O Perú Molhado

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Filhos é o que não me faltam

Feliz Dias dos Pães* Por Sandro Peixoto

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nomenclatura de ‘mãe’ nasceu bem antes que a de pai. O grunhido que evoluiu para a denominação conhecida e idolatrada mundo afora, nasceu antes por uma simples questão cultural. No início, quando ainda vivíamos em bandos no meio do mato, sem casamento, sem moradia fixa e sem qualquer traço de civilidade, a fecundação não estava associada ao macho. Os machos as atacava por trás e iam embora. Na maioria das vezes, nem dava para ver a cara do safado. As fêmeas engravidavam e pariam sozinhas. Como acontece até hoje com os leoas que vivem soltas nas savanas africanas, por exemplo. Os filhos têm apenas mãe. Pai não. Porém, mãe não é apenas quem gera. Quem dá a luz. Quem carrega no ventre. É depois que o filho nasce que se vê quem realmente é mãe. Ou quem apenas pariu. Quem apenas trouxe ao mundo. Algumas mães jogam os filhos no lixo após o parto. A maioria no entanto, cuida dos filhos até a velhice como se todos fossem eternas crianças. Mãe pode ser sinônimo de muitas coisas. A defesa do Botafogo no último jogo, por exemplo, ‘foi uma mãe’ para o ataque do Fluminense. A prefeitura de Búzios é outro exemplo de boa mãe. Alimenta um monte de filhos bastardos e nada cobra deles. Principalmente os empreiteiros que recebem atenção especial sempre. A preferência por alguns filhos andou gerando um pouco de inveja entre a prole. Mas como mamãe prefeitura tem tetas fartas, no final distribui leites e bifinhos para todos e todos calam a boca. Já a Prolagos, a Ampla, a Salineira e todas as companhias telefônicas são madrastas. Não demonstram o menor carinho, a menor atenção com seus filhos. Nem mesmo para aqueles que se comportam bem. A Ampla é a mais dura de todos. Deixa os filhos na mão justamente nos momentos em que mais precisam dela. A Prolagos por sua vez, cobra caro para matar a sede dos filhos e ainda por cima, suja tudo com seus rios de esgotos pelas praias. Eu sei o que é ser mãe. Sou pai e mãe do meu filho, que hoje tem 16 anos. Alguém pode até dizer que não estou dando criação certa a ele. Que deveria agir de outra maneira, etc e tal. Mas tento de todas as maneiras (e do meu jeito) fazer a coisa certa. Jamais ocuparei o espaço de sua verdadeira mãe. Nunca quis. Ao contrário. faço de tudo para que ele à ame e tenha por ela carinho e respeito. E que a distância não os separe. Afinal mãe existe apenas uma e por mais que eu me esforce, jamais poderia substituí-la. Neste Dia das Mães, quero mandar um abraço a todos os homens que criam sozinho seus filhos como se fosse uma mãe. * corruptela de pai e mãe.

18 de maio de 2012 – O Perú Molhado

Por Alessandra da Cruz

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m não é pouco, dois não é bom e três não é demais. Depois de estender a quantidade de filhos me dei conta de que não me encaixava mais no dito popular que diz que “um é pouco, dois é bom e três é demais” Quando iniciei a minha vida de mãe, achava que parir um, seria o suficiente para me realizar como Mãe, mas acabei me dando conta que meu coração e meu desejo não se realizavam em apenas um. E segui a engravidar por mais duas vezes. Na terceira gestação, a minha ginecologista me sugeriu ligar as trompas, como não entendi a mensagem e nem pensava como hoje, aceitei a sugestão e encerrei por ali. Como se deixasse adormecer a mãezona que existia dentro de mim, sem me dar conta de quanto seria infeliz se não tivesse mais filhos. Mas não sabia que iria conhecer e mais apaixonar pelo o Perú Molhado, e ai percebi que não deveria ter

ligado as trompas. E uma grande luta para reverter começou na minha vida, descobrir que ainda me faltam muitos filhos e decidi não parar mais, a cada semana queria parir, colocar pra fora, ver o rostinho, sentir o coração bater, ver o quanto é parecido comigo, ou com o pai , o quanto é frágil, o quanto é dependente, mas o que mais me fascina é a dor do parto, a certeza de que ela vai passar e logo terá a possibilidade de ter em minhas mãos um ser. Mas o melhor, e o que me realiza e me da prazer, é engravidar na sexta e quando chegar na outra sexta- feira parir mais um filho, sei que nem todos eram loiros de olhos azuis, tipo bebê Johnsons, mas a verdade que filhos para as mães são sempre lindos e perfeitos . Assim, venho satisfazendo o meu desejo de ser mãe e me realizando a cada semana, a cada edição do Perú que nasce é uma alegria única, é a realização de um amor fecundado com muito carinho. E percebi que no meu coração cabem muitos filhos.

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