anos Na passagem do 21º aniversário, o OPINIÃO PÚBLICA lança desafio aos famalicenses
Ideias para o futuro do concelho Cristina Azevedo Estávamos no verão de 1991. O jornal OPINIÃO PÚBLICA saía à estampa pela primeira vez, inovando a forma de se fazer jornalismo em Famalicão. Surgiu um pouco em contraciclo, quando a região entrava num período difícil que ficou conhecido como “a crise do Vale do Ave”, com falências, sobretudo no Têxtil, e aumento do desemprego. De lá para cá, Famalicão cresceu, desenvolveu-se e atingiu o estatuto de cidade média no país. Hoje, a palavra “crise” volta a assombrar os espíritos. Mas, tal como ontem, o OPINIÃO PÚBLICA não se resigna naquilo que é a sua missão, não só de informar, mas também de motivar, de empreender, de contribuir para o desenvolvimento do concelho onde está inserido. Porque essa é a verdadeira missão de serviço público. Como tal, na passagem do nosso 21º aniversário, lançamos o desafio a várias personalidades famalicenses: apresentar ideias para o futuro do concelho. E fomos também à rua, saber o que pensa o famalicense anónimo do futuro da sua terra. Parque da Devesa: um projeto para o futuro Entre as ideias apresentadas, há uma que sobressai e que é comum a muitas das opiniões recolhidas: o Parque da Devesa, ou Parque da Cidade, é um projeto de futuro. A obra, que está em fase de conclusão, é apontada como algo que fica para o futuro, sendo que a maior preocupação é precisamente que os famalicenses saibam usufruir e manter aquele que é considerado “o pulmão da cidade”. E, associadas ao parque, surgem outras ideias que têm como denominador comum o ambiente, desde as energias renováveis, passando pela investigação até a uma nova forma de encarar o espaço público. Os tempos difíceis que o país atravessa e o espectro do desemprego também não são esquecidos. Daí que se apontem caminhos
O Parque da Devesa será inaugurado a 28 de setembro
para um concelho mais humano, solidário, com políticas viradas para as pessoas. Não esquecendo as artes e a cultura. Curiosamente, as infraestruturas básicas são relegadas para segundo plano, o que poderá significar que, a este nível, os famalicenses estão satisfeitos. Até no inquérito de rua que o OP apre-
senta nesta edição especial, o que mais se pede é um novo hotel e cinema… o cinema que a cidade já teve e que perdeu, apesar das propostas que o Cineclube leva semanalmente à Casa das Artes. Significa isso que Famalicão está em condições de pensar o seu futuro a outro nível? O debate está lançado…
Partilhar para um futuro melhor! João Fernandes, Diretor Jornal Opinião Pública O homem fica na história por aquilo que partilha ao longo da sua vida. Não só pelos seus bens materiais, mas fundamentalmente pelos bens não materiais, onde se destaca a partilha do saber e, por inerência, a experiência de vida. Curiosamente, a experiência de vida na nossa cultura – refiro-me a Portugal e à maioria dos países europeus – é muitas vezes relegada para segundo plano, como se demonstra pela dificuldade que as pessoas, a partir de uma determinada idade, mesmo com muita experiência em determinadas áreas, têm em arranjar emprego. Acredito que é na partilha do conhecimento e, essencialmente, no saber fazer que está a força da mudança e a construção dum futuro melhor. E, aqui, saliento mais a partilha do conhecimento prático no interior das organizações entre os seus recursos humanos e técnicos, que no fundo não é mais que aliar e consubstanciar na prática o saber adquirido, mais teórico, desde a escola primária até à universidade. Há dias li um estudo onde se referia que as empresas familiares são as que têm maior longevidade. Talvez, precisamente, por isso, neste tipo de organizações seja mais fácil partilhar, porque existem laços de sangue. Não tenho dúvidas que as organizações que obtiverem melhor resultado da partilha do saber fazer e do conhecimento, entre os seus colaboradores, estarão muito melhores preparadas para atingir os seus objetivos e, por conseguinte, enfrentarem as adversidades no presente e no futuro, independentemente da atividade que exerçam, da sua dimensão, localização ou do seu mercado. E para isso são precisos apenas pequenos passos, que começam por mim e por si, não dependem de grandes ideias nem dos outros. Este é um trabalho que é feito no dia-a-dia, depende só
de nós, não precisamos de estar à espera que os outros o façam, assim como não devemos estar à espera que o governo ou outras instituições nos resolvam os problemas. Mas, quanto a isto, temos legitimidade para pedir que não compliquem, que simplifiquem e que partilhem de forma equitativa o que têm e o que não têm, principalmente nesta época de crise em que quase toda a gente perdeu e esperança. De resto, se pensarmos bem, o nosso trabalho não é mais do que a partilha convosco, da informação, do conhecimento e do debate de ideias. E é neste âmbito e com o intuito de podermos, de alguma forma, contribuir para inverter a atual situação de crise, que, como já referi, criou um desânimo geral na população, em que o debate de ideias escasseia e não se vê um rumo nem timoneiros para dar a volta a esta situação, que nesta edição o Jornal Opinião Pública, ao comemorar o seu 21º aniversário, dedica um especial à temática “Ideias para o Futuro”. Para isso convidamos várias personalidades com um papel ativo ou de relevo na sociedade e inquirimos cidadãos comuns a PARTILHAR connosco e com os leitores ideias para o futuro, esperando, deste modo, contribuir através da partilha de ideias e conhecimentos para um futuro melhor, que conduzam a alterar a atual conjuntura e repor a esperança e a confiança. Por último, na passagem de mais um aniversário do OP quero agradecer a todos os funcionários que demonstraram o seu empenho no dia-a-dia e que partilham a sua experiência e o seu conhecimento com os seus colegas; a todos os colaboradores, leitores e, de forma muito especial, a todos os clientes que ao longo destes anos partilharam e depositaram a sua confiança nos nossos serviços. O meu muito obrigado a todos e não se esqueçam de partilhar para um futuro melhor! pub