20 11 2013

Page 5

economia

Quarta-feira, 20 de Novembro de 2013

O Primeiro de Janeiro | 5

FEEF liberta verba para Portugal e diz acreditar no regresso aos mercados

3.7 mil milhões de euros Durante nove meses

Estado obrigado a manter 30% dos CTT

O Estado português vai ter de manter pelo menos durante nove meses 30% do capital social e direitos de voto dos CTT com que ainda fica, após a Oferta Pública de Venda (OPV) que arrancou ontem e terminará a 5 de dezembro, segundo o prospeto da operação. O documento avança ainda que os bancos responsáveis pela operação vão receber uma comissão global até um máximo de 4,9 milhões de euros. O Governo avançou na segunda-feira que o preço das ações oscilará entre os 4,10 euros e os 5,52 euros, mas o documento adianta que a fixação do valor final irá ocorrer a 3 de dezembro.

Em linha com Europa

Bolsa de Lisboa fecha sessão em perda

O principal índice da bolsa portuguesa, o PSI20, encerrou a sessão de ontem a recuar 0,15% para 6.354,24 pontos, acompanhando a tendência negativa nos mercados europeus de referência. Das 20 cotadas que compõem o PSI20, 13 desvalorizaram e sete fecharam o dia em terreno positivo. A penalizar a praça portuguesa estão as quedas do Banco Espírito Santo, que cedeu 1,46%, e da Portugal Telecom, que perdeu 1,35%. Na Europa, o dia foi de perdas que oscilaram entre os 1,57% de Madrid (IBEX) e os 0,35% de Frankfurt (DAX).

“Após um par de anos de ajustamento intenso e esforços tremendos, Portugal atinge agora a fase decisiva do caminho”, diz FEEF. O Fundo Europeu de Estabilidade Financeira aprovou, ontem, o desembolso de 3,7 mil milhões de euros para Portugal, na sequência das oitava e nona revisões do programa de assistência, que o seu diretor acredita que será concluído com êxito. Com o desembolso deste montante, resultante da avaliação positiva da “fusão” das oitava e nona avaliações do programa de ajustamento – concluídas no início de outubro passado -, fica apenas por atribuir 1,2 mil milhões de euros no quadro do programa de assistência financeira do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) a Portugal, cuja conclusão está prevista para meados do próximo ano. Numa declaração divulgada desde o Luxemburgo, por ocasião da aprovação do desembolso da tranche, o diretor do FEEF, Klaus Regling, comentou que, “após um par de anos de ajustamento intenso e esforços tremendos do seu povo, Portugal atinge agora a fase decisiva do caminho para reconquistar o acesso aos

FEEF. Tranche eleva o desembolso acumulado pelo fundo europeu para 24,8 mil milhões desde 2011 mercados, o objetivo derradeiro do programa do FEEF”. “Dado o notável progresso verificado até agora, este objetivo está ao alcance”, afirmou Regling. O diretor-executivo do mecanismo de resgate europeu já havia indicado, a 14 de outubro passado, no Luxemburgo, que, após a adoção formal da mais recente revisão do programa, conduzida pela missão da ‘troika’ (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) e concluída a 03 de outubro, seriam

desembolsados 3,7 mil milhões. Esta tranche eleva o desembolso acumulado pelo fundo europeu para 24,8 mil milhões desde 2011, e deixa 1,2 mil milhões para o próximo ano, a serem desembolsados no primeiro semestre, “claro que sempre ligado à condicionalidade”, ou seja, a avaliações positivas da implementação do programa de ajustamento, indicou na ocasião o responsável máximo do novo mecanismo permanente de resgate e, ainda, do FEEF, fundo que ainda se encontra operacional até à conclusão do financia-

mento dos programas de assistência a Grécia, Irlanda e Portugal. Ontem, os juros da dívida soberana de Portugal estavam a subir a dois e cinco anos e a descer a dez anos, em relação a segunda-feira, mas mantinham-se respetivamente abaixo dos 4, 5 e 6 por cento. Cerca das 09h00, os juros a dez anos estavam a ser negociados a 5,941%, abaixo dos 5,942% do encerramento de segunda-feira e dos 6% pela nona sessão consecutiva desde 5 de junho deste ano e depois de 28 sessões consecutivas abaixo dos sete por cento.

Durão exulta com aprovação do Orçamento da UE

“Este é um grande dia para a Europa” O presidente da Comissão Europeia considerou que o dia de ontem foi “um grande dia para a Europa”, com a aprovação final, pelo Parlamento Europeu, do orçamento comunitário para 2014-2020, que, disse, ajudará a reforçar a retoma e a ajudar os mais vulneráveis. Pouco depois de o Parlamento Europeu ter aprovado, na sessão plenária que decorre em Estrasburgo, o quadro financeiro plurianual para os próximos sete anos, Durão Barroso, numa mensagem divulgada em Bruxelas, congratulou-se por terem assim sido concluídas com êxi-

União Europeia. “Há financiamento para fazermos o caminho de saída da crise”, disse Durão Barroso

to “longas negociações”, que se prolongaram durante meses. “A União Europeia vai investir quase 1 bilião (um milhão de milhões) de euros em crescimento e empregos entre 2014 e 2020. O orçamento da UE é modesto em dimensão quando comparado com a riqueza nacional. Mas um só ano do orçamento representa mais dinheiro – nos preços de hoje – que todo o plano Marshall na sua época”, sustentou. Segundo o presidente do executivo comunitário, este orçamento da UE para 2014-2020, “moderno e orientado para o futuro, pode fazer uma diferença real na

vida das pessoas” e irá “ajudar a reforçar e a sustentar a retoma em curso na União Europeia”. “Há financiamento para fazermos o caminho de saída da crise, apoio financeiro para aqueles abaixo da linha de pobreza ou à procura de emprego, oportunidades de investimento para pequenas empresas e assistência para comunidades locais, agricultores, investigadores e estudantes. Este é um acordo que ajuda cada família na Europa”, disse, acrescentando que é com satisfação que a UE volta a mostrar que “a Europa é parte da solução”.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.