A inteligência da colheita e a logística do transporte florestal - OpCP69

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Opiniões

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www.RevistaOpinioes.com.br

ISSN: 2177-6504

FLORESTAL: celulose, papel, carvão, siderurgia, painéis e madeira ano 19 • número 69 • Divisão F • dez-fev-2022

a inteligência da colheita

e a estratégia da logística florestal


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instruções IMPORTANTE • IMPORTANT • WICHTIG • First of all, before any action, please touch in the flag of your language. • Tout d'abord, avant toute action, veuillez toucher le drapeau de votre langue. • Primero, antes de realizar cualquier acción, toque la bandera de su idioma. • Bitte berühren sie vor jeder aktion die flagge ihrer sprache. • Para que obtenha o melhor aproveitamento dos recursos que a Plataforma Digital Multimídia da Revista Opiniões pode lhe oferecer, solicitamos que assista ao video abaixo. Nele estão contidos alguns recursos que lhe serão úteis neste momento. Ao acionar o play, o video abaixo será iniciado. Ao chegar no final, o video das instruções será iniciado novamente.

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PRODUTORES: 10. Felipe Schroeder Vieira, Valley Irrigation 14. Joaquim Trecenti Barros Lordelo, Bracell 18. Glauton Polite da Silva, Suzano 22. Mauricio Harger, CMPC no Brasil 28. Renato Lima Coura Jr. e Bruno Ricardo Fernandes, Cenibra 32. Jacks Willer Prado Missel, Veracel 36. Geraldo Vitor de Andrade Junior, Aperam Bioenergia 40. Eduardo Possamai, Sylvamo 44. Anderson Jones Bobko, Eldorado 46. Pedro Alves Silva Neto, ArcelorMittal BioFlorestas 50. Roberto Baptista Nadal Junior, Dexco FORNECEDORES DO SISTEMA FLORESTAL: 54. Fernando Campos e Juho Leskinen, Ponsse 56. Rodrigo Fernandes Barbosa, John Deere 60. Ricardo Malinovski e Branca Ulchak, Malinovski Consultoria CIENTISTAS: 62. Raiane Ribeiro Machado Gomes, Arthur Araújo Silva e Carlos Cardoso Machado, UV-Viçosa 66. Nilton Cesar Fiedler, UF-Espírito Santo 68. José Vicente Caixeta-Filho e Thiago Guilherme Péra, Esalq-Log 72. Eduardo da Silva Lopes, Unicentro 74. Renato Cesar Gonçalves Robert, UF-Paraná 76. Angelo Marcio Pinto Leite, UF-Vales do Jequitinhonha e Murici

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áudios

Sua próxima viagem de carro Na sua próxima viagem de carro, pegue seu celular, entre no site da Revista Opiniões, escolha a edição recente desejada, folheie até esta página, ligue o rádio do seu carro, toque na foto do autor escolhido e ouça o primeiro artigo pelos controles do rádio do seu carro. Quando terminar, toque no segundo autor e assim por diante. Quando chegar no seu destino, provavelmente terá ouvido toda a revista. Se desejar ouvir o artigo numa outra língua, lido com voz nativa, localize o artigo desejado e toque na bandeira da língua que preferir. Além do português, estão à sua disposição os áudios em inglês, em espanhol, em francês e em alemão. Pelo fato do artigo ser traduzido e lido por robôs, poderá haver pequenas imperfeições. É lógico que você não precisa viajar para desfrutar desse conforto. O sistema também funcionará na sua mesa de trabalho, andando no parque, na esteira da academia, nas ruas congestionadas da cidade grande ou no sofá da sua Casa. Boa leitura ou boa audição, como preferir. ARTICULISTAS DESTA EDIÇÃO: 01. Felipe Schroeder Vieira, Valley Irrigation 02. Joaquim Trecenti Barros Lordelo, Bracell 03. Glauton Polite da Silva, Suzano 04. Mauricio Harger, CMPC no Brasil 05. Renato Lima Coura Jr. e Bruno Ricardo Fernandes, Cenibra 06. Jacks Willer Prado Missel, Veracel 07. Geraldo Vitor de Andrade Junior, Aperam Bioenergia 08. Eduardo Possamai, Sylvamo 09. Anderson Jones Bobko, Eldorado 10. Pedro Alves Silva Neto, ArcelorMittal BioFlorestas 11. Roberto Baptista Nadal Junior, Dexco 12. Fernando Campos e Juho Leskinen, Ponsse 13. Rodrigo Fernandes Barbosa, John Deere 14. Ricardo Malinovski e Branca Ulchak, Malinovski Consultoria 15. Raiane Gomes, Arthur Araújo Silva e Carlos Machado, UV-Viçosa 16. Nilton Cesar Fiedler, UF-Espírito Santo 17. José Vicente Caixeta-Filho e Thiago Guilherme Péra, Esalq-Log 18. Eduardo da Silva Lopes, Unicentro 19. Renato Cesar Gonçalves Robert, UF-Paraná 20. Angelo Marcio Pinto Leite, UF-Vales do Jequitinhonha e Murici

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BOAS FESTAS E UM ANO DE 2022 REPLETO DE REALIZAÇÕES! Gostaríamos de agradecer pela cooperação bem-sucedida no ano de 2021 e desejar um Feliz Natal a todos os nossos clientes e parceiros do segmento. Desejamos que os desafios do próximo ano se transformem em oportunidades de crescimento e realizações, assim como tem sido para a Ponsse nesses 15 anos de existência no Brasil.

A logger’s best friend

www.ponsse.com


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editorial de abertura

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um artigo passado, falei sobre Covid-19, pandemia, trabalho remoto e seus impactos. Mas não podemos deixar de reconhecer que, sem dúvida, vivemos o maior divisor de águas do século. Recentemente, li em um post de LinkedIn de um executivo que comentava sobre alguns mitos: 1º) “Não estamos preparados para os desafios que vem (sic) pela frente”. Ninguém está, pelo menos não 100%. Eles são novos, e cada evento se desdobra em caminhos antes não pensados. O ponto não é estar preparado, mas sim ter, na caixa de ferramentas do gestor, opções suficientes para buscar alternativas e agir com rapidez; 2º) “O mundo está mudando muito rápido”. Outro mito. Sempre mudou. Imaginem o impacto de grandes invenções do passado. Talvez fique mais fácil olhar do hoje e compreender os efeitos de tais ações, em tempos passados. Mas, certamente, durante aqueles tempos, era igualmente difícil prever os acontecimentos. A colheita florestal, em suas diversas nuanças e diferentes operações, sempre foi, e parece que permanecerá sendo por muito tempo, casada com a logística.

O que tem mudado é a forma como nos preparamos para isso. Lembro-me de que um dos meus primeiros trabalhos, quando iniciei na engenharia florestal, foi fazer o bom e velho estudo de tempos e movimentos, para descobrir a distribuição de tempo de cada uma das atividades daquela colheita. Por curiosidade, a localidade era nas florestas de Santa Catarina. Florestas de pínus, em áreas declivosas, que eram derrubadas e desgalhadas por motosserras, arrastadas para a beira da estrada por tratores com guinchos e traçadas e separadas em seus sortimentos (de acordo com o que se havia vendido ao pool de consumidores da região) por motosserras novamente. O desafio? Encontrar oportunidades para melhoria do processo. Nesse cenário, iniciou-se meu contato com a primeira máquina florestal, resolvemos mecanizar o processamento. Na época, há mais de uma década, éramos uma operação iniciante e relativamente inexperiente na mecanização. Nas primeiras vezes, uma mangueira que se rompia era levada de carro até a cidade mais próxima para que fosse usada de gabarito para montar-se a próxima. Eu mesmo levava.

mundo novo, velho mundo...

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Opiniões Tenho a impressão de que teimosamente aquelas mangueiras ou outras peças costumavam estragar sempre ao fim de tarde ou de turno, ou de preferência nas sextas-feiras. O resultado não podia ser outro, baixo rendimento operacional. Ao mesmo tempo, nenhum outro país do mundo tem mais dados sobre operação e manutenção de equipamentos florestais do que nós. Se somarmos todos os contratos de manutenção full service provida por todos os fabricantes de máquinas florestais, desde os primeiros contratos com a então Aracruz, passando por outras empresas que também optaram, em algum momento, por esse modelo − como Eldorado, Cenibra, Veracel, Suzano, Fíbria −, ultrapassamos os 50 anos de experiência. Sequer me arrisco a somar as horas-máquinas de todas as frotas que já foram e ainda são geridas nessa modalidade. Muito se aprendeu sobre inteligência de operação e de manutenção. E muito se desenvolveu em estratégias de logísticas. As filiais e o estoque de peças dos fabricantes foram acompanhando o desenvolvimento de novas fronteiras e, hoje, já se encontram em absolutamente todos os estados com atividade florestal expressiva.

São as possibilidades nos empolgando com as dificuldades do presente, ou até do passado, nos assombrando atualmente. O mundo estava muito mais conectado e integrado do que conseguíamos imaginar. "

Felipe Schroeder Vieira Especialista em colheita florestal e logística de transporte e Vice-presidente para o Caribe e América Latina da Valley Irrigation

Vale notar, ainda, que não apenas nas modalidades de full service obteve-se grande conhecimento estratégico, mas também na intensa profissionalização da gestão das operações florestais próprias de cada uma das empresas. O BRASIL É (com letra maiúscula e de boca cheia) o país mais profissional na gestão da colheita florestal. Mas aí o colega leitor deve estar se perguntando: “o que tem a ver o título deste artigo com o seu tema?”. Pois bem, escrevo este artigo de dentro do avião, retornando de uma viagem a trabalho para a Suécia, que, mais uma vez, foi fonte de grande inspiração. Após 2 anos da minha última viagem internacional à Europa e convivendo com novas reais ameaças de lockdown no continente, estamos reaprendendo e readequando o novo modelo de ir e vir. E não dá para deixar de notar os impactos gigantescos dessa pandemia sobre o tema central deste artigo. No mundo de hoje (dezembro de 2021), é gigante a polarização sobre os benefícios que fabulosas e intrigantes novidades de um futuro próximo parecem trazer, no contexto de uma economia de es; cassez de quase tudo.


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editorial de abertura São as possibilidades nos empolgando com as dificuldades do presente, ou até do passado, nos assombrando atualmente. O mundo estava muito mais conectado e integrado do que conseguíamos imaginar. A pandemia e a Covid-19 foram capazes de desestabilizar e bagunçar a cadeia de suprimentos de quase tudo, em quase todo lugar. Como aquela brincadeira de criança de empurrar um dominó e assistir o efeito, hoje, temos dificuldades de descobrir o que é causa e o que é consequência. Os artigos de jornais e as revistas internacionais falam do efeito devastador da escassez de produtos que pressiona os preços. O produto que custava X agora custa X + Y, e não podemos deixar de nos questionar: “Com quem está ficando esse Y?”. Mas a verdade é que as raízes dessa simples pergunta vão mais longe do que consigo compreender. Pois, pelo mesmo efeito dominó, parecemos estar todos sendo impactados. Um componente que um fornecedor tem dificuldades de entregar, porque ele também depende de outro fornecedor, deixa de produzir um bem que estava programado. Esse bem, no qual já foram investidos outros componentes e horas de trabalho, por sua vez, não é produzido até o fim e, por óbvio, não atinge seu “destino final”. Se for um bem de consumo, o consumo não ocorre. Se for um bem para lazer, o lazer não ocorre. Se for um bem de capital, a produção oriunda desse produto é interrompida. A situação ainda se coloca mais complicada sob a pressão de caixa e capital. O capital não flui, e o caixa fica compromissado. A situação volta, e o fornecedor original agora está com seus insumos mais caros e com a mesma necessidade de capital. Ao final desse emaranhado, um produto que falta gera uma escassez de algo, que, por sua vez, sobe de preço, que, por sua vez, se torna oportunidade de negócio para outra empresa, que, por sua vez, agora precisa de algum insumo para realizar seu trabalho. Mas o sourcing desse insumo, em sua grande maioria, também está comprometido. Ao final? Inflação! Não sou economista e não tenho pretensões de discorrer sobre o tema. Mas os efeitos desse ciclo que parece vicioso são sentidos, diariamente, em todas as esferas, e os riscos parecem altos. São problemas velhos, de um mundo que também já nos parecia igualmente antigo.

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Opiniões As cadeias de suprimentos mundiais estão frágeis e comprometidas. E isso ainda levará algum tempo para normalizar. Na mesma viagem, não pude deixar de notar discussões interessantes sobre as possíveis maravilhas que a tecnologia nos trará muito em breve. Com 5G, por exemplo, novas possibilidades de montar coisas com instruções dadas de forma remota e interativa se descortinam. As impressoras 3D já são realidade e de custo acessível para algumas tarefas. Quanto tempo demorará para acontecer, não sei. Mas o futuro da logística de peças de reposição, por exemplo, passará por isso. Ao invés de ter-se um grande estoque de bens produzidos e capital “parado” aguardando sua chance de ouro de servir, teremos um fluxo de dados enormes que serão comercializados e enviados às impressoras 3D na localidade de necessidade, para serem impressos na quantidade necessária e no tempo desejado. A gestão de logística internacional – a mesma que hoje sofre por falta de containers, navios travando canais, ou navios com casos de Covid-19 que precisam ser isolados – será mais eficiente através do Big Data. O conhecimento acumulado em todos aqueles anos de experiência de manutenção de equipamentos florestais será parte de logaritmos que se juntarão com novos dados gerados a partir do uso das máquinas e customizados de cada operador, e a inteligência artificial se encarregará de antecipar falhas, fazer ajustes, e uma máquina “aprenderá com o erro da outra” e se autocorrigirá. Drones farão entregas, e peças serão armazenadas e selecionadas por robôs em menos tempo do que fazemos manualmente. As próprias máquinas serão operadas a distância, ou sequer serão operadas por alguém. Enfim, caberá ao ser humano aquilo que fazemos melhor que os robôs matemáticos computadores: pensar, liderar, gerir. Por fim, hoje, o mundo nos desafia a resolver problemas que eram do mundo velho e nos anima com as possibilidades. Hoje as evidências da economia das redes e da colaboração são cada dia mais fortes. Mas, como sociedade, ainda teimamos em buscar as velhas vantagens competitivas do Porter e buscamos sempre aquele “gole a mais” de um fornecedor. Acredito que não teremos sucesso como sociedade enquanto (na prática) cada um continuar tentando se dar bem sozinho. n



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a preparação é o grande diferencial

no sucesso da operação

Ao longo de algumas experiências vividas no setor de florestas plantadas, sendo muitas delas envolvidas com a produção de celulose e outras na cadeia da siderurgia, posso afirmar que, independente do destino da madeira, atuar de forma inteligente e estratégica é fundamental para o bom desempenho das operações florestais. De forma geral, para todo processo produtivo, a preparação inicial das atividades tem papel fundamental no sucesso da execução. A preparação pode se iniciar no mapeamento dos processos produtivos, na identificação das atividades críticas, nos seus indicadores de performance ou de controle, passando pela gestão de rotina e utilizando as melhores práticas de planejamento. Cada etapa deve ser estruturada de forma a sustentar e a orientar os processos produtivos.

Construir todas as etapas formais descritas anteriormente leva tempo e demanda dedicação de pessoas que conheçam os anseios e as limitações na cadeia produtiva. Hoje em dia, o modelo clássico de preparação, aquele onde se empreende tempo demais na elaboração de documentos (procedimentos, instruções, etc.), quer sejam eles impressos ou eletrônicos, não é mais produtivo. É preciso buscar formas mais ágeis de se atingir o mesmo objetivo, no entanto com o devido cuidado, para não sermos atraídos pelas armadilhas do novo mundo digital. Nesse contexto, algumas etapas importantes foram vencidas no processo de colheita e logística florestal. Na colheita, por exemplo, a interação das máquinas e dos operadores com o mundo digital, que, antes, era desejo, hoje, tornou-se uma realidade e tem se consolidado como uma fonte inesgotável de oportunidades.

É preciso buscar formas mais ágeis de se atingir o mesmo objetivo, no entanto com o devido cuidado, para não sermos atraídos pelas armadilhas do novo mundo digital. " Joaquim Trecenti Barros Lordelo Gerente Sênior de Operações Florestais da Bracell


Opiniões Começando pela localização, em tempo real, das máquinas e passando pelos apontamentos eletrônicos, mapas digitais embarcados e leitura dos dados de telemetria. Esses são alguns exemplos, que trazem para os gestores uma grande oportunidade de elevar a competitividade nas operações. A logística no Brasil ainda é um grande desafio para a cadeira produtiva. Existem desafios estruturais a serem vencidos, quer sejam pelas prefeituras, ou pelo Governo Federal, e, no transporte de madeira, não é diferente. Embora ainda concentrado em modal rodoviário, existem oportunidades imensas no setor florestal, que vão, desde a consolidação de rotas e modais, passando pela tecnologia embarcada nos equipamentos. Utilizar, de forma adequada, a grande quantidade de dados gerados ou ofertados a partir dos exemplos citados acima se torna um desafio e também um mar aberto para diversas linhas de projetos. Sem querer parecer clichê, a geração de dados não tem grande valia se eles não se tornarem informações úteis ao processo. Na Bracell, os conceitos mais atuais de ESG são as nossas diretrizes de relacionamento com o mundo e também a nossa estratégia de sustentabilidade do negócio. Contudo, para o viés operacional, temos uma segunda diretriz, baseada em um outro conjunto de letras, o QPC (Qualidade, Produtividade e Custo). Nessa visão, o custo é a consequência, sendo resultante de uma operação feita com qualidade, ou seja, sem desperdício ou retrabalho e tendo a produtividade como o principal direcionador do processo, gerando, assim, resultados acima do planejado. Com a entrada da nova linha de produção, tivemos que buscar o que há de melhor em termos de equipamentos e sistemas, visando garantir o abastecimento fabril, desde a silvicultura até a movimentação de madeiras no pátio. Ter os melhores equipamentos é um passo importante, mas acreditamos, de fato, nas pessoas. Para compor o time que passou a atuar com o aumento da demanda, além de contar com os colaboradores que já faziam parte da equipe, contratamos novos profissionais e, ao mesmo tempo, também estruturamos um projeto para a formação de profissionais inexperientes. Para a Bracell, gerar emprego e rendas nas comunidades onde atuamos é mais que um compromisso,

é um valor da empresa, e essa formação de operadores (na colheita e no carregamento) e motoristas (especializados em caminhões com nove eixos) foi mais uma das contribuições das nossas operações às comunidades onde estamos inseridos. Para atender à temática da inteligência na colheita e à estratégia da logística, operações que caminham lado a lado na missão de produzir e transportar madeira para o processo produtivo, optamos por estruturar uma central de controle que opera 24 horas por dia. A operacionalização dessa central proporciona tomada de decisão em tempo real, e também temos como cuidar da segurança das pessoas, pois, nos caminhões, contamos com câmeras para identificação de desvios, quer sejam comportamentais ou de fadiga. Esse pioneirismo faz da Bracell a primeira empresa brasileira a ter uma central integrada de controles que se inicia no monitoramento de incêndios com o uso de câmeras, passa pela gestão das atividades de silvicultura, colheita, logística florestal, movimentação de celulose, operação de trens e operação portuária. Podemos dizer que estamos controlando, em tempo real, do plantio ao embarque do produto acabado no porto. Este é o primeiro passo na era digital, o de ter dados e informações para o melhor controle operacional. Mas queremos ir além e buscar o que há de mais inovador no uso desses dados, elevando nosso patamar tecnológico para operação remota de equipamentos, operação autônoma de caminhões, uso de machine learning para predição de manutenção, uso de imagens para identificar oportunidades em treinamentos operacionais, entre outras inovações. Sou entusiasta do que ainda se pode fazer com as muitas tecnologias já disponíveis para o uso no dia a dia das pessoas, mas que ainda não foram pensadas ou aplicadas no processo florestal. Falar em Era Digital no setor florestal talvez ainda seja precoce, mas com certeza temos um mundo de oportunidades com a digitalização e a automação dos processos. E, para seguir nessa jornada, é fundamental contarmos com boas parcerias, pois muitas tecnologias ainda precisarão ser desenvolvidas. A troca de experiências e aprendizados entre setores distintos pode ser o grande diferencial, fazendo com que algumas pedras no caminho sejam evitadas. n

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em qualquer processo de transformação, as pessoas precisam ser colocadas como centro Falar de inteligência de colheita e estratégias de logísticas e de como elas se relacionam com o abastecimento de madeira nas fábricas de celulose talvez seja dos temas mais conectados ao negócio da Suzano hoje. Com uma proposta de valor que visa “renovar a vida a partir da árvore”, a empresa deixa clara não só a importância dos bioativos para sua visão de futuro, mas também a importância que a floresta terá nesse horizonte, e, por conseguinte, o potencial que os processos de formação florestal, colheita e logística têm em contribuir para transformar essa frase em algo muito maior do que apenas um slogan: a forma como as pessoas, as comunidades e as organizações enxergam os produtos e o potencial de contribuição positiva sustentável para a sociedade. Como responsáveis pela colheita que abastece, hoje, as fábricas de Aracruz e Mucuri, com florestas que vão do extremo sul da Bahia ao norte do Espírito Santo, bem como algumas regiões de Minas Gerais, temos um desafio anual de uma colheita de, aproximadamente, 13,5

milhões de metros cúbicos de madeira processada e de percorrer quase 36 mil km de rodovias para levar nossa matéria-prima até as unidades fabris. Se transformássemos toda essa malha de transporte em uma linha reta, seria o mesmo que dizer que, para abastecer essas duas fábricas, nossas carretas e vagões dariam quase uma volta em torno da Terra, cuja circunferência é de, aproximadamente, 40 mil quilômetros. É nessa tarefa hercúlea que reside toda nossa estratégia de abastecimento; com um PCP único olhando para os nossos processos, buscamos, desde a fusão entre Fíbria e Suzano, trazer uma visão integrada das duas fábricas e dos processos florestais. Isso nos permitiu vislumbrar diversas possibilidades de otimização e uma troca intensa das melhores práticas de ambas as empresas. Na colheita, por exemplo, enquanto companhias separadas, era comum colhermos áreas no ES cuja madeira se destinava à fábrica de Mucuri ou vice-versa. Não apenas nesse cenário de olharmos para dentro dos processos em si, começamos a olhar também para processos anteriores e adjacentes −

Como responsáveis pela colheita que abastece as fábricas de Aracruz e Mucuri, temos o desafio de colher 13,5 milhões de m3 de madeira e de percorrer 36 mil km de rodovias para levar nossa matéria-prima até as unidades fabris. "

Glauton Polite da Silva Gerência de Operações Florestais das Unidades da Bahia e do Espírito Santo da Suzano


Opiniões por exemplo, após a fusão em 2019, foi iniciado um trabalho de redefinir toda a alocação clonal da regional ES/BA, um fator que diretamente não está ligado à colheita nem ao transporte, mas interfere sobremaneira nesses processos, visto que um clone bem adaptado ao seu microclima terá não só uma melhor produtividade de madeira, como, provavelmente, uma maior facilidade de processamento por parte dos equipamentos de colheita, potencializando a produtividade das operações de corte e reduzindo o percentual de casca agregada transportada para as fábricas, otimizando o aproveitamento da caixa de carga das carretas. Ao mesmo tempo em que tivemos uma sinergia responsável por otimizar os processos produtivos, ficou também perceptível que o volume de dados e informações de que a empresa dispunha tornava humanamente impossível que pessoas pudessem processar e desenvolver novas estratégias vencedoras, na mesma velocidade em que tantos dados eram gerados. Era preciso investir em novos modelos de negócio, revisar sistemas de transporte existentes, buscar novos equipamentos que fossem mais eficientes, novas tecnologias para comunicação de dados e realizar uma transformação digital que viabilizasse informação de uma forma mais rápida e confiável, para melhorar a tomada de decisão e tornar o dia a dia das pessoas mais leve, com automatização de processos. Na logística, por exemplo, o processo de transporte pela barcaça que levava madeira do terminal de Caravelas para Portocel foi colocado em hibernação,

para que fosse feita uma modernização desse modal marítimo, cuja expectativa é trazer, após as mudanças, além de uma redução de mais de 35% no cash cost do processo, uma redução de quase 65% nas emissões de CO2, se comparado com o modal rodoviário, em linha com os anúncios feitos recentemente pela Suzano, cuja meta é capturar mais 40 milhões de toneladas de carbono da atmosfera até 2025. Numa linha similar na colheita, nos últimos anos, fizemos grandes avanços quanto ao uso dos ativos. Conseguimos, através de uma engenharia de processos, revistar toda a estrutura disponível nos sites e, além de alavancarmos nossa produtividade de forma mais eficiente, tanto em consumo energético quanto em produção realizada por máquina, implantamos o uso de ferramentas de confiabilidade na manutenção, as quais, há anos, já eram utilizadas na indústria, como LCC (Life Cicle Cost), FEMEA (Failure Mode and Effect Analysis) e FTA (Failure Tree Analysis). Dentre outros métodos para aumentar a vida útil dos ativos de forma eficiente, elevamos a disponibilidade mecânica das máquinas em mais de 5% e reduzimos o custo de manutenção em mais de 35%. Para que todo esse modelo vencedor fosse aplicado, foi instituída uma gerência de manutenção, que, de forma matricial, atua junto com as áreas operacionais, dando todo suporte técnico e diretrizes de uso dos ativos − essa gerência, além de um hub de reparo de máquinas e componentes, é também o centro nerval de inteligência da ; manutenção.

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produtores de floresta Isso nos possibilitou realizar, de forma segura, primarizações de atividades caras e, as vezes, de baixa confiabilidade. Além das expansões na área de manutenção, outros modelos de colheita foram empregados; com um estudo preliminar e em parceria com as fábricas, observamos um potencial de expansão do modal CTL para um modal misto, com a implantação de um sistema de colheita Full Tree, uma alavanca importante de redução de custos, visto o menor desembolso para processamento nesse modal. No próximo ano vamos investir em um sistema mais integrado de captura de informação, implantando a nossa torre de controle florestal, um passo importante para a floresta 100% conectada e que poderá nos trazer, de forma mais clara, os impactos positivos da revulsão digital nas florestas, assim como já vemos em outros processos do agro, ou até mesmo, quem sabe, uma possível descomoditização da celulose, visto que será possível conectar a celulose diretamente com o perfil da floresta. Acredito que o mais importante a se ressaltar é que, em qualquer processo de transformação, as pessoas precisam ser colocadas como o centro dessa mudança, por mais tecnologia que houvesse sido empregada; seja na digitalização, seja na automatização dos processos, o pontapé inicial sempre foi iniciado por uma ou mais pessoas. Cabe ressaltar que esse viés presente na Suzano, hoje, de incentivar nossos colaboradores, para que as mudanças das quais a empresa precisa realizar partam deles mesmos, tem sido nossa “pedra fundamental” no dia a dia.

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Opiniões E é nesse sentido que, de certa forma, temas como a inclusão talvez não tragam uma percepção clara do impacto que geram no negócio, mas tornam perceptível, cada dia mais, que, as políticas de aumento de mulheres e negros na liderança, a inclusão de grupos minoritários, como pessoas com deficiências, e tantos outros têm nos possibilitado tornar o ambiente de trabalho, além de muito mais justo, mais participativo e meritocrático, transformando os desafios diários da busca pela melhoria contínua num território fértil para pessoas ávidas por mostrarem o seu valor e o seu potencial de contribuição para a empresa e para a sociedade. n


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Opiniões

sustentabilidade como farol da

estratégia e da inteligência competitiva

O caminhar da humanidade precisa entrar nos trilhos da sustentabilidade. Desde a Revolução Industrial, a sociedade pegou rotas diversas para seu crescimento econômico, sem colocar como ponto de partida o cuidado com o meio ambiente. O último relatório divulgado pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, da ONU) cravou que os seres humanos são responsáveis pelo aumento de 1 °C na temperatura do planeta. Se queremos experimentar um planeta habitável no futuro, a única saída é unir esforços de sociedade civil e poder público. O momento é de cooperação. Para a iniciativa privada, enraizar o conceito ESG e torná-lo uma cultura organizacional, em que todos os elos da cadeia estejam alinhados com tais práticas, é um caminho necessário.

Na CMPC, há anos, os trabalhos são guiados por uma inteligência que alia tecnologia ao cuidado com o meio ambiente e com as pessoas. Todo o processo tem como sustentação um olhar cuidadoso para se concluir com êxito cada etapa, prover um serviço de qualidade à sociedade, por meio de seus produtos finais, e trabalhar com responsabilidade em relação aos recursos naturais. No campo, a colheita evoluiu ao longo das últimas décadas por meio de inovações, mas com um conhecimento acumulado que passou a gerar benefícios para o meio ambiente também. A tecnologia tornou-se uma aliada fundamental. Equipamentos modernos permitem que seja realizado o desbaste com precisão, de modo que as toras sejam cortadas em tamanho padronizado e já descascadas. Isso garante agilidade ao processo e permite que a empresa tenha a capacidade de atender à cada vez mais aquecida demanda por celulose. O avanço da tecnologia, no entanto, deve vir acompanhado de um processo de desenvolvimento do mercado. A atual Revolução 4.0 gera um cenário de novos cargos e funções, exigindo que profissionais acompanhem esse movimento de atualização para essas novas atividades. Trata-se de um novo segmento de atuação que passa a existir, oportunizando que trabalhadores interessados possam fazer ; um novo movimento de carreira.

Em 2020, 1,7 milhão de toneladas de celulose e 900 mil toneladas de madeira foram deslocadas por água, fazendo com que a empresa fosse responsável por 30% de toda a movimentação de cargas por hidrovia no Rio Grande do Sul, o que evitou a realização de 100 mil viagens de caminhão "

Mauricio Harger Diretor-geral da CMPC no Brasil


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produtores de floresta Dentro da CMPC, investimos fortemente no desenvolvimento de profissionais, para que adquiram conhecimento e se tornem protagonistas desse cenário com tecnologias mais novas. Também vale ressaltar que esse trabalho é realizado sob a premissa de conservar os recursos naturais. Assim, cascas, galhos e folhas, ou seja, os resíduos florestais, são deixados no campo. O benefício é um solo fértil, protegido por essa matéria orgânica, que é responsável por fornecer nutrientes para a terra. A colheita é apenas um pedaço de uma série de práticas sustentáveis nos plantios florestais que são atestadas por certificações internacionais, como o FSC, principal entidade internacional que chancela o manejo e o cuidado com o ambiente. Tecnologia e pessoas conectadas para que, juntas, gerem resultados que vão além dos negócios. Um rumo que não seria possível – ou seria muito mais difícil – se não estivesse alinhado com o propósito da CMPC, que tem entre seus pilares conservar o meio ambiente, sempre em busca de renovar padrões de produção, consumo e convivência. A mesma linha responsável conduz as ações da empresa para tornar sua logística cada vez mais eficiente do ponto de vista de negócios e ambiental. De acordo com análise do WRI, baseado no Climate Watch, o setor de transportes responde por 14% das emissões anuais de Gases de Efeito Estufa (GEEs). Do total, 72% provêm de veículos terrestres. O Brasil, por sua vez, aparece entre os 5 países com mais emissão. Uma realidade difícil de ser digerida, quando temos, em mãos, meios tão ou mais eficazes, mas com menos impactos para o planeta. Não há uma bala de prata, e, com certeza, não é possível utilizar apenas um meio de transporte em operações industriais tão robustas. São diversas variáveis que influenciam na estratégia logística de uma empresa, como localização, velocidade e capacidade de carga, por exemplo. Mas é, sim, possível criar um planejamento em que se olhe para a redução considerável de suas emissões e, em paralelo, para a eficiência dos seus processos. A CMPC historicamente utiliza a hidrovia para o transporte de cargas na região da Lagoa dos Patos. Com um porto próprio em sua planta industrial, a empresa carrega celulose de Guaíba até o porto internacional localizado em Rio Grande. A mesma barcaça se desloca para a cidade de Pelotas, onde há um porto

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Opiniões que recebe a madeira de eucalipto que a empresa planta e colhe na região sul do estado. Na sequência, a embarcação retorna com toras até a unidade produtiva. Uma logística circular. Em 2020, foi 1,7 milhão de toneladas de celulose e 900 mil toneladas de madeira que foram deslocadas por água, fazendo com que a empresa fosse responsável por 30% de toda a movimentação de cargas por hidrovia no Rio Grande do Sul. Essa prática evitou a realização de 100 mil viagens de caminhão pelas estradas gaúchas no ano passado, contribuindo para que 56 mil toneladas de CO2 não fossem emitidas para a atmosfera. Em tempos de intensas discussões por mitigação de GEEs, esse é um feito para ser comemorado. Uma operação logística que, desde 2016, demandou investimentos de R$ 25 milhões no Porto de Pelotas, recursos esses que foram além de melhorias em infraestrutura. Desse total, R$ 2,5 milhões foram alocados para iniciativas de apoio às comunidades vizinhas da região, promovendo uma profunda transformação social do entorno. Também foram geradas cerca de 800 oportunidades de trabalho. Uma clara demonstração de que ESG não é apenas uma sigla, mas sim um pilar da companhia. Não paramos por aí e, em maio de 2021, vencemos licitação para operar o terminal portuário de Pelotas (RS) por dez anos, com previsão de novos investimentos, da ordem de R$ 16 milhões. Mais um importante passo que permitirá que a CMPC leve celulose, de origem renovável e com cadeia sustentável, a diferentes lugares do mundo. Um avanço alinhado com as ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) 9, 12 e 17 da ONU, que tangem sobre Infraestrutura, Consumo e produção responsáveis e Parcerias e meios e implementação, respectivamente. Não são ações isoladas, realizadas para sanar necessidades pontuais. Isso é parte de uma jornada de uma empresa consciente, que acredita que o desenvolvimento justo e sustentável é possível. Uma aspiração que deve inspirar que mais players do mercado realizem práticas alinhadas aos valores da sociedade contemporânea. Essa transição rumo a uma economia de baixo carbono é urgente. Não há mais como desconectar negócios, pessoas, consumo e políticas públicas – se quisermos um amanhã verdadeiramente sustentável. Todos precisam fazer sua parte. A CMPC está a postos para continuar contribuindo para o futuro de todos. n


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produtores de floresta

colheita florestal e

ciência de dados

Nas últimas três décadas, a evolução tecnológica direcionada ao processo florestal passou por inúmeras transformações; para as áreas declivosas, essas transformações foram mais desafiadoras e disruptivas. A complexidade presente em um ambiente cuja principal restrição para as atividades florestais é a topografia trouxe uma demanda por maiores investimentos na busca de tecnologias e de parceiros que possam garantir a competitividade e a sustentabilidade do processo. Dessa forma, partimos do desenvolvimento de caminhões adaptados para o transporte de madeira a equipamentos específicos para a colheita florestal em áreas críticas; do uso de imagens de satélite de alta resolução; de análises via LiDAR (Light Detection And Ranging); de softwares específicos para gestão e planejamento florestal; de simuladores virtuais de treinamento e drones adaptados para atividades florestais; da IoT (Internet of Things), bem como da era do Big Data e da IA (Inteligência Artificial). w

Dada a diversidade de desafios presentes nas atividades em áreas declivosas, o aprendizado operacional também apresentou uma curva ascendente de inovações nos equipamentos e soluções de Data Science. Projetos de máquinas foram modificados para suportar a severidade dos sites, com modelos de manutenção mais assertivos, análises operacionais para a melhoria de treinamentos e performance de operadores, bem como estudos para otimização de logística na movimentação das frentes de colheita. Equipes especializadas são demandadas cada vez mais para a análise de oportunidades no processo. Dessa forma, a análise histórica de dados é uma vertente em ascensão nas atividades florestais.

Apesar da gama de dados coletados nas máquinas florestais, temos que estar atentos para não nos perdermos nesse universo de códigos, números e algoritmos "

Renato Lima Coura Jr. e Bruno Ricardo Fernandes Gerente de Colheita, Logística e Desenvolvimento de Equipamentos e Coordenador de Colheita Florestal da Cenibra, respectivamente


Opiniões No caso da colheita florestal, conseguimos levantar base histórica dos últimos 10 anos de operação e manutenção e buscar o desenvolvimento de diversas ferramentas de análise, como Machine Learnig ou Digital Twin, o que permite, de certa forma, encontrar uma previsibilidade no comportamento das atividades. Cada vez mais, os equipamentos florestais são monitorados com recursos de telemetria e transmissão de dados. O Brasil, nos últimos anos, teve uma forte alavancagem nesse tipo de tecnologia, o que permitiu, de forma rápida, o uso de informações e o desenvolvimento de ferramentas, que, até então, eram utilizadas somente na Europa e nos Estados Unidos. O recurso de apontamento eletrônico, divulgado nas grandes empresas do setor florestal, também trouxe oportunidades no monitoramento de processos. Grandes empresas de tecnologia embarcada aceitaram o desafio de desenvolver soluções customizadas, trazendo todo o know-how do setor agrícola e de monitoramento de frotas, adaptado à realidade das florestas. Os fabricantes de equipamentos florestais apresentam diversas soluções para esse tipo de gestão remota, desde análise produtiva, consumo de combustível, faixas de rotação do motor, localização de máquinas, entre outras informações. Contudo os modelos apresentados ainda precisam de ajustes para atendimento pleno dos modais produtivos do Brasil e interação aos softwares de gestão florestal, dos quais cada empresa apresenta uma peculiaridade distinta. Entretanto, de forma clara, as grandes fabricantes enxergaram um oceano de oportunidades na gestão da informação, algumas empresas do setor florestal, em parceria com as fabricantes, estão avançadas na coleta de dados direto do sistema nativo dos equipamentos, o que traz maior confiabilidade devido à precisão da rede CAN (Controller Area Network). Há alguns anos, a base de dados gerada pelo sistema nativo dos equipamentos era uma incógnita a ser desvendada, contudo, o entendimento e a adaptação do padrão de apontamento StandforD para a realidade das atividades brasileiras, bem como a utilização dessa base de dados, são cada vez mais presentes.

Essas duas vertentes, Telemetria de Equipamentos e Data Science podem mostrar respostas ou tendências operacionais ainda não percebidas pelos processos atuais. Alguns profissionais de tecnologia da informação dizem que os dados estão tão valiosos quanto o petróleo, contudo temos que ter dados de qualidade, da mesma forma que coletamos muitos dados; a sua qualidade e a sua padronização são um grande desafio para equipe de TI. Nesse intuito, os times de governança de TI devem ser bem estruturados, com diretrizes claras para a parametrização das informações coletadas, bem como analisar os impactos nos processos adjacentes. Esse desafio das equipes também passa por uma questão de segurança da informação: ataques cibernéticos são uma realidade presente, ameaçadora e cada vez mais constante. Nesse contexto tecnológico, podem-se citar também as ferramentas de análise em BI (Business Intelligence) associadas com IA (Inteligência Artificial), que estão ganhando espaço e trazem maior dinâmica empresarial, transformando milhares de dados em informações ricas para a gestão dos processos. Novas carreiras, como o cientista de dados, são requeridas e em caráter emergencial; muitas empresas já investem em capacitação de seus empregados para obter maiores benefícios dessas tecnologias. Essa evolução tem possibilitado agilidade e maior inteligência estratégica. Dessa forma, as ferramentas devem ser aplicadas para todos os níveis de gestão das empresas, pois permitem que a alta direção e a liderança operacional analisem os dados dos processos e entendam as oportunidades de melhorias presentes, de acordo com sua realidade de trabalho ou atividade. Apesar da gama de dados coletados nas máquinas florestais, temos que estar atentos para não nos perdermos nesse universo de códigos, números e algoritmos; o Big Data é uma realidade, mas acreditamos que, cada vez mais, temos que partir para o Smart Data. Com as ferramentas atuais, os gestores selecionam as informações mais relevantes para usá-las em prol do processo, e não apenas para armazená-las. O Big Data trabalha para integrar, encontrar e corrigir erros e vieses de dados, enquanto o Smart Data fornece ; ideias específicas para a gestão.

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produtores de floresta Contudo, ainda na colheita florestal, temos muitas promessas de soluções de informação de dados, operação autônoma e remota, IoT na colheita e transporte, entre outras, mas temos muito estudo e desenvolvimento pela frente. Dessa forma, acreditamos que as parcerias ligadas com startups, empresas do setor tecnológico e universidades são de grande valia. Muitas empresas apresentam ideias inovadoras, de forma simples a operacionais, algumas com custo nem tão aceitável para o momento, mas que podem trazer benefícios a serem descobertos; talvez o que precisamos seja abrir mais oportunidades para parcerias e desenvolvimento. No caso das universidades, as empresas apresentam um laboratório de infinitas possibilidades, com massa de dados robusta e com demanda a ser estudada.

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Opiniões Conseguimos desenvolver trabalhos acadêmicos de grande relevância e buscamos, cada vez mais, ess a parceria. Temos instituições renomadas com carência de dados para desenvolver profissionais e pesquisadores e ainda esbarramos em algumas questões burocráticas e do tempo exigido pela academia para encontrar soluções com a devida aderência à realidade operacional. A inteligência da colheita está ocorrendo a todo o momento, com ideias inovadoras e desvendando padrões ainda não observados, mas voltamos a frisar a necessidade de termos profissionais que possam nos ajudar no entendimento e a decifrar possíveis padrões presentes nas atividades de colheita florestal e sua infinidade de dados. n



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produtores de floresta

inteligência na cadeia de

suprimento de madeira

A cadeia de suprimento de madeira da Veracel tem, em seu escopo, operações de manutenção de estradas, corte, baldeio, carregamento, transporte e pátio de madeira. Todo esse processo é movido por propósitos claros de sermos responsáveis, inspirarmos pessoas e valorizarmos a vida. A estratégia e a inteligência do suprimento de madeira são norteadas, em nossa organização, pela área de planejamento florestal, com visão holística de todas as demais operações, como silvicultura, pesquisa e área de negócios, ligando todos os elos e impactos de curto, médio e longo prazos. Nosso foco é direcionado para quatro aspectos estratégicos que fazem parte da inteligência operacional: tecnologia, diversidade, responsabilidade social e ambiental. Olhando pelo aspecto de tecnologia, considerando as evoluções exponenciais, são frequentes os debates sobre as aplicações de Big Data, inteligência artificial, automações e controles eletrônicos.

No aspecto de segurança, temos os controles de fadiga por meio de sensores e câmeras que emitem alertas instantâneos ao condutor. "

Jacks Willer Prado Missel Gerente de Suprimento de Madeira da Veracel

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A tecnologia disponível hoje nos permite tomar decisões com maior velocidade e segurança. Estamos muito próximos de chegar à predição operacional, através das tecnologias disponíveis que nos permitem ter, em tempo real e na palma da mão, indicadores operacionais elementares para tomada de decisão. Passamos, há um tempo, pela fase de coleta de dados e, hoje, vivemos o momento de utilização dessas informações para evoluirmos em eficiência, competitividade e segurança. No aspecto de segurança, temos os controles de fadiga por meio de sensores e câmeras que emitem alertas instantâneos ao condutor. Os processos de estradas possuem controles eletrônicos eficientes para medições de prestação de serviços através do uso de sensores.


Opiniões As operações de colheita são realizadas com microplanejamentos digitais, reduzindo deslocamentos desnecessários de máquinas, indicando, em tempo real, as metas de produtividade para cada unidade de produção e ampliando os níveis de segurança. As operações de pátio são realizadas para compor o melhor mix de madeira com as informações de densidade, teor de extrativo e tempo de corte, disponíveis na cabine do operador e integradas com a fábrica, onde, em tempo real, o abastecimento de madeira pode fornecer o melhor rendimento na produção de celulose. Vivemos uma nova era, na qual a integração de todas as informações do suprimento de madeira fornece subsídios para decisões estratégicas, desde a formação de florestas até a produção de celulose. Um exemplo dessa transformação é o trabalho desenvolvido pela pesquisa e inovação, que, com o uso de dados coletados da colheita, geram informações precisas sobre o potencial produtivo do sítio, fundamentais para o planejamento e a estratégia de manejo. Quando falamos em diversidade e inclusão social, sendo a justiça social o ímpeto inicial por trás do desenvolvimento de iniciativas, devemos citar que começamos a perceber que inclusão e diversidade são uma fonte de vantagem competitiva e, mais especificamente, uma alavanca essencial de crescimento. Estamos direcionando foco e recursos para promover a pluralidade na busca pela ampliação de diversidade, por meio da equidade de sexo, étnica, cultural e social. Dados de estudos realizados pela McKinsey & Company, de 2014 a 2019, demonstram que empresas inclusivas apresentam probabilidade superior de geração de valor, na comparação com empresas não inclusivas. A diversidade como alavanca de performance reafirma a relevância universal do vínculo na diversidade – definida como uma maior proporção de mulheres e uma composição étnica e cultural mais variada –, gerando performance financeira superior e considerando a hipótese de que a correlação entre a diversidade e os resultados se deve pela atração dos melhores talentos, pelo aumento do foco no cliente, pela satisfação dos funcionários e pela melhoria na tomada de decisões, além de garantir mais facilmente a licença para operar.

Nos últimos anos, focamos na inclusão social por meio da descentralização da equipe de operadores para dois novos munícipios, distribuindo renda, obtendo benefícios logísticos nas operações e maior engajamento e evoluções em produtividade de colheita, acima de 4%. Esse é um processo contínuo, realizado com equipe de instrutores e estrutura de treinamento própria, com módulo e simuladores. Como resultado, temos gerado novas oportunidades de trabalho para operações de colheita, com foco em diversidade, e proporcionando melhores resultados para todos. Nosso foco é proporcionar a ampliação de diversidade de sexo em todas as operações de suprimento de madeira. Ao abordarmos a responsabilidade social e ambiental nas operações, podemos destacar a ferramenta de planejamento e execução utilizada em nossas operações – Planejamento Técnico, Econômico, Ambiental e Social (PTEAS). O PTEAS estabelece e ordena as operações para cada talhão, indicando o manejo, informações cadastrais, estimativas de produtividade e rendimentos operacionais, bem como o levantamento dos impactos e das ações mitigadoras para as questões sociais, ambientais e operacionais. Esse trabalho é realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por representantes da silvicultura, colheita, logística florestal, planejamento e sustentabilidade. A ação é realizada com antecedência de 18 meses em relação ao início das operações. Com esse prazo, é possível definirmos ações, com base no diálogo com as comunidades locais e na construção conjunta de soluções que possam transformar a mitigação de impactos de nossas operações em impactos positivos para todos. A aplicação do planejamento prévio garante boa relação com as partes interessadas, mensuradas por meio de índices de favorabilidade, licença social de operação, desenvolvimento regional e manutenção de fluxo contínuo das operações. Cumprir as ações e os prazos definidos no PTEAS é fundamental para a manutenção da credibilidade. A aplicação de encontros de ação e cidadania, pré e pós-operações são práticas que alimentam nossos procedimentos diariamente. n

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Índice

produtores de floresta

a complexa busca por

simplificar o trabalho

No segmento de produção florestal, a etapa da colheita é considerada, por muitos, uma das atividades mais importantes de todo o processo produtivo, podendo representar a maior parte do custo, dependendo da aplicação final da madeira. Com início dos anos 1990, a mecanização das atividades de colheita florestal substituiu atividades manuais e semimecanizadas por máquinas e equipamentos de pequeno, médio e grande porte, possibilitando melhores condições na segurança do trabalho, maiores rendimentos e qualidade, redução dos custos e aumento de competitividade entre as empresas do setor florestal. Hoje, é possível dizer que, nos processos da colheita, os equipamentos são dimensionados de acordo com as variáveis produtivas, como topografia, tipo de processamento da madeira e destino da matéria-prima, independente do tamanho da produção.

a etapa da colheita é considerada, por muitos, uma das atividades mais importantes de todo o processo produtivo, podendo representar a maior parte do custo, dependendo da aplicação final da madeira "

Geraldo Vitor de Andrade Junior Gerente Executivo de Colheita Florestal da Aperam Bioenergia

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Com o avanço das operações e a busca por melhores resultados de produtividade, condições de trabalho e menores custos operacionais, foram desenvolvidas máquinas e equipamentos para colheita florestal, como harvesters, forwarders, fellers bunchers e skidders, que, hoje, se dividem principalmente nos sistemas CTL e Full Tree. Em cada segmento, é notória a busca incessante por desempenhos de alta performance, e, com o passar dos anos, além da evolução no porte dos equipamentos, há um grande pacote tecnológico sendo embarcado, tornando as operações mais inteligentes e tecnológicas.


Opiniões A evolução na mecanização já é uma realidade, e os fabricantes de equipamentos vêm desenvolvendo novos modelos e aplicações, mas só o aperfeiçoamento com alta tecnologia agregada para diferentes finalidades na colheita já não é mais suficiente. Atualmente, a inteligência na colheita florestal é uma excelente estratégia para se obter uma operação de alta performance, onde a evolução das máquinas e dos sistemas nos possibilitam uma gestão baseada em dados processados instantaneamente, servindo de ferramentas de controle em tempo real e auxiliando na tomada de decisão rápida e precisa. Podemos concluir que colheita de alta performance é um processo contínuo, que se molda antes mesmo de se iniciar qualquer atividade, pois é necessário que o planejamento seja nossa orientação, garantindo que todos os recursos necessários estejam disponíveis e sejam utilizados da melhor forma. Atividades como planejamento de áreas, gestão eficiente, capacitação de colaboradores, escolha do melhor equipamento e gestão de dados são critérios primordiais para atingirmos o desempenho almejado.

O processo da colheita florestal teve um crescimento exponencial, principalmente nos últimos anos, e a Aperam BioEnergia é uma das pioneiras na busca por tecnologia e inteligência embarcada em máquinas, nas quais, recentemente, toda essa evolução está sendo refinada, a ponto de o equipamento estar comunicando diretamente com operadores e gestores de operação, por sistemas que medem a prática em diversas atividades de exploração florestal. É importante destacar que a sustentabilidade do negócio depende também de uma manutenção eficiente, visto que, atualmente, diversos sistemas de diagnóstico e monitoramento estão inseridos em nossos equipamentos, com objetivo de antecipar perdas ou danos e conservar ainda mais os bens ativos. Informações de produção, produtividade, consumo de combustível e disponibilidade mecânica, tanto para a operação quanto para as equipes de manutenção, estão embarcadas em nosso processo, proporcionando uma visão, em tempo real, dos indicadores de desempenho e possibilitando avaliar as eficiên; cias da manutenção e da operação.

Central de monitoramento

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produtores de floresta Portanto, na hora da execução, precisamos ter plena convicção de que os recursos empregados estão habilitados a ter a melhor entrega possível: Máquina + operador + gestão, garantindo qualidade das operações, alta performance, produtividade e, consequentemente, um resultado competitivo de custo. Mas e toda essa quantidade de dados que são gerados? De nada servirá se não forem utilizados como meio de aprendizagem do que vem dando certo e o que pode ser melhorado, com ações rápidas e tomada de decisões acertadas, na velocidade que a tecnologia nos proporciona. De nada adianta ter um volume gigantesco de informações se não se conseguem ser estruturadas e interpretadas com agilidade, pois a evolução do processo acontece com a análise do que ocorreu no passado, saber onde estamos no momento e quais as aspirações e provocações de aonde queremos estar futuramente. Estamos na era digital, onde a gestão em tempo real é necessária a partir de todos os sistemas de informação, IoT (Internet das coisas) e a aspiração por uma Colheita 4.0, que proporcionará uma operação remota e autônoma. Na Aperam BioEnergia, isso já vem se tornando uma realidade. A empresa busca aperfeiçoar sua frota de máquinas, mas também promove capacitação e o recrutamento dos melhores profissionais para o seu time, capazes de realizar análises de dados, gerados e transmitidos pelas máquinas, de forma precisa e transversal. Para se alcançar isso, atualmente, a empresa investe na inclusão com diversidade e na capacitação continuada dos seus colaboradores, promovendo um excelente clima organizacional, com alta performance. Em relação à estratégia logística de transporte de madeira, podemos dizer que conhecer bem as áreas de exploração florestal de forma antecipada é primordial para o sucesso de qualquer atividade de abastecimento, onde a missão é garantir a chegada da madeira no destino final. A estratégia se inicia antes mesmo do processo de colheita, pois o fator clima, não sendo controlável, requer que o planejamento e as estratégias de fluxo de caminhões sejam a base do transporte de madeira, como a abertura e a manutenção de estradas, decidindo, diante dos diversos cenários, qual a manutenção necessária de cada via e qual a estrutura de

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Opiniões transporte para cada bloco florestal. Como já citado, compreendemos bem que o custo de colheita e de transporte florestal representa a maior fatia do custo da madeira posto-pátio, principalmente a logística, devido ao emprego de diversos equipamentos, além das movimentações de carga e descarga. A escolha de equipamentos é muito importante na estratégia logística, equipamentos bem dimensionados, de acordo com a necessidade da operação, proporcionam maior segurança e conforto para o colaborador, menor impacto ambiental, eficiência e menor custo operacional. Hoje, a tecnologia está presente e diretamente ligada com planejamento de transporte de madeira, através de central de monitoramento, rotogramas, sistemas de telemetria e rastreamento da frota, que possibilitam visão em tempo real, objetivando melhor operação do equipamento, menor custo de manutenção, menor consumo de combustível e melhor logística operacional. Além de sistemas para buscar o menor custo operacional, é possível o acompanhamento, em tempo real, dos motoristas, através de câmeras com sensores que detectam sinais de fadiga e desvios de atenção durante o trajeto. Assim, é possível alertar o condutor e garantir uma operação segura e praticamente sem riscos de acidentes por fadiga ou falta de atenção do condutor. A Aperam BioEnergia tem como um dos seus pilares a constante busca por inovações, sendo que, diante do cenário econômico dos últimos anos, que impactou diretamente os custos dos serviços de fretes oferecidos no mercado, a estratégia de logística de transporte foi ampliada pela empresa, e concretizamos o projeto de Insourcing para o transporte de madeira, primarizando 100% da atividade. Nessa ação, foram adquiridos caminhões com conjuntos de transporte tritrem, com manutenção e gestão própria, além de sistemas de monitoramento operacional e gestão da manutenção. Essa nova estratégia, além de garantir o abastecimento sustentável de madeira nas unidades de produção, possibilitou alcançar resultados de viabilidade de projetos e custos jamais atingidos anteriormente na operação, entregando um produto com menor custo operacional garantindo a competitividade do produto final, o Aço Verde Aperam. n


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Índice

produtores de floresta

Opiniões

a parceria e o microplanejamento como

ferramentas de sucesso

Quando trabalhamos com as atividades florestais da colheita e da logística, não há como separar uma da outra, tal a importância e a sintonia que elas têm para a obtenção de um resultado satisfatório, garantindo, assim, o abastecimento das unidades fabris com os alicerces de segurança, qualidade, produtividade e custos atraentes. Torna-se, portanto, fundamental que colheita e logística caminhem juntas, pois, caso essa “parceria” não prospere, acaba ocasionando uma ruptura no processo de madeira colhida e disponibilizada para o transporte, quebrando uma sequência lógica e eficiente que, futuramente, resulta em uma grave tendência de desabastecimento na cadeia de fibra virgem, que pode parar uma operação de fábrica, causando um prejuízo sem precedentes para a companhia. Para evitar esse tipo de situação e gerar eficiência nesses dois segmentos, estabelecemos um nível de inteligência dentro da colheita florestal, corroborando também uma eficaz estratégia de transporte, o verdadeiro “ganha-ganha” para ambos os lados.

Primeiramente, é fundamental trabalharmos de forma conjunta, e não isolada; é necessário olhar de maneira ampla, por exemplo, quando executamos a colheita não olhando as consequências ou impactos negativos que podemos causar no transporte, como depósito de madeira em estradas e contornos impraticáveis, não condicionar no transporte a colheita a depositar a madeira produzida, em pontos que acabam limitando a capacidade de produção da máquinas florestais (longas distâncias de arraste ou baldeio). Atualmente, temos uma liderança e um time focando na colheita, assim como outra liderança na equipe de logística de transporte, o que é muito usado nas estruturas operacionais das empresas florestais. Estimulamos o trabalho em equipe e colaborativo, para evitar criar um clima competitivo que pode prejudicar ambas as estruturas. Dessa forma, cada um cumpre seus objetivos e metas, não de uma forma única e exclusivamente do seu ponto de vista, mas pensando em um objetivo comum, que é o funcionamento do processo como um todo. A comunicação e, principalmente, a atitude de colaboração devem estar presentes na rotina de todos, levando, de forma homogênea e harmoniosa, essa relação para um bem maior: o resultado em alto nível de forma global para a ; Companhia.

Estimulamos o trabalho em equipe para evitar criar um clima competitivo que pode prejudicar ambas as estruturas. Cada um cumpre seus objetivos pensando em um objetivo comum, que é o funcionamento do processo como um todo. " Eduardo Possamai Gerente de Segurança e Operações Florestais da Sylvamo

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Índice

produtores de floresta Falando puramente na inteligência da colheita, pode-se trabalhar com níveis de profundidade na análise de dados das máquinas e equipamentos via sofisticados sistemas de telemetria, contribuindo, de modo interessante, para ótimos resultados para essa operação e permitindo uma visão mais ampla de todas as fases, como: pontos a serem trabalhados de maior repetição de paralisação das máquinas em termos de manutenção mecânica, seleção apurada no nível de operadores para elevar os índices de produtividade, controle de rastreamento das frotas no transporte de madeira, CCOs - Centro de Controle de Operações com uma distribuição homogênea dos caminhões, para evitar concentração de veículos nos momentos de carregamento ou descarga. Outro ponto que pode trazer uma significativa contribuição na execução com sucesso dessas atividades está efetivamente na qualidade do processo de microplanejamento, que antecede o início da colheita florestal. O principal objetivo da inteligência e da estratégia estabelecidas em um mesmo plano é trazer, de forma preventiva, problemas que possam resultar em significativas perdas. Dessa forma, temos uma dinâmica uniforme e adequada para a colheita e para o fluxo dos caminhões se antecipando a todas essas situações adversas. Para o aspecto logístico, temos uma outra ponta, que é a chegada e a descarga dos caminhões carregados na área de preparação de madeira das fábricas, onde é necessário ter o controle, bem como metas estabelecidas de

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Opiniões tempos internos e externos e plena organização dentro do pátio de madeira para cada etapa a ser praticada para caso haja necessidade de uma intervenção no processo, para alavancar esse ciclo de transporte. Dentro dessa perspectiva do microplanejamento, essa atividade desenvolvida no campo conta com os vários fatores envolvidos nesse conjunto de operações, como: as lideranças da colheita, do transporte, de estradas, pessoal da segurança e de pessoas do georreferenciamento. Além disso, temos a integração e sinergia sendo observadas in loco, e a área a ser colhida e transportada, que traz uma discussão extremamente benéfica do ponto de vista das situações a serem enfrentadas e da busca de soluções para cada envolvido nessa demanda, resultando em ações homogêneas que beneficiam todo o processo. Com toda essa estratégia implementada, temos, então, um equilíbrio com os ganhos e benefícios para todos os departamentos, como a inteligência de colher seus melhores frutos estabelecida na colheita florestal, com visão plena de como começar da forma certa e onde terminar, e, para o transporte e todo o sistema de fluxo dos caminhões, se otimiza tempo e agilidade em toda a cadeia. Todos se sentem efetivos com essa participação e realizando uma construção de um processo sólido, coerente e equilibrado, tendo sempre um panorama amplo de curto e longo prazo, que se sustenta nessas complexas atividades de colheita e transporte florestal. n


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produtores de floresta

o continuum da inteligência na colheita florestal Era uma vez um lenhador, há pouco mais de 1,5 milhão de anos. O Sr. Navarro Ergaster era um homem forte, conhecido por sua força e bravura. Ergaster e seus amigos, com seus machados reluzentes, eram capazes de derrubar e traçar até uma dezena de árvores em um bom dia de trabalho. Então, por volta de 5.000 a.C., Heinrich Cotta e vizinhos descobriram que poderiam utilizar serras cirúrgicas adaptadas para derrubar árvores e conseguiam fazê-lo com uma velocidade até 2 vezes maior e, principalmente, com melhor precisão e aproveitamento da madeira. Muitos e muitos anos se passaram e, em 1926, em Remshalden, Alemanha, conhecemos o Sr. Andreas, um astuto empresário e madeireiro, que, junto com sua equipe, utilizava-se de motosserras para abater e traçar quase uma centena de árvores em um turno de trabalho. E, há cerca de 50 anos, alguns importantes senhores e seus colaboradores começaram a manejar suas florestas, na Suécia e na Finlândia, com equipamentos florestais modernos, como harvesters, fellers, forwarders, skidders e outros, alcançando ótimos indicadores de segurança, produtividades crescentes e elevadas tecnologia e eficiência global. De onde viemos? Para onde vamos? “De onde viemos”, no âmbito da inteligência em colheita florestal, é fácil descobrir, resumir e relatar em um pequeno conto. “Para onde vamos” é a pergunta cuja resposta todos queremos ter e, certamente, só sabemos que não sabemos. Isso pode ser um problema em nossas mentes criativas e disruptivas, ansiosas pela

mais nova grande invenção, ou pelo estabelecimento imediato de tecnologias existentes que, por restrições estruturais ou de comunicação, muitas vezes ainda não são aplicadas em nossas operações florestais. As revoluções tecnológicas sempre virão e, como vimos antes, quando ocorrem, são pontos de mudança de patamar e ganhos significativos. No intervalo, às vezes de décadas, outrora de séculos, entre essas mudanças, existem evoluções tão relevantes quanto elas, capitaneadas não por alguns, mas por milhares de incríveis anônimos que não estão no Google, mas que merecem muito crédito pela capacidade de melhorar e catalisar feitos, alcançando também resultados excepcionais. E, assim, mesmo sem a troca de um equipamento por outro disruptivo e moderno, é que fomos capazes de dobrar a produtividade de equipamentos florestais nos últimos dez anos. Foram e sempre serão os operadores, mecânicos, líderes, instrutores, técnicos, encarregados e demais profissionais da floresta os responsáveis pela inteligência na colheita florestal. São eles que descobrem as limitações, sugerem mudanças e as aplicam continuamente nos equipamentos e processos e, assim, permitem que a inteligência na colheita seja desenvolvida. Agora, começamos a entender o conceito primordial da inteligência da colheita, pois ela não é uma invenção, conhecimento ou propriedade intelectual de alguém em um dado marco histórico, e sim um continuum de informações, tecnologias e ideias sendo colocadas em prática por muitas equipes, em diversos lugares do mundo, alcançando, a cada dia, algo um tanto

A vantagem está/estará naqueles que conseguirem extrair e retornar a campo a maior quantidade de análises e correlações das variáveis, transformando-as em resultados e ganhos práticos nessas operações florestais "

Anderson Jones Bobko Coordenador de Colheita Florestal da Eldorado


Opiniões Evolução de produtividade na colheita no tempo, em um mesmo sistema de produção, cut to length, e com equipamentos semelhantes ao longo do tempo

melhor do que ontem e, assim, lidando com eficiência a partir dos recursos que possuem em dado momento. Inteligência e conhecimento caminham juntos e se retroalimentam. A inteligência da colheita florestal é um sistema vivo e complexo no qual novos conhecimentos são adquiridos e precisam ser compartilhados, assimilados e aplicados por todos. A partir da aplicação da inteligência nos processos e equipamentos, há um novo status quo e outras análises de inteligência aparecem (lembrando que elas não surgem de uma “área de inteligência”, mas do conhecimento adquirido em diversos locais na operação), repetindo o ciclo virtuoso. O continuum da inteligência florestal está, portanto: • Na captura, organização e distribuição do conhecimento de e para todos os níveis das organizações, garantindo não só uma comunicação eficiente e sem ruídos mas também que o correto entendimento e aplicação desse conhecimento ocorra; • No fomento à criatividade e inovação, incentivando-a, mas também aceitando, de maneira natural, os erros que delas surgem. É importante termos a necessária paciência para o desenvolvimento e a maturação das pessoas e atividades envolvidos para não corrermos o risco de enterrar boas ideias; • Na escuta ativa de colegas e colaboradores, extraindo inovações das sugestões e propostas que surgem, transformando-as em melhorias e ganhos reais nos equipamentos e rotinas; • Na análise detalhada e contínua das informações, dados e outliers positivos dos processos, nas discussões destas com o maior

público possível, a fim de descobrir constantemente formas melhores de fazer as mesmas coisas; • Em ações rotineiras, back to basis, alcançando a excelência em cada atividade, promovendo a simplicidade nas análises e operações, fazendo tudo da maneira mais correta e produtiva possível, eliminando desperdícios e lembrando que, muitas vezes, pequenos desvios, como daquilo que já se sabe que é o melhor procedimento técnico e operacional, levam a perdas significativas; • Na indignação constante, entendendo que é necessária e contínua a busca por soluções para os problemas e desafios diários e que a soma dessas soluções, sejam elas simples ou complexas, é a responsável pela evolução de cada profissional e revolução em cada etapa ao longo do tempo. Custo unitário, produção, desembolso, volume médio individual, produtividade, consumos, disponibilidade mecânica, MTTR, MTBF, Segurança, RH... contamos facilmente com mais de 50 indicadores apenas nas operações de corte, baldeio e suas interfaces. Não há dúvida de que esses indicadores são fundamentais para a inteligência na colheita florestal, porém lembramos que elas são ferramentas de gestão e que, por si só, não trazem vantagem competitiva alguma. A vantagem está/estará naqueles que conseguirem extrair e retornar a campo a maior quantidade de análises e correlações dessas variáveis, transformando-as em resultados e ganhos práticos nessas operações florestais. Nota do autor: Datas, nomes e números citados são adaptações livres, com o único objetivo de apresentar ao leitor a opinião do autor. n

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Opiniões

produtores de floresta

colheita florestal x logística de transporte Com o avanço da tecnologia, a cada dia que passa, temos disponíveis, no mercado, novos equipamentos e ferramentas capazes de incrementar os equipamentos de colheita florestal e de transporte de madeira. São diversas ferramentas que podem ser utilizadas para auxiliar na coleta e transmissão dados, como os sistemas de telemetria, a gestão de frotas, a roteirização, os sistemas para medição de produção. Mas o fato de termos a tecnologia disponível e embarcada não garante o sucesso da operação; para tal, é necessário muito mais que isso, precisamos transformar os dados em informações e, a partir daí, utilizá-las de forma inteligente, para gerarmos conhecimento e conseguirmos planejar e executar as atividades de forma mais assertiva. Operações de colheita florestal e transporte da madeira representam um percentual expressivo do custo da madeira entregue na unidade de produção, por isso um bom planejamento pode reduzir significativamente os custos das operações finais. E um dos maiores desafios para quem lida com as operações de colheita florestal e de logística de transporte da madeira é realizar o planejamento e a execução dessas atividades, de forma integrada, pois, apesar de serem atividades distintas, não podemos trabalhá-las separadamente, já que o sucesso de uma atividade depende da necessidade e do bom planejamento da outra, e vice-versa.

Se engana quem acredita que a operação de logística do transporte da madeira se inicia a partir do momento em que se finalizam as operações de colheita; o processo de logística deve ser pensado muito antes de a madeira estar processada na beira da estrada, é preciso pensar de maneira antecipada. Pensando nessa necessidade de integração entre as áreas, em nossas operações, trabalhamos de forma conjunta com todos os setores que possuem interface com a produção, ou seja, as áreas de planejamento, operação e manutenção, e, assim, conseguimos ter acesso ao máximo de informações e variáveis possíveis, como a demanda/consumo de madeira por unidade de produção, o estoque de madeira no campo, a distância do talhão até a unidade de produção, a condição do talhão para o transporte em período chuvoso, o VMI, a disponibilidade mecânica dos equipamentos, a produtividade das atividades de CBT (Colheita/Baldeio/Traçamento), e todas essas informações nos dão subsídios para criarmos o planejamento macro do ano seguinte e, posteriormente, desdobrarmos o planejamento tático. Desdobrando todas essas informações, criamos um microplanejamento, e é aí que o fator tecnologia entra em ação, pois, com a utilização de um sistema de gerenciamento de operações, conseguimos fazer essa comunicação com os operadores, em uma via de mão dupla: disponibilizamos o que foi planejado, e o operador consegue visualizar ;

Se engana quem acredita que a operação de logística do transporte da madeira se inicia a partir do momento em que se finalizam as operações de colheita "

Pedro Alves Silva Neto Coordenador de Suprimento de Madeira da ArcelorMittal BioFlorestas

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produtores de floresta essas informações dentro da cabine da máquina. Ao mesmo tempo, coletamos os dados que são utilizados para alimentar os sistemas de apontamento e controle de produção, que também se transformam em informações para o próximo ciclo de planejamento. Para a criação do nosso microplanejamento, mais uma vez, a interação entre as áreas é fundamental. Nessa etapa, a equipe que vai a campo é composta por supervisores das atividades de colheita mecanizada, baldeio e traçamento, além dos supervisores responsáveis pelas atividades de manutenção de estradas, do transporte de madeira e pela equipe do planejamento. E é nesse momento que o detalhamento do plano tático é realizado, pensando na atividade “de trás para frente”, ou seja, pensando na saída das carretas de transporte de madeira, que é definida toda a estratégia para definir o sentido da derrubada, o baldeio e o posicionamento das pilhas de madeira traçada.

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Opiniões Também, então, conseguimos levantar e delimitar possíveis áreas que requerem a atenção do operador, como locais com declives acentuados, erosões, rede elétrica, etc. Na oportunidade, são levantadas todas as necessidades relacionadas à manutenção e à preparação das estradas, como nivelamento, aplicação de cascalho, abertura de curvas, preparação para período chuvoso, posicionamento das bacias de contenção; enfim, são muitas possibilidades, e todas podem ser tratadas. Todas essas informações vão para o microplanejamento e, posteriormente, ficam disponíveis para cada operador dentro da máquina, o qual consegue visualizar pela tela, em tempo real, o seu posicionamento no talhão, além de ter disponíveis todas as informações que foram levantadas previamente durante a fase de elaboração. O sistema de gerenciamento de operações utilizado, além de levar para o operador todas as informações relacionadas ao talhão, também trabalha como um coletor de dados, enviando, em tempo real, as informações de produção: volume de madeira colhida, baldeada e traçada, quantidade de horas operadas, horas em manutenção, produtividade, enfim, o sistema entrega uma grande variedade de informações, que dão aos gestores a opção de agirem com mais celeridade e assertividade, uma vez que é possível enxergar toda a operação de qualquer lugar, do escritório ou até mesmo pelo celular. E o fator humano onde entra? Sistemas de gerenciamento, tecnologias, ferramentas, informações, tudo isso é fundamental, mas nada se concretiza sem o fator humano. Tão fundamental quanto a tudo o que foi discutido são as pessoas, e não podemos discutir estratégias, inteligência, planejamento sem valorizar e ressaltar a importância que cada profissional tem em cada etapa dos processos. Precisamos olhar com atenção, capacitar, disponibilizar recursos e, assim, teremos pessoas preparadas e engajadas para entregar o seu melhor. Conhecimento, planejamento e interação: para mim, esses são os fundamentos que devemos utilizar quando estamos trabalhando nas estratégias de colheita e de logística de transporte de madeira. Tecnologias e sistemas de gerenciamento de operações não trabalham sozinhos, é preciso conhecer as demandas, as ferramentas, os recursos, as pessoas, a área; é preciso interagir, agrupar, colaborar; e, somente assim, é possível criar estratégias inteligentes, aproveitando ao máximo das informações disponíveis para gerar conhecimento, e uma boa estratégia contribui para superar os desafios e manter a sustentabilidade do negócio. n


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produtores de floresta

madeira cara

é a que não chega na fábrica

Realmente é verdade? Será? Madeira cara é a que não chega na fábrica? Essa pergunta, ou, em alguns casos, afirmação, constantemente aparece nas discussões florestais sobre suprimento de madeira. A intenção das palavras a seguir é, de maneira simples, tentar fazermos uma reflexão e levantar perguntas sobre essa máxima. O suprimento de uma fábrica ou planta consumidora de madeira não pode ser só visto sob os aspectos da colheita e do transporte florestal. Acredita-se que esse planejamento e essa inteligência nascem já na silvicultura, pois o ordenamento florestal e a espacialização geográfica do maciço garantirão boa parte da racionalização desse processo.

Isso pode parecer filosófico, mas as pessoas estão à frente de todo e qualquer processo, de toda e qualquer ferramenta, de todo e qualquer planejamento e realização das atividades florestais. " Roberto Baptista Nadal Junior Gerente de Planejamento e Comercialização Florestal da Dexco

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Porém essa arquitetura inicial só é possível em novos projetos de expansão onde a base florestal está em formação e, dentro das possibilidades, esses aspectos podem ser considerados. Esse seria o mundo ideal, onde pudéssemos escolher, de forma racional e otimizada, onde e de que forma – espaçamento, alinhamento, malha viária, logística de mão de obra e insumos, entre outros – as florestas seriam alocadas, já pensando no momento da colheita. Mas a realidade da oferta de florestas prontas para corte normalmente não pôde ser implantada dessa forma, ou não se sabia exatamente o seu destino; sendo assim, o plano de abastecimento precisa operar sobre um cenário já existente.


Opiniões Uma receita para a garantia da eficiência da logística no abastecimento de madeira não depende apenas de ferramentas prévias à colheita. Conforme comentado, do ponto de vista operacional, temos duas situações: uma são as florestas já estabelecidas, aquelas que estão aptas à colheita e prontas para suprirem a necessidade de madeira; e a outra são as novas florestas que ainda iremos formar, sejam elas expansões de base de um projeto já existente, sejam elas de novos projetos de base florestal que precisam ser estabelecidos. O que, de fato, essa tal inteligência operacional de colheita e transporte pode fazer para mitigar os desafios do suprimento de madeira? Com um pouco de experiência e observando diferentes modais de abastecimento, acreditamos que essa inteligência sempre esteve e sempre estará lastreada nas equipes, nas pessoas que compõem esse ambiente. Lógico, ferramentas tecnológicas são necessárias para complementar e agilizar o processo, principalmente pelas questões de padronização e de avaliação múltipla das variáveis. Tudo começa a ser formatado na base das equipes, sejam elas de planejamento, operacionais ou de controle. Uma boa formação, identificação de gaps e capacitação constante nos proporcionarão boa parte da inteligência necessária para uma colheita eficiente e uma boa estratégia de logística. Empresas que observam e valorizam esse aspecto, com certeza, estão na vanguarda da tal busca pela maximização dos ganhos e pela melhoria constante de performance, garantindo, assim, a realização das operações e o abastecimento, com otimização da eficiência, ganhos consideráveis e contínuos de produtividade. Fortalecem o engajamento, o comprometimento e a diversidade, tendo como resultado o bom desempenho, ou seja, a captura da tal inteligência das operações. Isso pode parecer filosófico, mas as pessoas estão à frente de todo e qualquer processo, de toda e qualquer ferramenta, de todo e qualquer planejamento e realização das atividades florestais. Após esse entendimento da importância das pessoas nas operações, podemos partir para algumas tecnologias e ferramentas. E, quando falamos em tecnologias, um ponto de muita atenção deve estar na geração de bons

dados, que, quando bem trabalhados, geram boas informações, agregando valor ao negócio. Sob esse aspecto, temos inúmeras ferramentas que operam com otimização, predições, Big Data, etc., fazendo conexões acima da capacidade humana para solucionar, ou melhor, prever aspectos e impactos que possam ser evitados na realização das operações. O principal cliente dessas tecnologias, além dos gestores, são principalmente as pessoas do front de operação, que, quando munidas de informações rápidas e assertivas, conseguem tomar as ações de imediato e, assim, agregam valor à cadeia produtiva. A conexão homem-máquina faz com que os resultados apareçam de uma forma natural, uma vez que estamos conectando pessoas, processos e ferramentas. No caso dos equipamentos, dessa maneira, conseguimos capturar, em tempo real, ganhos, evitar desperdícios e maximizar resultados. De forma objetiva e simplificada, nossos resultados estão baseados em:

PROCESSOS PROCESSOS

PESSOAS PESSOAS

TECNOLOGIA

Para atingirmos os objetivos do suprimento de madeira e para que “a madeira chegue à fábrica”: Cuidemos das pessoas, fortaleçamos processos e conectemo-nos com ferramentas de ponta. n

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fornecedores do sistema florestal

dados e a inteligência da colheita para uma operação florestal eficiente Além de colher a árvore no campo: informação de dados é a chave para a inteligência da colheita. Mais e mais dados serão coletados das operações florestais, e é sabido que, durante a colheita, é quando obtemos o maior número de informações, não só das máquinas, mas do campo como um todo. Por isso acredito que a inteligência desse processo vai além de cortar a árvore, como disse. Há pouco mais de 10 anos, tínhamos pouca informação do campo que não fosse manual e coletada pessoalmente, no momento da retirada das árvores do solo. Hoje, é possível saber o diâmetro de cada sortimento da árvore em apenas um clique, na palma da mão, com alguns minutos de diferença, ou até mesmo em tempo real, onde e quando a conectividade permite. Hoje, cada novo sensor instalado nas máquinas é capaz de nos informar os movimentos que estão sendo feitos e imediatamente indicar ao operador a possibilidade de melhoria no seu trabalho. O que era analisado por amostragem, agora, vemos a situação real de todo o povoamento. E esses dados podem ser usados não só para a colheita, mas para as demais operações da cadeia. Por exemplo, os mapas usados nas máquinas de colheita florestal podem servir como guias ao operador e também ser atualizados por ele assim que identificada qualquer incorformidade, ainda em campo, resultando em um trabalho mais assertivo para outras equipes que também fazem uso dos mapas.

Perceba que é uma via de mão dupla: ao mesmo tempo em que as outras operações florestais, como planejamento e silvicultura, fornecem informações importantes para a inteligência da colheita, a colheita inteligente retribui com dados para toda a cadeia. Quando falamos nesse tema, é inevitável não pensar em inteligência de dados. Hoje, além de engenheiros florestais e operadores de campo, precisamos nos integrar com os engenheiros e analistas, que são capazes de criar os dispositivos que compilam os dados e analisam as informações processadas que chegam das máquinas a todo tempo. O mercado está exigindo profissionais florestais aptos a coletar esses dados e a estruturá-los, de forma a embasar as decisões estratégicas no seu dia a dia de trabalho, descentralizando, com isso, a criação de interfaces por parte das áreas de tecnologia da informação. Da mesma forma, os fabricantes de máquinas percebem a necessidade de apresentar aos operadores esse universo tecnológico e buscam sempre aprimorar suas soluções, a fim de integrá-los amigavelmente aos novos sistemas. Nesse contexto, sempre entra em debate, também, a segurança de dados. E, talvez, esse seja um dos maiores desafios dos próximos anos. Fabricantes e clientes possuem contratos de confidencialidade e segurança de dados extremamente confiáveis e rigorosos, muitas vezes seguindo padrões internacionais.

No Brasil, o que mais nos desafia para alcançar as máquinas inteligentes é a conectividade. O País ainda carece de um sistema de rede estável e robusto que permita o tráfego de dados com velocidade e menor tempo de latência "

Fernando Campos e Juho Leskinen Diretor da Ponsse Latin America e Gerente de Digitalização e Sistemas de Informação da Ponsse Mundial, respectivamente

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Opiniões No caso da Ponsse, nosso parceiro na área de segurança desses dados é a Microsoft, pois, como todo o tráfego é feito em nuvens, ter um parceiro de garantia faz toda a diferença nesse momento. Trabalhamos para assegurar dados anônimos, garantindo, assim, a segurança dessas informações. Nós já aprendemos a trabalhar e a tomar decisões baseadas em dados, mas o esforço é contínuo em mantê-los seguros de ataques e de qualquer outra ação negativa. A preocupação é ainda maior quando temos em mente os passos do futuro relacionados à operação remota ou à autonomia das máquinas. Já que toquei nesse tema, o futuro, gostaria de falar um pouco sobre o desafio que direciona as nossas ações: produzir máquinas mais inteligentes, mais sustentáveis, duráveis e com menor impacto ao meio ambiente. O caminho mais promissor que gosto de citar é a eletrificação e a hibridização das máquinas. Estamos muito perto de conquistar esse objetivo e deixar de consumir combustíveis fósseis em operações de colheita florestal. Esses são os temas que considero mais quentes quando se fala em desenvolvimento tecnológico. Acredito firmemente que, em poucos anos, já teremos as máquinas híbridas, e isso vai trazer ainda mais benefícios para todo o setor. Mas, outras frentes também estão evoluindo a olhos vistos: machine learning, inteligência artificial a bordo, plataformas digitais, operações em nuvem… O que mais podemos inserir para conquistarmos melhores resultados, maior disponibilidade mecânica, economia de combustível, acuracidade e eficiência das operações? Tudo vem sendo trabalhado com muita atenção e praticamente ao mesmo tempo. Pode ser que ainda demore alguns anos para alcan-

çarmos uma máquina autônoma; trabalhamos, hoje, com esse objetivo, e muitos dos dispositivos tecnológicos que temos, atualmente, foram feitos já pensando em soluções para esse fim. O que temos, atualmente, no mercado de máquinas, são equipamentos cada vez mais confortáveis e criados para favorecer o trabalho do operador. É o que podemos chamar de user friendly machines, ou máquinas voltadas para a experiência do usuário. Para promover um ambiente confortável e agradável, cada componente interno da cabine é milimetricamente calculado, a fim de evitar esforços desnecessários pelo operador, gerando menos tensão e até lesões pelo trabalho. No Brasil, o que mais nos desafia para alcançar as máquinas inteligentes é a conectividade. O País ainda carece de um sistema de rede estável e robusto que permita o tráfego de dados com velocidade e menor tempo de latência − este, o mais importante quando falamos em máquinas operadas remotamente. As redes via satélite para o campo ainda são muito caras e se tornam inviáveis para coberturas de pequenos espaços. A promessa do 5G e a ampliação da rede 4G nos darão uma boa noção de como será esse futuro. Enquanto isso, abusamos das estratégias de coleta e de transmissão de dados, por dispositivos móveis, ou por smartphones, que se conectam automaticamente às máquinas, para que as informações sejam transmitidas assim que se conectarem à internet. Com todas essas informações em mãos, estamos aptos a pensar em uma colheita inteligente, com base em resultados reais e tomadas de decisões, da mesma forma, baseadas em dados e em melhores estratégias de produção florestal. n

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fornecedores do sistema florestal

Opiniões

avanço tecnológico aplicado à colheita e ao transporte Desde o início do processo de mecanização das operações florestais, se busca a redução de custos, o aumento da produtividade e maior segurança, além da melhor eficiência energética (l/m3). Dessa forma, garantir que as máquinas florestais estejam em constante evolução é fundamental para atender às demandas do mercado em todo o ciclo produtivo. Atualmente, temos vários exemplos que retratam as inovações e os avanços tecnológicos, de maneira especial, nas atividades de colheita e transporte florestal. As tecnologias embarcadas nos harvesters, forwarders e skidders, como cabines giratórias e com nivelamento automático, sistemas inteligentes de controle de movimentos da grua e lança, automação de comandos nos cabeçotes, joysticks mais intuitivos, sistemas mais ergonômicos com balanceamento e bogie independente, além do uso da telemetria e troca de dados operacionais nas “nuvens”, definem os novos padrões operacionais, trazendo significativos ganhos de produtividade, redução de custos e, principalmente, o incremento na qualidade. Quando falamos de tecnologia, inevitavelmente temos que abordar os temas sobre conectividade e automação, ou seja, iniciativas adotadas seguindo o conceito de “menos ferro, mais inteligência”.

o conceito de menos 'força bruta' e 'mais inteligência' transformará, cada vez mais, o tipo de produtos e serviços que devem ser contratados, bem como o perfil de colaboradores dentro das empresas "

Rodrigo Fernandes Barbosa Gerente de Marketing da John Deere

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Acreditamos que o planejamento aliado à alta tecnologia e que temas como machine learning e análise de dados farão total diferença para o futuro das operações florestais. Cada vez mais inteligentes, máquinas serão capazes de tomar decisões sozinhas a partir da análise de dados. É consenso que o uso das tecnologias já difundidas, principalmente por meio da telemetria, auxilia na tomada de decisão mais assertiva, na correta operacionalização dos equipamentos e na redução dos custos. Porém ainda é realidade que a falta de informação e de confiança das empresas do setor sobre o desempenho e a funcionalidade de todo o sistema agrega um desafio aos fornecedores pela busca de inovações, na forma de entregar e garantir máxima utilização de todas as tecnologias disponíveis durante o ciclo de vida do produto. Por outro lado, atualmente, as fabricantes dedicadas ao segmento têm disponíveis plataformas em real time, que integram diversos serviços on-line, que ajudam a planejar, a implementar e a monitorar as operações, a mensurar tudo que foi planejado e executado, a receber mapas de produtividade e dados de operação da máquina.


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Além disso, também se podem agregar dados de ERPs, bem como de parceiros e até mesmo de outros sistemas de mercado. Atualmente, com a análise de dados e o monitoramento e a gestão remota da frota, o produtor consegue se antecipar ao problema e corrigir erros, aumentando a eficiência operacional das máquinas em diversas atividades. Uma peça-chave para transformar o sistema produtivo florestal está na conectividade, com a qual o produtor não precisará mais esperar até o fim do turno para tomar uma decisão, pois terá os dados em suas mãos para chegar a uma decisão mais assertiva, em tempo real, o que resultará em uma operação mais produtiva e rentável. Dessa forma, cada vez mais, as empresas investem em alta tecnologia e conexão eficiente entre máquinas, desenvolvendo o que há de mais moderno em serviços e soluções integradas, aliado a um portfólio inovador e consistente para todos os portes e perfis de seus clientes. Podemos destacar como um dos grandes benefícios da evolução tecnológica das máquinas a disponibilidade de realizar serviços preventivos ou corretivos a distância, por meio de conexão remota (escritório–máquina) habilitando a

realização de reprogramação de módulos, atualizações, orientações operacionais especializadas e diagnóstico assertivo, garantindo maior disponibilidade de máquina e redução de custos operacionais. O futuro (não muito distante) da silvicultura está na automação, com produtos sejam cada vez mais inteligentes, capazes de se autoajustar e tomar decisões sozinhos, com base na análise de dados. E isso só acontece se o produtor puder extrair todos os dados dos equipamentos e obter a máxima eficiência de todo o ciclo produtivo. Sabemos que ainda temos um bom caminho a percorrer, mas acreditamos que os novos saltos de eficiência não serão simplesmente na renovação da frota, mas por meio da ampla utilização das tecnologias, principalmente no que diz respeito à atualização de softwares. A tendência está clara, e isso já se reflete na procura por mais informações, consultoria e suporte especializado. Além disso, o conceito de menos “força bruta” e “mais inteligência” transformará, cada vez mais, o tipo de produtos e serviços que devem ser contratados, bem como o perfil de colaboradores dentro das empresas. n



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fornecedores do sistema florestal

Opiniões

o auge da inteligência O cenário atual do setor florestal é de alta competitividade, não somente entre as empresas do segmento, mas também com outras áreas, como a agricultura e a pecuária. Dessa forma, a busca por maior eficiência nos processos e a tão esperada redução de custos são unânimes em todas as áreas. Com a evolução e a implementação de novas tecnologias embarcadas em máquinas e caminhões, surgiu um novo departamento de inteligência, e essa grande disponibilidade de dados e de informações advindas de todas as operações se transforma em vantagem competitiva para a criação de áreas de inteligência integradas. Entretanto o centro de inteligência vai muito além de captação e análise de dados. Para garantir o sucesso desse departamento, antes mesmo do uso de tecnologias, é fundamental o desenvolvimento de procedimentos operacionais bem definidos e padronizados. Tecnologicamente a evolução da área de inteligência passa de simples planilhas para o uso de BI (Business Intelligence), até o RPA (Robotics Process Automation) para a automatização de decisões rotineiras, e a inteligência artificial para a tomada de decisões complexas. Tudo isso baseado em conhecimentos e habilidades, ou seja, as famosas hard skills e soft skills, juntamente com monitoramentos em tempo real, análises de processos e indicadores de desempenho, que permitem a obtenção de respostas, de forma rápida para a tomada de decisão. A onda de transformação digital trouxe mudanças significativas nas empresas e tem acelerado muito o processo de maturação das áreas de inteligência. As principais tecnologias empregadas, hoje, são o Advanced Analytics e a

Inteligência Artificial, fazendo com que a Ciências de Dados (Data Science) seja fundamental nesse movimento, assim como o apoio de startups, centros de pesquisa, universidades, empresas privadas e instituições financiadoras de inovação. No entanto o segmento ainda encontra alguns desafios, principalmente devido à falta de conectividade em campo, o que dificulta a transmissão de dados e o gerenciamento on time. Provavelmente, em breve, esses problemas serão sanados com a vinda da tecnologia 5G, para a qual acabou de ser dado o start com as licitações em âmbito nacional. Falando especificamente da colheita e da logística, elas são as operações que geram o maior impacto no abastecimento fabril e, portanto, precisam estar extremamente alinhadas com o planejamento estratégico, tático e operacional. A característica mais importante dessa área é possuir uma visão estratégica integrada, identificando oportunidades e desafios que impactam a operacionalização das atividades de suprimento de madeira. O segundo fator preponderante para o sucesso dessa área de apoio é a organização das informações. O mundo gera dados o tempo todo e, nas operações florestais, não é diferente, são milhares de sensores mensurando o consumo das máquinas, produção, distâncias percorridas, e uma infinidade de softwares que disponibilizam dados e análises. O segredo é organizar tudo isso e filtrar o que é relevante para cada condição operacional. Percebe-se que a inteligência da colheita está diretamente ligada à definição de blocos de colheita de forma otimizada, ao dimensionamento de frota por módulos, ao consumo de combustível e demais

O auge da automação será quando não houver intervenção humana em nenhuma fase do processo, levando a ações que prevejam e corrijam qualquer queda de produção. " Ricardo Malinovski e Branca Ulchak CEO e Coordenadora de projetos da Malinovski Consultoria, respectivamente


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insumos, bem como à produtividade do módulo. Todos esses fatores impactam, de forma incisiva, o custo da operação. Já quando a pauta é estratégia de transporte, a primeira ideia que vem à mente é a redução da distância entre os pontos de interesse, entretanto essa não é a realidade das empresas de base florestal. Cada vez está mais difícil concentrar os plantios florestais próximos às fábricas; a falta de matéria-prima faz com que esse raio de transporte seja cada vez maior, aumentando ainda mais os desafios. Atualmente, o modal rodoviário é predominante nas operações de transporte de madeira, tendo seu desempenho logístico afetado principalmente pela falta de infraestrutura das estradas. Existem algumas estratégias de desenvolvimento dos modais ferroviários e hidroviários (principalmente fluvial), mas nenhuma iniciativa concreta para o curto prazo. Portanto, já que a quilometragem baixa é um desafio difícil de alcançar, visando à redução de custos e à otimização operacional, as empresas têm buscado trabalhar com logística integrada. Esse conceito compreende conhecer em especificidade cada etapa do supply chain e monitorá-las simultaneamente, por meio da criação de fluxogramas, gerenciamento da cadeia de suprimentos, análise de KPIs,

monitoramento, em tempo real, da frota, das cargas e do trajeto do frete (roteirização), tudo em plataforma on-line. Dentre as vantagens dos centros de inteligência ligados à colheita e ao transporte, a principal é monitorar as operações a fim de avaliar as metas diárias, de forma instantânea, além de parâmetros, como consumo de insumos e de combustível pelas máquinas, a rotação e a temperatura do motor, a posição geográfica, a velocidade média, o status de desempenho operacional, os ativos disponíveis ou em manutenção, entre outras informações, tudo isso auxiliando na tomada de decisão, tanto para manutenções preventivas quanto para aumento da eficiência produtiva, de forma otimizada e, consequentemente, reduzindo custos. Para o futuro, espera-se o aprimoramento e a consolidação das tecnologias, como softwares de gestão, rastreabilidade de informação, além de máquinas, caminhões e processos autônomos. O auge da automação será quando não houver intervenção humana em nenhuma fase do processo, levando a ações que prevejam e corrijam qualquer queda de produção. Para isso, as informações precisam ser geradas com qualidade, transmitidas, tratadas e analisadas com muita criticidade. n


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centros de desenvolvimento do conhecimento

tecnologias digitais para uma colheita florestal O setor florestal sempre se destacou pelo uso de tecnologias que permitem maior eficiência nos negócios. Sejam tecnologias empregadas nas operações, na gestão e na produção de madeira, de celulose ou de outros produtos, o setor tem obtido grandes êxitos. A prova disso é a alta produtividade, a grande eficiência operacional e a qualidade dos produtos e processos. Entretanto a demanda por produtos florestais segue crescente, e a exigência por produtos sustentáveis é cada dia mais forte. Ao mesmo passo, vemos a pressão que o mundo corporativo enfrenta quanto à necessidade de tornar o trabalho mais ágil, além de conseguir captar e gerenciar um alto volume de dados e de informações. Esse é o reflexo da digitalização das cadeias de valor. Dentre as inovações tecnológicas surgidas nos últimos anos, apresentam-se as tecnologias habilitadoras da chamada indústria 4.0, com potencial para promover mudanças nos modelos vigentes das operações florestais, tanto no que se refere às técnicas empregadas na produção, quanto na gestão e no monitoramento dos dados. Hoje, temos muitas novas tecnologias, com enorme potencial de contribuição à gestão florestal. O business intelligence surgiu com os avanços das tecnologias e dos sistemas de informação organizacional, e era entendido como uma combinação de soluções/ferramentas tecnológicas que auxiliavam no acúmulo, na integração e na análise de dados como ferramentas de apoio à tomada de decisão. Esses sistemas seguem com o mesmo propósito décadas após o surgimento, no entanto vêm com uma complementação, em virtude das tecnologias atuais que estão revolucionando a forma de gestão.

Isso porque o acúmulo de dados, outrora limitado, agora permite não só o armazenamento e processamento de grandes volumes de dados, mas também facilita a integração sistemática e o gerenciamento de dados estruturados e não estruturados. Com isso, é possível fazer análises muito mais amplas e complexas, entendendo os pontos fortes e fracos, as oportunidades e, ainda, simular cenários de decisões e avaliar seus resultados. Uma dessas soluções é o gêmeo digital (digital twin), que tem ganhado crescente atenção pelo fato de ser uma réplica do mundo físico, que permite simulações, otimização, previsão, monitoramento e controle de sua versão real. As versões digital e real precisam estar conectadas e sincronizadas por meio de sensores e conexão de internet, para troca de informações em tempo real. Associando sistemas de business intelligence e gêmeo digital, poderíamos subsidiar a gestão da colheita e da logística florestal de forma digital, possibilitando tomadas de decisões mais rápidas e assertivas. A implementação de um gêmeo digital das máquinas e dos veículos de colheita e de logística florestal tem a capacidade de criar uma cópia virtual, a fim de monitorar o andamento das operações, reconhecer complexidades internas e externas, detectar anormalidades,

a técnica de aprendizado de máquina conhecida como Random Forest tem a capacidade de predizer a produtividade de uma máquina baseada no histórico de diversas variáveis influentes no desempenho dessa máquina "

Raiane Ribeiro Machado Gomes, Arthur Araújo Silva e Carlos Cardoso Machado Professora de Logística e Pesquisa Operacional, Coordenador técnico do GT Colheita do SIF e Professor de Colheita Florestal da UF-Viçosa, respectivamente


Opiniões simular comportamento, predizer tendências e realizar o direcionamento de esforços conforme a necessidade. A implementação dessa tecnologia se baseia em princípios de modelagem geométrica, física, comportamental e de regras, e sua aplicação para a gestão das operações de colheita e logística florestal faz muito sentido devido às suas particularidades, entendendo que a modelagem de comportamento e a análise preditiva de ocorrências são fundamentais. Essa tecnologia pode ser aplicada também no modelo Smart Forest Road. Em relação às tecnologias habilitadoras da indústria 4.0 para a construção de um gêmeo digital das máquinas e veículos de colheita e de logística florestal, podem-se identificar algumas principais, relacionadas às áreas de ciência de dados, sistemas de informação, conectividade no campo e autonomia da operação, que estão apresentadas no círculo elementar da Colheita Florestal Inteligente. Essas tecnologias devem ser aplicadas em diversas etapas imprescindíveis na construção de um gêmeo digital das operações de colheita e de logística florestal, sendo: elaboração de equipe técnica multidisciplinar, coleta de dados automatizada, transmissão dos dados em tempo real, armazenamento dos dados em nuvem, criação dos modelos, análise das informações geradas e gestão da tecnologia. Destaca-se que, para criar um gêmeo digital que traduza as operações de colheita florestal e toda a complexidade de informações e variáveis de influência das atividades, é imprescindível que o trabalho de criação envolva uma equipe não só com especialistas na colheita, mas também profissionais na área de mecânica e manutenção, especialistas em desenvolvimento de sensores específicos para a operação, profissionais de tecnologia e informação (TI), para criação de modelos, simulações, hardwares e softwares, e, por fim, analistas financeiros, para avaliação dos custos de implantação e manutenção da tecnologia em funcionamento. A otimização das operações de colheita e de logística florestal através do gêmeo digital se baseia na criação de modelos virtuais, com técnicas de inteligência artificial, como o aprendizado de máquina (machine learning) e simulações, uma vez que a premissa dessa

réplica virtual é o aprendizado contínuo para obtenção de respostas em tempo real. Em resumo, o gêmeo digital tem a capacidade de ajustar o mundo físico, principalmente através do controle das operações com base no feedback das informações. Como exemplo prático, a técnica de aprendizado de máquina conhecida como Random Forest tem a capacidade de predizer a produtividade de uma máquina de colheita florestal baseada no histórico de diversas variáveis influentes no desempenho dessa máquina. Essa predição da produtividade é importante para direcionar esforços relacionados ao dimensionamento e à movimentação de máquinas e de pessoas na área, sendo base para a otimização das operações e a diminuição dos custos. Outro exemplo que pode ser citado é a análise preditiva de séries temporais para antecipação de ocorrências, como parada para abastecimento de combustível, manutenções corretiva e preventiva (troca de material de corte, lubrificação, lavagem da máquina, troca de pneus nos veículos, troca de óleo), entre outras. Os modelos podem ser criados e analisados em softwares e linguagens de programação, que fornecem subsídio às análises diagnóstica, estatística e preditiva das operações de colheita e de logística florestal. Estudos nesse sentido são de grande importância, apresentando soluções inovadoras que podem ser utilizadas em outras operações pertencentes a um projeto florestal, trazendo ganhos operacionais, como acompanhamento dos parâmetros da operação em tempo real, correção de erros e falhas momentaneamente, previsibilidade de situações (produtividade, consumo de combustível, manutenção), criação de novo design do equipamento/máquina, aumento da produtividade e diminuição dos custos operacionais. O cenário é desafiador, haja vista as diversas dificuldades que podem ser encontradas, sejam operacionais, humanas, tecnológicas e/ou financeiras. Ainda é necessário investimento em tecnologias, especialização da mão de obra e investimentos para alinhamento dessas tecnologias nas operações do setor florestal, mas precisamos chegar lá. n

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centros de desenvolvimento do conhecimento

floresta 4.0:

a revolução da colheita florestal no Brasil

Segundo dados da Indústria Brasileira de Árvores, a área total de florestas plantadas no Brasil já passa de 9 milhões de hectares. Como a demanda por produtos de base florestal só cresce no planeta, a área de floresta plantada tende a aumentar na mesma proporção. Uma maior demanda por área plantada também necessita maior eficiência de produção, e essa demanda está diretamente ligada ao processo de colheita e de transporte da madeira, desde o corte no talhão até o processo fabril. Muitos estudos já apontaram que a atividade de colheita e de transporte da madeira representa elevados custos no processo produtivo de uma empresa e requer atenção especial, pois se trata de atividades que devem interagir com os níveis de avanços e de aprimoramentos tecnológicos: no desenvolvimento de novas tecnologias, na adoção de tecnologias digitais ou no aprimoramento de máquinas, equipamentos, desenvolvimento de softwares, algoritmos, dentre outros.

Dotada de máquinas muitas vezes adaptadas e improvisadas na década de 1970, a atividade de colheita florestal iniciou seu ciclo de evolução apenas nos anos 1980, quando foram desenvolvidas as primeiras máquinas florestais. Nessa época, como a área de florestas plantadas não passava de 500 mil hectares, ainda se conseguia colher com motosserras, machados e machadinhas, com grande exigência de mão de obra. Atualmente, com uma vasta gama de máquinas, equipamentos e implementos, o processo de mecanização da colheita florestal está em outro patamar. Com máquinas cada vez mais especializadas, com controles mais robustos e dotadas, por exemplo, de telemetria, permitem ao operador e a todo o processo de planejamento um maior controle sobre toda a logística do processo de produção. Nos dias atuais, as empresas já não podem mais se dar ao luxo de ignorar essas novas tecnologias. A chegada de diversos mecanismos e ferramentas – como a telemetria de máquinas, algoritmos de aprimoramento de rotas, troca de dados entre máquinas aplicada à indústria 4.0, disseminação dos dispositivos inteligentes, uso de satélites de alta resolução, inteligência ar-

A indústria florestal está se aprimorando ainda mais com a chegada da indústria 4.0 e se ramificando para um conceito de floresta 4.0, ou chamado por alguns especialistas de floresta inteligente ou digital. " Nilton Cesar Fiedler Professor de Colheita e Transporte da UF-Espirito Santo Coautores: Rafael Michalsky Campinhos e Anderson Flores Polonine, Professores do Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Cachoeiro de Itapemirim-ES


Opiniões tificial (IA), robótica, Big Data, internet das coisas (IoT), sensoriamento remoto e uso de drones − tem possibilitado uma tomada de decisão estratégica e rápida como forma de alcançar velhos objetivos de aumento de produtividade, redução de custos, melhorias na qualidade da saúde e segurança do trabalho e diminuição dos impactos ambientais. Além disso, constantemente se busca por otimização dos processos de produção, que, cada vez mais, se está refinando para um mercado que visa produzir mais com menos. A indústria florestal está se aprimorando ainda mais com a chegada da indústria 4.0 e se ramificando para um conceito de floresta 4.0, ou chamada por alguns especialistas de floresta inteligente ou digital. O uso da informatização das atividades de colheita e de transporte deve estar ligado à internet, de modo a agilizar a coleta de dados e o trânsito de informações, o que melhora muito o processo de tomada de decisão na produção florestal. Quando pensamos na operação de colheita florestal, por meio da inteligência artificial, através da adoção de algoritmos, como redes neurais artificiais ou aprendizado de máquinas e softwares especializados, é possível a tomada de decisões que maximize as resoluções de problemas, auxiliando no planejamento das operações, como dimensionamento das máquinas, equipe e tempo de atividade, uma vez que tal operação envolve inúmeras variáveis. Por sua vez, quando observamos a inteligência artificial (IA) voltada à logística de transporte, podemos verificar a adoção de algoritmos que traçam as melhores rotas, minimizando custos. Além disso, essas ferramentas computacionais definem os melhores veículos, otimizam as programações de carga e descarga, levando, consequentemente, à maximização do rendimento operacional, da eficiência e à minimização de custos de produção. No mesmo viés de auxílio nas tomadas de decisão e como ferramenta de busca e armazenamento de dados, surge o conceito de internet das coisas (IoT) na floresta 4.0, conectando dispositivos que gerem informações e possam se comunicar por nuvem. No que tange às suas aplicações na operação de colheita florestal, destaca-se a utilização de sensores capazes de monitorar o crescimento de uma floresta, possibilitando a melhoria da

gestão do inventário, de forma a maximizar toda a cadeia produtiva. Cabe ressaltar que, ainda como um limitante à utilização de tecnologias mais avançadas, está a falta de conectividade presente nas florestas, limitação esta que pode ser vencida com a introdução da tecnologia de comunicação 5G, aumentando sobremaneira a capacidade de tráfego de informações, permitindo maior transferência de dados em tempo real, contribuindo para o crescimento da comunicação entre máquinas. Destaca-se que, com tal implementação, viabiliza-se, entre outras aplicações, o desenvolvimento de veículos autônomos. Nesse meio de informatização e conectividade, a floresta 4.0 tende a se reinventar, pois, na atualidade, nem sempre é possível ter a transferência de dados em tempo real, devido à dificuldade de acesso à rede de internet no campo. Essa limitação, certamente, num futuro próximo, será vencida, com a introdução da nova tecnologia de comunicação 5G, que permitirá maior transferência de dados em tempo real, contribuindo para o crescimento da comunicação entre máquinas. Ainda restritos a ambientes confinados, a utilização de veículos autônomos é tendência crescente em todos os setores industriais, desdeveículos de transporte de madeira, mineração, até máquinas voltadas para o preparo do solo. Na colheita florestal, não será diferente. A tendência com essas novas tecnologias é que, em um futuro próximo, máquinas como feller bunchers, harvesters, forwarders e skidders poderão ser capazes de realizar suas atividades sem a presença do operador, ou seja, de maneira autônoma. Juntamente a isso, os veículos de transporte poderão transitar carregados, identificando obstáculos, com sistemas de telemetria, sensores e localização, revolucionando a logística de transporte. Assim, cada vez mais, os trabalhadores do setor terão que se especializar para se adaptarem à nova realidade. Para o mercado, já não basta um engenheiro que entenda das atividades da máquina, da logística de campo, das manutenções, do ciclo operacional, das necessidades de ganhos constantes de eficiência, produtividade, qualidade e redução eficiente de custos. Os novos profissionais deverão também conhecer toda a tecnologia embarcada nos sistemas otimizados e trabalhar em conjunto com profissionais da tecnologia da informação e otimização. n'

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centros de desenvolvimento do conhecimento

estratégias para a logística integrada florestal:

incertezas e oportunidades

A logística envolve saber gerenciar ativos de forma econômica, espacial e temporalmente. Espacialmente, porque é necessário fazer com que os diversos ativos cheguem ao lugar desejado; temporalmente, porque é necessário usá-los ou alocá-los no tempo adequado; de forma econômica, porque é necessário saber usar os recursos na busca do mínimo custo, respeitando diversas condicionantes. Na área industrial, tem-se o costume de segregar a logística entre insumos e produtos, sendo a primeira denominada logística inbound, e a outra, logística outbound. No caso do setor florestal, a logística inbound agrega todas as atividades, desde o carregamento da madeira, no campo, até o transporte para a fábrica. Recentemente, as organizações estão incorporando novas abordagens para a logística, em função da pressão da sociedade e de preocupações, não somente na área econômica, mas também ambiental, social e de governança – a chamada agenda ESG (do inglês Environmental, Social and Governance), abrangendo redução de emissões de gases de efeito estufa, práticas de compliance com fornecedores, etc. Essa é uma tendência que o mercado tem demandado mais. Na logística inbound florestal, a maior preocupação é custo, principalmente do transporte por caminhões.

O custo de transporte rodoviário depende de dois grandes fatores: dos componentes de custos e da produtividade operacional. Os componentes de custos são dois: fixos (independem da utilização do equipamento) e variáveis (dependem da utilização do equipamento). A produtividade operacional diz respeito às características das rotas madeireiras, como distância, velocidade, consumo de combustível e tempos de carregamento, descarregamento e fila. É muito comum observar tempos elevadíssimos de caminhões na espera para descarregamento nas fábricas – incorrendo em custos maiores, além do pagamento da estadia do motorista –, regida por lei federal. Atenção aos custos também deve ser dada à produtividade nas rotas entre o campo e a fábrica, passando partes do percurso em estradas não pavimentadas (terra), em condições precárias e com atoleiros. Estudos conduzidos pelo Esalq-Log demonstram que reformas em estradas críticas implicam reduções de custos e de tamanho de frota de forma significativa. Outro aspecto importante na gestão do custo de transporte diz respeito à economia de escala: transportar mais carga utilizando o mesmo equipamento traz uma redução do custo unitário de transporte. Nas últimas décadas, houve um aumento na capacidade

A inteligência artificial e a ciência dos dados podem identificar padrões para fazer previsões sobre variáveis de interesse, bem como realizar diagnósticos e prognósticos no sistema, sendo possível ensinar o sistema a compreender padrões, treiná-lo e usá-lo para prever variáveis estratégicas "

José Vicente Caixeta-Filho e Thiago Guilherme Péra Coordenador-geral e Coordenador Técnico do Grupo Esalq-Log, respectivamente


Opiniões útil de transporte dos caminhões florestais, e existe um desejo para expandir ainda mais essa economia. Porém o caminho de crescimento de capacidade está cada vez mais restritivo, diante de inúmeras limitações de tráfego impostas nas rodovias, regulamentações proibitivas, processos de práticas de excesso de peso por eixo, etc. É estratégico para o gestor florestal estruturar o seu custo de transporte. Tal prática é um mecanismo de controle importante de ser monitorado para avaliar métricas de desempenho, diagnosticar gargalos logísticos (rotas improdutivas, tempos elevados, etc.) e prescrever melhorias. Para aqueles que operam com frota própria, é mandatório o uso de tal estrutura. E, para aqueles que operam com frota terceirizada, é desejável a estruturação dos custos como forma de avaliar o desempenho dos fornecedores e até mesmo para auxiliar contratações de longo prazo, bem como avaliar estratégias de fornecimento de insumos de transporte (implementos, pneus, etc.) para os prestadores de serviço, como forma de reduzir custo a partir do ganho de escala de compras em lotes pela empresa, respeitando as leis e regulamentações vigentes. Em relação às ferrovias, a quantidade movimentada de madeira é relativamente baixa. Poucas fábricas acessam à ferrovia, em função da localização junto à rede ferroviária. Há, ainda, em caráter de medida provisória, o desenvolvimento de ferrovias por autorização (privadas) no Brasil. O que pode ser uma medida interessante para o setor florestal, como forma de interligar regiões de produção e fábricas, mediante uma autorização junto às instituições competentes ou até mesmo fomentar parcerias com operadores ferroviários. Há uma série de desafios para o gestor florestal: no transporte (condições precárias nas estradas, filas nos pátios, filas para carregamento, autorizações especiais de transporte, etc.), na fábrica (gestão do estoque, qualidade da madeira, etc.), na colheita (escolha de áreas para cortes, idade de corte, dimensionamento e escolha de máquinas, dimensionamento da equipe, logística da equipe, logística do maquinário, etc.). E, indo ao encontro dos desafios, há inúmeras soluções, envolvendo ferramentais de otimização e de inteligência artificial. Inclusive, o Esalq-Log tem participado nas discussões, no treinamento e no desenvolvimento de algumas dessas ferramentas.

Na otimização, por exemplo, é possível estruturar modelos matemáticos que integram todas as importantes decisões, desde a colheita, passando pelo transporte e fábrica até chegar ao consumidor, de forma a encontrar o melhor resultado financeiro possível, respeitando as restrições diversas da organização. O desafio dessa ferramenta é estruturar o modelo personalizado da própria organização, de forma a incorporar características e peculiaridades que fazem diferença no resultado. Outra ferramenta é o gêmeo digital, o qual é composto de um par de sistemas: o real (empresa) e o digital (empresa na forma digital). Realiza-se uma série de simulações no sistema virtual, com dados coletados do sistema físico, em tempo real, de forma a avaliar os melhores cenários para executá-los no sistema físico. Tal estrutura é bastante instigante, porém demanda um conjunto muito detalhado de dados e de conhecimento sobre as distribuições de probabilidade do sistema físico sobre as quais se deseja tomar decisão. A inteligência artificial (IA) e a ciência dos dados têm ganhado bastante destaque, nos últimos anos, para o segmento agroindustrial. As aplicações envolvem, por exemplo, identificar padrões para fazer previsões sobre variáveis de interesse, bem como realizar diagnósticos e prognósticos no sistema. A partir de um banco de dados, é possível ensinar o sistema a compreender padrões, treiná-lo e usá-lo para prever variáveis estratégicas, por exemplo. Também demanda uma quantidade grande de dados. No Esalq-Log, parte dessas técnicas têm sido estudadas para prever o comportamento do preço do frete. Desafios comuns para todas as ferramentas: dados e equipe qualificada. A pandemia trouxe muitos desafios para a área de planejamento da colheita e da logística florestal, em função de diversos fatores, como rupturas das séries históricas dos drivers do mercado, alta volatilidade de preços de insumos e produtos, de juros e de dólar, etc. As tomadas de decisão estão em momentos críticos para o planejamento, tendo que assumir premissas com elevadas incertezas. O cenário exige muita cautela dos gestores, sendo um momento oportuno para, com inteligência, construir e usufruir das diversas ferramentas no processo decisório. n

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centros de desenvolvimento do conhecimento

aplicação da ergonomia para uma

colheita de madeira inteligente

A colheita de madeira tem evoluído de forma significativa no setor florestal brasileiro em função dos avanços tecnológicos apresentados pelas indústrias de máquinas, que têm disponibilizado ao mercado florestal produtos cada vez mais modernos e de elevada capacidade produtiva. Ao contrário das operações com menor grau de mecanização, que exigem elevado esforço físico dos trabalhadores e a realização das atividades em condições ambientais inadequadas, a maioria das máquinas de colheita da madeira possuem postos de trabalho climatizados que oferecem maior conforto e segurança aos operadores, além de modernos sistemas de controle para a obtenção de dados e informações, auxiliando a tomada de decisão de forma assertiva e inteligente. Tal fato tem possibilitado às empresas florestais a obtenção de ganhos significativos de produtividade, qualidade e segurança, além de melhores resultados ambientais e de custos. Entretanto é evidente que todo esse processo de desenvolvimento tecnológico não garante o sucesso pleno da colheita de madeira,

sendo fundamental ser considerado o fator humano, que responde por significativas diferenças no desempenho das operações florestais. Atualmente, temos observado inúmeros trabalhos e relatos pelo País acerca das novas tecnologias disponíveis para a gestão e a operação da colheita de madeira, mas pouco se discute a respeito da ergonomia, como se todos os problemas tivessem sido superados com a mecanização das operações florestais. O fato é que, apesar de todas as tecnologias, ferramentas e inteligências disponíveis, as operações são ainda muito complexas e realizadas, na maioria das vezes, em condições adversas quanto a procedimentos operacionais, floresta e terreno, trazendo dúvidas se isso poderá acarretar novos problemas para a saúde dos operadores.

temos observado inúmeros trabalhos e relatos pelo País acerca das novas tecnologias disponíveis para a gestão e a operação da colheita de madeira, mas pouco se discute a respeito da ergonomia Eduardo da Silva Lopes Professor de Ergonomia, Colheita e Logística Florestal e Coordenador de Pós-graduação do Unicentro

E, sob esse aspecto, é importante também mencionar o uso de máquinas adaptadas ou importadas de países cujos operadores possuem diferentes características antropométricas e o surgimento de novos procedimentos de trabalho, com maior exigência física e mental aos operadores, aliados à execução das operações em ritmo mais acelerado.


Opiniões E tais situações poderão ser agravadas devido aos operadores permanecerem grande parte da jornada de trabalho na posição sentada, no interior das cabines das máquinas, e, em algumas situações de trabalho, adotando posturas corporais inadequadas, realizando movimentos repetitivos e expostos a níveis de vibração. Essa situação de monotonia somada ao sedentarismo e à alimentação desequilibrada são muito comuns atualmente, podendo, no futuro, comprometer o bem-estar, a segurança e a saúde física e mental, com consequente redução da capacidade produtiva. Por isso surge a necessidade da realização de novos estudos nas operações de colheita da madeira mecanizada, com ênfase aos possíveis riscos ergonômicos existentes nos postos de trabalho para a adoção de soluções eficazes. Cabe aqui destacar que a ergonomia tem, em muito, contribuído para a melhoria das condições do trabalho humano, todavia é uma ciência relativamente recente e com reduzida contribuição na área florestal em nosso país, comparada a outros setores, devido aos poucos estudos e divulgação, sendo que a maioria das ações têm foco na segurança. Em recentes pesquisas na área ergonômica desenvolvidas por nosso grupo nas operações de colheita da madeira mecanizada, verificamos que os aspectos relacionados ao conforto térmico e ao ruído estão praticamente superados. Todavia existem ainda, em determinadas condições operacionais específicas, alguns riscos ergonômicos relacionados aos aspectos de visibilidade, vibração, postura corporal e movimentos repetitivos, que necessitam ser avaliados com maior profundidade. Em relação à postura corporal, esta é adotada pelos operadores conforme determinadas condições de trabalho, sendo caracterizada como um fator físico associado à ocorrência de distúrbios musculoesqueléticos, devendo ser ressaltado que o corpo humano se move e trabalha de forma mais eficiente quando as articulações estão na faixa de neutralidade. Por outro lado, apesar de o corpo ser adaptável a uma grande variedade de posturas, uma determinada condição ou sistema de trabalho poderá forçar o operador da máquina a adotar determinadas posturas inadequadas, que, no longo prazo e em maior frequência, fazem surgir lesões que serão agravadas quando do trabalho em condições operacionais adversas.

Em seguida, podemos destacar o fato de algumas operações de colheita da madeira mecanizada serem caracterizadas pela exigência de movimentos repetitivos, principalmente naquelas de ciclos curtos, quando os operadores necessitam acionar, com grande frequência, os sistemas de controle das máquinas, podendo originar lesões nos membros superiores no longo prazo. Por fim, os operadores podem, ainda, estar expostos a níveis de vibração transmitida aos membros superiores (mãos e braços) e ao corpo inteiro, acima dos limites aceitáveis, sendo tais situações causadas, principalmente, pelos constantes deslocamentos das máquinas em terrenos declivosos, irregulares e com obstáculos, podendo contribuir para o surgimento de doenças musculoesqueléticas. Apesar de as pesquisas terem demonstrado que tais fatores de riscos ergonômicos nos postos de trabalho das máquinas estejam, na maioria das vezes, relacionados às características operacionais e por não haver relatos dos reais impactos causados à saúde dos operadores, não há dúvidas da necessidade de um maior aprofundamento por meio de novos estudos, de modo a melhor caracterizar tais riscos ergonômicos e os possíveis impactos na saúde dos operadores. E, como não existe uma causa única para a ocorrência de lesões, existindo vários fatores que podem concorrer para o seu surgimento (posturas inadequadas, movimentos repetitivos, esforço físico, trabalho muscular estático, vibrações, etc.), justifica-se a necessidade de tais estudos. Por isso, por meio de parcerias com renomados pesquisadores da área ergonômica e da saúde e o apoio de empresas florestais, pretendemos dar continuidade a tais estudos, aprofundando as avaliações dos fatores de riscos ergonômicos nos postos de trabalho das máquinas de colheita da madeira, bem como os possíveis riscos de lesões pela aplicação da técnica de termografia infravermelha. E, ao final dos estudos, esperamos contribuir para o setor florestal por meio do compartilhamento de informações e da apresentação de propostas para a solução de possíveis problemas ergonômicos no trabalho e, se necessário, de propostas para os novos projetos das máquinas, possibilitando, assim, oferecer um maior conforto, bem-estar, segurança e saúde aos trabalhadores, com consequente ganho na capacidade produtiva das operações florestais. n

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centros de desenvolvimento do conhecimento

inteligência da colheita e a

estratégia da logística

Conhecida como a principal característica a ser desafiada dentro da logística de modo geral, a busca pela melhor ferramenta de comunicação e gerenciamento de dados e informações é prioridade número 1, uma vez que o fluxo que tais informações seguem é o contrário daquele que os processos produtivos seguem. Isso não se difere do abastecimento de empresas de base florestal uma vez que as informações seguem por “filtros”, desde que ela é gerada pelo consumidor ou cliente final. É comum encontrar empresas de base florestal, principalmente aquelas de grande porte, que possuem, dentro de seu esquema organizacional, diversos departamentos ou setores com gestores específicos. Geralmente, esses gestores tratam dos assuntos aos quais lhes competem, mantendo despretensiosamente algumas informações em âmbito gerencial, filtrando, assim, o fluxo de informações ao longo da cadeia produtiva e logística. Por outro lado, encontram-se as empresas de médio e pequeno porte que, geralmente, concentram maior quantidade de responsabilidades em um pequeno grupo de profissionais, que se responsabilizam por diversas áreas na empresa, desde o viveiro até a colheita

a gestão dos pátios de madeira vem sendo conduzidos por profissionais com larga experiência na área de colheita porque o monitoramento e o controle do desempenho das máquinas usadas necessitam da expertise já consolidada na colheita florestal. Renato Cesar Gonçalves Robert Professor de Colheita e Logística da UF-Paraná

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e o transporte, “o famoso jogador de futebol que atua na zaga, toca no meio de campo e ainda bate o pênalti”. A partir desses dois modelos de estrutura organizacional, nota-se a tendência de disparidade existente no nível de concentração e geração de ruídos da informação. Ou seja, quanto mais segmentado o organograma da empresa, mais atenção deve ser dada à gestão da informação, permitindo, assim, compreender o processo de comunicação e o fluxo de informações que permeiam a cadeia produtiva e logística da empresa de base florestal. Entender o processo de comunicação e o fluxo de informações em uma empresa é condição fundamental para pôr em prática as inovações que visam integrar: (1) os dados gerados pela colheita, com (2) o uso da inteligência da engenharia e das técnicas voltadas ao sucesso da operação com o transporte de madeira e suas particularidades. Do ponto de vista operacional, a dissociação entre colheita e transporte é extremamente útil e facilita a gestão desses processos, porém, ao “enxergar” o abastecimento fabril como um todo, tal dissociação pode impedir melhorias importantes dentro do sistema.


Opiniões O simples detalhe de separar tais setores ou áreas em uma empresa pode provocar entraves de comunicação, muitas vezes geradores de falhas graves. Algumas ferramentas são muito importantes para entender o abastecimento de madeira ou de outro produto florestal sob uma abordagem de integração. A análise sistêmica vem se mostrando muito eficaz e interessante de ser adotada nas empresas que visam minimizar as dissociações de comunicação e informação organizacional. Uma das metodologias interessantes a serem adotadas e que garantem uma abordagem participativa é o método de estruturação de problemas SODA - Strategic Options and Development Analysis (Análise e Desenvolvimento de Opções Estratégicas), que pode dar “voz” a olhares e opiniões muitas vezes importantes para garantir que a inteligência da colheita se alie à estratégia da logística de transporte, gerando, assim, modelos de gestão focados na integralidade do abastecimento fabril. O SODA é uma metodologia sistêmica muito utilizada para compreensão e formulação de estratégias de situações-problema complexas que conciliem objetivos distintos, por exemplo, garantir que a informação que vem do cliente chegue à colheita ou ao transportador mais precisamente possível, e que, ao mesmo tempo, o processo de colheita e de transporte não sofra desvios em razão disso. Um exemplo de que as empresas atualmente vêm enxergando a importância disso talvez esteja ocorrendo por meio de um fenômeno novo e inovador, que vem garantindo bons resultados nos pátios de estocagem de madeira vinda dos plantios florestais. Comumente, os pátios de madeira eram gerenciados por algum profissional mais envolvido com a indústria do que com a floresta. De alguns anos para cá, o que vem sendo cada vem mais observado é a gestão dos pátios de madeira ser conduzida por profissionais com larga experiência na área de colheita de madeira. Mas por que isso? Porque o monitoramento e o controle do desempenho operacional das máquinas usadas na movimentação de madeira em pátios de estocagem necessitam da expertise já consolidada na colheita florestal. Desse modo, a proximidade física dos pátios de madeira da indústria se nutre de profissionais que atuam em áreas mais distantes desses locais, como a floresta e sua colheita, impulsionando, desse modo, a ideia de que a inteligência gerada nos processos de colheita

é e deve ser aproveitada, quando possível, em outros segmentos dentro da logística florestal. A logística florestal, portanto, não deve se limitar somente às operações de carregamento que une a floresta ao transporte − o transporte de madeira; o descarregamento que une o transporte à indústria e ao transporte de madeira e às operações de pátio. Sob a óptica sistêmica, a logística é muito mais ampla que somente essas operações. A logística está presente desde o viveiro de mudas florestais, onde a disponibilidade de água é o fator mais importante a ser observado, até a colheita e a madeira, onde o dimensionamento adequado de máquinas e suas técnicas de corte e extração devem se balancear perfeitamente, passando pela distribuição ótima de equipes de inventário e alocação de torres de controle de incêndios florestais, dentre outros. Essa etapa é chamada de logística inbound ou logística de abastecimento florestal. A logística se mantém presente, obviamente, dentro da indústria, com necessidades mais aprimoradas de otimização em espaço e linhas de produção enxutas. Para o conjunto de métodos e meios destinados a fazer o que for preciso para entregar os produtos certos, no local adequado, no tempo combinado dentro de uma indústria de base florestal, é dado o nome de logística industrial. Na fase da cadeia de produção mais próxima aos clientes, encontra-se a logística outbound, ou a logística de distribuição, que é a principal responsável pela obtenção direta das avaliações e informações geradas pelo cliente. Nessa fase, as empresas investem em transporte multimodal, cabotagem e operações portuárias. É exatamente na logística outbound que se inicia o feedback das informações, que, muitas vezes, se perdem ao longo do caminho de retorno com direção à logística inbound e suas etapas iniciais lá na floresta. Aqui, se torna importante a mesma “pegada” que vem sendo usada nos pátios de estocagem, e é aqui, na logística de distribuição, que o profissional florestal deve estar mais presente também, podendo, assim, garantir a certeza da informação obtida e fornecida ao cliente. Conhecer e entender a logística florestal como um todo, passando desde a floresta até a indústria e a distribuição dos produtos manufaturados, pode garantir a assertividade nas tomadas de decisão, com menor tempo de retrabalho ou correções e respostas mais rápidas. n

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centros de desenvolvimento do conhecimento

a escolha da melhor alternativa Embora o conhecimento das atividades logísticas remonte a séculos, o termo surgiu apenas durante a Segunda Guerra Mundial, quando foi utilizado para definir o conjunto de atividades relacionadas à movimentação de recursos humanos, armamentos e munições para os campos de batalha. Na sua origem, portanto, o conceito de logística era essencialmente ligado às operações militares, mas, com o passar dos anos, o seu significado tornou-se mais amplo, passando a abranger as áreas de estoque, de transporte e de armazenagem. Nos últimos anos, a logística vem apresentando uma evolução constante, sendo um dos elementos-chave na formação da estratégia competitiva das empresas. Nesse sentido, confundida inicialmente com o transporte e armazenagem de produtos, atualmente é considerada ponto estratégico da atividade produtiva integrada, atuando em consonância com o moderno gerenciamento da cadeia de suprimento. Logística refere-se, assim “ao conjunto de atividades (meios e métodos) direcionadas a agregar valor, a fim de otimizar o fluxo de materiais e/ou matérias-primas,

desde a fonte de produção até o local de utilização ou distribuidor final, garantindo o suprimento na quantidade certa, de maneira adequada, assegurando sua integridade, a um custo razoável, no menor tempo possível, atendendo às necessidades e expectativas do cliente”. Nesse contexto, a logística é um verdadeiro paradoxo, pois constitui, ao mesmo tempo, uma das atividades econômicas mais antigas, corresponde a um dos conceitos gerenciais mais modernos. Assim, na atualidade, a logística tornou-se uma ferramenta vital na definição de estratégias empresariais competitivas (um instrumento de gerência), reestruturando os procedimentos operacionais, de forma a capitalizar todos os esforços na conquista do cliente. No setor florestal, a logística é a última etapa do processo, sendo responsável pela movimentação e o transporte da madeira dos locais de produção até os destinos onde ela será utilizada, por meio de diferentes modais (ferroviário, aquaviário, dutoviário, aeroviário ou rodoviário), ou ainda, a integração de mais de um deles. A escolha entre a utilização de um único modal ou a integração requer a análise da infraestrutura disponível, das distâncias de transporte, do tipo e do volume de carga a ser transportada, dos custos de transporte, entre outros fatores. Embora esteja longe de ser o único, o transporte é o elemento mais visível da cadeia de suprimento, portanto, qualquer que seja a

a escolha da melhor alternativa logística no suprimento de madeira depende da análise e da consideração de diversos fatores que devem estar alinhados com cada modelo de negócio florestal " Angelo Marcio Pinto Leite Professor de Colheita, Prestação de Serviços e Ergonomia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Murici


Opiniões estratégia adotada, a logística do transporte é o principal problema a solucionar, a fim de reduzir custos (sobretudo das imobilizações em estoque). O emprego da logística harmoniza as exigências entre oferta, demanda, produção e distribuição, pressupondo uma abordagem sistêmica na redução de custos. Ainda que uma tarefa complexa, o gestor florestal deve procurar, sempre que possível, utilizar ferramentas gerenciais de apoio à decisão (técnicas de programação matemática, como programação linear, programação dinâmica, programação inteira, simulação e PERT/CPM), a fim de avaliar as diferentes alternativas e seus respectivos custos, optando por aquele sistema de transporte que melhor atenda aos objetivos da organização. Um sistema de transporte inadequado encarece significativamente os custos de toda a cadeia e compromete a segurança de abastecimento, principalmente no Brasil, onde se tem, na maioria das vezes, uma infraestrutura de transporte deficitária e em condições precárias (por exemplo, para o transporte rodoviário, que representa em torno de 60% de toda a carga interna movimentada no País, aproximadamente 90% das estradas/rodovias não são pavimentadas e encontram-se em mau estado de conservação). Além disso, o País apresenta outros gargalos e fatores desfavoráveis, como a alta carga tributária e de impostos; o preço elevado dos combustíveis, lubrificantes, peças de reposição e pneus; frota de veículos envelhecida, obsoleta e não apropriada às diversas situações de transporte da madeira; entre outros. Assim, com o intuito de mitigar parte desses problemas, que a gestão logística com foco na otimização das operações de transporte por intermédio de técnicas matemáticas e ferramentas gerenciais modernas constitui etapa fundamental para aumentar a eficiência operacional, a produtividade dos veículos e a redução de custos, garantindo competitividade e lucratividade ao negócio florestal. Entre os principais custos envolvidos na logística florestal, destacam-se: a colheita e o processamento da madeira, a retirada da mesma e estocagem nas margens das estradas ou pátios, transporte, custos administrativos e da não qualidade. Como parâmetros quantitativos que sustentam a eficácia da logística, se destacam o tempo e o custo, e, como parâmetro qualitativo, a qualidade.

Nesse contexto, visando aumentar a efi ciência, reduzir custos e melhorar a qualidade, há algum tempo, a quase totalidade das empresas florestais vêm optando pela terceirização do transporte da madeira, entregando às transportadoras especializadas a condução de seus procedimentos logísticos, referentes às operações de movimentação dessa matéria-prima porta a porta (do campo ao local de sua utilização). Cabe salientar que qualquer iniciativa que gere resultados positivos quanto aos parâmetros anteriores é de suma importância, uma vez que o transporte representa grande percentual no custo de produção das empresas. Seja utilizando frota própria ou terceirizada, o sucesso de um processo logístico de movimentação/transporte da madeira passa, necessariamente, pela adoção de melhorias contínuas, gestão eficiente e inovações tecnológicas (como novas configurações de veículos e composições, computador de bordo, GPS, softwares diversos, entre outras), englobando, ainda, a qualificação profissional, um programa de manutenção eficiente, o planejamento e o monitoramento/controle adequado de toda a cadeia por intermédio de técnicas, métodos, indicadores e ferramentas de gestão (Seis Sigma, Lean Manufacturing, Green Belts, Balanced Scorecard, Balanced Sourcing, KPIs, Shared Value, etc.). Dada a sua importância como atividade empresarial, a adoção, a medição e o controle de indicadores logísticos (KPIs como custo de transporte, custo de estoque, cumprimento de prazos de entrega, produtividade na carga e descarga, custo com não conformidade, etc.) têm encontrado enorme aplicação entre usuários de diversos níveis, desde os auxiliares operacionais e administrativos, passando pelos conferentes de carga, até supervisores, gerentes e diretores. Resumindo, a escolha da melhor alternativa logística no suprimento de madeira depende da análise e da consideração de diversos fatores que devem estar alinhados com cada modelo de negócio florestal, englobando principalmente o planejamento adequado das operações, a definição do modal ou modais a serem utilizados, a análise e o controle de custos, a incorporação de inovações tecnológicas e a gestão eficiente (adoção de técnicas e ferramentas de otimização, o monitoramento e o controle de toda a cadeia logística). n

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a m i x o ó Pr içã ed

Acervo: Eldorado Brasil

na r a i c n u n A iões n i p O a t s Revi -2200 3 7 7 9 9 16


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ISSN: 2177-6504

FLORESTAL: celulose, papel, carvão, siderurgia, painéis e madeira ano 19 • número 67 • Divisão F • mar-mai 2022

a complexidade do manejo

da silvicultura brasileira


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Angelo Marcio Pinto Leite, UF-Vales do Jequitinhonha e Murici

9min
pages 74-82

Renato Cesar Gonçalves Robert, UF-Paraná

5min
pages 72-73

Eduardo da Silva Lopes, Unicentro

5min
pages 70-71

Nilton Cesar Fiedler, UF-Espirito Santo

5min
pages 64-65

José Vicente Caixeta-Filho e Thiago Guilherme Péra, Esalq-Log

14min
pages 66-69

Ricardo Malinovski e Branca Ulchak, Malinovski Consultoria

4min
pages 58-59

Raiane Ribeiro Machado Gomes, Arthur Araújo Silva e Carlos Cardoso Machado, UV-Viçosa

5min
pages 60-63

Fernando Campos e Juho Leskinen, Ponsse

5min
pages 52-53

Rodrigo Fernandes Barbosa, John Deere

4min
pages 54-57

Roberto Baptista Nadal Junior, Dexco

3min
pages 48-51

Pedro Alves Silva Neto, ArcelorMittal BioFlorestas

6min
pages 44-47

Anderson Jones Bobko, Eldorado

5min
pages 42-43

Jacks Willer Prado Missel, Veracel

4min
pages 30-33

Eduardo Possamai, Sylvamo

5min
pages 38-41

Mauricio Harger, CMPC no Brasil

5min
pages 22-25

Felipe Schroeder Vieira, Valley Irrigation

7min
pages 10-13

Renato Lima Coura Jr. e Bruno Ricardo Fernandes, Cenibra

6min
pages 26-29

Geraldo Vitor de Andrade Junior, Aperam Bioenergia

6min
pages 34-37

Joaquim Trecenti Barros Lordelo, Bracell

5min
pages 14-17

Glauton Polite da Silva, Suzano

6min
pages 18-21
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