Os desafios para a floresta plantada do amanhã no Brasil de hoje

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FLORESTAL: celulose, papel, carvão, siderurgia, painéis e madeira ano 22 • número 78 • Divisão F • dez-fev 2025

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• funcionário de empresa Fornecedora do sistemas florestal e bioenergético de qualquer parte do mundo.

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Índice:

Brito Esalq-USP IPEF

Fabiano Stein

Edimar Cardoso Aperam South America

Germano

Franc Roxo Remsoft

Igor Dutra

Marcos Paulo Dias

Capa: Acervo Suzano
Acervo Suzano
Adriana Maugeri AMIF
Jefferson Bueno BM2C
Gilberto Moraes Bracell-SP
Vieira Eldorado
Fernando Bertolucci Suzano
Paracel
ArcelorMittal
Karina Sylvamo
José Sawinski Jr. TFC
Daniel Moura Grupo Plantar
Reflorestar
Molion UF-Alagoas Western Unv
Rafael Macedo Rafa Florestal
Caio Zanardo Veracel

Índice

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Rudolf Woch Apoiotec
Roosevelt Almado Ferrinho
Rodrigo Zagonel Suzano

Especial: os desafios do amanhã no Brasil de hoje

Precisamos manter os faróis

altos e baixos acessos

Ouvidos atentos sobre as projeções para os próximos meses, o ano seguinte ou, em alguns poucos casos, para os próximos dois/ três anos é uma atitude frequente nas rodas de conversa entre lideranças, entretanto, raro é ouvir conversas sobre como está nossa preparação para o médio, longo prazo, a próxima década. Infelizmente aos mais céticos ouso dizer que não é alarmismo, é realmente preocupante não utilizar os “faróis altos” para enxergar o nosso negócio. Para a agroindústria florestal brasileira, aqui me proponho a focar, nesta conversa não usual, quais são os desafios que já enfrentamos hoje para nosso desempenho amanhã.

Acostumados aos ciclos longos da produção florestal, o exercício de enxergar, encontrar vulnerabilidades e buscar soluções e adaptações que nos conduzirão de forma mais segura ao longo prazo do negócio deve ser uma constante no exercício da liderança atualizada. Atuando há quase duas décadas no setor florestal, aprendi em diversas situações que os maiores desafios nos encontram sempre onde acreditamos ser a morada de nossas forças.

A velocidade da leitura real dos cenários restritivos, a adaptação às mudanças de forma produtiva e a importante geração ou agregação de valor adicional neste contexto diferenciam as empresas que estarão à frente em seu segmento.

Como presidente e conselheira, estou constantemente desenvolvendo o olhar estratégico e o diferenciando do tático, ambos importantes para minhas atividades. Aprendi que o olhar estratégico é o farol alto, acende a luz para o que ainda está longe, mas está se aproximando; e o tático é o farol baixo, ou seja, enxergamos o que está mais palpável à nossa frente. Entre estes dois focos, identifico sob a minha visão os principais desafios que a agroindústria florestal do amanhã já consegue mapear e que é preciso velocidade para encontrar o caminho correto.

Obviamente, são vários os desafios, a depender da leitura e do leitor, e destaquei os internos ao setor que, a priori, estão mais palpáveis para a gestão.

Valoração dos ativos e valorização setorial: O setor precisa quebrar a barreira de valores praticados em seu mais precioso material, a madeira. Uma matéria-prima melhor valorada estende este prêmio aos demais elos da cadeia produtiva. Produtos valorados de forma inteligente são valorizados para além do aspecto financeiro. Uma cadeia de valor sem a devida alavancagem sistêmica em geração de valor econômico e financeiro aos seus integrantes não é prioridade em negociações relevantes; o seu “peso” médio torna-se relativamente baixo em uma decisão que pondera multimercado. Um exemplo clássico foi a espetacular valoração que o minério de ferro brasileiro passou nos meados dos anos 2000 e a consequente valorização atual, totalmente diversa daquilo que era antes. A madeira oriunda de plantios comerciais tem todas as credenciais para ser valorizada de forma que nunca vimos no Brasil, mas o setor precisa suportar este processo com foco no futuro. Atração, integração de colaboradores e desenvolvimento de novos líderes: identificar, reconhecer, manter e desenvolver talentos é atualmente um dos maiores desafios enfrentados em grande parte dos setores da economia brasileira. Não acredito que a distorção de valores sociais e a excessiva política assistencialista brasileira sejam as principais causas, apesar de toda relevância que possuem. O trabalho mudou, a população economicamente ativa mudou, as relações mudaram, os propósitos dos indivíduos também, porém, ainda oferecemos grande parte das vagas desenhadas nos modelos antigos com alguns “diferenciais”. O trabalho precisa ser relevante, interessante para a empresa e para o trabalhador inclusive, não apenas uma necessidade de troca de horas por salário. Parece óbvio, mas não é.

Tecnologia e inovação como aliadas: É preciso desenvolver soluções que aumentem a produtividade, eficiência e qualidade da porteira para dentro. Ainda estamos tímidos quanto ao estímulo à inovação (desenvolvimento e aplicação) em nossas operações. Com exceções das grandes corporações, ainda não assistimos a inovação aplicada e acessível aos demais perfis de produtores florestais. Temos um ciclo longo de produção, e o desafio é potencializar neste tempo os resultados que vamos colher e que serão percebidos na produção dos produtos e subprodutos florestais. A tecnologia deve ser aliada na solução de problemas e ser priorizada inclusive no desenho de cargos e funções dos colaboradores. Proponho a seguinte reflexão: Estamos na grande parte dos nossos processos ainda analógicos em um mundo que conversa digitalmente?

Entregar o que o mercado global demanda: Imprescindível fazer constante leitura atenta e focada do comportamento do mercado global. Quais as tendências, onde estão as maiores demandas, como a madeira está inserida neste universo de possibilidades hoje e daqui a uma década? O produto que será consumido amanhã precisa ser desenvolvido ontem. Nunca o setor florestal viu um cenário global tão promissor em relação à demanda por produtos renováveis, limpos, que sejam

O trabalho precisa ser relevante, interessante para a empresa e para o trabalhador inclusive, não apenas uma necessidade de troca de horas por salário. Parece óbvio, mas não é. "

Presidente da AMIF e Presidente da Câmara Setorial de Florestas Plantadas do Ministério da Agricultura

versáteis e, de preferência, que não se tornem resíduos – a madeira se encaixa naturalmente nesta tendência, porém o diferencial será a capacidade de inovar, em tempo reduzido e sem perder a qualidade, no desenvolvimento de bioprodutos que entreguem sustentabilidade ao consumidor. As mudanças de comportamento acontecem mais rapidamente que os ciclos de nossas florestas, o que exige atenção redobrada. Nossa inovabilidade deve ser pautada para entregar soluções frente aos efeitos das alterações climáticas, do consumo desenfreado, das políticas restritivas e instabilidades econômicas cíclicas dos mercados. n

Futuro passa por pessoas, inovação e sustentabilidade

O setor florestal brasileiro vive um momento importante para consolidar sua posição de liderança na produção sustentável de recursos renováveis. Os números falam por si: mais de 10 milhões de hectares de florestas plantadas e investimentos projetados de R$ 102 bilhões até 2028, segundo a IBÁ – Indústria Brasileira de Árvores, e associações estaduais. É uma questão de volume, assim como de qualidade e sustentabilidade, com forte aposta em inovação tecnológica e gestão responsável, garantindo nossa competitividade no mercado internacional.

Entre os principais desafios está a renovação da força de trabalho. O setor florestal e o agronegócio como um todo enfrentam uma lacuna preocupante: a média de idade dos trabalhadores rurais é elevada, enquanto o interesse dos jovens pelo campo diminui. Muitos enxergam as atividades rurais limitadas em oportunidades ou distantes das inovações que os atraem.

O setor florestal e o agronegócio como um todo enfrentam uma lacuna preocupante: a média de idade dos trabalhadores rurais é elevada, enquanto o interesse dos jovens pelo campo diminui. "

Essa desconexão precisa ser revertida para que possamos atrair talentos e garantir a sustentabilidade do setor. A solução passa pela inovação, essa é a chave para transformar essa realidade. O Brasil pode liderar a inovação no setor florestal, mas isso depende de investimento em infraestrutura, capacitação e modernização tecnológica.

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Especial: os desafios do amanhã no Brasil de hoje

Tecnologias como automação, robótica e inteligência artificial têm o potencial de alavancar as operações florestais, aumentando a produtividade, reduzindo custos e promovendo a segurança. Já utilizamos drones para monitoramento, modelagens para projetar o crescimento das árvores e planejar o abastecimento e sensores para detectar focos de incêndio. No entanto, precisamos avançar no cerne das operações florestais.

Hoje, nossas máquinas de plantio funcionam bem, mas ainda estão longe da eficácia de sistemas automatizados ou de um ser humano. O desenvolvimento de sistemas robóticos para tarefas repetitivas e perigosas é possível, mas exige esforço coordenado.

Parcerias com instituições são essenciais. Aqui, na Veracel, estamos próximos do Cimatec, uma das principais instituições de pesquisa e inovação do Brasil, com um histórico de soluções avançadas para a indústria. Com essas parcerias, temos a oportunidade de desenvolver soluções específicas para o setor florestal, assim como a indústria de óleo e gás fez com sucesso.

Também é necessário enfrentar as ameaças que comprometem nossa produtividade. Entre 10% e 20% das perdas no setor são causadas por pragas e doenças. O manejo integrado, aliado ao uso de sensores que avaliem a saúde das plantações em tempo real, pode ajudar a mitigar esses problemas. Isso contribuirá para a redução do uso de químicos, avançando no conceito de "jardinagem", onde máquinas realizam tarefas hoje impensáveis.

Um exemplo disso foi quando, em 2004, “Nelsinho”, o coordenador de colheita da Veracel Celulose e Papel na época, sugeriu um robô para desrama de florestas; hoje é algo totalmente factível.

Além disso, o avanço em bioinsumos abre novas possibilidades. Assim como a adubação florestal enfrentou ceticismo no passado e hoje é um pilar da produtividade, os bioinsumos representam uma nova fronteira tecnológica que precisa ser integrada à prática e ao ensino.

O fortalecimento da educação técnica é outro pilar dessa transformação. As escolas técnicas precisam ser revitalizadas com currículos alinhados às demandas do setor e do mercado.

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Conselhos consultivos com empresas, instituições de ensino e governos podem assegurar uma formação prática e aplicada. O Sistema S – como SENAI e SENAR –deve ser incentivado a oferecer cursos voltados às tecnologias emergentes.

Além das competências técnicas, habilidades socioemocionais como liderança, empatia e trabalho em equipe são indispensáveis para formar profissionais preparados para os desafios de um setor em constante evolução.

Ainda não podemos ignorar a importância de investimentos em infraestrutura digital para destravar o potencial do setor. Conectividade é essencial para incorporar inovações no campo; precisamos de políticas públicas que promovam isso.

Sem acesso à internet de qualidade, inovações como sensoriamento remoto e automação perdem seu impacto. Ao mesmo tempo, a infraestrutura viária continua sendo um gargalo crítico, tanto para a segurança das pessoas quanto para a eficiência operacional. Milhões de quilômetros são percorridos anualmente, muitas vezes em condições precárias. Melhorar essas rotas aumentará a segurança e a produtividade.

Para tornar o setor de florestas plantadas atraente para os jovens, precisamos ir além. É necessário tornar claro que trabalhar com florestas plantadas é muito mais do que operar máquinas: é estar na linha de frente do combate às mudanças climáticas, promovendo o uso sustentável dos recursos e contribuindo para uma economia mais verde.

Mostrar que o setor é inovador e que possui propósito e um papel essencial no futuro do planeta pode ser a chave para reverter a falta de interesse e renovar a força de trabalho.

A história do setor de florestas plantadas no Brasil é marcada pela superação de desafios, pela resiliência e pela capacidade de se reinventar.

Temos a oportunidade de, mais uma vez, sermos pioneiros. Com uma visão estratégica que une inovação, capacitação e sustentabilidade, podemos não apenas enfrentar os desafios do presente, mas construir um futuro ainda mais promissor para o setor. O Brasil tem tudo para ser líder global em florestas plantadas - e esse futuro pode começar agora. n

Empreendendo para o futuro

Quem conheceu o Brasil Agrícola da década de 80 tem bons motivos para celebrar o desenvolvimento alcançado nos últimos 40 anos na maior parte das culturas. A agricultura no Brasil foi tomando o seu lugar até se tornar a principal fonte de crescimento econômico, distribuição de renda, geração de riqueza e desenvolvimento tecnológico. Sem dúvida, temos muitos motivos para agradecer aos técnicos que nos precederam, aos pioneiros que desenvolveram regiões que antes não tinham potencial produtivo, às instituições de pesquisa e extensão e, principalmente, a Deus, que nos deu um país tão privilegiado em sua vocação.

A história próspera da nossa agricultura traz consigo bons desafios a técnicos, empreendedores e instituições de pesquisa e extensão. Também precisamos muito dos fornecedores de insumos e equipamentos. A produção cresceu, os produtos se valorizaram, as portas do comércio internacional se abriram. As terras, que antes tinham pouco valor, se valorizaram, e as culturas hoje concorrem pelo ativo mais precioso ao exercício da nossa vocação. O solo é uma dádiva, nosso bem mais precioso, e precisamos aprender a tratá-lo de forma bem mais nobre do que vínhamos fazendo até agora.

Cada região do Brasil tem a sua própria vocação, determinada pelo solo, altitude, clima, tecnologia e logística. Além da especialização das macrorregiões, também observamos uma diversificação saudável em microrregiões. Assim, as diversas culturas vão se complementando, de acordo com a vocação, e o preço da terra segue compatível com a remuneração dos produtos agrícolas gerados pelo seu cultivo. As florestas plantadas possuem um ciclo longo, quando comparado a outras culturas.

Sem dúvida, temos muitos motivos para agradecer aos técnicos que nos precederam, aos pioneiros, às instituições de pesquisa e extensão e, principalmente, a Deus, que nos deu um país tão privilegiado em sua vocação. "

A tendência é que as florestas plantadas ocupem as regiões mais áridas, mais fragmentadas, e de topografia mais desafiadora à mecanização.

Projetos greenfield ou expansão de plantas de produção que se utilizam de matéria-prima oriunda da floresta plantada precisam considerar esses desafios em seu planejamento. Assim como no passado superamos desafios de aumento de produtividade e manejo das florestas, creio também que temos os recursos necessários para vencer os desafios de hoje e do futuro próximo.

O avanço da mecanização em áreas inclinadas é uma realidade. Hoje podemos realizar operações de preparo de solo, plantio, tratos culturais e adubações com alto nível de mecanização, graças à introdução de escavadeiras adaptadas a essas atividades, bem como à utilização de drones e outros equipamentos que estão se especializando no avanço da mecanização para esse perfil. Na colheita, também temos máquinas que trabalham em alto grau de inclinação, além da possibilidade de ancoragem das máquinas com o uso de guinchos eficientes e seguros.

Com relação às regiões mais áridas, com maior possibilidade de secas extremas e altas temperaturas, podemos trabalhar na mitigação desses efeitos. Buscar clones mais resistentes a déficit hídrico, espaçamento de plantio menos adensado, com a finalidade de redução da demanda de água, são algumas práticas já conhecidas. A cobertura de solo com resíduos da própria floresta e a utilização de compostos orgânicos com alta capacidade de retenção de água no sistema são excelentes práticas. Além da formação de perfis de solo em camadas mais profundas, tanto no desimpedimento físico dos solos, quanto nas propriedades químicas e biológicas, associados ao manejo nutricional e ao preparo de solo que precede a implantação das florestas.

O desenvolvimento de tecnologias para garantir a sustentabilidade das florestas plantadas nas condições citadas é fundamental. Quando mencionamos sustentabilidade, estamos falando de solos produtivos por gerações, de um manejo que considera as diversas dimensões de um projeto florestal. Realizamos operações seguras, produtivas e de alta qualidade e alcançamos a excelência em produtos florestais de grande impacto para a sociedade. Não há como negar, temos um grande privilégio de manejarmos florestas em um país tão abençoado.

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Como em toda grande dádiva recebida, também carregamos a grande responsabilidade de deixarmos um legado às gerações futuras, sabendo que os desafios são crescentes, pois as condições se tornam cada vez mais desafiadoras em relação ao clima e ao solo. Mas também temos mais acesso a pesquisas, informações, novos equipamentos e materiais genéticos mais adaptados às mudanças. Precisamos reconhecer os desafios de hoje, encarar as mudanças e buscar os recursos, para que as nossas florestas prossigam em ser fonte de prosperidade para a nossa sociedade.

Os empreendedores florestais são os grandes responsáveis pelo protagonismo dessas mudanças, pois eles têm a capacidade de integrar os diversos agentes que compõem todo o negócio florestal. Pensar em parcerias de longo prazo e em contratos que fomentam o desenvolvimento de tecnologias, que acumulam e aplicam o conhecimento, é vital. A chave para o progresso das nossas florestas é calçar as sandálias da humildade e reconhecer que a parceria é o melhor caminho para a solução dos desafios. Por maior que seja um player do mercado, não acredito que a autossuficiência seja o caminho.

Temos muito a aprender sempre, com todos os operadores florestais. Temos uma grande comunidade florestal: fornecedores de insumos, prestadores de serviço, fornecedores de máquinas e equipamentos, pesquisadores, consultores e instituições que têm muito a contribuir para os desafios do futuro. A união de forças, mesmo em meio a opiniões divergentes, é uma grande estrada para o nosso desenvolvimento, mas há uma passagem estreita a ser transposta pelos nossos empreendedores que têm o protagonismo dessa história em suas mãos.

Desejo muito sucesso aos empreendedores grandes e pequenos e, principalmente, àqueles que buscam a excelência da floresta e seus produtos. Não devemos ter como principal ambição o número de hectares plantados, mas a qualidade de cada hectare plantado, pois assim teremos motivo de nos alegrar por fazermos cada porção do nosso trabalho com esmero e responsabilidade. A escala dos plantios é fundamental, mas não podemos suprir nossas plantas de produção por número de hectares e sim por m³ de madeira produzido. Agradeço a oportunidade de deixar uma mensagem simples aos nossos leitores, é a porção sobre a qual tenho refletido nos últimos dias. n

Especial: os desafios do amanhã no Brasil de hoje

O Brasil e o futuro da indústria de florestas plantadas

A Indústria de florestas plantadas ocupa uma posição única no Brasil. Combinando eficiência econômica, sustentabilidade e inovação, o setor é um pilar estratégico para o desenvolvimento nacional, contribuindo para o PIB, a geração de empregos e o combate às mudanças climáticas. No entanto, para garantir a competitividade e a resiliência dessa indústria no futuro, é crucial enfrentar de forma estratégica os desafios impostos pelo Brasil, mundo e as novas gerações que chegam aos dias de hoje.

O Brasil se destaca como líder mundial em produtividade florestal, mas enfrenta desafios crescentes que testam sua capacidade de crescimento sustentável. Em um cenário de crises econômicas, guerras, países polarizados devido às crises e ao amadurecimento de pensamento social e político, tensões regulatórias e pressão internacional por práticas ambientais robustas, o setor precisa não apenas se adaptar, mas liderar com inovação e estratégia. Poderíamos discorrer sobre vários desafios, porém, gostaria de ousar elencar cinco desafios a serem trabalhados; outro desafio é tentar resumir os temas em poucas palavras, pois cada tema poderia ser alvo de grandes publicações, o que não é o objetivo por aqui. Vamos lá.

A floresta plantada do amanhã será moldada pelas decisões de hoje (...) o Brasil pode consolidar sua liderança na indústria de florestas plantadas e transformar desafios em oportunidades. "

Conciliação entre Produção e Sustentabilidade: O compromisso com a sustentabilidade não é mais uma escolha; é uma questão de sobrevivência e um propósito humanitário. A indústria de florestas plantadas deve continuar a demonstrar que é possível integrar produção sustentável com preservação ambiental e desenvolvimento social. Isso inclui cuidar das pessoas que fazem parte da nossa indústria e, também, das comunidades que nos rodeiam. Devemos buscar cada vez mais técnicas de maior eficiência no uso do solo, recuperação de áreas degradadas e desenvolvimento de novas áreas de conservação, além da adoção de tecnologias cada vez mais eficientes e sustentáveis. Mudanças Climáticas e a Gestão florestal: A crescente frequência de secas e eventos climáticos extremos afeta diretamente a produtividade florestal. Estratégias de adaptação, como o uso de espécies geneticamente aprimoradas, manejo hídrico eficiente e técnicas de conservação e uso do solo são indispensáveis para a sustentabilidade a longo prazo.

A demanda por alimentos e conforto humano: Com um mundo cada vez mais dinâmico e desenvolvido, é natural que as pessoas se sintam cada vez mais inclinadas a buscar um conforto social e usufruir do que a vida tem a oferecer. Entretanto,

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a maioria delas ainda não percebeu que quanto mais buscamos conforto social, maior é a pressão pela utilização de recursos naturais, consequentemente, a concorrência por utilização destes recursos e a ocupação de terras aumentam a cada dia. É imprescindível a busca por maior eficiência na utilização de recursos e na produção de alimentos e produtos, ou seja, “produzir mais com menos”. Em uma outra abordagem, também é inevitável reforçar cada vez mais o conceito da “economia circular”, buscando uma maior reciclagem de produtos com a redução do consumo de recursos naturais. Neste ponto, também é imprescindível a integração de objetivos entre poder público, privado e sociedade.

Competitividade no Cenário Global:

O mercado internacional demanda produtos florestais certificados e com rastreabilidade. O Brasil precisa se posicionar não apenas como fornecedor de matéria-prima, mas como líder em inovação e produtos sustentáveis com práticas reconhecidas e certificadas. Isso requer políticas públicas bem-estruturadas e redução de barreiras comerciais. O Brasil precisa trabalhar urgentemente uma postura e um plano estratégico perante os mercados e, ao mesmo tempo, trabalhar a nossa reputação, a imagem e a governança.

Pessoas atraídas e preparadas:

O setor florestal (e acredito que vários segmentos também) enfrenta escassez de profissionais que tenham interesse pelas atividades industriais e, quando os tem, de ser capacitados para operar tecnologias de ponta e práticas avançadas de manejo. Investir em educação, cursos técnicos, um novo modelo educacional (muito antes das universidades) e parcerias com instituições de ensino será e já está sendo crucial para atender às demandas de uma indústria cada vez mais exigente. Vale destacar também que, apesar dos avanços tecnológicos e do reposicionamento estratégico, é fundamental que as empresas liderem pelo propósito e que o discurso esteja bem alinhado com a prática. Só assim as pessoas se sentirão provocadas e interessadas em participar deste modelo de negócio.

Todos estes desafios são oportunidades robustas para construirmos um futuro mais sustentável e uma indústria de florestas

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plantadas mais admirada pela sociedade, da qual se empodera cada vez mais. Repensar e agir nunca tiveram em um ciclo tão curto como nos dias atuais.

Por outro lado, superar esses desafios exige uma abordagem colaborativa, em que governo, empresas e sociedade atuem de forma integrada. Algumas ações estratégicas integradas devem ser desenvolvidas com agilidade,

● Desenvolver um novo sistema de educação e profissionalização;

● Reforçar políticas público-privadas;

● Criar projetos efetivos e participativos com a sociedade (diagnóstico perfil regional);

● Criar incentivos, a exemplo do mercado de carbono, que financiem o desenvolvimento sustentável.

Apesar dos desafios, o Brasil tem a chance de fortalecer ainda mais a sua liderança global. A crescente demanda por alimentos e produtos renováveis, a relevância do setor no combate às mudanças climáticas e a posição estratégica do país como líder em produtividade são vantagens competitivas que precisam ser fortalecidas cada

A floresta plantada do amanhã será moldada pelas decisões de hoje. Com uma visão estratégica clara através de pessoas comprometidas e engajadas, se utilizando de recursos alocados de maneira eficiente e rentável, aliada a uma governança robusta, com certeza irá proporcionar e incentivar parcerias em todos os principais elos da cadeia. Todos estes desdobramentos precisam culminar em um compromisso de perseguir a única forma de coexistir, que é o “desenvolvimento sus-

O Brasil pode consolidar sua liderança na indústria de florestas plantadas e transformar desafios em oportunidades. O futuro do setor, que, vale ressaltar, está em transformação, com certeza será muito mais abrangente e cada vez mais importante para o nos-

Enfim, gostaria de encerrar inserindo uma imagem que busquei na IA - Gemini, ferramenta do Google, onde coloquei a frase título deste artigo para gerar uma imagem e me surpreendi com o resultado, o qual gostaria de compartilhar com todos vocês. Desejo um excelente 2025 a todos os colegas leitores e editores da Revista Opiniões. n

Especial: os desafios do amanhã no Brasil de hoje

Florestas plantadas no Mercosul: desafios e oportunidades para a modernização

Inicio este artigo arriscando a dizer que o setor de florestas plantadas no Mercosul representa uma das áreas mais promissoras para o desenvolvimento econômico e sustentável no mundo.

Com o aumento da demanda por produtos madeireiros, celulósicos e energéticos, as florestas plantadas não só desempenham um papel fundamental na geração de empregos e renda, mas também contribuem para a recuperação ambiental. No entanto, essa trajetória ascendente não é isenta de desafios. O setor enfrenta uma série de desafios que precisam ser superados para que possa se modernizar e se tornar ainda mais eficiente e competitivo.

Dentre os países do Mercosul, se destacam a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, não somente pela quantidade de áreas plantadas, principalmente com pinus e eucalipto, mas também pelo desenvolvimento das indústrias de base florestal e pelo potencial de fortalecimento nas relações comerciais e de desenvolvimento do setor. O Brasil concentra a maior parte das florestas plantadas, com grandes áreas dedicadas a plantios de eucalipto e pinus que totalizam 9,5 milhões de hectares.

É fundamental investir na melhoria da infraestrutura de transporte, como a construção e a manutenção de rodovias, ferrovias e portos, de maneira que haja integração de modais entre os países "

A Argentina possui extensas áreas de florestas plantadas com essas mesmas espécies, que totalizam 1,1 milhão de hectares. O Uruguai tem apresentado um crescimento expressivo na área de florestas plantadas, e, segundo os dados mais recentes, a área plantada é de aproximadamente 950 mil hectares. O Paraguai tem tido um protagonismo forte nos últimos anos, chegando a 200 mil hectares de florestas plantadas e com projeções elevadas de expansão desta base florestal.

Nestes quatro países, temos um total de 11,75 milhões de hectares de florestas plantadas com pinus e eucalipto, um grande bloco de florestas produtivas que poderiam gerar um fortalecimento do setor, porém há muitos desafios que precisam ser superados para que possamos ter uma maior sinergia na comercialização e no desenvolvimento do setor neste bloco.

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recomendações: planos de manejo

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Um dos principais desafios é a complexidade burocrática, que é um dos principais obstáculos à modernização dos processos produtivos nas florestas plantadas. A complexidade das regulamentações e as exigências de licenciamento podem atrasar projetos e aumentar os custos operacionais das empresas. No Mercosul, cada país possui sua própria legislação e suas próprias normas, o que gera um ambiente regulatório confuso e fragmentado. Essa fragmentação normativa gera insegurança jurídica e inibe investimentos. É fundamental que os governos do Mercosul busquem simplificar e harmonizar a legislação.

As mudanças climáticas representam um desafio significativo para a sustentabilidade das florestas plantadas. Eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e tempestades intensas, podem afetar a produtividade e a saúde das florestas. O aprimoramento das práticas de manejo florestal é crucial e demanda que os gestores florestais adotem práticas de adaptação e mitigação cada vez mais sofisticadas. Isso inclui a escolha de espécies mais resilientes e a implementação de técnicas de manejo que considerem a variabilidade climática.

A pesquisa e o desenvolvimento de variedades de árvores que sejam mais adaptáveis a diferentes condições climáticas também são essenciais para garantir a viabilidade das florestas plantadas. Esta vasta diversidade de condições edafoclimáticas traz uma grande oportunidade para os grupos de pesquisas que deveriam ser mais integrados para que os resultados e experiências de cada país sejam compartilhados. Também a troca de materiais genéticos que estão em diferentes condições edafoclimáticas das regiões destes países geraria uma grande oportunidade de aumentar a variabilidade genética e a busca de maior plasticidade de novos clones.

Outro desafio significativo é a necessidade de capacitação e qualificação da mão de obra envolvida no setor.

À medida que as tecnologias avançam, é fundamental que os trabalhadores sejam treinados para operar novas ferramentas. Programas de educação e capacitação, em parceria com universidades e instituições de pesquisa, são essenciais para garantir que a força de trabalho esteja preparada para os desafios do futuro.

Além disso, muitas pessoas com baixo nível de formação educacional estão à procura de um emprego formal e de qualidade, sendo o setor florestal capaz de gerar esta oportunidade para esse público e contribuir fortemente para a melhoria da qualidade de vida de muita gente.

Nós não podemos esquecer dos desafios logísticos que impactam diretamente sua competitividade e expansão. Esses desafios são complexos e interligados, envolvendo desde a falta de infraestrutura adequada, como rodovias, ferrovias e portos, até a gestão de cadeias de suprimentos. A qualidade das estradas, a falta de modais integrados e a distância entre os centros de produção e os mercados finais aumentam os custos de transporte e limitam a competitividade dos produtos. As diferentes regulamentações dos países membros do Mercosul em relação ao transporte de cargas e às normas técnicas dificultam a integração logística.

Apesar dos desafios mencionados, existem diversas oportunidades para a modernização dos processos produtivos no setor. Um dos principais caminhos é o desenvolvimento de parcerias entre setor público e privado, que pode propiciar um ambiente mais favorável para a inovação e modernização dos processos produtivos. Programas de incentivo e fomento à pesquisa podem impulsionar a adoção de novas técnicas de cultivo e manejo, beneficiando todos os atores da cadeia produtiva. A capacitação de profissionais e a disseminação de conhecimento com a promoção de workshops podem auxiliar na formação de mão de obra qualificada, capaz de contribuir com o setor.

A digitalização dos processos burocráticos pode representar um avanço significativo. A implementação de plataformas online para a emissão de licenças, autorizações e registros pode reduzir significativamente o tempo necessário para a formalização, beneficiando tanto as empresas quanto as entidades reguladoras. A transparência nesse processo também é fundamental para garantir a confiança da sociedade e do mercado, tornando o ambiente de negócios mais atrativo e coeso. Afinal, um setor com regras claras e bem-definidas tende a promover investimentos, inovações e um aumento na competitividade, criando um ambiente mais favorável ao investimento.

É fundamental investir na melhoria da infraestrutura de transporte, como a construção e a manutenção de rodovias, ferrovias e portos, de maneira que haja integração de modais entre os países e que haja cooperação entre os países membros para harmonizar as regulamentações e facilitar o fluxo de produtos florestais. Com a união de esforços entre governos, empresas e sociedade civil, é possível vislumbrar um futuro em que as florestas plantadas no Mercosul sejam sinônimo de desenvolvimento econômico, proteção ambiental e responsabilidade social. n

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Especial: os desafios do amanhã no Brasil de hoje

O desafio de plantar o futuro

agora

As árvores plantadas, em harmonia com a preservação de florestas nativas, são um dos alicerces de um mundo mais sustentável, no qual produtividade, resiliência e responsabilidade socioambiental deixam de ser metas, para se tornarem exigências. Em um cenário de crise climática, que já impacta nosso presente e clama por respostas urgentes, esse modelo de uso da terra, que combina árvores plantadas com florestas nativas, tem elevado o potencial de atender à crescente demanda global por produtos renováveis e, ao mesmo tempo, dar uma resposta concreta aos desafios do planeta. Construir esse futuro, contudo, requer mais do que inovação contínua; exige uma transformação na forma como cuidamos e utilizamos os recursos naturais e interagimos como sociedade, respeitando de forma irrecusável os limites do planeta.

vamos fechar 2024 com a liberação de cerca de 310 milhões de insetos que atuam como inimigos naturais, o que tem contribuído, de forma decisiva, para proteger as nossas árvores e melhorar o equilíbrio ambiental "

Uma das características da indústria de produtos florestais é olhar o futuro e pensar além do curto prazo, uma vez que plantamos árvores que serão colhidas somente anos mais tarde. Todavia, imaginar o futuro se tornou muito mais complexo, diante das dúvidas e desafios impostos pela crise climática. Sobretudo quando constatamos que, em 2023, já atingimos uma temperatura média do planeta 1,45 grau acima daquela que tínhamos no período pré-industrial. Infelizmente, isso nos permite concluir que a Terra não tem mais conseguido ser resiliente à atividade humana.

Os eventos extremos, como inundações e ondas de calor, não se restringem aos centros urbanos. No campo, as árvores enfrentam, com uma frequência cada vez maior, condições de estresse hídrico e térmico, além de novas pragas e doenças.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o número de dias com ondas de calor no país aumentou de 7 para 52 por ano nas últimas três décadas, representando um crescimento de 642%. Além disso, o período médio de dias consecutivos sem chuva subiu de 80-85 dias para cerca de 100 dias entre 2011 e 2020, especialmente no norte do Nordeste e no centro do país. Cientistas estimam que até 2050 podemos ter uma perda equivalente a 18% do PIB global em função de desastres e catástrofes causadas por problemas relacionados à crise climática.

Os dados disponíveis não deixam dúvidas e reforçam a gravidade dos fatos. Se, no passado, o ganho de produtividade era o principal driver de sucesso de uma operação de silvicultura, hoje está claro que a eficiência está diretamente ligada à resiliência. A incidência de pragas, antes medida em anos, agora é mensurada em meses. Com as mudanças climáticas, insetos, bactérias, fungos e vírus se adaptam mais rapidamente do que as árvores a essa nova realidade. E, consequentemente, enfrentamos mais problemas de quebra de resistência genética das árvores por essas novas pragas e doenças.

Para lidar com essa adversidade, o nosso principal antídoto continua sendo o desenvolvimento tecnológico. Programas de melhoramento genético, com ampla variabilidade, nos permitem gerar novos clones durante várias gerações, oferecendo uma solução sustentável no tempo, diante das mudanças no ambiente. Além disso, temos de continuar evoluindo no uso, a nosso favor, da interação genótipos x ambientes. Atualmente, temos acesso mais fácil e barato a ferramentas de big data, inteligência artificial e modelagem avançada, visando aumentar a chance de se chegar ao melhor match clone x local de plantio, assegurando performance florestal e maior resiliência. Ou seja, diante de tanta complexidade ambiental, não é mais possível alcançar os resultados desejados apenas por meio de observação de campo. Ela continua sendo importante, mas temos de “turbiná-la” com o uso de tecnologias de ponta.

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No entanto, é necessário ir além. O manejo adequado também é essencial. Isso inclui práticas como preparo de solo com foco na conservação desse recurso essencial, fertilização equilibrada e uso de outros métodos sustentáveis para assegurar a saúde das árvores. Um exemplo relevante é a evolução do controle biológico de pragas.

Somente na Suzano, vamos fechar 2024 com a liberação de cerca de 310 milhões de insetos que atuam como inimigos naturais, o que tem contribuído, de forma decisiva, para proteger as nossas árvores e melhorar o equilíbrio ambiental nos ecossistemas onde atuamos.

Esse número é 5 vezes maior do que o praticado há apenas seis anos, mostrando o êxito dessa técnica, que replica a natureza no combate às pragas. E isso não é tudo. O tão desejado equilíbrio também é impulsionado pela coexistência de áreas de plantio intercaladas com áreas nativas preservadas, os chamados “mosaicos florestais”. Mais recentemente, estabelecemos o compromisso de conectar 500 mil hectares de fragmentos de matas nativas, por meio da formação de corredores ecológicos, contribuindo significativamente para o aumento da biodiversidade.

Contudo, ao analisarmos os desafios das árvores plantadas do amanhã, temos de também considerar outras questões, além dos desafios tecnológicos. Um ponto fundamental, e ainda pouco considerado, é a escala dos empreendimentos de base florestal, principalmente na indústria de celulose e papel. A mesma escala que tornou o setor extremamente competitivo no Brasil, também aumentou a sua vulnerabilidade. Por exemplo, os impactos nas comunidades vizinhas e o risco de pragas, doenças e incêndios são todos potencializados pela extensão territorial dos plantios.

Ou seja, os benefícios alcançados pela maior escala das fábricas são acompanhados de potenciais problemas, também em escala aumentada.

Para mitigar essa questão, não bastam “apenas” árvores mais resilientes. Precisamos também fazer uma profunda reflexão sobre o atual modelo fundiário nos setores agrícola e florestal. Não se trata de sair da alta escala para o modelo familiar, pois este não parece ser a solução para atender à demanda crescente de alimentos e madeira. ;

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Mas será que a única solução é a alta escala? Será que esse modelo, que nos trouxe com muito sucesso até aqui, será o mesmo que nos levará ao futuro?

Atualmente, a agenda de diversidade, equidade e inclusão está na pauta dos negócios, felizmente. Será que essas dimensões também deveriam ser melhor consideradas quanto se trata do uso da terra? Poderíamos ter, no futuro, um modelo híbrido, maior que a escala familiar, porém mais inclusivo e diverso que o atual, equilibrando melhor as necessidades de um número maior de stakeholders? Não tenho uma resposta pronta, uma “bala de prata” para encaminhar essa questão. Mas confesso que me sentiria melhor se percebesse mais fortemente essa reflexão nas agendas de hoje, para criar uma floresta plantada do amanhã superior aos modelos atuais.

Outro aspecto relevante: as nossas árvores plantadas precisarão ser cada vez mais “ambidestras”, um termo usualmente atribuído ao mundo dos negócios, mas que se encaixa na realidade das árvores plantadas do futuro. Por exemplo, o eucalipto, largamente usado para a produção de carvão, celulose e energia limpa, terá de ser, de certa forma, reinventado, pois precisará atender a uma variedade crescente de bioprodutos, cujos requisitos de qualidade da madeira poderão ser diferentes daqueles exigidos para os produtos atuais.

Ou seja, as árvores plantadas continuarão sendo importantes para manter a produção dos atuais produtos “e” – não “ou” – também serão essenciais como matéria-prima renovável para aplicações que impulsionem a descarbonização do planeta, algo essencial para a nossa sobrevivência.

Além da ambidestria das árvores atuais, principalmente pinus e eucalipto, possivelmente será necessário diversificar o portfólio de fibras, eventualmente até mesmo com espécies nativas brasileiras. Como a demanda por diferentes aplicações da madeira está aumentando, há que se estudar mais profundamente a imensa variabilidade existente nas espécies florestais brasileiras. Essa diversificação pode gerar soluções inéditas, desconhecidas atualmente, que atendam às demandas futuras de consumo mais consciente e tragam novas perspectivas para a agenda da bioeconomia global.

Opiniões

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Importante ressaltar, todavia, que não haverá avanço tecnológico capaz de preparar o setor para o futuro se as pessoas não estiverem no centro dessa transformação. Isso se aplica às fazendas, laboratórios, escritórios e operações em geral. No campo, o maior desafio é o processo de urbanização e crescente desinteresse das novas gerações pelas atividades manuais. Mecanização e automação não representam, portanto, ameaça a empregos, mas sim a solução para que as atividades ligadas ao uso da terra continuem sendo capazes de fazer frente às mudanças nos padrões de produção da sociedade global.

Adicionalmente, precisamos considerar o contexto em que as florestas plantadas estão localizadas, agora e no futuro. Na Suzano, por exemplo, nossa atuação se expande por mais de 200 municípios, muitos dos quais distantes dos grandes centros urbanos e onde o poder público tem pouca atuação. Isso torna a ciência social uma dimensão essencial dos nossos negócios. Não há como pensar em expansão de plantios sem considerar a nossa responsabilidade diante da carência das muitas regiões em que atuamos. No Brasil, isso não pode ser visto como um “favor” para a sociedade; ao contrário, temos de pensar em parcerias estratégicas com as comunidades que fazem parte das nossas áreas de plantio. E na floresta do futuro isso será cada vez mais importante, evoluindo definitivamente da filantropia para o desenvolvimento social sustentável.

As oportunidades são inúmeras e muito mais efetivas do que simples iniciativas assistencialistas. São os programas sociais que contribuem para a capacitação profissional, geração de renda e promoção de educação de qualidade. É o olhar para desenvolver o fornecedor local e engajar parceiros na promoção da qualidade de vida para todos, obviamente incluindo as nossas comunidades vizinhas. É a prática diária do diálogo aberto e transparente, sem fugir de dilemas e questões sensíveis. Na Suzano, essa atuação reflete os nossos direcionadores de cultura: queremos "gerar e compartilhar valor" com nossos públicos de relacionamento, e, para isso, precisamos ser "gente que inspira e transforma", que atua com a premissa de que "só é bom para nós se for bom para o mundo". Sem essa abordagem, não construiremos a floresta plantada do amanhã no Brasil de hoje. n

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O protagonismo do planejamento, agora mais que nunca

É sabido que o planejamento florestal é marcado pelo fato de trabalhar com ativo biológico (que, por si só, muda ao longo do tempo) e com a tarefa de, em linguagem simples, gerar planos que resultem na madeira certa, na quantidade necessária, no momento que se precise, de forma econômica e sustentável.

Em linhas gerais, podemos dizer que o planejamento é dividido em três pilares principais, conforme seu horizonte: Estratégico (longo prazo), Tático (médio prazo) e Operacional (curto prazo). Esses, de forma ideal, funcionando de forma conectada e harmonizada. Muitas decisões críticas permeiam nesses pilares e, dentre algumas delas, podem-se mencionar:

• Terras: Comprar, arrendar, fomentar? Quais, quanto, onde, quando, a que preço?

• Plantio: Onde, que material genético, quanto e quando?

• Manejo: Reformar ou conduzir? Quais talhões, quando? Compensa fazer desbaste? Como?

• Colheita: O quê, quando, onde, como? Está em harmonia com a malha de estradas?

• Transporte: Para onde transportar? Quais melhores rotas?

• Alocação: Quais melhores origens e destinos para a madeira e seus subprodutos?

• Pátios intermediários: São viáveis? Que capacidade, quantos, onde?

• Madeira: Comprar ou vender? Quando, o quê, onde, preço, como (em pé, posto fábrica)?

Podemos dizer que o planejamento é dividido em três pilares principais, conforme seu horizonte: Estratégico (longo prazo), Tático (médio prazo) e Operacional (curto prazo). "

• Crescimento: Localização de fábricas futuras, onde, que capacidade? Ou expansão?

• Balanço de carbono: Somos carbono neutro/ positivo, ou quando seremos? Como alcançar?

• Ativos: Como o valuation da floresta responde à mudança de cenários e restrições? Como maximizá-lo?

• Restrições: Como lidar com restrições de clima, solo, sociais, ambientais, geográficas, orçamentárias?

Olhando mais de perto no âmbito do planejamento operacional, questões importantes surgem, tais como:

• Como está a produção em relação ao que preciso? Cumprirei minha meta?

• Estou com as melhores equipes, no momento certo e nas áreas certas?

• Com base nos dados reais, onde preciso fazer alterações em meu plano?

• Tenho capacidade adequada de colheita e transporte? Estão dentro do orçamento?

• Os pátios estão com nível adequado de estoque?

• Há como ajustar o fluxo da madeira, para melhorar a eficiência do abastecimento?

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Há 12 anos liderando a transformação do setor

1,8 MILHÃO de toneladas de celulose produzida por ano

Mais de 5 MIL colaboradores

Mais de 400 MIL hectares de florestas, entre conservadas e destinadas à produção

Mais de em todas as regiões do mundo 40 CLIENTES

Na Eldorado Brasil, cada conquista tem uma história: a de pessoas visionárias, comprometidas e apaixonadas pelo que fazem. Com inovação, sustentabilidade e impacto global, construímos um legado que vai além da celulose, colocando as pessoas no centro da transformação.

ELDORADO BRASIL. UMA JORNADA DE 12 ANOS QUE INSPIRA O MUNDO.

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• Estamos cumprindo as metas de margem? Como melhorar?

• Que fazer em caso de desvios ou imprevistos? Posso prever, identificar e agir rápido?

• Quais unidades preciso programar ou reprogramar? E quais serão os impactos?

• Tenho disponibilidade para vender? Ou vou precisar comprar?

O planejamento também está exposto, direta ou indiretamente, a um amplo espectro de variáveis externas tais como mudanças de mercado, preço de terras, questões fundiárias, variações climáticas, apelo a metas de carbono, alterações no quadro político e econômico e seus reflexos em taxas de juros, câmbio, política tributária, infraestrutura, formação profissional, dentre outros.

Estamos presenciando um grande movimento de empresas florestais em direção a processos de planejamento cada vez mais inteligentes e integrados, buscando harmonizar os horizontes de longo, médio e curto prazos. Muitas delas analisando, mensalmente, centenas de cenários de planejamento.

Diante disso, nos perguntamos: o que é necessário para o planejamento florestal continuar entregando o que precisa daqui para frente?

Como ponto de partida, é fundamental haver clareza em relação a objetivos básicos. Aqui me refiro ao “como” queremos estar e “quando” queremos que isso aconteça? Em planejamento, “como” e “quando” têm relação direta a objetivos norteados pela empresa, os quais são traduzidos em metas comumente relacionadas a disponibilidade de madeira e possíveis sortimentos, níveis de abastecimento, custos, receitas, balanço de carbono, dentre outros, que são definidos ao longo de um horizonte de planejamento.

Mesmo que pareça ser elementar, nem sempre é. Quantos hoje balizam seus planos ao teto de lucro presumido e que terão de se adaptar a uma nova realidade trazida pela reforma tributária? Sem falar daqueles projetos que estão na dependência de uma melhor taxa de juros para destravar a aprovação, mas cuja taxa demora a acontecer. E as oportunidades não mapeadas que aparecem no meio do caminho, para fusão, aquisição, desinvestimento? E o que dizer em relação às metas de carbono que passam a integrar os planos de diversas empresas florestais e a influenciar o planejamento? Ou seja, é esperado que o “como” e o “quando” sejam passíveis de revisão, desde que se preserve a clareza desses objetivos.

Isso significa que a dinâmica do planejamento florestal é bastante intensa, seus resultados podem ser refletidos de forma expressiva em, por exemplo, valuation da floresta, preço da madeira, custo do carvão vegetal, margem da celulose, papel, aço, resinas, biomassa, viabilidade de projetos de carbono etc.

Se, por um lado, hoje estamos avançando em processos de planejamento e tecnologias para obtenção e armazenamento de dados do campo, por outro temos ainda importantes gargalos. Sem sombra de dúvidas, hoje um desses é a disponibilidade de profissionais de planejamento. Colocar as tecnologias e o conhecimento ao alcance dos profissionais de planejamento, e mantê-los, tem sido tarefa dolorosa para muitos. O desafio humano para o planejamento está enorme, como nunca antes. Nossas equipes estão preparadas? O mercado de formação profissional está atendendo à demanda? Ou há algo a ser feito para se evitar um colapso humano ali na frente?

É sabido das dificuldades enfrentadas pelas nossas universidades, que de certa forma são mitigadas pelo papel louvável e, muitas vezes, heroico de professores e profissionais de instituições de ensino. Como se não bastasse, testemunhamos a queda na procura pelas vagas disponibilizadas por universidades na área florestal de nosso país. Estamos diante da enorme necessidade de estabelecer a constância de entrada de um fluxo mínimo de novos profissionais de planejamento ao mercado. Também de grande valor, impulsionar o fomento ao encontro do planejamento, para troca de experiências e melhores práticas. A deficiência de pessoas pode estar sinalizando para a necessidade de um esforço conjunto entre empresas de base florestal, fornecedores e universidades, cujo fruto será em benefício amplo para toda a cadeia.

Outro importante aspecto a analisar é o avanço sendo feito na esfera de coleta e banco de dados, mas que precisa continuar. Mais e melhores dados enriquecem resultados do planejamento, e também criam uma verdadeira mina de ouro, por exemplo, para a inteligência artificial. É necessário e urgente continuar com os avanços nessa jornada digital, que requer a adoção de sistemas de planejamento ágeis, inteligentes e integrados.

O protagonismo do planejamento florestal, que já é enorme, será ainda maior daqui para frente. Para que possa estar no patamar necessário, dependemos que seja integrado, inteligente, com processos definidos e amparado por pessoas capacitadas. n

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Qual será o futuro do mercado global de produtos baseados em florestas?

Combinando os segmentos de celulose, madeira para construção, painéis de madeira e energia renovável a partir de biomassa, o mercado global de produtos florestais derivados de florestas plantadas pode ultrapassar US$ 1 trilhão até 2030. Essa projeção inclui uma ampla gama de produtos, desde celulose para papel e embalagens até madeira para móveis, construção e biomassa para energia. O foco crescente em práticas sustentáveis e a demanda por produtos certificados estão impulsionando esse crescimento.

1. Crescimento do Mercado de Celulose e Papel: O mercado global de celulose e papel deve crescer cerca de 2,5% ao ano até 2040, impulsionado principalmente por mercados emergentes, como destaca a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação

e Agricultura) e a Smithers Pira. O Brasil, líder mundial na produção de celulose, espera um aumento de até 15% na produção até 2030, especialmente nos setores de tissue e papéis finos.

2. Demanda por Produtos de Madeira para Construção: O mercado de madeira para construção deve crescer 3% ao ano, impulsionado pela expansão do setor de construção em regiões como Ásia e África, segundo dados do Forest Trends e Statista. A conscientização sobre sustentabilidade tem levado ao aumento na demanda por madeira certificada, que também conta com regulação ambiental cada vez mais rigorosa.

3. Mercados Emergentes e Drivers de Crescimento: Países como China e Índia são responsáveis por cerca de 60% do crescimento global da demanda por produtos florestais. O aumento acelerado na urbanização e industrialização dessas nações tem impulsionado o uso de madeira para construção e papel, conforme apontado pela Forest Economic Review e FAO.

4. Sustentabilidade e Certificação: O mercado de madeira certificada deve crescer cerca de 5% ao ano até 2040, conforme

A terra representa 30% dos custos, e os insumos, 25%, ambos com aumentos superiores à inflação medida pelo IPCA nos últimos 10 anos "

os relatórios do FSC e PEFC, que destacam o crescente compromisso de produtores e consumidores com práticas florestais sustentáveis.

Setor de Celulose no Brasil e no Mundo: A produção mundial de celulose de fibra virgem é de aproximadamente 183 milhões de toneladas, sendo 115 milhões produzidas de forma integrada e 68 milhões vendidas ao mercado geral. O Brasil responde por cerca de 25 milhões de toneladas desse total, com projeção de atingir 35 milhões até 2045. Esse crescimento se deve ao ciclo reduzido de cultivo e à alta produtividade por hectare, que posicionam o país como um dos maiores produtores globais.

Setor de Carvão Vegetal no Brasil e no Mundo: O Brasil continuará desempenhando um papel estratégico na produção de carvão vegetal, essencial para a siderurgia. A produção deve crescer 15% até 2030, impulsionada pela expansão de florestas plantadas e pela adoção de tecnologias de carbonização mais eficientes. A siderurgia seguirá sendo o principal destino, com 65% da produção destinada à fabricação de ferro-gusa e aço. Incentivos à sustentabilidade e regulamenta-

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ções ambientais devem reforçar o uso exclusivo de carvão de florestas plantadas, minimizando impactos ambientais e reduzindo a dependência de fontes não renováveis.

Setor de Madeira Sólida no Brasil: O mercado de madeira sólida no Brasil enfrenta um cenário desafiador até 2030. A demanda deve quadruplicar, atingindo 21 milhões de metros cúbicos anuais, enquanto a oferta, proveniente de florestas plantadas, não acompanha esse crescimento. A redução de áreas de cultivo, especialmente de pinus, e a falta de expansão significativa nas áreas plantadas têm gerado preocupação sobre um possível “apagão florestal”.

Sem investimentos imediatos, especialmente em florestas de ciclo longo, o Brasil pode enfrentar escassez, com impactos diretos na construção civil. Para atender à demanda projetada, seria necessário plantar 50 mil hectares por ano de madeira dura tropical. Contudo, o longo ciclo de crescimento dessas espécies exige ações urgentes para evitar déficits futuros.

Mas como se comportaram os preços dos produtos e fatores de produção do setor florestal nos últimos 10 anos?

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS CUSTOS E ÍNDICES NO SETOR FLORESTAL (2014-2023)

Para produzir madeira, precisamos de terra, fertilizantes, máquinas, mão de obra e um clima favorável. Nenhum desses fatores ajudou muito nos últimos 10 anos, com destaque para o custo de terras, o que já era esperado, seguido do custo de fertilizantes.

A previsão para os próximos anos em relação aos preços dos produtos de base florestal é relativamente positiva. Contudo, o aumento dos custos pode comprometer significativamente as margens de lucro, reduzindo o entusiasmo dos empreendedores.

O Brasil, com suas condições privilegiadas de solo e clima, é o local ideal para a produção de madeira. No entanto, será fundamental adotar estratégias de produção bem planejadas para equilibrar custos e garantir a rentabilidade do negócio.

A celulose, principalmente devido ao avanço do dólar, e o carvão vegetal, devido a uma demanda por aço “verde”, que utilizam madeira de florestas plantadas certificadas e manejadas de forma responsável, conseguiram superar os fatores de custos continuando sua trajetória de sucesso, sem observarmos o mesmo desempenho para os demais seguimentos.

Desafios e Custos da Produção Florestal: A formação de florestas no Brasil é impactada por diversos fatores, incluindo:

• custo de produção: a terra representa 30% dos custos, e os insumos, 25%, ambos com aumentos superiores à inflação medida pelo IPCA nos últimos 10 anos;

• escassez de mão de obra: a falta de trabalhadores especializados para atividades florestais tem levado à necessidade de maior mecanização e aprimoramento dos processos produtivos.

Estratégias para o futuro:

• expandir as áreas produtoras para regiões com menor competição por terras;

• investir em mecanização das atividades e na pesquisa genética das plantas;

• ajustar os protocolos de manejo para maximizar a produtividade frente às condições climáticas e edáficas das áreas em expansão.

O futuro do setor florestal brasileiro depende de decisões estratégicas imediatas. A combinação de vantagens naturais com inovação tecnológica e sustentabilidade será essencial para garantir a competitividade global e atender à crescente demanda por produtos de base florestal. n

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TIMBER Forest apresenta

Tecnologias Inovadoras e Parcerias Estratégicas para o mercado florestal brasileiro

Com soluções que priorizam segurança, eficiência e inovação, o Grupo Timber reafirma seu papel como referência em máquinas e equipamentos florestais.

ELTEC:

Força Canadense no Brasil

Uma das principais atrações do evento foi a apresentação das máquinas da ELTEC, FB277BL QUADCO 720 e 24C reconhecidas mundialmente por sua robustez e confiabilidade. Importadas do Canadá, essas máquinas agora estão disponíveis no Brasil graças à parceria exclusiva com a TIMBER.

Patrick, CEO da ELTEC, destacou a relevância dessa colaboração afirmando: " Estamos felizes em trabalhar com o Grupo Timber e trazer a tecnologia ELTEC ao mercado brasileiro. O potencial aqui é enorme, e estamos prontos para apoiar nossos clientes com equipamentos da mais alta performance. "

Essa parceria posiciona a ELTEC como uma aliada essencial para atender às necessidades específicas do mercado nacional, contribuindo para maior produtividade e redução de custos operacionais.

Falcon Winch Assist:

Segurança e Produtividade em Áreas Desafiadoras

Outro destaque foi o Falcon Winch Assist, da DC Equipment, um guincho de última geração com capacidade de tração de até 26 toneladas. Ideal para terrenos íngremes, o Falcon combina uma tecnologia avançada com foco em segurança, garantindo a realização de operações mais produtivas e confiáveis.

Cristian, representante da Falcon, ressaltou o sucesso da parceria: "Trabalhar com a TIMBER FOREST nos últimos dois anos tem sido uma experiência incrível. Eles cuidam das máquinas e dos clientes com excelência, o que fortalece essa colaboração."

Com sua tecnologia, a Falcon é uma solução indispensável para operadores que enfrentam condições extremas no campo.

Tecnologia e Parcerias para o Futuro

As colaborações com empresas como ELTEC, DC Equipment e Risutec destacam o compromisso da TIMBER FOREST em trazer soluções ao mercado brasileiro. Essas parcerias garantem acesso a tecnologias avançadas e fortalecem a competitividade do setor florestal no Brasil.

Com foco em inovação, sustentabilidade e segurança, o Grupo Timber continua a investir em tecnologias que atendem às demandas do mercado e promovem eficiência operacional. O evento reafirmou sua liderança no setor e o compromisso de oferecer soluções tranformadoras que respondam aos desafios atuais, enquanto constroem um futuro mais sustentável para o setor florestal.

A TIMBER Forest consolida sua posição como um parceiro confiável e inovador, pronto para liderar o mercado com excelência e visão estratégica, impulsionando o desenvolvimento da indústria florestal no Brasil.

Risutec:

Reflorestamento Sustentável e Eficiente

O Grupo Timber apresentou as plantadeiras da Risutec, projetadas para operações mecanizadas em terrenos íngremes e solos desafiadores. As máquinas da linha SKB são essenciais para a plantação e reflorestamento. Jussi, representante da Risutec, destacou o momento oportuno da parceria: "O crescimento da TIMBER é notável. Este é o momento perfeito para intensificar nosso suporte e trabalhar juntos em grandes projetos."

Cabeçotes Ponsse: Precisão e Versatilidade

Os cabeçotes Ponsse H8 NEW e H7 360 também foram apresentados como lançamento, oferecendo alta durabilidade e precisão no corte e processamento de madeira.

Esses equipamentos são ideais para operadores que buscam maior produtividade em diferentes condições de solo.

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Manter-se como líder setorial é o desafio

O Brasil atingiu em 2023 a marca de aproximadamente 10,2 milhões de hectares plantados com povoamentos florestais, dos quais 7,8 milhões de hectares com eucalipto e 1,9 milhões com pinus, além de 0,5 milhão com outras espécies. Esta é uma marca importante para o setor florestal brasileiro que vem aumentando a área plantada anualmente para fornecer matéria-prima, em bases sustentáveis, para os mais diversos usos e suportando uma indústria que cresce continuamente, sobretudo no setor de papel e celulose, tendo grande relevância na balança comercial brasileira, bem como na geração de renda e empregos.

O setor de árvores plantadas é um case de sucesso mundial construído em bases sólidas com muito investimento em pesquisa e formação de profissionais qualificados ao longo dos anos. É notável o que o setor avançou desde a década de 60 no conhecimento silvicultural em matérias como melhoramento genético, clonagem e técnicas de manejo (preparo de

solo, adubação, capinas, entre outras), saindo de produtividades da ordem de 15m³/ha/ano para quase 40 m³/ha/ano quando falamos de média nacional para povoamentos de eucalipto. Nosso potencial produtivo, alinhando conhecimento técnico e condições edafoclimáticas favoráveis, sempre foi um grande diferencial e desejado por nossos concorrentes em escala global, sendo a principal alavanca da competitividade do setor de base florestal.

Outra alavanca importante que nos permitiu atingir níveis elevados de competitividade foi a gestão dos custos de formação florestal, sobretudo pela disponibilidade de mão de obra para execução das atividades silviculturais e também pelo custo da terra. Até aproximadamente 2010, ainda era possível encontrar preços atrativos em algumas regiões do Brasil, o que levou as empresas a expandirem suas operações para novas fronteiras, mesmo assumindo riscos em termos de produtividade florestal.

Contudo, estes dois fatores que transformaram o setor em referência mundial têm experimentado mudanças significativas ao longo dos últimos anos reduzindo, a meu ver, a diferença que tínhamos quando comparamos com outros países.

No que se refere à produtividade do eucalipto (considerado aqui por sua relevância para o setor), a média nacional vem reduzindo ao longo dos últimos anos, saindo de 39m³/ha/

reverter a tendência de queda da produtividade florestal e retomar a competitividade dos custos florestais são os maiores desafios que o setor precisa transpor para se manter como o benchmarking mundial. "

Gerente Senior de Planejamento e Controle Florestal Bracell-SP

ano para 33,7 m³/ha/ano (IBÁ 2024), correspondendo a uma queda da ordem de 13,5%. A redução na produtividade média pode ser explicada por dois fatores principais: expansão das bases florestais para regiões menos produtivas devido à expansão do setor e, principalmente, por ciclos consecutivos de escassez hídrica que temos vivenciado em algumas das principais regiões produtoras nos últimos anos, ocasionando redução no ritmo de crescimento das árvores.

A questão da expansão da base florestal trata-se de uma decisão estratégica de cada empresa e que tem relação direta com a disponibilidade de terras, mas pode ser manejada a médio e longo prazos com investimentos em pesquisa e desenvolvimento de materiais genéticos mais adaptados às condições ambientais, buscando maximizar a produtividade florestal em cada site.

Na questão climática, não há solução para a escassez hídrica, mas há ações relacionadas à silvicultura que podem minimizar os impactos na produtividade. Neste contexto, além da seleção e alocação de materiais genéticos mais adaptados às situações de estresse hídrico, é imperativo garantir que a qualidade silvicultural seja elevada, respeitando-se as recomendações técnicas e executando-as no tempo correto para garantir que os novos plantios tenham as condições ótimas para se estabelecerem em campo. Para citar o caso da Bracell, temos um sistema de monitoramento robusto, baseado em levantamentos de campo e com o uso de técnicas de sensoriamento remoto, onde acompanhamos a realização de todas operações e o desenvolvimento dos plantios frequentemente até 12 meses de idade, para garantir que toda a tecnologia desenvolvida foi aplicada corretamente para a formação daquele plantio, numa fase onde a intervenção humana tem alto impacto na qualidade dos plantios jovens e onde ainda é possível corrigir algumas rotas para assegurar a produtividade futura. Desta forma, temos percebido que ano após ano, mesmo sujeitos ao estresse hídrico, nossos plantios vêm aumentando a produtividade e reduzindo as perdas provenientes das variáveis ambientais.

Quanto aos custos de formação florestal, é preocupante a escalada inflacionária que se tem observado desde 2019, principalmente após a pandemia, com aumentos da ordem de 80% nos custos. Neste aspecto, além dos preços de insumos terem aumentado

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substancialmente impactados por fatores como câmbio elevado e, em alguns casos, por guerras, o preço dos serviços também dispararam, principalmente em função do maior custo com mão de obra e pela escassez desta. Neste caso, o setor precisa achar soluções que tragam os custos para patamares mais apropriados, evidentemente que não retornaremos aos patamares de 2019, mas também não podemos nos conformar com os níveis atuais que drenam a competitividade do setor como um todo. A questão da mecanização da silvicultura, sobretudo em atividades ainda essencialmente manuais, bem como o aumento da produtividade das operações é fator chave para a reversão deste cenário. Este é um desafio a ser enfrentado pelas empresas e pelos prestadores de serviços, conjuntamente, buscando manter a vantagem competitiva do setor.

Citando novamente um exemplo da Bracell, temos investido no desenvolvimento das operações de silvicultura para ampliar a mecanização e aumentar a eficiência operacional. Além disso, temos ampliado a atuação da nossa central de controle operacional para que ela seja de fato uma alavanca de valor na nossa operação, tratando todos os dados que coletamos em campo oriundos das máquinas e dos monitoramentos e através de técnicas de análises de dados, machine learning e inteligência artificial. Por exemplo, temos melhorado e agilizado nossa tomada de decisão visando atingir a máxima excelência operacional refletida em melhor qualidade, maior produtividade e menor custo.

Finalmente, entendo que o Brasil continua sendo a referência mundial no setor de árvores plantadas, ainda que nossa distância em relação aos nossos competidores tenha sido reduzida em função da combinação tóxica de queda da produtividade e escalada nos custos de formação florestal. Hoje, na minha opinião, reverter a tendência de queda da produtividade florestal observada nos últimos anos e retomar a competitividade dos custos florestais são os maiores desafios que o setor precisa transpor para se manter como o benchmarking mundial. E, em que pese as questões ambientais não poderem ser manejadas, precisamos atuar de forma a minimizar seus impactos, como comentado neste artigo, bem como enfrentar a questão dos custos com a criatividade e competência que são marcas deste setor, mantendo e ampliando nossa vantagem competitiva. n

Excelência em serviços especializados para operações orestais

Segurança e qualidade em silvicultura, carregamento e descarregamento de madeira, movimentação de pátios, construção e manutenção de estradas, realinhamento de plantios (Savannah), rebaixamento de tocos e colheita.

Especial: os desafios do amanhã no Brasil de hoje

Transformando desafios em oportunidades: o papel das florestas plantadas no Brasil

Falar sobre o futuro das florestas plantadas no Brasil exige enfrentar os desafios críticos do presente. Dentre algumas variáveis que podem ameaçar a sustentabilidade do setor, destacam-se as mudanças climáticas, a escassez de mão de obra qualificada e questões regulatórias. Esses problemas, embora complexos, não diminuem a importância estratégica das florestas plantadas para o país, que possui um dos maiores potenciais globais para expansão florestal sustentável.

O setor florestal brasileiro, reconhecido por sua eficiência e inovação, desempenha papel central na economia, na preservação ambiental e no combate às mudanças climáticas. Porém, garantir sua continuidade exige ações urgentes e coordenadas para superar os obstáculos atuais e pavimentar o caminho para um futuro mais resiliente.

As condições climáticas, especialmente precipitação e temperatura, estão cada vez mais imprevisíveis e severas. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelam que o período médio de estiagem no Brasil aumentou de 80 para 100 dias em apenas 60 anos. Paralelamente, a temperatura média global segue uma trajetória ascendente, com 2023 já registrado como o ano mais quente em 174 anos de medições meteorológicas.

Essas alterações climáticas impactam diretamente a produtividade e a sobrevivência das florestas plantadas. A escassez de água afeta o crescimento das árvores, reduzindo sua qualidade e o volume de madeira por hectare.

O INPE revela que o período médio de estiagem no Brasil aumentou de 80 para 100 dias em apenas 60 anos. 2023 foi ano mais quente em 174 anos de medições meteorológicas. "

Mesmo com avanços notáveis no melhoramento genético, manejo florestal e uso de tecnologias como drones e sensores para monitoramento, esses esforços podem ser insuficientes sem políticas públicas e investimentos robustos. Adaptações como sistemas de irrigação eficientes, identificação de materiais genéticos mais resistentes ao estresse hídrico e diversificação de regiões de plantio serão cruciais para mitigar os impactos climáticos.

Com mais de 10 milhões de hectares de florestas plantadas e 1,8 milhão de mudas sendo plantadas diariamente, o setor florestal demanda uma força de trabalho expressiva e diversificada. Essa força inclui desde auxiliares florestais até pesquisadores especializados, que precisam de capacitação contínua para atender às crescentes exigências do mercado e às complexidades das operações florestais.

Um dos maiores desafios está na dispersão geográfica. Regiões de maior atividade florestal, como Mato Grosso do Sul, enfrentam dificuldade para atrair mão de obra. Além disso, há uma necessidade crescente de profissionais que dominem tecnologias avançadas, o que requer treinamento especializado e constante atualização.

Programas como o “Jovem Aprendiz Florestal” têm ajudado a atrair novos talentos para o setor, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Empresas têm investido em programas internos de capacitação, como academias florestais, e em parcerias com instituições de ensino técnico e superior para preencher lacunas de capacitação. Entretanto, é igualmente importante adotar políticas de valorização do trabalhador rural, promovendo melhores condições de trabalho (como a mecanização) e incentivos para retenção de profissionais qualificados.

Por outro lado, também é necessário um esforço maior em campanhas que mostrem a relevância do setor para a sociedade, buscando atrair jovens talentos que estejam em busca de carreiras com propósito.

Outro ponto de atenção é a complexidade do licenciamento ambiental, que pode atrasar ou inviabilizar novos projetos. Processos burocráticos longos dificultam a expansão de áreas plantadas, mesmo em terras já disponíveis e aptas ao plantio.

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Simplificar os processos regulatórios sem comprometer a sustentabilidade ambiental é essencial. Além disso, a competição com outras culturas agrícolas, como soja e milho, está cada vez mais acirrada, especialmente em regiões com infraestrutura consolidada.

As florestas plantadas no Brasil não são apenas uma fonte renovável de matéria-prima; elas desempenham um papel fundamental na preservação ambiental. As empresas de base florestal dedicam cerca de 7 milhões de hectares à conservação, o equivalente a 70% das áreas de plantio. Essas áreas contribuem para a retenção de água no solo, a proteção da biodiversidade e a captura de carbono, auxiliando no combate ao aquecimento global.

Somando as áreas de plantio e de preservação, o setor florestal brasileiro impacta positivamente mais de 17 milhões de hectares. Essa contribuição é inestimável em um contexto global de aumento das emissões de gases de efeito estufa. No entanto, esse trabalho é frequentemente ameaçado por queimadas criminosas, que geram prejuízos financeiros e ambientais. Em 2023, o Brasil registrou recordes em áreas queimadas, colocando em risco não apenas as florestas plantadas, mas também ecossistemas inteiros.

Apesar dos desafios, o setor florestal brasileiro tem um futuro promissor. Estima-se que os investimentos para os próximos anos ultrapassem R$ 100 bilhões, com a expansão de fábricas e plantações que podem gerar milhares de empregos e transformar o cenário econômico de várias regiões.

Entretanto, garantir a sustentabilidade desse crescimento exige ações concretas e coordenadas hoje. A adoção de tecnologias como inteligência artificial, automação de operações e uso de big data pode trazer ganhos significativos em eficiência e sustentabilidade. Políticas públicas focadas no fortalecimento do setor também serão essenciais para garantir sua competitividade global. O setor de florestas plantadas enfrenta um cenário desafiador, mas é resiliente por natureza. Com planejamento estratégico, inovação tecnológica e investimento em pessoas, é possível superar barreiras e consolidar o Brasil como referência global em sustentabilidade e produtividade florestal. Afinal, são as pessoas que criam os desafios – e são elas que podem superá-los. n

Criando "momento e movimento" para o processo de expansão silvicultural

Antes de entrarmos nos desafios do amanhã, vamos realizar uma breve retrospectiva do setor florestal brasileiro para fundamentar nossa visão, destacando três pontos.

O primeiro ponto se refere ao horizonte de planejamento e à margem de manobra. Gosto de dizer que o setor florestal é como um transatlântico que, para mudar de rota, precisa decidir 20 km antes do ponto de mudança. Outra comparação: enquanto um agricultor consegue mudar sua estratégia de produção poucas semanas antes do plantio, dispondo de informações qualificadas online de mercado e do clima, o silvicultor, por outro lado, precisa consultar o oráculo de Delfos para tentar adivinhar o que irá acontecer nos próximos sete a 20 anos, dependendo se é Eucalyptus ou Pinus.

Com somente 10 milhões de hectares de plantios florestais, já somos o 2º produtor de celulose, o 1º exportador de celulose de eucalyptus, o 9º de papel, o 10º de serrados e o 8º de compensados. "

O segundo ponto se refere a “herdabilidade”. Ainda hoje, estamos colhendo os impactos, positivos e negativos, da política de incentivos fiscais dos anos 1970, tanto em relação ao mercado quanto ao modelo mental de planejamento e gestão. Volto a este assunto em momento oportuno, porque ele, com certeza, nos traz lições preciosas para o futuro do setor.

O terceiro ponto a destacar é que até alguns anos atrás, a silvicultura tinha uma gestão controlada de seus vetores de produção (genética, manejo florestal e sítio). Hoje, as mudanças climáticas são um desafio para a genética e o manejo. Em outras palavras, prevíamos a produção olhando pelo “retrovisor climático”. Hoje, precisamos plantar mais do que a meta para fazer frente às significativas incertezas.

Considerando essa breve retrospectiva e as características da nova economia que está emergindo das mudanças climáticas, vejo a expansão da silvicultura no mundo como prioridade e o Brasil com um potencial enorme de liderar esta expansão. Para isso, vamos precisar de visão e gestão estratégica, já que a silvicultura é intensiva em tempo. Resultados efetivos somente virão após uma ou duas décadas, isso se formos rápidos. Contudo, os impactos positivos se estenderão ad infinitum. Atualmente, com somente 10 milhões de hectares de plantios florestais, já somos o 2º produtor de Celulose, o 1º exportador de celulose de Eucalyptus, o 9º de papel, o 10º de serrados e o 8º de compensados. Para o mercado americano, somos o principal fornecedor de molduras e compensados. Com a expansão da silvicultura, poderíamos dobrar nossas exportações e ser um dos líderes globais das novas “indústrias” de carbono, serviços ambientais, bioquímicos e seus derivados.

Nos parágrafos acima acredito que deixamos claro a importância de expandirmos nossa base florestal. A seguir, vamos tentar responder à seguinte questão-raiz:

Qual é a estratégia silvicultural a ser adotada para dobrarmos o tamanho de nossa indústria e impulsionar a Indústria 5.0?

Para viabilizar a base florestal necessária para dobrarmos nossa produção, vamos assumir, a título de exercício, uma meta de plantarmos 10 milhões de hectares em 16 anos (~ 625 mil ha/anos), sendo 20% com Pinus tropicais e 80% com Eucalyptus. Essa área, se bem manejada, viabilizaria um suprimento adicional de 340 a 400 milhões de m³/ano de toras pulplog e sawlog, sem mencionar os serviços ambientais.

Onde plantaríamos? Segundo a Embrapa, temos hoje 28 milhões de hectares de pastagem degradados. Plantando 10 milhões de hectares, estaríamos ajudando a recuperar

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36% desta área. A produtividade desta nova fronteira vai ser menor? Sim, mas isso já está computado na meta de 370 milhões de m³/ ano de madeira.

Quem financiaria essa expansão? Os principais agentes seriam os fundos de investimento, as indústrias florestais, a agroindústria, o “natural capital” e o Bndes. Orquestrar essa rede de financiamento é possível? Sem dúvida. Ciência de foguete? Longe disso.

Haveria dinheiro suficiente? Sim. Nossa experiência com os fundos florestais e, mais recentemente, com os de capital natural mostra que há dinheiro, e ele está procurando oportunidades de bons investimentos.

Como mostrar que investir em silvicultura é um bom negócio? Evidenciando a cadeia integrada de valor resultante da silvicultura (madeira/serviços ambientais-indústria-mercado) e os mecanismos e incentivos financeiros a sustentá-la. Vale lembrar que estamos em um contexto global de demanda por madeira sendo contingenciada por oferta sustentável. E que os serviços ambientais estão entrando na cadeia de valor da economia.

Ainda em relação aos mecanismos financeiros e incentivos fiscais de longo prazo, o governo deve entender que eles são fundamentais para a expansão da silvicultura, que exigem sua ação indutora e que a resultante dos mesmos é fundamental para a implementação da indústria 5.0. Vide o sucesso da política florestal brasileira decorrentes dos PNDs brasileiros, que viabilizaram as indústrias de celulose e do aço nas décadas de 1960 e 1970. Vide também, mais recentemente, o sucesso da estratégia florestal do Uruguai, inspirada no caso de sucesso brasileiro.

Por último, é preciso falar sobre como criar “momento e movimento” para o processo de expansão silvicultural.

O primeiro passo seria o setor florestal demonstrar para todas as partes interessadas o grau de urgência de um programa de expansão florestal para o Brasil do amanhã, evidenciando as contribuições econômicas, sociais e ambientais resultantes. Criado o senso de urgência, o segundo passo seria conseguir a adesão do governo brasileiro com agente indutor e gestor estratégico do processo. Tendo como baseline uma visão E2SG efetiva e um comprometimento ativo do setor florestal, estou certo de que a expansão silvicultural seria um sucesso. n

Soluções

Analíticas Inteligentes em mais de 200 milhões de hectares

Por que temos 10 milhões de hectares?

Antes de pensarmos nos desafios do setor de florestas plantadas do amanhã no Brasil de hoje, considerando que desafio é uma palavra que remete a superação de obstáculos e busca de soluções de problemas, é necessário refletirmos sobre: Aonde queremos chegar? Como faremos esse caminho? E quando chegaremos lá? Primeiro definir o objetivo claramente, para em seguida identificar os desafios a serem superados para alcançar este objetivo.

Proponho, como mero exercício, pensarmos no contínuo crescimento do setor de florestas plantadas no Brasil, tendo como o grande objetivo, dobrar a área atual de 10 milhões de hectares plantados para 20 milhões até 2035. O “aonde queremos chegar” e o “quando chegaremos lá” parecem fáceis para definir, mas o “como”, certamente, é o mais difícil. Vamos tentar desenvolver algumas reflexões a respeito.

O Brasil demorou mais de 60 anos para atingir os primeiros 10 milhões de hectares plantados, inclusive com incentivos fiscais num passado mais distante, terras com preços muito mais acessíveis do que atualmente. Isso torna muito agressivo o objetivo de dobrar a área plantada nos próximos em 10 anos? Depende da forma como enxergamos.

Os incentivos e terras baratas foram importantes alavancas de crescimento, porém, não existem mais ou estão mais limitados que antes. Não podemos ficar presos num looping de querer que as coisas voltem a ser como eram antes para então termos as condições ideais para crescer. No mundo dos esportes, o ideal é que o atleta tenha todas as condições para atingir alta performance, mas quando isso não é possível, ele precisa continuar buscando a excelência com os recursos que possui (exemplo: Senna no GP do Brasil só com a 6ª marcha). O mesmo vale para o setor de florestas plantadas; precisamos avançar com o que temos.

Se o Brasil não crescer rapidamente, alguém vai crescer e ocupar o espaço que poderia ser nosso. Neste sentido, as empresas de papel e celulose que operam no Brasil se destacam, anunciando, de forma consistente, grandes investimentos em expansão industrial e florestal. Importante refletir sobre o prazo de maturação das florestas plantadas para abastecimento dessas indústrias. Este é um campo no qual os investidores privados brasileiros e estrangeiros, mesmo não sendo tradicionais do setor florestal, deveriam dedicar estudos de viabilidade para construir modelos de abastecimento de longo prazo, integrados

O “aonde queremos chegar” e o “quando chegaremos lá” parecem fáceis para definir, mas o “como”, certamente, é o mais difícil. "

com essas empresas. Um esforço conjunto poderá gerar melhores resultados, aliviando pressão de caixa para as empresas e oportunizando novos negócios para investidores.

Contextualizar a produtividade do Brasil e de outros países no conceito de vantagem comparativa reforça que podemos produzir mais volume de madeira por unidade de área e em menor tempo. As vantagens competitivas e comparativas que não tínhamos num passado mais distante foram e continuam sendo construídas, reforçando a viabilidade econômica do setor. O mercado nacional e internacional para produtos oriundos de florestas plantadas vem se consolidando cada vez mais, algo que não era tão expressivo no passado. Perdemos algumas alavancas de crescimento e ganhamos outras.

Conciliar estudos de produtividade florestal para definição da idade biológica ideal de corte com modelagem econômica para maximização do Valor Presente Líquido do ativo florestal é uma iniciativa relevante. Em termos práticos: a) estudar a composição química e rendimento da madeira para o fim que ela se destina, em várias idades potenciais para corte; b) cruzar estes resultados com a produtividade, para saber a perda de volume no corte precoce; c) aplicar preço real da madeira/produto final no volume do corte precoce e na idade biológica, comparando ambos na mesma base (Valor Presente). Preços aquecidos podem melhorar fluxo de caixa e rentabilidade do negócio, mesmo com perda de volume no corte precoce, além de possibilitar antecipação de materiais genéticos mais produtivos.

O triângulo econômico “rentabilidade, risco e liquidez” nos ajuda a entender a dinâmica de investimentos na atividade floresta plantada, bem como sua comparação com outros investimentos. A figura 1 é um modelo conceitual de investimento perfeito, com baixo risco alta rentabilidade e alta liquidez. Utilizei escala de 1 a 5 hipoteticamente, em que 1 é o nível mais baixo e 5 o mais alto.

Para florestas plantadas hoje no Brasil, de uma maneira geral (existem exceções), na minha opinião, o triângulo econômico (Figura 2) ficaria com o componente de risco baixo (ex.: comparar com tomate). A rentabilidade, apesar do longo prazo, ficaria num nível levemente acima da média, enquanto a liquidez ficaria na média, pois liquidar um ativo florestal rapidamente não é tarefa simples.

No conceito do triângulo econômico, os desafios para atingir o objetivo de crescimento da área plantada no Brasil são:

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a. Aumentar a rentabilidade: buscar o máximo aproveitamento da floresta plantada, não apenas madeira, mas também alternativas e mercados para produtos secundários como biomassa, biochar e intangíveis (carbono, água, serviços ecossistêmicos). Para cada 1ha de floresta plantada, o setor preserva 0,7ha. A área preservada pode gerar retornos com serviços ambientais, benéficos ao planeta. Modelos integrados às comunidades locais adicionam valor ao colchão reputacional do setor e podem desenvolver melhor conexão com a sociedade;

b. Aumentar a liquidez: produtores independentes, investidores e pequenos produtores podem se sentir mais atraídos a investir em florestas plantadas com antecipações financeiras mensais do volume futuro de madeira em crescimento. A tokenização, ainda embrionária no Brasil e no mundo, pode ser uma alternativa para melhorar liquidez e trazer maior transparência nas transações comerciais de madeira; c. Diminuir o risco: riscos concentrados em aspectos técnicos como perdas por pragas, doenças, intempéries, furto de madeira, entre outros. Eficiente trabalho de silvicultura e manejo minimiza estes riscos. Mercado futuro desfavorável e possibilidade de aguardar melhor momento para comercialização, enquanto o ativo florestal continua a adicionar volume por unidade de área. Ao analisarmos segmentos de serraria, laminação e compensados, mais de 80% das empresas são de porte médio, com faturamento anual inferior a R$4,8 milhões. Nestes segmentos, além da alta fragmentação, há um processo de transição familiar, no qual a geração patriarca, com mais de 70 anos, busca a continuidade dos negócios nas novas gerações, enquanto estas buscam por outros tipos de investimentos. Esse cenário gera oportunidade para que estes ativos sejam adquiridos por novos investidores com apetite renovado ao crescimento. Há uma grande preocupação com disponibilidade de mão de obra para o campo, cada vez mais escassa e competindo com a agricultura. As empresas precisam fidelizar seus colaboradores, com bom ambiente de trabalho, salários e benefícios atrativos para manter os times engajados, gerando produtividade, qualidade e margens atrativas. n

1.Triângulo econômico modelo conceitual

Rentabilidade=5

2.Triângulo econômico florestas plantadas

Ciência, sustentabilidade e o potencial do Brasil para um futuro verde promissor

Prever o futuro com precisão ainda é um desafio, mas podemos analisar o passado e o presente para nos preparar para o que está por vir. É assim que abordamos a floresta do amanhã: com muita ciência, delineando modelos, métodos e predições. No entanto, não se engane, o desempenho de uma floresta comercial não se define apenas matematicamente.

O fator biológico predomina, repleto de interações com o ambiente e outros organismos, desenvolvendo comportamentos e adaptações imprevisíveis. No entanto, por vezes parece mais fácil incorporar a não linearidade e a complexidade do ambiente aos nossos padrões do que garantir investimentos no setor de florestas plantadas no Brasil, onde as políticas públicas atuais não captam por completo seu potencial econômico, social e ambiental.

Podemos enfrentar o desconhecido de várias maneiras. Tecnicamente, quando admitimos a hipótese de que não podemos prever tudo e, por isso, direcionamos os estudos e as práticas para minimizar os riscos do imprevisto e diversificar ao máximo as chances de respostas positivas.

predizemos a produtividade da floresta do amanhã simulando aumento de temperatura, períodos de estiagem prolongada e déficit hídrico, redução de área foliar, competição por nutrientes e água durante o ciclo, em diferentes idades e intensidades. "

Karina Carnielli Zamprogno Ferreira Gerente de Pesquisa, Planejamento e Sustentabilidade Florestal da Sylvamo

Isso pode ser feito, por exemplo, apostando em um número maior de clones comerciais com diferentes características de desenvolvimento, bases genéticas e respostas distintas, ou na mistura de clones (compostos clonais), cujo comportamento em conjunto se destaca da performance isolada. Outra abordagem nessa mesma linha é retomar os plantios seminais (com avançado grau de melhoramento), em que, mesmo aceitando perdas na performance de alguns materiais genéticos, o resultado esperado se baseia na maximização da produtividade final mediante alterações biológicas e a capacidade de adaptação. Unificamos todas estas vertentes de conhecimento e desenvolvemos modelos multivariados, capazes de reproduzir não somente os cenários futuros, mas também as diferentes respostas vinculadas a cada variável que se altera.

Dessa maneira, predizemos a produtividade da floresta do amanhã simulando aumento de temperatura, períodos de estiagem prolongada e déficit hídrico, redução de área foliar, competição por nutrientes e água durante o ciclo, em diferentes idades e intensidades.

Podemos não saber qual desses eventos de fato acontecerá nem se virão isolados ou simultaneamente, mas saberemos qual o impacto ele terá nas florestas que plantamos hoje. Essas tecnologias estão bem consolidadas na predição de comportamento futuro de uma floresta plantada, com grau de confiança aceitável.

Outra forma de encarar o futuro é seguindo os preceitos de Peter Drucker, que diz que “a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. Fazemos isso apostando no que é certo e previsível e deixando que uma porção muito pequena do futuro permaneça no campo das probabilidades incertas.

Na Sylvamo, acreditamos que investir em pessoas, inovação e sustentabilidade é o caminho para se manter competitivo no presente e no futuro, construindo e crescendo juntos. Independentemente do que encontraremos, esses serão os melhores instrumentos para atingir o sucesso.

Nesse mesmo contexto, as mudanças climáticas e suas consequências para a

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humanidade têm mobilizado especialistas do mundo inteiro na busca por soluções que minimizem os impactos de ontem e hoje no planeta de amanhã.

Um relatório recente da ONU destaca que a Terra pode atingir seu limite em 2030, com a concentração de CO2 na atmosfera atingindo níveis jamais vistos em 2 milhões de anos. Esse aumento é um dos principais fatores responsáveis pelo aquecimento global.

O relatório também enfatiza a necessidade urgente de investir em políticas públicas e tecnologias de remoção de dióxido de carbono, e é aqui que as florestas entram em cena como protagonistas mais uma vez, desempenhando um papel crucial na captura de CO2 e ajudando a mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

E vale ressaltar que o setor florestal brasileiro tem um potencial gigantesco de mitigação desses efeitos com seus mais de 9 milhões de hectares plantados, segundo o último relatório anual da IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), responsáveis pelo estoque de 1,88 bilhão de toneladas de dióxido de carbono equivalente, além da manutenção de reservas de carbono da ordem de 2,6 bilhões de toneladas de CO2eq na forma de Reserva Legal (RL), Áreas de Proteção Permanente (APP) e outras áreas de conservação. Ou seja, a “tecnologia” são as florestas e elas já existem, faltam políticas públicas que orquestrem melhor esse mercado verde no Brasil hoje.

As florestas plantadas, além de matéria-prima para produção de celulose e papel, chapa ou energia, também representam uma solução natural e eficaz para a remoção de CO2, ou seja, um investimento lucrativo, sustentável e cada vez mais promissor.

Podemos acreditar que o setor de florestas plantadas está tecnicamente preparado para o futuro, mas nossas políticas públicas ainda têm muito a avançar para que possamos aproveitar todo o seu potencial econômico, social e ambiental. Independentemente do que o futuro nos reserva, investir em florestas hoje é a decisão mais acertada, mas é preciso pavimentar esse caminho imediatamente. n

O Herbicida seletivo da Envu para impedir as daninhas desde o início e em todas as épocas do ano

Aplicação

Pré e Pós-Plantio

Das culturas do eucalipto e pinus

Seletividade

Não afeta o desenvolvimento das culturas do eucalipto e pinus

CURVAS

Flexibilidade

Permite aplicação em épocas úmidas e secas

Efeito Recarga

Promove atividade residual no controle de plantas daninhas, mesmo após longos períodos sem chuvas (120 dias)

Aplicação com Drone

Registro para aplicação com drone, avião e aplicação terrestre

TEXTO

É PERIGOSO À SAÚDE HUMANA, ANIMAL E AO MEIO AMBIENTE; USO AGRÍCOLA; VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO; CONSULTE SEMPRE UM AGRÔNOMO; INFORMESE E REALIZE O MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS; DESCARTE CORRETAMENTE AS EMBALAGENS E OS RESTOS DOS PRODUTOS; LEIA ATENTAMENTE E SIGA AS INSTRUÇÕES CONTIDAS NO RÓTULO, NA BULA E RECEITA; E UTILIZE SEMPRE OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.

www.br.envu.com

Especial: os desafios do amanhã no Brasil de hoje

Avanços e talentos!

Estamos prestes a encerrar mais um ano, com uma sensação de que os desafios foram bem maiores do que os habituais. Globalmente, um cenário geopolítico bastante agitado e, no caso brasileiro, além de questões políticas, indicativos de dificuldades de ordem econômica. No entanto, no meio dessa turbulência, existem bolhas de exceção, em que o otimismo se mostra presente, comprovado por fatos. No Brasil, o setor industrial de base florestal é um deles.

Hoje, a obtenção de matéria-prima para fins industriais se encontra totalmente consolidada em nosso país, num nível tecnológico de reconhecimento internacional. A atividade encontra-se em franca expansão, com expressivas contribuições de ordem econômica, ambiental e social. Tudo isso, no entanto, não tem sido obra do acaso.

Evidentemente, por trás de tudo, encontram-se as oportunidades de mercado, considerando os produtos que as indústrias estão gerando. Contudo, há outros fatores preponderantes, que estão permitindo que o setor atenda, com expressiva competência, às demandas que estão surgindo.

no meio dessa turbulência, existem bolhas de exceção, em que o otimismo se mostra presente, comprovado por fatos. No Brasil, o setor industrial de base florestal é um deles. "

Há sempre a bem-conhecida e repetida afirmação de que o Brasil tem ótima disponibilidade de terras e clima favorável, e isso é um fato. Contudo, deve-se somar a isso alguns aspectos antropogênicos.

Um deles é o somatório da determinação, crença e coragem de empresários em investirem na atividade, que tem como forte característica o longo prazo de maturação. Isso é um desafio importante, sobretudo, nos tempos atuais de turbulência.

Inegavelmente, um segundo importantíssimo aspecto é a capacidade tecnológica existente para o desenvolvimento da

silvicultura, que é fruto da junção da competência e talento dos profissionais que atuam no setor e da existência de um bem estruturado parque de oferta de recursos operacionais, ligados a equipamentos e insumos para o estabelecimento das plantações florestais.

No entanto, há um componente fundamental, que não pode ser omitido, que é a base de informações tecnológicas, de altíssima qualidade, que tem suportado as demandas do setor para as respostas de como se produzir uma floresta, econômica, ambiental e socialmente sustentável. E essas respostas existem por conta do repertório acumulado de resultados de pesquisas, que têm sido desenvolvidas ao longo de mais de cinco décadas. Nesse quesito, o setor é diferenciado, em relação aos outros setores da economia, graças a uma peculiaridade.

Já no início da sua evolução, o setor foi introduzindo no modelo de pesquisa cooperativa, levando a uma forte sinergia entre as próprias empresas, mas, sobretudo, entre elas e as universidades. Isso se estabeleceu mediante a criação de instituições para atuarem como agentes de facilitação e gestão de recursos e a indução dos estudos, de modo a que os resultados atendessem, objetivamente, às demandas do setor. Esse modelo foi altamente relevante para a rápida geração e difusão tecnológica.

A sinergia entre técnicos das empresas e o quadro acadêmico teve um papel fundamental, conduzindo o setor de plantações florestais para um patamar de referência quanto à aplicação de boas práticas, no que, ainda hoje, ele é destaque no campo da produção agrícola. Se tudo isso é verdadeiro, não podemos negar que ainda nos deparamos com grandes e importantes desafios, para continuarmos numa marcha de constante evolução.

Há um certo consenso de que, atualmente, os novos ganhos estão a exigir esforços muito maiores do que no passado. O leque de variáveis e influências aumentaram muito, como também cresceram os níveis de especificidades e exigências para se manter a atividade florestal de forma econômica e socioambientalmente adequada. A visão geral do “basta plantar e colher” de longe ficou para trás, não sendo mais possível, sobretudo, imaginar colocar “tudo num mesmo balaio”.

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Já virou bordão a afirmativa de que estamos tendo problemas com a produtividade florestal, que o clima está afetando, que as árvores estão secando, que as pragas estão soltas, que estamos afunilando demasiadamente os plantios em torno de poucos clones, que ainda existe um gap tecnológico nas práticas silviculturais.

Se isso é verdadeiro, na mesma proporção, há uma certa evidência de que as empresas estão dispostas a enfrentar os desafios com determinação, saindo de uma certa acomodação tecnológica silvicultural, que vinha sendo observada ao longo dos últimos 10-15 anos.

Mais recentemente, percebe-se um incremento na busca por novas informações, resultados e orientações, que possam corrigir ou reorientar alguns aspectos da forma de se plantar árvores para se obter matéria-prima. Com isso, aumentam as demandas do envolvimento de pesquisadores, os quais possam se dedicar ao tema.

Sem sombra de dúvidas, uma fonte importante de talentos que sempre esteve à disposição do setor de plantações florestais encontra-se nas universidades. Isso é sobretudo significativo, considerando seus programas de pós-graduação.

No entanto, na prática, tem-se constatado que esse celeiro não tem sido devidamente resposto, havendo carência quantitativa e qualitativa em especialidades importantes da silvicultura para produção de matéria-prima. E isso não está ocorrendo por falta de programas de pós-graduação na área florestal que, em nosso país, passam de dezenas.

Pela minha experiência acadêmica, sei sim que, atualmente, há carência de candidatos aos cursos, que existem outras áreas da silvicultura não industrial, que também precisam ser atendidas, que há uma intensa cobrança para a geração de papers , o que, muitas vezes, induz a trabalhos de colheita mais rápida e facilitada possível de resultados, superando a definição de pesquisas mais conectadas com as reais demandas do setor. Poderia avançar ainda mais nas justificativas, contudo, isso exigiria espaço para um outro artigo. Desse modo, deixo aqui apenas a mensagem para os atores acadêmicos, no sentido de uma reflexão e tratamento interno do tema. n

O clima global e o efeito-estufa

Existe muita gente bem-intencionada no que concerne às mudanças climáticas, aquecimento global e conservação do meio ambiente, mas que não tem conhecimento algum nem raciocínio crítico sobre o que ouvem falar e sobre o que falam e escrevem.

Tais pessoas simplesmente repetem o que ouviram de outras pessoas consideradas como grandes “conhecedoras da Ciência do Clima”. Porém, se esquecem de que muitos dos que se dizem conhecedores da matéria também têm interesses próprios e nem sempre estão dispostos a revelar as limitações e incertezas do conhecimento atual sobre o tema.

Não se pode confundir “mudanças climáticas” com conservação ambiental. São temas muito distintos.

A conservação ambiental é necessária para que a espécie humana continue a sobreviver neste Planeta. Independentemente de o clima se aquecer ou se resfriar, mudanças climáticas têm ocorrido naturalmente ao longo dos milhões de anos e as ocorrências globais se processam independentemente das ações humanas.

Considere-se o caso dos gases emitidos pelas atividades agropecuárias,

Esses países estão conscientes que vão emitir mais CO2 à medida que a população e a economia crescem? É claro que estão!

Ou parece não estarem preocupados com o aumento dos GEE ou sabem que realmente os GEE não controlam o clima global. "

Luiz Carlos Baldicero Molion

Professor na UF-Alagoas e na Western Michigan University

notadamente dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxidos de nitrogênio (NxOy), na intensificação do erroneamente chamado “efeito-estufa” e consequente aquecimento global, os GEE.

O efeito-estufa é definido como sendo o processo físico pelo qual gases constituintes minoritários da atmosfera (GEE) absorvem a radiação infravermelha térmica (IV) emitida pela superfície terrestre que irradia ao ser aquecida pelo Sol.

A hipótese é que a radiação IV absorvida pelos GEE seria reemitida em direção à superfície e a manteria aquecida. Embora não haja comprovação, propala-se que o aumento da concentração do GEE reduziria a perda da radiação IV emitida pela superfície para o espaço exterior, aumentando a temperatura do Planeta. Daí a necessidade de se reduzirem as emissões dos GEE.

A atmosfera terrestre é constituída de nitrogênio (N2=78%), de oxigênio (O2=21%) e argônio (Ar=0,9%), que não absorvem IV, enquanto os GEE estão presentes em minúsculas concentrações medidas em partes por milhão por volume (1 ppmv=0,0001%), como a do CO2 igual a 390 ppmv (0,039%), a do CH4 igual a 1,7 ppmv e a do N2O igual a 0,33 ppmv.

Teoricamente, o GEE mais importante é o vapor d’água (H2O  = umidade atmosférica) que é produzido principalmente pela evaporação dos oceanos e tem concentração variável com o tempo e espaço, chegando a 4% por volume (40.000 ppmv) em regiões oceânicas tropicais. Mas o vapor d’água não é considerado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) porque se torna difícil convencer as pessoas que o H2O  seria produzido pelas atividades humanas.

Os GEE restantes, ao contrário, têm algum tipo de ligação com as atividades humanas e podem ser culpados pelo aquecimento global. Demonstra-se, a seguir, que, à exceção do H2O  , os GEE não têm papel significativo no efeito-estufa e que o aumento de suas emissões e concentrações não interfere no clima global, não havendo emergência climática e urgência ou necessidade de reduzir suas emissões.

Um gás, cujas moléculas tenham mais de 3 átomos (poliatômico), que é o caso dos GEE, absorve radiação IV por meio de vibração e rotação de suas moléculas. Ao absorver um quantum de IV, a molécula se excita, roda ou seus átomos vibram em torno do centro de massa, e ela passa para um estado energético mais elevado. Porém, vibração e rotação são resultantes da transformação da energia radiante (IV) absorvida em energia mecânica de vibração/rotação.

A Física Quântica comprova que o decaimento da molécula excitada para seu estado básico de energia se dá primeiramente por meio de choques inelásticos e não por emissão de IV, sendo o processo de perda por choques inelásticos 10 mil vezes mais eficiente que o decaimento por emissão radiativa. Em volta de cada molécula de CO2, que é o GEE que se apresenta em maior concentração, existem pelo menos 2.600 moléculas de outros gases, como N2, O2 e Ar. Ao vibrar e rodar, a molécula de CO2 se choca com essas outras moléculas e transfere, para elas, a energia de excitação, contribuindo para um aquecimento do ar que é minúsculo, imensurável e, portanto, desprezível, uma vez que sua concentração é ínfima. Ora, se a molécula de CO2 perde sua energia por choques, ela não pode emitir energia que já não mais possui. Se o fizesse, estaria violando a Lei da Conservação da Energia!

O mesmo processo ocorre com o CH4 e N2O, cujas concentrações são bem mais inferiores à do CO2. Então, a afirmação que “os GEE absorvem radiação IV e emitem em direção à superfície terrestre, aquecendo-a” é deveras questionável e o papel dos GEE no efeito-estufa, como descrito pelo IPCC, é questionável e improvável. A radiação IV medida na superfície, proveniente da atmosfera, é emitida pela mistura gasosa denominada “ar”, pois o ar possui “massa”. Um metro cúbico de ar pesa 1,2 kg a 20°C. Quando ar se aquece, ele emite radiação IV de acordo com a Lei de Stefan-Boltzmann, como o faz todo corpo com temperatura acima do zero absoluto. Não são apenas os GEE que emitem IV e, sim, o ar e sua umidade, composto quase que totalmente (99,9%) de N2, O2, Ar e H2O  .

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Outro argumento, de mais difícil compreensão, é que os GEE são seletivos, absorvendo apenas em algumas faixas ou bandas de absorção estreitas de IV.

As do CO2 estão localizadas na região espectral de comprimentos de onda de 4,3 μm e 15 μm (1 μm é a milionésima parte do metro). As bandas de absorção do CH4 em 3,3 μm e 7,5 μm, e as do N2O em 4,5 μm e 7,9 μm. A superfície emite o máximo fluxo de radiação IV em 10 μm e emite muita pouca energia na região espectral dos comprimentos de onda em torno de 4 μm e após 20 μm.

Portanto, embora os GEE sejam bons absorvedores nas bandas localizadas em torno de 4 μm, como a emissão da superfície da Terra é pequena nessa parte do espectro, a radiação IV absorvida é ínfima e não tem impacto na temperatura global.

O H2O apresenta uma forte e larga banda de absorção, um continuum, centrada em 6,3 μm e bandas de rotação a partir de 16 μm. A radiação IV emitida nas bandas de absorção do CH4 em 7,5 μm e a do N2O em 7,9 μm, já é absorvida pelo H2O  , pois sua concentração é muito mais alta que a desses GEE uma vez que o poder de absorção aumenta com a densidade do gás absorvedor. A concentração do CH4, por exemplo, teria que aumentar de 20 mil vezes para ter efeito comparável ao do H2O . Logo, esses gases não contribuem significativamente para aquecer o ar.

Resta a banda de absorção do CO2 em 15 μm. Medidas de absorção pelo CO2 nessa banda mostraram que a concentração atual desse gás já é suficiente para absorver toda radiação IV emitida nesse comprimento de onda nos primeiros 10 metros da atmosfera. Dobrar a concentração de CO2, que é o pior cenário climático futuro do IPCC, aumentaria a absorção em apenas 3 W/m², correspondente a um aumento da temperatura global inferior a 0,5°C da temperatura global. Por exemplo, os cientistas William van Wijngaard e William Happer, em 2019, confirmaram essas conclusões já obtidas por vários outros cientistas.

Em resumo, o aumento das emissões dos chamados GEE produzidos pela queima de combustíveis fósseis, atividades agropecuárias

e lagos artificiais não aqueceriam o Planeta, pois esses GEE não têm papel importante no efeito-estufa.

Faz 27 anos que a temperatura média global está estável, enquanto a concentração desses gases tem aumentado. O CO2, por exemplo, aumentou cerca de 5% nesse período.

Há uma grande hipocrisia quando se fala em reduzir as emissões, como nas Conferências das Partes [COP], cuja trigésima edição será no Brasil em 2025.

Na Alemanha, termelétricas foram postas novamente em funcionamento, já que as energias renováveis, solar e eólica, não conseguem suprir as necessidades do país, e o Japão, depois do acidente de Fukushima em 2011, desativou a maior parte das nucleares e está usando termelétricas a carvão.

Na COP 26, em Glasgow, Escócia, 2021, primeiro-ministro da Índia, Narendra Modri, recusou-se a acabar com o uso do carvão mineral na geração de energia elétrica sob o argumento que, em seu país, 3% da população ainda não tem acesso a esse bem.

Os combustíveis fósseis ainda são a maneira mais prática e barata para gerar energia elétrica confiável, firme e segura. Esses países estão conscientes que vão emitir mais CO2 à medida que a população e a economia crescem? É claro que estão!

Mas o importante para eles é bem-estar social e crescimento econômico e não o aquecimento global. Ou parece não estarem preocupados com o aumento dos GEE ou sabem que realmente os GEE não controlam o clima global.

Não se nega que houve um aquecimento global entre 1976 e 2005. Diverge-se quanto à sua causa que, na minha opinião, foi natural e resultante da redução da cobertura de nuvens global em 5% e da maior frequência de eventos El Niño fortes que, sabidamente, liberam enormes quantidades de calor para a atmosfera a ponto de aquecê-la globalmente. A real tendência do clima é de resfriamento global nos próximos 10 anos.

A pergunta que fica é, se os GEE, emitidos pela agropecuária e pela geração de energia elétrica, não interferem no clima global, a quem interessa a redução de suas emissões? n

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Especial: os desafios do amanhã no Brasil de hoje

Desafios e Oportunidades

A vocação florestal do Brasil é inquestionável. Por ser um país continental, reúne condições excelentes para o cultivo de árvores, com vantagens em relação à dimensão de área física, solos, climas e potencialidades produtivas. De acordo com o último relatório anual da IBÁ, a cadeia florestal brasileira gera cerca de 2,7 milhões de empregos diretos e indiretos e representa, atualmente, 0,9% do PIB (Produto Interno Bruto).

A sustentabilidade é uma das forças desse segmento. As comunidades inseridas em áreas florestais quase sempre entregam índices de desenvolvimento superiores à média da região onde estão instaladas. Mais de 6,9 milhões de hectares são destinados à conservação da vegetação nativa, e as atividades do setor sequestram 4,9 bilhões de toneladas de CO2 da atmosfera todos os anos, evidenciando o setor como um importante aliado à agenda ESG.

Neste contexto, o Brasil se consolidou como um dos maiores produtores de florestas plantadas do mundo. Ao longo da última década, observou-se um aumento de cerca de 40% dos plantios florestais. Atualmente, o país conta com mais de 10,2 milhões de hectares e com expectativa de continuidade no crescimento para os próximos anos. Estamos tratando de um setor pujante, que entrega bons números e possui ótimas oportunidades de desenvolvimento.

Mesmo diante deste contexto desafiador, continuo acreditando no poder do básico “bem-feito”.

A disciplina, a perseverança e a busca pelas melhores práticas sempre farão muito bem para a formação de florestas produtivas. "

Marcos Paulo Costa Barcelos Dias Gerente Geral da ArcelorMittal BioFlorestas

O futuro das florestas plantadas no Brasil é próspero, o que não impede de termos de enfrentar desafios relevantes, que precisam ser trabalhados de forma consistente para assegurar o ritmo de crescimento dos últimos anos. O primeiro deles passa pelas pessoas. Estamos atravessando um período de escassez de profissionais em diversos níveis, do operacional aos cargos de liderança.

O desafio de engajar os jovens neste setor não é uma tarefa fácil, mas acredito que o caminho passa por bons programas de desenvolvimento de pessoas. Apostar em uma trilha de formação continuada, customizada para as diversas realidades e estabelecer rotinas claras de meritocracia certamente trarão resultados. O envolvimento colaborativo com instituições de ensino também apresenta boas oportunidades.

Na ArcelorMittal, por exemplo, firmamos recentemente uma parceria com o Departamento de Engenharia Florestal da UF-VJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri) que já está gerando valor e resultados.

A iniciativa conta com estágios supervisionados, projetos especiais e metas claras, tudo isso com engajamento dos professores, estagiários e profissionais da empresa. Acredito que, ao final de cada ciclo, teremos jovens profissionais preparados e com potencial interesse em permanecer conosco.

Outro desafio relevante diz respeito à inovação. É necessário e fundamental para a perenidade do setor florestal investir e impulsionar as inovações. A mecanização está avançando em ritmo ascendente e abrindo caminhos promissores para a autonomação, com destaques em processos importantes como o plantio, a irrigação e o controle da matocompetição.

Diversas iniciativas nessa linha estão em curso no setor, e, à medida que elas estiverem consolidadas, certamente teremos um ponto de inflexão nestas operações, com ganhos em segurança, qualidade, produtividade e custo.

A inteligência artificial possui destaque no universo das inovações, e vejo que o setor florestal está atento. Diversas soluções estão implementadas e gerando valor na cadeia produtiva, mas obviamente existe um caminho a ser explorado, com inúmeras oportunidades.

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Nesse contexto, destaco um aplicativo florestal, uma solução exclusiva desenvolvida entre o AçoLab, o laboratório de inovação aberta da ArcelorMittal e uma startup. Trata-se de uma solução que utiliza IA para prever o risco de infestação de pragas, exceto formigas cortadeiras, em florestas plantadas. Basicamente o aplicativo coleta dados de diversas fontes, como informações meteorológicas, histórico do plantio e padrões das ocorrências, para criar um modelo preditivo. Por meio das saídas do aplicativo, o gestor direciona a tomada de decisão para o combate.

Em nosso caso, desde a implantação da solução, optamos pelo MIP (Manejo Integrado de Pragas) e, por conta da agilidade e assertividade na predição das ocorrências, potencializamos o controle com inimigos naturais nas áreas, tornando a estratégia de combate ainda mais robusta e eficiente. Como resultado concreto, reduzimos drasticamente o uso de químicos no controle de pragas em nossas operações. Além das vantagens socioambientais, entregamos ganhos financeiros importantes ao negócio.

Por fim, mas não menos importante, um desafio permanente em nosso setor, que não foge à regra nas demais atividades econômicas do país, é a busca contínua pelo controle de custos. Nos últimos anos, vivenciamos aumentos expressivos nos custos florestais. A contratação de serviços, aquisição de máquinas, implementos e insumos estão se tornando um enorme desafio para o setor. Obviamente, essa condição aumenta a exaustão da madeira e pressiona o restante da cadeira produtiva. Ocupar-se do tema é necessário, e a gestão florestal assume um papel cada vez mais estratégico para as empresas. Construir pacotes tecnológicos robustos, com diretrizes claras e otimizadas, focadas em expressar o potencial produtivo de cada unidade de manejo é fundamental. Além disso, acredito que devemos promover estratégias robustas de compras, que acompanhem as tendências, inovações e capturem rotineiramente as melhores oportunidades do mercado.

Mesmo diante deste contexto desafiador, continuo acreditando no poder do básico “bem-feito”. Devemos investir esforços para alcançar a excelência operacional. A disciplina, a perseverança e a busca pelas melhores práticas sempre farão muito bem para a formação de florestas produtivas. n

Somos referência mundial no plantio das florestas do futuro

Tive a alegria de acompanhar o desenvolvimento da mecanização na colheita florestal no Brasil, a partir de 2003, ano que marcou meu início na atividade. Naquele momento, era a fase da tropicalização dos equipamentos vindos da América do Norte e, em especial, dos países escandinavos Suécia e Finlândia. O processo em si havia já iniciado há alguns bons anos, mas se intensificou de forma significativa mesmo bem nesse período.

Agora, o momento é a mecanização do plantio e tratos silviculturais, por meio de plantadeiras e drones de pulverização. E diferente daquele importante marco para atividade no Brasil, em que estávamos muito atrás dos países europeus e norte-americanos. Hoje, somos protagonistas.

Sim, as máquinas de ponta continuam sendo importadas. Porém, o desenvolvimento, a evolução e a utilização destas máquinas em grande escala acontecem aqui. As empresas brasileiras estão ditando o que deve ser alterado, melhorado e adicionado aos equipamentos.

Estas máquinas podem até não ter a inscrição “made in Brazil”. Mas pode ter certeza que tem muito avanço com um baita carimbo verde e amarelo. Nos tornamos referência global.

E os desafios?

A gente faz como sempre fez, ué, supera. Já volto a falar da evolução, só preciso de um parêntese aqui para não passar batido. Mas, por serem tão insignificantes diante da gloriosa história da silvicultura brasileira, não deixarei que o assunto tome muito nosso tempo.

Recentemente, a silvicultura deixou de ser, finalmente, uma atividade potencialmente poluidora. Uma aberração legal que levou 43 anos para ser corrigida. Veja o quanto a indústria de base florestal evoluiu neste mesmo período. A caneta desse povo é lenta, hein!

Isso só prova algo que todos nós sabemos. Para ser sincero, acho até que é positivo. Que vamos seguir evoluindo, independentemente do cenário, dos parlamentares e das políticas públicas, ou ausência delas. Existem exceções, claro que sim, conheço gente boa que foi pra Brasília defender o segmento florestal.

Mas, se a indústria evoluísse no mesmo ritmo que esta mudança recente na lei, estaríamos cortando madeira plantada – uma atividade perene, sustentável, geradora de emprego e ESG (sigla da moda) – ainda com machado. E pronto. Esta é toda atenção que este pequeno parêntese merece, mas tinha de ficar registrado. ;

A inteligência artificial ainda está engatinhando no setor florestal. Mas ela aprende a caminhar e correr mais rápido do que nós. "

Evoluções gigantescas estão chegando, você está preparado?

Voltando ao que realmente faz diferença, à evolução profissional e tecnológica. Porque, no fim das contas, foi isso que nos trouxe até aqui e está nos levando mais longe e mais rápido que em qualquer outro lugar no mundo. Tome como exemplo a produtividade e qualidade dos plantios mecanizados pelo planeta. O Brasil está à frente nestes números também, quantitativa e qualitativamente.

Mais do que plantar e colher com máquinas, agora acompanhamos em tempo real tudo o que acontece no campo. Vamos além dos dados e apontamentos, temos em mãos a informação. O plantio é georreferenciado. Sabe-se a localização de cada muda, quantidade de adubação, herbicida, profundidade do plantio, número do clone, período do plantio, inclinação e muito mais. No momento da colheita, o silvicultor tem na ponta dos dedos o histórico detalhado daquele plantio.

Isso dá ferramentas para avaliar qualidade da madeira, taxa de crescimento, comparar com outros plantios. Entender quais técnicas, quantidades e procedimentos o fizeram chegar àquele resultado. Pode decidir, com base em informação concreta, o que mudar ou manter para atingir performance melhor no plantio seguinte.

Vou cravar:

em 2025 a IA florestal vai explodir

A inteligência artificial ainda está engatinhando no setor florestal. Mas ela aprende a caminhar e correr mais rápido do que nós. Já estão em andamento iniciativas que contam com análise de imagens para formulação de relatórios, análise de procedimentos e da qualidade das atividades no campo.

Imagine um drone ou câmera embarcada nas próprias máquinas registrando em poucos minutos o resultado de um carregamento de madeira, plantio ou colheita florestal. As imagens são analisadas em segundos por uma ferramenta de inteligência artificial.

Quase que instantaneamente temos na tela a avaliação de “conforme” ou “não conforme” da qualidade daquela atividade e um relatório embasando a avaliação. Tudo de acordo com os parâmetros fornecidos pela empresa. E mais, eles vão evoluindo à medida que a “máquina” aprende mais e mais.

Relatórios e sugestão de melhorias feitos sem falhas ou subjetividade, bem diferente da gente. Quem nunca acordou com o pé esquerdo? Será que estes sentimentos não acabaram

interferindo na rigidez ou leveza da avaliação? A inteligência artificial sempre mantém o padrão.

Por isso, a pergunta ali atrás: “Evoluções gigantescas estão chegando, você está preparado?” Estas novidades não vão demorar, algumas já estão em campo hoje. Elas vão exigir novos conhecimentos dos profissionais que vão interagir com estas tecnologias.

Plantamos e colhemos melhor

Pode até ser que eu esteja usando as lentes do otimismo nos meus óculos. Mas enxergo um grande futuro para silvicultura brasileira. Existem os desafios, claro. Vejo que, do ponto de vista da indústria, o maior deles seja treinar pessoas na quantidade necessária, além de gerar interesse nas novas gerações. A gente já sabe que a escolha pela engenharia florestal vem diminuindo entre os vestibulandos.

Resolver estas questões exige uma ação coordenada. Não vai acontecer espontaneamente e, pode ter certeza, não teremos política pública específica. As empresas e entidades têm de se unir, estabelecer processos, estruturas para capacitação e atração de profissionais. Já é um grande gargalo, e, se mantivermos o ritmo de hoje, será ainda maior.

Do outro lado, as tecnologias para colheita nas mais adversas situações, como terrenos dobrados, estão ainda mais avançadas, seguras e gerando menos impacto. Isto propicia mecanizar a atividade em áreas que, há pouco tempo, eram inacessíveis.

Ganhamos mais eficiência no plantio, na colheita e no aproveitamento de áreas cultiváveis. Temos profissionais altamente capazes (só temos de ampliar este time), tecnologia da informação e análise com inteligência artificial evoluindo como nunca. Ferramentas cada vez mais simples de usar e com capacidade de entregar informação e sugestão de melhorias.

Diante de tudo isto, avalio que vivemos um dos melhores momentos da silvicultura brasileira, pelo menos nestes 21 anos que acompanho a atividade, sempre lembrando de marcos importantes, realizados por desbravadores, que nos trouxeram até aqui. Estes têm lugar na história da Engenharia Florestal brasileira. É que, companheiro, agora tudo acontece muito mais rápido.

Por isso, estou empolgado com os próximos anos. Vejo uma evolução ainda maior que acontecerá em menos da metade do tempo. Os desafios, a gente supera. Foi assim até hoje, e olha aonde a silvicultura brasileira chegou. Agora, as conquistas serão memoráveis. n

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Especial: os desafios do amanhã no Brasil de hoje

Florestas plantadas:

uma alternativa para o amanhã

O setor de florestas plantadas no Brasil representa um dos pilares da economia nacional e uma solução estratégica para as demandas globais por sustentabilidade. No entanto, para garantir o sucesso futuro desse segmento, é fundamental enfrentar desafios complexos que envolvem a resiliência florestal, as pressões ambientais e o ambiente econômico.

1. Resiliência florestal: entre inovação e sustentabilidade:

O conceito de resiliência florestal ganha relevância em um cenário marcado pelas mudanças climáticas. As florestas plantadas, embora planejadas para serem mais controladas e produtivas do que florestas nativas, não estão imunes aos impactos ambientais. A intensificação de eventos climáticos extremos, como secas severas e aumento da temperatura média, ameaça a produtividade e coloca em risco a viabilidade de espécies amplamente cultivadas, como o eucalipto e o pinus.

Uma das estratégias cruciais para lidar com esses desafios é o investimento em pesquisas científicas para o desenvolvimento de variedades genéticas mais resistentes a condições adversas. Além disso, o manejo sustentável, torna-se essencial para sustentabilidade das plantações e proteção dos solos.

A resiliência florestal não é apenas uma necessidade ambiental, mas também econômica, já que florestas saudáveis garantem estabilidade na oferta de matéria-prima e competitividade no mercado global.

A capacidade de uma floresta plantada se adaptar e se recuperar de eventos adversos, como secas severas, aumento de temperatura, tempestades intensas e novas pragas, determinará não apenas sua produtividade, mas também sua viabilidade econômica e ambiental no longo prazo.

1.1 Impactos climáticos e a adaptação necessária:

O Brasil, embora favorecido por condições climáticas que aceleram o crescimento de espécies como o eucalipto e o pinus, está vulnerável a fenômenos como o El Niño e La Niña . Tais eventos podem reduzir significativamente a disponibilidade de água, alterar os ciclos de crescimento e até causar a morte de árvores, comprometendo produtividade e elevando os custos de produção.

O Brasil precisa superar questões reputacionais relacionadas ao desmatamento da Amazônia e às percepções internacionais de descuido ambiental. "

Para aumentar a resiliência florestal, é crucial investir em:

• Pesquisa e desenvolvimento genético: Espécies melhoradas geneticamente para maior tolerância ao estresse hídrico e às altas temperaturas e maior resistência a pragas representam uma ferramenta estratégica. Avanços na biotecnologia permitem criar árvores mais robustas e adaptadas às condições futuras, protegendo a produtividade do setor;

• Incorporação de dados climáticos no planejamento: modelos preditivos baseados em big data e inteligência artificial podem identificar riscos climáticos emergentes e ajudar a determinar as melhores áreas para plantio, reduzindo perdas e maximizando o aproveitamento de recursos naturais.

1.2 Gestão de pragas e doenças: um desafio crescente:

Com as mudanças climáticas, a proliferação de pragas e patógenos tornou-se mais frequente e difícil de prever. Esse fator ameaça os plantios florestais, que possuem menor diversidade genética e, portanto, maior vulnerabilidade. O desenvolvimento de sistemas integrados de manejo de pragas (MIP), que combinam controle biológico, químico e cultural, é essencial para proteger as plantações sem comprometer o equilíbrio ambiental.

Além disso, o monitoramento constante por meio de sensores e drones permite identificar precocemente surtos de pragas, possibilitando uma resposta ágil e eficaz. Essa abordagem não apenas reduz perdas, mas também minimiza o uso indiscriminado de defensivos agrícolas, alinhando-se às demandas por práticas mais sustentáveis.

1.3 Conexão entre resiliência e sustentabilidade econômica:

A resiliência florestal não é um desafio isolado. Ela está diretamente ligada à sustentabilidade econômica do setor. Florestas saudáveis e produtivas são menos suscetíveis a perdas catastróficas, garantindo a estabilidade na oferta de matéria-prima para indústrias de celulose, papel e energia renovável.

O futuro das florestas plantadas no Brasil depende de uma mudança na percepção sobre a resiliência florestal. Ela não deve ser vista

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apenas como uma resposta reativa às mudanças climáticas, mas como uma abordagem proativa e integrada ao planejamento de longo prazo do setor.

2. Ambiente econômico - entraves e oportunidades:

A economia brasileira, marcada por ciclos de instabilidade, representa um desafio central para o setor de florestas plantadas. A alta carga tributária, os custos logísticos e a falta de infraestrutura adequada, como estradas e portos, impactam diretamente o custo da produção e dificultam a exportação competitiva de produtos como celulose, papel e madeira.

Por outro lado, o avanço do mercado global de carbono oferece um novo horizonte para o setor de florestas plantadas no Brasil. Com a crescente pressão internacional por descarbonização, o país pode se posicionar como um protagonista no fornecimento de créditos de carbono baseados na capacidade das florestas plantadas de sequestrar CO₂. No entanto, essa oportunidade requer a implementação de marcos regulatórios claros, mecanismos de certificação eficientes e uma maior articulação entre o setor privado e o governo para atrair investimentos e garantir a credibilidade do Brasil nesse mercado emergente.

3. As demandas globais e a reputação ambiental:

O aumento da demanda global por produtos florestais, como biomassa, papel e embalagens sustentáveis, é um sinal de que o setor de florestas plantadas tem potencial para crescer. No entanto, o Brasil precisa superar questões reputacionais relacionadas ao desmatamento da Amazônia e às percepções internacionais de descuido ambiental. Embora as florestas plantadas sejam uma alternativa ao desmatamento, a associação do Brasil com problemas de governança ambiental pode prejudicar sua posição nos mercados mais exigentes, como a União Europeia e os Estados Unidos.

A resposta para essa questão está no fortalecimento das certificações florestais, como FSC ( Forest Stewardship Council ) e PEFC ( Programme for the Endorsement of Forest Certification ). ;

Estas certificações não só demonstram compromisso com práticas sustentáveis, mas também agregam valor aos produtos no mercado internacional.

Adicionalmente, é necessário promover uma comunicação transparente que diferencie o setor de florestas plantadas do desmatamento de florestas nativas. A conscientização dos consumidores e parceiros comerciais sobre o impacto positivo das florestas plantadas cria um diferencial competitivo para o Brasil.

4. Tecnologia e inovação: um caminho indispensável:

A transformação digital é uma das maiores aliadas para superar os desafios do setor de florestas plantadas. Tecnologias como drones, sensores remotos, inteligência artificial e big data podem ser utilizadas para monitorar o crescimento das árvores, prever pragas e doenças, otimizar o uso de insumos e reduzir desperdícios.

Essas inovações, no entanto, enfrentam barreiras de implementação. A falta de acesso a financiamento e capacitação para pequenos e médios produtores limita a adoção dessas ferramentas em larga escala. Além disso, políticas públicas de incentivo à inovação ainda são tímidas no Brasil, dificultando a transformação do setor.

A sinergia entre inovação e sustentabilidade será o motor do crescimento das florestas plantadas no Brasil.

A floresta plantada do amanhã:

O futuro das florestas plantadas no Brasil está atrelado à capacidade do país de enfrentar desafios em múltiplas frentes: climática, econômica, ambiental e tecnológica. A construção de um setor resiliente depende de investimentos em pesquisa, melhoria do ambiente de negócios, preservação da reputação ambiental e adoção de práticas inovadoras.

O potencial do setor de florestas plantadas brasileiro permanece como uma oportunidade única de unir desenvolvimento sustentável e crescimento econômico. Um planejamento estratégico hoje é indispensável para garantir que as florestas plantadas do amanhã sejam um símbolo de resiliência, produtividade e responsabilidade ambiental. n

Suzano: Unidade Ribas do Rio Pardo, MS

Lagartas Desfolhadoras

O plantio de espécies florestais cultivadas, no Brasil, alcançou o patamar de 10,2 milhões de hectares, o que corresponde a um crescimento no setor de 3% em comparação ao ano passado. Dentre as espécies plantadas, 7,8 milhões de hectares são destinados para o cultivo de Eucalipto (76% da área total); 1,9 milhão de hectares para Pinus (19%) e os outros 500 mil hectares restantes destina-se aos plantios de Teca, Seringueira, Acácia e Araucária, de acordo com a IBA (2024).

Tais plantios estão distribuídos por todo o território brasileiro com a maior representatividade da região sudeste, destacando-se o Estado de Minas Gerais (63% dos plantios), seguido da região Centro-oeste.

Sabe-se que a produtividade de uma cultura depende de fatores abióticos como temperatura, umidade, solo e material genético, mas também de fatores bióticos nos quais se concentram as pragas e doenças. Com isso, medidas mitigadoras no controle de pragas e doenças fazem parte das estratégias de manejo para contornar as perdas e danos e atingir assim, grande produtividade.

As plantações florestais de eucalipto no Brasil têm problemas com pragas nativas e exóticas, que ocorrem em populações elevadas e arrasam

centenas de hectares de plantas em períodos relativamente curtos. As principais pragas para a eucaliptocultura são as formigas cortadeiras, lagartas desfolhadoras, percevejos, psilídeos, gorgulho, entre outros.

Dentre as pragas nativas, o complexo de lagartas desfolhadoras tem aumentado sua ocorrência nos últimos cinco anos. O complexo é formado por 10 espécies, sendo as mais importantes: Thyrinteina arnobia, Glena unipennaria, G. bipennaria (Geometridae), Sarsina violascens (Lymantriidae), Nystalea nyseus (Notodontidae), Euseudoosoma aberrans, E. involuta (Arctiidae), Iridopsis panopla , Lonomia sp. e Hylesia spp.

A lagarta parda ( Thyrinteina arnobia ), típica da Mata Atlântica, é considerada o principal lepidóptero desfolhador das florestas de eucalipto podendo desfolhar completamente as plantações em situação de surto; Glena sp. (Lepidoptera, Geometridae) é considerada uma praga desfolhadora de grande importância econômica do eucalipto mas, utiliza Pinus elliottii, por exemplo, como hospedeiro; Iridopsis panopla vem crescendo sua densidade populacional desde 2017 e a área atacada por esta espécie atingiu mais de 860 mil hectares em 2021 nos Estados do MS e SP.

O desfolhamento afeta o crescimento das árvores, fundamentalmente pela diminuição da área fotossintetizante, o que implica na redução da produtividade primária das árvores, podendo em caso de ataques sucessivos paralisar o seu crescimento. O controle das lagartas desfolhadoras em áreas de florestas de eucalipto é complexo, devido principalmente à grande extensão dos plantios e à altura das árvores.

As lagartas desfolhadoras são manejadas com aplicações aéreas de bioinseticidas à base de Bacillus thuringiensis, liberações de parasitoides de pupas e ovos de Trichogramma pretiosum e de percevejos predadores como a espécie Podisus nigrispinus e por inseticidas. Os principais desafios no controle das lagartas desfolhadoras são aumentar a produção de parasitoides e predadores para a escala massal, aumentar a oferta de inseticidas químicos e biológicos registrados.

Neste contexto a Dinagro, que é pioneira na fabricação de iscas formicidas e líder absoluta no mercado, expande seu portfólio de produtos com o objetivo de oferecer aos produtores de todo o país soluções mais eficientes no combate de pragas.

Matrine é um defensivo agrícola inovador. O novo Inseticida-Acaricida da Dinagro a base de extrato vegetal da espécie Sophora flavescens é um produto natural, sem carência e resíduo zero. O produto conta com o selo de certificado do IBD para uso em culturas orgânicas. É um produto multiculturas, multipragas e multisítio, isso significa que conta com registro para recomendação agronômica de aplicação

em mais de 58 culturas, mais de 13 pragas e tem 2 modos de ação: por contato e por ingestão. Além da sua ação em várias pragas agrícolas, Matrine é eficaz e registrado também para uma das principais pragas do eucalipto, a espécie de lagarta Glena bipennaria bipennaria.

Em um dos testes realizados pela Dinagro, em parceria com empresa do setor florestal no Estado do MS, o Matrine foi utilizado para controle aéreo de 3 espécies de lagartas desfolhadoras, juntamente com outros 7 produtos (entre biológicos e químicos). Na amostragem foi considerado um Nível de Dano Econômico (NDE) de 5 lagartas/100 folhas em parcelas alocadas a cada 10 ha. A área total do experimento foi de 700 ha, sendo 26 ha para tratamento com Matrine. As três espécies de lagartas: Thyrinteina arnobia, Glena sp. e Iridopsis panopla foram consideradas como alvos no experimento.

Neste teste utilizamos um volume de calda de Matrine de 1,5 L/ha e as avaliações foram realizadas aos 5 e 12 dias após a aplicação (d.a.a), comparando-se o número de lagartas vivas nestas avaliações com o número de lagartas no primeiro dia de avaliação (dia da aplicação dos produtos).

Com 5 dias após a aplicação (d.a.a), houve redução de 18,2 para 1,1% de lagartas e ao final de 12 d.a.a, Matrine teve eficiência de 100% quando comparado aos outros produtos, sendo o Matrine o melhor resultado do experimento e uma opção sustentável e eficaz no controle das lagartas desfolhadoras do eucalipto.

O defensivo Matrine

Os desafios são complexos mas superáveis

O setor florestal brasileiro consolidou-se como um dos pilares da economia nacional e global, sendo líder na produção de celulose, papel, painéis de madeira e biomassa energética. No entanto, as florestas plantadas enfrentam desafios cada vez mais complexos, decorrentes de mudanças econômicas, ambientais, sociais e tecnológicas. A sustentabilidade da produção futura dependerá da nossa capacidade de superar essas barreiras e transformar desafios em oportunidades.

A sustentabilidade é a base para o futuro das florestas plantadas no Brasil. A conservação de recursos naturais, como água, solo e biodiversidade, será cada vez mais crucial diante da utilização comercial das áreas produtivas e um diferencial de mercado.

Em diversos fóruns, tenho utilizado o termo “Silvicultura Regenerativa”; na realidade, faço uma alusão à tendência atual da agricultura e que, para nós florestais, compreende práticas como o cultivo mínimo, o manejo de resíduos, o preparo de solo apenas na linha de cultivo, uso de menores doses e menos aplicações de químicos, além da correta alocação clonal. O setor deve buscar práticas de manejo integradas e regenerativas, que equilibrem produtividade e proteção ambiental.

Paralelamente, os impactos das mudanças climáticas já se fazem sentir, com eventos extremos, alterações no regime hídrico, surto de pragas e aumento da pressão por espécies mais resilientes.

O mercado global de produtos florestais enfrenta transformações significativas, impulsionado pela crescente demanda por produtos mais sustentáveis e tecnologias verdes. Apesar do cenário marcado por incerteza e instabilidade, como destacado no relatório da Global Consulting Alliance (GCA 2024-Q3), o setor florestal brasileiro encontra-se diante de uma janela de oportunidade sem precedentes. O Brasil possui vantagens comparativas importantes, como clima favorável e alta produtividade por hectare, mas precisa superar desafios relacionados à logística, custos internos elevados e volatilidade cambial para manter sua competitividade.

Além disso, décadas de inação em políticas públicas, especialmente no âmbito federal, têm limitado o país a assumir uma posição de liderança sustentável. O crescimento da bioeconomia, com produtos inovadores como nanocelulose e bioplásticos, oferece caminhos promissores para agregar valor às florestas plantadas, diversificar mercados e consolidar o Brasil como referência global. Para alcançar esse potencial, é essencial adotar uma visão estratégica que integre inovação, sustentabilidade e políticas públicas eficazes, transformando desafios em oportunidades de liderança internacional.

desequilíbrio no marco regulatório gera incertezas que podem impactar negativamente a capacidade de o setor florestal se posicionar como um ator estratégico na economia de baixo carbono. "

A tecnologia desempenhará um papel transformador no futuro das florestas plantadas. Inovações no manejo florestal, como o uso de drones, sensores remotos e agricultura de precisão, já aumentam a eficiência das operações e reduzem custos. O melhoramento genético deve estar focado na resiliência climática, o que envolverá a seleção e o desenvolvimento de clones capazes de suportar os desafios impostos pelo clima, como temperaturas extremas, secas, inundações, doenças e ataques de pragas.

Destaco que será imprescindível o uso de microrganismos e bioinsumos integrados às práticas de manejo quer seja no viveiro, implantação/reforma ou talhadia para mitigar os impactos climáticos e manter e/ou ampliar o potencial produtivo. Por outro lado, a automação e a Internet das Coisas (IoT) prometem conectar toda a cadeia de produção, permitindo decisões no manejo florestal em tempo real e otimizando o uso de insumos. Esses avanços, no entanto, exigirão investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento, bem como a capacitação técnica de profissionais do setor.

As políticas públicas desempenham papel crucial no avanço ou na estagnação do setor florestal. Um marco regulatório sólido e coerente é necessário para garantir segurança jurídica e atrair investimentos. A simplificação dos processos de licenciamento ambiental, assim como foi feito recentemente em Minas Gerais onde o Estado não é mais obrigado a exigir EIA/RIMA para todos os novos empreendimentos de plantios florestais acima de mil hectares, aliada a incentivos fiscais e financeiros, pode estimular novos plantios e a expansão sustentável das áreas florestais.

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Nesse contexto, o Projeto de Lei 182, de 2024, que estabelece o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), foi aprovado, mas apresentou uma abordagem desequilibrada ao priorizar excessivamente o mercado voluntário, deixando em segundo plano o mercado regulado, que deveria ser o foco principal.

Este desequilíbrio no marco regulatório gera incertezas que podem impactar negativamente a capacidade de o setor florestal se posicionar como um ator estratégico na economia de baixo carbono. Para superar tais desafios, é essencial que ajustes sejam feitos no SBCE, garantindo uma estrutura que valorize tanto o mercado regulado quanto o voluntário, maximizando benefícios ambientais e econômicos.

Ao mesmo tempo, conflitos relacionados ao uso da terra, especialmente em regiões de alta pressão agrícola, devem ser geridos com planejamento territorial integrado, assegurando que as florestas plantadas coexistam com outras formas de uso do solo, como agricultura e conservação.

Os desafios para a floresta plantada do amanhã no Brasil de hoje são complexos, mas plenamente superáveis. A integração entre sustentabilidade, tecnologia, mercado e políticas públicas será determinante para consolidar o setor como uma referência global. O Brasil tem condições ímpares para liderar a transição para uma economia verde baseada em florestas plantadas, mas isso exigirá uma abordagem estratégica e colaborativa entre empresas, governo, academia e sociedade civil.

Nesse cenário, as certificações ambientais, como FSC e PEFC, tornam-se não apenas uma exigência de mercado, mas uma ferramenta estratégica para acesso a mercados globais e para garantir transparência e confiabilidade aos stakeholders.

O futuro das florestas plantadas no Brasil é promissor, mas exige ações imediatas e coordenadas para garantir que a produção florestal continue contribuindo para o desenvolvimento sustentável, a conservação ambiental e a competitividade global. n

Especial: os desafios do amanhã no Brasil de hoje

Onde está o nosso limite?

Nós sabemos que somos competitivos. E justamente por sermos competitivos é que estamos assistindo a um crescimento substancial das áreas ocupadas com florestas plantadas no Brasil. Mas o que nos torna lucrativos?

Os produtos a partir da base florestal em geral são commodities, e a viabilidade dos negócios está diretamente ligada à eficiência de uso dos recursos de produção. Com isso, a pressão por redução de custos dentro das organizações é praticamente uma cultura.

Estamos constantemente alertas entre dois valores: de um lado, a produção e a produtividade e, do outro lado, os custos.

Temos então que incrementar a produtividade com a redução de custos. Isso é o dia a dia de todas as pessoas que participam do processo da produção florestal, em todas as etapas. Desde a escolha do material genético, passando por operações, insumos, recursos humanos...

Se estamos todos mobilizados pela produtividade a custo baixo, até onde conseguimos ir? Qual o limite da produtividade, e por quanto tempo podemos continuar avançando sobre esse objetivo nos moldes em que estamos trabalhando?

A produção vegetal, conceitualmente, é definida por três grupos de fatores: os fatores determinantes da produção (o solo e a luz solar); os fatores limitantes (água e nutrientes); e os fatores redutores (pragas, doenças e plantas daninhas).

Quando falamos em florestas plantadas no Brasil, essa expansão impressionante está ocorrendo em um país tropical. Solos tropicais são altamente intemperizados, com solos ácidos, presença de alumínio trocável e baixo teor de matéria orgânica. E, junto a tudo isso, a expansão florestal têm ocorrido em grande parte em áreas já extenuadas com pastagens degradadas.

Se o solo é determinante e estamos plantando em solo degradado, já começamos com um fator determinante restritivo. Será o solo o limite da nossa produtividade? Se isso é verdade, então o que podemos fazer para manter essa régua determinante no nível mais alto possível?

Precisamos fazer o melhor que pudermos para favorecer as condições dos nossos solos ao máximo. Para isso, precisamos expandir nossos horizontes a outros níveis. Muitas possibilidades estão ao nosso alcance, mas pedem uma mudança de paradigmas.

Por exemplo: e se, na substituição do pasto degradado pela floresta plantada, procurássemos impor o mínimo de revolvimento e desestruturação física possível? Assim, poderíamos aproveitar o que houvesse de agregação promovida pelo sistema radicular e pela matéria orgânica já presentes nas áreas anteriormente.

Estamos constantemente alertas entre dois valores: de um lado, a produção e a produtividade e, do outro lado, os custos. "

A menor movimentação e consequente desagregação do solo traz benefícios fundamentais, como o de não aumentar a superfície específica de imobilização de fósforo e não promover oxidação da matéria orgânica, que para nossos solos arenosos é preciosa e em áreas degradadas já é escassa, o que reduz sua conversão e perda na forma gasosa (CO2). Com isso, favorecemos o desenvolvimento da microbiota na ciclagem de nutrientes e retenção de carbono orgânico no solo. E um dos principais fatores: temos potencial para uma redução importante das perdas por erosão.

O solo talvez seja o maior patrimônio de qualquer produtor de biomassa. Darwin comparava as plantas a animais de ponta cabeça. Quando pensamos em animais, normalmente pensamos em criaturas que se alimentam, ingerem comida. Mas as plantas não “comem” nada, as plantas “bebem”. Tudo que elas absorvem vem da solução do solo.

Sabemos que a água é o maior fator limitante para o crescimento das plantas e que ela também está no solo, assim como os nutrientes. Então, temos de pensar na disponibilidade da água para o processo fotossintético e para o acúmulo de biomassa. Quanto mais água disponível, dado que todos os nutrientes necessários estão disponíveis na solução do solo, maior o acúmulo de biomassa.

Mas então seria a água no sistema o limite da produtividade? E nós temos como fazer algo a respeito? O consumo de água numa rotação de eucalipto não é linear. E o sistema radicular tem condições de crescer e absorver em profundidades equivalentes a dois terços da altura do fuste. A árvore aciona raízes finas absorventes em diferentes profundidades de acordo com a demanda e a disponibilidade de água ao longo do perfil do solo.

Em algumas microbacias, na fase de maior consumo de água da floresta, a absorção pode ser maior do que a precipitação. Em linhas gerais, pode-se observar um pico de consumo entre o segundo e o sexto ano da floresta, com decréscimo após esse período. Entender o balanço hídrico de uma microbacia, considerando geoposicionamento, dimensões, cobertura vegetal, demandas humanas e animais, precipitação, entre outros, define o limite do tamanho do ciclo da rotação. Manter a árvore sobre o solo por mais tempo, com ciclos mais longos, permite que a precipitação total seja maior do que o consumo e, portanto, que haja uma recarga do sistema com a floresta ainda na área, preparando-o para receber a próxima rotação.

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É claro, ainda temos de nos certificar de que a população florestal seja definida de forma coerente com a capacidade de suprimento da microbacia – não podemos ter mais árvores do que o balanço hídrico da região é capaz de suportar. A precipitação não é acessível em qualquer condição: ela tem de estar no solo, tem de entrar no solo. Então, voltamos a falar do solo, que, se não tiver condições de absorção, não tem condições de permitir o acesso à água e aos nutrientes.

Controlando erosão, reduzimos o escoamento superficial e deixamos a água entrar. Quando a água entra, favorecemos a microbiota e a ciclagem de nutrientes. Quando definimos o consumo adequado pela população de árvores ou ciclo da rotação ou porcentagem de ocupação da microbacia, estamos garantindo a longevidade dos sistemas de produção dessa microbacia e considerando seu impacto na vida de pessoas e animais. Não existe apenas um ponto de entrada ou de atenção. Precisamos pensar de forma global. O limite da produtividade está então na longevidade do sistema. E essa compreensão mais global é que nos permite empregar os nossos esforços de maneira mais efetiva e cada vez mais relevante.

Existe, pela primeira vez, viabilidade econômica de empregarmos toda esta tecnologia de produção silvicultural nas áreas de restauração florestal. É uma oportunidade de agregarmos uma entrega socioambiental não apenas relevante, mas necessária, às nossas atividades.

Está clara a importância de considerarmos os custos e a produtividade, mas atingimos um patamar que não apenas nos permite como nos exige uma expansão no sentido mais amplo da palavra. Estamos trabalhando arduamente, gastando todas as nossas energias para manter o ritmo, mas estamos fazendo tudo isso dentro de uma rodinha de rato. Se olharmos ao redor, vamos perceber que podemos ocupar outros espaços e fazer diferença de muitas outras formas, que existem muitas novas possibilidades surgindo a todo tempo.

Precisamos crescer para além do custo e da produtividade: precisamos falar na capacidade de suporte e o desenvolvimento do manejo para a integração de todos esses fatores.

A cultura tem de mudar. É tudo isso, mas com longevidade de todo o sistema socioambiental e responsabilidade no relacionamento com os recursos humanos e ambientais. Não precisamos mais da rodinha do rato. As possibilidades são infinitas, e temos plena capacidade de alcançá-las. n

Carta aberta ao diretor

Imagine se você descobrisse que o médico com o qual você vai fazer uma cirurgia cardíaca na manhã seguinte se formou há 20 anos como o melhor aluno da sua classe, na melhor faculdade de medicina do País. Muito bom, hein?!

Entretanto, nos últimos 20 anos, ele não leu nenhum livro, nem participou de nenhum congresso, nem teve por costume ler regularmente revistas especializadas da sua área médica. Você faria a cirurgia em paz?

diretor de comunicação

No que se refere a nossa área, quantas tecnologias foram desenvolvidas e implantadas nessas duas décadas como o estado da arte e, depois de algum tempo, substituídas por uma nova opção, muito mais eficaz e eficiente, que tomaria o lugar da anterior, até ser igualmente substituída por uma mais nova ainda.

Quantas pragas e doenças apareceram, desapareceram, e algumas até voltaram? Quantas técnicas foram substituídas nesses últimos 20 anos?

Nenhum conhecimento é definitivamente eterno. A faculdade está sempre atualizada, mas tão somente até o dia da sua formatura. Os livros, igualmente, até o dia da sua publicação. As opções que são continuadamente atualizadas são os congressos e as publicações regulares das áreas.

Conhecendo esse cenário e o que passou a representar nesses 21 anos de operação para as universidades, centros de pesquisa e empresas do sistema agrícola e florestal, a Revista Opiniões decidiu abrir inscrições gratuitas para que todos os estudantes de todos os cursos de agroconhecimento, de qualquer parte do Brasil e do mundo, passem a receber gratuitamente todas as suas publicações.

O objetivo é fazer com que o estudante, desde o primeiro dia de aula, passe a participar da vida empresarial na qual se integrará, em alguns anos, já com atualizado conhecimento do que está sendo discutido, avaliado e implantado nas empresas. Muitos dos executivos e cientistas que hoje escrevem na Revista Opiniões declararam que liam nossas edições desde quando ainda eram estudantes nas universidades.

Ampliando o projeto de educação continuada, decidimos também abrir as inscrições gratuitas para todos os funcionários das áreas técnicas, agrícolas, industriais e administrativas das empresas produtoras e fornecedoras dos sistemas florestal e bioenergético de qualquer parte do Brasil e do mundo.

Todos os artigos da Revista Opiniões têm textos publicados em 7 idiomas, quais sejam: português, espanhol, inglês, francês, chinês, árabe e hindi, cobrindo a língua falada pelo incrível numero de mais de 4 Bilhões de pessoas.

O acesso à informação dirigida é a mais eficiente forma de unificar e atualizar o conhecimento entre todos os funcionários em cargos de comando, bem como preparar os funcionários em ascensão para assumi-los. Esta é a mais agradável forma de gerar a educação continuada.

Para se cadastrar na plataforma do programa de "Educação Continuada da Revista Opiniões" e passar a receber regular e gratuitamente as edições de nossas revistas, basta enviar um e-mail com os dados abaixo:

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