opiniãopública: 10 de outubro de 2019
Chão Autárquico Vieira Pinto
As eleições e a abstenção! Afinal houve uma maioria absoluta. E, aqui, quem a ganhou foi partido da abstenção que não constava dos boletins de voto! Com efeito, desta vez, aconteceu a maior abstenção de sempre, no que respeita a eleições legislativas. Com efeito, assim aconteceu como todos o dizem, políticos, jornalistas, comentadores políticos e muitos outros, da sociedade civil. Haverá muitas razões para a abstenção do voto eleitoral. Mas, entre essas razões acontece o mero comodismo de muita
gente. E, existem outras causas designadamente aquelas que consistem no fato de os políticos não falarem verdade aos portugueses, com promessas eleitorais nunca cumpridas, que muito lesam as espectativas das gentes. Esta razão leva a que as pessoas, pura e simplesmente, digam em voz alta que “os políticos são todos uns mentirosos”. Uma outra causa será, com certeza, aquela que ousamos considerar a mais notória da vida político-partidária: aquela que consiste no fato de os políticos fazerem ataques pessoais, ou ataques de caráter, entre eles, sobretudo, no calor da luta eleitoral. Esta última causa, diga-se, nem abona a uns, não beneficia a outros, e todos ficam a perder. E perdem porque, desde logo, se procede à vingança através da abstenção. Estas, algumas, do rosário de causas da abstenção que, a nosso ver, de imediato sobressaem ao senso comum. Há muitas outras com certeza. Nestas eleições legislativas haviam vinte e um partidos a concorrer. Ora, não havia em cada um deles oferta bastante de razões de cada um para votar? De fato, convenhamos que estas eleições foram assaz esclarecedoras das propostas, por parte da maioria dos partidos políticos. Não se nos afiguram,
Pelos quatro cantos da ca(u)sa
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assim, razões para tanta abstenção na votação eleitoral. Na verdade, aos políticos compete levantar a confiança dos cidadãos através da credibilidade dos seus atos. Certo é que nunca poderá ser superior ao partido mais votado. Essa, a reflexão! Consideramos que, fora estas e outras causas, os partidos na reflexão que todos dizem pretender fazer, deverão trazer a tal reflexão indispensável e algumas consequências para os abstencionistas. E, talvez, entre outras, través da subsidiocracia de que tanta gente beneficia do estado, salvaguardando sempre os limites mínimos, se pudesse proceder a atos sancionatórios, sempre a título de pedagogia cívica. Mas, os melhores saberes da égide político-partidária bem melhor poderão apresentar outras soluções, sempre no sentido de minimizar a abstenção nos atos eleitorais. Na esteira dos melhores pensadores da ciência política deve, mais uma vez, dizer-se, aqui, que a mesa do voto é o altar sagrado da democracia. E, votar será dar cumprimento aos deveres cívicos dos cidadãos, como ordena a Mãe Democracia.
Diário famalicense
Domingos Peixoto
António Cândido Oliveira
À memória de Freitas O CDS existe no Louro mas já não é o que era: pessoas aguerridas, maioritariamente muito ligadas à igreja (no tempo em que esta apelava ao voto “nos que a defendiam”, quando os párocos tinham “muito poder político” e quando proliferavam as bombas contra pessoas e instituições ligadas ao 25 de abril!), outras nem por isso. De raízes, educação e prática cristãs e católicas muito arreigadas, as palavras sensatas, apaziguadoras e, parecia-me, politicamente corretas de Freitas do Amaral, para quem acreditava ter servido e servir a Pátria e a Nação – na trilogia Deus, Pátria e Família –, que nos foi profusamente incutida pelo Estado Novo, levaram-me a votar no CDS para as eleições constituintes de 1975! Ter atividade cívica intensa sim; votar (sempre) também sim; optar por filiação partidária só aconteceria muito mais tarde, por uma única vez, onde hoje ainda milito com muita honra, mas sem qualquer proveito pessoal, a não ser o de fazer parte de listas e ser eleito várias vezes membro de assembleias autárquicas, se isso for um proveito: eu acho que é! Os “golpes” de Spínola, as vicissitudes do PREC, as bombas que mataram várias pessoas, provocaram muita destruição e sofrimento e quase nos levaram à guerra civil fizeram-me mudar de opção; logo nas legislativas de 25 de abril de 76 e até participei num pequeno protesto pelo comício de Basílio Horta no Louro, onde os “seus seguranças – um, então famoso em Famalicão – rondavam ameaçadores com um objeto de cerca de 1m por 2cm de diâmetro, enrolado em papel de jornal! O comício de Galvão de Melo, apoiado pelo CDS, no campo dos Bargos, candidato presidencial em 27.6.76, afirmando entre outras: “dizem que cá os carros são só para alguns, mas na Rússia nem pensam em tê-los…” levaram-me ao “corte” definitivo com esta via… Nas autárquicas de 12.12.76 já promovi uma lista de independentes – União do Povo do Louro, UPL, à Assembleia de Freguesia. Não sei
PRAÇA PÚBLICA
porquê, mas não deixa de ser sintomático, Freitas do Amaral e Basílio Horta, haveriam de protagonizar uma certa “ligação” ao PS à revelia do CDS! Sou, pois, dos que contribuíram, indiretamente, para que a Constituição de 76 tivesse algum perfil chamado humanista, embora lamentando e não percebendo as razões que levaram o CDS a votar contra ela, mas nessa altura já andava noutra onda! É um chavão, sim, mas Freitas do Amaral foi um lutador pelas suas convicções, sério e honesto que, à sua maneira não deixou de contribuir para a consolidação da democracia, pelo que assim lhe presto a minha homenagem. Escrevo quando já se vota há algumas horas. O PS vai ganhar, só não se sabe por quantos. Para as minhas convicções, que perfilham uma mais ampla abrangência da sociedade portuguesa pelas medidas dos executivos, espero por um lado que ganhe com uma margem suficiente para que não se percam algumas das suas propostas mais ao centro, menos condescendentes com o capitalismo do que as da direita. Porém, por outro lado desejo que a mesma maioria não lhe permita radicalizar propostas ao mesmo centro, por que sei que há sempre membros dos governos de esquerda que desejam esta via, pois, como se viu nestes quatro anos, alguns dos alcances recuperados aos cortes de Coelho, Portas e Cristas ainda não foram suficientes para levar ao povo e aos trabalhadores as condições essenciais a uma vida digna. Mas também é preciso que não fique atado de pés e mãos, não vá dar-se uma cambalhota negativa como a ocorrida em 2011, fazendo tudo voltar para trás! Eu sei, na pele, como é ser confrontado com uma agressão física em política. Embora nunca tenha reagido como Costa, percebo a sua fúria contra uma calúnia, aliás já muito propalada, a que não tinha ouvido, até então, a negação da mesma por parte de alguma comunicação social. Princípios – não o vale tudo –, esperam-se…
A atividade económica que formou a cidade DOIS IRMÃOS - António José Maria de Oliveira e Alípio Ascensão de Oliveira, nascidos na primeira metade do século passado, eram dois irmãos, ainda que com grande diferença de idades (como era frequente, naquela época, em famílias numerosas), que contribuíram com a sua vida profissional para a formação da cidade de Famalicão que hoje temos. ANTÓNIO MARIA DE OLIVEIRA - O primeiro, mais velho, falecido há 50 anos, fundou com Álvaro de Oliveira, Gaudêncio Alves e o Senhor Machado de Vale (São Cosme), a sociedade Alves, Oliveira e Machado, Lda. com sede na Avenida da Estação (hoje Avenida 25 de Abril) dedicada ao comércio de ferragens e ao fabrico de postes de cimento, com uma das duas fábricas em frente ao cemitério municipal. Desta saíram centenas de milhar de postes de eletricidade que ainda hoje estão espalhados pelo norte do país. São os postes “Águia” que bem se identificam com os círculos redondos no interior e a marca de uma águia estilizada na parte lateral voltada para a estrada com indicação de data de fabrico. Mas também milhares argolas de cimento para poços e outros artigos de cimento foram fabricados em Moço Morto e também no centro da vila, junto do estabelecimento comercial. ALÍPIO DE OLIVEIRA - O segundo, Alípio de Oliveira, tomou conta, juntamente com Álvaro Moreira de Oliveira, da Casa das Louças, situada na Praça 9 de Abril, dando origem a um estabelecimento muito procurado no seu ramo e que resistiu ao assalto dos grandes centros comerciais até há bem pouco tempo. DUAS CENTENAS DE ESTABELECIMENTOS - Mas estes dois estabelecimentos são apenas um
Famalicão
Barbosa: Rua Santo António, Tel. 252 302 120 Calendário: Rua da Liberdade, Tel. 252 378 400/1 Cameira: C. Mouzinho Albuquerque, Tel. 252 323 819 Central: Praça D. Maria II, Tel. 252 323 214 Nogueira: Av. Marechal H. Delgado, Tel. 252 310 607 Valongo: Rua Adriano Pinto Basto, Tel. 252 323 294 Gavião - Av. Eng. Pinheiro Braga, 72 - Telef. 252 317 301 Marinho: Edif. S. José - Estalagem - Telf. 252 921 182 Martins Ventura: R. C. Cerejeira - Lousado - Telf. 252 493 142 Estação: Largo da Estação - Nine - Telf. 252 961 118 Ribeirão: Rua Quinta Igreja 9 - Ribeirão - Telf. 252 416 482 Joane: Rua S. Bento, nº 217 - Telf. 252 996 300
Vale do Ave
Almeida e Sousa: Covas - Oliv. Stª Maria - Telf. 252 931 365 Bairro: Av. Silva Pereira, Telf. 252 932 678 Delães: Portela - Delães - Telf. 252 931 216 Riba de Ave: Av. Narciso Ferreira, Telf. 252 982 124 Faria: Estrada Nacional
afloramento das quase duas centenas que existiam (e muitos ainda resistem) e desenvolveram muito a sede do nosso concelho. A listagem foi elaborada, recentemente, por Álvaro Moreira, da Casa das Louças e dela mencionamos apenas alguns, correndo o risco de cometer injustiças nomeadamente por omissão, mas que os leitores suprirão, lembrando os muitos que faltam. PRAÇA 9 DE ABRIL - Começamos pela Praça 9 de Abril, a praça mais antiga da cidade, e aqui recordamos a famosa Pensão Ferreira, a alfaiataria Jaime Pinheiro e o Talho Adriano, para além da Casa das Louças. RUA SANTO ANTÓNIO – Os irmãos Lopes (Augusto, Clemente e João) marcaram a Rua de Santo António do lado sul com três estabelecimentos diferentes e muito procurados. Do lado Norte, para além da Confeitaria e fábrica Vieira de Castro, não podem ser esquecidos a Casa Marinheiro, a farmácia Barbosa e o Hotel Garantia. CAMPO DA FEIRA – Muitos estabelecimentos floresceram à volta do então Campo da Feira (hoje ocupada pela Fundação Arthur Cupertino de Miranda). Do lado norte, lembramos a Ourivesaria Cunha, a Confeitaria Guimarães, a Farmácia Cameira, a Chapelaria Oliveira e a Confeitaria Bezerra. Do lado poente, a Confeitaria Moderna, ainda bem viva, a Casa Malvar, a Casa Orquídea, o Restaurante Pica Pau, o estabelecimento Branco, Ferreira e Martins e a procuradíssima Enfermaria Alves, mais ao fundo. Do lado nascente, a Sara Barracoa, José Martinho Carneiro, os restaurantes Tanoeiro e as Filhas do Tanoeiro. Muito mais há ainda para mencionar nas ruas e praças da então vila e hoje cidade.
Famalicão Quinta, 10
Serviço Gavião
Sexta, 11
Cameira
Sábado, 12
Central
Domingo, 13
Calendário
Segunda, 14
Nogueira/Ribeirão
Terça, 15
Valongo
Quarta, 16
Gavião
Vale do Ave
Serviço
Quinta, 10 Sexta, 11 Sábado, 12 Domingo, 13 Segunda, 14 Terça, 15 Quarta, 16
Delães Bairro Almeida e Sousa Riba d’Ave Almeida e Sousa Bairro
Serviço de disponibilidade
Paula Reis: R. José Elisio Gonçalves Cerejeira, nº 629 Calendário - Tel. 252 378 057 Maceiras: Louro - Telf. 252 310 425 Marques: Largo da Igreja - Fradelos - Telf. 252 458 440 Oliveira Monteiro: Largo Igreja - Cabeçudos - Telf. 252 331 885 Pedome: Av. S. Pedro, 1139 - Pedome - Telf. 252 900 930 Pratinha: Largo do Cruzeiro - Cavalões - Telf. 252 375 423 S. Cosme: Vale S. Cosme - Telf. 252 911 123 Arnoso: Av. Joaq. Azevedo - Arnoso Sta. Maria - Telf. 252 916 612