Capas dos livros a máquina de fazer espanhóis e O filho de mil homens. Foto do autor.
O projeto gráfico de a máquina de fazer espanhóis causa, num primeiro momento, uma reação de estranheza por quebrar diversos “cânones” da editoração. Em primeiro lugar, por um recurso utilizado pelo próprio autor, de escrever absolutamente tudo caixa baixa, com a intenção de que nenhum substantivo (ou personagem) receba mais destaque que o outro. Em segundo, pela opção do designer de manter o alinhamento à esquerda, não justificado.3 A mancha de texto é deslocada para as extremidades da página, de modo que, com o livro aberto, temos a impressão de que o texto se afasta do centro e das margens inferiores, ocupando um escasso espaço dentro das margens externas e superiores (0,5cm e 1cm, respectivamente). Tal disposição causa de início um certo incômodo, por rejeitar todas as regras “clássicas” de diagramação de livros, mas funciona para o formato do volume, mais comprido, gerando maior quantidade de texto vertical. 3. Salienta-se que o recurso das palavras em caixa baixa não foi utilizado pelo autor em O filho de mil homens e nas obras subsequentes do autor.
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