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o cotidiano de usinas avançadas
gestão de operações e processos agrícolas Antes do surgimento das atuais tecnologias de monitoramento e automação de processos agrícolas, a gestão das máquinas no campo era realizada basicamente via rádio de comunicação. As informações que chegavam aos analistas e gestores eram atrasadas, e a tomada de decisão era relativamente tardia em relação às atividades e aos fatos ocorridos, sem contar que tais informações, muitas vezes, não eram confiáveis e preenchidas de forma manual. Com isso, os problemas eram analisados e tratados tardiamente, com poucos reflexos positivos no curto prazo das operações. A instalação de computadores de bordo nas máquinas agrícolas permitiu a obtenção de dados relacionados à telemetria (registros de sinais vitais do equipamento), principalmente com dados obtidos através da leitura da Rede CAN (Controller Area Network) e aos apontamentos das operações pelo operador, gerando em tempo real uma grande quantidade de dados das operações agrícolas. Com os computadores de bordo on-line, inicia-se a análise dos dados de monitoramento e apontamentos para a gestão e tomadas de decisões. De nada adianta comunicação em tempo real se não há análise de dados e tomada de decisão na busca pela melhoria contínua dos processos e operações agrícolas. Centros de Operações Agrícolas: Para apoiar as análises e as tomadas de decisões, os centros de operações – COA, ganharam destaque nas usinas, recebendo e analisando dados e transformando-os em informações, possibilitando uma visão holística de cada operação e
Na média de 142 usinas, perde-se 14,2% das 24 horas do dia em função da falta de transbordo, o que representa 3,41 horas/dia/colhedora. Uma frente de colheita com 4 colhedoras perde 13,64 horas/dia, ou algo como 2.728 horas por safra. "
Luís Ricardo Bérgamo
Coordenador do Centro de Operações Agrícolas da Clealco
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comunicando a todo momento com os gestores, corrigindo os desvios operacionais em tempo real, evitando, assim, a ociosidade no campo e melhorando o sincronismo das operações. Com a missão de apoiar e auditar as operações, o COA deve sempre buscar a padronização das operações, e isso só é possível com disciplina operacional e alinhamento com o campo. A comunicação do COA com as equipes de campo é o ponto principal. Além de monitorar e passar informações relevantes aos líderes e gestores de campo, o COA deve apoiá-los na elaboração de planos de ação para a correção dos desvios identificados em cada parte do processo. Exemplo de gestão na colheita com inteligência artificial: Um dos principais motivos de paradas de colhedoras de cana-de-açúcar é a falta de transbordo. Essas paradas não necessariamente apontam um mau dimensionamento da relação transbordo e colhedora, mas sim a falta de sincronismo das operações envolvendo esses equipamentos. Apenas como referência de valores, aproximadamente 14,2% das 24 horas do dia são perdidas em função da falta de transbordo (média de dados de 142 usinas coletados em julho/2022), o que representa 3,41 horas/dia/ colhedora. Uma frente de colheita com 4 colhedoras perde 13,64 horas/dia, resultando em 200 dias efetivos de safra a grandeza de 2.728 horas perdidas. Não há dúvidas de que a automação desse processo reduz significativamente esse tempo perdido, transformando-o em produtivo e aumentando a eficiência operacional de toda a frente de colheita.