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I M O B I L I A´ R I A S Luís Lima

Presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal

“O imobiliário português é de qualidade” O sector do imobiliário e construção atravessou e atravessa várias contrariedades. Neste entrevista ao OPINIÃO ESPECIAL, Luís Lima, presidente da APEMIP, dá conta das dificuldades do setor, considerando, porém, que há sinais positivos a registar. Sofia fia Abreu Silva

no que diz respeito à dinamização do mercado da reabilitação urbana, arrendamento e turismo residencial. Em que medida a crise atingiu o setor e as imobiliárias? A banca deixou praticamente de financiar quem procurava comprar casa, ou passou a emprestar apenas parte do valor do imóvel, fechando de repente a torneira do crédito, o que fez com que as pessoas deixassem de ter possibilidade de adquirir casa própria. Este fator, aliado à conjuntura económica do país, com fortes reflexos no mercado laboral, que é cada vez mais instável, impediu as famílias de assumirem um compromisso desta natureza, o que fez com que muitas delas acabassem por migrar para o mercado de arrendamento urbano. Assim, assistimos a uma mudança no paradigma de atividade, pois começou a haver uma migração da construção nova para a reabilitação de imóveis, e do mercado de compra e venda para o mercado de arrendamento. Estes novos desígnios são os que agora devem ser aproveitados pelos profissionais da melhor forma possível.

OPINIÃO PÚBLICA: Numa altura em que o mercado imobiliário abrandou, como analisa a situação do setor? LUÍS LIMA: O mercado imobiliário foi um dos setores que mais sofreu com a crise. Apesar dos períodos complicados, atualmente começam já a registar-se alguns índices animadores, de acordo com dados do Gabinete de Estudos da APEMIP, a procura de imóveis para compra registou, nos dois primeiros meses de 2014, um aumento de 30% face ao mesmo período do ano transato. Os vistos Gold e o Regime Fiscal para Residentes Não Habituais são os grandes impulsionadores deste aumento, mas verifica-se também uma nova dinâmica no mercado interno, que começa já a despertar para as oportunidades de investimento que o imobiliário oferece. Ainda assim, o mercado imobiliário Disse, recentemente, que as instiportuguês tem ainda um longo ca- tuições financeiras voltarão a ofeminho a percorrer, nomeadamente recer “spreads” de 1% no crédito à

habitação? Finalmente o mercado imobiliário português começa agora a verificar algumas melhorias. Esta recuperação é fruto de muito trabalho e perseverança dos agentes deste setor, que tudo fizeram para proteger o valor do nosso património imobiliário. Se houver recuperação económica do país, acredito que dentro de um ou dois anos iremos voltar a ter spreads de 1%. Qual o papel do Governo para ajudar na revitalização do setor? Era importante que a fiscalidade sobre o património imobiliário fosse revista. O IMI, por exemplo, devia ser quase simbólico sobre as casas que são de habitação permanente dos respetivos proprietários, e moderado nos restantes casos, especialmente quando a incidir sobre património construído que se quer a dinamizar o mercado de arrendamento urbano. Neste mercado, por exemplo, seria importante que fosse adotada uma tributação mais justa para os proprietários, que atualmente são tributados em sede de IRS (em sede da tributação normal) ou por via da taxa liberatória, o que de certa forma acaba por ser um cenário de dupla tributação aquando o pagamento do IMI. Depois seria também importante »»»»» pub


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