Materiais de Construção é o tema deste OPINIÃO ESPECIAL. Fique a saber quais as expectativas para o sector e também os melhores conselhos e vantagens dos diferentes tipos de materiais.
José de Matos, secretário-geral da APCMC, em entrevista
“A reabilitação e renovação irão expandir-se” O OPINIÃO ESPECIAL falou com José de Matos, secretário-geral Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção que afirma que nos últimos seis anos houve uma redução superior a 60% no número de fogos construídos. No futuro, acredita-se que a reabilitação e renovação irão certamente expandir-se, como aconteceu noutros países da Europa. Sofifiaa Abreu Silva OPINIÃO ESPECIAL: Para quem desconhece, quais são os objectivos da vossa associação? A Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC) é a entidade que representa legalmente, no nosso país, o sector do comércio de materiais de construção. Deste modo, visa defender os interesses e as legítimas aspirações dos seus associados, constituindo-se num interlocutor privilegiado com os organismos e com os agentes, públicos ou privados, que, de forma directa ou indirecta, mantêm relações com o sector nas mais diversas esferas (económica, social, política, e institucional). Com mais de 50 anos de existência, a APCMC tem vindo a reforçar e a alargar progressivamente os níveis de intervenção e de apoio aos associados. De facto, tem sido uma preocupação permanente dar resposta de uma forma eficiente às mais diversas solicitações que lhe são dirigidas.
Quantos associados possui a vossa associação? Quantos do distrito e de Famalicão? Actualmente contamos com cerca de 450 associados, dos quais 31 estão situados no distrito de Braga. Especificamente, 14 localizam-se na cidade de Braga e cinco em Famalicão. Como é que a associação vê o sector da construção que implica, obviamente, os materiais de construção? Há uma preocupação ou o futuro é visto com serenidade? O sector da construção vive uma crise desde 2001, que se caracteriza pela redução sistemática e progressiva da actividade, particularmente de edifícios novos para habitação. Neste contexto, convém salientar que a zona Norte do país tem sido a região mais afectada. Em termos nacionais, nos últimos seis anos assistiu-se a uma redução superior a 60% no número de fogos construídos para a habitação. No futuro considero que o volume de construção de fogos destinados à habitação deverá estabilizar. Agora, fruto do desenvolvimento económico perspec-
tivado para o ano de 2009, acompanhado da melhoria da situação financeira das famílias portuguesas, existem duas áreas, reabilitação e renovação, que certamente se vão expandir, à semelhança do que se verificou noutros países da Europa. Que tipo de princípios incutem nos vossos associados? A APCMC preocupa-se, especialmente, em sensibilizar os associados para as questões relativas à qualidade dos materiais, à organização das empresas e à formação profissional dos colaboradores. De facto, a prestação de um serviço de qualidade, que contemple a divulgação de informação técnica, o aconselhamento para a implementação das melhores soluções nas casas e o acompanhamento pós-venda, é fundamental para que as empresas triunfem num mercado cada vez mais competitivo. Fala-se muito nos materiais recicláveis e mais 'verdes'. Há de facto essa preocupação por parte dos comerciantes de materiais de construção em privilegiar esse tipo de materiais?
O sector da construção vive uma crise desde 2001, que se caracteriza pela redução sistemática e progressiva da actividade, particularmente de edifícios novos para habitação. Neste contexto, convém salientar que a zona Norte do país tem sido a região mais afectada.
Em termos legais, os comerciantes de materiais de construção seleccionam produtos que cumprem os requisitos definidos em matéria ambiental e, inclusivamente, no que concerne à reciclagem. Mas esta tendência é também partilhada pelos outros agentes de mercado, ou seja, os próprios consumidores começam a estar sensibilizados para esta questão. Assim, compete aos comerciantes fornecerem informação técnica sobre os produtos, promovendo, neste contexto, aqueles cujas
características os torna mais “amigos do ambiente”. Quais as vossas prioridades para o futuro? Pretendemos apostar claramente na formação e na organização das empresas. Além disso, a APCMC propõe-se apoiar os seus associados a desenvolver novos serviços e a estabelecer novas parcerias para fornecer soluções que promovam a melhoria as condições da habitação e a eficiência energética.