da cidade de Fortaleza, que será um espaço surpreendente com uma vista espetacular do litoral oeste. E radicalizamos no impacto do lobby de acesso à torre, que vai ser uma verdadeira experiência para o visitante, coroada pelo hall dos elevadores de acesso – que acredito será o mais instagramável do país, envolvendo o visitante numa vivência sensorial completamente inesperada...

Hoje, em São Paulo, até por uma imposição da legislação, temos empreendimentos com lojas no térreo com alto nível de vacância – isso se deve ao fato de que os projetistas não tiveram o cuidado de desenhar essas áreas com a atenção necessária, tanto na relação com a torre quanto na questão da relação com o passeio, e agora estão fazendo reformas para corrigir essas falhas. Aqui, partimos na frente, por observar as correções de rumo a serem feitas por lá. E vamos iniciar duas obras que são particularmente ricas nesse sentido: o Alameda, no calçadão da Desembargador Moreira, e o Deodato, ao lado da Av. Beira Mar. São empreendimentos de unidades de área compacta e de alto padrão, com serviços e área comercial aberta ao entorno, criando áreas de convivência acessíveis ao transeunte. Além de suprir o déficit trazido pela demolição de boa parte dos hotéis da orla de Fortaleza, o Alameda e o Deodato vão estabelecer um novo paradigma de integração com o espaço público através de fachadas ativas, paisagismo e obras de arte. Naturalmente, os carros estarão debaixo do chão, enterrados em subsolos – nada de paredões de estacionamento, claro!

JAYME LEITÃO REATA O Metropolis, que está em fase de acabamento, terá mais de 110m de fachada ativa, enriquecendo a vizinhança.

ESTAMOS INICIANDO AQUI UMA NOVA GERAÇÃO DE PROJETOS EM QUE A PREOCUPAÇÃO É REDUZIR AO MÁXIMO A SEPARAÇÃO ENTRE ÁREAS PRIVADAS E O ESPAÇO PÚBLICO”

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REATA

Por que o senhor tem se posicionado de forma tão contrária quanto à questão dos estacionamentos aéreos?

Jayme Leitão_ Para começo de conversa, por pragmatismo. A longo prazo, o setor imobiliário é um dos maiores responsáveis pela valorização ou pela desvalorização urbana. Do ponto de vista da Reata, o nosso objetivo é simples: a rua e o entorno têm que ficar muito melhores depois de nossas obras, e isso se reverte em mais-valia para todos. Acho que existe em Fortaleza uma grande dificuldade em compreender a fundo o conceito de projeto, que transcende o prédio em si e se conecta com a cidade em volta; falta a visão de conjunto. Há poucos dias, vi uma construtora iniciar o tratamento de um terreno atrás do prédio em que moro, perto da Praça Portugal: pois bem, a primeira providência da empresa foi derrubar cinco árvores de grande porte que estavam nos passeios da esquina, plantadas há cerca de 25 anos pelo operador do lava-jato que funcionava lá – acho que por aí já dá para imaginar o nível do que vai ser feito, com mais um paredão de estacionamento e a destruição de valor urbano do entorno. CrItico os paredões porque são uma insensatez, tanto do ponto de vista urbano como do ponto de vista empresarial. Critico porque destroem valor à sua volta e isso irremediavelmente vai contaminar o que está em cima. O mundo está cheio de exemplos do que deve e do que não deve ser feito, e da recompensa e do castigo que advém dessas decisões. Veja o High Line de Nova York: com gentileza, vegetação e sensibilidade, a iniciativa resgatou o entorno prejudicado pelos antigos trilhos, e o resultado foi

o surgimento de bilhões de dólares em valor imobiliário. O mesmo está acontecendo nas regiões vizinhas aos parques criados na costa da ilha de Manhattan e nos arredores, em lugar de galpões desativados: aumento da qualidade de vida da população, áreas de lazer e de convivência – permeando e integrando diversas classes sociais e origens – e, ao final, uma massiva geração de valor. Aqui, esses paredões são a apologia do reverso, abandonando o pedestre à sua própria sorte, barrando a ventilação e arruinando a vizinhança. E não critico apenas esse conceito, mas também, e principalmente, o poder público municipal que, pela falta de uma estrutura básica, perene e concursada de arquitetos e urbanistas, não tem sido capaz de controlar essas distorções, o que seria simplíssimo.

E como se poderia corrigir essa distorção?

Jayme Leitão_ No caso dos paredões desses “super prédios”, a solução é simples, quase banal: proibir a construção de estacionamentos aéreos, restringindo os carros aos subsolos. Como consequência, você já vai conter aí o aumento do índice de construção desses terrenos para que todos os carros caibam em 3 ou 4 subsolos, e você vai garantir recuos generosos para a vizinhança, com ventilação e jardins arborizados. Ao somar esse tipo de ocupação do térreo com atividade comercial e de serviços, teremos uma cidade caminhável, segura e prazerosa para o transeunte – e a resposta será a criação de valor imobiliário e de sustentabilidade, viabilizando a vida econômica da

O Deodato foi projetado com uma paleta de cores suave, e para isso um vidro reflexivo de tonalidade rosa será aplicado pela primeira vez no Brasil.

O Alameda e o Deodato são projetos que nasceram com a proposta de integração de comércios e serviços com o espaço público.

cidade. Aí sim, poderíamos começar a falar de super prédios sem a conotação crítica. Mas é fundamental que a prefeitura tome a iniciativa: não se pode simplesmente esperar que a coisa certa aconteça sem a devida contenção normativa. E menos ainda de empresas que vêm de fora, e que certamente não têm conexão afetiva com Fortaleza – querem saber do resultado na planilha do Excel e ponto final.

O que você poderia falar sobre o projeto do Deodato?

Jayme Leitão_ Pensamos este empreendimento como uma resposta a uma demanda reprimida por unidades compactas em localizações raras. Nas últimas décadas, o perfil e o tamanho das famílias passaram por mudanças significativas. Além disso, os filhos passaram a deixar a casa mais cedo, e a expectativa de vida dos pais aumentou substancialmente. Como consequência, muitas vezes o período em que o proprietário vive sozinho ou em casal supera o tempo em que a residência foi ocupada pela família inteira. Isso gera uma necessidade crescente por espaços menores, mas com localização privilegiada, que atendam a essa nova agenda de vida. Com esse equipamento, também buscamos preencher a lacuna dos hotéis que foram demolidos na orla nos últimos anos. Assim como nos casos do Metropolis e do Alameda, estamos buscando uma integração total da obra ao entorno, com ausência de muros e grades, através de fachada ativa, arte e paisagismo. Do ponto de vista da singularidade arquitetônica, estamos pesquisando a possibilidade de utilizar um vidro reflexivo de tonalidade rosa, jamais aplicado no Brasil. Acho que vai ficar bom.

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REATA

O Alameda promete dialogar com arte pública e memórias da cidade. Pode nos contar como isso vai acontecer?

Jayme Leitão_ Sim. Na época da pandemia, fiquei retido em Miami por 3 ou 4 dias e acabei conhecendo o bairro de Winwood, que foi revitalizado com muita arte pública na forma de painéis aplicados nos prédios, vários de autoria do muralista brasileiro Kobra, e voltei de lá com isso na cabeça. Me ocorreu que eu precisava encontrar um herói cearense, e pensei num livro do grande Chico Albuquerque fotografando os jangadeiros, chamado Mucuripe – e aí acabei esbarrando na história incrível do pescador Manuel Jacaré, que foi ao Rio de Janeiro em 1941 numa jangada chamada São Pedro com 3 companheiros, Tatá, Jerônimo e Manuel Preto, para reivindicar o direito de aposentadoria dos pescadores ao então presidente Getúlio Vargas, numa incrível viagem de 2.300 km e 61 dias, sem bússola, guiados pela lua e pelas estrelas. Essa viagem virou reportagem da revista Time, que o diretor Orson Welles – que havia acabado de fazer uma estreia estrondosa com Cidadão Kane – leu, e teve a ideia de incluir essa história no filme It’s All True, que seria rodado no Brasil com apoio da Fundação Rockefeller, num esforço de aproximação cultural pelos americanos, uma vez que Vargas ainda não havia decidido se unir aos aliados no esforço de guerra contra a Alemanha. E poucos meses depois, em 1942, Welles está na praia do Mucuripe – a poucos metros de distância do terreno do Alameda - filmando os mesmos 4 pescadores, que foram contratados para encenar essa viagem pela costa até o Rio, o que de fato fizeram. Após o final das filmagens, houve um incidente na praia da Barra, no Rio, em função do mau tempo: a jangada virou, um dos pescadores desapareceu, e seu corpo jamais foi encontrado. Era exatamente o Manuel Jacaré, que tinha esse apelido por ser um exímio nadador... Welles ficou arrasado e voltou a Fortaleza com a

O projeto do Alameda, no calçadão da Desembargador Moreira, foi pensado com uma grande inserção de arte pública. Para isso, um gigantesco óculo, um vazio com 12 andares de altura, vai abrigar painéis com mais de 40m reproduzindo as fotografias dos pescadores de Chico Albuquerque.

intenção de terminar as filmagens, mas a RKO cancelou o contrato ao perceber que o trabalho do diretor estava mais para um documentário neorrealista de caráter político e social do que para uma peça leve e hollywoodiana, como possivelmente fosse a intenção do Departamento de Estado americano. Esse incidente comprometeu a carreira de Welles, que passou a ser visto como um diretor difícil, e os rolos de filmagem ficaram perdidos por décadas nos depósitos da RKO, sendo encontrados e restaurados mais de 40 anos depois. Mas a história não se resume nisso, e ainda ganha um significado adicional para o Ceará: Chico Albuquerque, então com seus 25 anos de idade, participou dessas filmagens com Welles como fotógrafo de cena. E essa experiência foi tão marcante para o jovem Chico que ele resolveu alterar o curso de sua vida, desligando-se da Aba Film, fundada por seu pai Ademar Bezerra de Albuquerque apenas 8 anos antes, e resolveu mudar-se para São Paulo, onde

Fotografia da série Mucuripe, de Chico Albuquerque.

se tornou o primeiro grande fotógrafo da publicidade brasileira. Voltando a Fortaleza em férias, em 1950, Chico revisita a praia do Mucuripe e faz então uma série magistral de fotografias dos pescadores, depois reunida num livro, certamente ainda sobre o impacto da experiência seminal ali vivida com Welles e Manuel Jacaré – e o Ceará ganhou um monumental registro de sua bela civilização de pescadores, quando ainda não havia poluição visual e camisetas de propaganda. Resumindo: achei os meus heróis – inacreditavelmente esquecidos, e a quem Fortaleza ainda deve uma homenagem à altura – e um registro fotográfico soberbo desse recorte cearense. Então, vamos fazer

uma torre com um óculo central, um vazio com 14 andares de altura em que vamos reproduzir as imagens de Chico Albuquerque com mais de 40 m, além de um memorial arquitetônico dessa empreitada de Jacaré e um grupo escultórico da jangada São Pedro e seus quatro navegantes, em bronze e em tamanho natural, no calçadão da Desembargador Moreira, a pouco mais de 200 metros da praia do Náutico, onde parte desses fatos se passaram... Como se vê, é bem mais do que fazer só um prédio, né? (risos)

O projeto do Alameda trará referências ao registrro fotográfico de Chico Albuquerque na série Mucuripe

NILO MAIA: 35 ANOS

Distribuidora familiar fortalece o varejo de material de construção no Nordeste, conectando indústria e pequenas lojas com tradição e inovação

Do sonho de um servidor público que abriu sua primeira distribuidora em 1990 ao comando inovador de seu filho, a Nilo Maia construiu uma trajetória marcada por crescimento e visão estratégica. Hoje, com filiais em quatro estados, a empresa celebra 35 anos movimentando o mercado e fortalecendo pequenos e médios varejistas do setor de construção.

“A empresa nem sempre teve o nome do fundador — isso foi a partir de 2013 em referência à nossa cultura e aos valores do próprio Nilo Maia, que começou sua jornada sozinho”, lembra o diretor-executivo Bruno Maia. Desde 2006, ele modernizou processos, tornando a gestão mais eficiente e impulsionando a expansão.

O foco no varejo de bairro é estratégico. “O varejo de material de construção fatura mais de

R$300 bilhões por ano e tem o maior número de CNPJ´s abertos, se comparado com às outras 16 categorias do comércio identificadas pelo IBGE. Isso mostra que é um segmento bastante pulverizado, com uma contribuição importante dos pequenos e médios varejos”, frisa.

Ele destaca ainda a relevância logística da distribuidora. “O Brasil é um país continental e com deficiência em infraestrutura de transporte, então a indústria não consegue chegar na ponta. A competência em logística de distribuição dos atacados é que garante acesso aos produtos pela simplificação da compra de materiais”.

Nos próximos anos, a Nilo Maia planeja expandir territórios e oferecer produtos com boa relação custo-benefício, sempre de olho no presente e no futuro.

JÚLIO

GRANOS

GRANOS TRANSFORMA SUA SEDE

EM UM NOVO ESPAÇO QUE REVELA SUA ESSÊNCIA E VISÃO DE FUTURO

Um espaço que celebra a essência das pedras naturais e os valores que moldam a marca

Para refletir o atual momento de sua trajetória, a Granos - empresa cearense de referência no beneficiamento de quartzitos, apresenta seu novo escritório.

Assinado pelo designer Ramiro Mendes, o projeto corporativo alia contemporaneidade e identidade cultural, reafirmando a relação ancestral da companhia com a matéria-prima, reconhecida mundo afora pela qualidade e tradição.

Com 472,43 m2 de área total, o ambiente foi concebido para ser mais do que um local de trabalho. É um espaço de memória e inovação, em que colaboradores e visitantes são convidados a mergulhar na linguagem das pedras naturais e nos valores que sustentam a marca.

O projeto valoriza a brasilidade ao incorporar elementos da cultura popular, como o artesanato em barro e as xilogravuras, em diálogo com o mobiliário modernista inspirado em grandes nomes do design nacional. A aplicação estratégica de materiais Granos em áreas de destaque, como recepção e espaços de convivência, reafirma o protagonismo das rochas ornamentais.

Complementam a ambientação as fotografias em grande formato de Felipe Petrovsky e Anie Barreto, que registram com sensibilidade as pedreiras da empresa.

Ao conjugar matérias-primas nobres, arte, design e funcionalidade, o novo escritório da Granos se torna uma expressão inspiradora de como tradição e inovação podem coexistir, projetando para o futuro essência e força.

Sala de Reunião
Sala da Diretoria
Escritório Administrativo

CONSELHO

AVANÇOS E INOVAÇÕES NA GESTÃO FERNANDO GALIZA À FRENTE DO CREA-CE

Modernização, Tecnologia e Compromisso com a Sociedade

Sob a liderança do engenheiro civil Fernando Galiza, o CREA-CE (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará) vem ampliando o legado do ex-presidente Eng. Emanuel Mota, com avanços tecnológicos e inovações administrativas.

Desde janeiro de 2024, Galiza aprimora e implementa projetos pioneiros que modernizam os serviços do Conselho, beneficiando profissionais e protegendo a sociedade. Entre as principais iniciativas, destaca-se o programa Crea-CE Capacitando, que já ofertou mais de 1.120 horas em 69 cursos gratuitos online, promovendo capacitação permanente nas áreas da Engenharia, Agronomia e Geociências. A fase atual, Profissional Empreendedor, é realizada em parceria com o Instituto Centec, focando em competências de empreendedorismo. Galiza também impulsionou trilhas de aprendizado em tecnologia e inovação, abrangendo Inteligência Artificial e Construção Sustentável.

Para estreitar o relacionamento com os profissionais, foi implantado o Balcão Virtual no Metaverso, que possibilita atendimento ágil e imersivo a partir de qualquer lugar, modernizando a experiência digital e facilitando o acesso. A plataforma, upgrade do balcão virtual de 2020, integra recursos de realidade virtual e amplia a eficiência do atendimento.

Outro destaque é a nova plataforma de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), lançada após hackathon e finalizada na atual gestão, que eliminou burocracias, integrou pagamento via Pix e libera a ART em até 5 minutos após a quitação, agilizando o registro e início de projetos e obras.

Entrega da nova frota de carros
Inauguração do novo espaço CREA

Na fiscalização, Galiza reforçou a estrutura: entregou 9 novas viaturas (modelo Onix) em 2025, ampliou a equipe e adquiriu motocicletas para dinamizar as inspeções em todo o Ceará. O CREA-CE incorporou ainda fiscalização por imagens de satélite, orientando vistorias presenciais, e iniciou projetos de uso de Inteligência Artificial para identificar obras irregulares, garantindo maior alcance e precisão no combate ao exercício ilegal da profissão.

Com foco na interiorização, foram criados Espaços Crea, coworkings exclusivos para engenheiros, agrônomos e geocientistas. Já inaugurados em Sobral e Tianguá, esses ambientes modernos oferecem estrutura de escritório, salas e auditórios para networking e colaboração, além de novas

unidades em Crateús, Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte e Fortaleza. O programa Representantes Especiais fortalece a interlocução local e a fiscalização nos municípios, sob orientação direta do presidente.

Outras melhorias incluem a nova versão do aplicativo do Conselho, com serviços exclusivos e canal de denúncias para a sociedade, além do Refis, que possibilitou a centenas de profissionais e empresas regularizarem débitos com condições facilitadas. Segundo Galiza, “cada inovação introduzida busca beneficiar diretamente os profissionais e proteger a população contra práticas ilegais”. O resultado é um CREA-CE mais ágil, transparente e preparado para os desafios modernos, fortalecendo o papel das engenharias e a segurança da sociedade.

Fernando Galiza, presidente do Crea-CE.
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Gabriela Picanço, que se divide entre a arte e a arquitetura, é quem assina o Espaço Casa Vida&Arte, ambiente do Grupo O POVO, na CasaCor Ceará

A melodia de um clássico, o ritmo de uma obra. O caimento de figurinos e a textura do mobiliário. As cores de uma maquiagem e os tons escolhidos para as paredes. A bailarina Gabriela Picanço transforma todas as vivências e referências de seus 27 anos de dança em uma carreira exercida há seis.

Em seu segundo ano na CasaCor Ceará, é de sua autoria o ambiente Casa Vida&Arte, que traz características modernistas em um local onde é possível ter diferentes encontros com a arte e os artistas cearenses.

“Eu costumo dizer que tudo que eu me tornei foi a partir da arte. O meio artístico me mol-

dou muito como pessoa, como profissional. Iniciei na dança muito nova, aos três anos. E é uma questão familiar também. Minha mãe é bailarina, nossa família tem um ‘pezinho’ nas artes”, conta Gabriela, que também atua no teatro.

O ato de colocar em prática suas ideias e orquestrar pessoas veio antes da escolha profissional. No papel de coreógrafa, encontrou um novo caminho ainda não traçado pela família, que há gerações escolhia a medicina ou outras carreiras na área da saúde. Optou pela arquitetura pois precisa “de alguma coisa que permita criar” e brinca que sua cabeça funciona de um jeito diferente de seus familiares.

Texto_Larissa Viegas

O foco muda. Gabriela assume o papel de coadjuvante para dar protagonismo às pessoas, falar e traduzi-las. Os holofotes, então, se voltaram para o mundo ao seu redor. Mas a fonte de inspiração segue a mesma que sempre usou para a dança. Para ela, o arquiteto é um solucionador, seu papel é ter ideias e, de forma técnica e científica, consiga torná-las reais.

“Eu trago muito isso da dança, do teatro, de tudo ter que funcionar. E isso é com a arquitetura também. É como eu a vejo”, compara. Por outro lado, foi da arte que tirou também sua forma de saber improvisar e lidar com erros e frustrações. Aos 13 anos, tornou-se bailarina solo, onde a coreografia improvisada fazia parte do espetáculo.

Além da arquitetura, o design de produtos é outro ponto de interesse da profissional. O despertar para a área aconteceu a partir do contato com os clientes, que desejavam projetos que pudessem inserir objetos com certa memória afetiva, como banco, cama e cadeira.

A lista de itens desenvolvidos por ela é variada: de bolsa a linha de utilitários e cerâmicas, passando por móveis como poltronas. Recentemente, foi a única cearense a participar do Design Tank, concurso imersivo de design realizado no Rio Grande do Sul, retornando ao seu Estado com o prêmio de primeiro lugar após criar, em quatro dias, uma cadeira. Também é dela a Poltrona Iracema, produzida pela empresa cearense +Local.

Os elementos modernistas de seus projetos e objetos trazem, direta ou indiretamente, influências de Lina Bo Bardi (1914-1992), que a Gabriela enxerga como uma de suas maiores inspirações, vendo na sua completude um modelo a ser seguido. Lina, que foi arquiteta, cenógrafa, designer, ilustradora e editora, era uma entusiasta da arte e uma admiradora da cultura brasileira. Uma figura de grande influência social e política, destaca a entrevistada.

É de Lina projetos icônicos, como a restauração do Museu de Arte Moderna de Salvador (concluído em 1967) e o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (1968). Também é de sua autoria o projeto do SESC Pompeia (1982) e a reforma do Teatro Oficina (1984), que abrigam palcos - um dos lugares que Gabriela mais se sente à vontade.

Destaque na fachada da Casa Vida&Arte, ambiente do O POVO na CasaCor Ceará, painel artístico de Gabi Rodrigues ganha versão também para ambiente interno

Projeto de interiores da Casa Vida&Arte, mesclou obras de artistas cearenses de várias gerações, como a escultura de Sérvulo Esmeraldo e a escultura de coração da artista Bia Soares

IGOR RODRIGUES ADVOGADOS ASSOCIADOS

A IMPORTÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO TÉCNICA NA ATUAÇÃO EM CRIMES FEDERAIS

O escritório Igor Rodrigues Advogados Associados possui equipe com diversas especialidades

Crimes federais são aqueles que violam leis e normas federais, cujo julgamento é de competência da Justiça Federal. Essa é uma das principais especialidades do escritório Igor Rodrigues Advogados Associados.

São exemplos clássicos os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesses da União.

“É justamente em razão disso que os crimes de corrupção, de lavagem de dinheiro, de fraude a licitações e crimes tributários, quando envolvem bens ou dinheiro público da União, são submetidos a julgamento em sede de Justiça Federal, sendo exemplos claros de crimes federais”, pormenoriza Igor.

As infrações penais citadas, segundo o advogado, têm como autores, notadamente, políticos e empresários. Além disso, têm por característica a inexistência de violência e de grave ameaça, sendo comumente chamadas de “crime colarinho branco”.

Diferencial na atuação

Único sócio e principal advogado do escritório, Igor Rodrigues tem atuação destacada na defesa de crimes federais e ações de improbidade administrativa, especialmente em tribunais.

Com trabalho marcado pela sensibilidade jurídica e excelência técnica, o advogado tem forte atuação nos tribunais federais e nas cortes superiores em Brasília.

CORRUPÇÃO E FRAUDE COM DINHEIRO PÚBLICO DA UNIÃO SÃO CRIMES FEDERAIS. A JUSTIÇA FEDERAL JULGA CRIMES QUE LESAM RECURSOS DA UNIÃO”
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Sua experiência e bom relacionamento institucional permitem uma condução estratégica dos casos, desde a formulação de teses inovadoras até a interlocução direta com os julgadores.

Isso permite passar esclarecimentos detalhados, garantindo que cada caso receba a atenção e a abordagem jurídica mais eficaz possível. Outro ponto de destaque é a sustentação oral nos julgamentos.

Igor Rodrigues possui especialização em Direito Tributário, Direito Eleitoral e Direito do Trabalho. Como professor, ministrou a disciplina de Processo Civil.

Atualmente, o advogado ocupa os seguintes cargos institucionais: Conselheiro Seccional da OAB–CE, Presidente da Comissão de Acompanhamento Legislativo da OAB–CE, Secretário-Adjunto da Comissão Especial de Acompanhamento Legislativo do Conselho Federal da OAB e Representante Institucional da OAB perante o TRF5.

Atuação nacional

“Com expressão em todo o território nacional, o escritório tem atuação em todos os seis Tribunais Regionais Federais, que são a segunda instância da Justiça Federal; bem como tem ampla atuação nos tribunais superiores, isto é, no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, esses dois com sede em Brasília/DF”, destaca Igor.

O escritório Igor Rodrigues Advogados Associados possui equipe com diversas especialidades, por isso, é conhecido por seu estilo Butique e Full Service. Algumas das áreas de atuação são Cível, Administrativo, Empresarial, Eleitoral, Trabalhista, Consumidor, Sucessões, além, obviamente, do Direito Criminal.

Um grande cliente no âmbito público é o Sebrae. No âmbito privado, o advogado lista empresas dos ramos de exploração de gás e petróleo, mineradoras, do setor hoteleiro, institutos do terceiro setor, condomínios, associações, construtoras, além de políticos, principalmente prefeitos. Juízes e desembargadores também entram na carteira de clientes do escritório.

Endereço: Rua Desembargador Leite Albuquerque, 635, Sala 1104/1105, Metropolitan Empresarial, Aldeota. Contato: (85) 3121-8488/ (85) 9.8732-7696 (WhatsApp) Instagram: @igorrodriguesadv @igorcra

Igor Rodrigues Advogados Associados_

QUEIROZ BASTOS ADVOGADOS: REFERÊNCIA EM DIREITO PENAL ECONÔMICO

À frente do escritório, o criminalista Bruno Queiroz alia rigor técnico e sólida produção acadêmica, consolidando-se como um dos principais especialistas em Direito Penal Econômico do País

Fundado em 2014, o Escritório Queiroz Bastos Advogados consolidou-se como referência na área de Direito Penal Econômico, destacando-se pela excelência técnica e pela atuação estratégica em casos de alta complexidade. Sob a liderança do advogado Bruno Queiroz Oliveira, Doutor em Direito pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e atual Presidente do Instituto Nordeste de Direito Penal Econômico, o escritório tem se dedicado a defender os interesses de seus clientes com rigor técnico e profissional.

O escritório possui expertise em crimes financeiros, crimes tributários, lavagem de dinheiro, crimes contra a administração pública, compliance criminal e outras demandas relacionadas ao Direito Penal Econômico. Atua ainda na Representação judicial do cliente em ações de improbidade, civis públicas, populares, mandados de segurança e ações judiciais decorrentes do exercício de cargos públicos e de licitações públicas. Sua atuação abrange todas as instâncias judiciais, com forte presença na Justiça

Estadual, Justiça Federal, Tribunais Regionais Federais, Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF).

O advogado Bruno Queiroz, além de liderar a equipe, é reconhecido como um dos principais nomes na área de Direito Penal Econômico, sendo palestrante e autor de diversos livros sobre o tema, contribuindo significativamente para o desenvolvimento do campo jurídico

O Queiroz Bastos Advogados conta com uma estrutura moderna e bem equipada, oferecendo aos seus clientes e parceiros um atendimento personalizado e compatível com as mais altas exigências do mercado jurídico. O compromisso com a excelência e a busca constante por resultados fazem do escritório um aliado indispensável na defesa de direitos e interesses em um cenário cada vez mais desafiador.

O Criminalista Bruno Queiroz Oliveira se destaca como um dos mais renomados especialistas em Direito Penal no Brasil, com uma trajetória que alia prática jurídica de excelência e sólida produ-

ção acadêmica. Autor de obras para o estudo do Direito Penal, tem contribuído significativamente para o avanço do conhecimento na área, especialmente no campo do Direito Penal Econômico.

Sua produção intelectual inclui livros de grande relevância, como "Direito Penal no Século XXI" (2012), uma análise moderna e crítica das transformações do Direito Penal diante das demandas da sociedade contemporânea; "30 anos da Lei de Execução Penal" (2014), obra que reflete sobre os avanços e desafios da execução penal no Brasil; e "A Crise da Legalidade Penal no Constitucionalismo Contemporâneo" (2018), que aborda de forma aprofundada os impactos do constitucionalismo moderno sobre os princípios da legalidade penal.

Mais recentemente, em 2023, lançou o livro "Crimes Contra o Sistema Financeiro e o Mercado de Capitais", consolidando sua expertise no Direito Penal Econômico analisando com precisão técnica e visão crítica os delitos que afetam o sistema financeiro e o mercado de capitais, temas de extrema relevância em um cenário global cada vez mais complexo e interligado.

O Escritório Queiroz Bastos Advogados é reconhecido pela lealdade ao cliente, buscando soluções eficazes e definitivas para as demandas e avaliando as alternativas jurídicas mais adequadas, de maneira segura e racional.

Queiroz Bastos Advogados_

Endereço: Av. Santos Dumont, 1510, 3º Andar, Aldeota Telefone: (85) 988971092

E-mail:brunoqueirozadv@gmail.com

LEANDRO VASQUES

A ADVOCACIA CRIMINAL COMO SACERDÓCIO

DA JUSTIÇA

Entre o dever de garantir a ampla defesa e o peso dos julgamentos antecipados da sociedade

O advogado criminalista é aquele que não deve se furtar de atuar em causas impopulares, pelo simples pré-julgamento midiático, por mais repugnantes que sejam as circunstâncias do caso. E quase todos os dias a imprensa aponta seus holofotes para um fato que causa indignação e revolta em uma sociedade que se vê reiterada e violentamente açoitada pela criminalidade. Vivemos um eterno déjà-vu de notícias repulsivas – de crimes de sangue ou do colarinho branco – e nisto reside o drama e a glória do defensor, “neste pisar de lama sem salpicar os sapatos”, como disse Laercio Pellegrino.

Existem determinados casos midiáticos que rasgam biografias sem cerimônia. E é exatamente neste cenário que a figura do advogado se faz imprescindível. Nesses casos, o escritório de advocacia torna-se a última trincheira do sagrado exercício do direito de defesa daqueles que já foram considerados culpados antes mesmo de serem processados.

Podemos ter a certeza de que nunca cometeremos um crime, mas não podemos garantir que nunca seremos acusados de um. Se isso acontecesse, exigiríamos que todos os meios de defesa fossem devidamente assegurados e esperaríamos que um advogado criminalista aguerrido estivesse ao nosso lado no desconfortável banco dos réus.

Leandro Vasques, advogado criminal há 30 anos, Mestre em Direito Penal pela UFPE, Doutorando em Criminologia pela Universidade do Porto, em Portugal e Diretor da Academia Cearense de Direito. Foi Presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do Ceará e Presidente do Conselho Estadual de Segurança Pública.

Devemos, portanto, manter viva a lembrança da importância de certos ofícios, quase sempre assolados por incompreensíveis e estridentes vozes nas redes sociais. Orgulhosos da beca que vestimos, sigamos defendendo a liberdade, que não se resume à soltura dos acusados de malfeitos, mas se constitui em direito fundamental que lança seu véu diáfano e tutelar sobre toda a sociedade.

Leandro Vasques & Vasques Advogados Associados_

Endereço: Rua Marcos Macêdo, n° 1333 - salas 316/319, Pátio Dom Luís- Torre II - Corporativa - Aldeota

Telefone: (85) 3055.5705 (85) 3055.5704

Instagram:@vasquesadvogados

MUNDO AUTOMOBILÍSTICO

TECNOLOGIA, DESIGN E CUSTO-BENEFÍCIO: AS APOSTAS AUTOMOTIVAS PARA 2026

Modelos renovados reforçam a estratégia da marca no Brasil mirando perfis distintos e segmentos-chave do mercado

A Ford já definiu suas principais apostas para o mercado brasileiro em 2026: o SUV médio Territory e a picape compacta Maverick. Os dois modelos foram atualizados e chegam com novidades importantes para manter — e ampliar — a competitividade da marca em seus respectivos segmentos.

Para isso, aposta em uma combinação de design moderno, pacotes tecnológicos completos e preços alinhados ao mercado, sem abrir mão da qualidade e da identidade da marca. Seja no conforto de um SUV familiar ou na robustez de uma picape pronta para tudo, a marca quer mostrar que ainda tem muito fôlego para disputar protagonismo em território nacional.

A concessionária Ford Crasa, uma das mais tradicionais do Ceará, com 62 anos de trajetória, é símbolo de tradição, excelência e inovação no mercado automotivo cearense e nacional.

Em novembro de 2024, a concessionária abriu uma nova loja no bairro do Guararapes, que segue os novos padrões globais da Ford e foca em tecnologia e experiência do cliente. A Ford vive um momento de forte expansão no Brasil, consolidando-se como uma das marcas mais relevantes do setor automotivo premium no país.

Ford Maverick Tremor

Maverick 2026: duas versões para dois estilos de vida

A Maverick amplia a competitividade da Ford no segmento de picapes, equilibrando tecnologia, robustez e custo-benefício. A marca busca ampliar sua participação no mercado, oferecendo um pacote que combina estilo, tecnologia e custo-benefício. O modelo chega ao Brasil com facelift, mais tecnologia e uma linha dividida em duas versões: Black e Tremor, cada uma voltada para públicos diferentes.

A Maverick Black é a porta de entrada da linha, trazendo um pacote completo

Territory 2026: sofisticação urbana com preço competitivo

O novo Territory 2026 representa a principal investida da Ford no segmento de SUVs médios. Com um visual externo renovado, interior mais sofisticado e painel digital integrado a uma nova central multimídia, o modelo mira consumidores que priorizam espaço, conectividade e elegância.

Apesar das melhorias, o preço foi mantido em R$215 mil, o mesmo valor do modelo anterior. A motorização continua sendo o confiável 1.5 turbo de 169 cv com câmbio automático de 7 velocidades, amplo pacote de equipamentos e o preço competitivo, garantindo continuidade à proposta de valor do modelo.

Unidade Cambeba

Av. Washington Soares, 7241

Contato: (85) 3474-6262

Horário Funcionamento: Segundafeira a sexta-feira 8h às 19h, sábado de 8h às 13h

de acessórios, conforto e tecnologia por um preço mais acessível para o dia a dia. Já a Maverick Tremor mira um público mais aventureiro, com suspensão elevada, pneus de uso misto e detalhes exclusivos no design interno e externo.

Ambas as versões trazem um novo conjunto frontal, com grade, para-choques e faróis redesenhados, além de um interior ainda mais conectado. A linha 2025 da Maverick chega para rivalizar com modelos como a Fiat Toro.

Unidade Guararapes

Av. Washington Soares, 1100

Contato: (85) 3474-6292

Horário Funcionamento: Segundafeira a sexta-feira 8h às 19h, sábado de 8h às 13h

Crasa_
Ford Territory

Roteiros espirituais no Brasil e no mundo para se reencontrar, reconectar-se e contemplar o intangível

Texto_Lucas Casemiro

Em tempos nos quais a pressa devora as horas e o mundo parece diluir-se em telas, cresce o desejo de retornar ao silêncio, ao essencial. Seja no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, percorrido a dois ou em solitude, ou em retiros de yoga e meditação por terras brasileiras, o que impulsiona o movimento está além do status. Além do material. É busca de essência, de retornar a um lugar de partida para se reconectar consigo mesmo, mas também com a dimensão espiritual da vida.

“O que realmente move o viajante é a busca pelo propósito e a experiência transformadora”, diz Natalia Abreu, fundadora da agência Wee Travel. Para muitas pessoas, ela representa aquela que abre as portas para experiências que unem propósito, espiritualidade e o conforto necessário para que o corpo e a alma caminhem em harmonia.

A sua agência oferece passagens de reconexão a partir do chamado turismo de cura. “Na Wee Travel, entendemos que quando a motivação é espiritual, o luxo em si deixa de ser prioridade. O grande diferencial está na personalização e no equilíbrio”, explica. Israel, Turquia, Egito, Itália e

Espanha figuram entre os destinos que seus clientes mais requisitam. No Brasil, o coração pulsa forte em Aparecida (SP) ou bem mais perto, como em Canindé ou nas montanhas verdes de Baturité, onde a fé se mistura ao silêncio dos mosteiros jesuítas.

De Juazeiro do Norte a Paris, quem navega pelos caminhos de elevação contempla pedras, templos e rituais. Experiências que são construídas no íntimo de cada viajante, que ao caminhar por fora encontra morada por dentro. A seguir, conheça histórias de quem se transformou a partir de experiências de fé e descubra, por meio dessas experiências, lugares para buscar a paz.

Na foto, Eloisa Fuchs em Huaraz, Cordilheira dos Andes, Peru, 2022

ELOISA FUCHS / ACERVO PESSOAL

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Fé rumo a Canindé

Há quem faça do trabalho um ofício. Lia Quinderé fez dele uma ofertório. Advogada por formação, gastrônoma na França, fundadora da Sucré e mãe de Rafa e Nina, ela construiu uma vida onde o serviço é verbo cotidiano e a fé, bússola. A frase que a acompanha, aprendida ainda na juventude, como quem recebe um selo de pertencimento, é simples e ao mesmo tempo imensa. “Aquele que não vive para servir não serve para viver.”

Católica apostólica romana desde a adolescência, Lia reza, lê a Palavra, participa de grupos de oração e entrega à estrada parte do seu ano. E, quando a estrada chama, ela vai. Com a doçura de quem conhece a força, e a disciplina de quem ama a comunidade.

A estreia como organizadora de romarias nasceu de um “não” do mundo e de um “sim” de Deus. Em 2021, em plena transição

pandêmica, os planos de celebrar 40 anos em Paris foram interrompidos. O marido, Ciro, brincou com a homofonia e acendeu o destino: se não dá para Paris, dá para “Cannes-Dé, Cannes-Dé”. Lia sorriu, chamou amigas e saiu. A primeira peregrinação, que seria apenas um gesto simbólico, virou rito anual. De 30 participantes, que em si já é expressivo, o grupo cresceu para 100, e uma lista de espera que dobra de expectativa o que já parecia completo.

A rotina tem precisão de ofício. Missa à tarde de quinta, pés na estrada por volta das 16h30, o frescor do sol baixo a favor. Marcha ritmada, paradas de água a cada dois quilômetros, carro de apoio, segurança. Dorme-se no primeiro alojamento já perto da uma da manhã. O corpo descansa de dia; à noitinha, reza-se outra missa e recomeça-se na madrugada de sábado para domingo, partir às 3h. O romeiro vê Canindé ao amanhecer.

Na pausa para o descanso, o dormir em coletivo faz parte da vivência de quem põe os pés na estrada à caminho de Canindé

Mas não é sobre marcações no relógio; é sobre o que marca o peito. “A nossa Romaria não tem um ponto especificamente marcante, porque eu digo que ela não é só o caminhar, ela é o viver o final de semana como um todo.” No percurso, obediência é cuidado: um só corpo que aprende o mesmo ritmo, evitando o risco do excesso de ímpeto de quem vai à frente e o perigo de quem fica atrás.

Marcas das mais comuns da romaria, os calos são, para muitos romeiros, quase um sinal físico de devoção. “A gente vai costurando eles pra poder parar de doer. É uma suturazinha. Normalmente o médico que acompanha a gente que faz”, explica Lia Quinderé.

São Francisco de Canindé representa um poderoso símbolo de fé, devoção e identidade cultural

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O silêncio como cura

Aos 38 anos, a psicóloga Eloisa Fuchs carrega uma inquietação que a acompanha desde cedo: o que nos adoece e o que nos cura?. A Ciência, na forma de psicologia, filosofia, sociologia, antropologia e história, lhe deu lentes para compreender a condição humana. Mas havia algo além. “O mistério da vida se faz presente nas entrelinhas do que podemos dizer sobre os processos psíquicos”, reflete.

A racionalidade moderna, segundo ela, deixa escapar segredos que culturas ancestrais ainda preservam. Xamanismo, medicinas orientais, ayurveda, práticas budistas… Todos esses caminhos revelam tecnologias sutis de cura que se tornaram parte da sua busca pessoal e profissional.

A virada aconteceu aos 22 anos, em São Paulo, após perder o pai e mergulhar no estresse da rotina. Um clique no Google levou-a a um retiro budista em Extrema (MG). “Eu imaginava um lugar cheio de fadas e duendes, mas o que me recebeu foi um espaço sóbrio, limpo, organizado e austero.” Quinze dias em silêncio, meditação e trabalho na terra mostraram-lhe outra velocidade de vida. E um novo caminho se abriu.

Desde então, os retiros tornaram-se rituais anuais. “Não é apenas um tipo de descanso, mas um ponto de transformação em nossa caminhada que faz muita diferença”, reforça.

Índia e Nepal: portais de práticas milenares

Eloisa encontrou no Oriente uma escola viva. Em 2013, viajou sozinha à Índia, enfrentando o choque cultural de Nova Délhi até refugiar-se no Himalaia. Ali, conheceu monastérios, retiros e mestres que ampliaram sua percepção. Voltaria anos depois, agora também ao Nepal, para mergulhar no budismo tibetano.

“São lugares que mantêm, há cinco mil anos, rituais e práticas com transmissão ininterrupta desse conhecimento. Isso é de uma força imensa.” Hoje, ela conduz grupos para compartilhar esse contato com os templos, as cavernas sagradas e a energia que insiste em contagiar cada canto da região.

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Pirenópolis e os Andes: aprendizados nas Américas caminhos de elevação_

No Brasil, a cidade de Pirenópolis (GO) lhe revelou um tesouro: o Mosteiro Zen Eishoji, onde viveu dias de silêncio junto ao monge Marcos. Experiências simples como o frio, os barulhos da mata ou noites sozinha transformaram-se em mergulho interior.

Já no Peru, em 2019, encontrou nos Andes outra forma de espiritualidade. Conectou-se com os Apus, as montanhas sagradas vistas como ancestrais. Conversou com xamãs, recebeu curas físicas com folhas, raízes e rezas. “Parece haver um fio invisível que costura práticas de culturas tão diferentes”, observa.

É que retiros e peregrinações não são sobre conforto, mas sobre confrontar as próprias sombras. “É impossível ir a um lugar com forte conexão espiritual sem que ele traga desafios que abalem seu sistema de realidade. Vai doer. Mas isso é importante”, afirma, numa espécie de “dica” a quem desejar atravessar essa seara.

O segredo de manter-se aberto ao mistério exige receptividade e coragem. Cada silêncio, cada pedra, cada perrengue é também iniciação. O verdadeiro destino desses caminhos não é um templo ou coisa qualquer que não a própria travessia.

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Quando a fé é destino

Aos 53 anos, viúva, Daniela Mattos Frota descreve sua jornada espiritual como “sede”. Uma vontade constante de se sentir mais perto de Deus. Católica e devota de Nossa Senhora, há vinte anos percorre caminhos que unem visitação e experiência, indo de igrejas simples a longas estadias em mosteiros.

No Ceará, encontrou no Mosteiro dos Jesuítas, na Serra de Baturité, um refúgio de silêncio e contemplação inaciana. “É verdadeiramente especial”, conta, destacando o peso de séculos de espiritualidade que ali se mantém vivo.

Portugal abriu-lhe outras portas. Em Fátima, viveu a intensidade das peregrinações do dia 13, mas descobriu também o valor de visitar fora da alta temporada. “Você consegue verdadeiramente sentir mais aquele lugar”, afirma.

Mosteiro dos Jesuítas, na serra de Baturité

Já Paris, Daniela encontrou recolhimento na Capela da Medalha Milagrosa, um oásis de contemplação no meio do burburinho. Mais adiante, visitou a Saint-Chapelle, “um local de extrema espiritualidade” que guarda, segundo a tradição, relíquias da Arca da Aliança.

MUITO GRANDE

Ela relata também a procura crescente por Roma em tempos de jubileu, quando os fiéis atravessam a Porta Santa em busca de indulgên-

cia. E revela: muitos preferem hospedar-se em casas de padres, partilhando refeições com eles, em vez de hotéis. Um gesto que transforma viagem em convivência.

Seu olhar agora mira Assis, terra de São Francisco, onde a santidade parece ainda tocar as ruas. Para Daniela, turismo religioso não é passeio, é propósito. “A gente vai muito na força de um amor muito grande”, afirma.

MOSTEIRO

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Caminho de Santiago de Compostela

Em 2015, quatro meses após o fim de um casamento de 37 anos, Ruth Mattos decidiu calçar botas e coragem. Aos 68 anos hoje, ela relembra que foi no Caminho de Santiago de Compostela, ao longo de 312 quilômetros, que começou uma nova vida. Da peregrinação nasceu também um livro, "Santiago: caminho de renovação" (2016), testemunho do recomeço que brotou passo a passo.

No início, a jornada foi árida. “Eu estava muito só e o choro era muito intenso, o olhar para dentro de mim era muito intenso… Eu estava realmente me perdendo por várias vezes”, recorda. Tanto peso estava nas emoções, que vinham como um tsunami. Foi no encontro com outros peregrinos, e sobretudo consigo mesma, que começou a encontrar força para seguir.

Ao final, Ruth descobriu que o verdadeiro templo estava dentro. “Fazer silêncio era a forma mais significativa e importante de encontrar esse ser, esse Deus que habita dentro de mim”, reconhece. Não se tratava de meditação formal, mas de um silêncio profundo, capaz de revelar a divindade interior. Nos trechos mais difíceis, aqueles íngremes, frios, chuvosos ou tudo isso ao mesmo tempo, ela percebeu que podia ir além do corpo e da mente, sustentando-se pelas próprias emoções.

Ruth Matos em sua jornada de reconexão e descoberta no Caminho de Santiago de Compostela

ESSA RENOVAÇÃO

É UMA CONSTANTE,

TODO DIA A GENTE

SE RENOVA

O livro nasceu do desejo de compartilhar a revelação de que a renovação só é possível de dentro para fora. Mesmo na escuridão, é preciso procurar a centelha íntima, a divindade que habita em cada um. “Essa renovação é uma constante, todo dia a gente se renova”, explica. Sem essa de conselhos. Ruth deixa mesmo é um convite. A

invitação é para não encarar o Caminho como teste físico ou mental, e sim como abertura para o inesperado. “O mais importante é estar com o coração aberto para receber o que vem, o que vai acontecer”, afirma. Porque no fim, mais do que chegar a Santiago, a peregrinação implica em atravessar-se por dentro. E recomeçar.

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PARA ATRAVESSAR

Juazeiro do Norte: terra de Padre Cícero, destino de romarias e devoção popular que movimenta multidões em busca de fé e promessa.

Canindé: centro de peregrinação franciscana, marcado pela grandiosidade da Basílica de São Francisco e pela forte espiritualidade comunitária.

Baturité: o Mosteiro dos Jesuítas é um refúgio de silêncio e contemplação inaciana, em meio à serra verdejante de Baturité, com vivências espirituais singulares.

No Ceará No Brasil

Chapada dos Veadeiros (GO): conhecida como “berço do misticismo”, reúne trilhas, cachoeiras, cristais e retiros espirituais. Alto Paraíso e São Jorge oferecem pousadas boutique e spas holísticos de alto padrão.

Chapada Diamantina (BA): além das belezas naturais, abriga comunidades alternativas e práticas de autoconhecimento, com pousadas charmosas em Lençóis.

São Thomé das Letras (MG): destino imperdível para quem busca energias místicas, meditações em grutas e contato com a natureza, hoje com hospedagens mais sofisticadas.

Abadiânia (GO): reconhecida pelo turismo espiritual, atrai visitantes em busca de cura e reflexão, com novas propostas de retiros de bem-estar.

Fernando de Noronha (PE): além da natureza exuberante, muitos turistas procuram o arquipélago para retiros de silêncio e reconexão. O destino mescla exclusividade, espiritualidade e luxo.

Floresta Amazônica (AM/PA): experiências com comunidades tradicionais e espiritualidade ligada à natureza, incluindo vivências guiadas por povos originários.

Aparecida (SP): o maior centro de peregrinação católica do país, com a imponência do Santuário Nacional dedicado à Nossa Senhora Aparecida.

Trilha Atalaia em Fernando de Noronha

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Templo Pura

Ulun Danu

Bratan em Bali, na Indonésia

PARA ATRAVESSAR

No mundo

Bali (Indonésia): retiros de yoga e meditação, templos hindus e hospedagens luxuosas que integram bem-estar, gastronomia saudável e paisagens paradisíacas.

Índia (Rishikesh e Varanasi): berço da espiritualidade oriental. Rishikesh é referência em ashrams e yoga; Varanasi proporciona uma experiência singular de conexão com o hinduísmo.

Butão: país que mede a Felicidade Interna Bruta, com templos budistas nas montanhas e experiências de profunda imersão cultural e espiritual.

Nepal (Kathmandu e Himalaias): cenário de retiros em mosteiros budistas e trilhas que unem espiritualidade, silêncio e desafio físico.

Peru (Vale Sagrado e Machu Picchu): região ligada à sabedoria andina, com práticas de xamanismo, rituais de conexão energética e paisagens monumentais.

Japão (Kyoto e Koyasan): templos zen, jardins meditativos e hospedagens em monastérios, onde se participa de rituais diários.

Espanha (Caminho de Santiago de Compostela): peregrinação milenar, hoje um dos roteiros espirituais mais emblemáticos do mundo.

Israel (Jerusalém e Mar Morto): terra sagrada das três grandes religiões monoteístas, com experiências que unem espiritualidade e opções de spas de luxo. Muito procurado por turistas, destino também é marcado por conflitos armados entre israelenses e palestinos, ao longo da história.

Turquia (Sete Igrejas do Apocalipse e Capadócia): caminhos de fé entre paisagens surreais e marcos do cristianismo primitivo.

Itália (Santuários Marianos e Vaticano): coração do catolicismo, destino de peregrinação para vivenciar a tradição e a história da fé.

Medjugorje (Bósnia e Herzegovina): local de aparições marianas, conhecido pelo ambiente de oração profunda e experiências transformadoras de devoção.

DOS - DEPARTAMENTO DE OLHO SECO

CENTRO AVANÇADO DE OFTALMOLOGIA

CELEBRA O PRIMEIRO ANO DO DEPARTAMENTO

DE OLHO SECO, REFERÊNCIA EM DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

ESPECIALIZADO

O Centro Avançado de Oftalmologia comemora o primeiro ano de atuação do seu Departamento de Olho Seco (DOS), um setor criado com o propósito de oferecer diagnóstico preciso e tratamento especializado para uma das condições oculares mais frequentes da atualidade: a Síndrome do Olho Seco.

Idealizado para unir tecnologia, ciência e acolhimento, o Departamento do Olho Seco nasceu como uma iniciativa inovadora dentro do Centro Avançado e, em apenas um ano, consolidou-se como referência regional em diagnóstico e terapêutica personalizada, beneficiando inúmeros pacientes com sintomas como ardência, vermelhidão, sensação de areia, coceira, visão embaçada e desconforto ocular.

À frente do serviço estão as médicas Marcidia Soares, Marília Araújo, Monike Vieira e Régia Sobral, especialistas em Córnea, Doenças Externas e Superfície Ocular, que lideram uma equipe comprometida em oferecer atendimento humanizado e individualizado, apoiado no que há de mais moderno em tecnologia oftalmológica.

“O Departamento do Olho Seco nasceu da necessidade de oferecer um cuidado mais aprofundado e personalizado para uma condição que, embora comum, exige olhar clínico e precisão diagnóstica. Nosso objetivo é tratar o paciente como um todo, devolvendo conforto e qualidade de vida”, destaca a Dra. Marcídia Soares.

Tecnologia de ponta a serviço da visão

O DOS é equipado com as tecnologias mais avançadas disponíveis no mercado, permitindo diagnósticos completos e tratamentos eficazes. Entre os recursos, destaca-se a meibografia, exame de imagem que avalia as glândulas de Meibômio, responsáveis pela produção da camada oleosa da lágrima, e auxilia na determinação do tipo e da gravidade da disfunção lacrimal.

No campo terapêutico, o Departamento utiliza tecnologias de última geração, como a Luz Pulsada Intensa (IPL), que melhora a qualidade da lágrima e reduz inflamações das pálpebras, e o inovador Jett Plasma, recentemente incorporado à estrutura, que atua na regeneração da pele palpebral e no estímulo da função glandular.

Cuidado individualizado e excelência médica

No Centro Avançado de Oftalmologia, cada paciente é avaliado de forma integral, considerando seus hábitos, histórico clínico e necessidades visuais. O tratamento vai além do alívio dos sintomas, busca restaurar o equilíbrio da superfície ocular e prevenir complicações a longo prazo.

Em apenas doze meses de funcionamento, o Departamento de Olho Seco tornou-se um símbolo do avanço científico e da dedicação da equipe do Centro Avançado de Oftalmologia, reafirmando o propósito da instituição de ser referência em atendimento especializado e humanizado.

Dra. Monike Vieira, Dra. Marília Araújo, Dra. Régia Sobral e Dra. Marcídia Soares

CENTRO AVANÇADO DE OFTALMOLOGIA ANUNCIA AMPLIAÇÃO E MODERNIZAÇÃO DO PRONTO

ATENDIMENTO NO HARMONY MEDICAL CENTER

O Centro Avançado de Oftalmologia inicia uma nova etapa de sua trajetória, marcada pela inovação e excelência no cuidado com a visão. O setor de Pronto Atendimento, no térreo do Harmony Medical Center, passa por um processo de expansão e modernização para oferecer ainda mais conforto, agilidade e segurança aos pacientes.

Com projeto arquitetônico que otimiza fluxos e cria uma experiência acolhedora, o novo espaço contará com instalações modernas, equipamentos de última geração e ambiente mais amplo e funcional — reafirmando o compromisso do Centro com a qualidade e o bem-estar visual.

O Pronto Atendimento oferece suporte oftalmológico especializado, atendendo desde urgências oculares até avaliações de rotina. O setor reúne uma equipe multidisciplinar capacitada e dispõe de tecnologia de ponta para diagnóstico e tratamento.

Além das urgências, o setor também realiza acompanhamento em lentes de contato, com adaptação personalizada e avaliação precisa — um dos diferenciais que consolidam o Centro como referência regional em oftalmologia.

De acordo com o Dr. Abelardo Targino, diretor do Centro Avançado de Oftalmologia, a expansão representa mais um passo no propósito de oferecer um atendimento cada vez mais completo e humanizado. “Estamos em constante evolução, investindo em estrutura e tecnologia para garantir o melhor cuidado possível aos nossos pacientes. Essa ampliação do Pronto Atendimento reflete nosso compromisso em unir agilidade, segurança e excelência médica em cada detalhe do serviço”, destaca o Dr. Abelardo.

Para o também diretor Dr. David Lucena, a modernização integra o processo contínuo de crescimento da instituição. “O Centro Avançado vem crescendo de

forma sólida, ampliando serviços e fortalecendo sua equipe com especialistas de renome. A nova estrutura do Pronto Atendimento reforça nossa missão de oferecer um cuidado integral à visão, com conforto, tecnologia e a confiança que nossos pacientes já conhecem”, afirma o Dr. David.

A reforma e ampliação do Pronto Atendimento fazem parte de um plano estratégico de modernização, que inclui investimentos em novas tecnologias e aprimoramento constante da experiência do paciente. Em breve, o novo espaço será inaugurado, marcando mais um capítulo na história de excelência e inovação.

Centro Avançado de Oftalmologia_

Atendimento: segunda a sexta, de 8h às 19h, e aos sábados, de 8h às 13h

FOTOS

CLÍNICA CONCEPTUS

REPRODUÇÃO ASSISTIDA COM CIÊNCIA

E SENSIBILIDADE

Fundada em 1998, a clínica é pioneira no Ceará na sua área de atuação, reunindo ciência, tecnologia e humanidade em um só lugar

Com uma equipe multidisciplinar, que inclui médicos, psicólogos, nutricionistas e embriologistas, a clínica Conceptus, que atua como pioneira na área de reprodução assistida no Ceará desde 1998, possui um papel que vai muito além de um procedimento médico.

A partir do conhecimento científico e da sensibilidade, para o doutor Marcelo Cavalcante, diretor clínico do local, o trabalho da Conceptus com a reprodução assistida representa tanto a realização de um sonho para casais que desejam ter filhos, como um instrumento de saúde pública e de empoderamento feminino.

“A reprodução assistida não é apenas uma técnica, é uma ferramenta de transformação social, que devolve esperança a quem enfrenta dificuldades para engravidar”, explica.

A visão do profissional também é compartilhada pelo médico e diretor da Conceptus, Marcelo Gondim, que reforça também os esforços aplicados pela clínica para além da parte científica, focando no acolhimento e na jornada do paciente durante esse tratamento.

“Acreditamos que, independentemente do resultado final, é essencial que o paciente tenha uma experiência positiva na Conceptus”, destaca.

Ele ressalta, assim, que a clínica investe na estrutura, no conhecimento científico e nos profissionais. A nova sede, por exemplo, inaugurada no início deste mês, localizada na rua Antônio Augusto, número 1160, possui uma estrutura com mais de 1000 metros quadrados, que, conforme Gondim, foi projetada “especificamente para a reprodução humana, com ambientes de cores claras e aconchegantes”.

A REPRODUÇÃO ASSISTIDA NÃO É APENAS UMA TÉCNICA, É UMA FERRAMENTA DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL"

DR. MARCELO CAVALCANTE

MÉDICO EXPECIALISTA EM REPRODUÇÃO HUMANA

O diretor, Marcelo Cavalcante, acrescenta que os resultados das mudanças já estão sendo sentidos, comentando que “os pacientes se sentem mais acolhidos, a equipe tem melhores condições de trabalho, a partir dessa união entre ciência, tecnologia e humanidade em um só lugar”.

Em relação aos profissionais, todos são especialistas na área, com uma atuação atestada no cenário nacional e internacional por seus trabalhos e suas formações acadêmicas. Os serviços ofertados são: espermograma, Fertilização in Vitro (FIV), congelamento de óvulos, embriões e sêmen, ovodoação, injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) e inseminação artificial.

Confira como marcar uma consulta

O agendamento da consulta na clínica Conceptus deve ser realizada através do WhatsApp do local. O funcionamento é de segunda a quinta das 6h30min às 16h30min, com intervalo de uma hora para o almoço entre às 11h e 12h, e aos sábados das 7h às 11h. Mais informações sobre a clínica, os serviços ofertados e os seus profissionais podem ser conferidas no site.

Conceptus Reprodução Assistida_

Endereço: Rua Antônio Augusto, 1160, Aldeota Whatsapp: (85) 99935.0031 Instagram: @clinicaconceptus

A nova sede da clínica foi inaugurada em setembro de 2025 e possui mais de 1000 metros quadrados

FOTOS DIVULGAÇÃO

LIM CONSULTÓRIOS INTELIGENTES

INOVAÇÃO, TECNOLOGIA

E PROPÓSITO: ECOSSISTEMA OFERECE

SOLUÇÕES PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE

A Lim Consultórios Inteligentes traz em seu escopo serviços pensados exclusivamente para facilitarem a vida dos profissionais da saúde

Com conexões, tecnologia e inovação, a Lim Consultórios Inteligentes é um ecossistema de soluções pensado para facilitar a vida dos profissionais da saúde. Fundada pela médica e empresária Juliana Moreira, ela rompeu o modelo tradicional de consultórios, oferecendo mais do que apenas um espaço físico.

No ecossistema a pessoa tem acesso a locais de convivência e networking, lounge funcional com estações de trabalho, estúdio próprio de marketing, aulas de gestão, cursos online e plataformas tecnológicas que automatizam o agendamento, o acompanhamento e o relacionamento com pacientes, por exemplo.

“Ele muda o estado do profissional que chega lá, que ao estar dentro do ecossistema, usufrui de todos os nossos serviços, evolui, cresce e impulsiona a carreira, transformando a sua forma de exercer a profissão”, explica Juliana.

Hoje, cerca de 600 profissionais são impactados pelos serviços do ecossistema, sendo 200 integrantes do Clube Lim. A assinatura mensal garante o status de “membro efetivo da comunidade”, com acesso gratuito ou com desconto aos serviços do ecossistema, uso dos consultórios nas unidades (Cocó e

Eusébio) e divulgação nas TVs e redes sociais do ecossistema.

O serviço prestado, como explica Juliana, nasce das demandas dos próprios profissionais, sendo “tudo muito intencional”. “Quando a gente está num lugar que melhora o nosso potencial a gente começa a ser mais produtivo naturalmente”, afirma a neuropsicóloga e integrante do Clube Lim, Lindsay Danny. Ao entrar no ecossistema, ela conta que se sentia insegura, mas superou o medo com o apoio dos

colegas e a confiança conquistada nos vídeos em que falava sobre o próprio trabalho.

Lim Consultórios

Inteligentes_

Local: Avenida Santos Dumont, 6740 - andar M1 - Cocó, Fortaleza | Avenida dos jardins, 864 - loja 04, lado par - Coaçu, Eusébio

Contato: (85) 99827-0090

Instagram: @limconsultorios

FOTOS DIVULGAÇÃO

Ilya está sempre em busca de conexão e espiritualidade. Na foto, em momento de vivência na Casa Lágrima

CASA LÁGRIMA / DIVULGAÇÃO

Do hot yoga às imersões no gelo, práticas emergentes, eventos globais e experiências imersivas marcam a nova fase do bemestar, que ganha cada vez mais espaço no Brasil

Texto_Lucas Casemiro

O bem-estar deixou de ser atividade de nicho e hoje movimenta multidões e cifras trilionárias. Corridas, retiros e festivais ocupam praias, parques e centros urbanos, atraindo milhares de pessoas em busca de saúde, conexão e experiências transformadoras.

Segundo o Global Wellness Institute (GWI), a economia do bem-estar movimentou cerca de US$5,6 trilhões entre 2020 e 2022, registrando crescimento de 12% em relação ao triênio anterior. Em 2023, o setor global deu um salto ainda maior, atingindo US$6,3 trilhões.

No primeiro período, o Brasil alcançou um faturamento de US$96 bilhões: o equivalente a quase R$500 bilhões na cotação de 2025. Isso representa uma alta de 18% e posiciona o País como o 12º maior mercado de wellness do mundo. Hoje, o segmento já responde por 5% do PIB brasileiro, tornando essa uma das indústrias que mais crescem.

Isso evidencia o interesse do brasileiro pelo tema. Cada vez mais pessoas buscam ritualizar o cuidado com a saúde em todas as dimensões: física, mental, social e espiritual. Embora o wellness esteja cada vez mais associado a eventos, academias modernas e experiências imersivas, há quem veja o movimento como algo mais profundo, ligado à filosofia e à espiritualidade.

É o caso da artista e terapeuta Ilya, de Fortaleza. Ela defende que o conceito de bem-estar não se resume a práticas físicas ou a serviços de luxo, mas a uma busca de significado. “Antes de tudo, adoro a possibilidade de mesclar línguas. Isso amplia as percepções sobre o que de fato pode ser bem-estar, incluindo práticas de diferentes culturas que se encaixam em rotinas diversas”, conta. Em 2025, ela viveu uma experiência intensa em um curso de meditação Vipassana, que propõe dez dias de silêncio absoluto, e descreve a vivência como “outra catarse”.

Para ela, refletir sobre o wellness passa por questionar as próprias bases do que significa “bem”, “estar” e “estar bem”. E tem mais: o futuro do wellness não deve ser visto apenas como uma coleção de tendências, mas como uma jornada de presença e humildade. “O que mais desejo é que a verdadeira tendência seja encontrar formas de existir com consciência: estudar, ler, trocar com sabedoria e cultivar a humildade necessária para seguir crescendo”, afirma.

Nestes moldes, Pause apresenta as novidades do mundo Wellness, sejam as que já chegaram ao Brasil ou as que só existem lá fora.

Desfrute!

cartola_ auto-cuidado_

Os holofotes no mundo do wellness

Novas práticas vêm ganhando espaço no Brasil e no exterior, trazendo frescor ao modo como as pessoas cuidam do corpo e da mente. Se antes a busca pelo bem-estar estava concentrada em academias tradicionais ou em retiros restritos, agora ela se espalha em formatos variados, capazes de atender desde quem procura conveniência até àqueles em busca de experiências intensas.

Hot Yoga

A prática de yoga em ambientes aquecidos (muitas vezes em saunas) desembarcou recentemente no Brasil e já chama atenção. O calor intenso favorece o alongamento, amplia a flexibilidade e ajuda na desintoxicação do corpo por meio da transpiração. Além dos benefícios físicos, praticantes relatam uma sensação de foco e clareza mental após as sessões.

A imersão em gelo é usada principalmente para a recuperação muscular e alívio da dor pós-exercício

As salas de Hot Yoga são aquecidas a temperaturas que variam entre 32º e 40º C. Por isso, é essencial se hidratar bem antes, durante e após a prática

Imersão em gelo (Cold Plunge)

De moda passageira a rotina de autocuidado, os banhos de gelo se consolidaram como recurso para fortalecer o sistema imunológico, reduzir inflamações e melhorar a recuperação muscular. Mais do que um choque térmico, a experiência é considerada também um exercício de resiliência mental. Algumas academias e estúdios já organizam eventos mensais com a prática, que vem ganhando cada vez mais adeptos.

Academias All Inclusive

Outro fenômeno crescente são as academias no modelo all inclusive, que oferecem um conjunto de experiências para além de treinos. Além de equipamentos de ponta e modalidades variadas, esses espaços incluem alimentação saudável, suporte nutricional e até serviços de spa. O conceito une conveniência e bem-estar premium, transformando a ida à academia em uma experiência completa de cuidado.

DIANA LIGHT / ADOBE STOCK / REPRODUÇÃO
FERNANDA BARROS

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Iniciativas abertas

O universo wellness também se expande por meio de projetos que ocupam o espaço público e aproximam diferentes estilos de pessoas das práticas de bem-estar. Em várias cidades brasileiras, aulas de yoga em praias, patrocinadas por grandes marcas, transformam a orla em palco de experiências coletivas, promovendo equilíbrio físico e mental em contato direto com a natureza.

Já o Movediza, retiro privado realizado na Praia de Pipa (RN), é um chamado ao movimento criativo, poético e oceânico. Na primeira edição, em 2025, o encontro apresentou uma programação com aulas e jam sessions de Contato Improvisação, conduzidas por professores experientes, além de momentos de descanso, mergulho e convivência em meio à paisagem tropical do Nordeste. A proposta é celebrar a presença, a escuta e a dança, cultivando um ambiente fértil e expansivo que convida os participantes a se reconectarem consigo e com o coletivo.

Crononutrição

Uma das novidades que vem chamando atenção no universo da nutrição é a crononutrição, prática que alinha a alimentação ao relógio biológico do corpo humano. A lógica é consumir a maior parte das calorias no período da manhã. “À noite, o nosso corpo já está se organizando para dormir e a gente tem uma maior produção de melatonina, que é hormônio do sono; há uma menor sensibilidade à insulina; há uma menor produção de enzimas digestivas; então o nosso processo de digestão fica muito lentificado”, explica a nutricionista Carol Rolim.

Pela manhã, o metabolismo está mais ativo, há maior produção de enzimas digestivas e maior sensibilidade à insulina, e isso garante melhor absorção de nutrientes e energia para o dia. De acordo com a nutricionista, respeitar esses ritmos naturais melhora a digestão e a composição corporal e de quebra pode contribuir para prevenir doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.

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Olhar para o exterior

Imersões anglófonas

No cenário global, o wellness extrapola as fronteiras das academias e ganha contornos inovadores. Em Londres, espaços como o Sauna Social Club unem sauna, banhos de gelo e socialização em formato de lounge, promovendo encontros mediados por atividades artísticas e culturais. Proposta semelhante aparece no The Sanctuary, também em Londres, que combina práticas de equilíbrio físico e emocional com experiências de convivência, reforçando o caráter comunitário do bem-estar.

Outra tendência é o uso da tecnologia e da ambientação para criar experiências imersivas. O Quantum Wellness Spa, em Los Angeles, aposta em cenários projetados para acalmar o sistema nervoso e estimular a criatividade, enquanto cafés especializados surgem com a missão de oferecer cardápios e atmosferas voltados ao relaxamento.

O famoso banho de enzima de cedro, que auxilia na circulação e elimina toxinas

Experiência japonesa

No campo do luxo, proliferam os retiros exclusivos, que combinam hospedagem sofisticada, gastronomia saudável e programação de bem-estar completa. Entre as práticas mais curiosas do wellness internacional está a experiência de ser enterrado no Japão. Em alguns centros, o corpo é coberto por serragem ou areia aquecida, em um ritual que remete ao renascimento simbólico e promete benefícios como desintoxicação, melhora da circulação sanguínea e relaxamento profundo.

A ideia também inspirou espaços fora da Ásia. Nos

Estados Unidos, o Osmosis, spa japonês localizado em uma pequena cidade do norte da Califórnia, tornou-se famoso pelos cedar enzyme baths — banhos de enzimas de cedro. Nesse processo, o corpo é envolto em uma mistura que aquece naturalmente, funcionando como uma sauna seca. Além da sensação de purificação, o tratamento auxilia na circulação, na eliminação de toxinas e até na esfoliação da pele.

Quantum Welness Spa: calmaria para o sistema nervoso e estímulo à criatividade

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Por fim, entre as práticas internacionais mais intensas do universo wellness, destaca-se a proposta do Centro Takiwasi, em Tarapoto, no Peru. Os chamados Retiros/Dietas combinam silêncio absoluto, isolamento em cabanas simples no coração da floresta e uma dieta altamente restritiva à base de mandioca, banana-pão e aveia, além da ingestão ritualizada das chamadas plantas mestras, consideradas mais potentes que o próprio uso da ayahuasca. Antes do isolamento, os participantes passam por uma purificação com plantas de limpeza e uma cerimônia de ayahuasca, que prepara corpo e espírito para a experiência.

Com duração média de 8 a 10 dias, o retiro é acompanhado por médicos, curandeiros e psicólogos, que oferecem apoio individualizado em diferentes fases do processo. O objetivo é promover desintoxicação física e energética, desbloquear emoções e favorecer uma introspecção profunda. Relatos apontam mudanças significativas, desde o fechamento de lutos até decisões cruciais de vida, além de uma reconexão espiritual com a dimensão sagrada da existência.

Fortaleza: um recanto de paz no meio da cidade

Para quem busca vivências transformadoras na capital cearense, a Casa Lágrima surge como um dos espaços mais singulares de autoconhecimento e cuidado integral. Localizada em uma rua tranquila, o espaço se apresenta como um refúgio urbano: um grande jardim cercado de natureza, que abriga práticas voltadas ao equilíbrio físico, mental, emocional, espiritual e ancestral.

Quem visita encontra desde atendimentos individuais com psicólogos e médicos antroposóficos até práticas diárias corporais como yoga e massagem, além de grupos terapêuticos e vivenciais. O diferencial, segundo a própria proposta da casa, está na exclusividade e atenção a cada detalhe, priorizando pequenos grupos e acompanhamento individualizado.

Silêncio absoluto e isolamento em meio à floresta no Centro Takiwasi

Seja na corrida, na dança ou na canoagem, cuidar do corpo e da saúde mental é essencial para ter uma rotina funcional e de equilibrio

O mundo exige cada vez mais de nós, e a busca pelo bem-estar físico e mental tem se tornado uma ferramenta essencial para lidar com o estresse diário. A terapia é um dos principais mecanismos de cuidado individual, oferecendo um espaço de aprendizado e evolução pessoal. No entanto, o acolhimento também pode ser encontrado em outras práticas. Artes, esportes e a conexão com a natureza vêm conquistando quem, em meio a uma rotina intensa, não abre mão do tempo para se cuidar.

Texto_Rafael Santana

O corpo em movimento

A prática de exercício físico é repleta de benefícios e um dos principais "remédios preventivos" para a nossa saúde. Os fortalezenses já compreenderam bem essa máxima.

O fluxo de corredores na Beira-Mar é um exemplo disso. A corrida vem conquistando a cidade e também o coração de Idézio Rolim, sócio-fundador da rede Coco Bambu.

Ele, que desde criança praticava esportes, com passagens pelo basquete, natação, futebol, tênis e velejo, começou a correr aos 42 anos. Hoje, aos 60, já concluiu sete maratonas e diversas meias-maratonas.

“A mudança para a corrida ocorreu pela praticidade: é um esporte muito fácil de praticar. Você sai do trabalho, coloca o tênis, veste um calção e já pode correr. Para mim, isso é uma terapia. É uma forma de desopilar, de pensar e aliviar os problemas do dia a dia de um trabalho que sempre foi muito corrido e exaustivo”, comenta o empresário.

A PRÁTICA DE ME

CUIDAR SE TORNOU VALIOSA POR ME MANTER MENOS DESGASTADO"

Idézio Rolim encontrou na corrida uma aliada para o bem-estar

Com o tempo, Idézio começou a investir em assessorias e clubes de corrida, adotando um treinamento mais específico para provas como meias-maratonas e maratonas. Isso melhorou ainda mais seu condicionamento físico.

Atualmente, ele mora em São Paulo e, da Beira-Mar, passou a correr em parques e na USP, locais cheios de outros corredores. Ele também segue uma rotina de muitas viagens,

sempre com um tênis, um calção e uma camisa na mala.

“Procuro treinar onde quer que eu esteja, seja na esteira do hotel ou em um parque da cidade. A prática de me cuidar se tornou valiosa por me manter menos desgastado. Isso melhora minha rotina de trabalho e me permite servir de exemplo, sempre incentivando quem está ao meu redor a praticar alguma atividade física”, afirma.

Remando de quatro a cinco vezes por semana, Jonas Marques alia a prática de atividade física ao prazer de realizar uma ação que proporciona à sua mente a desconexão de que precisa

O CEO que se encontra no mar

Jonas Marques, 55 anos, é CEO da Pague Menos, uma empresa nacional nascida no Ceará. Hoje, a rede conta com 1.700 lojas espalhadas pelo País, das quais muitas funcionam 24 horas por dia.

O cargo do empresário é repleto de responsabilidades e viagens, com um ritmo de trabalho intenso. Em 2021, seus compromissos o levaram à Austrália. Foi lá, em um país com uma cultura e uma língua totalmente diferentes, que ele encontrou na canoagem o acolhimento de que precisava.

“A posição de presidente de uma empresa já é muito solitária. Imagine isso em um lugar com 14 horas de fuso do Brasil. Com o caiaque, eu via baleias, tubarões e leões-marinhos. Pude refletir sobre meu propósito, sobre o que estava ali para aprender e para ensinar. Foi crucial não só do ponto de vista físico, mas também psicológico”, analisa o empresário.

A modalidade de canoagem que Jonas pratica é o surfski, um caiaque de fibra individual. Quando voltou para Fortaleza, em 2023, a prática permaneceu em sua vida até os dias atuais.

FOTOS
JONAS MARQUES / ACERVO PESSOAL
ENQUANTO REMO, EU REZO, REFLITO, OBSERVO A NATUREZA E ME CONECTO"

“Às cinco horas da manhã já estou na água. Faço isso de quatro a cinco vezes por semana. Enquanto remo, eu rezo, reflito, observo a natureza e me conecto. Peço desculpas a mim mesmo, aceitando ser o máximo que consigo ser, com todas as minhas imperfeições”, comenta.

A relação do empresário com a água e o mar vem desde a infância, quando sofria com asma. Na época, seu médico prescreveu a natação para melhorar sua capacidade respiratória. Foi assim que ele começou, passando da natação para o mergulho.

Para além da canoagem, Jonas já praticou caça submarina, polo aquático e foi nadador profissional. Todos os seus esportes são na água, e ultimamente ele tem aprendido a usar pranchas elétricas.

“O mar mimetiza a vida. Ele tem dias de calmaria e dias de agitação. É nele que me conecto com o que realmente preciso: uma energia vital focada no presente. Quando preciso refletir, quando tenho uma reunião importante ou mais dúvidas do que certezas, vou para o mar e remo por mais tempo. Chego ao trabalho pleno, calmo. Sou um cara muito agitado, e o mar me equilibra”, descreve.

Segundo o CEO da Pague Menos, a ansiedade nunca se manifestou em seu trabalho. Para ser produtivo, ele segue uma rotina de cuidados que vai além da canoagem, como sono de qualidade, desconexão do celular e uma comunicação mais próxima e afetiva com a família.

“Defina uma atividade que você ama e vá atrás dela. Não adianta se forçar a fazer algo de que não gosta. Mas, se não tiver como praticar algo todo dia, tudo bem. Só existe uma carreira plena se a sua vida pessoal for plena. Sempre lembre que o mar te educa e nos faz cuidar da natureza”, finaliza.

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Foco: Rebeca Albuquerque transformou a corrida num ritual diário, que proporciona a energia de que precisa ao longo do dia

A advogada que é triatleta

Rebecca Albuquerque é advogada, atleta, mãe e fã dos cuidados com o bem-estar. Com uma rotina profissional intensa na área jurídica, as práticas esportivas se transformaram em um espaço de relaxamento.

“A atividade física é uma terapia para a mente. Ela me relaxa, proporciona energia e me ajuda a manter a cabeça no lugar. As pessoas me perguntam sobre a origem de tanta energia, e a resposta é simples: o exercício. Essa prática diária é fundamental para começar bem o dia e não representa nenhum sacrifício”, comenta.

Aos 53 anos, Rebecca sempre foi uma pessoa ativa. Já praticou vôlei e capoeira e, hoje, é triatleta, conciliando corrida, natação e ciclismo. No entanto, é o ato de correr que sempre conquista seu coração.

Tudo começou após uma cirurgia no ombro, que exigiu a troca do vôlei pela corrida. Hoje, seu tênis a acompanha para qualquer lugar do mundo.

“Trilhar também é minha paixão. Acredito que o exercício ao ar livre, em contato com a natureza, potencializa os benefícios. Correr na rua, ver o sol nascer, nadar no mar e pedalar ao ar livre me conectam com o céu, o sol e o mar. Essa combinação é o combo perfeito para a saúde mental e uma nova perspectiva de vida”, explica.

Para a advogada, o estresse da vida profissional intensificou a prática de exercícios como uma

forma de escape, o que exige uma organização rigorosa.

Sua chave é a priorização, encaixando os treinos no início do dia e recusando muitos compromissos noturnos durante a semana, principalmente próximo a alguma competição. O que para muitos pode parecer uma restrição, para Rebecca é a definição de qualidade de vida, sempre buscando um equilíbrio.

“Nem todos os dias a disposição é a mesma. Geralmente, os treinos mais gratificantes são aqueles em que a vontade inicial era de não ir. O esporte me ensinou que, com treino e disciplina, consigo alcançar meus objetivos, uma lição que aplico a todas as áreas da minha vida. Essa jornada me proporcionou uma autoconfiança imensa, a certeza de que sou capaz de me superar”, enfatiza.

A atleta conta que essa confiança acabou inspirando as pessoas ao seu redor a também se movimentarem, como suas filhas, que já participam de maratonas com a mãe. Ela se sente sortuda por compartilhar esses momentos.

“Vejo que o tempo se tornou um artigo de luxo, mas acredito que a falta de tempo para se cuidar é, na verdade, uma questão de prioridade. Se encararmos o exercício como uma reunião inadiável, ele se encaixa na rotina. Com persistência, em um ou dois meses, a prática se torna um hábito indispensável”, finaliza.

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A bailarina que cuida dos negócios

Sara Diniz é empresária, servidora pública e uma bailarina nata. Na dança, ela encontra sua terapia, desconectando-se do mundo e, ao mesmo tempo, mantendo-se à frente de empresas como o Gran Mareiro Hotel e a construtora Magna.

A empresária de 47 anos, licenciada do Banco Central, sempre teve a dança como parte da sua vida, seja no balé clássico ou no jazz. Quando precisou se afastar por falta de tempo, sua saúde foi afetada, e ela começou a se sentir mais estressada.

“A dança é uma terapia. É o único momento do meu dia em que me desconecto completamente. Fico envolvida pela música, pelos passos, pelas emoções. O balé clássico exige uma concentração enorme, e isso faz muito bem. Não importa a dimensão do problema ou do estresse, você se desliga”, conta.

Sara faz parte de uma companhia profissional, a Mosaico 40, e já participou de espetáculos, apresentações e competições. Ela também é mãe e, para conciliar tantos mundos em um dia só, precisa de muita organização e um bom acompanhamento profissional.

Para Sara Diniz, a dança é mais que sua atividade física diária, é um momento de relaxamento e reorganização mental

“Para otimizar o tempo, busquei colocar as atividades dentro do meu trabalho ou perto de casa. Tento ter uma boa noite de sono, uma boa alimentação e já preparo a rotina do outro dia antes de dormir. A dança vai de segunda a sábado; no domingo, faço musculação ou caminhada. É um estilo de vida que restringe muitas outras coisas, mas o que me motiva é a paixão pela dança. Ela me abraçou. A saúde e o bem-estar vêm por consequência”, explica a empresária.

Para ela, infelizmente, essa rotina não é possível para muitos, em função do tempo e de condições financeiras. No entanto, com bom planejamento, foco e esforço, é possível incluir atividades que nos fazem bem na rotina.

“Não é fácil, é preciso ter força de vontade, mesmo para quem ama a atividade. Haverá dias de cansaço, de dor ou em que você estará emocionalmente indisposto. Não podemos nos frustrar quando isso acontecer. Acredito na constância, no pouco todo dia, na rotina”, explica.

Na visão de Sara, a dança é um lugar democrático e um exercício de humildade, onde todos são tratados como iguais. “Sou uma entusiasta das artes. Vivemos uma era de alta tecnologia e pouca conexão humana presencial. Acredito que a arte tem um papel fundamental na humanização. Diante de tanta violência e conflitos, é por meio da arte que as pessoas se conectam com a essência das coisas. A dança me dá isso, me acalma e me traz para uma energia mais próxima do outro”, conclui.

SETE SONHOS COLCHÕES: O PROPÓSITO QUE VIROU REFERÊNCIA EM CONFORTO E INOVAÇÃO

Jovem, inovadora e movida por propósito, a marca cearense vem conquistando espaço ao unir conforto, tecnologia e verdade em cada detalhe

O que começou como o sonho de dois jovens empreendedores cearenses, Antônio Augusto e Pedro Henrique, tornou-se sinônimo de conforto, inovação e propósito. A Sete Sonhos Colchões nasceu da inquietação de quem acreditava que vender colchão poderia ir muito além de um simples produto: poderia transformar vidas.

“Desde o início, a gente entendeu que dormir bem é o primeiro passo para viver melhor. Queríamos criar uma marca que fizesse diferença real na rotina das pessoas, com qualidade, transparência e resultado”, afirma Antônio Augusto.

Com essa filosofia, a Sete Sonhos construiu um negócio sólido, movido pela união de uma equipe que com-

partilha a mesma energia e propósito. “É essa sintonia que nos faz ir além do óbvio. Cada desafio é uma oportunidade de entregar algo melhor, mais verdadeiro e mais humano”, complementa Pedro Henrique.

Mais do que uma loja, a Sete Sonhos se tornou um espaço de experiências. O cliente pode sentir, testar e descobrir o colchão ideal para o seu estilo de vida, em um ambiente acolhedor e com atendimento personalizado — seja presencialmente ou sem sair de casa, com a mesma atenção e segurança.

Autêntica e conectada, a empresa também conquistou espaço nas redes sociais, mostrando o dia a dia com transparência e leveza. Essa proxi-

midade tem sido um dos segredos da marca para fidelizar clientes e reforçar a confiança no que entrega.

Na Sete Sonhos, cada detalhe é pensado para transformar noites comuns em noites inesquecíveis. Afinal, quem dorme bem realiza mais, sonha melhor — e desperta o extraordinário que existe em cada um de nós.

Sete Sonhos Colchões_

Local: Av. 13 de Maio, 1932 - Fátima

Rua Dr. Thompson Bulcão, 326Luciano Cavalcante

Contato: (85) 98544-3390

Instagram: @setesonhoscolchoes

Alrileno Costa (esquerda) e Auvireno Costa (direita) são irmãos e sócios na loja Zero40, especializada em bicicletas de alto desempenho

AS BICICLETAS DE ALTO RENDIMENTO EM FORTALEZA

As provas e passeios começam sob sombras que se alongam na madrugada e presenciam o sol subir no percurso, de um ponto a outro da cidade. Nas ruas de Fortaleza passam tronos sobre fibra de carbono no lugar de ouro, ou até alumínio para a velha guarda. Todos conduzidos por súditos da velocidade ou do bem-estar. Por vezes, também do conforto, do luxo ou até da ostentação.

No reinado, o cetro é um guidão, alterado conforme a modalidade. O manto real muda menos e não perde a majestade: é lycra colada, sapatilha, capacete no lugar da coroa, e um óculos que reflete uma imagem ligeiramente mais vaidosa. O reino é o mercado de bicicletas de alto desempenho, que tem pedalado com fervor na capital cearense e se tornou febre.

Para guiar um desses tronos, às vezes é preciso assinar um cheque que faria inveja a uma concessionária: há modelos que chegam a R$ 130 mil, por exemplo. É o passaporte para sentir-se no Tour de France — até em um modelo que esteve lá — ou, para os mais dedicados, competir a sério, medindo forças e fôlego com quem leva a brincadeira somente ao pedal da letra, gastando bem menos, na mesma prova e com o mesmo sentimento.

Esses tronos têm histórias tão diversas quanto seus donos. Afinal, por que gastar tanto? Há quem pedale pelo desafio físico, para superar o próprio tempo ou conquistar uma subida antes impossível. Há também quem busque um refúgio silencioso da rotina estressante ou apenas recuperar a saúde depois de algum diagnóstico preocupante.

Texto_Lucas Mota

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Antes de começar a pedalar, Danilo estava com 115kg

É o caso de Danilo Neto, que pedala há cinco anos. Quando começou, ainda durante a pandemia, o empresário de 30 anos pesava 115kg e caminhava para realizar cirurgias de emergência que já estavam até marcadas, por problemas de saúde. O médico sugeriu uma mudança de rotina e Danilo comprou a ideia. Passou a pedalar.

Comprou a primeira bicicleta seminova, por R$ 1,9 mil, uma Caloi Elite de alumínio, e tomou gosto pelo esporte. Foi trocando por um novo modelo sempre que possível, cedendo a anterior como entrada no pagamento. Claro, aliou as atividades à academia e à boa alimentação, e conseguiu bons resultados. Hoje, com 42kg a menos, Danilo pedala todos os dias, participa das principais provas e os problemas de saúde saíram de cena.

Na garagem, Danilo conta agora com duas bicicletas: uma Factor VAM Ostro, na qual gastou R$ 75 mil; e uma Cannondale LAB71, que desembolsou o mesmo valor.

Contudo, na condição favorável que vive financeiramente, Danilo vê como um investimento, posto que parou de gastar com procedimentos e remédios, além da melhoria na qualidade de vida e no lazer. Defende ainda que “não é um gasto”, já que vê o mercado aquecido e pode vender as peças ou uma bicicleta quando bem entender.

Danilo iniciou os exercícios físicos com idas à academia. Com a chegada da pandemia, começou a pedalar

Há também os que encontram no grupo de pedal um círculo social, uma espécie de reino coletivo onde se compartilha suor, piadas e cafés pós-treino. Os ciclistas fazem amigos nas provas no Ceará, que virou terreno fértil para essa nobreza à duas rodas.

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Os irmãos Alvireno (camiseta vermelha) e Aurileno (camiseta amarela) encontraram a mesma bicicleta que tinham quando criança à venda na internet. Compraram e reformaram ela, para exibir na loja como recordação

O clima favorece em maior parte do tempo, a geografia oferece desde o plano litorâneo até a fuga montanhosa para a serra, e o mercado, atento, fortalece essa paixão, seja com trocas e vendas entre atletas ou comércio por lojas especializadas.

E é nesse cenário que os irmãos Aurileno e Alvireno Costa encontraram sua vocação, transformando uma paixão de infância em negócio, com a loja Zero40, onde vendem modelos especiais e peças importadas. Hoje, comercializam bikes que superam uma centena de milhão, mas tomam gosto pela memória, exibindo até a primeira bicicleta que dividiram, mas agora reformulada, em destaque na loja.

Eles dizem vender possibilidades: tiveram clientes que controlaram a hipertensão, encaixaram o esporte na rotina e até os que encontraram alívio para o burnout ou a depressão. Outros que fizeram bons amigos, venceram provas com a camisa da loja ou simplesmente colecionaram quilômetros.

“É um esporte muito democrático. Você vai ver um advogado, um médico ou um pintor que começou com uma ‘bicicletinha’ de uns dois mil reais ou comprou uma usada. No pedal, não dizem que uma bicicleta é melhor que a outra, todo mundo está lado a lado, se ajudando, até mesmo em competições”, diz Aurileno.

Os preços variam de forma quase tão ampla: de R$ 1,9 mil (seminova) a R$ 130 mil. Mas a lógica é a mesma: ninguém começa no topo, segundo eles. Primeiro vem a bicicleta de entrada, depois a melhoria dos componentes, e, quando menos se espera, a paixão já levou o ciclista ao trono que sonhava conduzir. Para quem passou por problemas de saúde e tem boas condições financeiras, o caro até sai barato.

Da infância à vida adulta, Aurileno e Alvireno seguem pedalando juntos — unidos pelo amor às bikes e, agora, também ao esporte.

Entre as favoritas das vitrines de Fortaleza para o mais alto desempenho, quatro têm lugar cativo

A Cannondale Moterra E-Bike, com motor elétrico para ajudar nas subidas e deixar as descidas mais leves, costuma ser o convite para quem só pedala algumas vezes por semana, ou quer acompanhar um amigo mais experiente, mas com desempenho. A E-bike é avaliada em pouco menos de R$ 56 mil e a procura entrou na moda.

A Cannondale Moterra E-Bike é assistida pelo motor Shimano e virou tendência mundial por facilitar trajetos de qualquer espécie

Já na realeza do asfalto, a Cannondale SuperSix EVO Lab71 Road começa em R$ 29,9 mil, mas pode chegar ao topo: R$ 130 mil pela edição usada no Tour de France, com as mesmas peças das equipes profissionais. Apenas quatro dessas raridades vieram para o Ceará, e passaram a ter novos donos em menos de um dia.

Cannondale Supersix EVO LAB 71 Road é a mesma bicicleta usada no Tour de France e tem apenas 92 unidades no Brasil

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No Mountain Bike, a estrela é a Cannondale Scalpel Full, a mesma com que os campeões mundiais de cross country olímpico venceram as etapas finais nos dois últimos anos. Feita com carbono ultraleve, a bicicleta vai de R$ 34 mil até R$ 120 mil.

A Cannondale Scalpel Full foi a bicicleta utilizada pelas equipes campeãs mundiais do Cross Country Olímpico dos últimos dois anos

E há também a joia do Estado: a Caloi FS Avancini MTB, homenagem a Henrique Avancini, único brasileiro campeão mundial da categoria. Apenas 26 foram fabricadas, número em homenagem aos anos de carreira do atleta; e a única do Brasil veio parar em Fortaleza, com preço médio de R$ 80 mil e tudo do mais alto nível em peças.

Segundo o organizador de corridas Onilton Jarde, algumas provas têm batido mais de 500 pessoas e o recorde de presença tem sido atualizado corriqueiramente. Disse ver bicicletas de R$ 3 mil que chegam na ponta, ao lado de quem tem bicicleta de R$ 30 mil a R$ 40 mil.

No geral, a média é de R$ 14 mil a R$ 20 mil. Contudo, as "magrelas" que superam os R$ 100 mil — fora as rodas que chegam a R$ 30 mil, sapatilhas e

capacetes também caros — nas mãos de quem quer competir, levam muita vantagem.

Os tronos em destaque são leves e potentes. Não limitam outros acessos ao castelo, mas reinam. O mercado aquece a cada remessa. Em poucos dias, raridades somem das vitrines e ganham as ruas. A moda pegou na capital — e fora dela — e aqueceu, sem desacelerar, bem como aqueles que tomaram esse esporte como estilo de vida.

A Caloi FS Avancini - MTB é uma homenagem de despedida e agradecimento ao "Avança". A máquina traz o novo quadro da Elite Carbon FS da Caloi com grafismo que remete à bike da vitória do Avancini na Bundesliga de Münsingen em 2013

Zero40 Bike Shop

Avenida Eusébio de Queiroz, loja 14, Patio Vivenda - Eusébio Horário Funcionamento: de segundafeira a sexta, de 9h às 18h e de 9h às 13h nos fins de semana

Instagram: @zero40bikeshop

APRENDER EDITORA

A ESPERANÇA EM UM BRASIL TRANSFORMADO PELA EDUCAÇÃO

Aprender Editora celebra 20 anos levando alfabetização e formação docente a milhares de escolas públicas em todo o País

Com duas décadas de história, a Aprender Editora é uma das maiores referências em alfabetização no Brasil. Presente em 83 municípios, atende mais de 450 mil crianças e 15 mil professores, somando mais de 3 milhões de estudantes beneficiados.

Nascida em Fortaleza e inspirada no legado do professor Edgar Linhares, referência nacional na defesa da educação pública de qualidade, a editora transformou sua missão em prática pedagógica. Seus ma-

teriais didáticos semiestruturados, somados a formações contínuas e avaliações periódicas, impulsionam o avanço da alfabetização em centenas de municípios brasileiros.

Guiada pelos sócios Josmário Cordeiro e Ana Cristina Miranda, a Aprender Editora atua como ponte entre educadores, estudantes, famílias e gestores, sustentando o princípio de que toda criança tem o direito de aprender a ler e escrever com autonomia e cidadania.

Josmário Nogueira Cordeiro é o CEO e sócio da Aprender Editora e da Tecnograf, gráfica responsável pela impressão dos livros da Editora. Com longa experiência no setor gráfico, sua trajetória ganhou novo rumo ao se aproximar do universo educacional e do professor Edgar Linhares, fundador da Aprender.

A parceria profissional transformou-se em admiração pela causa da alfabetização. Foi acompanhando a produção dos livros e o impacto dos materiais que Josmário se envolveu profundamente com a

missão de educar e transformar vidas.

Em 2014, comprou parte da empresa, tornando-se sócio majoritário e, depois, CEO. Desde então, conduz a editora ao lado de Ana Cristina Miranda, mantendo vivo o ideal do professor Edgar: alfabetizar todas as crianças do Brasil. Visionário e comprometido, acredita que a educação é o caminho para transformar o País, conciliando sua vida familiar com o propósito de fortalecer a Aprender Editora como referência nacional.

Quando você tem propósito e caminha com pessoas de bom coração, é fácil se apaixonar. Trabalhar 20 horas por dia, pensar em soluções no sábado à noite, estudar no domingo, tudo isso passa a ser natural. A Aprender Editora provoca transformação nas pessoas, e isso aconteceu comigo também."

JOSMÁRIO CORDEIRO

Josmário Cordeiro

A trajetória de Ana Cristina Miranda, diretora de operações e sócia da Aprender Editora, se entrelaça à própria história da empresa. Há mais de 20 anos, começou como secretária do professor Edgar Linhares, fundador da editora, a quem dedicava grande admiração.

Com o tempo, assumiu novas responsabilidades e passou a conhecer profundamente cada processo, tornando-se peça fundamental na estrutura administrativa. Hoje, lidera as operações com competência e sensibilidade, unindo gestão e cuidado humano. Ao lado do sócio, forma uma dupla que equilibra visão estratégica e entrega afetiva.

Nós temos um compromisso com a aprendizagem das crianças, e onde existe aprendizagem, existe cidadania. A gente espera um Brasil muito melhor, é nisso que acreditamos e buscamos todos os dias."

Alfabetização

A missão da Aprender Editora nasceu do sucesso de um projeto em Sobral (CE), no início dos anos 2000, quando o município enfrentava graves desafios na leitura e escrita. Uma equipe de educadoras implementou uma política educacional inovadora, priorizando a alfabetização nas séries iniciais, com formações contínuas, materiais diferenciados e acompanhamento constante dos resultados.

Do êxito dessa experiência nasceu o projeto “Lendo Você Fica Sabendo: Letramento e Alfabetização”, central no Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC) do Governo do Ceará, entre 2008 e 2013. Nesse período, mais de 60% dos estudantes e professores do 2º ano do Ensino Fundamental foram atendidos, consolidando a Aprender Editora como símbolo de compromisso e transformação na educação brasileira.

Ana Cristina Miranda
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Janaína Ximenes e Wellington Oliveira: mais de 15 anos no mercado de intercâmbio somando mais de dois mil estudantes embarcados para programas pelo mundo

HOLA INTERNATIONAL EDUCATION

INTERCÂMBIO, APRENDIZADO E EXPERIÊNCIAS TRANSFORMADORAS

Agência cearense Hola International Education é reconhecida por atendimento personalizado e prêmios internacionais

Conhecer outra cultura, aprimorar uma língua e viver novas experiências são conquistas que nos marcam para sempre. Essa é a essência da Hola International Education, fundada em 2022 por Janaína Ximenes e Wellington Oliveira, profissionais com mais de 15 anos no mercado de intercâmbio e que já embarcaram mais de dois mil estudantes para mais de 30 países.

A empresa se consolidou rapidamente como referência em educação internacional, unindo atendimento personalizado e parcerias com instituições de excelência. Tanto que, em 2024 e 2025, a Hola foi eleita entre as cinco melhores agências do mundo pela Study Travel Magazine, prêmio considerado o “Oscar da Indústria da Educação Internacional”.

"Esses prêmios representam muito mais do que o reconhecimento, eles validam o nosso propósito, a dedicação do nosso time e o cuidado que colocamos em cada etapa da jornada de nossos intercambistas", pontua Wellinton.

Além de oferecer high school tradicional, a Hola é especialista em Boarding Schools, que proporcionam ao estudante a experiência única de estudar e morar numa escola com estrutura de universidade internacional. A agência também oferece programas de Summer e Winter Camps acadêmicos para jovens de 13 a 17 anos, que desejam vivenciar áreas como Medicina, Direito e Relações Internacionais, além de programas de idiomas com experiências culturais para adultos de todas as idades.

Cada intercâmbio é planejado com cuidado e dedicação, alinhando objetivos acadêmicos e pessoais ao perfil de cada família.“O que nos motiva na Hola é a crença profunda de que a educação internacional tem o poder de transformar não só carreiras, mas vidas inteiras”, afirma Janaína Ximenes, cofundadora.

Hola International Education | Intercâmbio Educacional_

Local: Rua Dr. Gilberto Studart 1012, Cocó Contato: (85) 99947-3363

Instagram: @holainternationaleducation

AURÉLIO ALVES

15 ANOS DE TRADIÇÃO COM SOFISTICAÇÃO E AFETO NO UNIVERSO INFANTIL

Referência em móveis e decoração para quartos infantis, a marca comemora uma trajetória marcada por exclusividade, design e conexões duradouras com as famílias

Há 15 anos, nascia a Lis Baby e Kids com um propósito claro: transformar sonhos em realidade através de ambientes infantis que unissem segurança, sofisticação e significado. Desde então, a marca construiu uma história sólida, baseada em atendimento exclusivo e design diferenciado.

“Nossa trajetória é marcada pela dedicação em antecipar tendências e traduzir o que há de melhor no mercado para o universo infantil”, destaca Liane Parente Teixeira, proprietária. O compromisso com o cuidado e a personalização é visível em cada detalhe, fazendo com que clientes retornem para novos projetos e reforcem o vínculo de confiança com a marca.

Mais do que oferecer produtos, a Lis Baby e Kids aposta em relações ver-

dadeiras. O segredo da relevância ao longo dos anos está na capacidade de escutar, compreender e transformar os desejos das famílias em experiências únicas. “Cada geração traz novas necessidades, e por isso inovamos sem perder a essência que nos define”, afirma.

A curadoria do acervo é feita com atenção minuciosa: feiras internacionais, parcerias com arquitetos e designers e uma leitura cuidadosa das tendências do design de interiores.

A decoração é “pincelada cuidadosamente” na escolha dos itens que se encaixem nos projetos de quartos infantis. “Filtramos elementos da decoração de interiores e os adaptamos para compor ambientes infantis que sejam, ao mesmo tempo, lúdicos e sofisticados”, contextualiza Liane.

Móveis versáteis, formas orgânicas e acabamentos sofisticados são tendências aplicadas nos móveis infantis para garantir maior durabilidade.

A preocupação com a segurança também é um valor inegociável. Materiais certificados, acabamentos atóxicos, cantos arredondados e estruturas reforçadas fazem parte do DNA da marca. “Nossos móveis estarão presentes nos primeiros sorrisos, nos primeiros passos, nas memórias que ficam para sempre. Por isso, precisam transmitir confiança e cuidado”, conclui a fundadora.

Ao completar 15 anos, a Lis Baby e Kids reafirma seu papel de referência no mercado e celebra não apenas o passado, mas também o futuro, atuando para que cada família viva momentos marcantes com toda a confiança, beleza e sofisticação que merece.

Lis Baby e Kids_

Endereço: Av. Senador Virgilio Távora, 884A, Meireles

Contato: (85) 3032.6228

WhatsApp: (85) 99402.6898

Facebook e Instagram: @lisbabyekids

Numa carreira ascendente e queridinha pelos figurões do luxo no mundo, mineira Lívia Nunes é nome em evidência do universo fashion internacional

Texto_Clóvis Holanda

Paris, fila A. Um dos desfiles mais aguardados da Fashion Week na Cidade Luz, temporada Primavera-Verão 2026, era da icônica Maison Dior que, após anos entregue a vários designers de moda, voltava a concentrar sua direção criativa em um único estilista, Jonathan Anderson.

Antes dele, apenas o próprio Christian Dior havia comandado as linhas masculino, femi-

nino e haute couture da grife. Os ingressos foram disputados a tapa, com luvas de veludo Dior, por personas da moda do mundo inteiro.

Dentre as presenças no badalado fashion show, Anya Taylor-Joy, Rosalía, Charlize Theron, Jenna Ortega e uma jovem brasileira que, com seu estilo autêntico, conquistou os holofotes de um dos mercados mais disputados do mundo, o da moda de luxo.

Lívia Nunes Marques (sobrenome do marido, Adibe Marques, herdeiro do império Cimed) tem 25 anos e nasceu em Divinópolis, interior de Minas Gerais, onde costumava brincar na fábrica de jeans do avô.

Iniciada em 2015 no YouTube e seguida por milhões de seguidores em todas as plataformas digitais, ela consegue, desde o início, performar baseada num ativo cada vez mais raro na web: autenticidade.

Mesmo trabalhando com marcas como Dior, MiuMiu, Prada, Valentino, Tiffany & Co., Dolce & Gabbana, Drew House, Hope Resort, Carol Bassi, Arezzo, dentre muitas outras, Lívia encontrou e segue perseguindo uma fórmula muito sutil de caminhar pelo mundo do luxo, que mescla ousadia, fashionismo e uma semiótica para falar do estilo que é só dela.

“Sempre gostei de fazer coisas diferentes, tento fazer do meu jeito, de uma forma que seja autêntica e original. Nunca seguiria algo apenas por ser tendência. Sinto a moda instintivamente. É a vontade do que eu estou querendo usar, misturada com a forma que eu edito e faço o styling”, diz ela, em entrevista enviada a Pause pela assessoria da influencer.

Se o segredo do seu aclamado estilo próprio, conforme ela explica, é se jogar no embalo mental, a jovem encontrou o pote de ouro no fim do arco-íris. É grande a lista de marcas poderosas querendo um espaço entre as fotos e vídeos que a musa fashion compartilha.

cartola_ livia nunes_

Um dos períodos de maior busca são as temporadas de inverno em resorts do jet set internacional, quando ela se permite apostar em acessórios e fashion-delírios ainda mais disruptivos, como quando se vestiu de coelho de pelúcia ou ursinho gigante para brincar na neve.

“Minhas temporadas de inverno são esperadas pelo meu público. É diversão pura, um momento em que eu brinco com as roupas, personagens e tenho uma super-visibilidade, misturando turismo, diversão, moda e esporte”, explica.

Para o desfile da super-tradicional Yves Saint Laurent, Lívia fez um mix de peças em xadrez que, em outra pessoa, soaria um deslize fashion, mas nela, tudo se torna “trend”.

“Foi um desfile icônico de uma maison que revolucionou a moda ao dar poder e liberdade às mulheres. Ainda hoje Saint Laurent segue traduzindo esse espírito em um luxo contemporâneo, ousado e culturalmente relevante”, disse sobre o desfile da marca eternizada em trajes vestidos por divas como Catherine Deneuve, Betty Catroux, Loulou de la Falaise e Paloma Picasso.

SEMPRE GOSTEI DE FAZER COISAS DIFERENTES, TENTO FAZER DO MEU JEITO, DE UMA FORMA QUE SEJA AUTÊNTICA E ORIGINAL"

Única brasileira it girl convidada para assistir a premiére de The Tiger, apresentação da Gucci que marcou a estreia de Demna à frente da direção criativa da maison, a mineira não brincou em serviço, pisou segura com full look Gucci - styling de Pedro Sales - e a bolsa (apelidei de grass bag) que promete ser objeto-desejo das endinheiradas pelo planeta.

Ao mesmo tempo em que subverte, com charme único, a forma de compor looks e aplicar acessórios, Lívia também é muito aberta a novos formatos audiovisuais. Foi pioneira em mostrar cenas de sua rotina “feliz no simples” em takes como se estivesse sendo observada à distância por um paparazzo. Fez escola e foi copiada à exaustão.

Quando sente o excesso, sai em busca de outros caminhos, atitude de gente segura. A inspiração não vem de graça: “Música, arte, arquitetura, viagens, comidas, experiências, culturas, tudo me inspira”, diz ela, sempre reforçando a importância do big time que a acompanha em todas as ações.

Sobre o futuro, está de braços abertos ao que virá e já prevê cenas dos próximos capítulos…“Acredito que moda e tecnologia se tornarão inseparáveis, com realidade aumentada, realidade virtual, inteligência artificial e tudo de novo que vem surgindo. Temos a possibilidade de criar novas maneiras de vivenciar e personalizar a moda”, prevê. Ou seja, ainda podemos esperar muito “atrevimento” fashionista dessa garota.

Brilha!

DR. ABELARDO TARGINO: 35 ANOS DE DEDICAÇÃO NA OFTALMOLOGIA

Fundada em 2003, a clínica é pioneira no Ceará na sua área de atuação, reunindo ciência, tecnologia e humanidade em um só lugar

Depois dos 40 anos de idade, mesmo aqueles que nunca precisaram usar óculos ao longo da vida, acabam sentindo necessidade. É meu caso. Frequentar oftalmologistas nunca fez parte da minha rotina de cuidados, até não conseguir mais ler a olhos nus.

Meu check up ocular anual foi no Centro Avançado de Oftalmologia, complexo distribuído ao longo de quatro andares e também emergência oftalmológica no piso térreo do Harmony Medical Center. À frente, o médico Abelardo Targino, grande referência em Retina e Catarata no Ceará. O oftalmologista Abelardo Targino vive um momento especial celebrando 35 anos de formação médica. O profissional é sócio-diretor do Centro Avançado de Oftalmologia.

Antes de chegar ao meu momento com dr. Abelardo, passei por alguns exames e medições com outros profissionais. Primeiro a autorrefração, para medir, de forma objetiva, meu grau, depois a tonometria, que averigua a pressão intraocular. Na sequência, fui recebido pela médica Marcídia Soares, que realizou os exames de anamnese, tonometria, avaliação subjetiva da visão e exame da superfície ocular, incluindo córnea e olho seco, que é a área de especialidade da profissional.

Sinais dos tempos

Durante minha conversa com Marcídia, ela chamou-me atenção para dois sintomas oculares cada vez mais comuns atualmente e que têm relação com o excesso do uso de telas: a secura do olhos (o Centro Avançado de Oftalmologia dispõe de uma equipe voltada só para este problema) e também uma onda de casos de miopia em crianças.

Foi com ela, também, que fiz uma análise subjetiva da minha capacidade de visão, exame indispensável mesmo diante da alta tecnologia de que dispõem nos aparelhos.

Além da dra. Marcídia Soares, a equipe clínica é composta por Regina Forte (Retina Clínica), Livia Noronha (Glaucoma), Daiane Memória (Ecografia e Tumores Oculares), Rafael DeMontier (Retina) e Raquel Pinheiro (Oftalmologia Geral ), profissionais que atuam diretamente com Abelardo Targino. O complexo compreende mais de 40 médicas em sua equipe.

QUANDO

ACOMPANHEI

UMA CIRURGIA DE CATARATA E VI A

POSSIBILIDADE DE FAZER ALGUÉM ENXERGAR (...) ME APAIXONEI"

DR. ABELARDO TARGINO MÉDICO OFTALMOLOGISTA

Tecnologia à serviço da saúde

A paixão pela saúde ocular fez de Abelardo Targino também um conhecedor das tecnologias aplicadas à Oftalmologia avançada. O médico sempre acompanha os lançamentos da área, em boa medida concentrados nas indústrias da Alemanha, Japão, Suíça e Estados Unidos. No Centro Avançado de Oftalmologia há uma sala dedicada aos exames de maior complexidade. Enquanto fazia alguns deles (até o fim da matéria conto para vocês o que descobri no meu olho), Dr. Abelardo me explicava cada uma das poderosas máquinas.

Começamos pelo Optos Califórnia, o aparelho permite detectar anomalias ou doenças periféricas — incluindo pequenas rupturas e descolamentos de retina, além de tumores oculares que podem passar despercebidos em uma retinografia tradicional.

“Atenção se você vê flashes, moscas volantes na vista, histórico de descolamento da retina na família e diabetes, esses aspectos são indícios de que pode haver algo irregular na retina”, alerta didaticamente Abelardo, lembrando que a principal causa de doença que leva à cegueira pela retina é a Retinopatia Diabética.

Num local de destaque da sala, o recém-chegado Argos, mais avançado aparelho para o pré-operatório das cirurgias de catarata, seja ela no idoso ou com implantes de lente para não usar grau. “Esse equipamento é fundamental para determinar o grau da lente que vamos implantar no paciente, a posição; e se comunica diretamente com o centro cirúrgico, zerando os riscos de quaisquer erros na transferência de dados”, explica.

Outro ponto alto da clínica é o Laser da Quantel, um laser multispot. “É a melhor tecnologia do mundo em termos de segurança, rapidez, redução da dor, já que todo laser causa incômodo. Esse por ser muito mais rápido, reduz bastante o desconforto”, explica ao mostrar a máquina.

Por fim, o médico me apresenta o “OCT”, da alemã Heidelberg Engineering, que realiza a tomografia da retina. “Nesse aparelho consigo ver camada por camada, quase ao nível celular, detalhes como um vaso anormal. É o mais moderno do mundo”. É também a forma mais eficiente de diagnosticar uma degeneração macular, problema que atinge 10% da população mundial a partir dos 60 anos, causados por fatores genéticos, ambientais e uso do cigarro.

A clínica acaba de adquirir o segundo Heidelberg, a versão mais moderna do mundo, com tecnologia Heyex. O novo equipamento também realiza tomografia do segmento anterior e angiografia de alto detalhe, com a avançada tecnologia de OCT-A que dispensa o uso de corantes para avaliar a vascularização da retina e coroide. Também vem com moderníssima análise estandardizada do glaucoma e sua progressão, ferramenta que já se tornou indispensável para o bom tratamento.

Surpresa! Ao analisar meus exames, o médico descobriu uma rotura na retina, uma espécie de rasgadura, que não causa nenhum efeito na visão, mas que me deixa muito suscetível a um descolamento da retina. Munido sempre das boas soluções, Abelardo me indicou fazer um laser. Faremos.

Adeus aos óculos

Pessoas 40+ que ainda não têm catarata, mas desejam ficar livres de óculos e lentes, passam por uma série de exames no Centro Avançado de Oftalmologia. São avaliadas a curvatura e a saúde da córnea, além do filme lacrimal, para descartar ressecamento. Outro passo é o Pentacam, equipamento disponível em poucas clínicas, que faz topografia em altíssimo nível, para diagnóstico e tratamento de ceratocone, pré e pós operatório de cirurgia refrativa com análise de wavefront (aberrações de alta ordem).

Aprovado para a cirurgia, o paciente antecipa a resolução de um problema comum na terceira idade: a catarata. Trata-se da cirurgia facorefrativa, considerada o que há de mais moderno para eliminar óculos e tratar a catarata antes mesmo de ela se instalar.

_experiência pause

Injeções: inovação oftalmológica

Para quem tem Retinopatia Diabética e também Degeneração Macular na forma exsudativa (DMRI), Abelardo explica que há duas formas de tratamento. O primeiro, mais simples, via laser. Uma segunda forma, de média complexidade, são as aplicações de antiangiogênicos, que combatem a formação de vasos anormais, sintoma promovido pela diabetes. As medicações foram um dos temas centrais do Seminário Mácula 2025, encontro de oftalmologistas que o médico organiza e promove desde 2003. “É como as canetas emagrecedoras, há sempre uma novidade, um avanço a ser decifrado”.

As medicações mais utilizadas via injeções intraoculares são Vabysmo e Eylea 8 mg. Há a expectativa também da iminente aprovação das novas injeções para DMRI seca pela Anvisa (já disponíveis nos EUA).

Pronto Atendimento

Como parte das últimas ações de expansão na oferta de serviços, o Centro de Oftalmologia Avançada abriu um pronto-atendimento no piso térreo do Harmony Medical Center, que funciona de segunda a sexta, das 8 às 19h, e aos sábados, das 8h às 13h, com médicos de plantão para acolher emergências, incluindo oftalmopediatras.

Dr. Abelardo Targino (CRM 5246 | RQE 8973) Centro Avançado de Oftalmologia_

Endereço: Av. Dom Luís, 1233 - 14º Andar

Harmony Medical Center, Meireles

Telefone: (85) 3486-6366

Whatsapp: (85) 99162-8506

E-mail: ouvidoria@retinaecatarata.com.br

Parfums de Marly se inspira no luxo da corte de Luís XV, na tradição francesa da perfumaria aristocrática do século XVIII, reinterpretando esses elementos com matérias-primas de alto nível e perfumaria moderna, com exclusividade na Iconic Perfumaria

ICONIC PERFUMARIA

Iconic, cada perfume é uma joia invisível escolhida para refletir quem você é

Na era em que o luxo deixou de ser apenas aquilo que se vê para se tornar também aquilo que se sente, a perfumaria de nicho desponta como o território mais íntimo da sofisticação. É o encontro entre arte, memória e identidade, traduzidos em fragrâncias que carregam histórias.

É nesse cenário que surge a Iconic, maison de perfumaria de alto luxo em Fortaleza, que transforma o ato de escolher um perfume em um verdadeiro ritual de autodescoberta.

“A perfumaria de nicho é aquela que traz criações assinadas por mestres perfumistas reconhecidos mundialmente e que fazem suas criações inspiradas em histórias, grandes momentos ou lugares especiais. É como uma arte de criar fragrâncias”, explica Saulo Baquit, Head da Iconic e responsável pela curadoria da marca.

A grande diferença em relação à perfumaria comercial está na ousadia e na precisão. Aqui, matérias-primas raras e nobres — sejam naturais ou sintéticas de qualidade — ganham vida em mãos de artistas que transformam moléculas em narrativas. Concentrações elevadas de óleos essenciais, fixadores sofisticados e solventes puros garantem fixação, intensidade e exclusividade.

Cada borrifo é pensado para ser não apenas sentido, mas lembrado. Na Iconic, esse cuidado vai além do frasco. O atendimento consultivo convida o cliente a narrar preferências, vivências e memórias, em busca da fragrância que mais se conecta à sua história pessoal. Para intensificar a experiência, a maison oferece uma etapa singular: uma esfoliação desenvolvida especialmente para a loja, que prepara a pele para receber o perfume em sua essência mais pura.

O resultado é uma escolha assertiva, sensorial e única. Encontrar uma assinatura olfativa, afinal, é mais do que escolher um perfume: é construir identidade. Seja por meio de uma fragrância única ou pela tendência do layering — a arte de sobrepor perfumes para criar um acorde exclusivo —, cada cliente descobre o luxo invisível de carregar consigo uma joia olfativa.

“Costumamos dizer que o perfume é uma joia invisível, mas completamente percebida. Usar um perfume de nicho é como agregar esse valor à sua imagem pessoal”, resume Saulo. E assim, a Iconic transforma o simples ato de perfumar-se em um manifesto de estilo. Uma experiência que não se esgota na pele, mas que ecoa na memória de quem sente.

Na

CEARÁ É LÍDER NACIONAL EM EXCELÊNCIA

NO ATENDIMENTO AO EMPREENDEDOR

O estado tem o maior número de Salas do Empreendedor com Selo Diamante

O Ceará está no topo do empreendedorismo brasileiro, liderando em número de Salas do Empreendedor certificadas com o Selo Diamante de Referência em Atendimento. O estado é hoje símbolo de excelência no apoio aos micro e pequenos negócios.

A certificação é concedida pelo Sebrae Nacional às unidades que oferecem serviços de excelência. O reconhecimento consolida o compromisso do Sebrae/CE e das gestões municipais em fortalecer o ambiente de negócios e ampliar o apoio a quem deseja empreender.

Com aproximadamente 170 Salas do Empreendedor, disseminadas em 162 municípios, o Ceará construiu uma ampla rede de atendimento que facilita a vida de quem quer abrir, formalizar ou expandir um negócio. Em um único espaço é possível encontrar serviços como abertura de CNPJ, emissão de alvará, capacitações, orientações sobre crédito e informações sobre compras públicas.

Nos municípios onde estão presentes, as Salas do Empreendedor têm se mostrado um braço forte da economia brasileira. O resultado desse trabalho é destaque em todo o país. O Ceará contabiliza 31 Salas certificadas com o Selo Diamante, sendo 11 somente

na região da Ibiapaba, localidade que hoje é referência em qualidade de atendimento.

Outro destaque é o município de Madalena, no Sertão Central, primeira cidade do país a conquistar o Selo Diamante nas três edições da premiação. Para o superintendente do Sebrae/CE, Joaquim Cartaxo, esse resultado mostra o desenvolvimento dos territórios cearenses. “O trabalho que vem sendo feito no estado está colhendo frutos não só pelo número de Salas certificadas, mas principalmente pela qualidade e inovação dos serviços que vêm sendo prestados aos empreendedores cearenses”, afirma.

Representando um modelo de política pública moderna e inclusiva, a Sala do Empreendedor é um reflexo de todos os esforços do Sebrae para tornar o Ceará mais empreendedor.

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VEGETAL DO BRASIL

BELEZA E TRATAMENTO: EMPRESA

VEGETAL DO BRASIL UNE BELEZA E BEM-ESTAR COM PRODUTOS

Vegetal do Brasil é uma empresa cearense que traz em seus produtos qualidade, acessibilidade, cuidado e regionalismo

Com insumos nordestinos e as águas do São Francisco, a empresa cearense Vegetal do Brasil possui uma proposta de unir beleza, cheiro e cuidado em seus produtos, oferecendo aos consumidores mais do que fragrâncias: cosméticos que carregam um compromisso com o bem-estar de quem os usa.

Essa qualidade se deve à conexão que a empresa possui com o setor de farmácia. Ela é uma das marcas da Flora Pura, indústria criada em 1949 pelo farmacêutico Jonas Oliveira Lopes. A proprietária das lojas da Vegetal Brasil em Fortaleza, Patrícia Ferreira, comenta, inclusive, que algumas receitas utilizadas antes para tratar os pacientes, hoje, fazem parte da formulação dos cosméticos.

“A gente usa muitas plantas, óleo essencial, vegetal e extratos naturais e regionais, não apenas fragrâncias. Então, você vai ouvir o cliente dizer ‘Ai, mudou minha pele, mudou meu cabelo’, pois tem toda essa raiz de cuidado, temos plantas anti-inflamatórias, aromaterapia e o barbatimão, por exemplo, que era usado para tratar candidíase e hoje faz parte do sabonete Íntimo da marca’”, ressalta.

Um dos desafios é trazer soluções sustentáveis para itens “em alta”. Um exemplo são os “gloss”. Esses produtos possuem glitter na formulação, ou seja, plástico. Como solução, o brilho labial da Vegetal do Brasil usa pó de mica, uma pedra natural e mineral energizante.

“A gente consegue dar um brilho muito maior ainda do que o próprio Glitter. E, ainda por cima, um brilho que vai tratar em vez de prejudicar. A nossa Linha sempre nasce dessa concepção: de trazer o que se quer, mas traduzido para uma coisa de cuidado”, explica Patrícia.

Outros pontos de sustentabilidade e preocupação com a natureza são buscados pela empresa. Nenhum produto é testado em animais e todas as embalagens da marca são recicladas ou recicláveis. Inclusive, o próprio cartão da Vegetal Brasil “tem vida”, podendo ser plantado.

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JÚLIO CAESAR

A NOSSA LINHA SEMPRE NASCE DESSA CONCEPÇÃO: DE TRAZER

O QUE SE QUER, MAS TRADUZIDO PARA UMA COISA DE CUIDADO"

PATRÍCIA FERREIRA SÓCIA-PROPRIETÁRIA

Produtos que carregam histórias

Com um portfólio de mais de 500 produtos, a Vegetal do Brasil oferece soluções para corpo, rosto, cabelo, ambiente e até suplementos e produtos para casa. Cada linha é pensada para ser mais do que apenas um cosmético, entregando experiências.

A linha Cariús, por exemplo, é inspirada em nomes de mulheres indígenas. Cada fragrância traduz uma personalidade feminina, criando identificação com quem a usa. Patrícia conta que ao observar o cliente os vendedores já conseguem identificar qual produto da linha será o preferido dele.

Já a Vegetal Spa, criada na pandemia, nasceu do desejo de reconexão com as

emoções, trazendo o poder da aromaterapia, terapia alternativa reconhecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com óleos essenciais, que contempla: calmaria, energia, equilíbrio e intensidade. Patrícia ressalta, por exemplo, a lavanda que tem o poder de acalmar, o capim limão e o limão siciliano, que energizam, entre outros.

Outra linha da marca é a Extratos do Sertão, que celebra frutas e plantas regionais. É composta atualmente por três fragrâncias e terá, ainda este ano, uma quarta, realizada em parceria com o jornal O POVO, denominada “Vida & Arte”. O produto terá como inspiração o xique-xique, que é um tipo de cacto nativo da Caatinga.

A meta é unir qualidade com preço justo

A Vegetal do Brasil possui atualmente quatro lojas físicas, sendo, as de Fortaleza, no Reserva Open Mall, no Shopping RioMar Papicu e no North Shopping Jóquei, e a do Eusébio, no Shopping Buena Vista. Ela entrou no mercado há uns 15 anos, primeiro na parte da distribuição e, desde 2021, com a abertura dos estabelecimentos.

Por serem lojas de fábrica, elas oferecem preços justos sem que o produto perca o que tem de mais importante: a qualidade. Patrícia ressalta que a ideia é que as pessoas sempre tenham acesso a esses cosméticos, sem que sejam necessárias “promoções infladas”.

“Nós temos um cuidado em todo o ciclo, desde fábricas mais enxutas com profissionais de qualidade e a preocupação com a matéria-prima e os fornecedores, até uma margem de lucro menor, para que a gente consiga abraçar o Brasil e levar o produto para onde queremos. Não trabalhamos com promoções, sempre que a pessoa for lá ela vai achar um preço justo”, afirma.

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JÚLIO CAESAR

A atenção da marca também se estende ao atendimento. Cada cliente é acolhido com atenção, vivendo uma experiência que vai além da compra, sendo um convite para “respirar, desconectar e sentir”, uma das frases da empresa.

A dona das lojas explica que o que está por trás desse trabalho e da formulação de cada produto é o amor que cada um tem pelo que está sendo criado, que só entra no mercado se “arrancar um ‘uau’ de toda a equipe”.

“A gente valoriza o cuidado e o carinho, tendo atenção a cada detalhe. A experiência do cliente é o mais importante. Por isso, o nosso maior marketing hoje é o cliente, porque ele faz propaganda como se a gente pedisse. É impressionante como ele está tão envolvido com o produto. Então, o pensamento macro é sempre entregar um produto de primeiríssima qualidade com um preço acessível”.

Além disso, os funcionários ainda buscam atender cada pessoa de forma individual e humanizada, ten-

tando transmitir a essência da marca e os seus benefícios e valorizando a história de cada pessoa.

“Nós lidamos com autoestima. A gente precisa que o cliente saia da loja mais feliz do que quando entrou, e para isso, focamos nos detalhes da concepção do produto, da qualidade, da embalagem, transmitindo o que cada linha quer passar. É um papel muito bacana”.

Por fim, o atendimento se destaca. A experiência do cliente nas lojas físicas integra o processo da Vegetal do Brasil: para além da produção sustentável e da qualidade. A proprietária Patrícia Ferreira descreve o ato de comprar na empresa como “diferenciado”.

Ao resumir o processo, a proprietária cita o cuidado com os “detalhes”: “Detalhe da concepção do produto até a gente chegar na casa dos clientes. O detalhe para a gente faz toda a diferença - esse encanto e envolvimento. A gente lida com autoestima, então a nossa meta em loja, muito mais do que clientes atendidos, são clientes felizes”.

Duas circunstâncias geralmente me deixam bem relaxado. Quando estou na Lagoa do Uruau eu relaxo bastante, com amigos, ali me desconecto de tudo. Também no aeroporto, quando entro no avião, independentemente do destino, eu relaxo. É algo que me desconecta aquela sensação de estar no ar"

SILVIO FROTA

EMPRESÁRIO E FUNDADOR

E DIRETOR DO MUSEU DA FOTOGRAFIA DE FORTALEZA

Tenho o privilégio de morar perto da Trilha do Cocó. É lá que esqueço do mundo, naquela imersão na natureza, sem precisar sair da cidade. Estando ali dentro, a gente nem suspeita que estamos rodeados por tantos carros, ruídos urbanos e a pressa da rotina"

MARIANA MARQUES EMPRESÁRIA E COMUNICADORA

AURELIO ALVES

Texto_Sofia Herrero

Em uma era digital na qual os sentidos cada vez mais se aguçam, sentar-se à mesa para partilhar uma refeição tem ganhado dimensões multissensoriais. Se antes a finalização do prato era critério único de deleite, hoje, o que se soma à culinária é o ambiente que nos cerca.

Entre imóveis históricos, decorações inusitadas e ambientes contemporâneos, Pause foi ouvir chefs da capital cearense, a fim de entender o encantamento que seus espaços agregam à gastronomia. Nas páginas a seguir, os arquitetos de sabores: Thiago Lima, padeiro-chefe da Pâine, Marco Gil, chef do Ciranda, Frederico Jayme, chef do Amecari, e a chef Vanessa Viana, do Matina Brunch e Café.

A história da panificação milenar CASA PÂINE

Para os irmãos Thiago e Juliana Lima, antes de se tornar um negócio, a panificação ocupava um lugar afetivo na mesa familiar. A história da Pâine começou quando Thiago regressou de um curso de Gastronomia em Barcelona e, observando a ausência de pães de fermentação natural, passou a fabricar para consumo próprio.

“Se eu procurava esse tipo de pão, por que outras pessoas também não se interessariam?”, indagou Thiago. Foi aí que começou a Pâine, em 2016, em uma casinha localizada na Rua Castro Monte, na Varjota. Hoje, os irmãos falam da mais nova sede da Pâine, que ocupa o número 938 da Avenida Santos Dumont.

Inicialmente projetada pelo arquiteto Luiz Gonzaga, o casarão que hoje se perfuma com o cheiro do pão foi edificado em 1919. Ao cair no projeto de transformação da família Lima, o restauro externo ficou por conta do escritório Romeu Duarte, enquanto a arquitetura interior ganhou a assinatura de Larissa Ary.

O resultado foi um projeto de retrofit que combina aspectos históricos da edificação com móveis familiares e fotos que contam sobre o passo a passo da panificação em suas paredes.

No salão da Casa Pâine a beleza do passado se une à moderna arquitetura do presente sem perder o charme da casa que virou patrimônio tombado

Um passeio ao redor do globo

Nascendo sob a premissa de produzir pães de fermentação natural e sem conservantes, a Pâine honra a representação da panificação histórica em seu cardápio. Com influências da viennoiserie francesa, a produção da Pâine transita entre o pão (boulangerie) e a confeitaria (pâtisserie). Diariamente, a vitrine expõe croissants, cinnamon rolls, pain au chocolat e brio-

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ches, que atendem à textura leve e folhada da técnica europeia.

Além de fornadas que vão desde o clássico carioquinha - desenhado em formato redondo, a carta de opções se estende por pães como o lavash, receita árabe que se assemelha ao pão pita, o pão germânico bagel e a receita chinesa de baozi, pão cozido no vapor.

Av. Santos Dumont, 938 - Aldeota Horário Funcionamento: de terça-feira a sábado, de 7h às 20 horas e de 7h às 13 horas no domingo Instagram: @paine.casa

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FOTOS

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comer com os olhos_

Valorizar o método

Fundado em janeiro de 2025, o Ciranda nasceu da vontade do chefe português Marco Gil de oferecer um espaço despojado para o compartilhamento de histórias à mesa.

Inspirado sutilmente na culinária portuguesa, o Ciranda acredita na brasa como forma de valorização dos insumos, apresentando como base de seus pratos o polvo, a lula e o "secreto", um corte suíno localizado na parte traseira do lombo. Além da carta de drinks assinada por Alex Yuji, o bistrô também possui uma extensa carta de vinhos, com foco em rótulos nacionais.

Com capacidade para 60 pessoas, a portinha na Varjota esconde o imóvel que passou por um projeto de reforma assinado pelo arquiteto Davi Pontes, com colaborações e palpites de toda a equipe.

“É uma cozinha muito honesta, que se faz no tempero, calor e na suavidade”, detalha Marco Gil, chefe e idealizador do Ciranda

Influência ibérica

Na culinária ibérica, o pão não é apenas acompanhamento: ele é elemento de ligação entre os pratos. De acordo com Marco Gil, o Ciranda partiu dessa prática de compartilhamento, herdada de Portugal e Espanha.

“A brasa é a nossa fórmula principal de equação na cozinha, mas acho que essa é a única influência genuína de Portugal, pois no resto tentamos valorizar os ingredientes locais que temos, sem fazer muita maquiagem ou finalização. É uma cozinha muito honesta, que se faz no tempero, calor e na suavidade”, explica.

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R. Frederico Borges, 372 - Meireles

Horário Funcionamento: de terça a sextafeira: 12h às 15h30 e de 18h30 às 23 horas; Sábado: 12 horas às 16h30 e 18h30 às 23 horas; Domingo: 12h às 16h30 Instagram @cirandabrasaautoral

Experiências compartilhadas

Ao ser questionado sobre o nome, Marco explicou: “A ciranda reflete bem essa ideia de que fosse um local despojado. Que as pessoas sentassem, dessem as mãos e compartilhassem histórias, comida e bebida. Ao invés de darmos as mãos enquanto dançamos, esse nome reflete isso: darmos a mão à mesa, pois somos um restaurante para compartilhar experiências”.

Compartilhando também da veia artística, o restaurante chama a atenção pela quantidade de obras de arte, que vão da porta de entrada até a cozinha. Com curadoria rotativa da artista plástica Alice Dote, a ideia é que o bistrô seja também uma plataforma para exposição de inúmeros artistas cearenses.

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AMECARI

Culinária sazonal criativa

Sob o mote da cozinha sazonal criativa, o Amecari surgiu em 2022, em um casarão da década de 1950, no bairro Aldeota.

Filho de donos de restaurante, o chef Frederico Jayme cresceu envolto na área, escolhendo se formar em gastronomia por herança e vocação. Cursou artes culinárias internacionais pela Universidade West London, em Londres, onde passou por diversos restaurantes de renome ao longo dos doze anos em que por lá ficou.

Ao retornar ao Brasil, em 2019, e com o início da pandemia em seguida, o gastrônomo começou a realizar a proposta de restaurante online, um menu degustação servido em tempos, enviado por delivery. Hoje, a premissa do menu degustação segue sendo a base do estabelecimento.

Servido em quatro tempos, com oito etapas, ou seja, oito mini pratos, o menu muda semanalmente.

Com o intuito de fazer uma "volta ao mundo", em que cada prato representa um país ou uma região específica, a cada semana a expe riência Amecari convida o cliente a imergir na cultura alimentar de um povo, sempre com um toque de criatividade da gastronomia con temporânea.

A sazonalidade dos ingredientes é um fator crucial e está diretamente ligada ao processo de compra e planejamento do menu

Ao pensar em um nome, Jayme queria algo que remetesse ao Ceará, mas sem recorrer a obviedades.

Amecari é palavra anagrama de Iracema

Apesar da rotatividade do menu, uma parte característica dele nunca muda. Ele começa com um amuse-bouche, um aperitivo que consiste em caldinho de leite de coco fresco com cogumelos orgânicos de Guaramiranga.

“O caldo é nossa marca registrada e é por isso que o mantemos semanalmente também, para dar a nossa cara. Ele é servido com uma cocada de cogumelo de Guaramiranga, que é feita do bagaço do leite de coco. A ideia de usar o bagaço do coco é para reaproveitar e não perder nada do insumo”, explica Jayme.

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R. Silva Paulet, 1100 - Aldeota Horário Funcionamento: de quarta-feira a sábado, de 12h às 15 horas e de 18h às 21 horas

Instagram: @amecarirestaurante

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Apesar da proposta diurna, a casa funciona das 7h às 20 horas, com a ideia de oferecer uma pausa a qualquer hora do dia

Brunch nova-iorquino

Natural de Presidente Figueiredo (AM), Vanessa Viana mora no Ceará há mais de 30 anos. Graduada em Gastronomia pela Unichristus, fez cursos técnicos em cozinha e confeitaria pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), participando posteriormente como sócia do Zelig Drink Baronde criou um cardápio de brunch bem-sucedido.

Com o desejo de expandir esse conceito em um espaço com sua identidade, inaugurou, ao lado do designer e sócio Aloísio Silvestre, o Matina, em novembro de 2024. Inspirado no tradicional brunch nova-iorquino, o Matina Brunch e Café traz um cardápio que transporta seus clientes para a cidade da maçã, com panquecas, waffles e bagels artesanais.

Oferecendo de toasts inusitados a panelinhas bem servidas, o cardápio mistura influências norte-americanas com o melhor dos insumos brasileiros, criando opções inventivas como o Pavê de Cupuaçu. Com assinatura do escritório Anik Mourão, o imóvel na República do Líbano convida, desde a entrada, para que esta pausa te leve além do cenário habitual.

MATINA BRUNCH E CAFÉ

Luz e Verde

Para agregar à proposta matutina, além dos elementos decorativos, a casa respira luz natural e verde. Com vidraças luminosas e o paisagismo assinado por Bruno Ary, o café conta com uma parede de plantas que combina com o verde utilizado na tipografia dos cardápios.

“A ideia sempre foi ter um espaço claro, iluminado, com essa vidraça. Sempre quisemos um lugar muito solar, que agradasse a todos. E conseguimos, pois temos desde o público jovem, passando pelas senhorinhas, famílias, somos um ambiente plural e inclusivo. Tornou-se um espaço muito acolhedor e intimista ao mesmo tempo”, conta Vanessa.

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Bagel com gravlax

“Indiscutivelmente, o bagel com cream cheese e gravlax”, responde a chefe ao ser questionada sobre qual a iguaria que mais gosta da casa. Segundo Vanessa, todo o cardápio do Matina, de alguma forma, encontra similaridades com o carro-chefe citado.

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R. República do Líbano, 640 - Meireles

Horário Funcionamento: de terça-feira a domingo, de 7h às 20 horas

Instagram: @matinabrunchcafe

O veganismo deixou de ser nicho alternativo para conquistar estrelas Michelin, passarelas internacionais e prateleiras premium

Texto_Camilla Lima

Por muito tempo o veganismo foi associado a escolhas alimentares simples e a um estilo de vida alternativo. O leque de opções era básico e restrito a saladas e legumes. Muitas vezes associado a uma dieta sem tanto sabor, era difícil fazer boas escolhas fora de casa. Mas hoje, esse cenário mudou e a cena vegana se transformou em um universo de inovação gastronômica, design de materiais, cosméticos de alto valor agregado e um estilo de

vida que vai para muito além do simples consumo consciente.

Esse movimento vai ao encontro de uma tendência global: consumidores mais atentos à sustentabilidade, ao bem-estar animal e à saúde. Assim, o veganismo deixou de ser uma escolha radical para se consolidar como estilo de vida. E nesse métier, o mercado de luxo entrou com vigor, atendendo a um desejo desse consumidor.

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Consciência deluxe

Na gastronomia, esse fenômeno se revela com clareza. Restaurantes reconhecidos internacionalmente já oferecem menus degustação inteiramente veganos. O Légume, em Seul, conquistou em 2024 a primeira estrela Michelin dedicada a um restaurante 100% plant-based da Ásia. Em Londres, o Plates foi o primeiro vegano do Reino Unido a receber uma estrela, em 2025.

Já o renomado chef francês, Alain Passard, decidiu, desde o dia 21 de julho deste ano, parar de servir carne, peixe, laticínios e ovos no L'Arpege, seu restaurante no elegante sétimo distrito da capital francesa, o qual administra há quase 40 anos. Passard é o primeiro chef francês com três estrelas Michelin a adotar um cardápio totalmente à base de plantas, abrindo um novo capítulo no mundo da

gastronomia de luxo.

Made in Brasil, as opções de casas veganas por aqui também têm se multiplicado. Na dianteira dessa lista está o Camélia Òdòdó. No comando do restaurante está Bela Gil, mestra em Ciências Gastronômicas, formada em Nutrição, chef de cozinha natural, escritora e apresentadora. Defensor de um consumo consciente, da comida de verdade, o espaço promete uma experiência única quando o assunto é sabor vegano.

Sob a direção da chef Priscila Herrera, o Banana Verde é um restaurante vegetariano com diversas opções veganas, focado em ingredientes frescos e locais. O cardápio criativo e o ambiente acolhedor fazem da casa uma escolha popular para os entusiastas da culinária à base de plantas.

O prato Moqueca de Pupunha, integra o cardápio do Banana Verde (SP). O restaurante, da chefe Piscilla Herrera, é especialista na cozinha vegetariana e vegana

Tim tim vegano

O universo das bebidas também acompanha essa transformação. Selos como o V-Label (V-Label) e o VEGANOK(VeganOK) certificam vinhos e espumantes produzidos sem o uso de agentes de origem animal, tradicionalmente empregados na clarificação das bebidas. Rótulos certificados, como os da Viña Caliterra, no Chile (Caliterra), ou da Fox & Fox, no Reino Unido (Fox & Fox), começam a ganhar espaço em cartas de vinhos internacionais, refletindo uma demanda crescente por opções sofisticadas e alinhadas a valores veganos.

Uma nova marca. O mesmo cuidado.

Prestes a completar 100 anos de história, resolvemos mudar.

A nossa nova marca re ete evolução e modernidade, mas sem abrir mão daquilo que nos torna únicos: cuidar bem das pessoas e tratar cada cliente com afeto, como sempre zemos.

Venha viver essa nova fase com a gente.

São Luiz Supermercado

Me acostumei com você.

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Da skincare ao vestir

Mas como nem só de comida vive o veganismo, o estilo de vida inclui moda e o famoso skincare na rotina de cuidados com a causa. Nessa esteira, marcas de luxo também já investem pesado no segmento. Depois da Hermés ter lançado uma bolsa de “couro” de cogumelos, Stella McCartney apresenta uma linha de roupas utilizando a mesma matéria-prima, o Mylo. A designer, que desde a criação de sua marca nunca utilizou couro, penas ou peles em suas coleções, sempre esteve na dianteira dessa revolução e aposta em materiais inovadores como o micélio.

A tecnologia que transforma cogumelos em tecidos é chamada de Mylo, e acontece a partir da cultivação do micélio, a parte vegetativa do fungo. O material foi desenvolvido pela startup Bolt Threads, que também já conquistou clientes como Kering (dona das grifes Gucci, Yves Saint Laurent, Bottega Veneta, Boucheron e Alexander McQueen), Adidas e Lululemon. Ou seja, tudo que é chique tá de olho nessa tendência que, parece, veio pra ficar.

Por aqui, o assunto também já entrou no DNA de muitas empresas brasileiras, que já nasceram neste universo. É o caso da King55, que traz opções de roupas, acessórios e calçados. Tudo 100% vegano! Já a Ahimsa, fundada em 2013, foi uma das primeiras fábricas de calçados veganos do mundo.

Para a pele aveludada e bonita de todas as manhãs, o mercado também traz diversas opções luxuosas. Aesop, bastante reconhecida como marca de luxo para skincare, dispõe de linhas veganas, produtos vegetais e ingredientes de alta qualidade. Já a True Botanicals, oferta produtos que enfatizam fórmulas limpas, plant-based, focadas em bem-estar.

Mais do que status, o veganismo de alto padrão ressignifica a ideia de consumo. Ele traduz um desejo de alinhar estilo de vida a valores éticos, sem abrir mão da estética, do prazer e da inovação. Luxo, nesse contexto, não é apenas exclusividade material, é também a raridade de fazer escolhas conscientes em um mundo que ainda normaliza o consumo de origem animal.

McCartney: desde o inverno 2024, todas as peças que parecem ser de couro, na verdade, são de um material chamado Yatay M, vegano, feito de micélio de fungos e poliéster reciclado

Stella

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Viver vegano é alinhar prazer, saúde e consciência

Vegana convicta e apaixonada por explorar novos sabores, Eliziane Alencar alia consciência, criatividade e estilo de vida em tudo que faz. Publicitária, sócia-fundadora da Advance Comunicação e estrategista criativa, ela enxerga no veganismo não apenas uma escolha alimentar, mas uma filosofia que atravessa consumo, estética e ética. A seguir, Eliziane compartilha sua visão em uma entrevista para Pause.

Pause - O que te fez dar o primeiro passo rumo ao veganismo?

Eliziane_ Minha motivação inicial se deu após presenciar, ainda menina, o abate de uma vaca numa fazenda. Era cruel e covarde. Também vi como matavam as galinhas. Era como um filme de terror. Na medida em que fui percebendo que mesmo eu não matando o animal, eu participava daquilo porque eu comia, consolidava-se uma consciência de que se eu consumia, eu financiava. Então, fui retirando animais do prato e também produtos como sabonetes, shampoo, esmalte, cosméticos, bolsas, sandálias, acessórios e tudo que eu ia tomando consciência que tinha exploração de animais na cadeia de produção.

Pause - Quando essa mudança deixou de ser apenas sobre alimentação e virou um estilo de vida?

Eliziane_ O estilo de vida vegano começou até antes da virada de chave total na alimentação. Porque sempre foi muito fácil não comprar roupas, acessórios, móveis e tapetes de couro. Nunca tive carro com banco de couro. E sempre achei bizarro as pessoas usarem casacos, tapetes, móveis de couro, se há muitas outras alternativas.

Pause - Existe um momento marcante dessa transição que você nunca esquece?

Eliziane_ A descoberta das investigações feitas por ativistas nas fazendas, granjas e abatedouros, que trazem cenas chocantes. Ver o desespero dos animais é de partir o coração e impossível de esquecer a frieza das pessoas envolvidas.

Pause - Qual foi o maior desafio nesse processo?

Eliziane_ Achar as informações certas para entender como eu saía daquela cadeia, e romper com a cultura que faz a gente normalizar comer animais e achar que precisamos disso para sobreviver com saúde.

Pause - Muita gente acha que um cardápio vegano é um cardápio restrito. Mito ou verdade?

Eliziane_ É um grande mito porque a variedade de vegetais é infinitamente maior e as possibilidades de combinações são praticamente infinitas. Tem muitas opções, inclusive, que tem sabor e textura iguais ao das preparações com carnes de animais - pra quem tem memória afetiva desse sabor.

Pause - Na sua rotina de consumo, que mudanças mais te transformaram além da alimentação?

Eliziane_ A dieta vegana é transformadora, especialmente se você dosa bem o equilíbrio nutricional do que você come. Você desinflama o corpo, desincha, aumenta a imunidade, reduz colesterol, tem mais disposição, melhora a pele. Vivi tudo isso e fui descobrindo o quanto o consumo de alimentos de origem animal fazem mal para a nossa saúde.

ELIZIANE ALENCAR / ACERVO PESSOAL

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Pause - Qual mito sobre o veganismo você gostaria de desfazer de vez?

Eliziane_ O mito de que precisa de ovo pra fazer bolo. Mas, o mito mais comum é que algumas pessoas têm preconceito com a comida vegana por desconhecimento mesmo. Porque, na verdade, a maioria dos alimentos são veganos. Não é só salada. Arroz, feijão, batata, frutas, aveia, castanhas, sementes como gergelim etc. Estimulo as pessoas a perceberem que é só tirar o pedaço do animal do prato e inserir vegetais mais protéicos.

Pause - Em poucas palavras: o veganismo te trouxe mais… saúde, consciência ou liberdade ?

Eliziane_ Mais saúde, mais consciência, mais liberdade. Difícil dar um peso certo pra saber onde foi o maior ganho. Mas incluo aí ainda outros ganhos. O ambiental, já que a negócio de exploração de animais nas fazendas é o que mais derruba florestas, consome água e emite muito gás metano, destrói habitats dos animais silvestres e gera conflitos no campo com grilagem de terras, incêndios e assassina guardiões das florestas como indígenas e quilombolas. No mar, a pesca industrial está destruindo a biodiversidade marinha, que tem papel vital para a produção de oxigênio e regulação climática. E tem o ganho da felicidade de não financiar o sofrimento dos animais.

Pause - Qual restaurante ou chef vegano no Brasil mais te inspira hoje?

Eliziane_ Temos chefs veganos muito bons aqui em Fortaleza, como a Livaní Moura, da Liva; a Ana Mota, do TerrAna; a Carol Borges, da Borges Baker; a Jéssica Sousa, do Pimenta Vegana; e a Ziane, do Malagueta. Fora daqui, gosto muito da Bela Gil, que comanda em São Paulo o Camélia Òdòdô, e do Daniel Biron, do Teva, que fica no Rio de Janeiro.

Pause - O que não pode faltar na sua despensa vegana?

Eliziane_ Feijão, grão de bico, ervilha, lentilha, soja, tofu, leites vegetais, aveia, gergelim, frutas e suplemento de B12.

Pause - Qual prato vegano é o seu “coringa” para impressionar convidados?

Eliziane_ Churrasco de vegetais e feijoada vegana

Pause - Existe um destino de viagem imperdível para quem ama gastronomia vegana?

Eliziane_ As grandes cidades do mundo, como São Paulo, Nova York, Paris, Londres, dentre outras, têm uma quantidade enorme de restaurantes veganos incríveis. O App Happy Cow tem uma comunidade mundial de veganos indicando restaurantes. Onde você estiver, o App apresenta os restaurantes próximos com avaliações de qualidade e preço.

Pause - Moda vegana: qual peça ou acessório é seu xodó?

Eliziane_ As bolsas da Catarina Mina, que não usam couro e valorizam as artesãs.

Pause - O mercado de luxo já entendeu o veganismo?

Eliziane_ Stella McCartney é prova disso. Todas as suas coleções são veganas e sustentáveis.

Pause - Existe um vinho ou drink vegano que você recomenda para brindar?

Eliziane_ Quase todas as bebidas são veganas. A cachaça vem da cana de açúcar. A cerveja vem da cevada. O vinho, da uva. É importante ver nos rótulos de vinhos se tem selo vegano porque alguns usam produtos de origem animal para clarificar a bebida na produção. O mesmo acontece com a cajuína. Temos aqui a cajuína São João, que tem opção vegana.

Pause - No dia a dia, qual truque deixa sua rotina vegana mais prática?

Eliziane_ O tofu é muito versátil na preparação de pratos e muito protéico. Para lanches rápidos, tenho sempre por perto frutas secas como damasco e mix de amêndoas.

Pause - Qual livro, filme ou documentário marcou sua visão sobre o tema?

Eliziane_ O documentário "Dieta dos Gladiadores", que mostra grandes atletas de sucesso que adotaram a dieta vegana para melhorar o desempenho nos esportes.

A Cachaça Extra Premium Diamant
21 Anos Weber Haus é produzida pela Destilaria Weber Haus, em Ivoti, no Rio Grande do Sul

Texto_Marbênia Gonçalves

No universo da cachaça, aquelas que se destacam como produtos de luxo despertam não apenas o paladar exigente, mas também a curiosidade de colecionadores e apreciadores refinados. Caracterizam-se por sua produção limitada, exclusividade e embalagens icônicas. Essas cachaças são tão cobiçadas quanto as raras edições de destilados de renome mundial, desde os finos whiskies escoceses, até os nobres conhaques franceses e runs caribenhos lapidados pelo tempo.

A representação social da cachaça como uma bebida popular foi ressignificada a partir do trabalho disciplinado de produtores, que investiram na elaboração de uma bebida com perfil sensorial complexo, apostando em matéria-prima de excelência, em fermentação natural e destilação artesanal em alambiques de cobre, além do envelhecimento prolongado em madeiras nobres, especialmente as brasileiras, que contribuem para imprimir aromas e sabores únicos.

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CACHAÇA WEBER HAUS LOTE 48

EXTRA PREMIUM 12 ANOS

Outro rótulo da Weber Haus que se destaca é a “Weber Haus Lote 48 Extra Premium 12 anos”. O nome “Lote 48” faz referência ao lote 48 ocupado pela família alemã Weber ao chegar ao Brasil, local onde, em 1948, iniciou-se a comercialização da cachaça por eles produzida.

É envelhecida por 12 anos em barris de bálsamo e de carvalho francês. É uma cachaça ícone da marca, reconhecida com premiação em concursos pela sua raridade e complexidade.

Tem notas elegantes de baunilha, mel, madeira nobre. No paladar é aveludada, tem doçura licorosa, com retrogosto delicado, com toques de Castanha do Pará, tem final longo e marcante. E harmoniza com queijos curados, Magret de Pato e Medalhões de Filé Mignon com redução de Vinho do Porto.

CACHAÇA EXTRA PREMIUM DIAMANT 21 ANOS WEBER HAUS

Dentre os rótulos ícones das cachaças de luxo a “Cachaça Extra Premium Diamant 21 Anos Weber Haus” é uma preciosidade da categoria Extra Premium. Ela envelhece seis anos em barris de carvalho francês, que imprimem robustez e nuances amadeiradas, e passa mais 15 anos envelhecendo em barris de bálsamo, que agregam fragrâncias delicadas e suavidade excepcional. Lembrando que, legalmente, a exigência para ser considerada Extra Premium é que seja envelhecida, em sua totalidade, por no mínimo três anos.

Essa cachaça apresenta perfil aromático com toque de baunilha, florais como camomila, frutas como damasco e laranja, toque resinosos como menta, além de chocolate e amêndoas. O paladar é aveludado, persistente, que remete a frutas maduras, com dulçor sutil.

É produzida pela Destilaria Weber Haus, em Ivoti, no Rio Grande do Sul. Trata-se de uma cachaça para ser apreciada pura, contemplando plenamente suas qualidades, mas que também apresenta excelente sinergia acompanhada de Charutos Premium.

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20 ANOS

A cachaça “Harmonie Schnaps Reserva Especial 20 Anos” é produzida em Harmonia, no Vale do Caí, Rio Grande de Sul. É envelhecida por 20 anos, sendo 18 anos em barris de Carvalho Americano, 18 meses em barris que amadureceram vinho com uva Syrah e 6 meses em barris de Acácia francesa. É uma bebida com complexidade singular, pois possui camadas de aromas e sabores.

Apresenta aromas complexos de baunilha, tabaco, nozes, frutas vermelhas maduras, florais sutis de acácia, camomila. O paladar é encorpado, de textura sedosa, com final longo e dulçor elegante do melado da cana, caramelo, além de nuances de ameixa seca, chocolate, baunilha e um caráter sutil de anis estrelado.

Uma boa experiência é degustar com queijos azuis, para experimentar o contraste da intensidade do gorgonzola e roquefort com o dulçor da cachaça.

A Cachaça “Princesa Isabel Extra Premium Nebbiolo 5 Anos” é produzida na Fazenda Tupã, em Linhares (ES). Envelhece três anos em barris de carvalho americano e depois se destaca por um diferencial raro: repousa por dois anos em barris de carvalho francês, que antes armazenaram vinho da uva Nebbiolo, tradicional do Piemonte na Itália, e famosa por elaborar vinhos como Barolo e Barbaresco.

No seu perfil aromático predominam as frutas vermelhas maduras, e especiarias como canela, noz-moscada, notas vínicas. O paladar é macio, elegante, com doçura delicada e final levemente tânico. O retrogosto é persistente com fundo amadeirado. É uma bebida requintada e marcante.

Ficará bem acompanhada de pratos agridoces e sobremesas. Harmoniza especialmente com Pernil de Cordeiro assado com redução de balsâmico e framboesas, sendo outra boa opção a Codorna assada com redução de vinho tinto. Para a degustação com sobremesa, o ideal é a Panna Cotta com calda de morango ou o Cheesecake de frutas vermelhas.

CACHAÇA HARMONIE SCHNAPS RESERVA ESPECIAL
CACHAÇA PRINCESA ISABEL EXTRA PREMIUM NEBBIOLO 5 ANOS
CACHAÇA HARMONIE SCHNAPS /
DIVULGAÇÃO

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MAGNÍFICA RESERVA SOLEIRA

No Vale do Café Fluminense, em Vassouras no Rio de Janeiro, conhecido por unir um terroir histórico a métodos tradicionais de excelência, é produzida a “Cachaça Magnífica Reserva Soleira”, inspirada no sistema de envelhecimento usado em vinhos de Jerez, na Espanha, chamado método de soleira. É um sistema interligado de barricas de diferentes safras, no qual a mais jovem tem 6 anos e mais antiga 15 anos. Nessa cachaça, as barrica utilizadas na soleira são de carvalho americano que envelheceram em Whisky Bourbon.

Os aromas predominantes são amadeirados, mel, frutas secas, baunilha e nuances sutis de coco. No paladar é robusta, harmônica, com dulçor elegante, com retrogosto agradável e forte.

É literalmente magnífica para ser apreciada pura, acompanhando charutos leves, e harmoniza com peixes e frutos do mar, como Moqueca Capixaba, Camarões grelhados e Peixe ao molho de coco.

CACHAÇA LADIMINAS ENVELHECIDA

EXTRA PREMIUM 17 ANOS

Com uma evolução de 17 anos em Carvalho Americano, a “Ladiminas Envelhecida Extra Premium 17 Anos” produzida em Cajuri, Minas Gerais, revela sofisticação e complexidade.

É bem aromática, com notas de baunilha, toque amadeirados e frutas secas cristalizadas. No paladar é aveludada, equilibrada, com retrogosto bem longo e marcante, com a presença das especiaria e tostado persistente.

É uma cachaça de contemplação, para degustar lentamente, valorizando cada gole. Também ficará bem acompanhada de queijos maturados, parmesão de longa cura, queijo da Serra da Canastra e Cordeiro ao molho de especiarias.

CACHAÇA
CACHAÇA LADIMINAS /
DIVULGAÇÃO

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A premiada “Cachaça Havana 12 anos” foi criada pelo célebre Anísio Santiago e é produzida em Salinas, Minas Gerais, considerada Capital Mundial da Cachaça. A marca Havana é um Patrimônio Cultural Imaterial de Salinas, por decreto municipal. É um reconhecimento por ser considerada um ícone da destilação artesanal brasileira, famosa nacional e internacionalmente. É uma cachaça considerada objeto de desejo de muitos cachaçófilos.

Revela uma aromaticidade singular, com nuances de caramelo, cravo, baunilha, frutas secas, anis e notas herbais e amadeiradas. No paladar mostra corpo robusto, textura aveludada, e apresenta complexidade de sabores. O final é longo e persistente, com retrogosto que convida à degustação contemplativa.

É envelhecida por 12 anos em tonéis de bálsamo, madeira típica de Salinas. E é indicada para ser degustada pura, com calma, como peça central de uma experiência sensorial completa.

Outra obra prima de Salinas (MG) é a “Cachaça Anísio Santiago Edição Especial 80 Anos”, elaborada para celebrar o legado de Anísio Santiago, lendário mestre de alambique e fundador das marcas Havana e Anísio Santiago.

É envelhecida por 12 anos em barris de bálsamo, que promove complexidade e suavidade únicas. Apresenta um perfil aromático com nuances de mel, amêndoas, frutas secas, baunilha e madeira. O paladar é equilibrado, aveludado, o final é excepcionalmente longo, deixando no retrogosto ecos de frutas secas, notas tostadas e sutis nuances de tabaco. É uma cachaça que se transforma a cada gole, revelando novas facetas aromáticas.

Para harmonização, esta edição especial brilha ao lado de alimentos de intensidade compatível e perfil igualmente sofisticado. Contudo, é também perfeita para degustação solo, permitindo que cada nuance se revele plenamente ao apreciador.

CACHAÇA HAVANA 12 ANOS
CACHAÇA ANÍSIO SANTIAGO EDIÇÃO ESPECIAL 80 ANOS
CACHAÇA HAVANA / DIVULGAÇÃO
CACHAÇA ANÍSIO SANTIAGO / DIVULGAÇÃO

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CACHAÇA SANHAÇU BRADO IPÊ AMARELO

A “Cachaça Sanhaçu Brado Ipê Amarelo” produzida em Chã Grande, Pernambuco, é um exemplo notável de inovação aliada à tradição sustentável. Primeira cachaça orgânica certificada do estado, a marca é totalmente autossuficiente em energia, utilizando painéis solares, além de adotar práticas de reaproveitamento de resíduos na produção.

É armazenada dois anos em tonéis de Freijó, em seguida passa quatro meses em Ipê Amarelo, que é uma árvore símbolo do Brasil, cujos tonéis podem apresentar componente fotossensível que se manifesta quando a cachaça é exposta ao sol. A bebida assume um tom dourado mais vivo, que suaviza ao retornar à sombra. O sabor também altera, fica mais sutil.

Apresenta aroma suave de madeira, com notas florais e frutadas de cana, e nuances delicadas de madeira. No paladar, é aveludada, equilibrada e de final elegante. Harmoniza muito bem pura ou com pratos delicados como peixes grelhados, risotos leves e queijos suaves como gouda ou emmental.

Em Viçosa do Ceará, a capital cearense da cachaça, é produzida a Cachaça “Viçosa Real: Porto do Clóvis” tem envelhecimento em barris de carvalho com a sutileza de uma maturação cruzada, pois esses barris foram usados inicialmente no amadurecimento dos famosos Vinhos do Porto.

Tem um misto de robustez e elegância com nuances de dulçor bem refinado e a rusticidade da cana. Com paladar aveludado e final persistente e sofisticado, tem boa harmonização com Cordeiro assado com alecrim e redução de vinho tinto e com queijos intensos e curados.

Uma cachaça de luxo vai além da bebida: é símbolo de tradição, técnica e arte destilatória. Reúne matéria-prima de excelência, envelhecimento meticuloso e perfil sensorial sofisticado, com apresentação impecável. Degustá-la é vivenciar a história do terroir brasileiro em sua mais alta expressão — um verdadeiro passaporte para uma experiência de luxo genuinamente nacional.

CACHAÇA VIÇOSA REAL: PORTO DO CLÓVIS
Marbênia Gonçalves é sommelière, professora de gastronomia e colunista do Caderno Comes & Bebes do Jornal O POVO

GOMES DE MATOS

O FUTURO DOS NEGÓCIOS É UM ECOSSISTEMA. E ELE JÁ COMEÇOU.

A era das empresas que competem sozinhas ficou para trás. O verdadeiro valor, hoje, nasce da sinergia, da colaboração e da construção de ecossistemas empresariais fortes. É essa a visão que move o GM Group.

A era das empresas que competem sozinhas ficou para trás. O verdadeiro valor, hoje, nasce da sinergia, da colaboração e da construção de ecossistemas empresariais fortes. É essa a visão que move o GM Group.

Mais que um grupo, somos um ecossistema pulsante que integra organizações líderes em suas áreas. Da consultoria estratégica da Gomes de Matos ao desenvolvimento de pessoas da Rocket55 e da Happy Gestão à inovação e inteligência artificial da VertereAI, e das conexões de alto nível da Corporate Connections ao Fórum Novo Mercado, cada parte fortalece o todo.

Eduardo Hamdan, Fernanda Ponte e Eduardo Gomes de Matos

Sócios de Capital da Gomes de Matos Consultoria: Távio Almeida, André Alencar, Paulo César Magalhães, Fernanda Ponte, Eduardo Gomes de Matos, Eduardo Hamdan, Guilherme Pequeno, Murilo Monteiro, Arthur Lidio

Essa abordagem sistêmica nos permite oferecer uma proposta de valor única, criando vantagens competitivas que seriam impossíveis de alcançar individualmente. Para nossos clientes e parceiros, isso significa acesso a uma infraestrutura consolidada, expertise multidisciplinar e uma capacidade ímpar de transformar visões em negócios de sucesso, reduzindo riscos e acelerando o crescimento.

Liderando a consolidação de mercado e processos de M&A no Norte e Nordeste, o GM Group constrói um legado de confiança e resultados. Não se trata apenas de finanças; trata-se de equity relacional e de ser o conselheiro confiável na jornada de cada empresa.

Para líderes que olham para o futuro, a mensagem é clara: o sucesso é colaborativo. O GM Group é o parceiro de confiança para construir esse futuro.

GM Group. Paixão por crescimento.

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LOCUS HUB EMPRESARIAL

COM BANCO DIGITAL, BI E APPS, LOCUS

HUB EMPRESARIAL INTEGRA TECNOLOGIA

A SERVIÇOS FINANCEIROS E CONTÁBEIS

O serviço mais novo da empresa é o banco digital, que oferece segurança e tranquilidade para empresas e profissionais da área da saúde

Com o foco em prestar serviço financeiro e de contabilidade de forma inovadora, a Locus Hub Empresarial criou o seu próprio banco digital, o Health Cash, um serviço exclusivo, voltado para empresas da área da saúde, como clínicas, hospitais e profissionais da saúde em geral.

A ferramenta foi descrita pelo CEO da Locus, Marcio Prata, como um dos principais diferenciais da empresa. Com ela, a partir do Open Finance, que possibilita a abertura do sistema financeiro dos empreendimentos para a conta-

Tecnologia como diferencial

Além da Health Cash, a Locus Hub Empresarial dispõe de diversos outros serviços que utilizam da tecnologia como auxiliadora na vida contábil e financeira dos clientes. Entre eles estão o Business Intelligence (BI) prório e os aplicativos PJOTA, que possibilita a comunicação direta com o cliente, e o Checkin, no qual auxilia o controle de ponto eletrônico para empresas e colaboradores.

Já o BI, permite que o cliente tenha um relatório da empresa, em tempo real, elaborado e assessorado por uma inteligência artificial. Marcio detalha que essa integração possibilita que a pessoa tenha acesso a uma leitura clara do cenário do seu negócio, com dados confiáveis e atualizados, que apresentam pontos positivos, negativos e sugestões de ações para o empreendimento.

bilidade, será possível realizar “todo o gerenciamento de contas a pagar, contas a receber, a folha de pagamento, o pagamento e a conta salário dos funcionários”, explica.

“O Health Cash tem aplicativo, tem Internet Banking, tem Pix, tem TED, tem cartão de débito e faz empréstimos”, detalha Marcio, reforçando as demais funcionalidades oferecidas pelo banco, que conforme o descrito no site oficial, “foi criado para oferecer tranquilidade e segurança”.

Atendimento completo para empresas

O Dashboard da plataforma, por exemplo, centraliza dezenas de gráficos e indicadores, os quais podem ser selecionados e organizados conforme a necessidade, para que o cliente visualize em uma única tela os dados contábeis, como a composição de resultados, ponto de equilíbrio e disponibilidade de caixa, dados da folha extraídos do eSocial, demonstrações financeira e dados gerenciais.

“O mercado, ainda mais com a reforma tributária, precisa cada vez mais ter essa integração entre a tecnologia e os serviços empresariais. Então, a gente vai buscando cada vez mais ter essa união para que possamos deixar os processos mais rápidos”, reforça o CEO.

Outro diferencial da Locus Hub Empresarial é que, por trazer em si diversas empresas de serviços corporativos, como a Locus contabilidade e a M Office, o grupo oferece ao cliente a assessoria completa que ele necessita para o melhor funcionamento do seu negócio.

Marcio explica que, normalmente, o cliente que procura o hub chega com uma demanda específica, seja no financeiro ou na contabilidade, e descobre um ecossistema comple-

Locus Hub Empresarial_

to, capaz de transformar a gestão da sua empresa com tecnologia de ponta e atendimento personalizado.

“Nós oferecemos assessoria no departamento pessoal, a elaboração de folhas de pagamento, contra-cheques, guias de impostos, apuração dos impostos, fazemos toda a parte de auditoria, a elaboração de balanços patrimoniais, contas a pagar, contas a receber, cobrança e o gerencial do financeiro do cliente”, detalha Marcio.

Local: Rua Vicente Linhares, 500 Sala 1301 - Aldeota

Contato: (85) 98168-8090

Instagram: @locusempresarial

FOTOS

Edvard Munch, "Ciúmes", 1907, óleo sobre tela. Munch Museum, Oslo

Das paixões clássicas à não-monogamia, o amor se reinventa. Entenda como fidelidade, ciúme e liberdade redefinem os relacionamentos no Brasil e no mundo

Texto_Mateus Mota

As grandes histórias de amor são um motor potente para a arte.

Da princesa salva pelo beijo de seu único amor ao destino trágico de Romeu e Julieta, a ideia do "felizes para sempre" faz parte do imaginário popular. Mas tão importante quanto o romance de Elizabeth e Mr. Darcy são as suspeitas de Bentinho sobre Capitu, a paixão proibida de Anna Karenina pelo conde Vronsky e a busca pela liberdade de Emma Bovary.

Amor, fidelidade, ciúme e adultério sempre estiveram em pauta e não é de hoje que o tema levanta discussões acaloradas.

No consenso estabelecido, estar em um relacionamento era sinônimo de exclusividade. Duas pessoas, ou um homem e uma mulher, como diriam os mais conservadores.

Em uma sociedade mais liberal e menos afeita aos padrões tradicionais, a monogamia ainda tem espaço nas mentes e nos corações apaixonados, ou entramos de vez na era do amor livre, do relacionamento aberto?

cartola_ dinâmicas amorosas_

Você teria um relacionamento aberto?

De que maneira as dinâmicas amorosas estão se transformando no Brasil

Em 2008, por exemplo, o Brasil se divertiu com as desventuras de Aline, protagonista da série homônima e que vivia um relacionamento com dois homens, Pedro e Otto.

A personagem, interpretada por Maria Flor e baseada nas tirinhas de Adão Iturrusgarai, foi um das primeiras representações da não-monogamia ética na mídia mainstream. “Não-monogamia ética” porque a relação entre Aline, Pedro e Otto era, sobretudo, consensual. Ninguém estava sendo enganado ou forçado a viver aquela dinâmica.

E se existe a prática ética, implica dizer que também existe a não-ética. Essa, não só sempre existiu, como foi amplamente

representada nos jornais, na televisão, no cinema, na música e na literatura.

As amantes, os “Ricardões” e as puladas de cerca sempre fizeram parte do imaginário popular e da história de vida de milhões de brasileiros.

Tanto é que um estudo de 2025 feito pela Dive Marketing, e que ouviu mais de 1.700 pessoas, chegou a um dado interessante: 53% dos brasileiros já praticaram algum tipo de não-monogamia.

A forma mais comum é o relacionamento aberto, praticado por 29% dos entrevistados, superando, ainda que por uma margem pequena, a infidelidade, que já fez parte da vida de 28% das pessoas.

Aline (Maria Flor) tem dois namorados, Otto (Bernardo Marinho) e Pedro (Pedro Neschling), com os quais divide um apartamento no centro da cidade de São Paulo

Abrir ou fechar, eis a questão

O que pode explicar essa maior abertura a modelos fora do tradicional?

Primeiro, é preciso dizer que a monogamia e a maneira que a sociedade se relaciona com ela não são fenômenos naturais, mas construções históricas e culturais.

A escritora, doutora em História e professora da Universidade Salgado de Oliveira, Mary del Priore, aponta que, durante a maior parte da História, os casamentos não eram baseados na atração mútua, mas sim em interesses econômicos

e familiares. Na Idade Média, o casamento era uma forma de transmitir bens, títulos e formar alianças políticas, e o amor ou a paixão não eram critérios relevantes.

Foi só a partir do século XIX que o amor romântico, com seu ideal de exclusividade e promessa de completude, se tornou um ideal dominante no casamento, incentivado por produções culturais das mais diversas linguagens.

Escritora, doutora em História e professora da Universidade Salgado de Oliveira, Mary del Priore

_relacionamento

Edvard Munch, "O Beijo", 1897, óleo sobre tela. Munch Museum, Oslo

Segundo a psicóloga e escritora Regina Navarro Lins, esse modelo, que prega que "os dois vão se transformar num só" e que "quem ama só tem olhos para a pessoa amada", está em declínio, pois entra em conflito com a busca contemporânea pela individualidade.

E o caldo engrossa ainda mais quando se coloca em discussão as raízes patriarcais da monogamia. Durante toda a história a infidelidade feminina foi punida de forma severa para garantir a paternidade e a herança, enquanto a masculina era tolerada.

cartola_ dinâmicas amorosas_

A mononormatividade e seus estigmas

A monogamia é o modelo conjugal predominante nas sociedades ocidentais, sendo considerada "correta" e raramente questionada.

Esse fenômeno é chamado de "mononormatividade" e se refere à imposição da monogamia como padrão por meio de ordenamentos sociais e jurídicos, o que marginaliza outras formas de relacionamento.

Muitos indivíduos não conseguem nem conceber um modelo de relacionamento diferente. Então, relações não-monogâmicas consensuais (NMC) enfrentam preconceitos, sendo vistas como irresponsáveis, superficiais, de baixa qualidade e associadas à promiscuidade e à inferioridade moral.

A psicóloga Regina Navarro Lins atribui essa estigmatização ao fato de o sexo, em nossa cultura, ser visto como "algo feio, sujo, perigoso", e critica a "tentativa de desqualificar uma tendência que a gente observa nas relações amorosas".

A escritora também rebate a crítica de que as relações não-monogâmicas não podem ter compromisso profundo.

argumenta que é preciso refletir com calma se a relação não-monogâmica está sendo mesmo tão disruptiva quanto se propõe.

Regina Navarro Lins, Psicanalista e escritora

"Eu não sei quantos amigos essas pessoas têm, ou se elas têm amigos. Tem muita gente que tem vários amigos e todas as relações com esses amigos são relações profundas", questiona.

Patrícia Machado, terapeuta e mestre em Psicologia, aponta que a falta de reconhecimento legal das NMC também contribui para o "estranhamento" e para a percepção de que elas não são uma possibilidade viável.

Bárbara Li Sarti, escritora, comunicadora e ativista feminista,

“A construção da monogamia, enquanto sistema social, se entrelaça na construção de que mulher ama doando-se, ainda que isso as prejudique, e de que seu amor se demonstra por meio de atos de serviço”, explica.

“Se há mulheres vivendo relações abertas por pressão, isso é a perpetuação da falta de autonomia sobre nossas escolhas cavada pelo patriarcado em torno do qual o sistema monogâmico se sustenta. Não-monogamia é precisamente o contrário”, conclui.

Edvard Munch, "Separação", 1896, óleo sobre tela. Munch Museum, Oslo

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O amor e o poder

Uma das pensadoras contemporâneas que mais contribuiu para a discussão das dinâmicas de poder e sua relação com o amor foi bell hooks. Para ela, as dinâmicas de dominação, sejam de gênero ou raça, são o grande empecilho para o amor verdadeiro.

"[Essas dinâmicas] sustentam a noção de que uma pessoa pode fazer qualquer coisa em nome do amor: bater em pessoas, restringir movimentos e até mesmo matá-las e chamar de 'crime passional", aponta no livro "Tudo Sobre o Amor".

Muito dessa ideia de dominação se expressa no sentimento de ciúme, um afeto complexo, definido como o temor da perda de algo ou alguém e o desejo de posse exclusiva. Na Psicanálise, ele é visto como uma experiência afetiva primordial, associada a fases do desenvolvimento psíquico, como o complexo de Édipo.

Regina Navarro Lins afirma que, desde cedo, as pessoas são ensinadas que "o ciúme faz parte do amor", o que não é o caso. Para ela, o medo da solidão e do desamparo leva à exigência de que o parceiro não tenha olhos para mais nada e para mais ninguém, e relata que atendeu uma

jovem que estava triste porque o namorado nunca havia manifestado ciúme.

"Ela não sabe a sorte que ela tem", comenta.

Nesse sentido, bell hooks critica as visões de feminismo que contrapõem o amor e os relacionamentos em nome da liberdade.

A questão, portanto, não se trata de concordar ou discordar de um modelo, ou outro. A ética dos relacionamentos não se pauta sobre a quantidade de parceiros, mas no tipo de relação que estabelece com eles.

Para bell hooks, o amor é profundamente político. Muito mais que um sentimento, amar é uma prática de cuidado, afeição, responsabilidade, confiança e compromisso.

“Nossa revolução mais profunda acontecerá quando entendermos essa verdade. Só o amor pode nos dar força para avançar em meio ao desgosto e à angústia. Somente o amor pode nos dar o poder de reconciliar, redimir, o poder de renovar espíritos cansados e de salvar almas perdidas”, escreve a autora em "Salvação".

A potência transformadora do amor é o fundamento de toda mudança social significativa. Sem amor, nossa vida não tem sentido. O amor é o cerne da questão. Quando tudo o mais desaparece, o amor sustém."

Projeto desenvolvido por Biia Sales para o Grupo Encantos

BIIA SALES: 25 ANOS DE ARQUITETURA

QUE EMOCIONA E INSPIRA O FUTURO

Na celebração de sua trajetória, a profissional reflete sobre como a arquitetura humanizada, a organização do caos e a memória afetiva moldam o presente e apontam tendências para o futuro

Celebrar 25 anos de carreira é, para a arquiteta Biia Sales, muito mais que revisitar conquistas: é reafirmar uma visão de mundo em que a arquitetura transcende a estética e se torna experiência de vida. Para ela, cada projeto deve refletir histórias, memórias e afetos — seja em residências que abraçam o cotidiano ou em ambientes corporativos que estimulam relações mais humanas e disruptivas.

Biia defende uma arquitetura humanizada, que busca organizar o caos do dia a dia por meio de espaços que promovem bem-estar e pertencimento. Sua proposta é fazer com que cada ambiente “funcione emocionalmente”, acolhendo quem o habita e proporcionando a sensação de estar bem dentro do lugar que foi projetado.

A integração de plantas, iluminação natural e materiais orgânicos serve para potencializar a harmonia e o conforto, ajudando a transformar a energia do espaço — mas sempre a serviço do propósito maior de trazer ordem e leveza à complexidade da vida moderna.

Com método próprio, desenvolvido ao longo da carreira, a arquiteta soma

mais de 25.000 metros quadrados projetados. Sua escuta sensível possibilita a criação de ambientes residenciais e corporativos sob medida, nos quais tecnologia e inovação se conectam às referências pessoais dos clientes, transformando cada trabalho em algo individual.

A profissional utiliza a curadoria, o olhar para os detalhes e a escolha de materiais atemporais para garantir obras que resistem ao tempo e às modas passageiras. Ir além das tendências, das inspirações e de influências externas é um dos pilares do trabalho de Biia, ampliando os conceitos de ambientes funcionais e preconcebidos em direção a uma visão moderna e instigante, que abraça o conviver em diferentes frentes.

Ao voltar-se para os próximos 25 anos, Biia acredita no fortalecimento da “arquitetura afetiva”: lares leves, aconchegantes e duradouros, com móveis resgatados e elementos sóbrios. “Arquitetura é aquilo que emociona, que faz parar e contemplar. E minha assinatura está exatamente nessa crença. Ao transformar o caos em harmonia, projetando espaços organizados que envolvem e acolhem, permito mais respiro e a criação de boas memórias”, resume a arquiteta.

Biia Sales Arquitetura_

Local: Rua Dr. José Lourenço, 590 - Meireles

Contato: (85) 98882-1003

Instagram: @biiasalesarquitetura

A&B INCORPORAÇÕES

ARTSE MEIRELES: MORADIA COM ARTE E DESIGN

Atenta às demandas do mercado e movida pelo desejo de criar uma "obra de arte" arquitetônica, a A&B Incorporações desenvolveu o Artse Meireles. Desenhado como um projeto de alfaiataria, o empreendimento apresenta um novo jeito de viver, onde o morador está no centro.

“Nós não queremos fazer mais um prédio. A gente quer deixar um legado”, compartilha o engenheiro Aristarco Sobreira, presidente da empresa e idealizador do projeto.

O conceito visa o quiet luxury, priorizando tempo e qualidade de vida, onde os moradores possam acessar serviços a pé. Para isso, o empreendimento possui uma localização única, na junção das ruas Pereira Valente e Frederico Borges. O edifício garante exclusividade, com apenas 56 apartamentos.

Greg Bousquet, fundador do Architects Office, foi escolhido para assinar o projeto. O arquiteto francês foi o autor do aclamado Origem Fortim, vencedor do Prêmio da Construção do Sinduscon na categoria Projeto Arquitetônico do Ano.

O time de excelência conta também com Carlos Fortes, da luminotécnica, e Renata Tilli, que assina o paisagismo, ambos de São Paulo. A arquiteta Anika Mourão, com alto conhecimento da cultura local, se une para formar a junção perfeita.

O artista plástico José Guedes, responsável por um grande mural no térreo, valida ainda mais a ideia de moradia como uma obra de arte.

Os apartamentos padrão são de dois quartos com dimensões de 79 m² a 95 m². Os clientes podem unir unidades para formar

apartamentos maiores, resultando em projetos com cerca de 174 m². Outra opção são dois apartamentos duplex, sendo um de 165,31 m² e outro de 191,15 m².

O empreendimento traz o conceito de lobby da hotelaria, que contará com um serviço de concierge. O projeto inclui uma cobertura de 260 m², projetada como uma extensão da sala de estar, com piscina e uma vista panorâmica de Fortaleza.

O projeto se integra ao paisagismo e ao ambiente do polo gastronômico

local. Outro diferencial do Artse Meireles é o conceito de gentileza urbana, ao ser construído sem muros, buscando deixar um legado para a beleza urbana de Fortaleza.

A&B Incorporações_

Local: Rua Marcos Macedo, 1333, cj 2211, Aldeota

Contato: (85) 3215-4534

E-mail: contato@aebeng.com.br

Instagram: @aebengenharia

Site: artsemeireles.com.br

Esta apresentação do Artse Meireles tem caráter meramente institucional e conceitual, destinada exclusivamente à divulgação do projeto imobiliário em desenvolvimento. Esta comunicação não constitui oferta, proposta ou promessa de venda de unidades autônomas, nem vincula juridicamente os empreendedores ou terceiros a quaisquer condições comerciais.A comercialização das unidades autônomas somente ocorrerá após o devido registro do memorial de incorporação no Cartório de Registro de Imóveis competente, nos termos da Lei nº 4.591 / 1964

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BSPAR CONSOLIDA LIDERANÇA NO MERCADO IMOBILIÁRIO DE ALTO LUXO NO CEARÁ

Empreendimentos comerciais, residenciais e loteamentos reforçam a presença da incorporadora como referência em sofisticação e inovação no setor

A BSPAR Incorporações consolida-se como uma das principais referências do mercado imobiliário de alto padrão no Ceará. Atuando em segmentos diversos — que vão de edifícios corporativos a empreendimentos residenciais e loteamentos planejados — a empresa tem marcado a paisagem urbana e litorânea com projetos que unem sofisticação, inovação e credibilidade, tornando-se símbolo de um novo patamar de qualidade construtiva no Ceará.

No setor corporativo, o BS Design tornou-se um dos edifícios mais icônicos de Fortaleza, reunindo escritórios de grandes empresas em um espaço moderno, funcional e de alto prestígio. O empreendimento não apenas elevou o padrão dos imóveis comerciais na cidade, mas também passou a ser visto como referência de arquitetura arrojada e centro de negócios estratégicos.

Já no mercado residencial, empreendimentos como BS Flower, BS Gold e BS Rubi traduzem o conceito de exclusividade, unindo design contemporâneo, conforto e localização estratégica. Esses projetos evidenciam a capacidade da BSPAR de atender a um público cada vez mais exigente, que busca qualidade de vida sem abrir mão da sofisticação.

BS Design
BS Flower

A vocação para o alto padrão também se reflete no litoral. Projetos como BS Ville e BS Wave reforçam o conceito de segunda moradia sofisticada, oferecendo a experiência de viver à beira-mar em empreendimentos que combinam lazer, segurança, valorização patrimonial e integração com a natureza.

Nos loteamentos, a BSPAR aposta em modelos urbanísticos diferenciados, como o BS Gran Parc Eusébio e o BS Botanic, que oferecem infraestrutura completa, áreas verdes, espaços de convivência e proximidade com importantes eixos de crescimento metropolitano. Dessa forma, a empresa contribui diretamente para a expansão planejada e sustentável da Região Metropolitana de Fortaleza.

Com um portfólio cada vez mais diversificado e reconhecido, a BSPAR reafirma sua posição de protagonista no mercado imobiliário cearense, consolidando sua imagem como sinônimo de inovação, qualidade, sofisticação e alto luxo.

Quadra BS inaugura novo conceito urbano em Fortaleza

Fortaleza se prepara para ganhar um novo ícone urbano com a Quadra BS, projeto da BSPAR Incorporações que reúne empreendimentos residenciais e um comercial de alto padrão em um espaço planejado. Mais que edifícios, é um conceito que integra mobilidade, arquitetura moderna, convivência e valorização do entorno, criando um polo de sofisticação na cidade.

O destaque será o BS Steel, torre empresarial em aço e vidro assinada pelo arquiteto Daniel Arruda. Segundo prédio de três previstos na Quadra BS, ocupa a esquina das avenidas Santos Dumont e Virgílio Távora. O edifício terá mall com grandes marcas e andares corporativos. Para Beto Studart, presidente da BSPAR, o BS Steel dá continuida-

de à transformação iniciada com o BS Design. “O BS Steel será a extensão do progresso que foi estabelecido na construção do BS Design. É a capacidade de transformar que faz a grande diferença”, afirma.

O primeiro prédio, o BS Gold, é um residencial em construção com entrega prevista para 2027, reforça a vocação da BSPAR em alto padrão, com localização estratégica e infraestrutura completa. Mais que novos prédios, a Quadra BS cria um espaço urbano integrado, estimulando a convivência, mobilidade e identidade arquitetônica, com impactos positivos para a cidade e o comércio.

Com esse lançamento, a BSPAR reafirma seu protagonismo no mercado cearense, posicionando Fortaleza entre o que há de mais moderno em urbanismo e arquitetura no Br.

BS Ville
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AZUR SOL POENTE: NOVO MARCO DE URBANISMO DE ALTO PADRÃO NO LADO OESTE DE FORTALEZA

Com localização estratégica, infraestrutura de alto padrão e um conceito que integra natureza, segurança e lifestyle, o projeto promete transformar a região em uma nova centralidade urbana

Lupercio Gurjão, Diana Castro, Irineu Guimarães, Luciano Oleiro e Patrick LimaDiretoria da BLD Urbanismo

A BLD Urbanismo, empresa especialista em desenvolvimento urbano, prepara-se para anunciar mais um capítulo em sua trajetória de expansão com o lançamento do Azur Sol Poente, o primeiro empreendimento da marca no lado oeste da Região Metropolitana de Fortaleza, em Caucaia.

Apostando em um conceito inteligente e sofisticado, com uma localização favorecida pela proximidade com polos industriais e turísticos, o novo projeto promete transformar a paisagem da região, consolidando-a como uma nova centralidade urbana de alto padrão no Ceará, no chamado “efeito Eusébio”, que atrai investimentos e transforma áreas estratégicas em polos de desenvolvimento urbano.

O condomínio está inserido em uma área de crescimento acelerado, na chamada “Rota dos Investimentos”, que engloba o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), a Rota Turística dos Esportes Aquáticos, a Rota dos Hotéis de Charme e o promissor corredor de investimentos em Hidrogênio Verde (H2V), com acesso facilitado pelas avenidas Bezerra de Menezes e Mister Hull, além da conexão direta pela CE-085.

O CEO da empresa, Irineu Guimarães, explica que a escolha do local ocorreu a partir de pesquisas realizadas pela BLD, que avaliaram a demanda desse tipo de construção.

“A Pesquisa Quantitativa validou o potencial econômico da região e a Pesquisa Qualitativa reforçou que existem cerca de 12 mil famílias com potencial interesse nesse tipo de moradia, onde as pessoas buscam personalizar os imóveis, mais contato com a natureza e mais qualidade de vida”, ressalta.

O projeto destaca-se por seus diferenciais. Um lago privativo de 41 mil metros quadrados será o coração da construção, promovendo bem-estar e lazer integrados à natureza. Outro ponto é a sustentabilidade, descrita por Irineu como o “DNA desse tipo de empreendimento”.

“A BLD Urbanismo sempre desenvolve seus projetos atendendo os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e ainda aplica mais de 15 itens que a Organização das Nações Unidas (ONU) considera na valoração dos serviços ecossistêmicos”, conta.

Além disso, conforme o CEO, o Azur Sol Poente trará um projeto de segurança inovador que segue um padrão internacional, realizado pelo israelense Eytan Magal. Nele terá câmeras de reconhecimento facial e um monitoramento perimétrico feito por drone.

Ele reforça ainda que o projeto é uma “reedição do produto de maior sucesso da Empresa, AZUR Condominio Lago do Eusebio, eleito em 2020 como o melhor Empreendimento de Loteamento do Brasil, vencendo o Prêmio Master Imobiliário.

“Ele conta com os mesmos projetistas do projeto do Eusébio, a exemplo dos renomados Nasser Hissa (arquitetura), Benedito Abbud (paisagismo), Susana Fiúza (interiores)”, afirma Irineu. E complementa que no local ainda terá salão de festas, academia, espaço para crianças, quadras, piscina com raia de 50m, dog park, areas de leitura e meditação, campo de futebol, arena de beach tennis, píer contemplativo, além de um sports bar.

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Local: Des. Leite Albuquerque, 635salas 1101 e 1106, Aldeota Contato: (85) 4111.0011

Instagram: @bldurbanismo

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MOTA MACHADO CELEBRA UM 2025 DE CONQUISTAS E REAFIRMA PROTAGONISMO NO MERCADO IMOBILIÁRIO

Com 57 anos de história e uma trajetória marcada pela excelência, a Mota Machado segue consolidando seu protagonismo no mercado imobiliário do Nordeste. Em 2025, a construtora celebra um ano de resultados expressivos, superando a marca de R$200 milhões em vendas e projetando mais de R$450 milhões em novos lançamentos nas três praças onde atua — Fortaleza (CE), São Luís (MA) e Teresina (PI).

Os números refletem o amadurecimento de uma marca que, há quase seis décadas, mantém firme seu propósito de construir caminhos para o morar bem, sempre pautada pelos valores de ética, agilidade, pertencimento e excelência — princípios que sustentam sua reputação e inspiram cada projeto.

Formação e valorização de parceiros

Um dos grandes diferenciais da Mota Machado é o investimento contínuo na capacitação de corretores e parceiros, fortalecendo o ecossistema que impulsiona o setor imobiliário. A construtora compartilha conhecimento, atualiza o mercado sobre tendências e reforça boas práticas de vendas e relacionamento com o cliente.

Essa aproximação tem sido fundamental para sustentar os resultados de 2025. A empresa acredita que formar e valorizar pessoas é o caminho para garantir uma experiência de compra diferenciada, em que o cliente é orientado, acolhido e encantado desde o primeiro contato.

Assis Machado e Rafaela Machado guiando um legado de 57 anos Entregas e lançamentos que marcam o ano

O sucesso de 2025 se reflete nas obras concluídas e nos lançamentos que reafirmam o protagonismo da Mota Machado nas três capitais onde atua. Em São Luís, a entrega do Mirante da Península consolida um portfólio que une design contemporâneo e alto padrão em localização privilegiada. Em Fortaleza, o Tango, no bairro de Fátima, e o Mirare, no Meireles, reforçam o compromisso da marca com empreendimentos que aliam sofisticação, conforto e funcionalidade.

O ano também foi marcado por grandes lançamentos, como o Reserva São Marcos, em São Luís, e o Signa Meireles, em Fortaleza — projetos que refletem o olhar da Mota Machado para o futuro do morar, integrando tecnologia, bem-estar, sustentabilidade e valorização patrimonial. Até o fim do ano, estão previstos dois novos empreendimentos, um em Fortaleza, na Rua Leonardo Mota, e outro em Teresina (PI), ampliando ainda mais a presença da marca no Nordeste.

Signa Meireles: modernidade, conforto e bemestar em cada detalhe. Um novo jeito de viver o estilo urbano contemporâneo

Signa Meireles

O Signa Meireles se destaca pela combinação de modernidade, exclusividade e bem-estar em um projeto completo. Da arquitetura imponente aos detalhes dos apartamentos e áreas comuns, tudo foi pensado para oferecer conforto, sofisticação e praticidade.

Com apartamentos a partir de 101 m², três suítes, varanda gourmet integrada à sala e lazer no rooftop, o lançamento traduz o conceito de moradia alinhado ao estilo de vida urbano contemporâneo. Mais uma vez, a Mota Machado reafirma seu compromisso com a qualidade, entregando revestimentos de alto padrão e experiências que valorizam o morar bem.

A área de lazer, planejada como um espaço de convivência e bem-estar, conta com academia climatizada, salão gourmet e terraço no rooftop — a mais de 100 metros de altura. O condomínio oferece ainda piscina com raia, salão de festas, brinquedoteca, pet place, espaço delivery, bicicletário e espaço gourmet.

Tradição, inovação e propósito

Ao longo de mais de meio século de atuação, a Mota Machado já entregou mais de 3 milhões de metros quadrados construídos, sempre pautando sua atuação pelo compromisso com a qualidade e a inovação. Consolidamos uma trajetória marcada pela excelência, atenção aos detalhes e compromisso com o bem-estar de quem vive em nossos empreendimentos.

O ano de 2025 confirma a força dessa trajetória. A Mota Machado segue crescendo de forma sólida, com responsabilidade e propósito, construindo não apenas edifícios, mas também legados, de confiança, de desenvolvimento urbano e de valorização das pessoas.

Mota Machado. Igual a você: diferente.

Mota Machado_

Contato: 4004-4974

Site: motamachado.com.br

relaxe, aprecie,

Arte_Beatriz Soares

São pontos máximos da existência.

Nos colocamos ou somos postos, infinitas vezes ao longo da jornada, numa imensa intensidade dos limites e da profundidade emocional.

Essa experiência de contrastes, para além do esgaçamento físico, mental, familiar, social, profissional, pessoal e financeiro, também pode ser reveladora, promotora de ondas de autoconhecimento inéditas, para quem se auto-observa.

Pergunto:

O que seria do frio sem o calor?

Do descanso sem o trabalho?

Do amor sem o ódio?

Pieter Bruegel, “A Queda dos Anjos Rebeldes”, 1562, Óleo sobre painel. Museus

Reais de Belas

Artes da Bélgica, Bruxelas

Sentimentos só existem em relação aos seus antagonistas, tudo no campo do coração.

Tais flutuações internas interagem com nosso equilíbrio interior, levando nosso senso de resiliência para passear neste jardim high-low, onde flores e espinhos já nascem gigantes.

Nas próximas páginas, Pause convida a uma gangorra reflexiva, onde do outro lado do “brinquedo”, quem faz o contrapeso é um espelho, portanto, você.

POR CLÓVIS HOLANDA

Texto_Clóvis Holanda

cartola_

extremamente humanos_

LOUCURA X RAZÃO

Theatro José de Alencar, anos 2000. Era um festival de Clown, palhaços que, na literatura teatral, carregam mais dramaticidade, sutilezas, poética e uma certa profundidade nos textos executados em cena.

- “Eu sou louco por que sou livre ou sou livre por que sou louco?”, disse um dos atores logo na primeira fala. A partir daí, a peça discorreu sobre os devaneios que levam as pessoas a saírem da racionalidade e serem apontadas, pelos outros, como loucas.

Lembro-me que mal consegui me concentrar nos diálogos após essa provocação, que puxou o fio da narrativa até o fim, com o palhaço “louco” sendo o mais livre e feliz de todos do elenco.

Um dos psicanalistas mais reconhecidos do mundo, Darian Leader publicou “O que é a Loucura? Delírios e Sanidade na Vida Cotidiana”, (Editora Zahar), em sua primeira edição no ano de 2013. Na obra, o estudioso desenvolve sua tese, segundo a qual a loucura existe e é parte de cada um de nós, mas sua expressão varia entre os sujeitos.

Francisco de Goya, “O sono da razão produz monstros”, 1799, água-tinta. Galeria Nacional de Arte, Washington DC

Algo é certo: a forma como julgamos a sanidade ou loucura alheia é completamente visual. Explosões de violência, acessos, alucinações, gargalhadas descontroladas, atitudes de muita autonomia denotam descontrole. Mas apesar dos arroubos comportamentais, lembra o especialista, por trás de pessoas extremamente discretas e contidas, pode haver grandes delírios, desejos e impulsos dissonantes aos padrões, que o digam os moralistas, ultraconservadores e juízes da vida alheia. Vez por outra aparece gente que desce do púlpito ou dos palanques direto para a zona “pré-sal” dos comportamentos, estou mentindo?

Nesse lance da loucura que se vê e daquela que a gente esconde, lembro de minha saudosa mãe que, por 16 anos, conviveu com o declínio promovido pelo Alzheimer. Nós, a família, tínhamos o maior cuidado com seus cabelos, para que estivessem sempre bem penteados e arrumados. Quer maior sinal de déficit cognitivo e descontrole mental do que um cabelo desgrenhado? Lembra-nos logo do físico Albert Einstein, uma das mentes mais brilhantes que já passaram pela Terra, cuja imagem tornou-se, simbolicamente, para a cultura ocidental, o perfil do cientista “malucão”, basta ver as semelhanças com Dr. Emett Brown, do clássico “De Volta Para o Futuro”.

No Brasil, quem cultivou e cultuou, publicamente, a possibilidade de uma loucura consciente, se é que isso existe, foi o cantor Raul Seixas. Os versos eternos de “Maluco Beleza” convidam a um mergulho do dilema Maluquez x Lucidez. Na letra, o artista ainda brinca com quem perde tempo preso a uma sanidade absoluta: “Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal e fazer tudo igual. Eu, do meu lado, aprendendo a ser louco, um maluco total, na loucura real”.

Entre o real e a fantasia divagava o poeta cearense Mário Gomes, conhecido como “Poeta Descomunal” ou “Poeta da Praça”, estava sempre perambulando com seu terno surrado pela Praça do Ferreira. Ícone da poesia marginal, divagava nos espaços públicos expressando seus versos marcados pela liberdade, a mesma do início do texto.

Afinal, ser louco é ser livre ou ser livre é ser louco?

1.

Para ver

Uma das produções originais Globoplay de 2025, “Raul Seixas: Eu Sou” celebra os 80 anos do astro baiano. Estrelada por Ravel Andrade, a produção explora a vida do icônico pai do rock brasileiro e revive sua trajetória artística, os hits e shows emblemáticos, além do lado pessoal desde a infância. Disponível na plataforma de streaming.

3.

Para ler

Jornalista Ethel de Paula se dedicou por anos a pesquisar a vida e o legado do poeta Mário Gomes, que vagou pelas ruas do Centro Histórico compartilhando seus versos e devaneios acerca da realidade. Uma parte do estudo foi publicado no livro “Mário Gomes”, Edições Demócrito Rocha, disponível no site da editora. Em entrevista à escritora, o poeta andarilho declarou: “Minha casa é meu corpo, meu carro também. Moro dentro dos meus sapatos, ora! Meu nome é Pensamento! “.

Para ouvir

Interpretado por Ana Cañas, single de “Metamorfose Ambulante” tem o reforço do legendário Rick Ferreira, fiel escudeiro de Raul Seixas, emprestando seu incomparável domínio da linguagem country rock na pedal steel, na guitarra e no mandolim. Clássico foi o primeiro lançamento do EP “Raul 80 — Um Tributo a Raul Seixas”, disponível nos apps de áudio. 2.

Parece ser cada vez mais difícil, nas relações contemporâneas, os solteiros encontrarem pessoas que correspondam às suas expectativas em todas as áreas. Meus amigos “Peter Pan” que o digam.

Às vezes acho que nada, mulher nenhuma, será capaz de tirá-los da vida de happy hours nos bares da moda e

suas possibilidades de encontros casuais — e eróticos —, sem a perspectiva de um "amanhã de manhã".

Ao mesmo tempo, enquanto escrevo a vocês, uma colega de trabalho ao lado lamenta o sumiço repentino de um “paquera” (termo vintage), que há três meses conversava com ela num desses aplicativos de relacionamento.

Frida Kahlo, “As Duas Fridas”, 1939, óleo sobre tela. Museo de Arte Moderno do México
BANCO

“Nunca tinha sofrido um ghosting”, dizia ela, com a expressão que a Geração Z cunhou para o desaparecimento, do nada, de “contatinhos”.

Esses dispositivos, os apps de namoro e sexo, até que cumprem bem sua função num mundo onde não há mais tempo sobrando para o acaso, mas, ao mesmo tempo, formalizaram a necessidade de conexão com pessoas muito semelhantes entre si, quase um encontro entre dois espelhos, narcisistas.

Sinais dos tempos…

Posicionamento político, idade, intenções a curto, médio e longo prazo, estilo de personalidade, tipos de lazer prediletos, preferências na cama… A lista vai evoluindo até chegar no sabor da pizza preferida, cerveja ou vinho, religião, carnívoro ou vegano? Nos tornamos sommeliers de pessoas. Antes do olhar, da jogada de cabelo, do drink, do charme, vem um IBGE inteiro de questões para que ninguém corra o risco de gastar seu caríssimo tempo com quem ousar pensar diferente.

Prefiro, aqui com vocês, pular umas quatro casas mentais e ir para uma historinha deliciosamente verídica…

Prédio comercial na Dom Luís. Ele, médico bem sucedido, casado, pai, atendia na mesma sala desde a inauguração do equipamento. Ia cedo e voltava tarde para casa, tudo normal, sem contratempos extras, vida adulta organizada, sono e exames em dia, batidas do coração dentro do esperado, pressão sempre no 12 x 8.

Uma tarde, ele se programou para sair às 15h. Daria uma palestra para

estudantes de sua especialidade. Só não contava com uma surpresa no caminho…

As portas se abriram no meio do trajeto vertical entre o 15º andar e o subsolo 1. Ela, ainda de roupa de ginástica, havia ido numa consulta com uma famosa “nutri”, disse apenas “boa tarde” e arrumou o cabelo no espelho.

Completamente catapultado, com o coração em descompasso, ele desceu junto com ela no térreo. Queria devolver o “bom dia” com flores, com um solitário de diamantes, com uma viagem a Paris, mas como faria? A seguiria como um psicopata?

Sortudo, ela entrou numa loja de produtos naturais e ele, bonitão, de jaleco (fetiches) teve a oportunidade de abordá-la como clientes que trocam ideias sobre produtos entre as gôndolas. Do papinho sobre a creatina da marca X e a da marca Y iniciou-se, no mesmo dia, uma tórrida paixão.

Para a agora ex-esposa, ela, a moça de legging e top, era uma destruidora de lares. Já para ele, o marido enfeitiçado, bem, uma ressurreição em meio ao enfadonho da vida organizada, cronometrada, engavetada...

A história evoluiu por alguns intensos e felicíssimos anos, foi eterna enquanto durou, se desfez… Vez por outra cruzo com esse figurão e fica evidente que, mesmo novamente bem acompanhado, nunca mais ficou com aquele olhar de adolescente apaixonado. No jogo do amor, entre carne e coração, tem quem atravesse a vida sem conhecer o encanto, avassalador, de um “boa tarde” em meio à (chata) rotina.

1. Para ler

O poeta romano Públio Ovídio Nasão, conhecido conquistador romano do século I a.C, escreveu um dos clássicos mais importantes da história: "Arte de Amar". Na obra, ele não ensina sobre o sentimento mais nobre e potente da essência humana, mas desenvolve sobre a habilidade da sedução. Seu texto também faz um esforço de equidade entre os dois sexos e dá à mulher similar protagonismo neste jogo de intenções. Com eruditas referências mitológicas e literárias, o autor coloca em xeque a crueza da abordagem e concede licença poética à refinada ironia pela qual os versos da "Arte de Amar" vêm sendo apreciados e imitados desde a Antiguidade até os dias de hoje. Disponível nas livrarias online.

Para visitar e fantasiar...

Existe turista e curioso para tudo nesse mundo. E como o texto falou de lances que podem acontecer em um elevador, listo alguns dos mais famosos do mundo, pontos de visita e muitas fotos, seja pela tecnologia, pela arquitetura, pelo visual quando se chega ao topo dos prédios ou pelo luxo no interior. Anotem:

Elevador Santa Justa (Lisboa, Portugal), Elevadores da Torre Eiffel (Paris, França), Elevadores panorâmicos do Marina Bay Sands (Singapura), Burj Khalifa (Dubai, Emirados Árabes Unidos), Hotel Ritz – Paris (França), Elevadores da Basílica de Santa Maria del Fiore (Florença, Itália), Elevador do Burj Al Arab (Dubai, Emirados Árabes Unidos), Elevadores do Empire State Building (Nova York, EUA), Elevadores do Taipei 101 – Taipei (Taiwan), Elevador da Biblioteca Central de Seattle (EUA).

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Artemisia Gentileshi,

“Judite decapitando Holofernes”, 1613, tinta a óleo em tela. Museu de Capodimonte, Napoli

MUSEU DE CAPODIMONTE / REPRODUÇÃO

AMOR X ÓDIO

O anúncio dizia assim: “Casais de Alta Performance - Uma Imersão que vai mudar a sua vida”. Daí fui ler os pormenores da programação, de quatro dias, focada em três pilares: cumplicidade, objetivos em comum e sexualidade, tudo isso voltado a cônjuges que empreendem juntos.

Gente do céu, como está difícil simplesmente amar atualmente. Não basta o encantamento, a vontade de ficar juntos, o desejo de crescimento mútuo como inúmeros casais fizeram ao longo da história, é preciso fazer disso uma novelinha pública da vida privada.

Depois de ser impactado com o flyer do tal curso, acabei chegando em fotos dos casais de “alta voltagem”, posando em cenas que mais parecem cenários para fotos de redes sociais. Cozinhavam juntos em cenários gourmet, participavam de provas em ambientes instagramáveis bem coloridos, faziam caras e bocas em espécies de parlamentos para mediações de conflitos.

Fiquei pensando como deve ser a chegada em casa depois de tanta exposição, real e virtual, de uma união. Será que ainda sobra interesse em dialogar a dois? Uma conversa despretensiosa no banheiro? Transar? Com duas pessoas tão potentes, cheias de força interior e frases de coaching na cabeça, o colo ou o peito acolhedor ainda têm algum espaço ou pessoas de alta performance não fraquejam nunca?

Só digo o seguinte, quando a corda rompe, é de vez! E aí acontece uma das mutações mais tradicionais da realidade humana. Amor e ódio. Palavras opostas, sentimentos in-

tensos. À primeira vista, parecem inimigos jurados — um cura, o outro destrói. Um acolhe, o outro afasta. Um é luz, o outro é sombra. Mas a verdade é mais complexa: amor e ódio não são tão distantes, já que ambos nascem do mesmo lugar: da importância que damos ao outro.

Esse troca-troca de emoções foi bem retratado por Roman Polanski em “Lua de Fel” (1992), drama erótico e psicológico que explora temas como paixão obsessiva, degradação emocional, sadomasoquismo e a destruição de relacionamentos amorosos. Já que estamos tratando de extremos sentimentais, esse longa expressa bem as possibilidades no jogo do amor x ódio.

Para uma abordagem mais serena, a psicanalista Ana Suy lançou o best seller “Não Pise no Meu Vazio”, no qual delicados poemas mergulham no “Eu” em relação ao “Outro”, refletindo sobre a incompletude humana frente às relações e lembrando que “o amor é uma surpresa que, com exceções, contém seu fim”.

Se o desejo é de pé no chão no quesito relacionamento, bem longe de quaisquer expectativas de alta performance imaginárias, mas acreditando em relações de parceria maduras e francas, que tal conhecer o podcast “New Me”, da psicóloga Louise Madeira. A profissional consegue mixar referências do estudo da mente e do comportamento humano com traços culturais da nossa época e do passado, desenhando um organograma demasiadamente humano, onde não resta espaço para super-heróis da fantasia. O amor é simples, cultive antes que ele se transforme em ódio.

Gustav Klimt, “O Beijo”, 1908, óleo e folhas de ouro sobre tela. Österreichische Galerie Belvedere, Viena

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SOMBRA X LUZ

Muitos artistas usam da distinção entre sombra e luz para dar contorno aos seus trabalhos. É histórica essa abordagem no campo estético, sobretudo no cinema, no teatro e nas artes visuais.

Em "O Gabinete do Dr. Caligari" (1920), o diretor Robert Wiene apresenta ao mundo da Sétima Arte o expressionismo alemão nas telas, movimento que usava contrastes extremos de luz e sombra para expressar emoções e estados psicológicos. Os cenários são todos estilizados, distorcidos e pintados com sombras artificiais, numa atmosfera surreal, quase de pesadelo, em que a luz e a sombra contribuem diretamente para a narrativa e o estado emocional dos personagens.

No Ceará, o artista visual Rian Fontenele fez fama com suas telas retratando crianças e adultos em tinta preta, enquanto o espectador ficava devaneando com os entornos das figuras humanas, em cenários mais abertos, lúdicos, misteriosos, mais ou menos coloridos.

Um aspecto interessante, na obra de Rian e em todas as outras que usam desse artifício de linguagem, é forçar nosso olhar a

encontrar sentido, beleza e poética no que está escuso, fora dos holofotes, em um mundo no qual rege um esforço coletivo para evidenciar nossas melhores facetas, enquanto escondemos nossas sombras interiores.

Esse afã contemporâneo fica muito evidente no esforço que todos fazem para construir a persona perfeita das redes sociais, com seus filtros e efeitos de imagem. Quem convive, ou mesmo cruza, com profissionais da web, os chamados influenciadores digitais, pode ter experimentado o choque entre a luminosidade frente às câmeras e os lados sombrios do presencial.

Se luz e sombra são dessas dualidades que compõem a existência e seus signos e símbolos, devemos considerar que nos tornamos uma usina de falsas luzes, tentando ofuscar os defeitos que todos carregamos.

Melhor antídoto: a autenticidade pessoal, promovendo conforto interior e a certeza de que somos fiéis a nós mesmos, enquanto o mundo, bom, deixa ele tentar esconder suas sombras…

Rian Fontenele, “A restauração de uma ausência #22 A intrépda”, 2013, nanquin sobre tela. Acervo MAUC-UFC

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Carl Heinrich Bloch "Em uma Osteria Romana", 1866, óleo sobre tela. Museu Statens de Arte, Copenhague

RIQUEZA X POBREZA

Era uma festa na casa de uma das famílias com mais dinheiro do Ceará. Só para dimensionar o evento, a icônica Marisa Monte era a atração musical da noite e eu ali, como convidado e jornalista (voyeur de um outro e exclusivo mundo).

Numa das ilhas do vastíssimo buffet, enquanto aguardava um garçom cortar um pedaço do presunto Pata Negra, escuto de relance o seguinte diálogo:

“Amiga, eu não sou rica, eu tenho uma marca, é diferente”, dizia uma das convidadas, completamente banhada de diamantes. Era uma persona conhecida nacionalmente, tem uma grande rede do varejo, com lojas, inclusive, fora do País.

Acompanhando jornalisticamente a vida dos bem-sucedidos financeiramente e conhecendo sua agenda pelo que é exposto pelas redes e coberturas sociais, questionei-me: afinal, o que é ser rico para ela? Se diante de um considerável império e uma vida de inúmeros prazeres compráveis, ainda assim, ela não se considera uma pessoa rica, o que seria a riqueza?

Essa é uma das questões centrais de um dos livros mais vendidos em 2025: “Coisa de rico: A vida dos endinheirados brasileiros”, escrito pelo doutor em Antropologia Michel Alcoforado. Na obra, ele se propôs a analisar, em um mergulho preciso e mordaz, o mundo das elites brasileiras, partindo exatamente dessa constatação de cunho cultural e impregnada na elite tupiniquim, a negação generalizada das próprias fortunas.

Conhecido como “antropólogo do luxo”, durante a sua pesquisa, ficou evidente que, a partir de um certo patamar, aos ricos não interessa mais o tamanho da conta bancária, mas os códigos que precisam dominar para fazer parte das altas rodas. O trabalho de Michel é uma verdadeira e bem humorada aula de Brasil.

Essa relação com o dinheiro, seja ele muito ou pouco, parece ser, mesmo, um dos dilemas mais presentes na nossa existência.

Tempos atrás, apareceu pela bolha “meirelers” um casal comprando absolutamente tudo o que estava à venda no mundo alto padrão. Só bebiam o champanhe Cristal, da Maison Louis Roederer. As festas eram para poucos convidados, sem fotos, mas com atrações que lotam estádios pelo mundo, pasmem.

As pessoas sempre me perguntavam,

nos coquetéis da vida, de onde eles vieram e para onde iam. “E eu lá sei, como é que posso saber da vida de quem se esconde?”, respondia.

Um belo dia, a dinheirama foi explicada mediante operação da PF. “Toc, toc, toc”, às 6h da manhã, conhecem? Pois é…

O investigado foi conduzido para depor e o processo corre na Justiça… Ela? Bom, foi vista horas depois comprando vestidos numa grife deluxe num shopping da Cidade, aliás, na mesma boutique da empresária citada no começo deste texto, negando sua riqueza. Os novos modelitos seriam para ir visitá-lo atrás das grades ou foram motivados pela certeza da impunidade? Quem sabe o que se passa na cabeça dos que não se preocupam com a falta de dinheiro, drama generalizado dos brasileiros. Esses, ao contrário, administram o excesso, sobretudo sem uma procedência bem explicada.

MUSEU

1.

Para comer

Considerado um dos produtos gastronômicos mais sofisticados do mundo, o presunto pata negra (mais conhecido como Jamón Ibérico de Bellota, da Espanha) reúne uma série de diferenciais que explicam os valores cobrados pela iguaria que, assim como os vinhos, alcança cifras inimagináveis. Vem do porco ibérico, uma raça nativa e rara, diferente do porco comum. Vivem soltos em grandes áreas chamadas dehesas (bosques de carvalhos), precisando percorrer longas distâncias para se alimentar. Esse exercício natural distribui melhor a gordura intramuscular, criando o famoso marmoreio. A cura do presunto pode durar de 2 a 4 anos em condições controladas de temperatura e umidade, exigindo paciência e espaço..

2.

Para ver

Disponível no Amazon Prime e no HBO Max, “Triângulo da Tristeza” acompanha o casal de modelos Carl e Yaya em um cruzeiro de luxo para super-ricos. O que a princípio parecia digno de ser postado nas redes sociais, termina catastroficamente quando uma brutal tempestade atinge o barco. No cenário caótico, os sentimentos e as relações de poder vêm à tona, levantando até que ponto dinheiro e felicidade caminham juntos.

3.

Para ler

Do célebre antropólogo Michel Alcoforado, conhecido como “antropólogo do luxo”, “Coisa de Rico” parte da compreensão de que não existe um critério absoluto para a riqueza no Brasil para decifrar os códigos que mantêm a diferenciação entre endinheirados e o restante da população brasileira. O jogo de distinção está em toda a parte: na escolha dos bairros para morar, na arquitetura e na decoração das casas, nos destinos de viagem, nos estudos e na linguagem. Disponível nas livrarias e lojas virtuais.

Vincent van Gogh "Os comedores de batatas", 1885, óleo sobre tela. Museu van Gogh, Amesterdã

Quem reflete bem sobre o tema é o cineasta Bong Joon Ho em seu “Parasita”, vencedor do Oscar de 2020. Também cabe indicar “Triângulo da Tristeza”, do diretor e roteirista Ruben Östlund, com sua crítica ácida e satírica aos super-ricos e a relação entre poder aquisitivo e o conceito romantizado de felicidade. Em ambos, o ter tudo e o não ter nada são espelhos. Sensações ao mesmo tempo dissonantes, mas reflexo de si, envoltos nas relações de poder e a dinâmica de classes na sociedade.

…E nessa de ter ou não ter, eis a questão: o que é ser rico? Rico de que? Rico para quem?

FUNDAÇÃO

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VIDA X MORTE

Enquanto refletia sobre o estar com o corpo funcionando e, portanto, vivo, e esse destino inexorável e indesejado que é a morte, chega a notícia, falsa, de que o célebre comerciante Raimundo do Queijo, dono da mítica bodega-bar homônima no Centro Histórico de Fortaleza, ponto de boêmios e da intelectualidade, havia morrido.

Corrigida às pressas, afortunadamente, pelos vereadores que haviam feito até um minuto de silêncio, no plenário, em respeito à alma de Seu Raimundo, a mentira "culposa" suscitou um pensamento interessante de um colega de Redação: "Só ganham falsa morte personas célebres. Só sujeitos muito conhecidos, cuja existência seja de conhecimento público, são alvos de boatos acerca da morte".

Verdade, mas estranho...

Lembrei-me, contudo, de um período no qual ia, praticamente, todos os domingos pela manhã ao Raimundo do Queijo, com meu pai e, por lá, ficávamos até o início da tarde, quando os músicos param de tocar chorinhos, sambas, forrós, bregas, uma delícia citadina.

Algo sempre vinha à minha mente. É comum, perto da banda, haver esses andarilhos ébrios dos centros de quaisquer cidades do mundo. Chamavam-me atenção os mais velhos, gente 70+, 80+?, será?

Cigarro em um dedo, cachaça na outra mão, dançando numa alegria única. Os pés pretos de asfalto e pouco banho, as roupas que pertenceram a alguém, que decidiu fazer uma doação. Mas aquele sorriso só deles. E a saúde mais ainda.

Enquanto eles dançam, bebem e fumam, contrariando toda a expectativa cultural e os preceitos da Medicina e da Ciência, outros idosos estão muito bem medicados, acompanhados

de excelentes doutores, em suas clínicas chiques dos prédios deluxe, de onde recebem todo o acompanhamento necessário para viverem deitados, aguardando o porvir.

Em sua obra póstuma "O Sentido da Vida", famoso psicanalista Contardo Calligaris "brinca", revirando lembranças e usando de sua genialidade textual, com nossas incertezas e deixa uma frase que se tornou hit à época em que o livro foi lançado: "é melhor ter uma vida interessante a uma vida feliz".

O multicultural também psicanalista, pedagogo, educador, teólogo, acadêmico e escritor Rubem Alves, em "Se Eu Pudesse Viver Minha Vida Novamente", escreve:

"A celebração de mais um ano de vida é a celebração de um desfazer, um tempo que deixou de ser, não mais existe. Fósforo que foi riscado. Nunca mais acenderá. Daí a profunda sabedoria do ritual de soprar as velas".

E completa...

"Não entendo a razão pela qual os participantes (das festas de aniversário), diante das velas apagadas, se ponham a bater palmas e a rir, quando o certo seria que chorassem".

Entre devaneios e memórias, o ensaísta reflete sobre infância e velhice, duas fases, segundo ele, semelhantes...

"As almas dos velhos e dos adultos brincam no mesmo tempo. As crianças sabem aquilo que os velhos esqueceram e têm de aprender de novo: que a vida é brinquedo que para nada serve, a não ser para a alegria".

A nós, os sobreviventes, fica a lição. E sobre o Raimundo do Queijo, vez por outra retorno àquelas "domingueiras", onde contemplo a alegria mais genuína de todas, a de estar e ser vivo.

Charles Lessa, "O espírito que me inventou ainda sangra", 2025, acrílica sobre tela

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CHARLES LESSA / DIVULGAÇÃO

CÉU X INFERNO

Quando criança, imaginava o céu prometido pelo cristianismo como um paraíso que ficaria em cima das nuvens. O inferno, por tabela, seria o oposto, uma prisão fumegante abaixo da terra que pisamos. Daí fui amadurecendo, fiz o curso de Jornalismo, portal que arregaça nossos olhos para a vida em todas as suas possibilidades, e comecei a perceber que, especialmente em países como o Brasil, onde a desigualdade é patente, fica facílimo constatar existências celestiais e infernais ao nosso redor.

Na base da pirâmide, os desassistidos e carentes, provando de toda ordem da desgraça que os cerca, sem

oportunidades e mendigando por políticas assistenciais. Do meio ao topo, o outro espectro, que depois de degustar as delícias de uma vida abastada, agora dedica-se ao interior e suas práticas de wellness. Mas para embaralhar, ainda mais, nossa complexidade social, temos um agravante recente…

Religião, esse dicionário de condutas onde céu e inferno foram definidos, se misturou com política, negócios, showbusiness. Passeou também pelas mentorias de coach, ganhou novas asas com as teorias da prosperidade, também aplicadas aos manuais de auto-ajuda e em-

Cornelis van Haarlem "A queda dos titãs", 1590, óleo sobre tela. Museu Statens, Copenhague

preendedorismo, abraçou as teorias da meritocracia. Virou hype de Instagram, com blogueiras postando salmos, antes das publis. Virou best-seller com o fenômeno “Café com Deus Pai”, com direito a box de luxo, contendo a publicação, copo térmico temático e outros mimos.

Onde estão, nessa miscelânea de setas, gritando nos púlpitos, altares e perfis digitais, os caminhos para o céu e a fuga do inferno? A preço de hoje, diria que não precisa mais olhar nem para cima, nem para baixo, está tudo do nosso lado, ou melhor, nós já estamos dentro desses polos de prazer e dor também. Qual o seu, hoje?

GALERIA

LEONARDO LEAL

OLHAR ATENTO À ARTE CONTEMPORÂNEA E AOS NOVOS CRIADORES

Galeria aposta na democratização do acesso à arte, incentivo a novos artistas e fortalecimento do mercado regional

A Galeria Leonardo Leal é um dos principais pontos de encontro da arte contemporânea em Fortaleza. Um lugar de diálogo e fortalecimento da produção artística cearense e nacional. Como diferencial, um espaço possível para os novos criadores, com curadoria atenta e compromisso com a arte viva.

Desde a infância, o idealizador do espaço, Leonardo Leal Mello da Silva, desenvolveu um olhar sensível para a arte. Visitas a museus e exposições com os pais na infância ajudaram a nutrir o interesse pelo universo artístico. A galeria surgiu a partir do interesse em colecionar obras e, aos poucos, a coleção foi se construindo de maneira orgânica.

"Foram os artistas que me convenceram a ser galerista, principalmente, a Azuhli e o Marco Ribeiro", lembra. Ele deixou seu antigo trabalho como sócio de uma empresa de segurança para adentrar no mercado das artes plásticas. Não foi algo pensado: "Quando percebi, eu estava galerista".

E nessa função, ele tinha um caminho claro: o foco em artistas contemporâneos. Leonardo queria trocar ideias e incentivar o compartilhamento de experiências. A galeria promove encontros com artistas, rodas de conversa e mantém portas abertas para quem quer aprender, apreciar e, eventualmente, adquirir uma peça.

"Uma das propostas do contemporâneo é que possibilita a troca de ideias. Recebemos os próprios artistas para conversar sobre seu trabalho. É uma interação diferente do segundo setor, por exemplo, que o artista já é falecido ou já não temos como acompanhar o surgimento do trabalho", diz.

Para Leonardo, essa comunicação traz mais profundidade ao trabalho e estreita a relação entre o público e o artista. Entre os artistas que expõem na Galeria Leonardo Leal hoje, estão alguns nomes como Arrudas, Artur Bombonato, Cadeh Juaçaba, Cecília Bichucher, Diego de Santos e Francisco de Almeida, Henrique Viudez, Marco Ribeiro, Mario Sanders, Tetê de Alencar e William Mophos.

UMA DAS PROPOSTAS DO CONTEMPORÂNEO É QUE POSSIBILITA A TROCA DE IDEIAS. RECEBEMOS OS PRÓPRIOS ARTISTAS PARA CONVERSAR SOBRE SEU TRABALHO"

"Eu procuro artistas que consigam dar identidade ao seu trabalho. Gosto de artistas que, quando você olha para a obra, você sabe que isso foi feito por determinado artista. Isso, para mim, é o mais impressionante: dar identidade própria”, frisa.

Em suas reflexões sobre o mercado da arte, ele considera que a maior dificuldade que grande parte dos artistas visuais enfrentam é não conseguir encontrar caminhos para se sustentar a partir do próprio trabalho.

Sobre a cena local, segundo o galerista, "há um frescor na arte cearense”. Ele acredita na

ascensão artística do Estado e no crescimento da visibilidade da arte do Ceará.

Outro objetivo da Galeria Leonardo Leal é ampliar o acesso à arte e combater a ideia de que “galeria é lugar caro”. O convite é a entrar, apreciar, conversar. Democratizar.

Leonardo quer desenvolver projetos de residência artística, exposições com curadores convidados e lançamentos de novos nomes na galeria. Firmando, assim, um compromisso que vai além da estética, mas busca empatia e transformação por meio da arte.

Local: Rua Visconde de Mauá, 1515 - Aldeota

Contato: (85) 3111.5378

Instagram: @galerialeonardoleal

Funcionamento: Terça a sexta-feira, das 12h às 20 horas; sábado, das 10h às 13 horas

Gratuito

Galeria Leonardo Leal_

Celebrando dez anos de carreira e um dos nomes de expressão da nova geração de artistas do Ceará, Beatriz Soares recebeu Pause em sua casa-ateliê para imersão em seu universo cheio de cores e sentidos

Texto_Clovis Holanda Fotos_Aurélio Alves

Há momentos na vida em que nos sentimos dentro de um filme. Tudo é tão estético, pautado em um outro ritmo de pensar e sentir. O contexto destoa completamente da trivialidade dos dias…às vezes banais.

Foi assim, numa terça-feira (quase) qualquer, que senti-me no encontro com a artista visual Beatriz Soares. Numa casa nas Dunas, o silêncio é profundo, fica o ateliê-casa da pintora cearense, que desde 2020 mora e mantém ateliê-galeria com seus trabalhos em Pinheiros, São Paulo. Foi lá também onde se graduou em Belas Artes após temporada de estudos, na mesma área, em Granada, Espanha.

Uma escada, repleta de obras nas paredes, leva-nos ao piso superior da residência. Entre centenas de livros dos pais, os acadêmicos Jorge Soares, docente do curso de Engenharia Civil, e Camilla Freitas, professora da Faculdade de Direito, ambos da Universidade Federal do Ceará, ficam as tintas, os pincéis, as telas - vibrantes - de “Bia”.

DESENHAR E PINTAR SEMPRE

DESPERTARAM

EM MIM FASCÍNIO

E MUITO FOCO, DESDE BEM

PEQUENA"

“Minhas primeiras lembranças da infância já são com arte. Desenhar e pintar sempre despertaram em mim fascínio e muito foco, desde bem pequena. Na escola cumpria com minhas obrigações, mas sempre foi arte meu interesse maior”, relembra ela, que aos oito anos foi morar uma temporada na Espanha para que a mãe concluísse Doutorado em Direito, período em que pôde conhecer obras icônicas de grandes mestres das artes pelos museus da Europa.

Tudo seguia muito intuitivamente até que, aos 14 anos, uma amiga da família encantou-se por um trabalho e perguntou o valor. Beatriz entendeu, alí, que poderia apostar na carreira como artista. De lá, são dez anos de uma trajetória em permanente expansão e amadurecimento.

cartola_ bia soares_

Vamos começar as fotos?

disse Aurélio Alves, o fotojornalista que me acompanha nessa matéria. Beatriz, que na minha percepção já estava superestilosa para posar, pede licença para trocar de roupa.

Enquanto aguardo Bia, fico encarando as mulheres das telas nas paredes, cada uma com uma força única. Com suas formas e dimensões disruptivas, cores fortes, elas nos engolem com o olhar. “Minhas inspirações são as mulheres fortes da minha família. Minha mãe Camilla, minha avó Beth Freitas (na varanda do ateliê observando com orgulho e ternura os movimentos da neta). Às vezes acho que são auto-retratos também”, disse-me antes de descer e voltar como uma personagem de si mesma.

Beatriz tem o espírito tão artístico, que coloca sua presença também à disposição do ofício.

“Fiz umas cabeças para as fotos, vejam se para vocês faz sentido”, perguntou com uma delicadeza própria da personalidade. É intensa, forte, decidida e doce, ao mesmo tempo.

“Tenho dado muita vazão às referências do Ceará, da cultura nordestina, dos muito nordestes que temos no Brasil. Imagens de chapéus de cangaceiros, as referências a Luiz Gonzaga, que amo, tudo isso vem compondo o imaginário das minhas últimas obras. Diria que minhas inspirações centrais são a força feminina, a alegria da brasilidade como cultura”, explica ela com um acessório de cabeça teatral, minuciosamente em harmonia com as cores do figurino. Antes dos clicks, um pedido:

“Posso colocar a playlist do ateliê? Preciso de música para tudo na vida”, pediu a artista, fã incondicional de Ney Matogrosso e de outros ícones da MPB, como Amelinha. É admiradora de bandas de forró, tradicional e eletrônico, como Dorgival Dantas, João Gomes, e apaixonada por sambas-enredo das escolas do Rio de Janeiro.

“Desde 2019, quando desfilei na União da Ilha, no carro que homenageava o mestre Espedito Seleiro, fiquei fascinada pelo universo das escolas de samba, não apenas pela beleza dos desfiles, que são a própria arte em cena, mas todo o enredo e as letras dos sambas”, disse.

Com uma gentil limonada em mãos, vejo Beatriz “dar mais um pulinho lá embaixo”, e voltar como um pássaro, trajando mangas cheias de camadas em tecidos e pronta para dar asas à imaginação. “Sempre amei moda, moda também é arte”, diz ela, que só pinta descalça e mantém rituais de trabalho, seja na terra-natal ou em São Paulo.

“O ateliê é um espaço sagrado... É onde coloco todas as minhas inquietações pessoais e profissionais. É o palco que torna isso possível: onde sou atriz e plateia, tela, pincel, tinta, observadora, crítica e artista. É para lá que me dirijo todos os dias — entusiasmada ou não, criativa ou não —, mas sempre em busca de manter a disciplina”, define ela, que mantém uma rotina de trabalho diária, independentemente de mais ou menos inspiração.

Para o ensaio Pause, o styling de Beatriz é de seu acervo pessoal. Beleza: Casa Mossati, Andrew Jackson e Mitaly Make Up (cabelo e maquiagem). Acessórios: Hermenê

O ATELIÊ É UM ESPAÇO SAGRADO... É ONDE COLOCO

TODAS AS MINHAS INQUIETAÇÕES

PESSOAIS E PROFISSIONAIS"

“Sento, começo a pintar e deixo a emoção ir me guiando”, relata mostrando novas obras nas quais suas mulheres saem de raízes no solo. “Estou num período de muito retorno e pesquisa do Ceará, meu lugar no mundo, minhas raízes. Parece que me afastar fisicamente daqui aumentou meu interesse pela identidade do Nordeste”. relata.

Chegou minha vez de posar com Beatriz. Ela, então, me apresenta um pássaro que ela fez para este momento com a reportagem de Pause. Deixo-me levar pelo clima, pela música, pelo cenário cinematográfico. Eu com o pássaro e ela com uma moldura, onde seu rosto se faz pintura, viva, vivíssima.

Se fosse, mesmo, um filme, essa entrevista se chamaria “Os Olhos do Ateliê”. Gostaram?

Qual o papel da arte, Bia?

"Oferecer inspiração para a vida e o dia a dia, não apenas por meio do belo, mas também provocando reflexões. Fazer o outro enxergar o que não está explícito, provocar sentimentos e questões", define.

De tudo o que já pôde ver no campo das artes, ela guarda com carinho a visita ao “Picasso Museum” em Antibes, na França, o Centre Pompidou, em Paris, e o Museu Reina Sofía, em Madrid. No Ceará, destaca com entusiasmo visitas recorrentes ao Museu da Imagem e do Som, ao acervo da Unifor, sempre exposto no Centro Cultural da Universidade, à Pinacoteca do Ceará, ao Museu da Fotografia de Fortaleza e ao MAUC, da UFC.

Enquanto ela faz as últimas fotos com seus instrumentos de trabalho, pego um livro de supetão, “Gabriela”, o romance célebre de Jorge Amado, cuja protagonista reúne uma série de referências de minha conversa toda com Beatriz, em especial, a força feminina para mover e mudar estruturas.

Na playlist, Ednardo, Amelinha e Belchior cantam “Terral”. Êxtase multissensorial. O tempo parou, por um instante. Pause.

…E Bia, segue sua vocação absolutamente entranhada. Não sei se é ela quem conduz e apresenta sua arte ao público ou se é a própria energia potente da arte quem a conduz para se expressar ao mundo. As duas partes são uma só em todo o processo.

Já nós… ficamos a observar e a sermos observados pelas presenças coloridas do ateliê, em permanentes e efervescentes devaneios poéticos, mas sem perder as raízes.

Repouso, 2025 Óleo sobre tela 70 x 90 cm

Sol nascente, 2025 Óleo, acrílica e bastão óleo sobre tela 90 x 100 cm

Atelier Beatriz Soares_

Rua Cristiano Viana, 67, Pinheiros - SP Site: biasoares.com.br Instagram: @beatrizsoaress__

Sumário Expediente

Sem título, 2025 Óleo e acrílica sobre tela 100 x 100 cm

Acostumou na fantasia, 2025 Óleo, acrílica e bastão óleo sobre tela 90 x 120 cm

Coração sagrado, 2025 Acrílica sobre madeira 15 x 26,5 cm

Poeta, 2025 Óleo e acrílica sobre tela 100 x 100 cm

Capa
Página 76
Página 268
Página 292

Percurso longo...

...permeado de sentimentos, meus e de todos os que se abriram à nossa reportagem, foi assim a execução da revista Pause 20252026.

Entre o pragmatismo de entregar um produto editorial palpável e o idealismo contido nas falas dos personagens ouvidos nas matérias, deixei-me levar pela segunda parte.

Cada entrevista, cada texto, o cheiro de tinta no ateliê de Bia Soares, tudo inspira e fica contido na caixa das percepções, de onde tiramos as ferramentas para o enfrentamento e o deleite dos dias.

Pause é um convite, mas também um alerta.

É um estado, mas também uma forma de encarar o porvir.

É entender a necessidade de puxar o ar, antes do próximo passo, sem perder de vista o entorno.

Afinal, nada é sobre eu, nem sobre você. É tudo sobre nós.

Pause, pause, pause...

Até ano que vem_

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