Revista Viajante Ed. 14 - abril | maio | junho 2015

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Viajante Ano III - Edição nº 14 - abril | maio | junho 2015

Em expectativa, o setor de transporte de passageiros aguarda nova regulamentação A tecnologia dos ônibus evoluiu muito, mas a segurança depende também do passageiro

Novo Ideale, o ônibus do fretamento Novidades também entre os urbanos e rodoviários


Expediente

4. Gestão e Liderança Líderes da geração Y

A Revista Viajante é uma publicação trimestral da Marcopolo Coordenação Geral Marketing Marcopolo Conselho Editorial Andre Luis de Oliveira, Eliana Zanol, José Carlos Secco, Méri Steiner, Paulo Corso, Ricardo Portolan, João Paulo Ledur, Humberto Oselame e Walter Cruz Site www.marcopolo.com.br Endereços Unidade Ana Rech Av. Rio Branco, 4889 Bairro Ana Rech Caxias do Sul - RS - Brasil CEP 95060-145 Fones: (0800) 702-7070 (Brasil) ou +55. 54. 2101.4000 (outros países) E-mail: contato@marcopolo.com.br Unidade Planalto Av. Marcopolo, 280 - Bairro Planalto Caxias do Sul - RS - Brasil CEP: 95086-200 Fones: (0800) 702-7070 (Brasil) ou +55. 54. 2101.4000 (outros países) E-mail: contato@marcopolo.com.br

7. Especial

Segurança dos ônibus

10. Conjuntura

Paulo Porto, presidente da Abrati

12. Lançamentos

As novidades da Marcopolo para 2015

19. Representante

Marcopeças, do Rio Grande do Sul

20. Entrevista

Fábio Fonseca, Expresso Embaixador

22. Turismo

A diversidade da Colômbia

26. Gastronomia

Bandeja Paisa

Coordenação, Produção e Edição Eyva Comunicação e Publicações Ltda Rua Dr. Montaury, 1441, sala 602 Centro | Caxias do Sul | RS (54) 3028.2868 Jornalista Responsável Simoni Schiavo MTB-RS 8821 Projeto Gráfico Cíntia Colombo Impressão Cromo Gráfica e Editora Distribuição gratuita

Proibida a reprodução sem autorização prévia e expressa. Todos os direitos são reservados.

27. Artigo

Tarifas, por Adamo Bazani

28. Sustentabilidade

Central de Resíduos Sólidos

30. Novidades

Configurações especiais

31. Mundo Marcopolo

No Equador e no México


Editorial

Julio Soares/Objetiva

Oportunidades e ensinamentos para a retomada O último trimestre de 2014 já sinalizava que o ano de 2015 começaria bem diferente dos últimos. O Brasil vive um momento de mudanças e de ajustes na economia, que se refletem direta ou indiretamente em nossos negócios. Essas mudanças e ajustes precisam ser feitos, pois a indústria e o mercado nacionais vinham baixando de ritmo continuadamente, o que vem causando, desde o ano passado, menor demanda e produção, e o arrefecimento da força e do crescimento do país. Cremos que ainda faltam cortes nas despesas dos governos em geral. Porém, as recentes alterações nas regras para o financiamento através das linhas Finame e Finame PSI do BNDES, a indefinição acerca dos termos e condições do modelo de autorização das linhas interestaduais a serem publicados pela ANTT, em data ainda a ser definida, bem como o aumento de impostos, de taxas de juros e também de preços em itens como energia elétrica e combustíveis, impactam a nossa empresa, bem como nossos clientes e fornecedores. Pela primeira vez desde a crise econômica internacional de 2008 (que teve reflexos nas atividades do primeiro semestre de 2009) voltamos a sofrer com a falta de volume de vendas. O Brasil precisa crescer e voltar a ter um nível elevado em sua atividade produtiva. A expectativa é de que a nova equipe econômica proporcione as condições necessárias para que os empresários e empreendedores nacionais possam investir para ampliar seus negócios e, consequentemente, a economia brasileira volte a crescer. Nesse cenário complexo, cabe a cada um de nós fazer a sua parte, com o máximo empenho, dedicação e cooperação, mantendo a confiança de que a parceria e o trabalho conjunto farão a diferença para se obter sucesso no mercado cada vez mais competitivo no qual vivemos. Para isso, todos na Marcopolo trabalharão focados para superar os níveis de qualidade, entregando aos nossos clientes produtos cada vez melhores. Além disso, o lançamento de produtos que apresentamos agora levarão ao mercado mais tecnologia, maior eficiência, menores custos de operação e um padrão diferenciado e exclusivo no setor do ônibus. Temos o desafio de fazer de 2015 um ano vitorioso, apesar das dificuldades que se apresentam. Seguimos acreditando que isso será possível com a superação de nossos próprios limites, contando com a competência da nossa equipe de colaboradores, com a parceria de nossos representantes comerciais, com o apoio de nossos fornecedores e com a confiança de nossos clientes. Mantemos o forte desejo de que ao final desse ano possamos celebrar juntos muitas conquistas! Boa leitura

José Rubens de la Rosa Diretor-geral


Gestão e Liderança

Liderança colaborativa, o futuro das empresas Os jovens se engajam apenas no que acreditam e, quando isso acontece, são muito comprometidos, diz Sofia Esteves “A geração Y é reflexo da educação que recebeu dentro de casa e nas escolas.” Com essa afirmação, a psicóloga Sofia Esteves fala sobre comprometimento, mercado de trabalho, liderança, expectativas desses novos profissionais e também o que as empresas podem esperar de seus futuros líderes. Fundadora do Grupo DMRH (1988), que tem hoje duas parcerias internacionais e instituiu um método de trabalho de seleção por competências, Sofia é especialista no comportamento do jovem que ingressa no mercado de trabalho e realiza pesquisas regulares sobre o tema. Geração Y x Comprometimento Muitas pessoas falam que a geração Y, essa nova geração de jovens que está entrando no mercado de trabalho hoje, com 20, 22 anos é mais descomprometida. A grande questão é que eles se comprometem com as coisas que acreditam. Então, a grande diferença é que, no passado, as outras gerações, quando algo tinha de ser feito, iam e faziam. Era dever, era obrigação. A maior parte das vezes nem sabiam porque estavam executando determinada tarefa, qual impacto

"É preciso derrubar o estigma, o paradigma de que os jovens de hoje têm de ser iguais ao que nós éramos no início de carreira. Até porque não existe certo nem errado. Existem diferenças entre a maneira de se agir." 4

aquilo teria no trabalho. Hoje não. Hoje, se o jovem não entende o significado do que está fazendo, o propósito daquela atividade que tem que desenvovler, ele não se engaja. Então, dá muito mais trabalho, porque não é simplesmente cumprir ordens, é fazer atividades, tarefas com significado. E o jovem, quando encontra esse significado, é muito comprometido. Tirando o estigma É um perfil positivo porque, se o jovem acredita, faz contribuições muito melhores. Quando a gente simplesmente executava uma atividade, não tinha muito como contribuir para um trabalho melhor. Agora, sempre digo que quando se trata desse tema é preciso tirar o estigma. E mudar o paradigma de que o jovem tem que ser igual ao que nós éramos no nosso início de carreira. Até porque não existe nem certo nem errado, existem diferenças entre a maneira de se agir. E essas diferenças que a gente encontra no mercado de trabalho, de como os jovens agem no mercado de trabalho, não aparecem à toa. Questão de educação As diferenças vêm frente ao tipo de educação que nós, pais, que somos os executivos, que cuidamos das empresas, demos dentro de casa. Então, às vezes, a gente dissocia e diz: ‘Ah, o jovem não é comprometido’. Sim, só que ele é fruto da nossa educação, fruto do que viu na escola, e hoje, graças a Deus, vivemos num mundo não hierárquico. No passado, tínhamos a hierarquia dentro das nossas casas. A figura do pai era de poder, uma figura distante do filho, e não existia a demonstração de afeto que o filho tem hoje.


Divulgação DMRH

Por isso, uma reflexão maior que precisa ser feita é essa: ‘Como é que podemos exigir depois, no mercado de trabalho, coisas diferentes do que formamos dentro de casa?’ Se não dermos os desafios dentro de casa, o jovem não vai aprender a se desafiar. Se não o ensinamos a ter comprometimento dentro de casa, é difícil ele se comprometer depois. Esse profissional é reflexo da educação que recebeu, da formação, de comportamentos que viu na própria família. Ou seja, a família que desafiou mais seus jovens e até as que passaram por questões como morte de pai, mãe, às vezes separações; que expuseram esses jovens a ter mais resistência à frustração, terão jovens com mais resistência. Aquele que foi superprotegido não vai chegar no mercado de trabalho e saber da noite para o dia como se transformar. Encontro de gerações Sempre digo que é muito fácil falar de conflito de geração, de uma contra a outra, de uma ganhando em cima da outra. Mas se a gente quiser ter um mundo corporativo eficiente, vamos ter que falar em encontro de gerações, onde o mais novo aprende com o mais velho e o mais velho aprende. É diferente do passado, quando os mais velhos, os gestores, os líderes só ensinavam. Hoje temos muito a aprender também. Fala-se que o jovem é imediatista, mas o mundo é imediatista. O jovem é reflexo do mundo onde está vivendo. As gerações passadas aprenderam muito melhor, por exemplo, a planejar, a priorizar e a aprofundar os pontos que são mais relevantes para um trabalho; a fazer leituras do mundo corporativo, o entendimento de cenários, ou seja, até pelo mundo em que essa nova geração viveu (que é tudo mais superficial), as gerações antigas podem ajudar nessa profundidade, a praticar o ato de planejar mais, de pesquisar mais e de aprofundar um determinado tema. E o contrário também é verdadeiro: a geração Y tem para ensinar a rapidez na tomada de decisão que o mundo hoje exige, a capacidade de enxergar as coisas de vários ângulos, porque como tem uma visão muito maior, muito mais aberta, leva em consideração outros fatores, a colaboração mesmo, de um trabalho mais horizontal, vamos chamar

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Gestão e Liderança assim, onde todo mundo tem espaço para falar o que pensa e dar sua contribuição, menos hierarquizada. E, sem dúvida, além de tudo isso, a grande questão de tecnologia, de como lidar com as modernas ferramentas. São eles, no dia a dia, que estão nos ensinando. No mercado de trabalho O maior motivo de saída do jovem das empresas é a chefia imediata, é ele não se sentir entendido, é não ter diálogo com esse líder, não ter abertura para diálogo, não ter feedback. O jovem hoje busca um líder que seja um exemplo, que faça, que pratique aquilo que defende. Quer um líder que seja próximo, que possa confiar, quer um líder que tenha domínio do que faz para poder ensinar o outro. Eles sempre falam que não querem um líder amigão, mas alguém que saiba ser próximo e saiba manter o distanciamento quando precisa dar um feedback negativo ou dar as diretrizes do trabalho que tem para fazer. Hoje as empresas já têm muitos jovens que ocupam cargos de liderança, e o que se percebe é um perfil colaborativo. Há menos hierarquia e muita colaboração, muita troca, muita discussão, muito espaço para deixar o outro ser também. Não existe o distanciamento e a hierarquia como a liderança do passado. Os resultados têm sido bons, porque quando você consegue mobilizar todo mundo, alcança metas. Liderança positiva Estamos falando de jovens, mas temos duas pesquisas – A empresa dos sonhos dos executivos e A empresa dos sonhos dos jovens – sobre perfis de liderança e elas mostram que aquilo que o jovem busca para a carreira dele é muito parecido com o que os altos executivos também querem. A diferença é a forma como lutam por isso. O executivo atual vem de um mundo onde – até por ter aprendido que dever é obrigação – ele não tem que pedir, tem que esperar ser reconhecido. Muitas vezes, a empresa está falando coisas que ele não concorda, mas como aprendeu que não pode questionar, ele apenas executa. O jovem de hoje fala, diz que não concorda, apresenta os motivos e argumenta que já está preparado para dar mais um passo nacarreira, que está ficando defasado no mercado, que precisa ter uma remuneração maior... O jovem fala abertamente sobre o que o incomoda e isso é positivo.

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Em harmonia Abrir o diálogo é o primeiro passo para a harmonia entre as gerações. Entender, buscar a entender, fazer um contrato de expectativas com os jovens, em que se perceba o que cada um espera do outro e o que cada um está disposto a dar, porque não pode ser uma via de mão única. É preciso estabelecer o que é viável e o que não é, para acertar as expectativas. Dessa forma, será possível estar próximo do jovem e dar espaço para que possa acertar, errar, contribuir, colaborar, porque ele está formando sua segurança profissional nesse momento. Então, é muito importante um líder dar espaço para o jovem agir. Para que tudo isso seja possível, o mais importante é que as pessoas deixem, de verdade, as premissas, os paradigmas que são criados, rotulando uma geração, porque todas as gerações têm qualidades e têm defeitos. Todas têm

"Hoje as empresas já têm muitos jovens que ocupram cargos de liderança e o que se percebe é um perfil colaborativo. Há menos hierarquia e muita troca, muita discussão, muito espaço para deixar o outro ser também." características que são complementares umas das outras. E têm tido sucesso as empresas que, de fato, estimulam a troca de experiências, que criaram um ambiente de colaboração mútua. Para fazer isso é preciso humildade. Não é porque hoje se é um diretor, um presidente, um gerente, que se está acima de tudo, já aprendeu tudo. Se existe a humildade de mostrar que também tem coisas a aprender com esse jovem e a ensinar, esse líder vai conseguir conquistar o jovem e conseguir trazer dele o máximo de sua eficiência. O jovem, simplesmente, quer pertencer a algum lugar onde saiba que tem valor. Assim, as empresas vão crescer, vão progredir e vão sair na frente aquelas que souberem trazer o jovem com o perfil que ela busca. É preciso entender que é muito importante, acima de qualquer coisa, olharmos a aderência à cultura da empresa, os valores da empresa, se o que o jovem está buscando para o futuro, o que ele valoriza em termos de ambiente de trabalho, de cultura, está adequado de fato àquilo que a empresa pode oferecer. Caso contrário, não será possível conseguir manter esse jovem.


Especial

Gelson Mello da Costa

Segurança, palavra de ordem para o transporte O ônibus evoluiu muito nos últimos anos, graças às novas tecnologias, mas o passageiro precisa exigir e colaborar para aumentar ainda mais a segurança nas viagens Nos últimos 20 ou 30 anos, o ônibus evoluiu muito, tornando-se muito mais seguro, confortável e eficiente. Os avanços tecnológicos foram e são cada dia mais rápidos e aplicados nos veículos, desde o interior, como as poltronas e a ergonomia dos equipamentos e acessórios, até a mecânica, com sistemas eletrônicos que monitoram vários aspectos, como a estabilidade, a dirigibilidade e o consumo, entre outros. Nesse período, a preocupação com a segurança também cresceu muito e a legislação brasileira recebeu importantes avanços para garantir a segurança e a integridade do passageiro. Mas isso é suficiente? Não. Para que toda tecnologia aplicada nos ônibus e modernidade nas leis possam trazer benefícios e garantir a segurança e o bem-estar dos usuários,

é fundamental que o passageiro tenha a consciência do importante papel que representa nas viagens de ônibus. Um aspecto bem simples e pouco aplicado é o uso do cinto de segurança. Outro é o desconhecimento ou a falta de interesse em saber sobre os procedimentos básicos em caso de acidente e emergência. Somente a melhor aplicação desses dois itens já reduziria em muito as vítimas e os danos físicos dos usuários. No caso do cinto de segurança e dos procedimentos em caso de emergência, diferentemente do que acontece nas viagens de avião, o passageiro muitas vezes “não vê necessidade” de afivelar o cinto ou prestar atenção à explicação de uso e acionamento dos equipamentos. Talvez porque se sinta muito mais seguro.

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Especial

A segurança como prioridade nos ônibus O ônibus é hoje um dos meios de transporte mais seguros e com menores índices de vítimas. Isso se deve, em grande parte, à evolução de sua fabricação e nas regulamentações. A Marcopolo tem trabalhado constantemente para ampliar a segurança, a eficiência e o conforto de seus modelos, com o envolvimento de toda a empresa, desde a engenharia, que projeta e desenvolve os veículos, até a produção, com processos cada vez mais sofisticados e rigorosamente controlados. Por isso, é reconhecida internacionalmente pelos mais altos padrões de confiabilidade, robustez, segurança e qualidade com os quais são fabricados os ônibus. A empresa se especializou no desenvolvimento de processos produtivos diferenciados, que permitem que os ônibus sejam manufaturados com características e critérios que superam as mais exigentes regulamentações, inclusive, internacionais. Também foi a primeira fabricante brasileira a atender à regulamentação europeia ECE-R66 fase 2, que exige maior resistência a impactos e colisões para a carroceria e estrutura do veículo, sobretudo no quesito tombamento. Em sua sede, em Caxias do Sul, são fabricados os ônibus que circulam pelos países das Américas

A Marcopolo trabalha continuamente para ampliar o conforto, a segurança e a eficiência de seus ônibus, realizando testes e simulações de tombamento e impactos. 8

do Sul e Central. A unidade aplica os mais avançados equipamentos e tecnologias para produção dos veículos, como as linhas robotizadas para a soldagem da estrutura das poltronas. Somente nos últimos dois anos, mais de R$ 200 milhões foram investidos na contínua modernização das plantas brasileiras, dentro de um programa de investimentos de mais de R$ 450 milhões, entre 2012 e 2016. Os investimentos em equipamentos de última geração, layout produtivo, formação e aperfeiçoamento da mão de obra permitiram que a empresa alcançasse os mais elevados níveis internacionais de confiabilidade, qualidade, produtividade e segurança, levando-a à conquista inédita para o setor de ônibus do prêmio Melhor Empresa de 2014, da revista Exame. Outro diferencial é que os veículos são concebidos com foco na redução dos impactos ambientais durante os processos de fabricação, com a utilização de um maior número de matérias-primas e peças recicláveis, além do atendimento à legislação sobre emissões veiculares. A Geração 7 de ônibus rodoviários é um exemplo da aplicação de tecnologia, do desenvolvimento do projeto à sua produção, e estabeleceu novos referenciais para o mercado latino-americano e internacional. Foram muitas horas consumidas em testes e simulações, como o de tombamento lateral e impacto frontal, para garantir que os ônibus atendam a todas as normas internacionais de segurança. Os veículos proporcionam, ao mesmo tempo, vantagens para o passageiro, com maior conforto, segurança e praticidade; para o motorista, pela dirigibilidade e ergonomia; e para o frotista, pela maior ocupação dos veículos, menor custo operacional e manutenção facilitada.


Fotos Arquivo Marcopolo

A área de engenharia da companhia atua com um conceito construtivo otimizado, que melhor utiliza os materiais nobres, resultando numa estrutura mais resistente e, ao mesmo tempo, mais leve.

Conceito estrutural O desenvolvimento de um conceito construtivo otimizado – de acordo com a regulamentação europeia R66 – é outro diferencial dos ônibus Marcopolo. Com esse conceito e a maior utilização de materiais nobres, como o alumínio e plásticos especiais, a engenharia da empresa conseguiu construir uma estrutura mais resistente e, ao mesmo tempo, cerca de 300 kg mais leve (dependendo da configuração do veículo). O desenvolvimento do projeto da estrutura foi totalmente feito por cálculo por Elementos Finitos (FEA), com o objetivo de garantir a resistência à fadiga, detectando os pontos de maiores e menores esforços, o que possibilitou o dimensionamento adequado dos componentes estruturais para cada modelo. Complementar aos cálculos teóricos, a empresa investiu em testes de campo por mais de 18 meses, garantindo, assim, a durabilidade da estrutura e dos componentes do veículo. Os principais componentes estruturais utilizam aços com ligas especiais, que possibilitam reduzir o peso total do conjunto. Com isso, conforme o modelo de carroceria, no Geração 7 é possível transportar mais passageiros na mesma aplicação em relação aos modelos comercializados atualmente.

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Conjuntura

Setor em expectativa

Divulgação Abrati

Expectativa é a palavra que traduz o início de 2015 para a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati). Presidente do Conselho Deliberativo da entidade desde julho de 2013, Paulo Porto Lima afirma que o desempenho do mercado irá depender do novo regulamento para o setor, elaborado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Apenas com as regras estabelecidas será possível equacionar o desenrolar do ano para as empresas. Geógrafo de formação, o empresário possui vários cursos de especialização e MBA em administração e finanças, e é diretor da Expresso Guanabara, empresa de transporte de passageiros baseada em Fortaleza, no Ceará. O executivo ainda faz parte da diretoria da associação há muitos anos, tendo sido vice-presidente no exercício anterior. Também já ocupou vários cargos em entidades de classe no Ceará. VJ: Qual a visão da Abrati para o mercado em 2015? Paulo Porto Lima: A grosso modo, acreditamos que os números de 2015 não serão diferentes dos de 2014, podendo até sofrer retração em função da economia do país. No entendimento da Abrati, o desempenho de todo o nosso segmento ao longo deste ano dependerá do novo regulamento para o setor, publicado ainda em março, que define como as empresas irão operar. VJ: Há perspectivas melhores a partir de 2016? Porto: Existe uma expectativa por parte do empresariado do setor, tanto dos operadores como das indústrias, de que com o novo regulamento haverá um estímulo para que as empresas possam voltar a investir num mercado que, com certeza, será cada vez mais competitivo. Mas ressalto que tal otimismo está atrelado ao conteúdo do novo regulamento. Se o mesmo não for feito com o cuidado necessário, haverá um desestímulo muito grande. Mas há também uma confiança grande do empresariado no Ministério do Transporte e na Agência Nacional de Transportes Terrestres para a realização desse trabalho.

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"O desempenho do mercado de transportes neste ano irá depender do novo regulamento elaborado pela ANTT. Com as regras estabelecidas e compreendidas será possível equacionar 2015."


VJ: Quais as principais metas da entidade para esse ano de 2015? Porto: A principal meta era e continua a ser o acompanhamento diário, junto à ANTT, do desenrolar do trabalho ora em elaboração. Mas o conteúdo só saberemos quando o mesmo for publicado no Diário Oficial da União e levado à audiência pública para colher sugestões. VJ: O transporte rodoviário brasileiro pode evoluir? Como? Porto: O sistema brasileiro já é muito evoluído. Tanto é que se tornou já há alguns anos referência internacional, servindo como benchmarking para vários paí-

ses. Isso se deve às dimensões continentais do Brasil, que hoje é plenamente atendido por ligações rodoviárias, e ao pioneirismo de vários empreendedores que deram início ao sistema há mais de 80 anos. São mais de 5,5 mil municípios interligados, permitindo ao passageiro embarcar num ônibus e, daí, atingir qualquer ponto do país. VJ: As mudanças na economia foram ou devem ser benéficas ou podem parar a economia e, consequentemente, o segmento de transporte rodoviário de passageiros? Porto: Algumas medidas podem aumentar o custo operacional do segmento, mas isso ainda não foi quantificado. O que o setor reivindica há muito tempo é uma isonomia com o setor aéreo nas questões tributárias e de isenções. Enquanto os passageiros de ônibus arcam com um custo médio do ICMS de 12%, os passageiros aéreos são isentos dessa tributação. Os ônibus interestaduais ainda têm que arcar com gratuidade para os idosos com duas poltronas sem custo e outras com 50% de desconto. E, no sistema aéreo, não há essa obrigatoriedade de gratuidade nem de desconto.

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VJ: E o passageiro ganha ou perde com todo esse impasse? Porto: Por enquanto não há essa equação. As passagens continuarão sendo vendidas a preços módicos, característica do setor de passageiros interestadual e internacional, mas, dependendo das novas regras, haverá uma oferta maior de frotas novas oferecendo mais segurança e qualidade no serviço para toda a população.

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Lançamento

Novo Ideale, o Marcopolo para desbravar novas rotas Da linha de rodoviários e intermunicipais, modelo tem maior ergonomia e segurança com menor custo de operação A Marcopolo amplia a sua linha de ônibus rodoviários e intermunicipais e lança o Novo Ideale. O objetivo da fabricante é oferecer um veículo com diferenciais em conforto e design (Novo DNA Marcopolo), bem como facilidade de operação. O foco é a aplicação nos segmentos de linhas intermunicipais e fretamento, bem como linhas regulares de curtas distâncias. O veículo foi concebido dentro dos mais recentes conceitos de fabricação, que permitem a otimização de sua estrutura com melhor aproveitamento do espaço interno, elevação da rigidez estrutural, além de conferir mais conforto, segurança, ergonomia e menor custo operacional. Com diferenciais que agregam valor, o Novo Ideale foi desenvolvido para complementar a já conceituada linha de rodoviários, com os modelos Paradiso e Viaggio. Projetado para oferecer ainda mais conforto, segurança e ergonomia para o transporte de passageiros, o veículo é 50mm mais largo em relação ao atual e possui novo design, com LEDs nas luzes de direção, nova grade dianteira com padrão “colmeia”, grades inferiores do para-choque dianteiro injetadas e farol de neblina como opcional. Visual inédito e arrojado A principal característica externa do Novo Ideale é o desenho do veículo, com nova grade dianteira, novos para-choque e o conjunto ótico, com LEDs nas luzes de direção, além de farol de neblina opcional. Na traseira, o

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modelo recebeu novas tampa traseira, vigia com desenho diferenciado e luzes delimitadoras, além de lanternas integrais e retrorrefletores exclusivos, o que amplia a segurança. A adoção de LEDs nas sinaleiras aumenta a eficiência luminosa e a durabilidade. Com maior vida útil, a tecnologia ainda reduz a necessidade de troca/manutenção. O desenho mais arrojado, com novos para-brisas e vidros laterais colados (opcional), amplia a visibilidade para os passageiros e para o motorista, que também ganhou nova ventarola para melhor ventilação.

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Internamente, a grande novidade é o elevado padrão de conforto e ergonomia. O veículo ganhou porta do tipo In-Swing de 870mm de largura, que se desloca para a parte interna do veículo e oferece maior segurança e funcionalidade na operação, espaço de circulação no corredor de 375mm, novas poltronas Ideale de 1.005mm de largura e configuração interna totalmente renovada, como novos revestimentos, porta-pacotes e porta-focus redesenhados e redimensionados, além da iluminação em LEDs.

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l O posto do motorista também foi reprojetado,

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l A iluminação do salão de passageiros é toda em

l Para o conforto dos passageiros, o veículo foi equipado com avançado sistema de renovação de ar natural. O sistema de ar-condicionado (opcional) proporciona maior eficiência na climatização de todo o ambiente, pois conta com novos dutos integrados ao teto e chicote elétrico separado, para melhor funcionamento.

com melhor ergonomia, acesso aos comandos e mais espaço, em razão da maior largura do veículo. O desenho funcional permite o melhor aproveitamento do espaço interno e o painel ganhou sistema Multiplex Touch Screen.

LEDs, com luzes indiretas para maior comodidade e sofisticação. Os LEDs estão presentes também nas luzes de leitura dos porta-focos, que contam ainda com saídas individuais para ar-condicionado. As linhas do acabamento interior da cabine seguem as tendências automobilísticas, com materiais e texturas mais “amigáveis” e modernos.

O modelo apresenta novas poltronas, 15mm mais largas, com 1.005mm, que proporcionam também fácil acesso. Outra novidade está na nova padronagem dos tecidos das poltronas, laterais e porta-pacotes, mais arrojada e moderna.

Tecnologia de ponta A grande área envidraçada nas paredes de separação permitiu aumentar o campo visual dos passageiros, assim como o seu bem-estar. A fechadura possui acionamento suave e confortável e a porta de acesso ao salão, que abre para o lado de fora, facilita o deslocamento sem

interferir nas poltronas. O Novo Ideale estará disponível nas versões 4x2, motor dianteiro, com até 12.700mm de comprimento e 3.480mm de altura. O veículo tem capacidade para transportar 48 passageiros, mais auxiliar e motorista, sem sanitário.

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Lançamento

Paradiso 1350 amplia linha G7 Marcopolo Rodoviário destaca-se pelo elevado padrão de sofisticação A Marcopolo lança o ônibus rodoviário Paradiso 1350 da Geração 7. O veículo foi desenvolvido especialmente para oferecer aos operadores mais espaço de bagagens e conforto interno. O Paradiso 1350 foi projetado e desenvolvido na unidade da Marcopolo de Ana Rech, em Caxias do Sul, e tem como principais destaques o mais elevado padrão de sofisticação, com itens de conforto, segurança e ergonomia e o maior

Júlio Soares/Objetiva

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espaço nos bagageiros, com 1.350mm de altura e a maior capacidade volumétrica do mercado, com até 19,57 metros cúbicos. O modelo oferece as mesmas características dos outros modelos da Geração 7, como o Paradiso 1200 e o Paradiso 1050, de maior conforto, segurança e ergonomia, além do acabamento futurista, identidade da empresa, para o transporte de passageiros.


Diferenciais que agregam Com desenho externo e identidade Marcopolo da Geração 7, o Paradiso 1350 destaca itens importantes, como o conjunto ótico com LEDs nas luzes de direção e de posição – Daytime Running (luz de posição diurnas), que aumentam a eficiência luminosa e a durabilidade e reduzem a necessidade de troca/manutenção. Além disso, os novos espelhos retrovisores reforçam a identidade Marcopolo. Internamente, o modelo tem elevado padrão de conforto e de segurança, com iluminação do salão de passageiros em LEDs, com luzes indiretas, que criam um ambiente de comodidade e sofisticação. Os LEDs estão presentes também nas luzes de leitura dos porta-focos, com acionamento por toque, que contam ainda com saídas individuais para ar-condicionado, plug para fone de ouvidos e controle de volume do som. Os amplificadores de áudio são individuais e integrados ao porta-focos. Para maior conforto, o modelo conta com mais espaço nos porta-pacotes, com ca-

pacidade de 3,8 metros cúbicos. Também dispõe de monitor frontal em LED e monitores em LED de 15 polegadas, posicionados ao longo de todo o salão para possibilitar a melhor visibilidade em qualquer poltrona. O veículo é equipado com avançado sistema de renovação de ar natural, corredor do piso central revestido em laminado que imita a madeira – o que permite melhor isolamento térmico e acústico. O sistema de ar-condicionado proporciona maior eficiência na climatização de todo o ambiente, pois conta com novos dutos integrados ao teto e chicote elétrico separado, para melhor funcionamento, e nova tela no teto com filtros, para evitar a entrada de impurezas no ambiente do salão de passageiros. Maior conforto para motorista e auxiliar No Paradiso 1350, a cabine foi totalmente redesenhada e as linhas do acabamento interior seguem as tendências automobilísticas, com materiais com texturas mais “amigáveis” e comandos projetados ao alcance do motorista. O novo painel incorpora todos os instrumentos, como o display da câmera de ré, as câmeras internas e o sistema multiplex (funções conjugadas de todos os equipamentos do ônibus). A configuração conta também com saídas de ar reposicionadas e sistema de ventilação mais eficiente, porta-objetos ao lado da poltrona, iluminação individual para o motorista e para o motorista auxiliar com acionamento sensível ao toque. O Paradiso 1350 está disponível nas versões 6x2 e tem 14 metros de comprimento e 2,6 metros de largura.  Alguns dos itens descritos são opcionais. Consulte a fábricante.

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Lançamento

Família de urbanos Marcopolo está completa Torino Express e Torino Low Entry são as novidades da linha que atende às necessidades do serviço convencional ao BRT Com o recente lançamento do Torino Express e do Torino Low Entry, a Marcopolo completa a sua família de ônibus urbanos, com diversidade e opções para atender a todas as necessidades do transporte coletivo urbano, do serviço convencional até o BRT. São sete diferentes modelos: Novo Torino motor dianteiro, Novo Torino motor traseiro, Torino Low Entry, Torino Express articulado, Viale BRS, Viale BRT articulado e Viale BRT biarticulado. “O objetivo é oferecer aos nossos parceiros a melhor solução, de acordo com as características do seu negócio/serviço. Desde o consagrado Torino com motor dianteiro, o modelo de meno-

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res custos de aquisição e operacional, até o Viale BRT biarticulado, com capacidade para mais de 200 passageiros e ideal para os sistemas BRT mais modernos”, salienta Paulo Corso, diretor de operações comerciais da Marcopolo. Segundo Corso, os novos modelos Torino Express articulado e Torino Low Entry permitem à empresa oferecer opções para a aplicação em vias segregadas básicas e sistemas BRT. O Torino Express articulado tem capacidade para transportar mais de 130 passageiros e já está em utilização nos sistemas Transoeste e Transcarioca, no Rio de Janeiro.


Fotos Júlio Soares/Objetiva

Torino Express Articulado

Com capacidade para transportar 130 passageiros, o Torino Express já está em utilização nos sistemas Transoeste e Transcarioca, no Rio de Janeiro

Com mais de 20 metros de comprimento, o Torino Express articulado foi desenvolvido para atender tanto ao padrão de vias segregadas básicas quanto de BRT. O modelo apresenta visual moderno e tecnologia aplicada a favor da funcionalidade, conforto e segurança, com sistema multiplex redesenhado, painel de instrumentos com tela colorida de LCD de 3,5 polegadas e sistema de ar-condicionado opcional. Também conta com novos conjuntos óticos traseiro e frontal que incluem luz diurna, que agrega mais segurança no trânsito urbano. O Torino Express foi concebido para oferecer conforto e segurança aos passageiros, menores custos operacional e de manutenção para o operador, além de mais ergonomia e praticidade para motorista e cobrador. Outras inovações  Maior largura interna, com amplo espaço para circulação, mais conforto e segurança.  Iluminação interna em LEDs.  Poltronas City ergonômicas e com novos apoios de cabeça, que facilitam a movimentação dos passageiros. E opção de poltronas com encosto alto.  Cinco poltronas preferenciais para idosos, gestantes e/ ou portadores de necessidades especiais e elevador automático e espaço dedicado para cadeirantes.  Novo sistema de campainha com acionamento de chamada de parada por botão (sem fio).  Maior conforto térmico e acústico, com o insuflador para o motorista e o cobrador, e novo janelão com mais eficiente captação de ar.  Posição do motorista redesenhada, com ampla área para o painel de controle, além de console com porta-objetos.  Assoalho dividido em painéis removíveis e pés das poltronas tipo cantilever, que permitem a realização de reparos no piso sem a necessidade de remoção das poltronas. O resultado é o menor custo de manutenção e facilidade de limpeza, que também se aplica em todos os revestimentos da carroceria.  Nova decoração.

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Lançamento Fotos Júlio Soares/Objetiva

Torino Low Entry O Torino Low Entry tem concepção robusta, elevada confiabilidade e excelente relação custo/benefício, atributos reconhecidos pelos operadores/empresários do setor de transporte urbano de passageiros. Atende a todas as exigências dos sistemas de transporte existentes no país e é equipado com suspensão pneumática. Com comprimento de até 13,4 metros, possibilita a colocação de mais poltronas e a ampliação do espaço interno. Desenvolvido para aplicação nos avançados sistemas de transporte coletivo em grandes centros urbanos, está entre os mais avançados já fabricados no Brasil e tem capacidade para transportar até 79 passageiros, sendo 39 sentados e 40 em pé. Conta ainda com poltronas preferenciais para portadores de necessidades especiais, idosos e/ou gestantes, uma poltrona para obeso e um posto para cadeirante. O modelo pode ser equipado com poltronas com encosto de cabeça, descansa-braços e descansa-pés, lixeiras no salão de passageiros, sistema de ar-condicionado, sirene de marcha à ré, sistema de gerenciamento de frota, sistema de iluminação interna em LEDs e sistema de audiovisual com dois monitores de 19 polegadas em LCD.

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Representante

Com foco no mercado Há 45 anos no mercado, a Marcopeças atua no setor de venda de carrocerias, peças de reposição e pós-vendas Com foco exclusivo de suas atividades no setor de transportes de passageiros do Rio Grande do Sul, representando a Marcopolo no fornecimento de carrocerias para ônibus, a Marcopeças foi fundada por Antonio Carlos Zanellato Hilgert em agosto de 1970, em Porto Alegre. Na época, a participação da empresa caxiense no estado era pequena, mas os tempos difíceis foram superados pela tenacidade e trabalho de Hilgert aliados ao apoio fundamental da fábrica. “Aos poucos, os produtos Marcopolo foram sendo introduzidos no mercado e, hoje, temos várias companhias com a frota 100% da marca, sendo referência em seu setor, para nosso orgulho”, destacam os sócios, Cristiano e André Sperb Hilgert, filhos do fundador, e Benício Amantéa. Tendo à frente Cristiano e Benício, a Marcopeças conta com uma equipe de 33 colaboradores e amplas instalações, atuando nos segmentos de vendas

de carrocerias, peças de reposição e pós-vendas. Na área de 6,7 mil metros quadrados, possui grande estoque de produtos originais a pronta-entrega, além de seis boxes para atendimento simultâneo de veículos. Nas cidades do interior, estabeleceu parcerias com postos terceirizados para prestação de serviços de pós-vendas para melhor atender aos clientes Marcopolo. Nesses 45 anos, a empresa comercializou em torno de 15 mil unidades, consolidando a participação da marca no mercado gaúcho de ônibus, graças ao trabalho desenvolvido junto aos empresários, na conquista de sua confiança, e parcerias para atender às suas necessidades. “Em muitas ocasiões, antecipando-se e gerando oportunidade de negócios aos clientes”, destacam os administradores. Para este ano, a principal expectativa está na renovação da frota de Porto Alegre para o transporte coletivo urbano, inclusive para o sistema BRT. E, para o futuro, o objetivo é aumentar a já expressiva participação da marca no mercado, buscando satisfazer as partes envolvidas no segmento de transporte público de passageiros, contribuindo com o desenvolvimento da Marcopolo, tanto na participação de mercado como dos produtos e atendimento pós-vendas. Divulgação Marcopeças

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Entrevista

Seis décadas muito além do transporte

atmosfera, além de ações para a segurança das pessoas, tanto dos passageiros como da comunidade vizinha à empresa, com sistemas de controle de pragas e prevenção de incêndios ou acidentes, e trabalhos sociais, como a doação da Praça Modelo Manuel Marques da Fonseca Júnior para a Prefeitura de Pelotas, disponibilização gratuita de passagens para pessoas carentes com necessidade de tratamento de saúde e portadores de deficiência física e colaboração com diversas associações, entidades e instituições. Em 2005 doamos dois caminhões para o Corpo de Bombeiros de Pelotas e, em 2013, fizemos a entrega de outros dois veículos.

Com mais de seis décadas no transporte intermunicipal de passageiros em diversos municípios da região Sul do Rio Grande do Sul, a Expresso Embaixador nasceu da paixão de um imigrante português, Manuel Marques da Fonseca Júnior, em Pelotas. Hoje sob o comando da terceira geração da família, o presidente Paulo Roberto Fonseca e os vice-presidentes José Luiz e Fabio Fonseca, a empresa se orgulha em manter os princípios aos quais atribui sua longevidade: a busca incessante pela qualidade, o investimento nas pessoas, a transparência e a ética.

VJ: Em quais áreas e empresa atua? Fonseca: A Expresso Embaixador é uma empresa de transporte rodoviário intermunicipal de passageiros, sediada na cidade de Pelotas/RS, com unidades também em Porto Alegre, Chuí, Rio Grande, Piratini e Canguçu. Atua como concessionária dos serviços de transporte intermunicipal em diversos municípios da Região Sul do estado.

VJ: Como começou a trajetória da Expresso Embaixador? Fábio Fonseca: Em 1934 chegava ao Brasil uma família pobre de imigrantes portugueses. Fundador da hoje Expresso Embaixador, Manuel Marques da Fonseca Júnior tinha nove anos. Ele iniciou sua carreira com a aquisição de um armazém, mas, fascinado pelo ramo de transporte, vendeu o estabelecimento em 1947 e adquiriu seu primeiro caminhão. Seis anos depois comprou outros quatro, dando início à frota Fonseca Júnior que, sete anos depois comprou a Expresso Pelotas Rio Grande, se tornando Expresso Fonseca Júnior e, a partir de setembro de 1974, Expresso Embaixador. VJ: Nesses 62 anos da empresa, quais os principais destaques? Fonseca: Uma frase cunhada pelo próprio Fonseca Júnior sintetiza com exatidão o que levou a empresa a consolidar-se como uma das mais modernas e eficientes no transporte intermunicipal de passageiros no estado e no país, sempre na vanguarda do conforto de seus passageiros. “Todo aquele que se estabelecer no ramo de transporte pensando unicamente em ficar rico, por mais riqueza que consiga acumular, será sempre um pobre transportador.” Por isso, a empresa se orgulha em desenvolver uma série de ações que vão além do transporte. Nessas mais de seis décadas, tem projetos voltados para o meio ambiente, como Programa Despoluir, para a redução da emissão de gases na

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VJ: Qual a estrutura da empresa atualmente? Fonseca: Temos uma frota que é referência regional e nacional, com veículos que oferecem equipamentos de última geração e muito conforto. Atualmente são 147 veículos com tempo médio de uso de 3,5 anos. A empresa investe em recursos humanos para garantir aos passageiros um atendimento de qualidade. São mais de 300 profissionais. A matriz está situada em uma área de 13 mil metros quadrados, onde funcionam as atividades administrativas e operacionais que servem de apoio às demais unidades. As garagens de apoio, localizadas nos outros municípios-sedes, possuem uma completa infraestrutura, visando proporcionar boas condições de trabalho e conforto aos colaboradores. VJ: Quanto da frota da empresa é Marcopolo e quais motivos levam a Expresso Embaixador a escolher os modelos Marcopolo? Fonseca: Dos 147 veículos, 77 são Marcopolo, ou seja, 52,38% da frota. Produtos de vanguarda, que atendem às necessidades e expectativas dos passageiros, possibilidade de veículos específicos para cada finalidade, facilidade de negociação e montagem do produto nos levam à Marcopolo. VJ: Quais valores e diferenciais destacam a Expresso Embaixador? Fonseca: Sempre existiu na história da humanidade a preocupação com a produtividade e com a qualidade dos processos, produtos e serviços. Na Expresso Embaixador essa preocupação se faz presente desde a sua fundação através das ações empreendedoras de


Gelson Mello da Costa

seu fundador. Considerando essa filosofia, e na busca de otimizar, integrar e sistematizar as suas ações, proporcionando a melhoria nos serviços que presta, bem como uma melhor qualidade no trabalho e vida dos seus colaboradores, em 1998 iniciou-se a estruturação do Programa de Qualidade Embaixador. O PQE é uma forma integrada de pensar e agir, uma filosofia de gerenciamento compartilhado, de responsabilidades divididas e assumidas e de estímulo à parceria entre áreas e pessoas. Henfil na frase “Se não houver frutos, valeu a beleza das flores. Se não houver flores, valeu a sombra das folhas. Se não houver folhas, valeu a intenção da semente”, mostra que o fundamental é a intenção das ações. Por outro lado, para se alcançar resultados é preciso ir além das intenções. O modelo de gestão Embaixador busca conciliar o aumento da produtividade com a sustentabilidade dos processos, a redução de custos e a melhoria dos serviços. As iniciativas da empresa visam também a capacitação da força de trabalho e o diálogo com clientes, parceiros, fornecedores e a comunidade. VJ: Qual a missão e o compromisso da empresa em seu mercado? Fonseca: Nossa missão é proporcionar solução, segurança, conforto e facilidade aos nossos passageiros, superando suas expectativas na excelência da

prática da qualidade. Trabalhamos para ser referência na Região Sul do Brasil, no transporte intermunicipal de passageiros, no exercício da gestão da qualidade, até 2016. Dentro desse objetivo seguimos os princípios de respeitar e valorizar integralmente o ser humano e suas competências, superar as expectativas e necessidades dos passageiros através da melhoria contínua da qualidade dos serviços oferecendo tecnologia inovadora; valorizar a plena segurança física, mental, material e moral do ser humano; reconhecer o lucro como fator de desenvolvimento empresarial e a necessária participação das pessoas que buscam produzi-lo; respeitar as diversidades humanas e cumprir rigorosamente com as obrigações sociais e comerciais; participar do desenvolvimento da comunidade, praticando e apoiando ações para o bem-estar sócio-ambiental; e atuar de forma responsável, promovendo a consciência para a preservação ambiental. VJ: A quais fatores atribui a longevidade da empresa? Fonseca: A busca permanente pela qualidade, o investimento pesado no desenvolvimento de nossos colaboradores, a transparência e a ética. E também termos foco no nosso negócio e a seriedade da relação com nossos passageiros, colaboradores, sociedade, governos e fornecedores.

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Turismo Cartagena

Colômbia para todos os gostos

Dollarphoto

Bogotá

Com uma localização privilegiada na América do Sul, a Colômbia destaca-se por reunir os mais diferentes ambientes naturais dos trópicos. Climas glaciais, praias, planícies, selvas e desertos tornam o turismo pelo país uma aventura inesquecível. Entre tantos destinos e uma infinidade de opções, que permeiam da história e tradição às praias e esportes de aventura, não se surpreenda se ficar difícil decidir o que conhecer primeiro. A incrível biodiversidade de sua natureza é, talvez, a maior atração da Colômbia. 22


Barranquilla

Cartagena, elegância e romantismo Dias românticos e vida noturna inigualável são os diferenciais de Cartagena de Índias. O lugar é mágico, mistura história com modernidade e o típico se confunde com a influência da cultura europeia. Por suas histórias de piratas, praias douradas, arquitetura, festa e gastronomia, Cartagena tem a preferência dos turistas colombianos e estrangeiros. Declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1984, a cidade soma aos encantos de sua arquitetura colonial, republicana e moderna, os atrativos de uma intensa vida noturna, festivais culturais de renome internacional, paisagens exuberantes, magníficas praias, excelente oferta gastronômica e uma ampla infraestrutura hoteleira e turística. Cartagena é a jóia do Caribe colombiano. Percorrer de carruagem a Cidade Amuralhada e observar suas casas coloniais, visitar O Palácio da Inquisição ou monumentos como a Torre do Relógio e o Castelo de San Felipe de Barajas estão entre os atrativos. Ainda é possível hospedar-se no centro histórico em hotéis coloniais como o Santa Clara ou o Charleston Santa Teresa, ou nos hotéis Boutique como Água, Cuadrifolio ou El Marqués.

Fotos Freeimages

Boyacá

Barranquilla Também chamada A Arenosa e Curramba, Barranquilla foi fundada em meados de 1629. É o principal porto marítimo e fluvial do país. Seu centro histórico é Monumento Nacional. A grande quantidade de imigrantes enriqueceu suas tradições e outorgou à cidade um caráter cosmopolita e profundamente alegre. As construções do bairro O Prado exibem uma arquitetura de estilo mediterrâneo adaptado ao Caribe. Entre os palcos culturais estão o Teatro Amira da Rosa e o Estádio Metropolitano. A cidade ainda conta com variados hotéis, restaurantes e lugares noturnos onde a música caribe revive cada noite o evento de maior importância da cidade: o Carnaval, declarado Obra Mestra do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade, pela Unesco, que se realiza durante os quatro dias anteriores à Quaresma.

Cartagena

Bogotá Para conhecer Bogotá é necessário visitá-la mais de uma vez. Isso é o que dizem os colombianos sobre a capital do país. Localizada sobre uma extensa planície a 2,6 mil metros sobre o nível do mar, tem sete milhões de pessoas provenientes de todas as regiões da Colômbia, sendo tão diversa como o país inteiro. A antiga Santafé de Bogotá é uma cidade moderna com amplos espaços públicos, um eficiente sistema de transporte, a maior malha de vias para bicicletas (ciclorrutas) da América Latina e uma arquitetura de contrastes. A arte, a recreação, o esporte e o conhecimento se modernizam em Bogotá e ao mesmo tempo cresce seu turismo.

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Turismo

Santa Marta

Sierra Nevada

Há múltiplas opções de alojamento para todo tipo de turistas, desde hotéis para mochileiros até estabelecimentos de luxo com todas as comodidades e facilidades para realizar negócios, congressos, convenções de alto nível ou simples turismo. Shoppings, farta gastronomia, vida noturna, permanente programação cultural, educativa e de entretenimento fazem de Bogotá um destino turístico acolhedor. É também o ponto turístico ideal para se começar a conhecer a Colômbia em função da extensa rede de rodovias. Boyacá Testemunha das batalhas de independência que marcaram toda a América do Sul, Boyacá é um mar de montanhas férteis espalhadas pela Cordilheira Leste e ornamentadas por plantações coloridas. A topografia exibe os aromas de uma vasta produção agrícola e lindas paisagens, como o deserto da Candelária e o pico do Nevado de Cocuy, ao redor dos quais se originaram pitorescos povoados coloniais que atraem os turistas. Entre as montanhas, a Lagoa de Tota – a maior reserva de água natural da Colômbia – destaca águas turquesas e praias de areia branca, cenário ideal para a prática de pesca desportiva, de esportes náuticos e navegação. A Praça Maior de Tunja é o lugar de encontro dos habitantes da capital boyacense. Ao redor dela se encontra o maior número de edificações coloniais da cidade. É a praça de maior tamanho de toda a América espanhola colonial. Cali, capital da rumba Cali se distingue na Colômbia como capital da “rumba” (festa), a festa de rua, o baile e a salsa. Os calenhos desenvolveram uma cultura lúdica e hedonista, em harmonia com o meio natural e a vida campestre. É uma cidade de grandes espaços para o turismo e a recreação. A capital do Vale do Cauca é a terceira cidade da Colômbia, sendo famosa pela beleza das mulheres, lugares de valor histórico e espaços para a diversão diurna e noturna. Cali é um dos principais centros econômicos e industriais do país e o principal

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centro urbano, econômico, industrial e agrário do Sudoeste colombiano. A atividade cultural floresce em torno de centros como o Instituto Departamental de Arte e Cultura, o Instituto Popular de Cultura, o Teatro Municipal, o Museu de Arte Moderna A Tertúlia, a Sala Beethoven, a Escola Departamental de Teatro e a Universidade do Vale. Medellín, a eterna primavera Gente acolhedora e amável, mulheres bonitas, clima de primavera, paisagem de flores e montanhas, além de belos pontos turísticos e uma diversidde gastronômica e comercial atraem os turistas para Medellín e seus arredores. Segunda cidade mais importante da Colômbia, se levanta no meio de um vale com ampla extensão e diversas formas. Medellín é considerada epicentro comercial, industrial de desenvolvimento tecnológico e com índices altos de turismo no país. Com uma reconhecida liderança nas áreas de finanças, bancos, serviços, políticas, artes, culturas, comunicações, modas, entretenimentos e turismo, se constitui num relevante eixo de desenvolvimento. Seus eventos, congressos, feiras e seminários nos temas têxteis e de confecção, a medicina, a construção, a educação e o turismo em geral são ponto de referência internacional. Pacífico, santuário de baleias A costa Pacífica é uma das regiões mais úmidas do planeta. A 56 quilômetros da costa, as ilhas de Gorgona e Gorgonilla, declaradas Parque Nacional Natural da Colômbia, constituem santuários de fauna e flora. A mais de 300 quilômetros do litoral se encontra a ilha de Malpelo, uma rocha que emerge do oceano rodeada de uma surpreendente vida submarina. Terra adentro, a região Pacífica é igualmente diversa. O Chocó é predominantemente de selva e conta com formosas praias como Nuquí e Baía Solano e paisagens naturais, algumas ainda virgens. Ali as baleias jorobadas chegam a cada ano para procriar e as tartarugas marinhas encontram seu habitat natural.


Caribe Colombiano

As Ilhas Providência e Santa Catalina estão localizadas a oeste do Mar Caribe. Ambas representam dois pontos turísticos importantes do caribe Colombiano, sendo separadas por um canal artificial de 150 metros, construído no século 17 pelos piratas para defendê-las dos invasores. Chega-se a Providência por meio de pequenos aviões que saem de San Andrés diariamente. Também conhecida como Old Providence, constitui um destino eco-turístico incomparável, e a tranquilidade só é quebrada pelo alvoroço dos pássaros. Em Santa Catalina, os corsários Henry Morgan e Louis Aury construíram fortificações e colocaram canhões que se encontram lá até hoje. Diz a lenda que a cabeça do pirata Morgan, que passou pela ilha, ficou gravada para sempre numa imensa rocha sobre o mar. A pedra com forma de cabeça e perfil de um rosto humano é passagem obrigatória dos turistas que visitam a ilha.

Conhecida como a Ilhas das sete cores, San Andrés integra o arquipélago das ilhas de corsários e piratas e oferece excelentes serviços e atrações que costumam ser aproveitados ao som do reggae. Santa Marta A cidade de Santa Marta é um destino exótico para diversas modalidades de turismo, graças a seus incomparáveis lugares turísticos, históricos, ecológicos, uma magnífica e moderna infraestrutura hoteleira, intensa atividade noturna e uma economia em desenvolvimento impulsionada por um dos portos mais importantes do país. Mais antiga cidade da América do Sul, possui um patrimônio arquitetônico inigualável, que evoca os tempos da bonança bananeira. Seu lendário transporte ferroviário a comunica com Macondo e os vallenatos de “Francisco El Hombre”. Além desses, a Serra Nevada e o Parque Nacional Natural Tayrona são apenas alguns dos passeios obrigatórios. San Andres

Fotos Dollarphoto

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Gastronomia

Com sabor de fartura Prato mais popular da Colômbia, a Bandeja Paisa tem sua origem na região andina, onde o gentilício, ou seja, as pessoas daquela região, são também chamadas paisa. Servida num grande prato oval, uma espécie de bandeja, como sugere o nome, seus ingredientes podem variar, pois apesar de designar um local, pode ser encontrada em todo o país. Enquanto o camponês paisa agrega à sua bandeja produtos oriundos de sua região, como por exemplo, o plátano, em outros lugares esse produto

pode ser substituído por batatas ou aipim, e a carne de porco pela de rês. A principal característica desse prato é a abundância de ingredientes, bem como a ostentação de servi-lo em amplos pratos. A fartura de elementos está associada à opulência da família, o que significa que a falta de algum deles pode representar sua penúria. Quem nos ensina uma receita da Bandeja Paisa é a colombiana Diana Marcela Velez Herrera, que está no Brasil há cinco anos. Julio Soares/Objetiva

Bandeja Paisa Ingredientes

Feijão vermelho Carne moída Banana prata verde fatiada Abacate Ovo Arepa (colombiana) Bacon Linguiça Arroz Molho (guizo) Alho, orégano, sal, cebola, tomate e temperos a gosto Modo de preparo

Faça as porções separadamente para, posteriormente, montar o prato. Prepare o feijão e o arroz, frite a carne moída, o ovo, a banana prata verde, a linguiça (chorizo colombiano) e o bacon. Fatie o abacate e aplique sal a gosto. Para preparar o molho, corte o tomate em pequenos pedaços e frite juntamente com cebola picada, alho, sal e orégano. Após montar o prato com todos os ingredientes prontos, adicione, para acompanhamento, o guizo sobre o feijão.

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Artigo

Por que os protestos contra os aumentos das tarifas esvaziaram? Os protestos contra os aumentos nas tarifas de ônibus neste início de ano tiveram pouca força e adesão em comparação ao que ocorreu em junho de 2013, quando, em todo o país, milhões de pessoas saíram às ruas. Há um conjunto de explicações para esse fato, e são motivos que não podem ser analisados isoladamente. Primeiro, em 2013 houve a oportunidade de o brasileiro soltar “o grito da garganta” preso há anos por ver tantas promessas de crescimento econômico, melhoria sustentada das condições sociais – o que é muito mais que assistencialismo – e combate à corrupção não se tornarem realidade. As tarifas de ônibus, na verdade, foram estopins para uma série de outras razões que deixam a população insatisfeita. No entanto, as manifestações, que são legítimas e sinais de avanço da sociedade, tinham muitas reivindicações, mas não havia propostas populares concretas. Dizer que transporte coletivo tem de ser encarado como direito social e que as tarifas pesam no bolso do trabalhador, todos sabem. Mas como fazer isso? Não houve propostas que convencessem a população. Outro fator é que a violência, o vandalismo e o desrespeito à civilidade começaram a marcar os protestos, como coquetéis e explosivos, depredação de bancos, lojas e ônibus. Não se pode responsabilizar as organizações dos protestos por “mascarados infiltrados”? Ora, por que não? Se uma igreja ou empresa faz um evento em praça pública e ocorre algo de anormal, é a instituição que responde, mesmo não sendo a causadora de eventuais problemas. Por que, então, isentar quem organizou a manifestação? No entanto, muito mais que isso, a população começou a ver que, embora devesse, sim, buscar por um transporte de maior qualidade e mais bara-

to, há outros problemas e “aumentos” mais graves que não são alvos de protestos. Neste início do ano, as tarifas de energia elétrica, dependendo da região e da operadora, tiveram altas de 8% a 48,1%. Além de faltar água em boa parte do Sudeste, a tarifa também pesa no bolso. A carne teve reajustes impressionantes, de mais de 22% em algumas partes do país. Remédios também aumentaram. E ninguém protesta? Ninguém fala nada? As tarifas de ônibus que subiriam em 2013 foram congeladas na época. Como os reajustes anteriores foram em 2012 ou em 2011 (no ano eleitoral de 2012 algumas administrações, de maneira populista, não permitiram reajustes), há cidades que estavam há três ou quatro anos sem corrigir o valor das passagens. Mas os custos de operação de transportes subiram. Nesse tempo, os salários aumentaram até 20%. O preço do óleo diesel, um dos principais componentes para a tarifa, teve elevação que se aproximou de 30% em algumas regiões. Os subsídios em algumas cidades até então só serviram para cobrir parte do congelamento, mas não permitiam, por exemplo, investimentos maiores nos sistemas de transportes. Enquanto as políticas tributárias e de financiamento dos serviços públicos continuarem como estão, com os custos ainda sendo bancados quase exclusivamente pelos passageiros e empresas de ônibus, os reajustes das tarifas nesse nível continuarão a ser necessários. Ninguém quer isso. Muito menos o empresário, que quer, sim, ser bem remunerado, para ter condições de investir mais para conquistar mais passageiros. Sendo assim, por tudo isso e outras coisas que nem foram citadas, protestar somente contra o valor das tarifas acaba perdendo a razão.

Acervo pessoal

Adamo Bazani

Jornalista da Rádio CBN especializado em transportes

"Enquanto as tarifas subiram entre 7% e 13,5% na maior parte das cidades, alguns itens de custos operacionais tiveram altas acumuladas de aproximadamente 30%."

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Sustentabilidade Divulgação Marcopolo

Resíduos sólidos têm destino correto Desde a implantação da prática de gerenciamento continuado, o percentual de resíduos enviados para reciclagem cresceu 30% Num mundo sustentável, a atividade humana sobre o meio ambiente deve buscar o equilíbrio com a capacidade da natureza em atender a toda demanda, desde a extração de recursos naturais até o descarte final dos rejeitos. Ciente da sua responsabilidade, a Marcopolo investe em novas tecnologias para controlar e/ou minimizar os impactos ambientais decorrentes da sua atividade. Para garantir o destino correto dos resíduos sólidos industrias, a empresa implementou a prática de gerenciamento continuado. Desde sua implantação, a quantidade de resíduos enviados para reciclagem aumentou em 30%, reduzindo o passivo ambiental da empresa em até três vezes. Para entender como o sistema funciona é importante saber que o processo de fabricação de carrocerias de ônibus implica no uso de cerca de 8,5 mil itens produzidos a partir dos mais diversos tipos de matéria-prima, que vão desde ligas metálicas aos mais nobres plásticos de engenharia. Entre esses extremos estão todos os tipos de revestimentos em tecidos, plásticos, fórmicas, laminados de fibra de vidro, madeira, etc.

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O processo de fabricação de carrocerias de ônibus implica no uso de cerca de 8,5 mil itens produzidos a partir dos mais diversos tipos de matéria-prima, o que exige cuidado constante sobre a destinação de rejeitos.


Coleta e seleção A coleta seletiva de resíduos sólidos é sistematizada e aplicada a mais de 90 tipos de materiais diferentes, muito além dos tradicionais papéis, plásticos, metais e vidros. Existe armazenamento interno temporário em Centrais de Resíduos com compartimentos específicos para cada tipo de material proveniente da fábrica. A partir daí ocorre o encaminhamento para a Unidade de Processamento de Resíduos (UPR) ou empresas especializadas em destinação final de resíduos ou, ainda, a venda das sucatas metálicas. A UPR é composta por pavilhões equipados com mesas de triagem, prensas, moinhos, além de células de aterro, devidamente licenciada pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Na UPR ocorre o recebimento, triagem, armazenamento provisório, processamento de materiais, envio para reciclagem ou disposição final dos resíduos não recicláveis e não perigosos em células de aterro. A UPR tem a finalidade de agregar valor aos materiais descartados, identificar possibilidades de reuso, promover a comercialização adequada dos materiais recicláveis e fornecer as

informações necessárias para o controle do desperdício. Os materiais não recicláveis são compactados ao máximo para redução do volume ocupado na célula de aterro e minimização do passivo ambiental da empresa. Área do Aterro A área do aterro é periodicamente monitorada, e os resultados são reportados ao órgão ambiental. O monitoramento compreende a análise da água superficial e subterrânea, avaliação do comportamento da flora e fauna local, inspeção em drenos testemunho, estabilidade de taludes, conservação das cercas e vias internas, etc. Todos os resíduos perigosos da empresa são destruídos pelo processo de co-processamento em fornos de cimento ou outra tecnologia disponível de forma que não gere passivo ambiental. A Marcopolo tem seu sistema de gestão ambiental certificado pela ISO 14001- Meio Ambiente desde 2005. O sistema é integrado com as certificações ISO 9001 - Qualidade, OHSAS 18001 Saúde e Segurança e SA 8000 - Responsabilidade Social.

Todas as instalações que compreendem o sistema de destinação final dos resíduos são construídas em conformidade com os mais rígidos padrões e normas técnicas vigentes e licenciadas pelo órgão ambiental competente.

Gerencimento de Resíduos Sólidos Industriais Coleta Seletiva de Resíduos em toda a empresa

Resíduos Classe I (perigosos)

Coprocessamento Reciclagem Descontaminação Incineração Tratamento Externo

Resíduos Classe II (não perigosos) Unidade de Processamento de Resíduos

Não Recicláveis Aterro próprio licenciado Classe II

Sucatas metálicas

Reciclagem

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Novidades

Fotos Mar

ina Silva

Paradiso 1800, o primeiro ‘Hemobus’ Com a versatilidade conquistada em uma experiência de 65 anos, a Marcopolo transformou um Paradiso 1800 Double Decker na primeira unidade do Hemobus, entregue para o Hemocentro da Província de Maldonado, no Uruguai. O veículo apresenta configuração especial com equipamentos e instrumentos médicos que o tornaram em unidade móvel de coleta, para atender a doadores de sangue. A unidade foi desenvolvida para atender, simultaneamente, a seis doadores. O piso inferior foi transformado em uma sala de triagem com mesa para recepcionista, sala de espera com

sofás e acomodações para 12 pessoas, televisão e sanitário. O veículo ainda conta com sistema de ar-condicionado e calefação. No piso superior há dois consultórios, sala de coletas de sangue com seis poltronas leito com monitores de televisão individuais, bancada de trabalho com pia e sala de recuperação, com sofás para oito pessoas, geladeira e monitor. Outro diferencial é que o bagageiro possui gerador de energia, tanques de água e de dejetos, além de geladeiras para armazenagem e transporte do sangue. Fotos Gelson Mello da Costa

Mercado Externo

Com geração de valor Com o tema Geração de Valor, a Marcopolo reuniu mais de 170 profissionais entre os dias 15 e 20 de março, em Itapema (SC), para sua Convenção Anual de Vendas. Aos representantes dos mercados Interno e Externo foram apresentados os motivos que levam uma empresa a escolher a Marcopolo para iniciar, ampliar ou renovar sua frota. Mais que uma fabricante de

ônibus, a Marcopolo representa soluções para o transporte, com possibilidade de customização dos veículos e alto desempenho; infraestrutura, financiamento, pós-vendas, uma rede integrada de atendimento e, pricnipalmente, confiança. “Portanto, escolher um Marcopolo é escolher todos esses difenciais agregadores de valor. São facilidades que fazem a diferença no dia a dia de uma empresa, transmitindo segurança e confiabilidade”, avalia o diretor de operações comerciais, Paulo Corso.

Mercado Interno

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Mundo Marcopolo

54 rodoviários entregues à Transportes Ecuador Nada menos que 54 novos ônibus rodoviários Paradiso 1800 Double Decker e Viaggio 1050 já circulam pelas pelas estradas do Equador. Os veículos foram adquiridos pela operadora de transporte do país, Cooperativa de Transportes Ecuador, numa das maiores vendas já realizadas naquele mercado. Os veículos, com diferentes configurações, estão sendo utilizados em serviços de transporte de passageiros, com alcance nacional. A operação de venda dos Paradiso DD para a cooperativa é a maior renovação de frota realizada por uma empresa equatoriana, que tem o objetivo de substituir 100% da frota atual. Os veículos adquiridos têm capacidade para trans-

portar 44 passageiros no piso superior e 16 no inferior em poltronas semileito de 1.060mm de largura e revestimentos em couro ecológico. Possuem janelas com vidros colados, aquecedor de líquidos, monitores de teto de 15,4 polegadas, ar-condicionado Spheros CC430 ES (frio/ calor), sistema Multiplex, câmera de ré, itinerário eletrônico frontal e sanitário com mictório.

Empresa conhece modelos no México Uma apresentação especial foi realizada pela Polomex e Daimler, joint venture da Marcopolo com a Mercedes-Benz, no México, para os representantes da empresa mexicana GHO, o diretor-gerente, José Alfredo Ruiz, e o diretor de manutenção, Guillermo Molina. Além do Audace, os engenheiros conheceram a linha completa de produtos da marca, incluindo os modelos Paradiso 1800 DD, Paradiso 1200, Viaggio 1050, Viaggio 900 e Torino.

Impressionados com a diversidade de opções, os excutivos foram brindados com a possibilidade de testar o Audace durante 15 dias nas principais rotas de atuação da empresa, e também o Torino com tecnologia GNV, já que a empresa tem o objetivo de começar a operar no mercado com gás. Com o crescimento do mercado de double decker no México, a GHO também considera a aquisição de modelos Paradiso para atuar nesse segmento a partir desse ano.

Fotos Arquivo Marcopolo

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Visitas

Pullman San Luis

Empresa Bitur (Teresina - PI)

Grupo Musical Tchê Kakareco

Ex-governador de Pernambuco, João Soares Lyra Neto (2º à esquerda)

Representação Ferrari

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Fotos Arquivo Marcopolo

Comitiva China

Global Transportes

Viação Santana Iapó

Myanmar

Buses Expresso Rancagua

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Prêmio Neitor Correa

Preferida e mais lembrada A Marcopolo foi a marca mais lembrada e preferida dos gaúchos em duas categorias apontou a pesquisa Marcas de Quem Decide 2015, realizada pelo Jornal do Comércio (JC) e Qualidata. Os diplomas de Indústria de Ônibus e Grande Marca Gaúcha foram entregues a Cristiano Hilgertd, representante comercial da companhia para o RS, pelo presidente do JC, Mércio Tumelero, no início de março, durante cerimônia que reuniu centenas de empresários no Plaza São Rafael, em Porto Alegre. Os resultados da pesquisa são oriundos de entrevistas científicas com 650 empresários, gestores de negócios e formadores de opinião – realizadas entre novembro de 2014 e janeiro deste ano em 47 municípios de todas as regiões do Estado – que fizeram 103 escolhas. O diretor da Qualidata, Paulo Di Vicenzi, ressaltou a condição exclusiva da pesquisa Marcas de Quem Decide. “É a única que levanta simultaneamente as marcas mais lembradas e as preferidas, levando com consideração, portanto, as escolhas emocionais e racionais de quem detém o poder de compra.” Realizada há 17 anos, a pesquisa retrata a opinião de empresários, executivos e gestores nos principais municípios do Estado em 100 diferentes setores e três categorias especiais: Grande Marca Gaúcha, Grande Marca Brasileira e Preservação do Meio Ambiente.

Memória Acervo Marcopolo

Primeira Convenção de Vendas Carrocerias Nicola ocorrida no CTG Rincão da Lealdade, em Caxias do Sul, realizada no dia 9 de setembro de 1965. O encontro reuniu a diretoria e a área comercial da encarroçadora de ônibus.

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