Hóquei: RAHC não descola do pelotão da frente Técnico Óscar Barros identificou a receita para uma temporada de sucesso e expressou desejo para o futuro
“Queremos tornar o AVC um oásis no voleibol feminino nacional” adeptos pois contribuíram para que se assistisse a um cenário “pouco normal no voleibol feminino nacional”.
Filipe Jesus A temporada que agora findou foi escrita a letras de ouro pelo Famalicão Vólei – AVC. A conquista dos três títulos nacionais (Supertaça, Taça de Portugal e Campeonato Nacional) foi um feito inédito no panorama do voleibol feminino nacional e, dessa forma, o livro das efemérides já tem um capítulo reservado para o clube famalicense. Ao leme da equipa que fez o pleno e destronou a hegemonia do Porto Vólei esteve Óscar Barros. O timoneiro, em conversa exclusiva com o OPINIÃO SPORT, fez uma retrospetiva da época e elencou alguma das razões que estiveram na origem de um trajeto notável. “O grupo era muito forte e experiente, com jogadoras sui generis, devido ao seu vasto currículo e à sua forte personalidade. Para além disso, a equipa técnica tinha características peculiares, o que poderia trazer algum confronto natural e criar alguma situação menos cómoda”. Perante um eventual “choque” de personalidades, o técnico realçou “terem sido feitas cedências de parte a parte, em torno de um objetivo comum”. Óscar Barros frisou “ter sido necessário repensar estratégias e reajustar comportamentos, de forma a tornar o grupo mais coeso”. A época de excelência do Famalicão Vólei – AVC teve o ponto de partida no início de outubro do pretérito ano. O técnico classificou a conquista da Supertaça “como o tónico ideal para a época de sucesso”. O Porto Vólei deti-
Óscar Barros (à direita) explicou os fatores que tornaram possível a conquista do triplete por parte do Famalicão Vólei - AVC
nha “a hegemonia total do voleibol feminino nacional mas aí deu para perceber que a equipa, em condições normais e depois de criar automatismos, poderia ter menos dificuldades do que o suposto”. Óscar Barros reconheceu que a equipa “tinha trunfos fortes, que foram geridos em função dos momentos da época”. Esta gestão revelou-se proveitosa pois permitiu “esconder algum jogo e a consequência disso foram os desníveis no play-off”. Ao longo da temporada, a
equipa deparou-se com “contextos negativos (eliminatórias da Taça de Portugal e play-off) que obrigaram a que a equipa desse o máximo”. Dessa forma, “as vitórias não podem ser vistas como conquistas simples, pois as jogadoras demonstraram enorme rigor tático e vontade férrea de vencer”. Na fórmula delineada para justificar o triplete, o treinador reservou ainda um espaço para os responsáveis diretivos. “O Famalicão Vólei – AVC tem as melhores condições do voleibol feminino nacional. As jogadoras sentem-se
bem no clube, valorizam o que o clube faz por elas”. Também o público foi alvo de agradecimentos por parte do treinador. “Foi fundamental para a conquista da Supertaça e Taça de Portugal. No último jogo do playoff foi inesperado pois o pavilhão foi pequeno para acolher tanta gente”. A envolvência da massa adepta do Famalicão Vólei – AVC foi assim entendida “como uma das maiores vitórias do clube”. O responsável técnico aproveitou assim para agradecer a todos os
“Não cansa ganhar títulos” O triplo êxito elevou, inevitavelmente, a fasquia para a próxima temporada. Ainda assim, Óscar Barros não se mostra preocupado pois o clube pretenderá manter-se na senda das vitórias nos próximos anos. “O projeto será para continuar e, dessa forma, já estamos a preparar a nova época”, destaca. No discurso do treinador predomina assim um grande otimismo. “As conquistas desta época trazem maior responsabilidade mas o Famalicão Vólei – AVC quer afirmar-se como um clube forte e tornar-se um oásis no voleibol feminino nacional”. Pouco preocupado se a equipa que comanda é a principal potência em Portugal, Óscar Barros prefere apenas concentrar-se para continuar a festejar. “Não cansa ganhar títulos. As jogadoras não terão que ser motivadas, pois são vencedoras inatas e muito ambiciosas”, exulta. O treinador mostra-se muito ambicioso e formula o desejo de “tentar igualar a temporada em termos nacionais e atingir a 3ª eliminatória da Taça Challenge”. Óscar Barros admitiu a entrada de uma ou duas atletas mas faz questão de sublinhar que “a equipa já terá automatismos criados”. No entanto, repetir a proeza deste ano não parece ser tarefa fácil. *Com José Clemente pub