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Plantando conexões pela biodiversidade

500 milhões de hectares. Esse é o tamanho da área de florestas do Brasil – a segunda maior do mundo – o que significa que 59% do território nacional está coberto por florestas naturais e plantadas – em contraponto com a média global que chega a 31%.

É possível imaginar a riqueza em biodiversidade que essas áreas reúnem. Porém, toda essa biodiversidade está ameaçada pelo desmatamento ilegal e os impactos das mudanças climáticas. Desde 1990, o Brasil perdeu 15,7% de sua área florestal, o que representa 92 milhões de hectares. Só entre 2010 e 2020, a perda de floresta foi de 1,89 milhão de hectares por ano. As ameaças à biodiversidade, em escala global, foram amplamente discutidas durante a COP15, mais especificamente, em relação à restauração de habitats.

O setor florestal possui uma relação indissociável com o meio ambiente. Falar da importância da biodiversidade para o setor é refletir sobre a essência do negócio e sua perenidade. Afinal, somos um setor de capital natural que, antes de pensar em produtos, venda e lucro, tem que pensar no BIO – na madeira oriunda das florestas plantadas e certificadas, que é a fonte para tudo o que oferecemos como solução para a sociedade. Estamos falando de uma matéria-prima de base renovável e sustentável. Por isso, o setor entende, mais do que qualquer outro, os riscos e impactos que as mudanças climáticas podem trazer (e já estão trazendo) para o negócio.

Estou no ramo florestal há mais de 30 anos e, ao longo desse período, as tecnologias de melhoramento, biotecnologia, manejo de árvores plantadas e desenvolvimento de produtos a partir delas, evoluíram de forma exponencial. Sendo assim, temos que usar isso a favor dos grandes desafios climáticos que vivemos. Mais recentemente, comecei a trabalhar de forma contínua a favor da “inovabilidade”, que é a inovação a serviço da sustentabilidade. Na minha opinião, esse é um pilar essencial para perenizar os negócios florestais. Diante de um planeta que clama por ajuda, ou desenvolvemos novas soluções tecnológicas a favor do meio ambiente e do social, mudando a nossa forma de produzir, ou estaremos – todos – condenados ao fracasso, pois no jogo do cuidado com o planeta não há ganhadores e perdedores: ou todos ganham, ou todos perdem. O setor de árvores plantadas está do lado certo dessa equação, mas temos que ser ainda mais protagonistas na busca de soluções que transformem o mundo para melhor, com impactos positivos para toda a sociedade.

No caso da Suzano, que tem a sustentabilidade totalmente integrada à sua estratégia, a inovabilidade tem permeado todas as áreas do negócio, atuando como fio condutor na redefinição de processos, no portfólio de produtos, no redesenho de relacionamentos e metodologias, ou seja, em tudo o que fazemos.

A partir de tudo isso e usando toda a experiência e conhecimento consolidados pela companhia ao longo de quase 100 anos, em 2021, anunciamos o nosso “Compromisso para Renovar a Vida” (meta de negócio) de conectar, por meio de corredores ecológicos, 500 mil hectares de fragmentos de Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia até 2030. Sabemos que a fragmentação de habitats é, hoje, uma das principais ameaças à biodiversidade.

Um fator crucial para que o Compromisso seja alcançado é a colaboração de outras parcerias. Aproximadamente metade dos 500 mil hectares a serem conectados estão em terras que não pertencem à Suzano, o que acrescenta um desafio adicional à meta, uma vez que precisaremos do engajamento de parceiros externos para avançar.

Essa postura de engajar outros atores sociais no processo para construir conjuntamente as soluções levou a Suzano a estabelecer, em parceria com Itaú Unibanco, Marfrig, Rodobank, Santander e Vale, a Biomas: uma empresa cuja missão é restaurar e conservar 4 milhões de hectares nos biomas Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica durante os próximos 20 anos. Esse importante passo foi dado durante a COP27, realizada em novembro de 2022, um evento emblemático para a pauta ambiental global. Com essa ambiciosa iniciativa, queremos elevar o ecossistema de restauração para outro patamar.

A Suzano decidiu encarar esses dois desafios, pois acreditamos que somente juntos, conectados e em rede, pensando e construindo de forma sistêmica, conseguiremos enfrentar os grandes desafios da humanidade e ajudar na construção de um futuro mais sustentável.

Fernando de Lellis Garcia Bertolucci

Se por um lado é visível que a sociedade contemporânea vive um processo crescente de conscientização ambiental, por outro, é inegável que há muito a ser feito em termos de preservação e sustentabilidade. Ao mesmo tempo em que vivenciamos muitas iniciativas positivas, evidenciamos, também, muitos desafios a serem enfrentados, à medida que a sociedade evolui sua consciência de conservação ambiental. Desse modo, ela dita um modelo de trabalho esperado das organizações, para que a cadeia produtiva esteja alinhada a esses anseios de expansão, modernização e conservação e detenha processos e critérios que atendam aos novos comportamentos de consumo, conectando interesses ambientais ao negócio.

Nunca a sociedade esteve tão preocupada com o futuro do planeta como hoje. Boa parte dessa conscientização foi fortemente acelerada pelas mudanças climáticas e pela escassez de recursos naturais. Rapidamente, as novas gerações assimilaram isso e assumiram um papel fundamental na construção de uma mentalidade ambientalmente sustentável. Além disso, procuraram vivenciar esses conceitos nas suas decisões de consumo, na escolha de melhores empresas para trabalhar, na construção de políticas públicas que regulamentem e promovam a preservação do meio ambiente e toda biodiversidade nele existente. Nessa linha, o setor florestal já nasceu atrelado a um riquíssimo propósito ambiental de minimizar as práticas de extração predatória de madeira nativa via um modelo de produção florestal renovável e que defenda, conserve e recupere florestas nativas. E permanece buscando minimizar impactos, também, na sua cadeia produtiva, admitindo, cada vez mais, práticas conservacionistas de solo e água, selecionando materiais genéticos mais bem adaptados, mais eficientes hídrica e nutricionalmente, e com potencial de suprir a demanda crescente por madeira nos diferentes mercados.

É possível aliar novas tecnologias e sustentabilidade no negócio de papel e celulose, promover a criação de soluções mais limpas e eficientes, minimizando a pressão sobre os recursos naturais e equilibrando desenvolvimento econômico com proteção ambiental. Nesse sentido, a silvicultura brasileira tem um papel fundamental, atuando e incentivando na preservação dos recursos hídricos, na proteção de nascentes e matas ciliares e na manutenção da flora e fauna silvestre em diferentes biomas. Na Sylvamo, a sustentabilidade é um pilar fundamental do negócio, pois permeia toda a cadeia produtiva e promove o engajamento dos nossos profissionais, que assumem um papel de agentes de sustentabilidade também nas suas interações sociais fora da companhia. As ações de educação ambiental funcionam como uma ponte direta entre sociedade e empresa, aproximando os anseios da nova geração consumidora às melhores práticas da empresa. Tudo isso produz uma combinação positiva que tem dado ótimos resultados na desmistificação da produção do eucalipto, mas, também, desassociando o consumo de papel como uma prática ambientalmente imprudente. Na verdade, ele é uma opção muito mais viável e sustentável para substituir o plástico, por exemplo.

Modelos de negócio que adotam a economia circular em seus processos, transformando resíduos em novos recursos, serão cada vez mais valorizados; assim como as fontes renováveis de energia e as tecnologias de rastreamento e certificação de toda cadeia produtiva trazem visibilidade para o consumidor final e ressaltam o teor de responsabilidade ambiental das organizações. A concepção antiga de que gestão ambiental eficiente contrasta com a margem de lucro das organizações está ultrapassada. Hoje, os investimentos ambientais não só agregam valor ao negócio, mas também repercutem na imagem das empresas e na sua atratividade para novos investidores, tornando-se um grande diferencial de mercado. Por isso, o propósito da Sylvamo é produzir o papel que as pessoas precisam de maneira responsável e sustentável, comprometida com o sucesso de todo o ecossistema, desde as florestas que amamos às comunidades em que vivemos, pois sabemos que o bem-estar de cada um depende do bem-estar de todos.

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