Cristãos preparam-se para celebrar a festa da Páscoa
Cristo Ressuscitou, aleluia, aleluia! Cristina Azevedo A Páscoa é a festa mais importante do calendário litúrgico, com fortes raízes e tradição no nosso país, sobretudo no Minho, e, é claro, em Famalicão. Os Cristão preparam-se, assim, para celebrar a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, o chamado Tríodo Pascal, que se inicia na Quinta-Feira Santa. Precisamente, na quinta-feira, dia 5, a cidade de Famalicão é palco, pelas 21h30, de um dos prontos altos das celebrações, com a realização da Procissão do Ecce Homo, que evoca o julgamento de Jesus. Antes, na Antiga Igreja Matriz, pelas 18h30, tem ainda lugar o Lava-Pés e missa da Ceia do Senhor. Na Sexta-Feira Santa, feriado nacional, as ruas da cidade recebem a Procissão do Enterro do Senhor, também às 21h30. No sábado à noite, as paróquias do arciprestado celebram a Vigília Pascal. Lembrando a grande noite de vigília do povo hebreu no Egipto, aguardando a hora da libertação (Ex. 12), nela celebram os cristãos a sua própria redenção pelo mistério da Ressureição de Cristo. Em algumas paróquias é usual, após esta celebração, proceder-se à “Queima do Judas”, em que se pega fogo a um boneco, geralmente pendurado numa árvore, que simboliza Judas, o apóstolo que traiu Jesus.
Chega então o Domingo de Páscoa e a festa da ressurreição. A Vista Pascal, costume muito enraizado no Norte de Portugal, acontece em todas as paróquias famalicenses. Um grupo de pessoas, com trajes festivos, o chamado “Compasso”, visita as casas anunciando a ressurreição de Cristo. Para receber o “Compasso” as pessoas fazem tapetes de flores à porta das suas casas e, regra geral, apresentam uma mesa com doces da quadra e outras iguarias. Depois, com a entrada do “Compasso” em cada casa, estabelecese um diálogo celebrativo, que termina com “Cristo Ressuscitou,
Aleluia, Aleluia!”. Por fim, dá-se a Cruz a beijar a todos os presentes. Ressurreição Segundo a Wikipédia, a palavra “Ressurreição” (em latim resurrectione), significa literalmente “levantar; erguer”. Esta palavra é usada com frequência nas Escrituras bíblicas, referindo-se à ressurreição dos mortos. No seio do povo hebreu, a palavra correlata designava diversos fenómenos que eram confundidos na mentalidade da época. O seu significado literal é voltar à vida; assim, o acto de uma pessoa considerada morta viver novamente era chamado ressurreição.
Existe a conotação escatológica adoptada pela igreja católica para esse termo que é a ressurreição dos mortos no dia do juízo final. A ressurreição de Jesus é o evento chave da doutrina cristã e sua teologia. De acordo com o Novo Testamento, Jesus foi crucificado, morreu, foi sepultado num túmulo e ressuscitou três dias mais tarde (João 19:30-31, Marcos 16:1, Marcos 16:6). O Novo Testamento também menciona várias aparições de Jesus ressuscitado em diversas ocasiões aos seus 12 apóstolos e discípulos. A morte e ressurreição de Jesus fazem parte dos fundamentos da Doutrina da Salvação.
Cruzes floridas na cidade A novidade foi lançada o ano passado no programa das celebrações da Semana Santa de Famalicão e repete-se este ano. No passado sábado foram colocadas dez cruzes em vários pontos da cidade que, no Domingo de Páscoa, vão ser embelezadas com flores brancas. Estas cruzes são o símbolo da passagem da morte à vida e foram decoradas com tecidos roxos e lilases por movimentos da paróquia de Santo Adrião. A sua presença na cidade pretende fazer parar as pessoas apressadas que passam e levá-las a interrogar-se “O que faz aqui esta cruz?”. Assim, não estão ali apenas para decorar, mas para interpelar quem passa. Depois, no Domingo de Páscoa, os mesmos movimentos paroquiais vão colocar, em cada uma dessas cruzes, flores brancas, tornandoas, assim, na “cruz florida do compasso pascal”.
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