Paulo Cunha, vice-presidente da Câmara de Famalicão
“Nunca há conhecimento em excesso” Na ocasião da Quinzena Pedagógica de Famalicão, o OPINIÃO PÚBLICA dedica um Especial à educação, ensino e formação. O concelho, graças à criação de uma Rede Local de Educação, tem sido apontado com um exemplo a seguir a nível nacional. Apesar das muitas entidades de ensino, existe uma concertação no que respeita à oferta para responder às necessidades do mercado. O OP falou com Paulo Cunha, vice-presidente da Câmara de Famalicão, que não tem dúvidas de que o caminho escolhido pela autarquia é o mais sensato, porque alia multiplicidade e qualidade. Sofi fia a Abreu Silva Famalicão foi recentemente reconhecido como o segundo melhor concelho para estudar a nível nacional, como vê esse reconhecimento? Paulo Cunha: Esse reconhecimento é o resultado de um enorme trabalho que tem sido feito por toda a comunidade educativa e aqui incluise, obviamente, a autarquia, mas também os professores, diretores, auxiliares, pais, alunos, e toda a sociedade que se envolveu no projeto. Nós temos uma ambição que é criar uma sociedade educadora, ou seja, a ideia de que a escola não tem nem um tempo, nem um espaço. A escola não é só o tempo letivo, nem é só o espaço da sala de aula. Queremos que todos os agentes se sintam responsáveis pelo processo educativo. A Rede Local de Educação e Formação de Famalicão tem sido muito
que em média nacional. Por exemplo, a nível de oferta da formação profissional, já ultrapassámos os 50% de alunos inscritos no Secundário, o que está muito acima média nacional. Famalicão está no pelotão da frente dos concelhos, do ponto de vista do serviço educativo, do setor profissional e, portanto, se conseguirmos manter esta rede, esta interação com os diferentes agentes educativos, iremos trilhar um caminho de sucesso. No plano do ensino profissional, Famalicão já atingiu as metas que estavam previstas, a nível nacional, para 2015? É verdade. Em 2013, atingimos as metas para 2015. É notável, é um sinal claro de que estamos à frente, estamos à frente não porque adivinhámos, mas porque nos preparámos, porque somos responsáveis. Conseguimos perceber o que é que Famalicão precisa e temos ainda uma boa interação com as empresas. Este aspeto é interessantíssimo, porque faz com que a oferta formativa seja muito adequada às necessidades das empresas. Através deste bom espírito e partilha de responsabilidades, conseguiremos elogiada a nível nacional. Quais o gias, é a soma de todos os contri- mais facilmente atingir os nossos aspetos que contribuíram para esse butos de todos os agentes. objetivos. reconhecimento? A Câmara Municipal tem que ser um O Relatório do Conselho Nacional Na prática, não há excesso de facilitador do processo. A autarquia de Educação apresentou perspeti- oferta, nem sobreposição de não deve ter uma opção dirigista, vas pouco animadoras no que res- oferta… deve interagir com os agentes edu- peita ao panorama nacional. Fama- Exatamente, não temos escolas a cativos, fazendo com que eles se licão tem procurado fazer um aniquilar outras escolas. Temos essintam motivados e disponíveis para caminho próprio no capítulo da for- colas a conviver umas com as ouajudar e participar neste processo. A mação… tras, a partilhar ofertas formativas, Rede é, justamente, uma verdadeira Felizmente, os resultados em Fama- para que haja um equilíbrio e, acima plataforma que reúne todas as ener- licão têm sido mais animadores do de tudo, que não haja nenhuma área
onde não exista oferta formativa. A Mostra Pedagógica que decorre no Lago Discount em Ribeirão é exemplo disso? É um claro exemplo disso. São dezenas de estabelecimentos de ensino que estão presentes na iniciativa. Temos na Mostra uma síntese daquilo que se faz em Famalicão. A vocação profissional ou profissionalizante está aqui muito bem marcada e acho que esta Mostra é um sinal claro de que em Famalicão tem havido progressão a nível da oferta formativa. Os famalicenses que frequentam as escolas, os professores e toda a comunidade educativa estão de parabéns pelo sucesso que têm obtido. Em tempos de crise e de desemprego, muitos questionar-se-ão se vale a pena estudar… Vale a pena estudar, o saber não ocupa espaço. Nunca há conhecimento em excesso e se hoje é difícil, imaginemos se não tivéssemos os cidadãos e os jovens preparados como temos. Quanto maior for a preparação, mais fácil é dobrarmos este cabo das tormentas, mais fácil é chegarmos ao sucesso que pretendemos para todos. Qual é o papel da autarquia famalicense na educação para o futuro? Continuar sempre disponível, sempre próxima das escolas, dos agentes educativos, com um enorme sentido de responsabilidade e, acima de tudo, criando condições para que todos os famalicenses, sem qualquer exceção, possam ter acesso ao ensino de qualidade. pub