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José Fernandes, presidente da direção da Cooperativa de Ensino Didáxis

“Proporcionamos conhecimento e valorização a milhares de jovens” A Escola Cooperativa de Vale São Cosme surgiu há 25 anos e continua a ser uma instituição de referência. Ao longo destes anos, formou milhares de jovens e ajudou muitos adultos a obter qualificações. Criou núcleos e desenvolveu projetos em nome do sucesso dos seus alunos. Para José Fernandes, diretor da Cooperativa de Ensino Didáxis, o balanço só pode ser positivo.

bém proporcionou ensino e formação a adultos, que não tiveram uma oportunidade no seu tempo de jovens, e mais recentemente validou e certificou competências escolares e profissionais a centenas de adultos, através do seu Centro Novas Oportunidades (CNO). Temos ainda diversos projetos em desenvolvimento como o Projeto Fénix pela sua singularidade de proporcionar o melhor desempenho de conhecimentos e competências a nível da literacia matemática e da língua portuguesa. Nas línguas estrangeiras implementámos este ano letivo o projeto Inglês/Cambridge, mas outros poderão ser instituídos, desde que sejam importantes para os nossos alunos.

Sofi fia a Abreu Silva OPINIÃO PÚBLICA: A Didáxis de S. Cosme aparece no ensino em 1987. Como surgiu esta aposta na educação? José Fernandes: A criação da Didáxis de S. Cosme julgo ter sido uma ousadia, mas também através do conhecimento do contexto educativo, empreendedorismo alicerçado nas melhores práticas de gestão empresarial e muita devoção à causa da educação, enquanto fator absolutamente decisivo para o desenvolvimento pessoal e social das pessoas e comunidades. Em 1987, ano em que a escola começou a funcionar em Vale S. Cosme, nas freguesias limítrofes não havia ensino direto para além do ensino primário, existindo apenas ensino mediatizado. Por outro lado, a rede escolar não correspondia à procura crescente de crianças e jovens, pelo que muitos tinham de se deslocar para a sede da Didáxis, em Riba de Ave. Neste contexto, surgiu a ousadia desta escola, pensada para ministrar educação e ensino de excelência a crianças e jovens, cobrindo os 2º e 3º ciclos de ensino básico e o ensino secundário geral e profissionalizante. Tudo foi plenamente cumprido. Por outro lado, sempre soubemos merecer a confiança dos pais, um aceno de muita gratidão à Associação de Pais que a todos representa, das forças vivas das comunidades locais, das juntas das freguesias, da

Câmara de Famalicão e do Ministério da Educação. Faz, portanto, um balanço positivo? Creio que temos contribuído para o desenvolvimento de muitos alunos. Proporcionámos conhecimento e valorização pessoal e social a muitos milhares de jovens que passaram pela nossa escola e que constituem o seu património imaterial, que muito nos honra e orgulha. E todos os anos este património é renovado e valorizado com a entrada de novos jovens, muitos já de segunda geração, filhos dos primeiros. Esta escola tam-

Há cerca de dois anos, o Governo cortou no financiamento ao ensino particular e cooperativo. Como conseguiu a Didáxis gerir esses cortes? As escolas da Didáxis têm financiamento do Ministério da Educação, através dos chamados Contratos de Associação, e ultrapassada a convulsão social vivenciada nos primeiros meses do ano de 2011, esses contratos têm sido celebrados e cumpridos com toda a normalidade, o que tem correspondido a um anseio das escolas, dos pais e do Ministério da Educação. Houve uma diminuição do financiamento, por força da crise, mas o serviço público da educação continua a ser garantido, com toda a normalidade, máxima qualidade, promoção do princípio fundamental e constitucional da escolha da escola por parte dos pais. Aliás, com a recente publicação do Estatutos do Ensino Particular e Cooperativo, que estipula de forma mais clara e concludente os princípios, deveres e obrigações do Ministério e das escolas e que reafirma a consagração do direito à escolha da escola, estão reunidas as condições legais à manutenção

dos Contratos de Associação e da correspondente prestação do serviço público de educação pelas escolas particulares e cooperativas. A Cooperativa, além do ensino regular, incentiva a uma aprendizagem mais abrangente, nomeadamente com a criação de núcleos. Qual a importância de outras aprendizagens? Sempre foi uma forte marca da Didáxis, tanto o desenvolvimento desportivo como a formação artística. Por força do desinvestimento por parte do Ministério da Educação, houve, nos anos mais recentes, um menor desenvolvimento das atividades desportivas, mormente no designado desporto escolar, em que chegamos a ser considerados escola de referência. E continuamos a ser, por exemplo no que se refere ao xadrez, modalidade em que temos vários campeões nacionais e mais recentemente com a inclusão do futsal na nossa escola. Para levar, outra vez, as atividades desportivas ao patamar que desejamos, constituímos a Associação Académica Didáxis-A2D, que tem por missão o desenvolvimento de atividades, não só desportivas, mas também culturais e académicas. Em tempos de crise, qual o papel da escola Didáxis? Há cada vez mais alunos em situação de carência económica. Disponibilizamos suplementos alimentares diários quer na escola como em casa de crianças carenciadas. Por outro lado, constituímos o projeto Didáxis Solidária para um apoio mais alargado e circunstanciado a agregados familiares em dificuldades. No contexto da rede social, de que fazemos parte integrante desde a primeira hora, está em funcionamento nas nossas instalações uma loja social. pub


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