11-03-2013

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economia

Segunda-feira, 11 de Março de 2013

O Primeiro de Janeiro | 5

Queda do PIB no final de 2012 deve ser confirmada hoje pelo INE

Mais dados negativos Com credores internacionais

Grécia inicia nova ronda de negociações

DR

Em fevereiro, INE divulgou estimativa rápida para evolução do PIB no último trimestre de 2012 e resultado foi pior que o previsto.

O ministro grego das Finanças vai iniciar conversações com os credores internacionais do país, depois da resignação de dois dos mais importantes funcionários da equipa para a reforma grega. A reunião, sobretudo centrada no corte de postos de trabalho, irá determinar se Atenas vai reivindicar uma fatia do empréstimo de 2,8 mil milhões de euros, devido até ao final deste mês. A Grécia ainda terá que lidar com questões difíceis como a diminuição do número de empregos no setor público e a recapitalização dos bancos.

O INE divulga, hoje, a segunda estimativa para a evolução da economia no quarto trimestre de 2012, que em fevereiro apresentou um dos piores resultados da história, com os economistas a não esperar grandes mudanças aos números iniciais. A 14 de fevereiro, o Instituto Nacional de Estatística divulgou a estimativa rápida para a evolução do Produto Interno Bruto no último trimestre de 2012 e o resultado não só foi pior que o previsto como foi um dos piores desde que existem dados. Em termos anuais, o PIB terá caído 3,2%, encontrando um registo anual mais negativo apenas em 1975, com dados que não são inteiramente comparáveis. Este é o pior resultado da série longa do INE que remonta a 1996, e o segundo pior da história quando considerada a série longa do Banco de Portugal, surgindo um resultado mais negativo apenas no ano de 1975, quando a recessão atingiu os 5,1%. Em termos trimestrais, e comparando com o período homólogo, a contração do PIB quarto

Plenário em Estrasburgo

300 mil protestam em 60 cidades espanholas

Parlamento Europeu debate supervisão

As propostas de reforma da Política Agrícola Comum, o reforço da supervisão orçamental na zona euro e o debate sobre o próximo Conselho Europeu dominarão a sessão plenária do Parlamento Europeu, que começa hoje, em Estrasburgo. Amanhã, os eurodeputados vão votar o segundo pacote legislativo sobre a governação económica («two-pack»), que visa o fortalecimento da supervisão fiscal e das políticas económicas dos países da zona euro. A eurodeputada socialista Elisa Ferreira é relatora de um dos dois textos legislativos’.

2012. Dados do quatro trimestre devem confirmar queda do PIB nacional trimestre do ano passado acaba por ser a segunda pior da história, superada apenas pelos 4,1% verificados no primeiro trimestre de 2009. Esta é também a pior sequência na evolução do PIB tanto nas contas do INE como do Banco de Portugal. Para hoje, a expectativa de alterações é muito pequena, até porque na segunda estimativa quando as alterações acontecem também não costumam ser muito significativas. “Não esperamos uma alteração significativa. O detalhe do INE deverá confirmar

uma queda da procura interna, mas menos pronunciada que no trimestre anterior, e um menor contributo positivo da procura externa líquida. As principais incógnitas são sobretudo o detalhe da procura interna. Em concreto, o que estará subjacente a um melhor comportamento do Investimento (melhorou, segundo a estimativa rápida do INE) e as tendências relativamente ao consumo privado”, explicou a economista do banco BPI, Paula Carvalho. O economista chefe do Mon-

tepio Geral, Rui Bernardes Serra, lembra que mudanças entre a primeira estimativa e a estimativa final “não são muito frequentes”. Ainda assim, caso seja alterados os valores, o economista do Montepio Geral pensa que seria mais provável uma revisão em alta. “Temos indicadores que sinalizam uma contração do PIB de apenas 1,5%, mas o valor de 1,8% divulgado pelo INE é perfeitamente admissível já que o erro padrão do nosso modelo é ligeiramente superior a essa diferença”, considera.

Milhares nas ruas contra o desemprego DR

Cerca de 300 mil pessoas saíram, ontem, à rua em 60 cidades espanholas para protestar contra a alta taxa de desemprego e a austeridade e para pedir uma regeneração democrática para o nível de corrupção. Segundo um porta-voz da Cúpula Social – uma plataforma que congrega 150 organizações sociais e sindicais e que convocou a manifestação por toda a Espanha -, na capital espanhola, Madrid, estiveram cerca de 50 mil manifestantes nas ruas, na Catalunha 66 mil, na Comunidade Valenciana 30 mil e nas Astúrias, por exemplo, cerca de 20 mil pessoas.

Espanha. Manifestações em 60 cidades reuniram cerca de 300 mil pessoas

Os secretários gerais da Confederacão Sindical de Comissões Obreiras (CCOO), Ignacio Fernández Toxo, e do Sindicato da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Cándido Méndez, encabeçaram a manifestação em Madrid. Toxo afirmou que a política que o Governo está a seguir é “ditada pela Alemanha” e está a provocar uma inversão da democracia e uma “tempestade perfeita” para o desemprego. O dirigente sindical Méndez pediu, por seu turno, que o dia de manifestação fosse uma expressão de rejeição “muito cla-

ra” à política do Governo, porque, argumenta, está a provocar uma paralisação “brutal” e um distanciamento entre cidadãos e instituições democráticas. O manifesto, que foi lido nas Portas do Sol, alertou que a corrupção e minam a confiança nas instituições e ameaçam “seriamente” a convivência democrática. A Espanha vai fazer, amanhã, uma emissão de dívida a seis e a doze meses, sendo ainda desconhecido o montante, num momento em que o prémio de risco do país está em mínimos desde março de 2012.


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