Opinião Pública - 1418

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PRAÇA PÚBLICA

opiniãopública: 11 de julho de 2019

Pelos quatro cantos da ca(u)sa

Diário famalicense António Cândido Oliveira

Domingos Peixoto

Gritos d’alma Faz-se um plano, jura-se cumpri-lo e, quando menos se espera, já se está a alterá-lo. Os acontecimentos e as peripécias do dia a dia surgem em catadupa; na política por maioria de razão, especialmente nos partidos e o meu não foge ao hábito. Se vivemos uma causa somos incapazes da abstração, mesmo não querendo participar das decisões diretivas, sem abdicar da tomada de posição nas escolhas dos dirigentes. Os partidos têm, quanto a mim, duas dimensões: nacional e local. A primeira compõe-se das atividades parlamentar e, consequentemente, governativa ou oposicionista; acrescem, eventualmente, a presidência da república e acordos internacionais – como a EU e CPLP. No segundo caso enquadro as questões regionais, distritais, concelhias e de freguesias: o poder local, mais comummente designado de autárquico, apesar de as regiões administrativas (que eu sou contra!) não estarem em funcionamento, pese embora as Regiões Autónomas. Falando de questões nacionais, o/a senhor/a Cesar, Catarina, Jerónimo e Heloísa – que desde há uns dias parecem ter refreado os ânimos –, têm sido protagonistas maiores de muita polémica parlamentar e comunicacional, que não satisfaz os interesses dos portugueses, pelo contrário revolta os “estados de alma” mais pacíficos e condescendentes. Mas satisfazem a avidez egocêntrica… Que não tenham dúvidas, qualquer um deles: a solução política e parlamentar que as instituições que representam protagonizam tem sido de grande interesse para os portugueses, nomeadamente para os mais desfavorecidos, e a ausência de qualquer uma delas levaria a que as soluções encontradas fossem diversas. Para pior, não tenho dúvidas. Mesmo tendo presente que a identidade inerente a cada força ficou consignada nos acordos, é patente que o “puxar da brasa à sardinha” tem de ser consensual. É inequívoco: PS sozinho não levava a efeito as políticas implementadas. Do mesmo modo, sem a participação dos socialistas, BE, PCP e PEV não podiam reivindicar a sua ação nas mesmas decisões. O grito d’alma é que tenham juízo, não votem tudo a perder. Portugueses primeiro… Por cá constata-se o “afundamento autárquico” do PS, Apesar dos famalicenses lhe terem dado voto maioritário nas europeias! Alguns vão dizendo na “praça pública” o que deveria estar reservado para o “interior do partido”. Não tenho ido por aí, mas a dor já é muito forte. Para enterrar definitivamente o PS famalicense Domingos Peixoto, Célia Meneses, Vieira Pinto; Joaquim Loureiro, Mário Martins entre outros, não precisam de elogiar por tudo e por nada a Câmara PPD/CDS! Os meios em presença já são desproporcionais o bastante… Resta-nos uma consolação: o PPD já esteve na mesmíssima situação em que está o PS. Encetou ténue recuperação em 93, que quase se equilibrou em 97. Em 2001 (lembramo-nos bem desta data?) inverteram-se os papéis, até chegarmos ao descalabro de hoje… Podemos estar de acordo com algumas decisões da câmara, mas a “tarefa pública principal” de quem se diz socialista deve ficar pela apresentação de alternativas, mesmo se não estivermos de acordo com os “nossos protagonistas no poder”… Lutar é por dentro! Doutra forma, se achamos que quem governa uma câmara, uma junta de freguesia faz o melhor, então não vale a pena a oposição. Por mim acho que há, sempre, alternativas capazes e credíveis para uma solução melhor. A essência da democracia representativa. Sempre que se avizinham atos eleitorais que propiciem a ascensão a lugares de topo na política, a “ebulição” acentua-se pela procura da melhor posição! Já há quem fale numa candidatura independente de oposição ao PS… É caso para perguntar: outra vez? Não… Já muitos entraram e saíram depois de concluírem, eventualmente, que já não faziam nada. Grito d’alma: não é “só agora” que as coisas não correm de feição.

Famalicão

Barbosa: Rua Santo António, Tel. 252 302 120 Calendário: Rua da Liberdade, Tel. 252 378 400/1 Cameira: C. Mouzinho Albuquerque, Tel. 252 323 819 Central: Praça D. Maria II, Tel. 252 323 214 Nogueira: Av. Marechal H. Delgado, Tel. 252 310 607 Valongo: Rua Adriano Pinto Basto, Tel. 252 323 294 Gavião - Av. Eng. Pinheiro Braga, 72 - Telef. 252 317 301 Marinho: Edif. S. José - Estalagem - Telf. 252 921 182 Martins Ventura: R. C. Cerejeira - Lousado - Telf. 252 493 142 Estação: Largo da Estação - Nine - Telf. 252 961 118 Ribeirão: Rua Quinta Igreja 9 - Ribeirão - Telf. 252 416 482 Joane: Rua S. Bento, nº 217 - Telf. 252 996 300

Vale do Ave

Almeida e Sousa: Covas - Oliv. Stª Maria - Telf. 252 931 365 Bairro: Av. Silva Pereira, Telf. 252 932 678 Delães: Portela - Delães - Telf. 252 931 216 Riba de Ave: Av. Narciso Ferreira, Telf. 252 982 124 Faria: Estrada Nacional

Famalicão Quinta, 11

Serviço Barbosa/Ribeirão

Sexta, 12

Central

Sábado, 13

Calendário

Domingo, 14

Nogueira

Segunda, 15

Valongo

Terça, 16

Central/Ribeirão

Quarta, 17

Barbosa

9 DE JULHO – Foi bom ouvir falar no Dia da Cidade, na Casa das Artes, através das palavras do Presidente da Câmara, da importância da “sustentabilidade democrática” e da urgência de fomentar a participação cívica dos famalicenses. Há, sem dúvida, muito trabalho para fazer neste domínio. Disso tencionamos falar oportunamente. Sobre a sessão e os homenageados teremos todos notícia na imprensa local. PESSOAS – Do nosso município fala-se muito, particularmente na comunicação social, das suas empresas e também das instituições desportivas, sociais e culturais, mas é também necessário falar dos seus habitantes. O município tem pessoas de muito valor a quem importa dar a devida atenção, pois enriquecem o concelho. FAMALICENSES – Antes de mais importa dizer o que deve entender-se por famalicenses, pois estes não são apenas os que nasceram e vivem no concelho. Famalicenses são também aqueles que não tendo aqui nascido, aqui residem desde há muitos anos, muitos deles há largas décadas e famalicenses são também aqueles que tendo nascido e vivido aqui partiram para outras terras, desenvolvendo nelas a sua atividade (os famalicenses da diáspora). LEVANTAMENTO – É de todo o interesse fazer uma lista destes famalicenses, principalmente daqueles que se distinguiram nas atividades que exercem. Dentro deles, estamos a pensar desde logo em

Os famalicenses médicos, professores, magistrados, advogados, engenheiros, políticos, religiosos, cientistas, empresários, desportistas (o desporto é muito mais do que futebol), atores, artistas, jornalistas e de tantas outras profissões. Estamos a pensar também em famalicenses que exercendo outras profissões ou ocupações, não tão exigentes de títulos académicos, nelas se evidenciaram e que bem merecem ser realçados. FREGUESIAS – Para bem fazer esse levantamento, que deve ser exaustivo, nada melhor do que as freguesias. É muito mais fácil fazer esse trabalho freguesia a freguesia do que através do município, aqui se vendo mais uma vez a importância destas entidades locais de proximidade. Esse trabalho bem contribuiria para um melhor conhecimento do concelho e para uma maior afeição de todos ao seu concelho de nascimento ou residência. TESE DE DOUTORAMENTO – O Diretor da Casa de Camilo, Doutor José Manuel Oliveira, acaba de obter aprovação por unanimidade na tese de doutoramento, brilhantemente defendida na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (18 de junho de 2019). A tese, trabalho de muitos anos de estudo, foi sobre Camilo Castelo Branco. Vivências de Camilo Castelo Branco a partir da sua correspondência. Está de parabéns não só o doutorado como os famalicenses por um dos seus estar à frente da Casa de Camilo com elevado grau académico.

Chão Autárquico Vieira Pinto

“O dinheiro é como o azeite, por onde passa unta tudo”, Tónio Restolho Na vida política e económica existe sempre, seja nos regimes das ditaduras, seja nos regimes democráticos. Enfim, uma toupeira que vai devorando o chão das sementes do estado. Nos regimes ditatoriais, o fenómeno das toupeiras, existindo, ele é menos visível, pois a falta de imprensa livre esconde este fenómeno nos próprios buracos toupeiras. Porém, nos regimes democráticos, aí sim, essa realidade é bem visível, por causa da imprensa livre. Com efeito, muito se fala da corrupção em todo o leque partidário, tal como na sociedade civil do regime democrático. Na verdade, todos serão seus críticos acérrimos, defendendo a transparência e a impunidade. Mesmo

Vale do Ave

Serviço

Quinta, 11 Sexta, 12 Sábado, 13 Domingo, 14 Segunda, 15 Terça, 16 Quarta, 17

Almeida e Sousa Bairro Delães Riba de Ave Almeida e Sousa

Serviço de disponibilidade

Paula Reis: R. José Elisio Gonçalves Cerejeira, nº 629 Calendário - Tel. 252 378 057 Maceiras: Louro - Telf. 252 310 425 Marques: Largo da Igreja - Fradelos - Telf. 252 458 440 Oliveira Monteiro: Largo Igreja - Cabeçudos - Telf. 252 331 885 Pedome: Av. S. Pedro, 1139 - Pedome - Telf. 252 900 930 Pratinha: Largo do Cruzeiro - Cavalões - Telf. 252 375 423 S. Cosme: Vale S. Cosme - Telf. 252 911 123 Arnoso: Av. Joaq. Azevedo - Arnoso Sta. Maria - Telf. 252 916 612

aqueles que nela minam com estoicismo. Ela existe, na vida económica, nos setores do estado, tal como no setor civil. Enfim, onde existe dinheiro, aí, existe terreno abundante para o seu alimento farto. Como dizia um ancião, duriense, algures pelos meados dos anos noventa: “o dinheiro é como o azeite, por onde passa, unta tudo”. E, assim sendo, nem a lavandaria, com sabão azul ou rosa, consegue lavar tanta gordura promiscua, no lavadouro rupestre da promiscuidade da política com os negócios de estado. Este, sai sempre lesado, com graves prejuízos para os cidadãos que, de boa fé, pagam os seus impostos, engordado a dita corrupção. Um dos campos fortes desta promiscuidade existe nos grandes investimentos do estado, seja na construção de obras públicas seja nos investimentos de equipamentos para a saúde, para a educação, para a justiça, etc. Será, sobretudo, por aqui, que caminha, baixinho, mesmo por baixo da terra, a promiscuidade corruptiva, por onde fogem os sacrificados dinheiros dos nossos impostos, que julgávamos servirem um bom estado de direito e estado social para as pessoas. Mas, não. Ele foge, nos porões dos submarinos, dos barcos e dos aviões, para o esconderijo das offshore e outros locais. Aí, fica aquele sujo dinheiro, em silêncio,

aquietado e moribundo. O cidadão comum pensa deste modo: como seria este país, se não existisse o sugadouro dos dinheiros do erário publico para a banca privada e pública e outras indústrias do sugadouro? Na verdade, as tentativas de esventrar os atos de corrupção, por cá, são evidentes e notórios, aos olhos do senso comum. Assim, os mecanismos, judiciais e para-judiciais, vão apresentando os resultados da sua ação funcional. E, desta forma, hoje, vemos condenadas pessoas que exerceram cargos de ministros, de secretários de estado, deputados, políticos autarcas. Tal como gestores de grandes grupos económicofinanceiros e empresariais. Tal como também vemos um ex-primeiro ministro indiciado e mesmo acusado de crimes de corrupção. A própria justiça encontra-se envolta, alguma dela, neste vício corruptivo. Mas, o fato, é que, também verificamos que as pessoas da justiça vão encontrando outros políticos que se diziam impolutos e que, afinal, também se enredaram neste nocivo poço da corrupção, minando a democracia e o próprio estado de direito que diziam defender. Na verdade, não será a corrupção uma chama ardente da democracia? De fato, como dizia aquele ancião “o dinheiro é como o azeite, pois, por onde passa unta tudo”.


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