Revista Viajante Ed. 19 - Dezembro de 2016

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Revista Marcopolo

Edição 19 Dezembro 2016

Gestão e foco no mercado, processos e pessoas

Entrevista O transporte de passageiros não para de evoluir

Mobilidade Sustentável O cuidado com o meio ambiente

Reconhecimento Marcopolo conquista prêmio de inovação


Paradiso 1800DD

C on fort o e Sof is t ic a ção Desenvolvido para oferecer os mais elevados padrões de segurança e comodidade, o Paradiso 1800 DD é resultado da soma de sofisticação, amplo espaço interno e tecnologia. O modelo, que passa a ser oferecido com 15 metros de comprimento, pode ainda ser configurado para duas classes de serviços.

Cinto de segurança salva vidas.

Imagens meramente ilustrativas. Consulte o representante de sua região para saber mais sobre os modelos e suas configurações www.marcopolo.com.br - nas redes sociais: OnibusMarcopolo



EXPEDIENTE

Ao leitor

Mais um ano de aprendizagem

Coordenação Geral Departamento Comercial e Marketing Produção e edição de textos Secco Consultoria de Comunicação Sabrina Leme MTB-RS 15062 Projeto Gráfico Setor de Comunicação Impressão Cromo Gráfica e Editora Edição Digital www.marcopolo.com.br

Erramos: “Diferentemente do informado na página 45 da edição n° 18, a empresa Movil Tours fica no Peru e não no Chile.”

Proibida a reprodução sem autorização prévia e expressa. Todos os direitos reservados. Imagens meramente ilustrativas e configurações de produto podem sofrer alterações sem aviso prévio.

O nosso foco sempre é o cliente, a sua satisfação e a superação no atendimento às suas necessidades e desejos. Neste sentido, sabíamos que 2016 seria outro ano difícil, mas desconhecíamos que seria o pior ano da indústria brasileira de ônibus até então. Quem poderia imaginar que o mercado cairia mais 30% em relação a 2015 (quase 75% em três anos)? A tão esperada renovação de frota, tanto no segmento urbano quanto no rodoviário, não aconteceu, o que nos levou a uma grande dose de sacrifício, muito trabalho, empenho mais que redobrado e ainda mais otimismo e esperança. A boa notícia é que “ganhamos” mais um ano de aprendizagem e preparação. Aprendemos que por pior que o cenário seja, não adianta reclamar porque ele pode piorar. Mas também não há recessão que dure para sempre. Neste sentido, dedicamos muito tempo e energia para estar preparados para a retomada do mercado. Porque ele vai voltar. E esperamos que melhor. Aproveitamos o ano para estreitar muito o relacionamento com os nossos parceiros. Rodamos todo o Brasil para ouvir os operadores de transporte e colher opiniões e informações com o objetivo de aprimorar ainda mais os nossos produtos. Trabalhamos novas formas para poder atender as necessidades de mercado, inclusive no aspecto comercial. Com o mercado brasileiro parado, fomos buscar o equilíbrio no exterior para nos manter competitivos como fabricantes. Trabalhamos muito forte novos mercados e consolidamos os tradicionais, de onde vieram os pedidos que man-

Paulo Corso Diretor de operações comerciais e marketing

tiveram as linhas brasileiras em patamares mínimos de eficiência e atividade e, consequentemente, ajudaram a retardar a correção nos preços, reflexo do aumento de custos inerentes da menor demanda. Ao mesmo tempo, nos empenhamos muito na elevação da nossa competitividade e do nosso padrão de qualidade. Disseminamos a cultura “Lean” e, do “chão de fábrica” ao administrativo, envolvemos os colaboradores em treinamentos e atividades que eliminam desperdícios e agregam valor ao cliente. Enfim, aproveitamos da melhor maneira possível um ano duro e sacrificado, e estamos prontos para, como já fizemos antes, apresentar novidades nos nossos produtos. É com espírito forte e renovado que desejo um 2017 muito diferente e promissor e que ao final dele possamos comemorar, juntamente com nossos clientes, parceiros e amigos, um ano de retomada, crescimento e fortalecimento da indústria brasileira do ônibus. Feliz Natal e Ano verdadeiramente Novo. Boa leitura!


Dezembro de 2016

24 Capa

Julio Soares

Gestão e foco no mercado, processos e pessoas

06 Rota das Notícias Transportando os artistas brasileiros Paulo Bellini é homenageado em San Benedetto Po, na Itália Exclusividade para o México

20 Inovação 30 Reconhecimentos 32 Especial 36 Sustentabilidade

MegaVenda no Chile

14 Panorama

42 Guia do Viajante República Dominicana

Hugo Fleck O transporte de passageiros não para de evoluir

48 Cliente

Eduardo Tude Preparados para enfrentar os desafios do transporte

49 Representante

19 Artigo

50 Visitas

Philipp Schiemer Conectividade e intermodalidade determinarão o futuro da indústria

Oltursa

Megabus

54 Memória


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Brasil

Transportando os artistas brasileiros Com veículos diferenciados e sofisticados, Catedral se especializa no transporte exclusivo de artistas Nos últimos anos, um segmento que cresceu muito no Brasil foi o de ônibus especiais para o transporte de artistas, sobretudo músicos em suas turnês nacionais. Para tornar o desgastante programa mais agradável, as estrelas e suas equipes passaram a utilizar os sofisticados veículos de dois andares (Double Deckers) ou Low Driver (com maior espaço e conforto).

De olho neste filão, os empresários Clayton Freitas Vidal e Mayra Kawaguchi, passaram a oferecer um serviço diferenciado de locação. Ao invés de adquirir os ônibus, os artistas passaram a contratar a empresa, que cuida de tudo, desde a pintura exclusiva até a manutenção, assistência técnica e inclusive o fornecimento de motoristas especializados. A experiência

foi muito bem-sucedida e hoje a Catedral é líder neste serviço e possui frota com mais de 20 ônibus de dois andares, além dos sofisticados Low Driver para as principais linhas interestaduais. Somente no último ano, a Catedral renovou sua frota com cerca de 10 Paradiso 1800 DD e 22 Paradiso 1600 LD, além de outras unidades do urbano Torino. Até o final de 2016, a operadora colocará em utilização 11 novas unidades (9 LD e 2 DD), o que faz com que seja reconhecida por possuir uma das frotas mais jovens do mercado. Fundada em 1985, a Catedral Turismo inicialmente transportava feirantes de Brasília que iam à São Paulo realizar compras. Com o passar dos anos, a empresa começou a oferecer também viagens para as cidades de Petrópolis, Belo Horizonte e Goiânia. Com sede em Brasília, a empresa oferece hoje, além do transporte intermunicipal e interestadual, city tours em ônibus Double Deckers e serviços de fretamento. No transporte intermunicipal e interestadual, as principais rotas oferecidas são São Paulo/Natal, Goiânia/ Palmas, Goiânia/Brasília, Goiânia/ Gurupi e Goiânia/Correntina, e as principais rodoviárias são a de Goiânia e a de Brasília. O serviço de fretamento pode ser utilizado nas mais variadas siGelson Melo da Costa tuações como excursões, traslados, deslocamentos especiais em virtude de festividades, competições esportivas e viagens. A empresa também possui em sua frota modelos como micro-ônibus convencional e com total acessibilidade, ônibus executivo semileito, com 46 lugares, ar-condicionado e toalete, e ônibus Double Decker, com poltronas leito no piso inferior e semileito, no piso superior.

Sightseeing Outra inovação da Catedral é o serviço de sightseeing em Brasília, com passeio de aproximadamente 2 horas

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pelos principais pontos turísticos da cidade, em ônibus de dois andares e próprios para o turismo.


Brasil

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Calendário 2017

Concurso elege as fotos Admiradores dos produtos Marcopolo, fotógrafos profissionais e amadores tanto do Brasil quanto do exterior foram convidados pelo Concurso Cultural #PartiuFoto a mostrar o seu talento para produzir as fotografias que ilustrarão as páginas do Calendário 2017 da empresa. “Recebemos com frequência fotografias de ônibus Marcopolo feitas por admiradores da

marca ou por fotógrafos contratados pelos nossos clientes. O concurso foi uma forma que encontramos para valorizar o talento de cada fotógrafo e a admiração que as pessoas têm pela marca Marcopolo”, explica o diretor de operações comerciais e marketing, Paulo Corso. Para escolher entre as mais de 800 fotos recebidas via formulário disponível na Fan Page da empresa

no Facebook, uma Comissão Julgadora avaliou critérios como originalidade, criatividade, cenário e exposição do ônibus. “Além das selecionadas para o Calendário, as imagens enviadas poderão ser utilizadas em outros materiais de divulgação com catálogos e anúncios. Assim, ampliamos o número de fotógrafos prestigiados”, acrescenta Corso.

Vencedores: Diego Alcaron | Diogo de Carvalho Silva | Douglas Alvim | Euripedes Simões de Paula Júnior | Guilherme Machado Goldman | Jonatha Thomé | Lucas Lima Ferreira | Marcelo Borges de Oliveira Richard Wagner Caputo Neves | Roberto L. C. Freitas | Ronaldo dos Santos | Victor Hugo Cortes

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Brasil

Viale BRT com 15m e 3º eixo-direcional A Canasvieiras Transportes que integra o Consórcio Fênix, de Florianópolis, Santa Catarina, adquiriu seis ônibus do modelo Viale BRT com chassi Scania K 310 B 6X2 com 3º eixo-direcional para elevar a qualidade do transporte coletivo nas regiões metropolitana e norte de Florianópolis. Essa é a primeira compra de unidades do ônibus Viale BRT com 15 metros realizada pela empresa. “A Canasvieiras busca sempre novas soluções para privilegiar seus passageiros. O ônibus de 15 metros de comprimento e motor traseiro amplia o espaço e o conforto oferecido às pessoas”, revela Paulo Corso, diretor de operações e marketing da Marcopolo. Com capacidade para 49 passageiros sentados e 50 em pé, o modelo conta com sistema City Vent, com

aparelhos que forçam a ventilação e a recirculação de ar no interior dos veículos, sem ar-condicionado. Por sua configuração, o Viale BRT com 15 metros e 3° eixo-direcional,

facilita as manobras e curvas em vias estreitas, é uma alternativa que oferece mobilidade com menor custo operacional, principalmente em horários de pico.

Douglas de Souza Melo


Brasil

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Identidade e frota renovada A Viação Jequié Cidade Sol, de Itabuna, na Bahia, incorporou à sua frota 12 unidades do modelo Paradiso 1350 e oito do Paradiso 1200. Os 20 veículos, produzidos com nova identidade visual, serão utilizados em rotas intermunicipais, interestaduais e em serviços de fretamento e turismo. Os ônibus Paradiso 1350 têm capacidade para transportar 42 passageiros. Já o Paradiso 1200, com chassi Mercedes-Benz O 500 RSD, tem capacidade para transportar 46 passageiros. Todos os veículos contam ainda com em poltronas Semileito 1060 com descansa-pernas, sistema multiplex, sanitário, cinto de segurança retrátil, tomadas com entrada USB, sistema de ar-condicionado, câmeras de monitoramentos, aparelhos de CD Player com MP3, DVD e Wi-Fi. Já nas linhas rodoviárias de São Paulo e do Sul de Minas Gerais, quem apresenta identidade

Douglas de Souza Melo

visual e frota renovada é a Viação Santa Cruz, que adquiriu dez novos ônibus Paradiso 1050 com 13m encarroçados sobre chassi Scania. Os veículos, que têm capacidade para transportar 46 passageiros em poltronas Se-

mileito 1060 com descansa pés e entradas USB, possuem nova pintura que deixa de ser prateada para ser predominantemente vermelha. O objetivo da mudança é passar a imagem de renovação e modernização da empresa.

Douglas de Souza Melo

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Mundo

Paulo Bellini é homenageado em San Benedetto Po, na Itália No início de outubro, o presidente emérito e um dos fundadores da Marcopolo, Paulo Bellini, foi proclamado pelo prefeito da cidade Roberto Lasagna, cidadão honorário de San Benedetto Po, localizada na Itália. Neto do sambenedettino Giuseppe Maria Bellini, que emigrou para o Brasil em 1895, Bellini destacou que “Meu espírito italiano sente a alegria da vida e valores que eu tenho e herdei de meu avô e meu pai”. Para o prefeito Roberto Lasagna, a atribuição da cidadania honorária é verdadeiro testemunho e grande honra de toda a comunidade sambenedettina em ter entre os seus membros uma pessoa exemplar para competências humanas e empresariais. “O trabalho duro e a valorização dos recursos humanos que têm caracterizado a vida de Paulo Bellini é exemplo e garantia de sucesso e crescimento em todos os setores”. Paulo Bellini não escondeu a sua emoção quando recebeu a homenagem. Expressou a alegria de ser acolhido no país onde nem o avô nem o seu pai puderam retornar. “Meu espírito italiano é expresso tanto na alegria da vida, como ouvir boa música, desfrutar de boa comida, estar com os amigos, quanto na fidelidade aos valores e princípios sólidos que norteara meu avô e meu pai. Por isso, o reconhecimento também vai para eles”, enfatizou.

Viaggio 900 no Paraguai Destinado ao segmento de turismo e fretamento intermunicipal, o modelo Viaggio 900 foi lançado no Paraguai. Os primeiros veículos no país são destinados ao transporte da polícia de elite paraguaia. Segundo Paulo Corso, diretor de operações comerciais e marketing da Marcopolo, o Paraguai vem, a cada ano, ampliando o uso de ônibus, tanto no segmento rodoviário como urbano. “O mercado paraguaio tem se destacado dentre os países da América do Sul e a presença da Marcopolo também tem crescido”, explica o executivo. O veículo tem capacidade para transportar 44 passageiros em poltronas Executiva Soft 1060 que possuem viscoelástico na região da cabeça e do

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Divulgação Gazzetta di Mantova

pescoço, além de apoios de braço mais largos e macios. Internamente, o veículo conta com luzes de leitura em LED e saídas individuais de ventilação, três monitores de 15,4” e sistema DVD, bar com geladeira e cafeteira, Wi-Fi e sanitário.

Divulgação Cipar


Mundo

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Exclusividade para o México A Marcopolo e a Polomex, sua operação para produção de ônibus no México, estão concluindo o desenvolvimento do novo modelo Marcopolo MP 180 MX, exclusivo para o mercado mexicano. O modelo rodoviário de dois andares será fornecido inicialmente para o Grupo IAMSA - Investidores Mexicanos Autotransportes S.A e apresenta inovações que oferecem alto padrão de conforto, segurança e ergonomia. Serão fornecidas 110 unidades que integrarão as frotas das empresas ETN e La Línea, integrantes do Grupo IAMSA, utilizadas nas linhas da Cidade do México, Guadalajara, Queretaro e litoral. Os veículos são produzidos na unidade da Marcopolo de Ana Rech, em Caxias do Sul, e exportados para a Polomex, que finaliza a montagem interna e faz a entrega ao cliente. Segundo Paulo Andrade, diretor-geral da Polomex, o negócio representa a quebra de diversos paradigmas em relação ao padrão de qualidade e sofisticação dos ônibus produzidos no continente americano em relação à Europa. “Foram necessários muitos meses para definir a configuração e os equipamentos a serem utilizados, o que demandou um trabalho de parceria muito estreito entre a Marcopolo no Brasil, a Polomex, MAN e o Grupo IAMSA. O projeto é completamente novo e possui diferenciais tecnológicos importantes”, enfatiza o executivo. “As grandes mudanças e inovações estão no interior do novo ônibus, que contam com novos equipamentos e soluções inéditas”, destaca Paulo Andrade. O foco é a sofisticação e o elevado padrão de conforto e segurança. Possui novos sistema de ar-condicionado, mais eficiente e silencioso,

sistema inédito para saída de emergência com escada embutida na lateral do veículo, porta-pacotes fechados, janelas do piso inferior mais amplas e panorâmicas, para-brisa colado e camarote para motorista auxiliar mais amplo. “As inovações não se restringem ao interior. Também desenvolvemos um novo sistema para retirada do conjunto roda/pneu estepe, com sistema a pistão, acionamento das portas dos bagageiros externos com sistema eletropneumático para abertura e ampliamos o bagageiro principal na parte traseira, com acesso mais fácil e ergonômico”, salienta Paulo Andrade.

Douglas de Souza Melo

Novidade na América Central A Guatemala é o primeiro país da América Central a contar com o modelo Viale BRT Biarticulado para o transporte coletivo de passageiros. Foram entregues três unidades, cada uma com capacidade para transportar 260 passageiros. Os veículos serão utilizados no Sistema TransMetro, que já tem em sua frota mais de 60 articulados Marcopolo na Cidade da Guatemala.

Douglas de Souza Melo

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Mundo

Sudacam inaugura novas instalações Representante da Marcopolo no Equador, a Sudamericana de Buses y Camiones – Sudacam inaugurou sua nova sede em Quito. Em 540m² de área construída, a Sudacam conta com uma equipe técnica qualificada, completa infraestrutura de pós-venda e serviços de assistência técnica, amplo estoque de peças de reposição para atender de forma eficiente as necessidades de todos clientes. “A mudança para o novo espaço reforça a postura que adotamos de ser um aliado estratégico de nossos clientes, além de bus-

car melhores opções de financiamento e ajudá-los a configurar o produto de acordo com seu foco de atuação, otimizando assim o investimento”, comenta Santiago Reyes, diretor da Sudacam, acrescentando que os operadores têm investido muito em qualidade, sofisticação e segurança, com a aquisição de modelos mais luxuosos para as rotas interprovinciais e internacionais. O evento de inauguração contou com a presença de clientes, representantes de montadoras, bancos, representantes da em-

baixada brasileira no Equador e da equipe comercial da Marcopolo. “Nos últimos anos, o Equador vem se consolidando como um grande mercado consumidor de ônibus rodoviários. E o apoio da Sudacam tem sido fundamental para o fortalecimento de nossa marca”, destaca Paulo Corso, diretor de operações comerciais e marketing da Marcopolo, acrescentando que nos últimos meses, foram fornecidos mais de 30 novos ônibus rodoviários para algumas das principais operadoras de transporte do país.

Divulgação Sudacam Oscar Romero, Javier Chavez, Santiago Reyes Liut, Santiago Reyes Alvear, Paulo Corso e Juan Borrero celebram a parceria entre Sudacam e Marcopolo em evento de inauguração

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Mundo

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MegaVenda no Chile O Centro de Eventos Sur Activo, em Concepción, no Chile, foi o local escolhido pela Epysa Club para promover a MegaVenda do Transporte. A tradicional feira reuniu mais de 60 expositores de veículos, implementos e tecnologia voltados para o transporte rodoviário de passageiros e carga. Preços especiais de venda e condições diferenciadas de financiamento deram impulso para as empresas operadoras de transporte do sul do país investir em renovação de frota. Em dois dias de feira, mais de 20 ônibus Marcopolo foram vendidos. “Concretizamos negócios que não estavam em nossas projeções, fato que, sem dúvida, ratifica a importância de promover esse tipo de encontro que reúne toda a cadeia indústria do transporte. Percebemos que os clientes estavam animados, o que é extremamente importante para revitalizar a força do segmento”, avalia Matias Castro, gerente-geral da Epysa Buses, representante da Marcopolo no Chile.

Divulgação Epysa

Qualificação Operação e manutenção elétrica e mecânica de carrocerias rodoviárias foi o foco do treinamento do qual participaram integrantes das empresas Ahumada, Epysa, Servibus e VTS, do Chile, Megabus, do Panamá, Quirquincho, Flota Copacabana, Orion e Trans Cotoca, da Bolívia, Litegua e Coadaca Guatemala, da Guatemala, Expresso Paraguay, N.S.A. Paraguay e Empresa de Transporte Padre

Fidel Maíz, do Paraguai, Metalpar, da Argentina, e Mega Bus, do Peru. Durante quatro dias, os 21 participantes estiveram no Centro de Treinamento da Marcopolo para acompanhar o processo de produção dos veículos e receber informações sobre o funcionamento dos sistemas multiplex, de áudio e vídeo, sanitário, elétrico e pneumático.

Douglas de Souza Melo Douglas de Souza Melo

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PANORAMA

Gestão e Liderança

Hugo Fleck Presidente da Associação Rio-Grandense de Transporte Intermunicipal

O transporte de passageiros não para de evoluir Hugo Eugênio Fleck é um dos mais destacados empresários do setor brasileiro de transporte rodoviário. Presidente da Viação Ouro e Prata, o executivo também preside a RTI - Associação Rio-Grandense de Transporte Intermunicipal e trabalha incansavelmente para a elevação constante do ônibus como um dos modais mais eficientes e seguros para o transporte de pessoas.

Divulgação RTI

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Revista Viajante – As empresas e operadores de transporte do Rio Grande do Sul têm uma das frotas mais novas e modernas do Brasil. Quais as ações e o papel da RTI para incentivar e garantir que o elevado padrão de qualidade seja mantido entre os associados? Hugo Fleck – Entre as ações do Planejamento Estratégico, uma é conscientizar os associados sobre a importância de manter uma frota nova, com veículos dotados das melhores tecnologias embarcadas, sempre no interesse de satisfazer e fidelizar seus usuários. Além disso, frota nova significa contribuição para a melhoria da qualidade de vida nas estradas, com menos veículos circulando, e na atmosfera com menor emissão de gases poluentes. Afinal, a missão da RTI, explicitada no planejamento estratégico, é facilitar o deslocamento das pessoas por ônibus, com segurança, conforto, agilidade e preservação ambiental. Viajante – Na última década houve uma modernização e profissionalização muito grande dos operadores de transporte, com maciços investimentos. A gestão se transformou e o grande beneficiado é o passageiro. Qual o balanço que o Sr. faz de todo esse desenvolvimento? Hugo – Esse desenvolvimento é resultado da conscientização dos empresários de que o ambiente competitivo e a perenidade dos empreendimentos necessitava de novo enfoque. É importante considerar que em geral as empresas de transporte de passageiros surgiram como empreendimento familiar, com alcance limitado no tempo e na área de cobertura. Para que o serviço crescesse, houve necessidade de profissionalização, vultosos investimentos em frota e pessoal, sempre visando satisfazer o passageiro. Esse desenvolvimento em planejamento, foco e equipamentos consolidou a imagem de que hoje o transporte é um dos melhores e mais responsáveis serviços do país. Viajante – Em contraste com toda essa evolução, desde 2014 o setor brasileiro de ônibus passa por um momento bastante delicado. Qual a sua expectativa para 2017 e os próximos anos?

Hugo – Como qualquer outro setor de atividade econômica e principalmente de prestação de serviço, o transporte de passageiros foi fortemente atingido pela crise que o País ainda atravessa. A queda no número de passageiros tem sido constante, mas já é possível criar a expectativa de reversão desse quadro. Assim, a possibilidade de crescimento do setor depende da estabilidade econômica, da geração de empregos e da superação pela sociedade, da sensação de dificuldade e de crise. Viajante – Apesar dessa realidade, as empresas associadas à RTI mantiveram seus investimentos na renovação de frota, treinamento e formação. Essa estratégia e os investimentos serão mantidos de maneira geral? Hugo – A realidade da situação econômica do País não nos permite manter os níveis de renovação dos últimos cinco anos. Não só a redução dos passageiros

Crescimento do setor depende da estabilidade econômica. pagantes, mas o aumento exorbitante das taxas de juros impedem investimentos em nova frota. Hoje, todos os esforços são no sentido da segurança e manutenção, mantendo a qualidade do serviço e só adquirindo novos equipamentos de forma restrita, diferentemente do que era feito em passado recente. Viajante – A queda de renda do brasileiro nos dois últimos anos reduziu o número de passageiros transportados nas viagens intermunicipais? Como a RTI atua para estimular, cada vez mais, a utilização do ônibus para o transporte rodoviário de curtas e médias distâncias? Hugo – É visível a redução do número de passageiros em função da crise econômica. Para estimular a utilização do ônibus, semanalmente a RTI reúne seus

associados para troca de experiência e busca de novas alternativas. Em termos de conforto, os passageiros dispõem de ar-condicionado, conexões de internet, dispositivos para carregar bateria do celular e, em muitas linhas que saem do interior do estado para Porto Alegre, a extensão até o aeroporto Salgado Filho. Também são oferecidas facilidades para aquisição de passagens pela internet, pagamento com cartão de crédito e variedade de modalidade de viagens, como executivo, leito e leito-cama. Importante também a presença da RTI na mídia, com campanhas mostrando os benefícios do transporte coletivo em relação ao individual. Viajante – Como a RTI vê o comportamento do passageiro, quer seja para fins de turismo ou negócios, em relação à utilização do avião? Houve maior uso do ônibus para as viagens dentro do estado? Hugo – São dois modais diferentes tanto na frequência como na tarifa. O aumento na oferta do transporte aéreo gera influência em pontos específicos, principalmente pela distância entre a cidade do interior e a capital do estado, pois estamos falando de transporte intermunicipal dentro do Rio Grande do Sul. Viajante – Quais os novos desafios para o transporte de passageiros? Hugo – Creio que neste momento seja a convivência de um setor altamente regulamentado que é, controlado e fiscalizado pelo governo, com as novas práticas que sob a bandeira do compartilhamento estão sendo implantadas sem nenhum controle. A RTI tem tratado deste assunto com seus associados, pois o transporte regular zela pela segurança, manutenção dos veículos, conforto, pontualidade e qualidade do serviço, recolhendo impostos, gerando postos de trabalho e fazendo a economia crescer. De outra parte, o chamado transporte de compartilhamento, como BlaBlaCar e Uberbus, se vale apenas do valor do transporte, sem nenhuma responsabilidade pelo passageiro. Esta é uma situação que levará a duas saídas, quais seja, a regulamentação igual de todos os serviços ou desregulamentação do transporte regular, operados pelas empresas estabelecidas e conhecidas.

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PANORAMA

Visão de Mercado

Eduardo Tude Presidente do Conselho Deliberativo da ABRATI

Preparados para enfrentar os desafios do transporte interestadual de passageiros Presidente do Conselho Deliberativo da ABRATI desde agosto deste ano, Eduardo Tude de Melo destaca o atual elevado padrão de qualidade dos serviços do setor e aponta os desafios para os próximos anos.

Divulgação ABRATI

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Viajante – O ano de 2016 foi um ano difícil para a economia do País e, em especial, para a indústria do ônibus, com renovação de frota aquém do esperado. Como o sr. analisa esse período e quais as lições que se pode tirar para o transporte rodoviário brasileiro? Eduardo Tude – A principal lição a ser tirada é que o transporte interestadual de passageiros é uma atividade econômica sujeita a muitas interferências e sazonalidades e o empresário tem que estar preparado para enfrentá-las, mantendo-se capitalizado e não direcionando recursos de maneira indiscriminada para outras atividades. É preciso manter o foco e lidar com essas dificuldades que surgem com frequência assustadora. A baixa renovação de frota decorre disso e ambiente reinante no âmbito regulatório que recomenda cautela até que todo o processo do novo sistema jurídico de autorização seja implementado. Viajante – Quais são os planos e desafios de sua gestão na presidência da ABRATI? Eduardo – Nosso objetivo é dar seguimento aos variados temas que vinham sendo tocados pela gestão anterior, dedicando extrema atenção aos desafios diários oriundos dos Poderes Concedente, Legislativo e Judiciário que normalmente editam normas e obrigações que oneram sobremaneira os custos das empresas operadoras dos serviços de transporte rodoviário de passageiros. Viajante – Momentos como o que o Brasil está passando são virtuosos para aperfeiçoar a competitividade, produtividade e o foco na excelência. Como a ABRATI e seus associados têm atuado neste sentido? Eduardo – São nos momentos desfavoráveis que os empresários de transporte acabam desenvolvendo sua criatividade e buscam aperfeiçoar suas operações, modernizando-as, eliminando custos desnecessários e ao mesmo tempo oferecendo serviços melhores aos seus passageiros com o uso de veículos mais modernos, dotados das mais recentes tecnologias de segurança, conforto e modernidade. Viajante – Qual é o balanço que pode ser feito do transporte rodoviário nos Jogos Olímpicos Rio 2016?

Eduardo – As empresas associadas à ABRATI que operam nos eixos alimentadores do Rio de Janeiro deram mostra de grande maturidade profissional, ofertando serviços de última geração. Ampliaram o atendimento nos terminais rodoviários com pessoal bilíngue treinado para oferecer todo o tipo de informação aos turistas, e atuaram com flexibilidade para a colocação de horários extras em determinados dias, não deixando de atender em nenhuma hipótese. Foi uma verdadeira medalha de ouro conquistada pelas empresas de ônibus interestaduais. Viajante – Comente os programas que a ABRATI tem desenvolvido para a sustentabilidade e a preservação ambiental. Eduardo – O Prêmio ANTP/ABRATI de Boas Práticas tem incentivado de várias maneiras as empresas associadas a se preocuparem com a sustentabilidade e a preservação ambiental. Temos procurado mostrar que a adoção dessas metodologias, além de politicamente corretas, trazem benefícios financeiros para quem as adota. Temos aqui

São nos momentos desfavoráveis que os empresários desenvolvem sua criatividade e buscam aperfeiçoar as operações. exemplo de empresa que numa simples ação de reaproveitamento da água que pinga do aparelho de ar condicionado, usada posteriormente no banheiro e no limpador de para-brisa, conseguiu uma economia substancial em sua conta de água. Viajante – Com o final do ano, as atenções se voltam para 2017. Qual a expectativa da ABRATI para os próximos anos? Pelos dados que dispomos no momento, 2017 não será muito diferente de 2016 com ligeira queda no número de passageiros transportados. Seria prematuro fazer comentários sobre os anos seguintes. Viajante – Quais os maiores desafios e obstáculos para que o setor ofereça cada vez mais um serviço de padrão único e diferenciado?

Eduardo – O setor tem diversos temas que precisam de atenção especial: a questão da ausência de isonomia na cobrança do ICMS entre o transporte aéreo e o rodoviário. O setor vive uma situação tributária no mínimo esdrúxula. O passageiro é penalizado com a cobrança de ICMS incidente sobre a passagem de ônibus rodoviário. Ou seja, a passagem fica mais cara para ele em até 18%. Enquanto isso, o passageiro que viaja de avião, que tem uma renda maior do que quem viaja de ônibus, é isento desse tributo. Apesar de a Constituição dizer que todos são iguais perante a Lei, nesse caso, pelo visto, alguns são mais iguais do que os outros. Passageiro de avião é mais igual, por isso, não paga ICMS. Já o de ônibus, é menos igual, logo paga. Ora, isso é um absurdo! A decisão de retirar a cobrança de ICMS dos passageiros que viajam de avião foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal em 1997 prejudicou os usuários dos ônibus que pagam um tributo que a população de maior renda não paga. Essa grave distorção leva a uma concorrência desleal entre os dois setores vitais para a infraestrutura do País e que deveriam ser complementares. Outro aspecto é a questão do avanço do transporte clandestino por deficiências no sistema de fiscalização. Por fim, o impacto das gratuidades obrigatórias por lei. Nosso modal é hoje obrigado a transportar 6 passageiros com isenção total de tarifa e 4 passageiros com 50% de desconto, entre idosos, deficientes e jovens carentes. No caso dos deficientes, decisão judicial em vigor obriga as empresas a transportar deficientes em número igual ao das vagas disponíveis em cada viagem. Hoje, 650 mil pessoas possuem carteira de deficientes e 18 milhões e 500 mil jovens carentes estão cadastrados na CEF. Em 2015, foram quase 14 milhões de passageiros transportados gratuitamente representando uma perda de receita de 620 milhões de reais para as companhias. E esse ônus foi imputado ao setor sem a previsão de custeio previsto na Constituição. E mais uma vez, as gratuidades só foram implementadas no transporte terrestre. O transporte aéreo não é obrigado a arcar com nenhum tipo de benefício social em suas tarifas.

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Paradiso 1600LD

S e g u ra n ç a e e r go n o m i a

Cinto de segurança salva vidas.

Imagens meramente ilustrativas. Consulte o representante de sua região para saber mais sobre os modelos e suas configurações www.marcopolo.com.br - nas redes sociais: OnibusMarcopolo

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ARTIGO

Conectividade e intermodalidade determinarão o futuro da indústria

Susete

Philipp Schiemer

A

Presidente do 25o Congresso e Mostra Internacionais SAE BRASIL de Tecnologia da Mobilidade e da Mercedes-Benz

travessamos um momento de grandes transformações que nos impele na direção de descobrir soluções inovadoras para novos tempos. Apesar da insegurança política, social e econômica que assola o mundo, é possível identificar tendências no setor da mobilidade, que, globalmente, se move ao sabor das novas demandas do planeta. Dito assim isso mais parece exercício para um futuro distante, mas esse futuro na verdade já chegou. Por essa razão o 25º Congresso e Mostra Internacionais SAE BRASIL de Tecnologia da Mobilidade decidiu pelo tema “A Engenharia Criando a Mobilidade do Futuro - Intermodalidade - Conectividade - Veículos e Sistemas Inteligentes”, que reflete a preocupação da indústria e da engenharia e relação aos próximos passos de uma revolução que está apenas começando. No Brasil nossa preocupação é diretamente proporcional às necessidades geradas pelos gargalos da mobilidade ante a precariedade da infraestrutura de transporte, em especial nas grandes metrópoles. É nesse contexto que a conectividade e a intermodalidade assumem lu-

gar de relevância no País, como em todo o mundo. Não é por acaso que o assunto tem pautado a lista de prioridades dos mais importantes mercados. A conectividade e intermodalidade vão determinar o futuro do transporte, da logística e da nossa indústria. Este é o momento para o debate, pois a tecnologia avança e se faz presente nos automóveis e caminhões com sofisticados sistemas de conectividade, e as oportunidades para o surgimento de novas tecnologias são infinitas. Se o Brasil está atrasado na conectividade? Eu diria que não, a tecnologia está aqui como no mundo inteiro, o que falta é organizar melhor a infraestrutura para que os sistemas possam ser aplicados mais rapidamente aqui no País.

“O poten cial do Brasil em termos de i n fraestrutura e logística é mu ito gran de. ” Na Europa os veículos conversam com as sinalizações da rua, o que só é possível porque além da tecnologia há uma padronização para os semáforos, avisos e faixas etc..., que ainda não existe no Brasil. A conectividade e seus sistemas sempre dependem de um trabalho multidisciplinar entre montadoras, fornecedores e órgãos reguladores. Esse trabalho já começou e agora é preciso ritmo, fazer as coisas caminharem. Um novo universo tecnológico de serviços começa agora, como a telemetria e o truck pad já bastante populares, ferramentas que facilitam a gestão da frota e o controle do caminhoneiro sobre a lo-

calização do frete. Esses e outros recursos menos conhecidos comprovam que a crise brasileira não afetou o ritmo da engenharia local no acompanhamento da tecnologia. Ainda que o apetite e o entusiasmo das empresas tenham arrefecido com o mercado interno, toda a indústria sabe que se não investir agora, quando o mercado voltar a crescer, estará em segundo lugar. Todos estão investindo. Não menos importante no cenário da mobilidade do futuro, a intermodalidade cresce na lista de prioridades nas novas necessidades brasileiras e mundiais. Nesse particular a agricultura tem avançado fortemente, apostando na ferrovia. Em outros setores essa tendência é ainda incipiente na prática, mas é tratada com a máxima importância. O Brasil é ainda um país rodoviário e isso vai mudar devagarzinho, por que requer vultosos investimentos. Sou otimista. O potencial do Brasil em termos de infraestrutura e logística é muito grande. Hoje o País ainda perde muito dinheiro por causa das deficiências no sistema. Mas a recuperação da economia virá em breve e o investimento vai voltar, porque o retorno é garantido. É impossível isso não ocorrer. A exportação é uma saída para o Brasil, mas não é a única solução e não se faz de uma hora para outra. O País precisa trabalhar para melhorar estruturalmente. Uma boa parte da vantagem do câmbio com a desvalorização do Real é perdida por causa do custo logístico do Brasil. Exportar um caminhão daqui para a África é 10 vezes mais caro do que exportar a partir da Alemanha. A diferença é brutal. Toda crise é uma oportunidade para pensar e agir, concentrar foco nas coisas que precisam melhorar e isso é sempre bom. Acho que esta crise vai dar um salto de produtividade para o Brasil e as empresas.

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INOVAÇÃO

Inovação: uma aliada da acessibilidade

Julio Soares

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Dispositivo de poltrona móvel que surge como alternativa de acessibilidade para facilitar o embarque de pessoas com dificuldades de locomoção. Este é o Easy Boarding, desenvolvido de acordo com os critérios estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT e pelo Inmetro. Segundo Petras Amaral, gerente de design e inovação da Marcopolo, a empresa pesquisou, entrevistou clientes e estudiosos para desenvolver um sistema inovador, prático e seguro. “Estamos nos antecipando à legislação, que somente entra em vigor em 2017, e oferecendo alternativas que tornem as viagens em ônibus ainda mais seguras e confortáveis. Hoje não há a obrigatoriedade para a instalação deste tipo de equipamento, mas a população com dificuldade de locomoção chega a aproximadamente 45 milhões de habitantes”. Segundo ele, a praticidade de operação e o processo humanizado são diferenciais que podem estimular as pessoas com diferentes necessidades a escolherem o ônibus como seu meio de transporte para viagens rodoviárias.


INOVAÇÃO

Instalação e vantagens O Easy Boarding pode ser instalado em diversos ônibus rodoviários da Marcopolo, atendendo assim a necessidade de operadores de transporte rodoviário que possuam frota composta por diversos modelos. Para a empresa operadora de transporte, o sistema Easy Boarding oferece rapidez e representa um diferencial em termos de acessibilidade. A poltrona móvel não exige o alinhamento do veículo ao meio fio ou ao pavimento, sendo assim não há desníveis que atrapalhem a aproximação do passageiro. Depois da colocação do cinto de segurança três pontos, o passageiro sentado é elevado até a sua posição no veículo, há o travamento da poltrona no assoalho e a porta se fecha, finalizando o embarque. Também acompanha o dispositivo cinto torácico para pessoas sem mobilidade na região superior do tronco. O sistema de acionamento do elevador elétrico possui vedação especial entre o salão de passageiros e o bagageiro, apresentando baixos níveis de ruído. Pode ser acionado manualmente, evitando que o veículo fique fora de operação caso não seja possível o funcionamento automático. Por ter dimensões similares às convencionais, em todas as categorias, o dispositivo não reduz o espaço do salão de passageiros nem diminui o número de poltronas disponíveis.

Conquista Mesmo ainda em fase de homologação, o Easy Boarding conquistou o 1º lugar da 1ª edição do Prêmio de Inovação da Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul – CIC, que tem como objetivo fomentar a inovação por meio da divulgação e

premiação de ideias inovadoras que promovam o desenvolvimento das empresas da Serra Gaúcha. Além da Marcopolo, foram reconhecidas as inovações apresentadas pelo Senac Caxias do Sul e pela Escola Infantil Toca dos Tocos. Viajante - Edição 19 - Dezembro 2016

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INOVAÇÃO

Poltrona inteligente Monitorar a fadiga e prolongar o estado de alerta de motoristas que atuam no transporte de passageiros e cargas. Estes são os objetivos da Antisleep Seat, poltrona equipada com dispositivos de distração mecânica e fisiológica que,

por intermédio de estímulos, prolongam o estado de alerta dos profissionais nos momentos e horários críticos. O protótipo foi apresentado por Petras Amaral no Congresso SAE Brasil, realizado em outubro, em São Paulo, sendo reconhecido

como Destaque Tecnológico. O projeto, pioneiro e inédito, é resultado da parceria da Marcopolo com o CEMSA – Centro Multidisciplinar de Sonolência e Acidentes e com a Woodbridge e está em fase de testes.

Funcionamento Estudos apontam que fadiga física e mental e situações de monotonia estão entre as causas da sonolência ao volante e, consequentemente, acidentes de trânsito. A Antisleep Seat conta com distratores – o que distrai ou serve para distrair – que atuam para evitar a fadiga por intermédio de áudio, vibração eletromecânica, refrigeração e aquecimento, além de provocar o estresse térmico, reduzindo assim a sonolência e promovendo o estado de alerta. Possui um módulo integrado, responsável por receber diversos e diferentes dados coletados sobre o estado de fadiga do motorista, bem como tempo de viagem e horário. A partir destes dados, o algoritmo desenvolvido pelo CEMSA, baseado em estudos sobre o ciclo biológico e nos horários críticos de propensão ao sono, define a sequência de distratores mais adequada à viagem, atuando de forma customizada e de maneira preventiva. Segundo Petras, os inúmeros testes realizados em simuladores com diferentes condições de fadiga e estímulos comprovaram a eficácia do Sistema, considerando a mudança no estado de alerta dos motoristas, bem como a redução do tempo de reação (reflexos) para evitar o acidente. “Ao contrário de sistemas encontrados atualmente no mercado que atuam de forma reativa, a Antisleep Seat atua de forma preventiva, utilizando dados específicos do motorista e da jornada que vai se iniciar, diminuindo

assim o risco de acidente”, comenta. “A Antisleep Seat pode ser tratada como um sistema anti-fadiga e não simplesmente uma poltrona. No futuro, as empresas já preveem a integração desta com dados do padrão de sono dos motoristas, bem como da gestão de frota dos operadores em tempo real. Os testes finais e apresentação oficial da poltrona ao mercado estão previstos para ocorrer entre o final deste ano ou no início de 2017”, completa.

Divulgação Marcopolo

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Expa nd ir pa ra con qu i s t a r A Marcopolo criou um novo caminho para superar os desafios que o setor automotivo enfrenta. Com o Projeto Conquest, vai além de ultrapassar fronteiras. Cresce e con-

quista novos mercados, oferecendo aos cinco continentes soluções eficientes para o transporte de passageiros e consolidando-se como marca globalmente forte.

Marcopolo, vencedora do Prêmio Top de Marketing 2016: Construindo Marcas de Sucesso | Marketing Global

www.marcopolo.com.br - nas redes sociais: OnibusMarcopolo


CAPA

Gestão e foco no mercado, processos e pessoas

Foto Julio Soares

Atenta à baixa demanda do mercado brasileiro em um ano extremamente difícil para o setor nacional de ônibus, a Marcopolo, ainda no final de 2015, revisou sua estratégia, definindo três pilares para seus negócios: crescer sua posição no Brasil, acelerar as exportações e priorizar a internacionalização rentável. Para os objetivos de negócio foi necessário aumentar a competitividade da empresa, buscando excelência operacional e comercial, com destaque para alguns projetos voltados para o mercado, processos e pessoas. Mais eficiente e próxima de seus clientes e parceiros, a Marcopolo continua empenhada na busca da excelência, investindo no desenvolvimento de suas pessoas, processos e novos e modernos produtos para antecipar as necessidades e desejos dos operadores e usuários de ônibus em todos os segmentos.


CAPA

Segurança Total Este projeto tem como objetivo eliminar os acidentes de trabalho na empresa, demonstrando a preocupação com a saúde e bem-estar dos colaboradores. Diversas ações vêm sendo realizadas em comunicação, treinamento e orientação dos colaboradores, implementação de ferramentas de gestão e

a realização de kaizens de segurança para identificação de oportunidades de melhoria que tem contribuído para a redução significativa do número de acidentes e para a conscientização da necessidade de comportamentos mais seguros na empresa.

Conquest para aumentar as exportações O projeto Conquest foi decisivo para que a Marcopolo alcançasse o equilíbrio necessário em sua produção para se manter competitiva. Com ele, a empresa buscou no mercado externo negócios que mantivessem suas linhas brasileiras em patamares eficientes de atividade e, consequentemente, ajudassem a mitigar o aumento de custos inerentes da menor demanda e a minimizar as reduções de pessoal e perda de talentos. O Conquest contou com 35 colaboradores, que visitaram mais de 60

países, e impulsionou a presença da Marcopolo na América Latina e mercados como o africano, asiático e do Oriente Médio, possibilitando o aumento das exportações. O crescimento de 65% em unidades físicas exportadas nos primeiros nove meses de 2016 fez com que a empresa compensasse em parte a queda de 27% registrada na demanda nacional (em relação a 2015).

Ponta a Ponta O projeto visa o estreitamento e fortalecimento da relação com os parceiros comerciais brasileiros e é uma poderosa ferramenta de CRM. Profissionais da empresa visitaram clientes atuais e prospectivos em todo o País, ouviram os operadores, conheceram suas frotas e expectativas e colheram opiniões e informações para gerar negócios. Também permitiram aprimorar ainda mais os produtos e atender as necessidades do mercado de ônibus.

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CAPA

Revitalização SIMPS/SUMAM A revitalização do SIMPS/SUMAM vem sendo feita com base nos princípios Lean e a realização de Kaizens (melhoria contínua) com o envolvimento de colaboradores de diferentes áreas. Um amplo programa de treinamento para todos os colaboradores sobre as ferramentas relacionadas à filosofia Lean vem sendo implementado ao longo do ano. Os resultados se refletem na excelência operacional, com ganhos de eficiência e qualidade, redução de custos, de estoques, de capital de giro, de áreas e de desperdícios, além

de um melhor ambiente de trabalho e bem-estar para os colaboradores. Esse programa também tem permitido a padronização dos principais processos de produção, engenharia, comercial, de controladoria, qualidade, recursos humanos, entre outros, e sua implementação nas demais fábricas da Marcopolo no mundo. No Brasil, somente nos primeiros 8 meses do ano foram realizadas mais de 60 semanas Kaizen, das quais resultaram quase 3,2 mil sugestões de melhoria, com mais de 2,8 mil já implementadas.

De acordo com Francisco Gomes Neto, CEO da empresa, a filosofia Lean não se restringe somente a área de manufatura e produção. “Ela deve estar presente em tudo o que se faz na empresa e pode ultrapassar os limites físicos da companhia e alcançar toda a sociedade. Trata-se de uma cultura com foco na eliminação de desperdícios, na melhoria contínua e na busca pela excelência das atividades e processos visando a melhorar a segurança, qualidade, produtividade e ambiente de trabalho”, enfatiza o executivo.

Bruna Theodoro Muraro

Lean – A Grande Virada Art Byrne, autor do livro Lean - A Grande Virada, em palestra na unidade Ana Rech, compartilhou sua experiência na implementação da filosofia Lean, utilizando o Kaizen como ferramenta de melhoria contínua. O palestrante usou exemplos práticos que podem ser aplicados na empresa. Além de Francisco Gomes Neto, participaram o Presidente Emérito da Marcopolo, Paulo Bellini, membros do Conselho de Administração, gestores e colaboradores envolvidos no Projeto Lean e representantes das empresas coligadas e controladas da Marcopolo.

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Bruna Theodoro Muraro


CAPA

Projeto Performar Considerando que as pessoas são o maior diferencial competitivo da Marcopolo, foi desenvolvido um novo sistema para acompanhamento e desenvolvimento dos colaboradores, o PERFORMAR. Seu objetivo é possibilitar que cada colaborador compreenda seu papel na empresa, ao mesmo tempo em que recebe um retorno do seu desempenho, comportamentos e atitudes esperadas por meio de uma conversa com seu gestor. Este projeto faz parte do plano de ações sugeridas pelos próprios colaboradores na última pesquisa de clima da empresa e tem sido percebida como uma ferramenta muito positiva tanto pelos colaboradores quanto pelos gestores. “Em uma época de baixa demanda e maior rigor dos clientes, é es-

sencial produzir com qualidade. A produção de ônibus demanda mão de obra altamente especializada. A qualidade é mais

do que fundamental e alcançar zero defeitos nunca foi tão importante quanto agora.

Produzir com perfeição desde o primeiro momento, sem falhas, erros e retrabalhos é o que, no final das contas, garante a satisfação do nosso cliente, a entrega de mais pedidos, a produção e o nível de emprego. Para tudo isto, precisamos de profissionais motivados e um bom ambiente de trabalho, onde as pessoas possam fazer acontecer com segurança, qualidade e eficiência”, salienta o CEO da Marcopolo. Com todas essas ações, a empresa alcançou os resultados definidos pela direção e pelo conselho de administração, com a ampliação de mais de 50% nas receitas provenientes das exportações, e desempenhos positivos em 2015 e 2016, apesar da crise. Ao mesmo tempo, prepara-se para a retomada do mercado brasileiro que deve ocorrer a partir do segundo trimestre de 2017.

Douglas de Souza Melo

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CAPA

Mercado pode retomar após o segundo trimestre de 2017

Os principais executivos das montadoras e fabricantes de ônibus instalados no Brasil apontam que a retomada do mercado somente se iniciará a partir de meados de 2017. A perspectiva é de crescimento de, no máximo, 10% em 2017, e que os volumes dos últimos anos somente deverão ser alcançados depois de 2018. O segmento brasileiro de ônibus enfrenta a pior crise de toda a sua história. Em 2014, o mercado interno de ônibus chegou a 26 mil unidades e registrou seu melhor resultado. Um ano depois, com queda de 40%, o tamanho encolheu para 15,7 mil. Para este ano, a previsão é de 9,6 mil unidades – um patamar observado na década de 80. Com a redução do volume, a concorrência acirrou e as margens ficaram comprimidas. Com margens apertadas, a situação do segmento é uma das mais dramáticas

da indústria do ônibus. A queda de preço pela sobrevivência levou as empresas no sentido contrário e algumas amargaram prejuízos elevados. Há dois anos não há reajustes de preços do setor. “Sequer repassamos a inflação dos custos e mão-de-obra. Estamos com preços defasados em cerca de 20%”, afirma o diretor de operações comerciais da Marcopolo, Paulo Corso. Para as montadoras, fabricantes dos chassis de ônibus o ajuste de preços é inevitável, assim como já ocorreu desde o final do ano passado com o segmento de caminhões. Os juros altos, limite de financiamento do BNDES e redução da participação do programa Caminhos da Escola, deixam a situação ainda mais delicada. O programa do Governo Federal, que já consumiu 10 mil unidades por ano, está em patamar de apenas 500 a 1.000 ônibus. As exportações têm sido um alento para o setor, mas com a recente alta do real, a competitividade internacional voltou a cair e pode comprometer o já delicado equilíbrio. O setor torce por um programa de renovação de frota e por políticas econômicas que culminem com a queda dos juros – o que motivaria empresários a realizarem novos investimentos. As perspectivas para os próximos cinco anos variam de 16 mil até 20 mil unidades.

“Defasagem de preços é outro desafio para o setor.”

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Indicadores econômicos O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta que a retomada da economia brasileira acontecerá a partir de 2017. Essa mudança de trajetória se baseia na melhora dos índices de expectativas da indústria, de serviços e do consumidor. “O avanço da Bovespa e a perspectiva de taxas de juros mais baixas também motivaram o crescimento do indicador. Além da evolução dos índices de expectativa, a interpretação de uma queda da taxa de juros aponta para o aumento do consumo e do investimento privado”, afirmou o pesquisador do Ibre, Paulo Piccheti. Especialistas concordaram que um leve avanço do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro se iniciou no último trimestre de 2016, mas alertam: existem condições para um crescimento mais expressivo da economia. , como a redução da taxa de juros e a desvalorização do real, e uma política econômica que favoreça a atividade produtiva e não a especulação.


Viale BRT

Robu s t e z e E con om ia

Na cidade somos todos pedestres.

Imagens meramente ilustrativas. Consulte o representante de sua região para saber mais sobre os modelos e suas configuraçþes www.marcopolo.com.br - nas redes sociais: OnibusMarcopolo


RECONHECIMENTOS

Maiores & Melhores do Transporte 2016 A edição 2016 do prêmio Maiores do Transporte & Melhores do Transporte, promovido pela OTM Editora, elegeu a Marcopolo como a Melhor Indústria do Transporte e Melhor Empresa fabricante de Carrocerias de Ônibus entre 800 empresas brasileiras do setor. A companhia foi premiada pelo desempenho alcançado em suas atividades, com base no seu balanço financeiro. O evento de premiação aconteceu no dia 27 de outubro, no Hotel Unique, em São Paulo. “A conquista demonstra que, apesar de enfrentarmos o pior período da indústria do ônibus no Brasil, a Marcopolo buscou, por intermédio de uma gestão arrojada e inovadora, maior competitividade, produtividade e excelência”, enfatiza Paulo Cesar Nunes, presidente do Conselho de Administração da companhia. Marcio Bruno

500 Maiores do Sul No ranking das 500 Maiores Empresas do Sul, divulgado pela Revista Amanhã e PwC, a Marcopolo ocupa a 13ª posição no Rio Grande do Sul e a 33ª no ranking geral dos três estados do Rio Grande do Sul. A cerimônia de premiação foi realizada na Fiergs, em Porto Alegre. 30

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Divulgação Revista Amanhã


RECONHECIMENTOS

Top de Marketing ADVB/RS 2016 Foi

com

o

case

“Projeto

Conquest - A Marcopolo enfrenta a crise do setor e amplia a presença em

mercados

globais”,

que

a

empresa conquistou o Prêmio Top de Marketing ADVB/RS na categoria Temática Construindo Marcas de Sucesso e Marketing Global. O

projeto

abriu

um

novo

caminho para superar os desafios que o setor automotivo enfrenta.

Divulgação ADVB/RS

Segundo Ricardo Portolan, gerente de

vendas

Mercado

as

exportações

Externo,

compensaram

parcialmente a queda de produção e ampliaram significativamente o fornecimento de ônibus fabricados nas unidades fabris brasileiras para países da América Latina, África, Oriente Médio e Ásia. “Este prêmio é um importante reconhecimento do

trabalho

de

toda

equipe

envolvida no Projeto Conquest que visitou mais de 60 países, o que representou a abertura de dez novos mercados”, completa. A 34ª edição do Prêmio Top de Marketing da ADVB/RS foi realizada no Centro de Eventos do Barra Shopping Sul, em Porto Alegre, e contou com a presença dos

executivos

das

principais

empresas do Rio Grande do Sul.

Divulgação ADVB/RS

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ESPECIAL

Para conhecer e apreciar todos os cenários Ônibus Marcopolo Viale DD Sunny permitem visão total das atrações e belezas naturais. O modelo que ganha a cada dia mais projeção no Brasil e no exterior, é sucesso no Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu onde cinco veículos transportam turistas em roteiros de sightseeing pelo parque até as Cataratas. Também durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, o Viale DD Sunny ganhou destaque como o melhor meio de transporte para conhecer a apreciar as atrações do Rio de Janeiro, com o recém-lançado Sightseeing Rio, serviço oficial e regulamentado da primeira linha de passeios turísticos na cidade em ônibus panorâmicos que percorrem os pontos turísticos da cidade. No exterior também a procura pelo modelo Marcopolo cresce. Desde agosto, a Marcopolo exportou os primeiros três ônibus Viale DD Sunny para a empresa H Forbes, das Bahamas. Os veículos utilizados para transportar turistas em visita à ilha Freeport, foram adquiridos por suas características especiais e por permitir que os passageiros tenham visão privilegiada e panorâmica ao longo do trajeto.

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Segundo Paulo Corso, diretor de operações comerciais e marketing da Marcopolo, o Viale DD Sunny possibilita aos ocupantes visão panorâmica e os “aproxima” das belezas naturais e dos pontos turísticos. “Este tipo de ônibus é largamente utilizado em diversas cidades no exterior, como Paris, Nova Iorque, Roma, Madri e Buenos Aires, entre outras. Aqui no Brasil, a Marcopolo já forneceu unidades para cidades como Camboriú, Campo Grande, Canela, Curitiba, Foz do Iguaçú, Gramado, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.” Por ser desenvolvido para aplicações de turismo, o veículo é equipado com transmissão automática, sistema de segurança para que o ônibus não se movimente com as portas abertas, sistema de som com microfone, diferenciais que ampliam o conforto e a segurança para os usuários. No piso inferior, o Viale DD Sunny tem amplas janelas, que garantem maior visibilidade aos passageiros. No piso superior, as poltronas possuem revestimento de plástico especial, mais resistente, em razão de o veículo não ter janelas e ficar exposto ao tempo.


Marcos Labanca

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ESPECIAL

Também desde 2013, o Viale DD

“Vista de cima, a

Sunny é utilizado nas viagens de

Serra é mais bonita”.

“Vista de cima, a Serra é mais bonita”

turismo em Gramado e Canela. A frase

está pintada nos ônibus desenvolvidos com exclusividade para a Brocker Turismo. Os veículos têm ainda teto Julio Soares

retrátil no segundo piso.

O veículo das Cataratas Os cinco veículos do Parque Nacional são híbridos, ganharam pintura diferenciada e exclusiva, e representaram um grande desafio para todos os envolvidos pelo ineditismo do projeto e pelos sensíveis benefícios que proporcionarão ao meio ambiente e aos visitantes do parque. Movido a eletricidade e a diesel, reduzem em 50% a emissão de gases poluentes em relação aos ônibus com tecnologia Euro 5, e 90% sobre os com tecnologia Euro 3. Sem janelas, proporciona o maior contato dos passageiros com o meio ambiente. “No projeto buscou-se aliar tecnologia embarcada, como áudio e câmeras de monitoramento, além de faróis

e lanternas em LED e componentes mais resistentes e de fácil manutenção. Como exemplos, o assoalho é em poliureia e as laterais em alumínio corrugado”, explica Paulo Corso. O assoalho em poliureia tem como vantagens a preservação ambiental, por não ser agressivo ao meio ambiente, impermeável e extremamente resistente. Sua aplicação aumenta a vida útil do piso, que será muito exigido devido ao fato de os ônibus não possuírem janelas. Em termos de segurança, o Viale DD

Sunny das Cataratas privilegia os usuários e visitantes do parque com o aumento da altura dos peitoris das janelas. O veículo também destaca a acessibilidade, com rampa de acesso e espaço para cadeirante e PPD (pessoas portadoras de deficiência). O veículo é equipado também com transmissão automática, sistema de segurança para que o ônibus não se movimente com as portas abertas e microfone, diferenciais que ampliam o conforto e a segurança para os usuários.

Marcos Labanca

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Sightseeing Rio

Claimar Cerutti

O veículo do Rio de Janeiro utilizado no Sightseeing Rio, parceria entre o Rio Ônibus e a Riotur, tem piso baixo e capacidade para transportar 71 passageiros sentados, sendo 45 no piso superior e 26 no piso inferior. Tem ainda pintura diferenciada. As viagens iniciam na Praça General Osório, em Ipanema, que abriga uma estação do metrô, e percorrem o trajeto Praça General Osório–Praça Mauá, passando pela orla de Copacabana, ruas de Botafogo, Praia do Flamengo e Centro, incluindo o Boulevard Olímpico, na Praça Mauá. Nesse trajeto, há uma parada na base do bondinho do Pão de Açúcar, na Praia Vermelha (Urca). Guias turísticos fazem o atendimento em português e inglês e dão destaque às diferentes atrações ao longo do percurso.

BC By Bus Balneário Camboriú também conta com um Viale DD Sunny para city tours diários. Com capacidade para transportar 73 pessoas, o ônibus conta com sistema que re-

conhece pontos turísticos ao longo do trajeto e aciona áudio em português, inglês e espanhol com informações e curiosidades das localidades, além de dicas de segurança.

O andar inferior é climatizado, tem assentos apropriados para pessoas com necessidades especiais, rampa de acesso e outros acessórios como geladeira.

sightseeing em cidades e locais turísticos. Com piso baixo e capacidade para transportar 62 passageiros sentados, sendo 45 no piso

superior e 17 no piso inferior, têm 12,5 metros de comprimento e quatro metros de altura e equipamentos para permitir total acessibilidade.

Bahamas Os ônibus Marcopolo Viale DD Sunny de Bahamas têm chassi Volvo B290E e foram especialmente projetados para as viagens de

Douglas de Souza Melo

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SUSTENTABILIDADE

Mobilidade Sustentável Ao pensar no futuro das cidades, pensamos também no futuro da mobilidade. Cada vez mais, o papel do transporte público dentro do contexto de uso de energia, emissão de poluentes e aquecimento global está em debate trazendo à tona a necessidade de mudanças nos padrões tradicionais de mobilidade, na perspectiva de cidades mais sustentáveis. A mobilidade e o meio ambiente, segundo o urbanista e estrate-

O cuidado com o meio ambiente está no centro das discussões da agenda social em todo o mundo e a crescente urbanização norteia a concepção de veículos e sistemas urbanos que desempenharão papel essencial na formação de um futuro sustentável.

gista climático Boyd Cohen, estão ao lado de administração pública, economia, sociedade e qualidade de vida, como componentes centrais para a criação de cidades inteligentes. Nelas, o desenvolvimento planejado promove as melhorias necessárias ao ambiente urbano e cria infraestrutura urbana organizada para a circulação de veículos, diminuindo congestionamentos e a emissão de gases de efeito estufa. “Podemos tornar

O futuro é agora Segundo Guillermo Petzhold, especialista em mobilidade urbana da World Resources Institute (WRI), mobilidade não pode mais ser um desejo para o futuro, mas deve ser parte das cidades de hoje. Existe um potencial enorme deste aspecto se a maneira com que elas são construídas for planejada priorizando as necessidades das pessoas, com foco nos modos ativo (a pé ou bicicleta) e coletivo de transporte. “Quando o poder público investe na construção de cidades que integram planejamento urbano e de transportes, surgem comunidades voltadas às pessoas e ao transporte

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sustentável. Mais compactas e conectadas, elas diminuem a necessidade de longos deslocamentos, o que também contribui para que a cidade seja mais sustentável já que emissão de poluentes é menor. Isso é o que chamamos de Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável”. Ele ressalta que a mobilidade urbana não se limita ao transporte propriamente dito. “Ela engloba também diferentes aspectos, desde as necessidades da população até o desenho das ruas e calçadas. Para qualificar a mobilidade em uma cidade, todos esses setores precisam ser pensados não isoladamente, mas juntos”, completa.

as nossas cidades mais desenvolvidas e mais sustentáveis. Temos que focar nos esforços de sustentabilidade e inovação em nosso território, melhorando a qualidade de vida local”, Uma pesquisa apresentada pelo Greenpeace em julho e conduzida pelo Instituto Datafolha ouviu 2.098 habitantes de 132 municípios de todas as regiões do Brasil. Quando questionadas sobre qual meio de transporte escolheriam para circular na cidade, se elas oferecessem infraestrutura adequada, o ônibus seria a escolha de 42% dos entrevistados, seguido por carro (23%) e bicicleta (21%).


SUSTENTABILIDADE

Consumo de energia nos transportes Transporte coletivo que respeite as necessidades de mobilidade e que usa energias ou tecnologias alternativas para ampliar a qualidade de vida da população é cada vez mais real. De acordo com o Balanço Energético Nacional 2016, realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, o setor de transportes foi responsável por 32,2% de consumo de energia no Brasil em 2015. Isso dá ao segmento a segunda colocação no ranking dos consumidores energéticos do país, logo atrás das indústrias, que representaram 32,5%. Somados, produção industrial, transporte de carga e mobilidade das pessoas representam aproximadamente 65% do consumo de energia do país.

Óleo Diesel

Gasolina

Etanol

Querosene de Aviação

Gás Natural

Outros

Questão de saúde A queima de combustível nos veículos motorizados é responsável por até 75% da poluição do ar nas áreas urbanas. Relatório divulgado este ano pela ONU e Desenvolvido em colaboração com a Universidade de Bath, no Reino Unido, aponta que 6,5 milhões de pessoas morrem anualmente por doenças relacionadas à poluição do ar e 92% da população mundial vive em lugares onde os ní-

veis de poluição excedem os limites recomendados. O documento representa a maior base de dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre poluição do ar, feita a partir de monitoramento via satélite, transporte aéreo e em terra de mais de três mil localidades, tanto rurais quanto urbanas. Segundo a OMS, partículas com mais de 10 micrômetros de diâmetro (PM 10)

são consideradas nocivas, por penetrarem nos pulmões e no sistema cardiovascular. O Brasil está em posição intermediária no que se refere à poluição do ar, com índice de 11,9 abaixo do encontrado em países emergentes como Rússia (17,1), China (61,8), Índia (73,6) e África do Sul (32,6). No entanto, perde para países como Austrália (5,8), Canadá (7,3) e Estados Unidos (8,5).

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SUSTENTABILIDADE

Alternativas Olímpio Alvares, Engenheiro Mecânico especialista em transporte sustentável e integrante da Comissão de Meio Ambiente da ANTP, comenta que nos últimos anos surgiram tecnologias alternativas ao diesel que se mostraram competitivas e contribuem para a redução de

emissões de poluentes. “Vivemos um momento de transição energética, o que amplia a gama de opções que apresentam baixo impacto poluidor para ônibus urbanos. Pelo fato de diminuir o número de carros em circulação, o ônibus por si só traz benefícios para

a sustentabilidade, melhor ainda se os veículos fizerem uso de energias limpas ou tecnologias que diminuem o impacto no meio ambiente”, acrescenta. As opções vão do já conhecido híbrido (diesel/elétrico) ao 100% elétrico, passando pelo etanol, diesel (Euro 6) e biogás.

Gás Natural/Biometano Resultado da reação de resíduos orgânicos como lixo doméstico, resíduos de atividades agrícolas e pecuárias ou lodo de esgoto. A Marcopolo é fornecedora da Scania no projeto de ônibus movido a gás natural veicular (GNV) ou biometano. O Viale BRS Low Entry, com 15 metros de comprimento e capacidade para até 130 pessoas, tem carroceria reforçada para os seis cilindros de gás instalados no teto, cada um com capacidade de 200 litros. O veículo emite

85% menos gases poluentes se abastecido com biometano e 70%, com GNV, se comparado com um similar a diesel. Numa demonstração em São Paulo, feita durante os meses de junho a agosto de 2015, o veículo rodou 5 mil km movido a gás por duas linhas do siste-

ma SPTrans. Além da sensível redução na emissão de poluentes, os resultados aferidos pela Netz Engenharia Automotiva apontaram que o custo por km do GNV foi 28% inferior ao do diesel, já contabilizado o consumo do Arla 32.

Divulgação Scania

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SUSTENTABILIDADE

Diesel Limpo No Chile, uma das exigências do novo processo de licitação do sistema de Transporte Público de Santiago – Transantiago a partir de 2017 será a incorporação de ônibus adequados à norma Euro 6 para reduzir o consumo de combustível e a emissão de gases tóxicos. Um dos veículos expostos no Transurbano 2016 – 2° Encontro Internacional da Mobilidade Urbana foi o Marcopolo Torino montado sobre chassis Mercedes-Benz OC500 LE. O evento realizado no Cen-

tro Cultural Estación Mapocho e com o tema “Oportunidades actuales para soluciones futuras”, abriu espaço para análise e discussão de diferentes aspectos relacionados às melhorias do sistema de transporte público na Região Metropolitana e em

outras regiões do país e também do Transantiago. A opção do diesel “limpo”, que atenda à norma Euro 6 está entre as mais rápidas de aplicação, com menores custos para o operador e ganhos significativos em emissões de poluentes.

Divulgação EPYSA

Biocombustível Resultado da mistura entre o óleo retirado das plantas e o álcool, o biocombustível de cana de açúcar é a energia que move o Marcopolo Viale BRS Low Entry com chassi VW MAN

18.280 OT LE. O veículo apresentado na IAA 2016, em Hannover, na Alemanha, foi concebido para reduzir de 30% a 70% a emissão de óxidos de nitrogênio e materiais particulados.

A MAN foi a primeira fabricante de veículos comerciais pesados a homologar seu motor para rodar com 100% de diesel de cana, mas o propulsor também funciona com diesel mineral.

Rodrigo Ferrarini

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SUSTENTABILIDADE

Elétricos O especialista Guillermo Petzhold acrescenta que é perceptível o aumento da adoção dessas tecnologias em várias cidades do mundo, sendo comum, também, implementar uma mistura delas. “Um exemplo é a região de Ile-de-France que, em 2014, definiu implantar uma frota de ônibus 100% sustentável até o ano de 2025. Para isso, determinou através do seu Plano de Transporte Urbano que 80% dos veículos será elétrica enquanto que os outros 20% será movido a biometano”. Segundo ele, estima-se que assim será possível reduzir em 50% o carbono gerado pela RATP, operador de ônibus de Paris. E a BYD, que só produz ônibus 100% elétricos, ultrapassou a marca de 5 mil unidades em todo o mundo. A empresa chinesa desenvolve produtos espe-

cíficos para o mercado europeu e planeja abrir fábricas no continente para atender a demanda. Um exemplo é o primeiro ônibus Double Decker urbano totalmente elétrico que começa a rodar em Londres. O modelo tem 10,2 m de comprimento, capacidade para 91 passageiros, autonomia de 300 km e carregamento em quatro horas. Seja puramente elétrico ou híbrido, este tipo de veículo é um importante aliado na redução das emissões de poluentes. Em setembro, um ônibus urbano 100% elétrico, assistido por energia elétrica gerada em placas fotovoltaicas e com autonomia de 70 km foi apresentado no 12º Salão Latino-Americano de Veículos Elétricos. “Já existem muitos sistemas de transporte que usam com sucesso veículos elétricos ou híbridos, mas o diferencial deste

projeto é que as baterias são carregadas com energia solar gerada a partir de placas fotovoltaicas instaladas nos telhados dos laboratórios da Universidade Federal de Santa Catarina”, explica Ricardo Ruther, coordenador do Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da UFSC. O projeto é resultado das empresas Eletra, Marcopolo, Mercedes-Benz e WEG e é destinado ao transporte da comunidade acadêmica da UFSC. O ônibus tem carroceria Marcopolo Torino Low Entry e conjunto plataforma O500U da Mercedes-Benz. Seu interior foi concebido para atender o conceito de deslocamento produtivo, com poltronas estofadas, mesas, entradas USB e sistema Wi-Fi, permitindo que os passageiros trabalhem ou estudem durante o trajeto.

Divulgação Eletra

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SUSTENTABILIDADE

Híbrido Esta tecnologia desenvolvida para prover transporte urbano com economia e respeito ao meio ambiente, utiliza um motor elétrico trabalhando paralelamente a um motor a diesel. Combinação que mantém a capacidade de transporte reduzindo em até 35% o consumo de combustível e 50% a emissão de poluentes.

Cidades do amanhã em debate A mobilidade urbana como exemplo de boas práticas no mundo para soluções dos problemas de formação de uma sociedade sustentável nas cidades do futuro, sua viabilidade no Brasil e América Latina, considerando desenvolvimento das tendências nas cidades, foram assuntos colocados em pauta ao longo da programação do 4º Seminário Nacional de Mobilidade Urbana, promovido pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), promovido em setembro. Com base no macro tema “Lugares Possíveis, Cidades para o Amanhã” as apresentações discutiram modelos de cidades sustentáveis

como agentes de inovação corporativa para a promoção da sustentabilidade. Na Alemanha, o projeto Superbus, implantado em Londrina e apresentado no Morgenstadt – Cidades do Futuro, conferência de projetos inovadores promovida em Stuttgart, destacou a cidade no cenário internacional como exemplo de política de mobilidade inovadora e moderna, com foco na qualidade do serviço prestado à população. “A valorização do projeto no exterior dentro do conceito de cidades inteligentes e inovadoras, mostra que Londrina está no caminho certo com a realização de importantes projetos

de desenvolvimento urbano”, destacou Ignes Dequech Alvares, presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina. Na conferência foram destacados aspectos importantes da proposta e ações em execução, incluindo a extensão de vias e corredores, requalificação de abrigos, a linha de veículos articulados, ampliação da rede cicloviária, construção de viaduto e a ampliação de quatro Terminais de Integração. Além do Superbus, outros três projetos de Londrina foram apresentados: Parque Linear do Ribeirão Cambé, Lixo Zero e iniciativas de Smart Cities.

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GUIA DO VIAJANTE

Turismo

a n a c i n i m o D a c i l Repúb A República Dominicana oferece uma rica combinação de natureza exuberante, história e cultura para

refrescar a alma. Oito aeroportos internacionais deixam o paraíso ainda mais perto.

o s í a r a P l a c i p o r T


Turismo Belas praias, calor o ano inteiro, drinques coloridos e grandes resorts são alguns dos atrativos do segundo maior país caribenho, depois de Cuba. Com uma superfície de 48.442 km² e quase 10 milhões de habitantes, conhecidos por serem calorosos e hospitaleiros, a República Dominicana ocupa dois terços no leste da Ilha de Hispaniola, tendo como vizinho, à esquerda, o Haiti. A exuberante ilha tropical banhada ao norte pelo

Oceano Atlântico e sul pelo mar caribenho ao Sul tem aproximadamente 1.610 km de litoral. Descoberta em 1492 pelo navegador Cristóvão Colombo, a República Dominicana possui vasto legado histórico e cultural herdado do encontro das influências europeia e indígena. Dançar, explorar relíquias com séculos de história, se deliciar com a gastronomia dominicana ou explorar a natureza em ativi-

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dades de ecoturismo são algumas das opções de programa. Sendo o destino mais procurado pelos praticantes de golfe no caribe e na América Latina, a República Dominicana impressiona os visitantes com campos em meio a um litoral com paisagens montanhosas e rios. Os cenários naturais também fazem do país um dos melhores destinos para casamentos e viagens românticas.

Saiba mais em godominicanrepublic.com mitur.gob.do

Ilha Saona: Smoshkov


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Turismo

Ronald Woan

S an t o Domin go Considerada a primeira cidade fundada pelos colonizadores espanhóis na América, a capital da República Dominicana ainda preserva uma área colonial, tombada pela Unesco como patrimônio mundial. Pelas ruas de pedra é possível chegar a edificações históricas como o palácio Alcázar de Cólon, a Catedral Primada de América, a mais antiga catedral do continente e construída em estilo gótico, e o Parque Colón. Apesar da atmosfera histórica, Santo Domingo também tem ares modernos e agitada vida noturna, com restaurantes e bares que servem boa comida e embalam turistas ao som de reggaeton, bachata e merengue. Apenas 30 km separam Santo Domingo da água azul-turquesa e a areia fina de Boca Chica, praia Santo Domingo: Dança

protegida por uma barreira de corais.

P un t a Ca n a Na terra do descanso mais de 30 resorts concentram bares, restaurantes, cassinos e boates para oferecer conforto à beira de paisagens dignas de cartão

postal. Com tantos atrativos, ficar o tempo todo no território dos hotéis é tentador, mas seria um erro deixar de explorar as ilhas próximas ou os oito quilômetros

de praias de areia branca, mar azul e coqueiros que convidam para atividades como mergulho, kitesurfe, windsurfe e passeios de barco e de caiaque.

Punta Cana: Larry Armstrong

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Turismo

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Marius Sans

La Roma n a e B aya h ibe Praias paradisíacas e ampla

alternativas de lazer que La

infraestrutura para turismo fizeram

Romana oferece. Em Bayahibe,

com que a região de La Romana e

fica o Parque Nacional do Leste,

Bayahibe estivesse entre os destinos mais buscados do país. Distante uma hora de Santo Domingo e a 100 quilômetros de Punta Cana, a região de natureza quase intocada se estende por toda a costa caribenha.

paraíso tropical descoberto por Cristóvão

Colombo

em

maio

de 1494 durante sua segunda viagem

às

Américas

e

onde

passeios

cresce a rara rosa Bayahibe um

a cavalo, tirolesas, pescaria e

tipo de cacto que foi nomeado

stand up paddle são algumas das

como a Flor Nacional.

Campos

de

golfe,

S am an á A Península Samaná foi o primeiro lugar onde Cristóvão Colombo atracou ao chegar às Américas. E ainda que tenha sido o primeiro local pisado por espanhóis na América, a

que inclui a famosa ilha Saona,

Sally Walton

península preserva inúmeras praias paradisíacas e desertas. Sua capital é Santa Bárbara de Samaná, de onde partem diversos tours pela região. Entre dezembro e abril, a

paisagem da península se altera com a presença de baleias jubarte, que nadam do Atlântico Norte até as águas mais quentes para o nascimento de seus filhotes.


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Culinária

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Chenchén Culinária

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O maíz (milho) é um ingrediente importante na culinária da República Dominicana e base da preparação de deliciosos pratos como o Chenchén, um dos mais famosos pratos do sul do país. Aqui, apresentamos uma releitura que torna essa receita tradicional da cozinha dominicana ainda mais tropical. Nela, o maíz craquelado é substituído pelo in natura. O resultado é tão saboroso quanto.

Ingredientes: - 6 espigas de milho verde - 2 dentes de alho picados - 1 pimenta vermelha picada sem sementes

- 1 punhado de salsinha picada - 1 limão siciliano - 200 ml de leite de coco - 8 camarões grandes - 3 colheres de óleo de

coco - 1 pitada de urucum em pó - abacate maduro - água - sal

Com a faca, corte os grãos de seis

pitada de urucum em pó e

cozido, desligue o fogo e misture o

espigas de milho verdes cru-

uma pimenta vermelha pi-

suco de meio limão siciliano

as e passe-os no liquidificador até

cada sem sementes. Frite por

que fiquem com consistência pasto-

alguns minutos sem deixar queimar

sa mas ainda com grumos e reserve.

o alho. Em seguida adicione o milho

Em uma panela coloque duas co-

e 200 ml de leite de coco e

lheres de óleo de coco, depois

mexa por 20 minutos adicio-

que estiver quente, adicione dois

nando água sempre que necessário

te. Apresente o milho com os camarões

dentes de alho picados, uma

para deixar cremoso. Com o milho

e fatias de abacate maduro.

www.puntomenos.com.br Instagram: puntomenosoficial

e um punhado de salsinha picada. Limpe oito camarões grandes deixando apenas o rabo. Tempere-os com sal e passe por dois minutos de cada lado em uma co-

lher de óleo de coco bem quen-

Receita: Tiago Daltoé Foto: Graziela Chiattone Martins

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CLIENTE

Oltursa

Três gerações dedicadas ao transporte David Olano Haeussler é o representante da terceira geração de uma família dedicada ao transporte. Seguindo os passos do avô e do pai, fundou a Oltursa, empresa peruana de transporte de passageiros que em 2016 completa 35 anos. No país onde 90% das pessoas viaja de ônibus, a empresa já foi apontada na Pesquisa Anual de Executivos da Câmara de

Douglas de Souza Melo

Comércio de Lima como a preferida para viagens por terra.

Viajante – Como começou a relação da família Olano com o transporte? David – Nosso caso é um caso particular, me considero privilegiado por ter três gerações de nossa família dedicadas a um negócio tão importante quanto transportar pessoas. Meu avô de dedicava ao transporte de passageiros e cargas ao norte do Peru, mais precisamente em Chiclayo, capital do departamento de Lambayeque. Em 1946, meu pai, que era estudante de engenheira mecânica e um apaixonado por carros e piloto de corridas, funda sua própria empresa de transporte de passageiros. Quando eu chego na universidade, e na condição de filho mais velho, começo a ajudá-lo e a vivenciar o dia-a-dia da empresa. Acompanhando-o inclusive sempre que possível em suas visitas à Marcopolo. Em uma delas, tive a oportunidade de estar presente na inauguração da unidade Ana Rech, onde meu pai tem a oportunidade de cumprimentar o Presidente João Figueiredo, na presença do Sr. Paulo Bellini. Viajante – O caminho natural seria a transição da empresa de pai para filho. Como surge a Oltursa? David – A Oltursa nasce literalmente dentro da Marcopolo em 1981. Em uma das minhas visitas à fábrica para a inspeção de ônibus comprados pelo meu pai, negociei a compra de quatro ônibus Marcopolo com chassis Volvo. Decidi ter minha empresa, queria ser independente, mas sem deixar de apoiar meu pai. Entretanto, pedi que o negócio ficasse em segredo até o momento da entrega. Assim que ele soube, pediu-me para que continuássemos a trabalhar juntos, já que os serviços que oferecíamos não iriam competir entre si. O que aceitei porque para mim era oportuno compartilhar a infraestrutura dos terminais rodoviários próprios já existentes. Viajante – Depois desses quatro carros, como se dá processo de expansão da Oltursa? Qual a infraestrutura atual? David – Depois dos primeiros quatro ônibus, outros quatro foram comprados. E com o passar dos anos, nossa atuação cresce em toda a costa peruana, da fronteira com o Equador até a do Chile, além de algumas cidades montanhosas como Cusco, Huancayo e Huaraz e também em rotas internacionais. Atualmente, a frota é composta por 80 ônibus, 80% deles

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Marcopolo. Possuímos uma equipe formada por 700 colaboradores e 55 oficinas e terminais rodoviários próprios. Contamos com o apoio de uma equipe de assessores técnicos para aprimorar constantemente os nossos terminais nas cidades onde estamos presentes. Viajante – Da experiência do seu avô e do seu pai, quais foram os valores que o sr. levou para a Oltursa como herança? David – Creio que a inovação, a preocupação em oferecer um transporte moderno, com tecnologia e comodidade, mas com tarifas acessíveis. Tanto que meu pai foi pioneiro na implantação de rotas noturnas na rota Chiclayo/Lima e transporte urbano na cidade de Chiclayo. Nós fomos a primeira empresa do país a oferecer ônibus com serviço leito de dois andares, a incorporar GPS em toda a frota, muito antes da lei que obriga todas as empresas a fazer o mesmo, a fornecer internet wi-fi a bordo. Em 1995, construindo a estação turística em San Isidro fomos pioneiros ao descentralizar a atenção do centro de Lima. Viajante – Para manter elevados índices de inovação e satisfação, é necessário o fundamental apoio dos colaboradores. O que a empresa faz para qualificar a equipe? David – Valorizamos muito nossos funcionários e a capacitação contínua deles. Contamos com assessoria permanente para capacitação em todos os níveis, desde a diretoria até os níveis operacionais. A área de gestão de pessoas desenvolve um trabalho que permite aos colaboradores o desenvolvimento de suas carreiras. Viajante – E ao completar 35 anos, quais as perspectivas para o futuro? David – Manter a liderança já existente e consolidar-nos tanto em linhas peruanas quanto no exterior. Nosso público valoriza a pontualidade, segurança e principalmente a qualidade do serviço. E como comentei, um dos nossos principais valores é a inovação. Estamos pensando sempre oferecer um serviço de ponta. Buscamos renovar a frota constantemente para aumentar os nossos padrões de qualidade e oferecer aos nossos passageiros toda a comodidade necessária para que apreciem os atrativos e as magníficas paisagens de um país tão rico quanto o Peru.


Megabus

REPRESENTANTE

Divulgação Megabus

Confiança no Panamá

M

undialmente conhecido pelo canal de 77 quilômetros que une os Oceanos Pacífico e Atlântico, o Panamá tem economia baseada nos serviços financeiros, logísticos e turísticos, que juntos representam 75% do Produto Interno Bruto (PIB). No país que tem 12 mil quilômetros de estradas, a Marcopolo é representada pela Megabus, empresa fundada em 2014 e cuja equipe é composta por Francisco Rivera, responsável pelo Departamento Comercial, Andres Rivera, pelo Departamento de Assistência Técnica, e Magally Castro, pelo Departamento Financeiro. No mercado panamenho de transporte, ainda caracterizado pela importação de ônibus usados, os modelos Marcopolo mais buscados são o Paradiso 1800DD, Paradiso 1200 e Paradiso 1350. “Até o momento temos atuado com foco no segmento de longa distância. Entretanto já identificamos oportunidades que nos permitirão, em um futuro próximo,

explorar os segmentos de transporte intermunicipal e urbano, fortalecendo assim nossa presença de mercado e também oferecendo soluções eficientes que satisfaçam tanto as empresas operadoras quanto os usuários”, explica. Rivera diz que mais do que concretizar a venda de novos ônibus, a

“No país que tem 12 mil quilômetros de estradas, a Marcopolo é representada pela Megabus.” Megabus quer que os clientes percebam o compromisso da representação com o crescimento de suas empresas. Agilidade na reposição de peças e execução de serviços de assistência técnica quando necessário são importantes para a tomada de decisão de compra por carrocerias Marcopolo.

“Manter elevado padrão de qualidade nestes dois aspectos com certeza transmite ao cliente confiança na marca e no representante, abrindo portas para vendas futuras”, comenta. No país, a Marcopolo possui sólido relacionamento com diversas empresas. “Nossos clientes possuem perfis administrativos distintos, mas em comum todos eles têm antigo relacionamento com a Marcopolo e a preferência por modelos da marca para renovar as suas frotas”, acrescenta Rivera. Ele avalia que além de assistência técnica e reposição de peças, o pósvenda oferecido pela Marcopolo e o valor de revenda também são vistos como diferenciais. “Combinados, esses fatores deixam, não apenas o cliente, mas também as instituições responsáveis pelo financiamento de novos ônibus seguros para realizar investimentos a médio e curto prazo”, finaliza.

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VISITAS

America Rent a Car e Turismo - Rio de Janeiro

Andesmar - Argentina

APTRA e Transportes Ariany - República Dominicana

Autobuses Chilsaca S.A - Costa Rica

Buses JM - Chile

Buses Pullman Tur - Chile

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Viajante - Edição 19 - Dezembro 2016 - Créditos: Douglas Melo, Gelson M. da Costa, Sabrina Leme e Vinicius Pauletti


VISITAS

Ceccon e Biora Transp. de Passageiros - Paraná

CITA S.A. - Transporte de Pasajeros - Uruguai

Comitiva New Flyer - Canadá

Comitiva Província de Chaco - Argentina

Consórcio de Transportes Cooperativos - Metrocoop - Costa Rica

El Aguila - Argentina

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VISITAS

Entrega de placa em comemoração aos 70 anos da Viaggio Tur - Rio Grande do Sul

Exp. Brasileiro, Rota Transportes e Agerba - Bahia

Expresso Kurz - Rio Grande do Sul

Kleintur Turismo - Rio Grande do Sul

La Encarnacena - Paraguai

Mafagusa Transp. Turísticos - São Paulo

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Viajante - Edição 19 - Dezembro 2016 - Créditos: Douglas Melo, Gelson M. da Costa, Sabrina Leme e Vinicius Pauletti


VISITAS

Marazul Turismo - Paraná

Minga Guazú - Paraguai

Ouro e Prata - Rio Grande do Sul

Padre Fidel Maiz SRL - Paraguai

Rio Anil Transportes - Maranhão

San Cristobal - Equador

Trans 18 Gestion de Flotas - Chile

Transportes Bellanita - Colômbia

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MEMÓRIA

30 anos de Melhoria Contínua “Simps / Sumam”

Em 1986, após uma viagem ao

de trabalho da empresa.

Em celebração aos seus 30

Japão para conhecer filosofia de

A primeira turma surgiu ainda

administração e de produção utili-

em novembro de 1986 no Setor

zadas no país, Paulo Bellini perce-

de Pintura a Pó. Atualmente, são

beu a oportunidade de aplicar os

118 grupos e mais de 600 cola-

mesmos conceitos na Marcopolo

boradores envolvidos. Em 2016,

de Lean Manufacturing e usando a

e compartilhou o que viu com os

3.168 oportunidades de melhorias

filosofia Kaizen como ferramenta.

colaboradores. Nasciam assim o

foram identificadas e dessas 2.866

O objetivo é padronizar os proces-

SIMPS – Sistema Marcopolo de

foram implementadas.

anos, os programas passam por revitalização, levando em conta a essência dos princípios do conceito

sos produtivos em todas as fábricas

Produção Solidária e o SUMAM –

Ao final de cada ano, realiza-

Sugestões de Melhoramentos do

das Mostra de trabalhos onde cada

Ambiente Marcopolo, considera-

grupo apresenta três melhorias de-

amente aspectos como segurança,

dos divisores de águas na filosofia

senvolvidas por seus integrantes.

qualidade e produtividade.

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Viajante - Edição 19 - Dezembro 2016

no mundo para melhorar continu-


En t re em conta to, est a mos próximos.

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