NEWSLETTER O LYCEU N05

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#05 Junho 2021

cidadania e desenvolvimento

OS PROJETOS





Editorial Chegados ao terceiro número da Newsletter, e depois de um ano letivo marcado por inevitáveis constrangimentos e desafios a que todos tivemos de dar uma resposta conjunta e assertiva, fica-nos a certeza de termos conseguido materializar as metas a que nos propusemos, fruto da congregação de esforços e vontades, no sentido de criar sentimentos de identidade e pertença, mantendo a identidade própria da nossa escola. Neste terceiro e último número cumpre-nos colocar a negrito e sublinhado três condições “sine qua non” para o sucesso deste projeto editorial, designadamente o trabalho colaborativo, naturalmente em parceria com o empenho individual, a conjugação de recursos humanos e materiais, todas elas naturalmente operacionalizadas dentro de uma lógica pedagógica de articulação vertical e horizontal. Destacamos, neste final de percurso letivo, de forma muito particular, o elevado grau de compromisso registado ao nível da gestão e coordenação, departamentos, grupos disciplinares e direções de turma, em prol da formação dos nossos alunos, enquanto pessoas e cidadãos cada vez mais cultos, autónomos, responsáveis, solidários e democraticamente comprometidos na construção de um destino comum e de uma sociedade melhor. Assiste-nos, é certo, a plena consciência de estarmos a empreender uma tarefa simultaneamente modesta e ambiciosa. Modesta, porque somos cientes das nossas limitações, da necessidade de retificarmos processos, de assumirmos lacunas e reconhecermos a legitimidade da crítica construtiva; ambiciosa, porque queremos estimular a cooperação e a corresponsabilidade de toda a comunidade educativa em iniciativas que não se restrinjam ao espaço escolar, mas que façam o seu caminho, encontrando eco e projeção na Comunidade envolvente, de acordo com a matriz de base do projeto editorial. As perspetivas atuais, neste enquadramento, apontam para “aprender a cooperar e a viver no espaço público”, como principais desafios para a construção de uma sociedade de futuro responsável. Assim sendo, a ideia que subjaz ao projeto aglutinador de Cidadania e Desenvolvimento, de que todos os projetos ligados aos Direitos Humanos dão testemunho neste novo número da nossa Newsletter, desde o tratamento e reflexão sobre temas como a Saúde, riscos e prevenção, segurança, a igualdade de género, o desenvolvimento sustentável, a consciência ecológica, a interculturalidade, o voluntariado, a reflexão sobre os estigmas que ainda incidem sobre o autismo, o papel cultural da dança e das artes, enquanto espelho das diferentes etapas do desenvolvimento dos povos, a reabilitação dos espaços verdes, todos eles, sem exceção, deverão ter como denominador-comum e primeiro intuito desenvolver nos nossos alunos oportunidades reais e efetivas de aprender a construir um mundo sustentado no exercício consciente de uma cidadania ativa. Não será, pois, demais realçar a necessidade de adotar práticas educativas e pedagógicas mais assertivas, onde a cooperação se assuma como modo de agir privilegiado, contrariando algumas derivas de discursos para a educação e práticas quotidianas que realçam a competição e o trabalho individual como elementos estruturantes. Nesta ordem de ideias, “A abordagem ao Conhecimento do Mundo implica também o desenvolvimento de atitudes positivas na relação com os outros, nos cuidados consigo próprio, e a criação de hábitos de respeito pelo ambiente e pela cultura, evidenciando-se assim a sua inter-relação com a área de Formação Pessoal e Social.” (ME, 2016, p. 85) Para finalizar, gostaríamos de deixar à reflexão o testemunho de Morin, segundo o qual “O ensino deve levar a uma antropo-ética pela consciência de uma condição humana que é a de ser em simultâneo indivíduo, sociedade e espécie”, argumentação que se nos afigura mais que imperativa e urgente quando visamos investir muito seriamente no compromisso ético de levar as novas gerações a intervirem, criticarem, opinarem e participarem na vida coletiva, agindo sobre o mundo que as rodeia e construindo hoje os valores de respeito e sustentabilidade que permitam a todos os seres vivos partilharem um melhor amanhã. A todos o nosso agradecimento!


Fi­cha Téc­ni­ca

Di­re­tora: Ana Isabel Freitas

Agradecimentos:

Nº 05

Co­or­de­na­do­res:

Ao Conselho Executivo, bem co­mo a to­dos quan­tos

junho de 2021 Es­co­la Se­cun­dá­ria Jai­me Mo­niz

António Costa - Gru­po 600 An­tó­nio Frei­tas - Gru­po 520 Carlos Rodrigues - Gru­po 600

Lar­go Jai­me Mo­niz

Jo­sé Gou­veia - Gru­po 600

9064 - 503 Fun­chal

Van­da Gou­veia - Gru­po 300

Te­lef.: 291202280

Supervi­são de conteúdos: Ana Isabel Freitas

Fax: 291230544

Re­vi­são: Van­da Gou­veia e João Abel Fernandes

email: geral@jaimemoniz.com

Ar­ran­jo e edição grá­fi­ca: José Gouveia Edição de imagem: José Gouveia

designinformacaoemultimedia@jaimemoniz.com

contribuí­ram pa­ra que es­te pro­je­to se re­a­lizasse. Foto da capa - Carlos Rodrigues Todos os artigos e imagens são da responsabilidade dos autores.


Índice Cidadania e desenvolvimento

07

“Jerusalema Challenge”

11

10º02 - Desenvolvimento Sustentável - Bem-estar animal

13

10º05 - Saúde

15

10º10 - Igualdade de género

17

10º10 / 10º17 / 10º31 / 10º42 - Human Rights - “Citizenship and Development” project

19

10º11 - Saúde e riscos

21

10º12 - Prevenção para a diabetes

22

10º42 - Direitos humanos, segurança, defesa e paz

23

10º46 - Igualdade de género

25

10º47 - Igualdade de género

27

10º50 - Direitos humanos

31

11º01 - Desenvolvimento Sustentável

41

11º03 - “Jerusalema Challenge”

43

11º04 - Pela igualdade de géneros inspirando mulheres na ciência

47

11º05 - COVID-19 as vacinas

57

11º08 - Apreciação crítica

58

11º12 - Como vivemos os tempos de pandemia? - Os nossos testemunhos

59

11º15 - O meio ambiente

68

11º16 - A igualdade de género no mundo do trabalho

69

11º31 - O meio ambiente

70

11º30 - Interculturalidade

71

11º44 - Direitos humanos

73

11º45 - Interculturalidade

75

11º47 - Interculturalidade

77

11º53 - AmAr-Te - Eu + Tu = NÓS

81

12º06 - A dança enquanto espelho das diferentes etapas do desenvolvimento dos povos

85

12º08 - Apreciação crítica

87

12º13 - “Jerusalema Challenge”

89

12º30 - Direitos humanos - Segurança, defesa e paz

90

12º31 - Desenvolvimento sustentável

91

12º32 - Apreciação crítica

93

12º45 - Reabilitação de espaços verdes

94

12º46 - Voluntariado e direitos humanos

95

12º51 / 12º52 - COVID-19 - Medidas de prevenção e controlo de infeção

96

Últimas

97

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CIDADANIA E DESENVOLVIMENTO

Queremos uma maior consciência na condição humana e na defesa de um planeta sustentável.

O exercício da cidadania é um desafio das sociedades democráticas em termos educativos e culturais. A participação dos jovens na defesa de valores civilizacionais é um objetivo fundamental de qualquer sociedade, pois só assim os ideais da humanidade se instituem e o combate à barbárie se concretiza. A implementação da componente de Cidadania e Desenvolvimento na nossa Escola tem em consideração tais linhas mestras, na medida em que acreditamos numa sociedade cuja construção se apoia em ações cooperantes e solidárias. Queremos uma maior consciência na condição humana e na defesa de um planeta sustentável. Assim, a componente de Cidadania e Desenvolvimento assume-se como um espaço privilegiado para o aperfeiçoamento de competências dos alunos, com impacto tridimensional na atitude cívica individual, no relacionamento interpessoal e no relacionamento intercultural. Demos iniciativa aos alunos, pois são eles os verdadeiros autores da mudança e do processo de aprendizagem. Nas suas mãos está o nosso futuro. Qualquer sistema educativo tem nos alunos a sua razão de ser. A sua participação na conceção dos projetos de turma e na implementação das atividades é determinante para a criação do sentido de pertença. Os projetos de turma são e serão um espaço privilegiado para a construção de uma cidadania ativa e participativa. Desejamos criar condições de envolvimento da Escola nos paradigmas da sociedade a diferentes escalas, da local à global, preparando os alunos para a convivência plural e democrática. Queremos a melhor formação dos jovens, que se tornem adultos conscientes, com uma conduta cívica que privilegie a igualdade nas relações interpessoais, a integração da diferença, o respeito pelos Direitos Humanos e a valorização da cidadania democrática. Pensamos que, nas aprendizagens da vida, também existe espaço para o saber ser, compatível com o saber fazer. Num mundo globalizado e em permanente mudança, preparar os jovens para o exercício da cidadania é uma missão da Escola. Não deixemos o nosso destino nas mãos de terceiros.

Os coordenadores Cidadania e Desenvolvimento


Foto - Alena koval - Pexels

07 08



09 10

10º ano


“JERUSALEMA CHALLENGE” Jerusalema Challenge é uma coreografia que se tornou um símbolo de luta e dos cuidados a ter face à COVID-19. Neste bailado, quem tenta dançar não se toca uns nos outros, como convém em tempos de pandemia. Jerusalema é um fenómeno que começou em África, que se tornou viral, único, de ALEGRIA e de UNIÃO, valores que tanta falta fazem nos dias de hoje. Os grandes objetivos gerais desta dança coreografada são, em primeiro lugar, sensibilizar para a importância na luta contra a COVID-19, pelo respeito e cumprimento das normas e orientações definidas pela DGS e pelo plano de contingência da escola, para além de sensibilizar também para a relevância da prática da atividade física, reconhecida como um fator fundamental na promoção da saúde e do bem-estar. Este projeto insere-se no âmbito do projeto de cidadania e desenvolvimento, o que significa que não se esgota na apresentação da coreografia mas também na força da sua mensagem, visto que possui um potencial de atividades a desenvolver nas diversas disciplinas com temas e subtemas a desenvolver, nomeadamente saúde, interculturalidade, direitos humanos, segurança, defesa e paz. O Jerusalema Challenge desempenha um papel importante ao permitir a abordagem de problemas atuais da humanidade, como a pandemia, os comportamentos xenófobos, racistas… Acreditamos na pertinência e potencial deste projeto. O Grupo de Educação Física da ESJM abraçou este Projeto Jerusalema Challenge, ao envolver 27 professores, maioritariamente da disciplina de Educação Física, mas também de outros grupos disciplinares, 56 turmas e aproximadamente 1020 alunos. As atuações decorreram nos dias 14, 15 e 16 de Dezembro de 2020 em diferentes momentos e locais da nossa escola.

Parabéns a todos!


11 12


Desenvolvimento Sustentável

Bem-estar animal

Os alunos da turma 1002 escolheram, para o seu projeto “Cidadania e Desenvolvi-mento”, escolheram o tema “Desenvolvimento Sustentável” e o subtema “Bem-Estar Animal”.

Direitos dos animais Madeira Sanctuary Angariados de alimentos

Vinda da Drª. Élia Jesus, Presidente da Madeira Sanctuary, com a Nala e o Nero (dois animais resgatados). Nesta sessão, foi explicado aos alunos como trabalha a Associação.


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Visita do Drº. Paulo Araújo, veterinário na VetFunchal: Após uma pequena apresentação do tema, a turma 1002 questionou o Dr. Paulo Araújo sobre os direitos dos animais.

Entrega dos alimentos angariados à Associação Madeira Sanctuary pelas turmas 1002 e 1031, atendendo às necessidades da Associação.


Saúde Clique para ver o vídeo

A turma 10º05 da nossa Escola escolheu a Saúde como tema do Projeto da Componente de Cidadania e Desenvolvimento. Os alunos, na disciplina de Português, tendo como referência o tema supracitado, abordaram a importância de uma informação de qualidade na sua formação como cidadãos e, em particular, no que à área da saúde se refere. Situação análoga foi trabalhada na disciplina de Inglês, com particular ênfase no impacto da Covid-19 na sociedade. Já nas disciplinas de Filosofia, Educação Física e Biologia e Geologia, o enfoque do projeto foi dado à promoção da saúde humana em tempos de pandemia, ao nível do bem-estar físico, mental, emocional e social. O produto final do trabalho consistiu na realização de um vídeo elaborado pelos alunos da turma.

Interview to a doctor who works with Covid-19 patients and to Covid-19 Interviewer: Good morning everyone! Today we have two very special guests: on this side, we have Doctor Margarida Pingo who works with Covid-19 patients daily and, on this side, we have the Covid-19 itself. So, welcome both of you and we’ll start with you Doctor Pingo, can you please tell us how has the hospital been holding on lately? Doctor: Good morning! We are currently facing an extremely hard and dangerous situation… Covid-19: What nonsense are you talking about? I´m completely harmless! Doctor: As I was saying, we’re dealing with some serious problems, such as not having enough beds and ventilators in the ICU, for example! But I trust all of my co-workers to keep calm and do their best to save as many people as we can and for this situation to end faster. Covid-19: (exclamation of disbelieve) What?! Are you trying to get rid of me? I am so friendly; I just want to hug all of you! (pause) For your own good! Interviewer: Wait. What do you mean by that? Can you develop your idea please, miss Covid? Covid-19: C’mon, let us be honest! There are some pretty dumb people on earth, some of them don’t even think I am real. I mean I’m right here, flesh and bones.

F o t o - M a r t a Wa v e - P e x e l s

Interviewer: Continuing with you, miss Covid. We all know the virus is spreading really fast, as we can see in India, America, Brazil and all over the world and what I want to know is why did you spread so fast in a such small period of time?


15 16 Big brother: (studying) Little sister: Hey, big bro! Big brother: What do you want? Little sister: I just want to talk to you… Big brother: I’m studying, you know I have an important test tomorrow. Little sister: Oh, come on! It won’t take too long. Big brother: Can’t we talk later, when I finally finish studying? Little sister (almost throwing a tantrum): No! It has got to be now! Big brother: Ok, you asked for it. Little sister: Asked for what? Big brother (screaming): Mom! She’s bothering me again! Little sister: Mom isn’t home.

Covid-19: I have always been around, you just didn’t notice me. But when such a good opportunity comes to mingle in the society, me and my brothers and sisters couldn’t miss the chance to bring down the human’s ego. Don’t you think so, doctor? Doctor: Yes, absolutely! I mean how did such a small thing did so much damage?! Have you looked at your size (pointing at the size)? Interviewer: Doctor, to finish our interview could you please remind us how to keep this (points at the virus) little thing away from our bodies? Doctor: It’s simple! As always, wear a mask, disinfect your hands, keep social distancing and DEFINITLY don’t go around hugging people (giving the covid an accusatory glance)! And hopefully this will be over soon. Covid-19: (mocking) You wish! Have you seen those Karen’s walking around acting like Pinocchio (putting mask under nose)? Interviewer: That’s all for today folks! After this exciting and somehow funny interview we finally have an open conversation between the two sides of the same story which is something that has never done before. Thank you, Doctor Margarida Pingo, for being here. Doctor: Thank you! Interviewer: (turning to Helena) And, last but not least, thank you, miss Covid! Covid-19: Whatever, I got other people to infect…

Helena Sá, Isabel Gonçalves e Margarida Pingo

Big brother: Damn it! Fine, you won. Sit down. What do you want to talk about? Little sister: (sits down) Big brother: What do you want to talk about? Little sister: So, I have a question? Why am I going to school and you aren’t? Big brother: There’s a tiny little living being out there that is harming people and making them sick. Little sister: Oh, is that why we are wearing masks? Big brother: Yes, that’s the reason. You know, this tiny little thing, that people are now calling coronavirus, it enters through your mouth and nose, and that’s why we wear masks, so they can protect us. Little sister: I don’t like this little monster! Big brother: Yeah, nobody likes it. Little sister: And do you like having online classes? Big brother (laughs ironically): Despite the fact that I spend the whole day wearing pyjamas, no, it’s awful. Little sister: I miss playing with my friends like I used to… Big brother: Yeah, we all do. But now we need to be careful. Little sister: And by the way, why is it called COVID-19? Big brother: Well, that’s a good question. “CO” stands for “corona”, “VI” for “virus” and the “D” stands for “disease”. The “19” refers to the fact that it was initially discovered by the end 2019. Little sister: It explains a lot. Big brother: Is that it? Little sister: Nope, I have one more question: can you play with me? Big brother: Do you have fish memory? Don’t you remember I need to study? Little sister: You’re so boring! Fine, I’ll play alone!

Francisco Murta e Leonor Duarte


Igualdade

de Género

Katherine Coleman Goble Johnson nasceu a 26 de agosto de 1918, em “White Sulphur Springs”, e faleceu a 24 de fevereiro de 2020, com 101 anos. Tinha cinco irmãos, o seu pai era agricultor, enquanto que a sua mãe era professora. Desde muito cedo Katherine demonstrou aptidão para as ciências matemáticas, no entanto, foi obrigada a mudar de escola e de condado, pois havia muito racismo naquela altura e o estado não lhes permitia a frequência da escola. Aos 14 anos terminou os estudos do ensino secundário. Aos 15 iniciou os estudos universitários e frequentava todos os cursos em que a Matemática estivesse incluída. Katherine foi a primeira mulher negra a concluir os estudos nas disciplinas de Matemática e Francês com média máxima. Quanto à sua carreira, optou por se dedicar à Matemática, contudo sendo negra e mulher, as ofertas de trabalho eram escassas. O primeiro emprego que teve foi lecionar numa escola pública em Virgínia, até que surgiu uma vaga na NACA, empresa antecessora à NASA. Ela soube que o Laboratório Aeronáutico NACA em Langley estava a contratar um grupo de afroamericanos, com experiência de ensino, para realizar cálculos matemáticos que transformavam dados brutos obtidos por meio de instrumentos, em parâmetros finais de engenharia. Em 1953, Katherine começou oficialmente a sua carreira em Langley, na segregada secção de Computação Ocidental, sob a supervisão da sua colega Dorothy Vaughan. O grupo de mulheres matemáticas que executavam cálculos de redução de dados era conhecido como “computadores”. Entre 1953 e 1958 exerceu a função de técnica aeroespacial.

A sua eficácia matemática e alta precisão e exatidão fizeram com que se destacasse e tivesse o voto de confiança dos colegas. Em 1960, ela e o engenheiro Ted Skopinski foram co-autores de um estudo intitulado Determination of Azimuth Angle at Burnout for Placing a Satellite over a Selected Earth Position. Este estudo apresenta as equações que descrevem um voo espacial orbital no qual a posição da nave é especificada. Foi um trabalho essencial para as missões espaciais que se seguiram. Por esse motivo, em 1969, Katherine Johnson foi responsável por calcular a trajetória da tão famosa missão especial “Apollo 11”. Foram esses cálculos precisos que fizeram com que o Homem desse os primeiros passos na Lua. É de referir que também fez os cálculos e participou, de certa forma, na primeira observação via satélite de Marte, que se iria realizar futuramente.


17 18 Ganhou diversos prémios e distinções nomeadamente: “1971 - NASA - Centro Langley de Pesquisa - Center Special Achievement award” e “1999 - West Virginia State College – melhor aluno do ano”. A sua última distinção da carreira foi, em 2015, a “Medalha Presidencial da Liberdade” que é a maior conquista que um civil pode alcançar. É concebida aos indivíduos que tiveram “uma contribuição especial meritória à segurança ou interesses nacionais dos Estados Unidos, paz mundial, cultural ou outras importantes iniciativas públicas e privadas.”

O filme Hidden Figures de Theodore Melfi fala sobre três mulheres que tentam lutar pela igualdade no seu local de trabalho. Ao longo do filme, elas deparam-se com diferentes obstáculos que muitas vezes as desencorajavam, mas mesmo assim elas não desistiam e lutavam pelos seus direitos, e após muita persistência, começaram a ver mudanças nas suas vidas. Ao mostrarem o seu potencial, foram reconhecidas pelo seu trabalho e subiram de posição, melhorando as suas carreiras e participando numa grande parte da história de viagens espaciais, pondo o primeiro homem na órbita da terra no dia 20 de fevereiro de 1962. Após esses acontecimentos, os seus colegas de trabalho e a sociedade já começavam a vê-las como seres iguais aos outros e a respeitá-las como tal. Assim, ao longo do tempo, o pensamento sobre as pessoas negras e sobre as mulheres em geral começou a mudar, criando condições para a igualdade, pois não é o género de uma pessoa ou a sua cor que deve definir o seu futuro, mas sim a sua capacidade mental e o seu caráter. Fontes: https://www.nasa.gov/content/katherine-johnson-biography, consultado a 2 de janeiro de 2021 ; http://www.theheroinecollective.com/katherine-johnson-spacescientist/, consultado a 20 de janeiro de 2021; https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Katherine_Johnson, consultado a 20 de Janeiro de 2021 https://www.google.com/amp/s/revistagalileu.globo.com/amp/ Ciencia/noticia/2018/03/katherine-johnson-5-licoes-inspiradoras-que-

“Eu contava tudo. Contava os passos na rua, os passos até à igreja, o número de pratos que eu tinha lavado. Tudo o que pudesse ser contado”, disse Katherine numa entrevista à NASA, e com ela podemos concluir que a matemática está em todo o lado.

aprendemos-com-matematica.html, consultado a 20 de janeiro de 2021


Human Rights “Citizenship and

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Development” project

The students in year 10, class 17 want to share a message about rights and freedoms which they wrote during their English classes this school year:

This is what the class 10.10 would like to share with everyone about Gender Equality, which was their chosen theme for their ‘Citizenship and Development’ project: Watch the video!”

Hi there!! we’re in year 10, class 17 and we want to contribute with a message about Human Rights for our “Citizenship and Development” project. We believe that “The essence of Human Rights is the right to have rights”, and so during our English classes we’ve watched the movie “The Hunger Games” and after a debate on the topic, we realized that if we are not aware and don’t fight for our rights, we can fall into the ambush of a totalitarian regime where we can, through false promises of security, leave our most fundamental freedoms and rights in the hands of tyrants. You know how they say: “You don’t beg for rights, you fight for them”. As far as our rights are concerned, we cannot waver, “Partial freedom is not freedom!” So talk to your parents and your teachers or research yourselves about which are the Universal Human Rights all humanity share and should never abdicate! And remember: “We need Human Rights to make humans right!”

Érica Vieira - Hello everyone!! We´re in year 10, representing class 10 and we are here to share a message under the theme: Gender Equality. During our English classes we have chosen to view and debate the movie “The Imitation Game”. A wonderful film based on true facts set in the time of the second world war, Eleonor Lopes - … where they recruited people who knew how to solve puzzles in record time to select those who would decipher the ‘ENIGMA’ and thus help win the war against Nazi Germany. They didn’t want to accept a woman who volunteered just because she was a woman and supposedly didn’t have the intellectual capacity to participate in more responsible tasks… Francisca Garcês - guess who solved the puzzle faster? You guessed it!! The woman. She was the only person who did it in less time than requested and subsequently applied to help Alan Turing on his amazing journey to decipher the ‘ENIGMA’ and helped win the war saving millions of lives. All students - Do not Forget: Achieving gender equality requires the participation of women and men, girls and boys. It’s everyone’s responsibility!!

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These 3 Students in year 10, class 31 would like to convey a message about Multiculturalism to the entire school community. Listen to what they have to say in this video: André Veludo - Hey, what’s up?!! we’re in year 10, class 31. We are representing our class with a theme that our class has chosen, which was “Multiculturalism”. We believe that accepting diversity is a step towards evolution from a world weary of social injustice. Manuel Gama - … our work had its focus on the movie “Freedom Writers”. If you haven’t seen it yet, don’t miss the opportunity. In this film it becomes clear that evil is never the cultural phenomenon in itself, but rather in humans and that being free it is to be able to fluctuate between diversity and multiplicity, without losing one’s identity. Adriano Freitas - … Yes, this film takes place in a school with multiple ethnic and cultural origins, where discrimination, segregation, hatred and violence increase year after year. We cannot let this situation continue to be mirrored by schools and societies around the world. It is up to us, the new generations, to realize that there is beauty and strength in diversity. Don’t let diversity turn into adversity!!! Be human, be kind!”

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Under the theme ‘Human Rights’, listen to what these students representing class 10.42 have to convey and would like to share with everyone: Rodrigo Nóbrega - Hi there, everyone!! We are four students from class 42 representing our class in our Citizenship and Development project! We have chosen the theme “Human Rights”, because we truly believe in Article 1 of the Declaration of Universal Human Rights: “All human beings are born free and equal in dignity and rights”. Luís Neves - … our work and debate in class had as a starting point the movie “The Hunger Games” which represents, in many aspects, the loss of fundamental rights by some societies, which were forced to deny their freedoms in exchange for some food and false promises of security. “Education is the most powerful weapon you can use to change the world”. If we know our rights, we do not, under any circumstances, have to abdicate them. Luís Filipe - … yeah, it is important to know that totalitarian regimes both in the past and present (look at what is happening in Venezuela) have already been responsible for millions of deaths and we should all be aware because: “Those who can’t remember the past are doomed to repeat it”. And “ It is not the crises that change the world, but our reaction to them”. Martim Fernandes - We want to convey the message that our generation will not accept that our freedom and our rights are called into question. And that people must become the change they want to see in the world! Starting right now!!


Saúde e No passado dia 7 de maio, decorreu, na sala de conferências da escola secundária Jaime Moniz, uma sessão de esclarecimento sobre Primeiros Socorros e Suporte Básico de Vida para os alunos do curso de ciências e tecnologias, turma 11, do décimo ano de escolaridade. Esta atividade realizou-se no âmbito do Projeto da Componente Cidadania e Desenvolvimento da turma, cujo tema é “Saúde e Riscos”, tendo como principal objetivo informar e sensibilizar os alunos sobre os comportamentos a serem adotados em situações que possam comprometer a saúde em geral. A palestrante convidada foi a enfermeira Elsa Campos que abordou variados temas, tais como: o que fazer em situações de acidentes vasculares cerebrais (AVC), paragens cardiorrespiratórias, convulsões, desmaios, engasgamentos (Manobra de Heimlich), tratamento de feridas, queimaduras e entorses. A enfermeira deu ainda a conhecer como funciona o sistema de atendimento do 112 na Região Autónoma da Madeira. Os nossos agradecimentos ao Hospital Dr. Nélio Mendonça por ter disponibilizado os serviços da enfermeira Elsa Campos que demonstrou grande profissionalismo e competência para lidar e comunicar com os jovens.


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PREVENÇÃO PARA A DIABETES

A turma 10º12, elaborou um panfleto de prevenção para a Diabetes, o qual foi inserido um código QR que dá a acesso a um questionário sobre o referido tema.


Direitos humanos,

segurança, defesa e paz

Geralmente, qualquer género de acontecimento passado pode permanecer desconhecido por quem não o viveu, ou por quem não foi informado acerca dele, independentemente de fazer parte do património da História. No entanto, a História não é somente uma coleção de factos, é também a explicação dos mesmos, o que nos permite compreender o percurso dum fenómeno social, como o Desporto. Ao longo do tempo, o desporto sofreu alterações a vários níveis e, no que concerne aos direitos humanos, essa mudança é notória. O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma breve reflexão sobre o valor dos Direitos Humanos no desporto.

Em Portugal, apesar da atividade física e desportiva existir há muito, a primeira intervenção do Estado ocorreu em 1942, tendo sido publicado o Decreto-Lei 32441 de 5 de Setembro, o qual afirma no seu preâmbulo: “Têm-se com este decreto-lei essencialmente em vista criar um órgão do Estado que há de orientar e promover, fora da Mocidade Portuguesa, a educação física do povo português e introduzir disciplina nos desportos”. O mesmo acrescenta que “nada se tira ao que existe sobrepõe-se-lhe alguma cousa de que se espera muito”. A evolução da popularidade de muitos desportos começa no século XIX, e quanto maior a popularidade dos desportos, maior o seu alcance, como é o caso do futebol, um dos maiores desportos de sempre. Este surgiu na metade do século XIX, na Inglaterra, direcionado para os ricos. Com o passar dos anos, o futebol passou a ser jogado e amado por todos e hoje é um dos maiores do mundo e que produz grandes nomes como Pelé, Messi e Cristiano Ronaldo. Os direitos humanos eram simples, no início do desporto, pois existiam poucos. Com o passar do tempo vamos encontrando organizações e atletas a lutarem pelos direitos humanos.


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Na altura, o racismo prevalecia, ao contrário do que acontece hoje. Por exemplo em algumas modalidades como o basquetebol, as pessoas de etnia negra que participam no desporto são bemsucedidas e talentosas, como Michael Jordan, o maior jogador de todos os tempos. Hoje em dia, felizmente, presenciamos situações de mais Respeito na maioria dos desportos com muitos atletas, os quais dedicam a sua vida e a sua carreira ao desporto e procuram praticá-lo de forma agradável, correta e justa. Uma tenista profissional americana de etnia negra e que luta pela igualdade de género e fim do Racismo, nascida a 26 de setembro, de 1981, Serena Williams, é já considerada a maior tenista de todos os tempos: ganhou 23 Grand Slams, sendo a segunda com mais títulos. Serena Williams, nascida em Michigan é a mais nova de 5 irmãs. Quando era mais nova, Serena e a família foram viver para a Califórnia, onde começou a praticar ténis, aos 4 anos. Com 9 anos, mudou-se de novo para West Palm Beach, na Florida para prosseguir a sua carreira como tenista e se juntar a uma Academia tornando-se uma das melhores tenistas de todos os tempos. Após muitos anos de carreira, continua dedicada à igualdade de género, em termos de pagamentos e valorização de mulheres negras.

Em suma, apesar das vitórias e da evolução à “luz dos direitos humanos”, este é um desafio constante para as organizações associadas. Acreditamos que as desigualdades verificadas nas áreas dos direitos económicos, sociais e culturais persistem. Porém, cabe a cada um de nós e aos vários órgãos da Sociedade esforçar-se por promover o respeito e a liberdade, independentemente da cor, raça, sexo, religião, origem nacional ou social, ou qualquer outra condição. Fontes: https://sites.google.com/site/historiaeducacaofisica/conteudos https://www.youtube.com/watch?v=n070PLCQg-s https://www.youtube.com/watch?v=_ANQ2FMvV6A https://www.youtube.com/watch?v=CqJUqT75GbY https://www.efdeportes.com/efd145/o-processo-historico-daeducacao-fisica.htm https://pt.wikipedia.org/wiki/Desporto https://www.isg.pt/2019/04/15/direito-ao-desporto-seu-significado-eevolucao/ http://boletim.oa.pt/project/mai19-texto-de-enquadramento-historico/


Igualdade de

A questão da igualdade de género é transversal a todas as sociedades. Não é uma questão exclusiva de sociedades ditas menos desenvolvidas ou de religiões, mas também de países mais ricos e desenvolvidos. Foi assinado no dia 8 de julho de 2020, em pleno século XXI, um Plano para a Igualdade de Género na Alemanha, com o nome de “Forte para o Futuro”. Foi assinado e divulgado em conjunto pela Chanceler Angela Merkel e pela Ministra da Família e das Mulheres, Franziska Giffey. Trata-se do primeiro plano estratégico a nível federal na Alemanha e tem por objetivo acelerar a evolução na equiparação de direitos e tratamentos entre homens e mulheres. Este Plano define metas para além do Ministério da Família e das Mulheres, envolvendo os outros ministérios. De salientar que na Constituição alemã há um artigo – Artigo 3, segundo o qual “o Estado deve promover a igualdade efetiva entre homens e mulheres”. Este Plano define, então, várias metas de igualdade de género suportadas por legislação em cada um dos ministérios. As metas mais relevantes são: • Redução da disparidade salarial e de reforma; • Aumento das oportunidades de carreira, aproximando-as da igualdade entre homens e mulheres; • Aumento das cotas de mulheres em cargos executivos nas empresas; • Crescimento para pelo menos 30% em 2021, com aumento progressivo até 50% em 2025, a cota de mulheres nas lideranças partidárias;

Apesar de ter uma Chanceler, a Alemanha está abaixo da média europeia na igualdade de género, a saber: as mulheres ganham, em média, 20% menos do que os homens e apenas 15% dos cargos executivos são ocupados por mulheres. Além disso, no ano de 2020, 90% dos dirigentes municipais são homens. Não só na Alemanha, mas também em outros países, incluindo Portugal, dedica-se um dia anualmente para uma Ação que visa justamente integrar as mulheres em trabalhos tradicionalmente masculinos. É o “Girls’ Day”.

Na Alemanha, desde 2001, geralmente no mês de abril, esse dia, também designado por “Mädchen – Zukunftstag” - é preenchido com diversas ações nas escolas e nas empresas, por iniciativa dos Ministérios da Família, das Mulheres e da Juventude (“Bundesministerium für Familie, Frauen und Jugend”) e da Educação e Investigação (“Bundesministerium für Bildung und Forschung”) Nesse dia, as jovens do 5º ao 10º ano saem das escolas e visitam empresas e postos de trabalho cuja atividade é considerada tradicionalmente masculina (empresas ligadas às engenharias, às tecnologias), com o objetivo de observarem as atividades, experimentarem algumas, e desenvolverem motivação para prosseguirem carreiras nessas áreas, chamadas “MINT – Berufe” (Mathematik, Informatik, Naturwissenschaftn und Technik). Link para um vídeo sobre o “Girls’ Day”: https:// www.youtube.com/watch?v=5WBqtLis3qY


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Como reação a este evento destinado a jovens raparigas, iniciou-se em 2011 o “Boys’ Day oder Jungen – Zukunftstag”, comemorado em 2021 no mesmo dia – 22 de abril. Basicamente trata-se da mesma ação, ou seja, os rapazes saem das escolas e visitam organizações, instituições e atividades profissionais de tradição feminina, como a educação, os cuidados de saúde, os trabalhos de cariz social, etc. Link para um vídeo sobre o “Boy’s Day”: https:// www.youtube.com/watch?v=K5QFJuvrSvM De referir que em Portugal também temos o Dia Internacional das Raparigas, promovido pela Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade. No nosso País, diferentemente da Alemanha, são os representantes das empresas de engenharias e tecnologias que se deslocam às escolas. No presente ano, 2021, vinte anos após o primeiro, foi no dia 22 de abril que se desenvolveram ações, na Alemanha, desta feita com recurso a meios digitais. Do programa fazem parte entrevistas e debates com mulheres em diversas áreas profissionais, com “influencers”, workshops, jogos, etc. No dia anterior (20 de abril) a Chanceler alemã Angela Merkel conversou por videoconferência com 16 jovens alunas de dois liceus de Berlim, que apresentaram o resultado dos workshops feitos em atividades ligadas à técnica. A turma considera importantes estas ações, tanto a medida política de assinatura do Plano Nacional para a Igualdade, bem como o “Girls’ Day”, na medida em que despertam interesses e contradizem o preconceito de que há trabalhos para homens e para mulheres, bem como contribuem para a necessária mudança de mentalidades.

A recolha destes dados foi realizada pela turma, em conjunto, e a sua apresentação no presente documento pretende consciencializar a comunidade para as questões da igualdade de género, que infelizmente ainda são tema de discussão no século XXI, mesmo em países desenvolvidos como a Alemanha. Achamos que já muito foi feito e já se verificam muitas mudanças, mas será muito lento o processo até chegarmos à igualdade plena. Em primeiro lugar, os preconceitos estão cimentados nas mentalidades e estas são difíceis e lentas de alterar. Em segundo lugar, consideramos que rotular trabalhos, carreiras e atividades como femininas ou masculinas é um erro e promove a desigualdade. A mudança das mentalidades e desta visão social tem que mudar! Fazemos parte de uma geração que está no caminho dessa mudança. Sendo uma turma maioritariamente feminina, pretendemos seguir caminhos e carreiras com liberdade de escolha e incentivar os nossos amigos ou outros a fazer o mesmo, independentemente do género. Consideramo-nos iguais em direitos, deveres, competências e capacidades. Link para vídeo de interesse sobre o tema, com depoimentos de jovens raparigas e rapazes que participaram em ações do “Girls’ Day” e do “Boy’s Day”: https://www.youtube.com/watch?v=CxOO2x_kVQE Sites consultados para recolha de informação: https://www.dw.com https://www.girls-day.de https://www.boys-day.de


Foto - Sharon Mccutcheon - Pexels

Clique para ver o vídeo

Igualdade de Género

No âmbito da Disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, a turma 47 do 10.º ano escolheu trabalhar o subtema “Igualdade de género”. Para o efeito, em grupo ou individualmente, os alunos desenvolveram variadas atividades, nomeadamente a participação ativa em diferentes palestras e conferências, criação de trabalhos de diferentes tipologias e géneros, incluindo vídeos, nas várias disciplinas. A título de exemplo, partilhamos aqui alguns trabalhos que contaram com a dinamização dos docentes Cílhia Correia, na disciplina de Inglês; Carla Encarnação, na disciplina de História; Sílvia Mata, Diretora de Turma, na disciplina de Português.

No passado dia 12 do mês de março, ainda em regime de ensino à distância, a Doutora Elisabete Frade Gouveia, Assistente Social do Serviço de Atendimento aos Jovens no Centro de Saúde do Bom Jesus, juntou-se à aula síncrona de História, lecionada pela docente Carla Encarnação, para ministrar uma ação de sensibilização à turma 47 do 10º ano, acompanhada pela Diretora de Turma, Sílvia Mata, sobre o tema “Violência no Namoro”. Foram abordados diversos subtemas, tais como a definição de violência no namoro e as várias formas que pode tomar, o que torna uma relação saudável, as características de uma relação não saudável, a importância da individualidade e da privacidade, bem como o papel das redes sociais. Foram ainda mencionados variados aspetos: várias estatísticas e estudos, as causas que levam à agressão neste tipo de relacionamentos e experiências com as quais a doutora Elisabete teve contacto e que foram relevantes para a praticidade da conversa, mantendo sempre o recomendável anonimato. Concluiu a sua intervenção com a ideia de que “a simplicidade é o caminho”, proporcionando aos alunos um espaço para colocarem questões. Por último, deixou o contacto para que os discentes possam recorrer, caso precisem de ajuda, ou apenas de esclarecimentos, dando-lhes também a conhecer um local onde podem contactar com profissionais com quem podem contar. Para os alunos ficou uma conversa enriquecedora, no âmbito do seu Projeto de Cidadania e Desenvolvimento, nomeadamente no que diz respeito à Igualdade de Género.

Ana Sá, Margarida Serrão e Matilde Abreu


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“Reflexão sobre o amor”

A experiência amorosa e a reflexão sobre o amor

Mas afinal o que é o amor? A meu ver é impossível escolher palavras que o definam. Pode-se até chegar perto de uma explicação plausível, mas nunca o suficiente para demonstrar, na totalidade, o seu poder e efeito. O amor é o que se sente por alguém. Um sentimento que muda o Mundo de alguns indivíduos e, se genuíno, muda sempre para melhor. É olhar para aquele alguém e sentir-se feliz, seguro e de coração cheio. É estar preparado para fazer tudo para que esse alguém sinta carinho, seja amado. É preocupar-se e estar lá nos bons e maus momentos. O Mundo é um lugar cruel e frio, mas ter alguém ao nosso lado torna tudo mais suportável.

O amor não se vê, mas é um sentimento que experimentamos quando conhecemos a nossa alma gémea. É um sentimento que faz com que uma pessoa queira o bem da outra. É o resumo do infinito, é o laço entre dois corações, um sentimento que vem da alma, como os gestos que os pais fazem pelos seus filhos ou que às vezes tem quatro patas e um focinho. Através do amor não sentimos solidão. Através dele podemos criar uma família, dar cor à vida e vê-la de outra maneira. Na nossa opinião, o amor é um sentimento sem o qual não conseguimos viver, que nos faz felizes e tristes, pois, por vezes, não dá certo ou não é recíproco.

Ana Margarida Sá

O amor é chama que nos chama O amor é chama que nos chama e que nos acalma a alma. Não precisas de fazer um drama, serás sempre a minha dama. Nem penso parar de pensar em ti Pensar na rapariga com quem me comprometi. Aquela a quem nunca resisti mas por quem sempre sofri. Lembro-me daquela noite de lua cheia quando estávamos sentados na areia. Fiquei como que preso na tua teia. Tu és aquela que me desnorteia Esta nossa história tornou-se eternamente uma epopeia.

Ana Margarida Sá, Fátima Vieira, Margarida Meneses, Margarida Serrão e Matilde Abreu

Lúcia Sá e Victória Alves

English Love Poem I’ve known you since we were thirteen I still remember the night we met Your smile was the prettiest I’d ever seen How could I ever forget? You’ve always been there for me Even when you had to move mountains and sea And when no one else was there You were the only one to care I’m happy when I’m around you I feel calm and safe too You’re my partner in crime Let’s have fun while we still have time

Ana Margarida Sá, Lara Sousa e Tatiana Ribeiro


Love is a feeling that we can’t explain It’s about affection But it’s also about pain Although it’s hard Love is fighting for the person Who belongs to your heart And when everything is falling apart We only want that person by our side To take you out from the dark And make you feel alright

Fabiana Faria e Ana Vieira

Poem When we first met I couldn’t forget The moment was so breathtaking that I felt amazing When we looked into each other’s eyes I was surprised You gave me the first kiss that I will always miss In the cold November rain I’ve never felt pain Peter Parker had Mary Jane And I, a gentle man

Margarida Meneses e Margarida Serrão

To a special person… I want to love you I want to love you every day Until the last beat of my heart Day or night I find myself thinking about you I want you to love me, as I love you! Love is fire that burns without being seen, but if you look deep in my eyes will you see it? I want you to love me, as I love you! After all, I will love you as if it were the first time And it is at your side that I want to grow old, and watch our children grow. I want you to love me as,I love you!

Carolina Rodrigues e Lara Margarida Teles


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Semana das Artes de 2020 / 2021 Como forma de regressar à “normalidade” possível e com os devidos cuidados e cautelas, realizou-se entre os dias 10 e 14 de maio A Semana das Artes. Esta iniciativa foi criada com o intuito de trazer a fruição estética ao nosso quotidiano Escolar, e numa altura em que nos deparamos com enormes desafios, torna-se ainda mais pertinente celebrar a expressão artística. A Semana da Artes iniciou-se no dia 10 com a cerimónia de abertura, a inauguração da Exposição “Arte-Expressão-Vida” com trabalhos produzidos no âmbito das disciplinas do Curso CientíficoHumanístico de Artes Visuais e do Curso Profissional de Técnico de Multimédia e da exposição do ilustrador António Pascal. Neste mesmo dia realizou-se ainda um concurso de ilustração em que participaram alunos do 10º, 11º e 12º anos. No dia 12, realizou-se um workshop, dinamizado pela Drª. Nélia Reis, sobre a conceção de “bonecas de massa”, uma tradição centenária da ilha da Madeira que se procurou passar aos nossos alunos. No último dia do evento, realizou-se a cerimónia de encerramento com entrega de prémios aos vencedores dos concursos de arte digital, fotografia, ilustração e vídeo.

Clique para ver os vencedores dos concursos

Clique para ver o Vídeo resumo da Semana das Artes

Clique para ver o Vídeo da exposição “Arte-ExpressãoVida”

Clique para fazer uma visita virtual à Semana das Artes


Direitos Humanos Ao longo do ano letivo, e nas diversas disciplinas, a turma teve a oportunidade de explorar a temática dos direitos humanos e a forma como estes são abordados na sétima arte. Foi permitido aos alunos conhecer todos os direitos humanos, assistir a diversos filmes, tomar notas de momentos e de frases marcantes, discutir em grande grupo as ideias, os direitos violados, analisar a forma como as problemáticas foram abordadas e resolvidas, escrever apreciações críticas, poemas, pesquisar informações acerca de grandes líderes e defensores dos direitos humanos, preparar uma exposição e ainda produzir contos de Natal, criar peças de teatro e representá-las em grupo. Os filmes abordados foram Invictus, de Clint Eastwood, O Gladiador, de Ridley Scott e O Diamante de Sangue, de Edward Zwick. Após a visualização e devida exploração, os estudantes tornaram-se mais cultos, mais conscientes, mais sensíveis e respeitadores do outro, sobretudo ao serem confrontados com realidades desconhecidas e bem diferentes das suas. Já no terceiro período, a turma assistiu a uma formação acerca das aplicações StopMotion Studio e Animatic by Inkboard, ministrada pelo professor Paulo Branco, do Programa Educamédia da Direção Regional de Educação e, posteriormente, elaboraram, em trabalho de pares, curtas-metragens de apelo ao respeito pelos direitos humanos, associando o cinema à fotografia. Segundo os discentes, as aulas destinadas à concretização do projeto foram bastante didáticas e uma forma perfeita de conciliar o cinema com os estudos e a adquisição de novos conhecimentos.

Aprender com o cinema

Invictus, de Clint

Eastwood Apreciação crítica do filme


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“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, pela sua origem ou pela sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”

O filme é um drama biográfico, realizado por Clint Eastwood,

Invictus é baseado numa história verídica. O filme retrata o

em 2009. Originário dos Estados Unidos da América, em apenas

período em que Nelson Mandela é eleito presidente da África

128 minutos, descreve os sentimentos e os esforços de Nelson

do Sul, quatro anos após ter sido libertado. Madiba, nome

Mandela, depois de se tornar presidente da África do Sul, para

pelo qual era conhecido, inicia o processo de reconstrução do

cumprir o seu principal objetivo, pelo qual lutou desde a sua

seu país a partir do fim do apartheid, ajudando o mesmo país

juventude: a unificação da nação, dividida pela discriminação e

que lhe virou as costas quando ele mais precisava.

pelo racismo.

Mandela, interpretado por Morgan Freeman, não guarda

É com esta história emocionante que são descritas as

rancores. Ama a sua pátria como um pai ama um filho

características e ações de Mandela, que o tornaram um homem

e tenta unir a sua nação através de uma paixão comum: o

único que marcou a História da Humanidade. De ressaltar as

rugby. Ele aproxima-se do capitão de Springbroks, François

principais: o perdão, a resiliência, a coragem, a liderança, a

Pinear, interpretado por Matt Damon, para compreender esta

tolerância, o amor... e o desporto.

modalidade e gerar tolerância. Ambos os papéis são bem

Exatamente. É de forma muito inteligente que Mandela associa

executados e os atores são talentosos, o que enriquece o

o rugby a um meio de união, a um objetivo comum, que era

filme.

praticamente impossível: vencer o Campeonato do Mundo.

Além disso, esta obra cinematográfica é cativante, pois tem

Inicialmente, os Springboks representam o apartheid (governo

momentos e citações que nos tocam o coração e que nos

antigo de supremacia da raça branca), porém, com o apoio do

fazem refletir sobre resiliência, mas também há situações

presidente ao capitão François Pinear, a equipa ganha um novo

cómicas que tornam o filme divertido e apelativo.

simbolismo, personifica-se, passa a representar todo o país e é

Esta longa-metragem transmite-nos esperança de que

obrigada a mudar a forma de agir por uma única meta. Parecia

há sempre uma solução para tudo! No início, Mandela é

ilusório, contudo, como refere a personagem principal: “Vai ser

humilhado quando entra num estádio de rugby e, no final, é

sempre impossível, até ser feito.”

aplaudido de pé, o que nos faz perceber que com trabalho

E acontece mesmo: os Springboks ganham a competição e a

árduo conseguimos

nação a reconciliação que tanto precisava. “A nação arco-íris

É impossível apontar algum aspeto negativo neste filme.

começa aqui.”, afirma Mandela.

Clint Eastwood simplesmente deixa-nos encantados e

Através deste filme de grande valor, mais e mais pessoas podem

completamente rendidos com os diálogos intensos entre as

conhecer o homem notável que foi Nelson Mandela. Apesar de

personagens.

não abordar a fundo a sua luta contra o apartheid e os vinte e

Em suma, Invictus fornece-nos lições de moral incríveis sobre

sete anos em que estivera preso (apenas através de flashbacks

como o perdão liberta a alma e sobre como devemos tentar

e do poema Invictus, de Henley, no qual se inspirou) revela-nos

ser sempre uma melhor versão de nós mesmos. Ele também

a pessoa humilde, simples e emocionalmente forte que ele era.

nos ensina que Mandela foi um grande homem e que é

É mostrado o seu lado mais humano, de vulnerabilidade pela

importante lutar pela igualdade

ausência do apoio da sua família, o que só nos faz admirá-lo

.

mais. Mesmo com dificuldades, Mandela luta, luta... mas sem conflitos. “Contra-ataca” com o perdão, vence o ódio.

Ana Maria Barros

alcançar todos os nossos objetivos.

Sofia Brazão


Defendidos e Erguidos Soa tal como um segredo, As crueldades imagináveis. Palavras repostas pelo medo, Vidas altamente vulneráveis. Estarão prontos para se defenderem Quando chegar o momento de se erguerem. As quebras no sistema, E as vozes silenciadas. A esperança roubada Cria um grande dilema. Estarão prontos para se defenderem Quando chegar o momento de se erguerem. A revolta está mais agitada Nos corações prejudicados. A ferida só ficará curada Quando formos devidamente educados. Estarão prontos para se defenderem Quando chegar o momento de se erguerem. A justiça será encontrada No momento da igualdade. Será uma mudança honrada Num mundo completo de unidade. Estarão prontos para se defenderem Quando chegar o momento de se erguerem

Dulcie Ferreira


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Humanidade...

multidão dispersa Terra, bela diversidade: Uma paleta de cores, Conjunta solidariedade (Que ilusão, que utopia). Observada de fora, Não se veem os horrores; Multidão perdida, dispersa, À procura de valores. Na imagem verdadeira: Pessoas desprezadas Pela cor da sua bandeira, Preferências, origens, crenças. Porém, não só de crimes Se faz a História: Desde o início dos tempos Já usam muitos da razão e da memória. Já foi mais que provado: Cada indivíduo é agente Do que quer ver acontecer Para si, para a outra gente. Valha-nos o tempo, a esperança, Os arrependimentos, as leis universais Para mudar a andança Deste vento que nos leva.

Ana Maria Barros


Contos de Natal Nelson Mandela vive o seu primeiro Natal como presidente

Com tudo isto, consegui sentir a autêntica magia do Natal com a minha família verdadeira.

Após difíceis anos de constante luta, Nelson Mandela é finalmente Presidente da África de Sul. Passados sete meses da sua tomada de posse, Mandela pode viver o seu primeiro Natal como um presidente livre. Mandela estava no seu escritório, quando a secretária, Brenda, bate à porta e entra perguntando: - Boa tarde Madiba! Não queria incomodar, mas o Natal já é para a semana e ainda não decidiu o que vai fazer. Gostaria de escrever aqui na agenda se irá jantar com a sua família ou com alguém que considere especial. Será possível informar? - Boa tarde Brenda! Ainda não tinha decidido, mas deste-me uma brilhante ideia! Vou passar o dia com toda a minha família! - Com a sua família!? – Disse a secretária surpreendida. - Bem, não a de sangue, mas sim com milhões de pessoas, a que chamamos de nação. Irei organizar uma festa e atividades para toda esta família. Brenda, já podemos começar a planear? - Claro que sim, Madiba! E assim foi. Mandela partilhava as suas ideias e Brenda contactava todas as agências necessárias para o tão ansiado Natal. O dia 25 de Dezembro finalmente chegou e como planeado, quase toda a “família” de Mandela compareceu a um belo jardim, decorado com as melhores e elegantes decorações de Natal. Todos os preparativos foram feitos, atividades como rugby, um drive-in com filme ao fim da noite e troca de presentes. Mandela, orgulhoso de tudo, afirma a todos fazendo um discurso: - Está tudo perfeito! Muito obrigado a todos os envolvidos e a todos os que compareceram. Com tudo isto, consegui sentir a autêntica magia do Natal com a minha família verdadeira. Passaram o resto da noite de Natal a visualizar um filme alusivo à época, enquanto que alguns regressavam a casa para continuarem a celebrar com as suas famílias.

Dulcie Ferreira


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Nelson Mandela vive o seu primeiro natal como presidente a visitar famílias pobres Muitas pessoas desfrutam do dia de natal com a sua família, a trocar presentes e a ver filmes da época natalícia. Mandela, como o homem generoso e altruísta que é, passou o seu natal a visitar famílias pobres, a ajudá-las juntamente com a sua secretária. No total, Madiba visitou três famílias. A primeira família era composta pelos pais e por duas meninas, as filhas. Todos se sentiram extremamente lisonjeados por estarem a ser visitados pelo novo presidente, que trouxe refeições e alguns presentes. A segunda família era apenas constituída por uma mãe solteira, um bebé e uma rapariga com quase dezoito anos. Mandela decidiu presenteá-los com um cesto básico para o bebé e várias roupas para a adolescente, incluindo comida, para que não passassem fome nesta data tão especial. Por fim, a terceira família possuía vários elementos: os pais, duas filhas e dois filhos. Mandela optou por oferecer-lhes um vale de dois mil dólares e mantimentos necessários, não só para a época festiva mas para três meses inteiros. Depois de demonstrarem a sua compaixão para com o povo, foram jantar juntos no palácio presidencial. Madiba, sinto-me cada vez mais impressionada. Nunca vi um presidente como o senhor. É uma lenda! - disse a secretária, com os olhos a brilhar. - Nada disso, minha querida. Simplesmente, quero tratar a minha pátria como trataria a família que me recusou- respondeu Dada. - Eles não têm noção do que perdem.... Temos que aceitar a realidade como ela é e lidar com as circunstâncias que não controlamos, da melhor maneira. Pelo menos, tornei o dia de alguém mais feliz. É verdade. Nelson e a secretária despediram-se após o esplêndido jantar, sentindo-se muito realizados. Renata Faria

... o homem generoso e altruísta que é, passou o seu natal a visitar famílias pobres ...


“Está a conseguir, Madiba, está a conseguir! Estamos todos muito orgulhosos do que alcançou, e da pessoa única que é!”


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“Um Natal para unir toda uma nação” O Mandela e eu fomos cumprir os últimos afazeres do dia. Porém, conhecendo-o, sei que algo se passa. Apesar de ser um homem forte, continua a ser humano. - Já terminámos, Brenda? - Sim, Madiba. Podemos ir para o palácio presidencial. Ouvem-se músicas de Natal nas ruas. Noto-o especialmente perturbado. Ele perguntou depois: - Como vai passar o Natal, Brenda? - Com o meu marido e os meus filhos. Vou visitar os meus pais no dia 26. E o senhor? Parei por um segundo. Senti que não devia ter feito a pergunta. - Não sei, Brenda. Não faço ideia. Soube mais tarde pelo Denis que a família do Madiba não quis passar o dia de Natal com ele. As filhas nem sequer respondem aos presentes que ele lhes manda no Natal e nos aniversários. Saímos do carro. Chegou a minha hora de ir para casa, contudo não pude ir descansada. Desabafei com o meu marido sobre a situação. Como sempre, ele diz algo para me tranquilizar, porém, desta vez, foi algo bem deliberado. - Que tal o convidarmos para passar o Natal connosco? Os rapazes adoram-no. Vai ser divertido! Uma boa ideia, sem dúvida. No dia seguinte, tentei encontrar um momento para lhe perguntar, mas ele estava demasiado ocupado. Acabei por fazê-lo, somente, dois dias antes da véspera de Natal. - Eu não posso aceitar. Não me posso intrometer dessa forma nas vossas celebrações. Já esperava tal reação. Insisti. - O Natal é aquela época única em que podemos celebrar com os nossos, no íntimo dos nossos corações. Aproveite o seu, Brenda. Não se preocupe comigo. Hei-de procurar algo para fazer. - Mas o Natal também é uma época para sermos solidários com aqueles que não têm como o celebrar! É o seu primeiro Natal como presidente, não o perca! Fez-se silêncio. Ele retorquiu, sorrindo: - Muito obrigado, Brenda, mas não é preciso. Já sei o que vou fazer.

Passava-se o tempo, o dia de Natal estava cada vez mais próximo e não havia nada marcado na agenda do presidente para esse dia. Até que, na véspera, vejo um noticiário local a descrever as atividades que o Madiba planeava para o Natal. É evidente que lhe fui pedir satisfações. - Desculpe, mas porque é que a secretária do presidente é a última a saber do seu programa de Natal?! - Não se apoquente, queria que fosse uma surpresa. Rimos. Só mesmo ele para fazer algo assim. E passei o Natal como havia preparado. Os miúdos acordaram primeiro e correram para ver os seus presentes. Segui-os e liguei a televisão da sala. “Nelson Mandela decidiu passar o seu primeiro Natal como presidente a visitar diversos hospitais pediátricos da cidade de Pretória e as suas famílias, que aí festejavam o Natal com os filhos. Levou presentes para todas as crianças e jovens com quem se encontrava, desde brinquedos a livros assinados, como também por ele próprio…” Os rapazes deixaram os seus brinquedos e sentaram-se comigo e com o pai a ver a reportagem. É este o Mandela que eu conheço. Que une todos, desde os mais novos aos mais velhos. Muitos podem pensar que ele faz tudo isto apenas para ter uma boa imagem, para que seja reeleito. Todavia, observem a felicidade que ele demonstra! Uma felicidade genuína em estar com os outros! Não se trata de um jogo de política. Aliás, o Madiba nunca teve o sonho de se tornar presidente. O seu sonho era muito maior. E ecoa uma mensagem de esperança, uníssona, no coração de todos os sul-africanos: “Está a conseguir, Madiba, está a conseguir! Estamos todos muito orgulhosos do que alcançou, e da pessoa única que é!”

Ana Maria Barros



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11º ano


Desenvolvimento Sustentável Horta Solidária (Jardim da Escola)

Os alunos da turma 1 do 11º ano desenvolveram ao longo do ano letivo de 2020/2021 a componente de Cidadania e Desenvolvimento que refletiu uma dimensão transversal à sociedade, nomeadamente, o Desenvolvimento Sustentável e que se concretizou no projeto / atividade da Horta Solidária.

De entre os objetivos definido, salientam-se os seguintes: incutir na Comunidade Educativa a importância do desenvolvimento sustentável; cultivar uma pequena área do Jardim da Escola com plantas trazidas pelos alunos. Identificar o seu nome no dia a dia, o seu nome científico e o seu nome em inglês; aprender a cuidar de plantas; fazer exercício físico; ter alegria, prazer e saúde e fomentar o espírito da partilha e da solidariedade. A abordagem curricular da educação para a cidadania pode assumir formas diversas, consoante as dinâmicas adotadas pela escola, nomeadamente através do desenvolvimento de projetos. Assim, esta abordagem prática do trabalho de projeto requer a participação e o empenho de cada aluno dentro do grupo, de acordo com as suas capacidades, com vista ao estudo de um problema e à procura de soluções para o mesmo. Esta abordagem proporciona situações em que é fundamental trocar opiniões para decidir o que fazer, facilitando, igualmente a socialização.


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Esta metodologia do trabalho de projeto permite desenvolver o pensamento crítico através de situações problemáticas que se tornam vias de abertura pedagógica a vários percursos e a várias soluções, potenciando a aquisição de aprendizagens significativas e nesta situação concreta o desenvolvimento da consciência ecológica e o sentido de pertença à comunidade envolvente, capacitando os alunos para uma melhor compreensão da complexidade do mundo e para um agir com inteligência, ética e afeto. Em termos de implementação e concretização do projeto é de referir que este teve início no 1º período, no dia 27/10/2020, foi definido o terreno a cultivar (uma parcela situada no jardim da escola). Os alunos procederam à limpeza do terreno, cavaram o solo e cultivaram as plantas que foram trazidas por cada um. Igualmente no 1º período as plantas foram regadas, as ervas daninhas foram retiradas e foram colocadas em cada planta placas identificativas com o seu nome

vulgar, científico e traduzido em inglês. Atendendo à situação da pandemia, não houve aulas presenciais no 2º período, pelo que não foi possível fazer o acompanhamento da horta como estava inicialmente previsto. No 3º período, após o regresso à escola, os alunos recolheram as plantas da horta e doaram ao bar da escola. Deste modo, o trabalho foi concluído com sucesso tendo, apesar das contingências existentes, contribuído para o desenvolvimento nos alunos de um conjunto de competências no âmbito da educação para Cidadania, nomeadamente, a promoção da sustentabilidade, da alimentação saudável, do espírito de grupo de colaboração e da solidariedade.


“JERUSALEMA CHALLENGE” Clique para ver o vídeo Os alunos da turma 3 do 11º ano aderiram ao projeto da componente Cidadania & Desenvolvimento - Jerusalema Challenge. Neste âmbito, os alunos desta turma não só ensaiaram e dançaram nas aulas da disciplina de educação física a Jerusalema Challange, mas também foram convidados a realizar um trabalho de pesquisa sobre a origem do Homem a partir de África, com o objetivo de se fazer passar a mensagem do respeito pela diferença. Os slides produzidos pelos alunos foram editados em vídeo pela professora de física e química, Fernanda Freitas. É sempre bom lembrar que todos nós Homens, pertencentes à espécie Homo sapiens, tivemos antepassados em África. O Homo sapiens saiu de África, pelo menos, há 45 000 anos em direção à Ásia Central e depois à Europa, por via do Médio-Oriente. O respeito pela diferença atravessa todos os continentes, sem que a cor da nossa pele tenha qualquer função para nos desvalorizar ou valorizar. Seguem-se os testemunhos dos alunos do 1103, cujo mote era “o que eu aprendi no âmbito do projeto da componente Cidadania & Desenvolvimento - Jerusalema Challenge”.

Ao participar neste projeto aprendi e adquiri várias competências e informação importantes e enriquecedoras. Em primeiro lugar, na disciplina de educação física, foi-nos ensinada uma dança que nestes tempos de pandemia, revelou-se muito divertida e eficaz, visto que conseguimos passar um bom momento a dançar em conjunto e sincronia, mas sempre mantendo o distanciamento social. Já nas disciplinas de biologia e química, explorámos, com rigor científico, mas sempre de uma forma intuitiva, as características dos nossos antepassados históricos e a sua evolução até à espécie que conhecemos atualmente. Na minha opinião, foi uma atividade bastante enriquecedora e concretizadora. Finalmente, em inglês, tive conhecimento das diversas culturas que existem por todo o mundo, evoluindo nas competências sociais, e aprendi principalmente a ser mais altruísta, filantropo e compreensivo.

Eduardo Sousa O que eu aprendi no âmbito do projeto da componente Cidadania/Desenvolvimento foi que tive a oportunidade de aprofundar vários temas tais como racismo, xenofobia e é muito importante abordamos estes assuntos na escola e no nosso dia-a-dia para as pessoas terem mais a noção do respeito pela diferença.

Martim Caldeira


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Quanto a mim o que mais me alegrou foi a oportunidade de melhorar os meus passos de dança, que, diga-se de passagem, não eram os melhores. O facto de eu ter feito um PowerPoint sobre a evolução do Homem a partir de África foi também deveras interessante, pois durante a pesquisa encontrei uma espécie ancestral do Homem com o nome Denisovano, cujos fósseis foram encontrados na Gruta Denisova na Sibéria. O nome da gruta constituiu uma homenagem a um eremita com o mesmo nome do que eu (Dinis) que viveu, no séc. XVIII, nesta gruta. Assim fui capaz de melhorar o meu conhecimento no assunto. Outra das coisas que mais me tocou e considero algo memorável foi a escolha da música devido à sua letra bastante emocionante, do meu ponto de vista. Ela proporcionou-me alguns momentos onde foi possível me libertar de modo a cantar a bela música “Jerusalema”.

Através do projeto de Cidadania e Desenvolvimento – Jerusalema Challange – consegui ter uma aprendizagem bastante positiva. A partir da dinâmica colaborativa entre as disciplinas de Biologia e Geologia e Física e Química fui capaz de encarar este projeto como uma forma de aprender sobre conceitos tais como a datação de rochas e fósseis e a evolução do Homem. Partindo de uma análise mais aprofundada consegui relacionar a famosa música “Jerusalema” com estes conceitos, o que me permitiu desfrutar e viver a música como se fosse uma celebração da vida e da nossa evolução, uma vez que a origem do Homem e da música “Jerusalema” foi África. Com as aulas de educação física fui capaz de melhorar as minhas capacidades na área da dança.

Afonso Dinis No âmbito do projeto de Cidadania e Desenvolvimento adquiri mais conhecimentos nas áreas da física e química e biologia ao realizar os PowerPoint sobre a morfologia do crânio, e este revelou ser um trabalho enriquecedor. Na área do inglês está vincada a igualdade de direitos, independentemente da sua cor de pele e da sua nacionalidade, o que contribuiu para a evolução das mentes humanas, que se tornaram mais abertas e filantropas.

O projeto da componente Cidadania e Desenvolvimento fez-me aprofundar grande parte dos poucos conhecimentos que eu tinha acerca das origens do ser humano, pois realizei um trabalho de pesquisa que me forneceu variadíssimos conhecimentos sobre as primeiras espécies de hominídeos a habitar no planeta Terra. A realização deste projeto fez também com que adquirisse conhecimentos relativos ao seu modo de vida, a maneira como se relacionavam entre si e a forma que estes encontravam para sobreviver às grandes adversidades daquela época.

Camila Henriques

Diogo Fernandes

António Castanha


No âmbito do projeto da componente de Cidadania e Desenvolvimento, este lugar na educação das crianças e jovens tem de se estender para além da sala de aula e ocupar um lugar central na vida da escola e da comunidade envolvente. Neste projeto, os docentes têm o papel fundamental de encorajar e despertar a curiosidade dos alunos para explorar e pôr em prática o tema escolhido, neste caso, sobre a evolução do Homem. Através da disciplina de biologia e geologia e física e química, aprofundei os meus conhecimentos relativamente à evolução do Homem a partir de África, ficando assim, informada sobre as nossas origens, descoberta de fósseis de ancestrais do Homem, como é o caso dos Denisovanos, e muitos outros aspetos abordados pela turma durante a realização do projeto no âmbito do Jerusalema Challange.

Catarina Fernandes No âmbito do Jerusalema Challange foi possível aprender diversas atividades que nunca antes tinha realizado. Por exemplo, com os trabalhos de pesquisa foi necessário aplicar conhecimentos adquiridos nas disciplinas de biologia e geologia e física e química para ser possível retirar, interpretar e processar a informação pesquisada. Também participámos em uma dança em que pessoas de todo o mundo se juntaram neste difícil ano de pandemia.

Rodrigo Jardim

Neste projeto da componente de Cidadania & Desenvolvimento, foi salientado o facto de que, apesar das nossas diferenças, sejam elas físicas, psicológicas, raciais ou económicas, todos somos seres humanos, pelo que todos devíamos ter os mesmos direitos e acessos. Em educação física aprendemos a dança Jerusalema, no âmbito do Jerusalema Challange, o que exigiu a união e a cooperação entre a turma. Já em contexto das disciplinas de biologia e geologia e de física e química, aprofundámos os nossos conhecimentos quanto à evolução biológica do Homem, o que enriqueceu ainda mais a nossa cultura.

Carlota Conde Achei este projeto enriquecedor pelo facto de salientar que todos temos os mesmos direitos humanísticos. As características que nos diferem é o que nos torna únicos. Esta componente trabalhada reforça a importância da aceitação dos aspetos distintos do próximo e assim, para uma sociedade mais civilizada e unida

Beatriz Rodrigues No âmbito deste projeto eu aprendi outro estilo de música do qual gostei bastante. Aprendi que é divertido dançar com os meus amigos e colegas. Gostei muito da dança e o facto da mesma se realizar ao ar livre, e mais perto da natureza.

Luís Pinto


45 46 Com este projeto da Cidadania e Desenvolvimento eu aprendi que foram encontrados fósseis dos nossos antepassados, e que estes pertencem ao mesmo género – Homo – que nós, ainda que não pertençam à mesma espécie, Homo sapiens. Para além disso reaprendi que através da datação radioativa é possível datar fósseis.

Afonso Teixeira

Este projeto ajudou-nos a difundir a mensagem que, embora tenhamos aspetos diferentes, todos descendemos do mesmo ser. Mas apesar de muitos sabermos deste facto, os direitos diferem de raça para raça, sendo muito frequente haver intrigas com a raça negra, pois é vista, infelizmente por alguns, como marcadamente estranha e agressiva. A Dança Jerusalema foi algo pensado para unir todas as pessoas independentemente da sua cultura, raça e limitações, pois a própria letra da música fala sobre uma terra que está em vias de ser retirada aos seus habitantes, e para tal acontecer todos uniram-se e cooperam entre si apelando à união.

Beatriz Araújo No âmbito do projeto da componente de Cidadania e Desenvolvimento eu aprendi um pouco mais sobre a evolução do Homem a partir de África e sobre os métodos utilizados para a datação de fósseis. Aprofundei também os meus conhecimentos sobre a diversidade mundial.

Adriana Barcelos

Houve vários conhecimentos adquiridos neste projeto, sendo estes os seguintes: coreografia da dança Jerusalema com o objetivo de promover a atividade física coletiva, respeitando as condições presentes de pandemia. Consolidação de conhecimentos educativos das disciplinas inseridas no projeto. Mudança de forma de pensamento, evoluindo a minha capacidade de civismo. Entre outros.

Miguel Brazão Com este projeto, aprendi mais sobre o nosso passado, nomeadamente o desenvolvimento do Homem no decorrer dos tempos. Também melhorei as minhas capacidades motoras ao fazer a dança do Jerusalema. No âmbito geral, este projeto foi muito bom para todos os alunos que participaram, pois para além de melhoramos as nossas habilidades físicas também enriquecemos o nosso conhecimento. Gustavo Carvalho No âmbito do projeto de Cidadania e Desenvolvimento, tive a oportunidade de aprofundar melhor temas como o racismo, xenofobia, etc., que são, cada vez mais, assuntos que ouvimos falar no nosso dia a dia. Gostaria, no entanto, que pudéssemos ter tido a oportunidade de ajudar, de alguma maneira, pessoas que sofrem destes preconceitos, ou associações que tentam inseri-las na nossa sociedade.

Com este trabalho aprendi um pouco mais sobre a cultura africana através da dança que realizei. Juntamente com esta aprendizagem também me informei melhor sobre a maneira com que as pessoas de diferentes raças são tratadas. Por fim acho que este trabalho me fez ver a realidade: o racismo ainda existe, mas não é o que define como as coisas são.

Com este projeto da componente de Cidadania e Desenvolvimento, o quão realmente divertido foi aprender a executar a coreografia com os meus colegas! Gostei da atividade em geral!.

Madalena Silva

Rodrigo Moura

Mafalda Pestana


Pela igualdade de géneros: inspirando mulheres na ciência


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A desigualdade mascarada

Batom Vermelho na Ciência

Atualmente, é notável a quantidade de mulheres que estão ligadas à ciência e o seu impacto nesta com várias descobertas e outros feitos marcantes. Apesar disto, não foi fácil ao género feminino se destacar, pois, muitas vezes, as mulheres sentiram-se pressionadas para darem os seus trabalhos a homens que os apresentavam ou, então, cresceram e ganharam reputação através dos maridos. O percurso profissional da mulher nunca foi fácil havendo sempre um grande preconceito face às suas descobertas e conhecimentos, considerando-as inferiores aos homens. Porém, houve pioneiras nesta luta como Marie Curie que foi a primeira pessoa a ganhar dois prémios Nobel, subindo na carreira graças ao nome do marido. Outra grande figura foi Ada Lovelace que criou o primeiro algarismo de computação do mundo. Mais recentemente grandes cientistas destacam-se como Katie Bouman que apresentou a primeira imagem já registada de um buraco negro. A norte-americana liderou o desenvolvimento do programa de computador que tornou possível descodificar os dados de centenas de discos rígidos, extraídos de uma rede global de telescópios que estavam posicionados do Chile à Antártida, em 2017. Apesar da grande evolução que tivemos nesta luta pela igualdade, ainda se verifica alguma disparidade entre géneros como a diferença salarial. A título de exemplo, em países como o Brasil ainda subsiste uma diferença a rondar os 30% e em cargos de chefia a presença das mulheres é residual, não por falta de qualidade, mas por algum preconceito que ainda não foi superado. Para concluir, é de realçar que estas mulheres lutaram contra tudo e contra todos para se afirmarem na área científica. Cada vez mais, as cientistas mostram grandes competências e acreditamos que rapidamente conseguiremos derrubar a barreira da discriminação e demonstrar que a igualdade é essencial para a nossa evolução como humanos.

Em pleno século XXI, continuamos a assistir, nas mais variadas áreas, desde o direito até à ciência, a uma constante desvalorização das mulheres e das suas ideias. Apesar de vivermos numa era de inovação, os nossos comportamentos não se coadunam com essa evidência. Parece que diminuir as mulheres é-nos intrínseco. Pesquisas comprovam que físicos, químicos e biólogos tendem a favorecer indivíduos recém-formados do sexo masculino a indivíduos do sexo feminino. Perante currículos idênticos de dois candidatos imaginários, professores de seis grandes instituições de investigação demonstraram maior propensão para oferecer o emprego ao homem. Se escolhessem a mulher, o salário da mesma teria uma diminuição significativa. Embora não tenham tido o devido reconhecimento na sua época, os feitos de inúmeras mulheres contribuíram para a nossa compreensão do mundo e as suas histórias e conquistas hoje são acolhidas como um símbolo de inspiração e emancipação feminina. É o caso de Angela Saini, que foi, no seu tempo, a única estudante mulher nas turmas de Matemática e Química, mas que se tornou uma prestigiada jornalista científica e que continua a alertar para o facto de a ciência manter as mulheres nos bastidores. Da nossa perspetiva, temos de amplificar as vozes de todas aquelas mulheres que, só pelo simples facto de o serem, são reprimidas. O sexo de um indivíduo não deve, de forma alguma, condicionar a sua credibilidade ou oportunidade. É imperativo percebermos que uma ideia reprimida hoje pode significar um erro no futuro. Já devíamos ter aprendido a deixar para trás os ideais que durante muitos séculos perseguiram e oprimiram as mulheres. Em suma, está na altura de abraçarmos o feminismo e ultrapassarmos a ideia tradicionalista de que este significa a primazia das mulheres perante os homens, uma vez que consiste apenas na busca pela igualdade, tanto a nível profissional como social.

José Pedro, Leonor e Susana

Afonso, Francisca e Bruno


Maria

Goeppert Mayer

Caro leitor,

Fonte: http://www.jennifermondfrans.com/home/at-least-i-have-you/maria-goeppert-mayer

ganhei um prémio Nobel por resolver o mistério dos números mágicos. Estes números – dois, oito, vinte, vinte e oito, cinquenta e oitenta e dois – são os números de protões no núcleo atómico. Ninguém sabia por que razão estes elementos eram tão estáveis. Pensei que os protões e neutrões no núcleo se dispõem em camadas, tal como os eletrões, e que o preenchimento destas conduzia à estabilidade. Muitos não acreditaram nesta ideia. O meu trabalho provou que o núcleo possui camadas e formam aquilo que chamo o núcleo mágico. Apesar de ter uma cratera em Vénus com o meu nome, um simpósio, prémios para jovens cientistas do sexo feminino e o meu próprio selo postal, sou uma sortuda por ter feito ciência. Embora o meu pai fosse um professor de sexta geração tive problemas em convencer um programa de Ph.D. a admitir uma mulher, logo andei de escola em escola assistindo a aulas quando havia essa possibilidade. Após a minha graduação, ninguém me contratava. Fui grata pelo meu marido ter conseguido emprego como professor universitário. Quando o seguia para universidades e conseguia trabalho, era sempre sem pagamento. Queriam que eu desenvolvesse os temas que eram tipicamente “femininos”, como descobrir a causa das cores. Finalmente, a Universidade de Chicago levou-me a sério e tornei-me professora de física. Consegui o meu próprio gabinete, mas o departamento mesmo assim não me pagava. Acabei como professora na Universidade de Califórnia em San Diego, onde já recebia. Quando a academia sueca anunciou em 1963 que eu tinha ganho a maior homenagem na minha profissão, o jornal da cidade saudou o meu grande dia, com a manchete “Mãe de San Diego ganha o prémio Nobel”. Com muito amor, Maria.

Tradução de Rodrigo Carvalho


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Maria Goeppert-Mayer 1906 – 1972

Prémio Nobel de Física 1963

Física teórica norte-americana nascida na Alemanha

Fonte: https://mulheresnaciencia.com.br/marie-mayer/

Segunda mulher a ganhar o Prémio Nobel de Física (compartilhado com Hans D. Jenson e Eugene Wigner)

• Descobriu que os protões e os neutrões se dispõem em camadas no núcleo dos átomos. • Esta descoberta é a base da ressonância magnética, hoje usada amplamente na medicina.


Nettie Maria Stevens 1861 – 1912

Bióloga e geneticista norte-americana

https://admiraveismulheresempoderadas.wordpress.com/2016/04/26/ame-nettie-steven/

https://admiraveismulheresempoderadas.wordpress.com/ 2016/04/26/ame-nettie-stevens/

https://navamalayali.com/2019/11/14/column-shiju-samvarugheese-2/

Descobertas

• Certos cromossomas são diferentes entre os sexos. • Estes cromossomas podem estar associados às diferenças fenotípicas entre machos e fêmeas.

Reconhecimento do seu trabalho

• Foi incluída no National Women’s Hall of Fame em 1994. • A Universidade de Westfield honrou o seu nome com a inauguração do Centro de Inovação e Ciências Dra. Nettie Stevens em 2017. Nettie não foi reconhecida pela suas descobertas nem na época em que publicou o seu trabalho. Enquanto os cientistas Thomas Morgan e Edmund Wilson, eram convidados a palestrar sobre suas teorias a respeito da determinação do sexo, em 1906, Nettie não recebeu qualquer convite.

Celebramos Nettie Stevens e hoje vimos um pouco a ciência pelos olhos dela! José Pedro, Leonor e Susana (11º4)


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Marie Curie 1867 – 1934

Nobel da Física 1903 Nobel da Química 1911

Apesar da fama e da reputação conquistadas, Marie Curie ainda enfrentava o preconceito de ser mulher cientista.

Física e química polaca com nacionalidade francesa

https://www.amazon.com.br/Marie-Curie-Isabel-%20%20Munoz/dp/8854413615

Primeira mulher homenageada com um Prémio Nobel Primeira pessoa e única mulher a ganhar um Prémio Nobel duas vezes Descobriu a radioatividade e novos elementos químicos (Rádio e Polónio). Empenhou-se no uso do rádio no tratamento do cancro.

Andreia, Filipe e Marta (11º4)


Irène Joliot-Curie 1887 – 1956

Química francesa

(Filha de Marie Curie e Pierre Curie)

Prémio Nobel de Química 1935

(compartilhado com o seu marido Frédéric JoliotCurie) Trouxe grandes contribuições para a ciência mesmo com todo o preconceito e discriminação por ser mulher, numa época onde o machismo era ainda mais poderoso. https://scientificwomen.net/women/joliot-curie-irene-49

Descoberta Radioatividade artificial e numerosos isótopos e novos elementos. A sua investigação foi essencial para o avanço da medicina e da biologia. “Que é preciso trabalhar com seriedade e ser independente e não apenas se divertir na vida – isso a nossa mãe [Marie Curie] sempre nos disse, mas nunca que a ciência era a única carreira que valia a pena seguir.” João Marcelo, Jorge Olim e Luana Jesus (11º4)


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Gerty Theresa Cori 1896 – 1957

Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina 1947

Várias universidades ofereceram a Carl uma vaga, mas recusavam-se a contratar Gerty. Esta esperou 13 anos até alcançar o mesmo nível que o marido.

Bioquímica norte-americana nascida em Praga

http://www.petraslaba.com/en/article/books/0

Primeira Mulher a ganhar o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina

(compartilhado com o marido Carl Ferdinand Cori)

Terceira mulher a ganhar um Prémio Nobel na ciência Descoberta: via de conversão do glicogénio em glicose (“ciclo de Cori”), tendo contribuído para uma melhor compreensão e tratamento da diabetes.

Anastasia, Margarida e Matilde (11º4)


Cecilia Payne-Gaposchkin 1900 – 1979 Astrónoma e astrofísica norte-americana nascida no Reino Unido

“A recompensa do jovem cientista é a emoção de ser a primeira pessoa na história do mundo a considerar algo ou a entender algo. Nada se pode comparar a essa experiência …” https://hackaday.com/2020/12/15/cecilia-payne-gaposchkin-saw-through-the-stars/

Primeira mulher a receber o prémio Annie J. Cannon de Astronomia (1934) Descoberta: As estrelas são essencialmente constituídas por hidrogénio e hélio. Estas devem ser classificadas de acordo com as suas temperaturas. Ganhou também a Medalha Rittenhouse (1961) Inspirou várias mulheres a seguirem a sua paixão pela ciência, entre elas a astrofísica Joan Feynman. Afonso, Bruno e Francisca (11º4)


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Ada E. Yonath Nascida em 1939

Cristalógrafa israelita Prémio Nobel de Química 2009

“Trabalhar com ciência é algo que exige muita dedicação, tanto dos homens quanto das mulheres. É uma questão de prioridades. Eu não tinha uma política específica, ia resolvendo as coisas à medida que algo aparecia, todos os dias. Trabalhei com o que gostava e também tive a sorte de ter uma família que amo. “ Com base no seu estudo sobre a função ribossómica, os cientistas agora podem explicar como é que os antibióticos agem sobre as bactérias. https://www.chemistryworld.com/culture/ada-yonath-i-never-wanted-to-be-a-scientist/3008460.article

Quarta mulher a vencer o Prémio Nobel de Química (juntamente com Venkatraman Ramakrishnan e Thomas Steitz)

Primeira mulher do Oriente Médio a ganhar um Nobel em ciências

Descoberta: estrutura e função do ribossoma (organito celular essencial na síntese de proteínas). Prémios • • • • •

Prémio Harvey (2002) Prémio Massry (2004) Medalha de Ouro Paul Karrer (2004) Prémio Wolf de Química (2006/2007) Prémio Paul Ehrlich e Ludwig Darmstaedter (2007)

• Prémio L'Oréal-UNESCO para mulheres na ciência (2008) • Albert Einstein World Award of Science (2008) • Medalha Wilhelm Exner (2010) • Plaqueta Röntgen (2014) Luísa, Rodrigo e Victória (11º4)


Covid-19

as vacinas

Clique para ver o vídeo

Foto - Anna Shvets - Pexels

Os alunos no âmbito do projeto da Cidadania e Desenvolvimento, propuseram-se realizar uma pesquisa sobre as vacinas contra o corona vírus, seus efeitos secundários e a relação entre os efeitos secundários e os níveis de imunidade desenvolvida. A relação entre a ansiedade provocada pela doença do Covid-19, e o pH do sangue Humano (alcalose respiratória). A doença do Covid-19 causa grande ansiedade o que pode desenvolver hiperventilação, diminuindo a concentração de CO2 no sangue e consequentemente um aumento do pH - alcalose respiratória. Existem tipos diferentes de vacinas para combater a pandemia, mas todas elas provocam resposta imune que pode bloquear ou matar o vírus. A vacina da AstraZeneca, Pfizer e Novavax são exemplos de vacinas que estão a ser aplicadas e que utilizam, respetivamente, vetor viral, RNAm e proteína. As aulas de Física e Química A e de Biologia e Geologia, de 26 de maio do corrente ano foram ministradas em conjunto. A aula foi inteiramente dedicada à realização dos cartazes e respetiva apresentação oral dos trabalhos realizados pelos alunos à turma.


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APRECIAÇÃO CRÍTICA Ações antrópicas prejudiciais

O funeral da natureza

No presente cartoon, o que mais se destaca são os animais a empurrar a viatura, mais concretamente ao colaborar inconscientemente na destruição. Na mesma medida, são visíveis troncos de árvores que o veículo transporta, sendo que estes servem de abrigo e até forma de alimentação de muitas espécies, ou seja, os animais estão a ajudar na sua própria destruição devido às ações antrópicas, o que remete para um caráter caricatural da imagem. Todos sabemos que o Homem procura incessantemente meios para obter bens inúteis, meramente superficiais, sem refletir sobre as consequências. Neste contexto, os animais são especialmente afetados por estas ações, pois são eles que acabam por ficar desalojados e em perigo de vida, podendo mesmo correr risco de extinção, designadamente os ursos polares, graças às alterações climáticas. Na verdade, a responsabilidade não deve ser apenas imputada às organizações que lutam por causas como a proteção de espécies. Ao invés disso, cabe a cada um de nós agir enquanto há tempo, alterando o nosso comportamento no quotidiano, reutilizando e aproveitando a vida de certos bens e reduzindo no próprio consumo, visto que o consumismo e o aumento da população em nada favorecem o ambiente. Algumas pessoas poderão até insinuar que os animais podem agir contra os humanos, no entanto, tal não acontece porque o Homem domina tudo na Terra, mesmo que isso implique a degradação do meio e a continuidade da vida na Terra à beira do colapso. A nossa racionalidade serve, afinal, para quê? Dito isto, impõe-se inferir que o Homem não utiliza as ferramentas corretas para gerir o meio, muito menos para a sua continuidade, razão pela qual é urgente agir, de modo a impedir o pior cenário, que cada vez parece mais próximo, do fim da vida como hoje a conhecemos.

O cartoon em análise ilustra uma carrinha que um homem conduz, na qual é transportada madeira, seguindo-se-lhe uma fila infinita de diversos animais, desde ursos a veados. Note-se o facto de os animais adotarem um comportamento típico de funeral, mais especificamente as cabeças baixas e o rosto tristonho. Assim sucede na atualidade, pois os animais veemse obrigados a assistir à morte da natureza e da sua própria espécie. Assim sendo, considero este cartoon uma representação atualíssima metáfora da nossa realidade, uma vez que recorre de forma impressionante à criatividade e ironia, no sentido de tecer uma crítica explícita à falta de cidadania do homem. Primeiramente, nos últimos anos verificamos que mais de um quarto da floresta da Amazónia foi incendiada por motivos económicos quer para plantações, quer pela madeira, mas os animais foram simplesmente despejados das suas casas, forçados a verem a sua morada desaparecer e a serem tratados de forma desumana. Assim sendo, é inegável a atualidade e adequação à realidade que o cartoon convoca. Além disso, são suscitados problemas que merecem reflexão e discussão no âmbito do projeto de desenvolvimento da cidadania. É urgente que tenhamos presente que estes animais desalojados são da nossa responsabilidade e não de outrem, por isso mesmo é imperativo alertar a população relativamente às suas responsabilidades para com o ambiente, incluindo a proteção dos animais e da natureza. Em suma, ao longo dos tempos, o homem tem sido ignorante e ganancioso, como é representado no cartoon e, como tal, o ambiente é prejudicado, sendo cada vez mais previsível que no futuro a biodiversidade tenderá a extinguir-se.

Beatriz Gomes

Vitória Faria


Como vivemos os tempos de pandemia? Os nossos testemunhos. Viver em pandemia é uma experiência forte. Coloca os nossos instintos mais primários à prova, como o medo e a ansiedade. Mas sabemos que o desafio maior é racional. Afinal, queremos dominar o desconhecido. Nós, seres humanos, somos excelentes a criar problemas e lentos a resolvêlos. Esta é a notícia má. A notícia boa é que os resolvemos. Cabe a cada um a sua luta. Uma palavra de reconhecimento a todos os que se empenham diariamente nos serviços de saúde que são também os que estão na linha da frente. A nós cabe-nos a dura tarefa de reinventar o ensino, de repensar e organizar as nossas aprendizagens. Só o tempo dirá se o que estamos a fazer foi bem ou mal feito. Estamos certos que poderia ser bem melhor e haja saúde para que possamos refletir em tudo isto após a tempestade. Mas até lá, estamos a fazer. Estamos todos os dias a reinventar a realidade da escola. Se esta mudança foi radical, a verdade é que a escola é orgânica e mudar, inventar, criar, lidar com o novo e arranjar soluções é o seu dia a dia. O conjunto de textos que aqui se apresenta são testemunhos diretos de quem viveu (e ainda vive neste momento) esta luta por um mundo melhor. Estamos convencidos de que tudo vai ficar bem. Quando pensamos num projeto comum à turma, inevitavelmente teríamos de explorar a experiência que mais nos marca, que mais nos dói. O projeto começou com uma fase de recolha de ideias, para logo avançar para os textos. Os professores fizeram as correções possíveis sem alterações de fundo e respeitando a autoria. A última fase foi compilar todos os textos e fazer os arranjos gráficos. Este projeto começou em Setembro de 2020 e o resultado é aquele que aqui se apresenta. Uma palavra final que muito me orgulha enquanto DT do 11º12: todos os professores e alunos colaboraram neste projeto, a quem, obviamente, agradeço. O material que aqui se inclui reporta-se ao confinamento de 2020.

Fatores do vírus Com a colaboração do professor de biologia, António Tanque

Na Natureza existem seres vivos e seres não vivos. Os seres vivos são assim designados pois possuem uma característica muito importante: possuem pelo menos uma célula (unicelulares ou multicelulares). Os vírus, seres não vivos, não possuem uma célula, sendo, por isso, chamados de entidades acelulares. Morfologicamente, possuem uma cabeça, uma cauda e uma estrutura com enzimas que utilizam para se fixarem na célula. Estão, pois, na transição entre ser não vivo e ser vivo e possuem um duplo comportamento. Quando as condições não lhes são favoráveis, comportam-se como seres não vivos, cristalizando. No entanto, quando as condições lhes são favoráveis, são designados parasitas obrigatórios, ou seja, quando têm temperatura adequada, células e alimento, parasitam células, comportando-se como seres vivos. O Covid-19 geralmente ataca adultos e não crianças. Isto sucede visto que os adultos possuem recetores, desenvolvidos à medida que o ser humano cresce, que o vírus utiliza para se fixar. Para perceber como funciona a vacina, é importante perceber um fenómeno que ocorre no nosso organismo: a síntese proteica. Todos nós somos constituídos por ácidos nucléicos: RNA e DNA. Geneticamente, o DNA encontra-se no núcleo, na forma de material genético condensado, com proteínas associadas (as chamadas histonas) e em dupla hélice. De facto, temos um DNA muito complexo, característica que difere do vírus que possui material genético simples. Por outro lado, geneticamente, o RNA encontra-se principalmente no citoplasma e uma cadeia simples. Ambos são constituídos por unidades mais pequenas: os nucleótidos. A síntese proteica está dividida em duas fases: a transcrição e a tradução. A transcrição é o fenómeno que corresponde à formação do RNA a partir do DNA. Ocorre no núcleo. A enzima, RNA polimerase, abre a cadeia polinucleotídica do DNA e nucleótidos copiam as ligações, formando, assim, uma


59 60 cadeia. O RNA sofre um processamento, isto é, uma transformação a partir do RNA mensageiro imaturo a RNA mensageiro maturo (funcional). O RNA mensageiro imaturo é constituído por intrões, que não codificam informação e que saem das ligações existentes, e exões que codificam informação e que permanecem estabelecendo ligações entre si, de modo a que a mensagem fique mais curta. A transcrição é o fenómeno que corresponde à leitura da mensagem contida no RNA mensageiro para que ocorra a formação de uma proteína. Ocorre no citoplasma. O RNA mensageiro entra num ribossoma para que se efetue a ligação. Surge o RNA transferência, RNA responsável por transferir aminoácidos que irão formar uma proteína. Cada RNA transferência possui uma extremidade constituída por anticodão (sequência de três nucleótidos) e outra extremidade que possui um aminoácido específico transportados pelos codões do RNA mensageiro. Cada RNA transferência traz o aminoácido certo de modo a codificar com o codão do RNA mensageiro. Formam-se, assim, cadeias polipeptídicas. Para ocorrer a formação da vacina, foi necessário o estudo da morfologia do vírus para chegar à sequência de aminoácidos que o vírus possui à volta da sua cabeça e assim perceber qual é o mRNA que possui uma determinada sequência de nucleótidos que irá formar essa proteína. A vacina é constituída por fragmentos de RNA mensageiro constituído pela mesma sequência de nucleótidos que irá levar à formação no nosso corpo da proteína que o vírus tem à sua volta. Dado que essa proteína não é nossa, o nosso sistema imunitário, responsável por desempenhar um agente de defesa face a corpos estranhos, produz um anticorpo que é um glóbulo branco específico a atacar essa proteína específica. Sucede que se formos atacados pelo vírus SARS-COV-2, o nosso organismo já possui anticorpos que bloqueiam este ataque. Outro fato da vacina Pfizer e BioN-Tech do Covid-19 é a necessidade de estar congelada a cerca de -70° negativos. Isto ocorre pois o RNA é uma molécula quimicamente pouco estável devido a não existência de uma dupla cadeia onde se estabelecem ligações. Pelo contrário, o DNA é uma molécula estável devido à sua dupla cadeia que obriga a existência de ligações. Em conclusão, é possível relacionar o efeito da vacina no nosso corpo com o efeito do vírus nas nossas células, dado que a vacina no corpo humano utiliza o material genético para produzir uma proteína, e, de forma análoga, o vírus também utiliza o material genético da célula quando ataca as células a fim de produzir novos vírus.

Produção caseira de gel antissético Com a colaboração do professor de física e química, Luís Bernardo

Durante a primeira vaga da pandemia covid-19, muitos produtos básicos esgotaram rapidamente em virtude da grande procura, um deles foi o gel antissético, vulgarmente conhecido por álcool gel. Face à escassez, muitas pessoas tiveram que produzir domesticamente o gel ou, pelo menos, tentaram fazê-lo. De seguida, apresento um guia para a produção doméstica de gel antissético, com formulações recomendadas pela OMS para desinfeção e higienização das mãos. Reagentes necessários •

Etanol 96% (Álcool etílico sanitário 96% Vol, à venda em supermercado com o rótulo azul); • Peróxido de hidrogénio 3% (Água oxigenada 10 Vol, à venda nos supermercados); • Glicerol 98% (à venda em drogarias ou lojas de ferragens, em alternativa usar glicerina que é o glicerol comercial com uma pureza superior a 95%); • Água fria destilada ou fervida estéril. Glicerol: usado como humectante, mas outros emolientes podem ser usados para cuidados com a pele, desde que sejam baratos, amplamente disponíveis e miscíveis em água e álcool e não aumentem a toxicidade ou promovam alergia. Peróxido de hidrogénio: usado para inativar esporos bacterianos contaminantes na solução, não é uma substância ativa para antissepsia da mão. Qualquer outro aditivo deve ser claramente rotulado e não ser tóxico em caso de ingestão acidental. Um corante pode ser adicionado para permitir a diferenciação de outros fluidos, mas não deve aumentar a toxicidade, promover alergia ou interferir nas propriedades antimicrobianas. A adição de perfumes não é recomendada devido ao risco de reações alérgicas. Materiais necessários • • •

Garrafa de um litro; Funil; Copo para medir o volume dos reagentes;


Recipientes finais (garrafas de plástico de 50 ou 100 ml)

Preparação de 1 litro de álcool gel • • • •

• •

Com o auxílio do funil, verter 833 ml de etanol para a garrafa de 1 litro. Com o auxílio do funil, verter 42 ml de Peróxido de hidrogénio para a garrafa de 1 litro. Com o auxílio do funil, verter 15 ml de glicerol para a garrafa de 1 litro. Como o glicerol é muito viscoso e adere à parede do copo de medição, o copo deve ser lavado com um pouco de água fervida estéril ou destilada a frio e depois esvaziado na garrafa de 1 litro. Atenção não adicionar água em excesso para não ultrapassar o volume de 1litro da garrafa. Completar a garrafa até a marca de 1 litro com água destilada estéril ou fervida fria. Tapar a garrafa o mais rápido possível após a preparação, a fim de evitar a evaporação. Misturar a solução agitando suavemente. Dividir imediatamente a solução em seus recipientes finais (por exemplo, garrafas/ frascos de plástico de 50 ou 100 ml) e coloque-as em quarentena por 72 horas antes do uso. Isso permite que os esporos presentes no álcool ou nas garrafas reutilizadas sejam destruídos. Aplicar rótulos aos recipientes que contêm a solução.

Relatos de alunos

durante a pandemia

Quarentena Faz um ano que as nossas rotinas mudaram imenso, incluindo a minha. Com a pandemia do covid-19 tivemos de alterar os nossos comportamentos para o vírus não se propagar ainda mais. Uma das primeiras coisas que fiz foi alterar o meu dia a dia, evitar os centros comerciais, o convívio com os meus familiares e amigos e evitar o máximo possível sair de casa. Quando saía, usava máscara e mantinha o máximo afastamento possível. Praticava exercício físico em casa e também assistia às aulas da RTP para ter a matéria em dia, o que foi uma grande ajuda e compensou. Por fim, sei que vivemos um momento difícil para todos mas temos de continuar a cumprir com todas as recomendações para que rapidamente voltemos ao normal.

Lourenço Candelária

A rotulagem deve incluir o seguinte: • Apenas para uso externo; • Evitar o contacto com os olhos; • Manter fora do alcance de crianças; • Data de produção; • Uso: “Aplique um punhado de gel à base de álcool e cubra todas as superfícies das mãos. Esfregue as mãos até secar”; • Composição: etanol, glicerol e peróxido de hidrogénio; • Inflamável: mantenha longe de chamas e calor Concentrações finais serão aproximadamente • • •

Etanol a 80% (v/v); Glicerol 1,45% (v/v); Peróxido de hidrogênio 0,125% (v/v)

Web grafia: https://www.who.int/gpsc/5may/Guide_ to_Local_Production.pdf

Foto - Anna Shvets - Pexels

Rotulagem


61 62 A minha vivência na pandemia O presente ano ficará na História do mundo e das nossas vidas porque um vírus causou uma pandemia que jamais será esquecida. Antes de findar o segundo período chegavam-nos notícias de outros países cujos números de infetados e mortos estavam a crescer exponencialmente por covid-19. Portugal não escapou. No dia 13 de março finalizaram as aulas presenciais do passado ano letivo. Ninguém estava preparado para os próximos meses que se avizinhavam. O governo não sabia que medidas poderiam travar o avanço desta doença e, por isso, fomos obrigados a ficar em casa confinados. As férias da Páscoa foram vividas em casa sem saídas, com muitas incertezas e medos. Os meios de comunicação social somente noticiavam esta situação. Fiquei com muitas dúvidas de como seria o terceiro período sem estar presencialmente na escola, sem saber como iria gerir o meu dia a dia a nível escolar. A nível familiar, esta situação aproximou-me mais do meu núcleo familiar porque estive em casa com o meu irmão mais pequeno, com a minha mãe que estava em teletrabalho e com o meu pai que esteve dois meses sem trabalhar. Permanecemos em casa até julho. O meu dia a dia durante as aulas passava-se principalmente no meu quarto à frente do meu iPad para assistir às mesmas e realizar os trabalhos propostos. O ensino à distância para mim foi uma experiência boa pois geria o meu tempo à minha maneira e o facto de não sair de casa permitia que tivesse mais tempo para a vida escolar. O aspeto negativo que posso salientar desta situação é o de não ter podido visitar os meus avós e os meus familiares durante meses. As férias de verão foram positivas porque já sabíamos como proceder no exterior e pude sair de casa cumprindo as regras exigidas. Também havia muitas incertezas relativamente ao regresso das aulas presenciais. A adaptação a uma máscara que nos tapa a expressão facial e o distanciamento social foram de facto as coisas que mais me angustiaram. Continuo a viver com insegurança face ao futuro mas sempre na esperança de que tudo voltará ao normal.

Laura Sardinha

Rotina na quarentena Durante o decorrer do primeiro período, foi-nos proposto a realização de um trabalho no âmbito do projeto de cidadania e desenvolvimento. No decorrer de algumas aulas em que tiramos um tempinho para falar do projeto, ficou decidido que cada aluno da turma tinha de fazer

uma espécie de texto que no fundo é um desabafo pessoal sobre a situação em que nos encontramos. Sinceramente, para mim, quando esta pandemia do coronavírus começou não me assustei muito pois tinha acabado de começar e estava “longe” do nosso país. Mais tarde, em março, duas semanas antes das férias resolveram realizar a quarentena, visto que começaram a aparecer casos cá em Portugal. Ainda não estava muito ciente disso, e acredito que não tenha sido a única, pois acreditava mesmo que ia começar nas aulas no dia que estava proposto (desde o início do ano letivo). Quando estava perto de começar as aulas foi declarado que íamos continuar em confinamento e aí comecei a acordar e a preocupar-me cada vez mais com esta situação. Para mim, o mais difícil foi mentalizar-me que, num abrir e fechar de olhos, passamos meses em casa e, de alguma forma, “perdemos” meses de vida porque praticamente o mundo tinha parado. Mesmo assim, para mim, a quarentena foi ainda mais difícil visto que passei três meses sozinha, porque o mundo do trabalho dos meus pais não tinha parado, como aconteceu com a maioria das pessoas. No início não estava lá muito aborrecida porque até me dou bem sozinha, ou melhor, dava-me bem sozinha... Com o passar do tempo comecei a me sentir muito solitária e acabava por ser muito pouco produtiva, pois acabava sempre por dormir o dia todo, e, se não estivesse a dormir, estava a comer, e durante o tempo que era para assistir às aulas , eu acabava por não aprender nada porque estava muito desanimada. Mas também com esta situação, e ao ver-me sozinha tanto tempo, comecei a dar valor a um simples abraço, um simples beijo de conforto, a uma simples caminhada, uma ida ao café, etc… No fundo comecei a dar valor aos pequenos gestos e, para mim, isso foi um dos pontos positivos deste novo coronavírus. Quando a quarentena acabou, começou o verão, e apesar de eu ter tido diversos cuidados, não foi um verão de todo mal. O número de casos aqui na Madeira, começou a aumentar cada vez mais, e com isso, o meu medo de apanhar e infetar aqueles que mais gosto. Até porque, não tenho medo de ser infetada, pois sei, que para mim não é uma coisa por ali além, mas sim, de infetar a minha família, os meus amigos, que consequentemente poderiam infetar a sua família e isso eu não me ia perdoar apesar de saber que ninguém está livre de ser infetado. No fundo, com o avançar da pandemia, começou a aparecer uma vacina, e, sinceramente, é essa nova e recente vacina que me dá um pouco de esperança de voltar ao normal de antigamente.

Jéssica Berimbau


Uma simples quarentena

Diário que não é bem um diário de como passei o período de aulas em casa durante covid19. Eu poderia fazer um relatório de como passei cada dia desses meses, mas como não tenho capacidade cerebral suficiente para lembrar-me do que comi ontem, farei algo semelhante a um resumo de como passei esse tempo. Como bem sabem devido ao corona e não me estou a referir à cerveja mexicana, coisa que eu preferia, mas ora não podemos ter tudo o que queremos!!! Quando soubemos que a escola presencial ia ser suspensa, tenho que admitir que eu e mais alguns colegas interpretarmos esta informação como umas férias estendidas, e em certa medida não estávamos completamente errados. Sim, ainda iríamos ter aulas online, mas essas ocupavam uma

No final de março, foi dada aos alunos a informação que teríamos de ficar em casa durante alguns dias, para que a situação do vírus fosse controlada desde o início do seu aparecimento no nosso país. Acredito que alguns de nós, incluindo eu, pensamos que seriam apenas uns meros 15 dias, mas essas 2 semanas tornaram-se em 3 ou 4 meses. Para mim, o princípio da quarentena era um género de fim de semana prolongado, visto que as férias da Páscoa começaram mais cedo, então era tudo feito nas calmas, tudo muito “bonito”. Mas quando os 15 dias foram ultrapassados, percebi que na verdade iríamos ficar em casa por muitos mais dias. O lado positivo da quarentena, a meu ver, foi ter-me aproximado da minha família. Passei praticamente todos os dias com o meu pai e alguns com a minha mãe, isto porque o meu pai tinha teletrabalho a tempo inteiro e a minha mãe não, visto que ela trabalha nos escritórios do hospital e, na altura, toda a ajuda era necessária. Apesar desta aproximação, quando as aulas

ou duas horas e isso não é muito, considerando que um dia tem 24 horas. Claro que ainda vamos ter de dormir umas 9 horas e talvez ainda um sono de beleza pelo meio do caminho, mas regra geral ainda teríamos pelo menos 12 horas livres, e dessas horas livres deveríamos dedicar uma percentagem ao estudo. Afinal tínhamos muito menos tempo de aulas e, desta forma, não é possível compreender tão bem a matéria dada, mesmo prestando atenção, coisa que eu achei terrivelmente difícil. Afinal, quando a minha cama, sofá e frigorífico estão a menos de 7 segundos de distância, e para ver a televisão só preciso de virar ligeiramente o pescoço, é difícil concentrar-me na cara do professor que está a dar uma matéria que, para mim, parece ser uma linguagem usada por algum tipo de raça alienígena perdida nos cosmos. Outro problema levantado foi que muitas pessoas se sentiram um pouco presas, já que não podiam sair de casa. Para mim, não foi problema nenhum visto que, como ser antissocial que sou, dei-me como um peixe dentro de água durante o confinamento. Em suma, o meu tempo passado durante o confinamento não foi nada de especial, apenas a vida de um pequeno rapaz preguiçoso e antissocial que passou a maior parte desse tempo a jogar o dia inteiro ou, por outras palavras, o que eu já fazia antes do covid se tornar “mainstream”. Ps: Não se preocupem não me faltou papel higiénico!

José Alexandre

online começaram, comecei a desenvolver uma rotina diferente do habitual e até bem organizada, mas depois de algum tempo sempre a ter de acordar à mesma hora e a ter de fazer as mesmas coisas à mesma hora, sentime cansada e farta da rotina. Então, para quebrar esse cansaço, aprendi a fazer coisas novas, como, por exemplo, aprendi a fazer pulseiras de linha, o que me ocupava até um tempo razoável, tipo uma pulseira mais básica cerca de 30 minutos, mas uma complexa poderia levar 3 ou 4 horas. Enfim, mesmo gostando de estar em casa e de ter todos estes benefícios, a pior parte da quarentena não foram só as dificuldades das aulas online, como principalmente as saudades dos amigos e dos familiares e as saudades de sair e de poder andar na rua à vontade. Mas todos estes pontos negativos são recuperáveis, daí o facto de todos nós termos de nos habituar a esta nova realidade e respeitar o máximo possível, pois só assim teremos possibilidade de nos reencontrarmos e de matarmos as saudades em condições estáveis e favoráveis. Lara Sousa

Foto - Anna Shvets - Pexels

Diário, que não é bem um diário


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Meu tempo na quarentena e os efeitos Consequências do covid da escola online Durante a quarentena não fizemos muito, porque assim Durante a quarentena passei muito tempo a ver vídeos ou a jogar vídeo jogos online, como já era habitual para mim, e com a quarentena isso dobrou o tempo que fiquei no computador. Passava horas a ver vídeos ou a jogar e também aproveitei este tempo para brincar com o meu irmão mais novo, e para passar mais tempo com os meus pais. Foi muito bom apesar da pandemia. Pensei que, como estávamos todos em casa, a escola iria ficar suspensa por algum tempo, mas não, os governantes acharam que seria melhor ter aulas online do que ficar em casa a fazer nada. Por isso, quando as aulas começaram de novo, mas, agora online, achei fixe, pois podia ficar mais tempo em casa e mais tempo no computador. Encontrei muitos benefícios no uso do computador: podemos mandar e receber mensagens, documentos, etc. Mas quando chegou a hora para ter aulas online e na televisão, (foi engraçado ver o professor na televisão) aborreci-me tanto que comecei a pensar como seria bom ter aulas presenciais, ter os amigos para falar e rir juntos. Por vezes, até andar e esticar as pernas para ir à escola seria bom, digo isso porque sou naturalmente preguiçoso. Não quer dizer que eu não saio de casa para fazer exercício ou dar um passeio, mas perdi aquele sentido de ir a algum lugar com um objetivo. Eu só estava andando sem rumo, um caminho sem destino nem recompensa, mas isso já é o meu lado de vídeo jogador falando sobre destino e recompensas, nada mais do que isso. No entanto, acho que, enquanto em quarentena, a escola online ajuda a manter a mente do jovem ativo, com aulas e trabalhos, mas também acresce a importância de valorizar aquelas pequenas coisas que sentimos falta após tanto tempo separados, como a escola, os meus amigos, entre outros. Enfim, as minhas ‘férias’ na quarentena foram divertidas, mas com todas as precauções. Foi até um tempo bem passado em família apesar de tudo que aconteceu e que está a acontecer, porque ainda não estamos seguros, mas acredito que tempos melhores virão.

Pedro Leão

o foi pedido. Estávamos com saudades das pessoas, mas não as podíamos ir visitar. Aprendi o valor do beijo e do abraço, coisas que eram habituais no dia a dia e de repente não podíamos mais dar um beijo ou um abraço. Aprendi a valorizar mais as pessoas e menos as coisas. Muita gente aprendeu o mesmo que eu e algumas ainda com maior dor, aprendemos que não importa quantos carros ou casas possamos ter, que durante a quarentena não podíamos usufruir de nada, não importa quanto dinheiro temos, porque nessa altura de nada servia. Aprendi que o mundo pode parar, e que o importante é mesmo as pessoas. Aprendi a ter mais fé, e a apreciar a liberdade. Como é tão bom poder sair, livre parar, passear de mãos dadas, poder ver e visitar quem eu gosto. Poder estar com os meus amigos, poder sair de casa para ir à escola e rever as pessoas que estava habituada a ver todos os dias. Aprendi que tudo pode mudar muito rápido e que nada é para sempre. Eu não perdi pessoas por causa deste vírus pela morte, mas muita gente passou por isso e imagino o quanto deve ser difícil perder alguém e não poder se despedir sequer, muitos foram enterrados sem a família presente. Aprendi que se deve olhar mais para o outro com mais empatia e generosidade.

Cássia Camacho

Como foi a minha quarentena A minha quarentena foi razoavelmente boa, mas por vezes um pouco aborrecida. As primeiras semanas foram boas, mas depois, começamos a ter as aulas online que eu não gostei muito, pois, era um pouco difícil estar atento ao fim de algum tempo a ouvir os professores a falar. Nos tempos livres, não se podia fazer muita coisa, então, ou estava a ver televisão, ou estava no telemóvel ou então ia andar de bicicleta. Para concluir, na quarentena tive algumas dificuldades em acompanhar as matérias da escola, mas no geral até que não foi mau estar em casa.

João Batista


Nunca pensei que, em algum momento da minha existência, passaria por uma situação destas, em que de um momento para o outro a minha rotina (e a da população mundial) mudaria radicalmente e que teria de viver com imensas restrições e cuidados a dobrar. De repente, palavras como coronavírus, covid-19, pandemia, fazem parte do nosso dia-a-dia, bem como novos comportamentos: higienização das mãos, distanciamento social, uso de máscaras e etiqueta respiratória. A 11 de março de 2020 a Organização Mundial de Saúde, declarou a Covid-19 uma pandemia. O ensino à distância foi uma nova realidade para os estudantes portugueses a partir do 3º período do ano letivo 2019/2020. O horário foi adaptado para assistirmos às aulas transmitidas pela televisão e aulas por vídeo conferência com os nossos professores. No decorrer deste confinamento, foi difícil lidar com a nova rotina: ficar em casa, ter ensino à distância e sem os habituais convívios com amigos. No referente às aulas à distância foi difícil para mim: por sentir a falta do espaço “sala de aula”, por sentir a falta dos colegas e por sentir a falta dos professores. Neste método de ensino, senti dificuldade na concentração, uma vez que por dia era frequente a alternância entre as aulas pela televisão e aulas por vídeo conferência. Além das aulas, tinha que rever os conteúdos abordados, para assimilar a matéria e realizar os exercícios e trabalhos atribuídos pelos docentes. Para mim, o ensino à distância foi um tempo de adaptação a uma nova experiência que exigiu muito esforço, muito trabalho e dedicação. Muitas dúvidas, muitos receios quanto ao futuro fazem agora parte da nossa vida. A economia parada, o desemprego, as lojas fechadas e muitas incertezas quanto ao dia de amanhã, é a realidade de muitas pessoas, devido à dificuldade de controlar os contágios por este vírus. Mas o grande medo da maioria das pessoas é ser contagiado pelo covid-19 e principalmente contagiar os seus familiares. Muitas esperanças e expetativas estão depositadas na eficácia da vacina desenvolvida pela comunidade científica, uma vez que sem a vacinação não vamos nunca vencer esta pandemia e retomar a normalidade.

Dina Rodrigues

Foto - Cottonbro - Pexels

As minhas experiências

A experiência da quarentena Nunca pensei viver este momento, e passar por experiências que me fizeram estar mais presente na vida, como aconteceu estar em quarentena. Estar em quarentena fez-me parar para questionar, ver coisas que não via antes, fazer coisas que não fazia antes, enfim, começou a ser mais visível as sensações que passavam despercebidas no dia a dia, porque não estavam tão presentes. Dia após dia na quarentena, eu comecei a perceber que é importante termos o nosso momento, pois, com a correria que vivíamos antes da pandemia, não tínhamos tempo para nós. E com a lei de ficarmos trancados em casa fez-nos ter uma nova rotina. Não foi fácil manter-nos ativos/ produtivos na quarentena, porque, nós seres humanos, vivemos de poucas coisas e de pessoas. O maior sentimento que sentimos na quarentena foi a saudade, a falta de alguma coisa ou de alguém, foi realmente muito difícil, as coisas tão simples como, um toque, um abraço até mesmo do desejar um bom dia e uma boa noite a quem passava na rua, fez tanta falta como, também, as aulas presenciais. Sinceramente, gostei muito das aulas online, porque prefiro estudar só, mas, senti falta do apoio da turma, da interação uns com os outros, pois, o estar online, não é a mesma coisa. Contudo, devemos aproveitar mais cada momento por mais simples que seja e dar valor às pequenas coisas que temos.

Joana Santos Faria


65 66 Uma vida modificada pela pandemia

Em casa

A minha vida mudou imenso desde precisamente há 1 ano. Tenho cada vez mais limitações, tenho presente no meu dia-a-dia um medo constante a que se deu o nome de covid-19. Efetivamente, tenho mudado imensos hábitos, ou seja, implementei determinadas coisas e tenho certas atitudes que antes nem me ocorreram entre os meus pensamentos que teria que tê-las. Primeiramente, alterei rotinas, isto é, a frequência com que saía de casa para dar algum passeio mudou drasticamente, a regularidade com que ia ao centro comercial, se antes ia três, quatro vezes ao mês, agora nem vou, só mesmo se for necessário. Durante algum tempo, o local da prática das minhas atividades físicas, por sorte voltou tudo ao normal com restrições obviamente, mas a certa altura, parou tudo e tive que adaptar essa realização do desporto ao sítio onde vivo. Por fim, mantenho atualmente um maior afastamento perante todas as pessoas, não há abraços, não há beijos, nem apertos de mãos, ou melhor, por não estar escrito na cara de quem transmite ou não a doença, tenho cuidados redobrados, não converso com tanta duração, acabo sempre por abstrair-me. Em suma, é evidente que não sou o único que passei a viver assim, portanto, há que cumprir o nosso dever para que tudo volte o mais rapidamente possível à normalidade.

Pandemia, o que dizer? Trouxe-me tantas coisas novas, quer positivas como negativas. Começando pelos aspetos positivos, com o confinamento tive a oportunidade de passar mais tempo com as pessoas do meu agregado familiar (pai e avó), mas infelizmente e felizmente o meu pai teve de trabalhar durante os meses de confinamento. Logo, eu fiquei com a minha avó, o que me deu a possibilidade de passar mais tempo com esta, de falar, de rir e de brincar com este ente tão especial para mim. Tive a oportunidade de experienciar como são as aulas online; E por fim, aprendi a saber gerir o meu tempo, de forma a organizar-me para completar as minhas tarefas enquanto estudante e adolescente. No que se refere aos aspetos negativos, confesso que não foi fácil para mim (nem para ninguém, julgo eu) ficar fechada em casa sem poder ver os familiares e amigos. Um outro aspeto que eu considero negativo foi a pressão e o stress de ter trabalhos para entregar; de ter de estar no nosso conforto, onde geralmente é a zona/tempo a que estamos habituados a descansar e termos de ser produtivos, todos os dias. Por último, deixo a minha opinião referente a um dos tópicos mais importante: as aulas online. Obviamente que ter aulas online, é uma situação completamente diferente, a que não estávamos habituados. Eu não gostei dessa experiência e na minha opinião, tornou-se desmotivante para alguns dos estudantes. Tivemos que estudar para testes online, tínhamos tarefas com prazos de entrega, o que gerava uma ligeira pressão e grande ansiedade em maior parte dos jovens (pelo menos em mim). E no final de contas, todos esses trabalhos não nos subiram a nota. Não digo que estas aulas não serviram para nada, pois, experienciamos um novo método de ensino e aprendemos alguma matéria ao fazer os trabalhos e tarefas propostas. Em suma, a meu ver, o facto dos trabalhos não terem subido as notas do 3º período gerou uma grande desmotivação aos que dedicaram o seu tempo a estudar.

João Francisco

Minha experiência na quarentena No início de março fomos avisados que, devido à pandemia do vírus covid-19, iríamos entrar em confinamento durante um mês e que as aulas passariam a ser online. As aulas online tiveram bons e maus aspetos. O modo como trabalhámos e como os trabalhos foram pedidos acho que foi bom, tivemos de fazer várias pesquisas e isso fazia-nos pensar mais que o normal. Mas a maneira como alguns professores deram a matéria que ainda faltava, na minha opinião, podia ter sido melhor porque foi como se tivéssemos perdido a matéria. Infelizmente as coisas pioraram e em vez de um mês de confinamento passámos a ter 3/4 meses. O confinamento fez-nos trabalhar mais sozinhos e a nos desembaraçar sozinhos nos trabalhos, sem ajuda dos professores e tendo de pesquisar muito. Foi uma experiência boa para cada aluno.

Pedro Rocha

Raquel Gouveia


Como tenho vivido a pandemia? Estamos a viver uma pandemia à escala mundial, isto é, trata-se de um vírus que se transmite pelas vias respiratórias e que afeta maioritariamente os nossos pulmões. Para tentar controlar a situação, entramos em confinamento em março de 2020 o que nos levou a viver muitos meses isolados provocando um grande impacto para todos nós. Pessoalmente tive uma experiência positiva em relação a esta quarentena, pois aprendi a ser mais autónoma, visto que o ensino era à distância e puxava mais por nós mesmos. Yoga foi outra coisa que aprendi durante esse tempo, pois com cinco pessoas com pensamentos diferentes em casa isolados, a prática do Yoga salvou-me de muitas situações de stress. O meu pai é professor de Educação Física, por isso, já seria previsível, o que iria acontecer, ou seja, tive que realizar exercício físico três vezes por semana, reclamei na altura, mas até que me fez bem no fim de tudo. Este novo ano letivo é muito diferente comparado aos meus onze anos de escolaridade, visto que a pandemia ainda não acalmou. As escolas estão perante muitas exigências e restrições; toda a gente tem que usar máscara dentro do recinto escolar obrigatoriamente, higienizar as mãos à entrada e à saída da escola, o contacto físico, quanto menos, melhor. Eu, perante estas exigências, sou muito flexível, mas a máscara e o meu nariz podemos dizer que é um problema. Em conclusão, o mundo nunca mais será o mesmo, a relação entre pessoas ficará para sempre afetada, em consequência desta experiência. Mas aprendemos a valorizar muito mais a vida.

Filipa Rebelo

Covid-19 O covid-19 é um vírus que causa uma infeção respiratória grave. Este vírus foi identificado pela primeira vez em humanos, no final de 2019, na China. O coronavírus afeta cada pessoa de formas diferentes. A maioria das pessoas infetadas desenvolve a doença com sintomas ligeiros a moderados e recupera sem necessidade de hospitalização. Os sintomas mais comuns são febre, cansaço e tosse. Inicialmente, não tinha a noção do quanto este vírus poderia afetar a minha vida e a de outras pessoas. Em março de 2020 tivemos que ficar em confinamento e isso trouxe diversas consequências. Paramos de nos encontrar com a família, de ir à escola, abraçar os mais próximos, entre outras.

Em relação à escola, os alunos assistiam às aulas na TV e depois, de acordo com o horário, tínhamos as aulas por videoconferência, com os nossos professores. Apesar de os alunos, em geral, reclamarem da escola presencial, acho que todos sentiram falta da escola nem que fosse só pelo convívio entre amigos no intervalo. Uma aula online tem sempre as suas desvantagens, por exemplo, numa aula presencial é mais provável que um aluno esclareça as suas dúvidas e trabalhe mais do que uma aula online. Para além disso os alunos sentiam-se mais desmotivados pelo facto de os trabalhos pedidos pelos professores não contarem para nota. Após algum tempo, acabou o confinamento e tudo estava diferente. Tivemos que começar a usar máscara e a desinfetar as mãos em cada lugar que íamos (supermercados, escolas, cafés, cabeleireiros...). Nunca me passou pela cabeça que algum dia teria que usar máscara para me proteger e proteger os mais próximos. Entretanto chegou setembro e tivemos que voltar à escola. Precisámos de nos adaptar às novas regras, por exemplo, o uso de máscara, passar álcool em gel à entrada e evitar os ajuntamentos. Uma realidade que nunca pensaria viver.

Célia Monteiro

O meu dia-a-dia A minha quarentena foi comum à de muitas pessoas, nos primeiros dias só jogava, comia, dormia e tinha as aulas online. Neste inicio das aulas online até achava uma certa piada, mas conforme o tempo vai passando, a piada vai desaparecendo. Já no meio da quarentena, quando já estava de férias da escola, comecei a passar mais tempo com a minha família, já que eles também ficaram de férias. Continuei sempre com a mesma rotina, jogar, comer e dormir, mas além disso eu comecei a fazer mais exercício regularmente sem faltar um dia desta obrigação para permanecer em forma até que o futebol começasse e para que eu começasse em grande. Já no final da quarentena tudo o que fazia perdeu a graça, então tentei inventar coisas novas para me entreter. Agora em vez de ir ao supermercado começava a encomendar comida e assim tornou-se mais fácil e mais eficaz contra o vírus. E assim foi a minha quarentena, não foi nada demais.

Airton Santos


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O meio

ambiente

• • Use cloth napkins or towels

Os alunos da turma 15 do 11º ano realizaram uma tarefa de tradução das designações comuns de algumas árvores endémicas do jardim endémico da escola. Porém, só foi autorizada a afixação na sala e não nas placas do jardim endémico, pois isso implicava a criação de código QR.

• Buy products with less packaging

• Recycle paper, plastic, glass bottles, cardboard…

• Compost food scraps, grass, and dead plants

• Reuse boxes

• Repair items

• Clean out juice bottles and use them for water • Recycle electronics


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A igualdade de género no mundo do trabalho

A turma 11º 16, no âmbito do projeto de cidadania e desenvolvimento, decidiu estudar a problemática da igualdade de género no mundo do trabalho. Este tema tem sido debatido e estudado pelos mais diversos agentes sociais em Portugal, com vista à obtenção de uma sociedade mais justa entre homens e mulheres. Pretendemos com este tema compreender os porquês desta realidade e obter uma perceção da comunidade em geral para esta problemática. Outro objetivo proposto e não atingido, devido à situação pandémica, foi a dinamização prática de algumas atividades. Pretendíamos realizar estas ações no exterior do espaço escolar de forma a criar envolvência com a comunidade. Iniciamos os trabalhos com uma conferência para a turma, organizada em parceria com o projeto, “Voz do Aluno”, na qual o orador convidado, Dr. Paulo Spínola, apresentou o tema “Respeito pela diferença”. Esta sessão permitiu ao grupo de trabalho contextualizar e aprofundar muitos conceitos inerentes à igualdade de género.

Com vista a medir a perceção da comunidade em geral sobre o tema em estudo, elaboramos um inquérito no Google Forms. Este inquérito foi distribuído por vários canais digitais, tendo sido obtidas 53 respostas. A amostra inquirida era constituída maioritariamente por mulheres (64,2%), de diferentes faixas etárias, num largo espetro de atividades profissionais e habilitações académicas. Com os resultados obtidos e após o seu tratamento estatístico desenvolvemos uma página Web na qual apresentamos as nossas conclusões. De uma forma geral concluímos, pela amostra obtida, que há uma grande sensibilidade para o problema da igualdade de género no mundo do trabalho e que tendencialmente se esbatem as assimetrias em muitas atividades laborais, concorrendo desta forma, para uma maior igualdade de oportunidades e de valorização entre os diferentes géneros.


69 70 Save water

O meio

ambiente No âmbito do tema “O meio ambiente”, tema do Projeto de Cidadania e Desenvolvimento e do programa de Inglês (estudado no primeiro período), os alunos da turma 31 do 11º ano desenvolveram a elaboração de panfletos e flyers (ver fotos em anexo) afixados nas salas B, C, K, L, O e P do Anexo, acerca de medidas a adotar na rotina diária para a preservação da natureza e do meio ambiente tais como poupar água e eletricidade, separar o lixo, fazer compostagem e criar hortas biológicas, usar canetas recarregáveis, reutilizar canecas e jarros para vários propósitos, a importância de doar e reutilizar roupas, a necessidade de comprar produtos com menos embalagens, entre outras medidas.

Use durable coffe mugs

Donate extras (clothes, jars, etc.) to charity

Buy permanent items

tenalp eht evaS

Buy less products with toxic chemicals

ygrene evaS

Recycle used engine oil


Interculturalidade

PROJETO DE CIDADANIA

A INTERCULTURALIDADE

AMIGOS SÃO DE TODA A COR, DE TODA A RAÇA, DE TODA A CRENÇA E DE TODA A GRAÇA!

GENTE GOR

MAS UM AMIGO ACOL

TU NÃO ÉS IGUAL A MIM

APRENDEMOS MUITO UNS COM OS OUTROS

SAMBA - DANÇA DO BRASIL

EU NÃO SOU IGUAL A NINGUÉM JERUSALEMA - DANÇA DA ÁFRICA DO SUL

FLAMENCO - DANÇA DE ESPANHA

MAS NADA DISSO IMPORTA, POIS QUANDO A GENTE GOSTA É MESMO ASSIM QUE SE ESTÁ BEM!

BAILINHO - DA MADEIRA


71 72

PODE SER IGUALZINHO A NÓS

OU MUITO DIFERENTE

RDA, GENTE MAGRA

MAS TODOS TÊM O QUE APRENDER

LHEMOS SEM PENSAR!

OS IDIOMAS

E O QUE ENSINAR!

TODA A GENTE TEM O DIREITO DE VIVER E DE SONHAR !

COMO É O PAÍS DE CADA UM, E A SUA FORMA DE VIDA

RÚSSIA

FRANÇA

CHINA


As Leis de Nuremberg foram um conjunto de leis aprovadas e apresentadas pelo Reichstag no dia 15 de setembro de 1935. As leis foram redigidas por ordem direta de Adolf Hitler e abrangiam questões como a definição de cidadania, a miscigenação e a bandeira alemã. As três leis que caracterizam as Leis de Nuremberg são “Lei de Proteção do Sangue e da Honra Alemã” (Deutsches Blut- und Ehrenschutzgesetz), “Lei de Cidadania do Reich” (Reichsbürgerrecht) e “Lei da Bandeira do Reich” (Reichsfleggengesetz).

Margarida, Lúcia e Bianca

O Holocausto foi um genocídio ou um assassinato em massa de cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, foi o maior genocídio do século XX, liderado por Adolf Hitler e pelo partido Nazista, que ocorreu em todo o terceiro Reich e nos territórios ocupados pelos alemães durante a guerra. Foram mortos mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens judeus morreram durante o dito período.

Foto - Pixabay - Pexels

Adriana e Jarlin

Direitos Humanos

Houve pessoas que conseguiram sobreviver e que ainda hoje nos contam as terríveis experiências que lá passaram. Eva Schloss, que nasceu a 11 de maio de 1929 em Viena e é uma sobrevivente judia dos campos de concentração de Auschwitz-Birkenau, autora do livro que conta sua história de vida, “Depois de Auschwitz”; Anne Frank e Primo Levi, que nasceu a 31 de julho de 1919 e foi enviado para Auschwitz durante o holocausto, por sorte, sobrevivendo e sendo liberado a 27 de janeiro de 1945, foram algumas dessas pessoas.

Mariana Rodrigues e Sara

No âmbito da temática dos “Direitos Humanos”, foi proposto aos alunos da turma 44 do 11º ano que na disciplina de Alemão se procedesse à pesquisa e à discussão sobre o que foi o Holocausto, as suas causas, o que eram campos de concentração, grupos de extermínio e as leis de Nuremberg. Foram também feitas pesquisas sobre filmes que trabalhassem a temática e sobre alguns dos sobreviventes deste terrível acontecimento, que marcará para sempre a nossa história.

O Holocausto foi um infeliz evento que chocou o mundo abrindo assim as portas à indústria cinematográfica e fazendo com que esta o traduzisse em grandes filmes, tais como “O Rapaz do Pijama às Riscas”. Em estilo de documentário, vale a pena assistir “Noite e Neblina”, que retrata a nu os horrores vividos no Holocausto. Este documentário conta com 30 minutos de imagens chocantes e narrações arrepiantes. Para finalizar, “O diário de Anne Frank” é um filme baseado na história verídica de uma menina de 13 anos judia chamada Anne Frank.

Matilde e Mariana Silvino


73 74 O Holocausto foi o resultado final de um processo de construção do ódio de uma nação contra um grupo específico que vivia na Europa. O antissemitismo na Alemanha não surgiu com o nazismo e remonta a meados do século XIX, em movimentos nacionalistas, além de ter sido manifestado por personalidades alemãs da época, como Hermann Ahlwardt e Wilhelm Marr. Quando o partido nazista surgiu, em 1920, o antissemitismo era um elemento que já fazia parte da plataforma do partido, e os historiadores acreditam que Adolf Hitler se tornou antissemita em algum momento de sua juventude, quando vivia em Viena, capital da Áustria. A presença do antissemitismo no Nazismo, durante a sua fundação, era perceptível no programa do partido, que afirmava que nenhum judeu poderia ser considerado cidadão alemão. O antissemitismo alemão partia do pressuposto de que a raça alemã era superior e de que os judeus eram responsáveis por todos os males da sociedade alemã. Hitler e os nazistas começaram por colocar nos judeus a culpa da derrota alemã na Primeira Guerra Mundial por meio da “teoria da punhalada nas costas”. Os nazistas falavam que os judeus possuíam um plano de dominação mundial e criticavam contundentemente o liberalismo económico e o capitalismo financeiro, pois afirmavam que ambos eram dominados pelos judeus. Um dos exemplos claros dessa ideia (situada na época das teorias da conspiração utilizadas para acusar os judeus) foi um livro de origem russa e autor desconhecido que foi sucesso de vendas na Alemanha: “Os protocolos dos sábios de Sião”. Quando os nazistas assumiram o poder na Alemanha, em 1933, o processo de exclusão e de violência contra os judeus foi iniciado de maneira progressiva. O discurso nazista, aliado à doutrinação realizada na sociedade alemã, tornou os judeus bodes expiatórios e vítimas de perseguição intensa, não só por parte do governo, mas também pelos civis.

Ana Carolina, Joana Brás e Catarina Ferreira

Os grupos de extermínio atuaram através das linhas alemãs, incluindo membros do exército alemão, da SS (organização paramilitar - Schutzstaffel) e das polícias nazistas, agindo assim nas regiões dominadas pelos nazistas, ao reunir todos os judeus de certas localidades, executando-os e enterrando-os em valas comuns.

Joana Carvalho, Luana e Catarina Quintal

Os Campos de concentração podiam ser utilizados para trabalho forçado, extermínio em massa ou como campo de prisoneiros. Os campos de concentração existiam na sua maioria na Polónia, e deles podia se destacar como mais famoso Auschwitz, que se localiza na Polónia, e depois Dachau e Bergen-Belsen que se localizavam na Alemanha. Auschwitz e Bergen-Belsen ainda estão disponíveis para serem visitados como parte da história, já Dachau foi destruído. Em raros casos. eram usados para experiências médicas (Auschwitz), outros para treinar as SS (Dachau). O principal responsável pelos campos de concentração era Einrich Himmler, e o ‘’médico’’ de Auschwitz era Josef Mengele, que organizava as experiências feitas nesse campo de concentração sendo os ocupantes do campo as suas ‘’cobaias’’.

Diogo, Cláudio e Eduardo

Conclusão: Depois de trabalhada esta temática, apercebemo-nos de como a mesma cultura do ódio persiste nos nossos dias através das redes sociais e através dos mass media. Somos contra tal situação e apelamos a que todos sejam capazes de respeitar os outros em todas as suas valências (cor, religião, orientação sexual, cultura) como gostamos de ser respeitados; que sejamos capazes de pensar por nós mesmos, nos inteirando de todos os factos antes de falarmos/ agirmos, muitas vezes sem pensar; que tenhamos bem clara a noção de que todos somos iguais e livres mas que há limites à nossa liberdade, principalmente se a nossa liberdade interfere com a liberdade do outro.

Deixamo-vos algumas palavras-chave para alargar os vossos conhecimentos no que se refere à língua alemã: Palavras-chave: • Holocaust (Holocausto) • Todesfälle (Mortes) • Völkermord (Genocídio) • Die Juden (Os Judeus) • Das Konzentrationslager (O campo de concentração) • Die Nazis (Os Nazis)


Interculturalidade O projeto da componente curricular de Cidadania e Desenvolvimento da nossa turma intitulou-se “A Interculturalidade”. No âmbito deste projeto, tivemos oportunidade de contactar com o professor Haydar Sakat, em algumas das nossas aulas, e participámos, com ele, em várias atividades que contribuíram para o nosso desenvolvimento pessoal e para a nossa formação integral.

Na sequência desta interação académica e cultural, refletimos sobre a complexidade que o próprio conceito acarreta, porque pensar sobre interculturalidade implica pensar numa estratégia que ultrapasse o encontro ou a comunicação cultural, implica refletir sobre um projeto político transnacional assente num código de valores promotor da convivialidade entre culturas que refletem diferentes conceções do mundo e de modos de ser e de agir, diversas visões dos outros, do seu passado, da sua história, das suas raízes e tradições e até da forma como encaram o futuro e o perspetivam. Aliás, a interculturalidade não pressupõe um convívio francamente pacífico, é antes uma estratégia inovadora que possibilita e permite debater tensões e «coabitar com a diversidade de grupos culturais e étnicos das sociedades contemporâneas», nas palavras do investigador António Pinto Ribeiro, no seu livro À procura da escala. Tendo em conta a reflexão efetuada sobre o tema, por nós trabalhado, importa frisar que a convivência, ainda que por um curto período de tempo, com o professor Haydar foi, para nós, uma experiência bastante positiva e enriquecedora, devido à partilha de vivências e experiências que nos encaminharam para a importância e a necessidade de refletirmos sobre a problemática de sermos cidadãos do mundo. Neste sentido, aprendemos aspetos interessantes e curiosos sobre a cultura alemã e fomos incentivados a visitar o país, nomeadamente, os lugares sobre os quais incidiu o nosso estudo histórico-cultural. Em suma, a comunicação e a interação cultural com o professor Haydar permitiu-nos aprender o quanto o diálogo com o outro é enriquecedor, não só pela troca e pelas dinâmicas estabelecidas, mas também pela consciencialização de que o processo intercultural é complexo, implica negociações, tensões e conflitos.


75 76 Interview with the German teacher, Haydar Sakat,

PORTUGUÊS DO PÉ PARA A MÃO “Ainda não sonho em português!”

“Most of my important lessons about life have come from recognizing how others from a different culture view things” — Edgar H. Schein

A partir do subtema “Xenofobia e problemas locais”, foi elaborado um inquérito pela turma 11º45, numa abordagem interdisciplinar entre História A e Português Língua Não Materna que, posteriormente, foi aplicado aos alunos estrangeiros (cujo nível de proficiência linguística se enquadra na iniciação, no nível intermédio e avançado) da Escola Secundária Jaime Moniz. Verificou-se que 86% dos inquiridos vêm da Venezuela, 43% chegou há três anos, 36% há dois anos e 21% há um ano. Desta amostra, 50% dos alunos já praticava o português, de forma informal, no contexto familiar. Foram eleitas como características do português típico: em primeiro lugar, a simpatia e capacidade de comunicação; em segundo lugar, a cobiça e inveja e, em terceiro lugar, a cusquice. 77% dos inquiridos considera ter sido alvo de discriminação em contexto de comunicação verbal; 64% refere ter sido alvo de epítetos com valor depreciativo e 50% referiu ter inclusivamente ouvido frases como “Vêm roubar o nosso trabalho!” Elegeram como principais dificuldades de integração: a língua, o plano de estudos e a adequação ao sistema de ensino, sublinhando que Matemática, História e Filosofia foram as disciplinas em que manifestaram maiores dificuldades. A par destas informações, a totalidade dos alunos mencionou já ter experimentado “vergonha e insegurança” no contexto comunicacional. Embora 86% tenha referido que fala português com os seus amigos, 22% indicou utilizar a língua em contexto familiar e apenas 14% assumiu pensar e sonhar em português. 79% indicou que a maioria dos seus amigos comunica através da sua língua de origem e apenas 36% reconheceu já se sentir um cidadão português.

We believe that people from a different culture may have completely different perspectives on life than ourselves and they can also provide for the most interesting learning opportunities. The German teacher, Haydar Sakat visited our island and the Liceu Jaime Moniz (from October to December) and we took the opportunity to get to know this “citizen of the world”, as he considers himself in the interview that we present below. Bruno: What do you think about Madeira? Haydar Sakat: Everything is very different from the other places I’ve been to. The Madeiran hospitality is very good. I am very well treated as a foreigner and in this pandemic scenario. I find your traditions and culture very interesting and admirable. Carla: Would you like to live here? If yes, where and why? H.S.: Yes, I would like to live here, especially in Porto da Cruz due to its geographical location on the island. Danilo: What do you think about our food? H.S.: It’s very good, I like it a lot, but mainly the fruit and its diversity, because even in winter, I can continue to eat. Fátima: Which drink do you prefer? German beer or poncha? Why? H.S.: Depending on the situation, even though I like the taste of poncha, I prefer German beer. Rodrigo: How many countries have you visited so far? H.S.: I have visited more than thirty countries. Lara: Which country have you preferred the most? H.S.: It is a difficult question, it depends on the criteria. I liked going to Iran due to the local hospitality and the people and also South America because of nature. Lia: Which countries would you like to visit? Why? H.S.: I would like to visit the countries of Southeast Asia because of their culture. Rodrigo: What was your best trip so far? H.S.: Morocco because it reactivated something in me that I had never felt before and also because of my experience associated with the desert. Tomás: What was the longest (period of time) you were away from home? H.S.: The concept of home is vast, so as long as I feel good, I consider it my home but my real home is Planet Earth. Nuno S.: In ten years, where would you like to be living and what would you like to be doing? H.S.: I would like to live in a close-knit community, close to nature with good food and helping people. Regina.: What is the most important quality in a person to be a world traveller? H.S.: I think empathy is very important to be a world traveller. Vitória: Do you consider yourself German? H.S.: Not at all. It changes depending on the country, for example, if I am in Portugal today, I consider myself Portuguese. That means I am a citizen of the word!


Our Experience with

Mr. Sakat!

Interculturalidade Clique para aceder a mais informação

No primeiro período, tivemos a oportunidade de ter um professor alemão, Herr Sakat (Senhor Sakat), a dar algumas das nossas aulas. A presença do nosso colega alemão foi possível devido ao projeto “Schulwärts’’ promovido pelo Instituto Alemão. Este projeto consiste em proporcionar aos alunos de Alemão o contacto direto com um falante da língua e para este a possibilidade de ganhar experiência profissional num contexto diferente do seu. Deste modo, no âmbito da Cidadania e Desenvolvimento sob o tema Interculturalidade, a turma 47 do 11º ano teve aulas com Sr. Haydar, o qual foi convidado a trabalhar com os alunos sob esta temática, nas disciplinas de Alemão e de Inglês. As impressões dos alunos sobre as aulas lecionadas pelo mesmo e dos assuntos discutidos nesses momentos seguem abaixo. O Sr. Haydar também manifestou a sua opinião em relação a tudo o que vivenciou na ilha e, mais especificamente, nas aulas.

Mr. Haydar was present in our English classes twice and spoke about himself and his life. In these classes I learned a lot about German culture, as it is his culture, and I also learned about multiculturalism because Mr. Haydar is a person who loves to travel and knows a lot about many other cultures. So, he passed on this knowledge to us. Within the theme “Multiculturalism” I learned the habits and customs of other cultures and people, I learned more about the traditions of other regions of the country and I also saw and knew landscapes from different places in the country through photos taken by Mr. Haydar. Finally, Mr. Haydar taught us many things that I had never been aware of and taught all of this in an original and relaxed way which drew my attention and that of my colleagues too.

Elisa I liked the classes with Mr. Haydar. Several topics were addressed, especially the respect for others, among other very important issues such as the different cultures of places where Mr Haydar had already been, the importance of knowing the customs of each place before we go there, so that we do not do something disrespectful unintentionally. It was good to be part of what he calls “Home”.

Laura


77 78 What I learned from the classes I had with Mr. Haydar, for someone with a closed mind set would sincerely be nothing much. But for me, Haydar made me realise that I can be one with the world. At first, when we met him, he told us he was from Germany, but he didn’t see himself as German. Instead he saw himself as a citizen of the world, and that amazed me. How can a person be a citizen of the whole world? I asked. Well days passed by, he answered my question. He travels to other cultures, religions, ways of living, to be free, and to live the life that he thinks is the best for him. As he taught us, I realized how important our cultures are, and how more important it is to express ourselves.

Beatriz I enjoyed the lessons with Mr. Haydar. He has a different but interesting philosophy of life. He made us see a different perspective on life. He proved to be a person who likes to travel the world, which makes him very cultured. Classes were different.

Unsere Erfahrung mit

Herrn Sakat!

Der Unterricht bei Herrn Sakat war sehr gut, weil er ein guter Lehrer ist.

Isabel Ich habe Herr Sakats Unterricht geliebt, weil er so kreativ und faszinierend war!

Francisca Der Unterricht bei Herrn Sakat hat mir gut gefallen. Wir haben über wichtige Themen gesprochen. Wir haben viel gelernt.

Laura Der Unterricht bei Herrn Sakat war sehr interessant, weil er mit den Schülern interagiert hat.

Gonçalo

Daniela I loved the presence of Mr. Haydar in class. It made us look for and find a certain philosophy that is present in us and that connects us as a society on a daily basis. The classes made us practice and improve our English. Mr. Haydar is a peace of mind and a traveled soul.

Ana Filipa In the multiculturalism project I learned that there are many habits, traditions and lifestyles totally different from our reality. Mr Haydar presented us with images from his numerous trips. He showed us the various experiences he had as visiting a river that had crocodiles.

Iara

Herr Sakats Besuch hat uns geholfen, das Leben in Deutschland und der Welt besser kennenzulernen.

Beatriz Der Unterricht bei Herr Sakat war sehr lustig und produktiv.

Daniela Ich habe den Unterricht bei Herrn Sakat sehr gut gefunden. Er hat über seine Reisen und Erfahrungen gesprochen.

Iara Herr Sakats Unterricht war sehr cool, weil er über interessante Themen geredet hat. Und wir haben auf eine lustige Weise viel gelernt.

Elisa Herr Sakat war sehr kreativ Deutsch verbessert.

und ich habe mein

Filipa


Madeira, ich danke dir vom Tiefsten meines Herzens für die drei Monat, die wir geteilt haben. Es war eine Zeit mit vielen verschiedenen Erfahrungen. Ich erinnere mich, wie ich im Flugzeug aus dem Fenster geschaut habe und deine grüne Oberfläche und den Ozean sah, der dich umgibt. Die erstaunliche Natur mit den Bergen, die Wälder oder die Wasserfälle werden mir für immer im Gedächtnis bleiben. Aber auch das frische Wasser, die Früchte und das Gemüse, als ein Teil der Natur (und nun auch als ein Teil von mir) werden mich immer an den leckeren und frischen Geschmack erinnern, obwohl es jetzt schwierig für mich ist Mangos oder Avocados hier zu essen. Man kann sie wirklich nicht vergleichen. Zu guter Letzt möchte ich dafür danken, dass du das Zuhause für all die einzigartigen Menschen bist. Ich traf so viele verschiedene Persönlichkeiten aus der ganzen Welt. Jeder/ jede mit seiner/ ihrer eigenen Perspektive des Lebens, aber dennoch verbunden mit der ganzen Geschichte, die im gegenwärtigen Moment stattfindet. Was wären alle Momente gewesen, ohne sie mit jemandem zu teilen? Wenn ich auf die Zeit in Madeira zurückblicke, dann erscheinen zuerst all die Menschen in meinem Gedächtnis. Menschen, die ich in der Schule, am Wohnort, auf der Straße oder sogar in der Natur getroffen habe. Menschen, die etwas mit mir gemeinsam hatten. Manchmal das Essen, manchmal der Beruf, die Musik oder manchmal nur der gleiche Weg. Diese Dinge zu teilen machte Madeira zu einer besonderen Erfahrung für mich. Es war die Verbindung zu all den verschiedenen Menschen. Es zeigt mir noch einmal, dass Grenzen nur als Konzepte existieren die Menschen erschaffen. Oder hat dich jemand gefragt Madeira genannt zu werden und heute Teil dieses oder jenes Konzepts zu sein? Geschichte hat uns gezeigt, dass Konzepte sich von heute auf morgen ändern können. Wenn wir uns bewusst sind, dass Konzepte unsere Möglichkeiten einschränken können, öffnen sie gleichzeitig auch die Türe endloser Möglichkeiten. Heutzutage leben wir in einer Zeit, in der unterschiedliche Rasse, Religion oder Gender Möglichkeiten sein können die gleichen Ziele zu teilen, voneinander zu lernen und das Wissen zu vereinen. Vielfalt kann ein großes Geschenk sein, wenn man sie als Chance sieht sich mit denen zu

verbinden, die ähnlich sind, denken oder handeln. Wenn man nach Unterschieden sucht, um sich zu trennen, dann findet man unendlich viele Aspekte. Wenn man die Aufmerksamkeit auf die Ähnlichkeiten richtet, um sich zu verbinden, dann ist auch eine Sache genug. Es ist nur eine Frage der Perspektive. Der Mensch war in den letzten Jahrhunderten sehr gut darin zu trennen und allem eine unterschiedliche Bezeichnung zu geben. Aber ich fühle, dass die Zeit sich geändert hat und die Menschen mehr denn je miteinander verbunden sind. Soziales Netzwerk ist nur ein Beispiel. Man kann in einer Sekunde Personen auf der ganzen Welt erreichen. Nicht nur in der digitalen Welt, durch Globalisierung kann fast ohne Einschränkungen alles von einem Ort zum anderen gesendet werden. Ananas aus Brasilien, Elektronik aus China, Motoren aus Deutschland, Kleidung aus Indien und auch Menschen von einem Teil der Welt zum anderen. Manche nennen sie Touristen, manche nennen sie Gäste, andere nennen sie Fremde und nach wenigen Jahren dort leben nennt man sie Einwohner. Die Zeit in Madeira (und auch in anderen Teilen der Erde) war ein perfektes Beispiel dafür, dass diese Konzepte keine bedeutende Rolle mehr spielen. Ich habe noch nie in einer Unterkunft mit so vielen Menschen aus aller Welt gelebt. Stellt euch nur die verschiedenen Gerichte, die Musik, die Tänze und die Sprachen vor – und trotzdem ist man fähig sich zu verbinden, weil man etwas teilt. Während vor wenigen Generationen der Lebensund Handlungsraum um das Dorf herum war, denkt und handelt die neue Generation global. Die Älteren sagen, dass die Jüngeren die Zukunft sind, aber trotzdem denken und handeln sie für sie. Sind es nicht diejenigen, die die Welt in diesen Zustand gebracht haben. Ich glaube nicht, dass sie die Zukunft sind, die eines Tages kommen wird, denn durch das Handeln in der Gegenwart erschaffen sie die Zukunft. Madeira, du bist ein Zimmer meines Zuhauses, das ich Welt nenne. Danke, dass du Raum für alle unterschiedlichen Personen bietest, die ich Bekannte nenne. Ich freue mich auf das nächste Mal.

Haydar Sakat


79 80 Dear Madeira, thank you from the deepest of my heart for the three months that we shared together. It was a time of different kind of experiences. I remember watching out of the window from the plane and seeing your green surface and the ocean that surrounds you. The astounding nature with the mountains, the forest or the waterfalls will always stay in my mind. Also, the fresh water, the fruits and vegetables, as part of the nature (and now also as a part of me) will always remind me of the delicious and fresh taste, although it’s difficult now for me to eat mangos or avocados here anymore. You can’t really compare them. Last but not least I want to thank you also for being home for all the unique people. I met so many different personalities from all over the world. Everyone with his or her own perspective of life, but still connected to the whole single story that takes place in the present moment. What would have been all the moments without sharing them with someone? When I look back to the time in Madeira first of all the people appear in my mind. People who I met at school, in the residence, in the streets or even in nature. People who had something in common with me. Sometimes the food, sometimes the profession, the music or sometimes just the same path. Sharing those things made Madeira to a special experience for me. It was the connection to all the different people there. It shows me once more that the only border exists as concepts that humans create. Or did someone asked you to be called Madeira and to be today part of this or that concept? History has shown us that concepts can change from today to tomorrow. If we are aware that concepts can limit our possibilities, they open at the same time the door for endless opportunities. Nowadays we live in a time where different race, religion or gender can be a possibility to share the same goals, learn from each other and unify the knowledge. Diversity can be a big present if you see it as a chance to connect yourself with ones who are, think or act similar to you. If you search for differences to separate yourself, you will find infinite aspects. If you focus on the similarities to connect even one thing is enough. It’s just a matter of perspective.

Humans have been very good in the last centuries to separate and giving everything a different layer. But I feel that the time has changed, and humans are more connected than ever before. Social Media is just one example. You can reach in one second people from all over the world. Not just in the digital world, through globalization with almost no restrictions everything can be sent from one place to another. Ananas from Brazil, electronics from China, engines from Germany, clothes from India and also humans from one part of the world to the other part. Some call them tourist, some call them guests, others called them stranger and after some years living there, they call them inhabitants. The time in Madeira (and also in other parts of the world) was a perfect example that these concepts play no major role anymore. I have never lived in a residence with so many different people from all over the world. Just imagine all the different food, the music, the dances and the languages and still being able to connect because you share something. While a few generations ago the living and acting space was around the village, the new generation acts and thinks globally. The older say the younger are our future, but still, they act and think for them. Aren’t they the ones who brought the world in to this state? I don’t think they are the future which one day will come but from acting in the present moment they are creating the future. Madeira, you are one room of my home that I call world. Thank you for providing space for all the different people who I call relatives. I am looking forward for the next time.

Haydar Sakat


AmAr-Te: Eu + Tu = NÓS Clique no ícone à esquerda

Clique no ícone à esquerda ou

para ver o manual - Um olhar

na imagem acima para ver o

sobre o autismo

vídeo

Desde o 10° ano que a nossa turma

em que a entrega ficou à responsabilida-

(11°53) iniciou um projeto, ao qual demos

de de dois alunos e a Diretora de Turma,

o nome “AmAr-te: Eu + Tu = Nós”, com

professora Carla Rodrigues.

o objetivo de aprofundarmos melhor o

A mãe de uma aluna fez uns sacos de teci-

nosso conhecimento e não só, como tam-

do branco e cada aluno fazia o seu dese-

bém, pesquisar acerca do assunto para

nho no seu, mas não podia ser um dese-

dar alguma ajuda a pais que não sabem

nho qualquer, por detrás desse desenho

lidar com os seus filhos que sofrem do

tinha que sensibilizar para o espetro do

transtorno do Autismo.

Autismo e assim foi. Dentro no saco, pu-

Para isso estamos a criar um Manual Di-

semos uma caixa de madeira alusiva ao

gital com toda a informação possível e

Natal e dentro desta tinha uma pequena

como muitas crianças não conseguem

mensagem de cada um de nós. Fizemos,

comunicar por palavras, tentámos usar

também, uma bola de Natal com o nome

as cores presentes no arco-íris, pois algu-

de cada menino para que pendurassem

mas dessas crianças conseguem comuni-

na sua árvore de Natal.

car por gestos ou cores para exprimirem

A irmã de uma aluna da turma presenteou

as suas emoções.

a turma com a sua Arte e fez a maquete

A nossa turma contactou com uma Asso-

em material eva do desenho que está na

ciação, a APPDA, para que conseguísse-

capa do Manual Digital para oferecer à

mos realizar atividades junto deles, mas,

Associação.

infelizmente, com a situação do covid-19

Por fim, alguns alunos criaram uma co-

não foi possível.

reografia com a música “Together”, da

Mesmo com a existência deste vírus ar-

Sia que é baseada nos meninos com esse

ranjámos soluções possíveis para que pu-

transtorno. Apresentámos um vídeo des-

déssemos estar junto deles. Uma delas foi

ta coreografia, pois muitos meninos tam-

gravar um pequeno vídeo com uma men-

bém se identificam com a música e dan-

sagem de Natal para a criança que nos

ça, logo poderiam compreender melhor a

foi atribuída a comunicar diretamente, e

nossa temática.

a outra era dar um pequeno presente de Natal para as crianças autistas da APPDA,

Soraia Franco


81 82 Este projeto teve início no ano letivo 2019/2020

Cheios de vontade de trabalhar naquilo que ti-

na turma 10º53, do Curso Profissional de Téc-

nha ficado por concluir no ano letivo anterior,

nico de Turismo. No âmbito do Projeto de Ci-

nós enquanto turma já que tínhamos prepara-

dadania e Desenvolvimento, a ideia da nossa

do uma lembrança para as crianças da APPDA

turma seria procurar e aprofundar os conheci-

e uma vez que se avizinhava o Natal, decidimos

mentos em relação à problemática do espetro

então dar um toque natalício às lembranças.

do autismo, uma vez que o assunto não é, nor-

Juntámos aos sacos elaborados por nós, caixas

malmente, muito falado no nosso quotidiano.

quadradas de madeira também desenhadas e

A ideia lançada pela Diretora de Turma foi a

pintadas por cada um de nós, com mensagens

criação de um Manual Digital. Manual esse que

para as crianças e a turma realizou ainda um ví-

teria a informação sobre tudo o que estava re-

deo com mensagens natalícias e com uma dan-

lacionado com o autismo. Qual a sua origem?

ça para ser partilhada com a APPDA, de maneira

Como lidar e o que fazer com as crianças que

a que as crianças da associação percebessem

sofriam desse espetro? O desafio, para nós en-

que nós não nos tínhamos esquecido delas e

quanto alunos, elaborarmos um Manual Digital,

que algo de bom estava prestes a ir em direção

ao início pareceu complexo, mas à medida que

a elas.

o tempo foi passando e o Manual foi sendo ela-

Uma vez concluídos os sacos, o vídeo e a dança

borado, percebemos que seria bem mais sim-

para as crianças, a Diretora de Turma e a turma

ples do que inicialmente achávamos, mas para

entraram em contacto com a APPDA de forma a

isto tudo tivemos que dar um título ao nosso

marcar um dia para que as lembranças fossem

projeto, o qual ficou registado como “AmAr-Te:

entregues aos meninos e meninas daquela as-

Eu + Tu = Nós”.

sociação.

Com o passar do tempo foram surgindo novas

Assim, marcado para o dia 23/12/2020 a Dire-

ideias de trabalho. Após sabermos da existên-

tora de Turma fez-se acompanhar do delegado

cia da APPDA – Associação Portuguesa para as

de turma, mais uma colega até à APPDA para

Perturbações do Desenvolvimento e Autismo da

a entrega das lembranças. Após a entrega das

Madeira, a turma, novamente em conjunto com

lembranças e do vídeo, a turma ainda tinha mais

a docente Carla Susana Rodrigues, diretora da

uma tarefa a concluir.

respetiva turma, acharam por bem elaborar al-

Assim sendo, reunimo-nos e decidimos o que é

gumas lembranças para as crianças da APPDA.

que cada elemento poderia fazer para concluir-

A elaboração do saco feito de tecido foi da au-

mos o Manual Digital. A pesquisa da informa-

toria de uma aluna da turma e do seu Encarre-

ção e seleção da mesma ficou ao nosso encargo

gado de Educação. Os alunos teriam que elabo-

com a supervisão da Diretora de Turma. Após

rar um desenho para posteriormente fazer o seu

essa escolha, a informação está a ser introduzi-

registo no saco e colori-lo.

da no Manual Digital juntamente com os respe-

Fizemos ainda um convite à Drª Sofia Erra e à

tivos desenhos e títulos desenhados por alguns

Drª Diana Nunez, representantes da APPDA,

elementos da turma. Após a organização/ estru-

que vieram à nossa escola falar um pouco sobre

turação de toda a informação foi o momento da

a origem desta problemática e quais os proce-

turma fazer chegar o Manual em forma digital

dimentos e o papel fundamental que esta as-

a quem tiver todo o gosto e interesse em lê-lo.

sociação tem sobre as crianças que sofrem do

Será um projeto recordado por todas as pessoas

espetro do autismo.

que nele estiveram envolvidos, uma vez que se

Devido à pandemia e ao confinamento que to-

trata de um assunto que precisa cada vez mais

dos tivemos que cumprir, o qual teve início a 13

de ser abordado nas nossas vidas, não só para

de março de 2020, a turma teve que fazer uma

os outros, mas também para nós, porque pode-

pausa no projeto, uma vez que não estávamos

remos precisar da informação existente naquele

na escola e não podíamos dar continuidade ao

Manual para ajudar o próximo.

mesmo. Em setembro de 2020, já num novo ano letivo que seria o atual 2020/2021 a turma decidiu que o Projeto de Cidadania e Desenvolvimento seria o mesmo do ano anterior, ou seja, íamos continuar a trabalho sobre o espetro do autismo.

João Paulo Fernandes



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12º ano


A DANÇA ENQUANTO ESPE-

Foto - Cottonbro - Pexels

LHO DAS DIFERENTES ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DOS POVOS

Ao longo dos tempos, a dança acompanhou (e continua a acompanhar) a evolução do homem, pois, tal como ser humano, esta forma de expressão artística encontra-se em constante mudança. Em primeiro lugar, as danças características de cada país “contam-nos uma história” acerca dessa nação. Surpreendentemente, ao apreciarmos uma dança típica de um certo país, conseguimos deduzir quais são as características principais do povo dessa nação. Na minha opinião, conseguimos idealizar o desenvolvimento, sobretudo cultural, das civilizações. Por exemplo, a dança característica do Brasil, o samba, é muito alegre. Tal facto transmite-nos a ideia de que o povo brasileiro é extrovertido e muito animado. Por outro lado, presenciamos, inegavelmente, uma grande diferença na forma de dançar ao longo de gerações. Este facto é resultado, a meu ver, do desenvolvimento dos povos. Por exemplo, nos “anos 50”, apostava-se muito em danças “a pares”, talvez pela simples razão de essa época ser muito romantizada. Por outro lado, hoje em dia, as danças a solo ou em grupo são mais comuns. Na minha perspetiva, estas mudanças são resultado das transformações na forma de pensar do ser humano e do desenvolvimento dos povos e das suas mentalidades. Concluindo, a dança é, efetivamente, um espelho das diferentes etapas do desenvolvimento dos povos, tanto a nível cultural como geracional.

Inês Freitas


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O Homem utiliza as formas artísticas para se expressar e comunicar. Sendo a dança a mais complexa das artes, ela acompanhou a evolução do Homem ao longo dos tempos. Por um lado, devido a todas as fases pela qual a dança passou – da primitiva à contemporânea- ela retratou épocas e etapas do desenvolvimento cultural e socioeconómico de vários povos, entre eles do povo espanhol, que ao longo do tempo desenvolveu o flamengo, dança característica desse povo. Com o aperfei-

Desde os tempos primordiais que a dança faz parte da vida do Homem. Esta é uma forma de expressão artística e, para muitos, um escape da realidade. Conforme a vida foi evoluindo, o mesmo aconteceu com a dança, podendo, assim, ser considerada um espelho das diferentes épocas já passadas e futuras. Por um lado, temos os primeiros tempos da vida humana na Terra, em que tudo era ainda muito rudimentar e uma novidade. As técnicas de caça e de pesca eram poucas, tudo era ingerido cru e a dança não era exceção ao estado de evolução. A título de exemplo, temos as danças, ainda hoje executadas pelos indígenas, que eram dedicadas ao Sol, à chuva, ao ventre, entre tantas outras e todas com o intuito de trazer boa sorte nas respeti-

çoamento dessa dança, o povo espanhol pôde «levar» um pouco da sua cultura a todo o mundo, permitindo, assim, que os espanhóis se desenvolvessem tanto a nível financeiro como a nível social. Por ouro lado, a dança fez com que os povos tivessem a mente mais aberta, fez com que os Homens estivessem mais recetivos a novas situações, a combater novos problemas e preconceitos na sociedade. Por exemplo, há alguns anos surgiu um grupo de dança denominado «Dançar com a diferença», constituído por um conjunto de pessoas com deficiências a nível físico e mental, que dançam e, com eles, foi possível mostrar à população que até as pessoas deficientes podem dançar, podem ser livres e contribuir para o incentivo e desenvolvimento das artes. Concluindo, a dança é uma arte universal que conta histórias, comunica emoções e ajuda a combater preconceitos.

vas áreas. Nessa era primitiva, as danças eram pouco elaboradas e pouco técnicas, muitas delas baseando-se em movimentos simples e repetitivos. Por outro lado, com a evolução do tempo, evoluíram também inúmeras áreas como a tecnologia, a indústria têxtil, entre outras. Tudo isto veio contribuir para o óbvio aperfeiçoamento das técnicas de dança, fazendo com que esta arte seja cada vez mais reconhecida. Uma demonstração disto é o ballet, um dos estilos que exige mais esforço e técnica da parte de quem o pratica. Tudo em torno desta dança é do mais sofisticado e pormenorizado que há, desde os fatos usados pelos bailarinos, até ao controlo das luzes nestes espetáculos. Estes grandes eventos apenas foram possíveis graças ao desenvolvimento cultural e socioeconómico que, por sua vez, contribuem para a contínua evolução dos povos. Em suma, a dança, assim como qualquer outra forma de expressão artística, é indispensável no nosso dia a dia, pois permite um afastamento dos problemas à nossa volta, mas é também um incentivo à reflexão do estado do nosso mundo.

Lara Raquel Gonçalves

Ana Josefina Reinolds


APRECIAÇÃO CRÍTICA Destruindo a vida na Terra

A luta unidirecional

O cartoon publicado pelo utilizador da rede social

no domínio ambiental, são, atualmente, cada vez mais

Twitter, Cy G_TweetAgent, ilustra um grupo de animais

reconhecidas. O cartoon em questão, da autoria de

que seguem, aprisionados, uma carrinha que transporta

CyGTweetAgent, aborda, vividamente, este assunto através

madeira.

da ilustração de uma paisagem florestal, na qual é visível

Assim, a obra representa um indivíduo, que, transportando

um automóvel transportador de madeira, seguido de um

alguns troncos de árvores, aprisiona e conduz um

“cortejo” de animais desolados.

conjunto de animais indefesos e melancólicos, que o

Em primeiro lugar, é de salientar a forte mensagem subjacente

seguem contrariados, imagem que denota, de um modo

ao automóvel - símbolo da presença humana, este representa

muito claro, o nefasto papel do homem na Natureza e

a atividade avassaladora do Homem no ambiente – neste

no bem-estar das diferentes espécies com quem partilha

caso, a desflorestação. Complementarmente, a presença de

a Terra, nomeadamente por via da desflorestação e

animais desalojados reforça o respetivo impacte ambiental

destruição dos seus habitats naturais.

nos

Com efeito, o intenso desenvolvimento tecnológico e

estes ficam vulneráveis e à mercê da vontade humana.

o consequente aumento demográfico intensificaram a

Adicionalmente, o facto de se distanciarem gradualmente

exploração desordenada e insustentável dos recursos

do primeiro plano do cartoon, sugere que esta “corrente”

naturais, levando, portanto, ao seu esgotamento, por

de seres afetados se estende para além do visível, ou seja, as

força da poluição e destruição dos habitats naturais.

consequências são mais nefastas do que julgamos.

Assim, face à urgência de combater o aumento drástico

Analisando a expressão facial dos animais, facilmente

destas consequências, e uma vez que todas as nossas

verificamos sofrimento e melancolia, o que suscita um

ações, por mais singelas e pequenas que se nos afigurem,

misto de pena e raiva. E é exatamente esse o objetivo do

impactam profundamente o equilíbrio dos ecossistemas

cartoonista – alertar e sensibilizar o público em relação a

terrestres, a mudança no nosso dia a dia de um simples

uma das mais preocupantes realidades da atualidade – a

hábito é de extrema relevância, o que poderá traduzir-se

desflorestação e os seus inegáveis efeitos na fauna e flora.

na salvação de diversos animais indefesos.

Chocando e indignando-nos, CyGTweetAgent desencadeia,

Concluindo, o cartoon ilustra, de um modo exímio, as

excecionalmente, uma reflexão não só a nível social, como

consequências nefastas das ações humanas para as

também a nível pessoal, originando a necessidade de uma

espécies animais, enfatizando a urgente necessidade

introspeção em termos da responsabilidade individual, no

de proteger os herdeiros indefesos desta Terra que nós,

sentido de contribuir mais assertiva e proativamente para a

humanos, parecemos ser incapazes de harmoniosamente

manutenção e preservação dos espaços naturais.

partilhar.

Em suma, através de uma inteligente manipulação de

Susana Carreira

As consequências da atividade humana, especialmente

ecossistemas

selvagens.

Totalmente

indefesos,

emoções (com o objetivo de comover), o cartoon em questão elucida-nos relativamente às funestas consequências na fauna, provenientes da atividade desconcertante do Homem. Não obstante, verificamos um último pormenor subtil – um olhar perplexo, quase que de hesitação, no condutor, pelo espelho retrovisor. Haverá esperança na redenção?

Afonso Elawar


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Um ecossistema “em apuros”

As consequências do ADN humano

No presente cartoon, é possível observarmos uma procissão

No cartoon apresentado é possível observar uma fila

de cariz fúnebre composta não por pessoas, mas por animais

incessante de diversos animais cabisbaixos a seguir, submissa e

de diferentes espécies e feitios. As criaturas, visivelmente

funebremente, um camião com múltiplos troncos de madeira,

tristes, seguem, cabisbaixas, um camião que transporta um

circunstância que nos remete para um cenário macabro,

conjunto de troncos cortados.

semelhante ao de um matadouro ou um funeral.

Através desta inteligente personificação animal que remete

Com efeito, é através deste brilhante cartoon que CYG_

para um funeral, o autor (um usuário da rede social Twitter

TweetAngent, um usuário da rede social Twitter, pretende

que se intitula como “CYG_TweetAgent”) transmite uma

criticar a crueldade humana e o abuso de poder por parte do

mensagem clara que procura censurar uma das maiores

Homem em relação aos animais com repercussões muito para

ameaças ao nosso ecossistema: a desflorestação. O abate

além do nefasto. Deste modo, os diversos troncos de madeira

de inúmeras árvores é um procedimento atroz, com

simbolizam os múltiplos habitats destruídos pelo Homem,

repercussões devastadoras, pois, para além de agravar as

para o seu próprio proveito (comprovando, novamente, o

condições climáticas, leva à destruição de florestas que

egoísmo da raça humana), constituindo, por isso, uma censura

servem como habitat de muitas espécies. Posto isto, o autor

à desflorestação.

representa os seres vivos desalojados a lamentar a “morte”

Por outro lado, o olhar cabisbaixo dos animais traduz a tristeza

das árvores que serviam como seu lar.

que estes sentem após verem a sua “casa” destruída, além de

Assim, a mensagem expressa neste tocante cartoon é

demonstrar a infeliz e irónica submissão dos mesmos perante

simples: a desflorestação tem de acabar. Mas como? Muitos

o Homem. De facto, é curioso como estes ditos “bichos”

acreditam que os únicos que possuem o poder de terminar

irracionais têm plena consciência do que as ações atrozes do

a chacina florestal são os políticos, esquecendo que nós,

ser humano implicam. À mesma luz, é chocante estas criaturas

cidadãos, também possuímos essa capacidade. Tarefas

terem de submeter-se ao ser humano quando, claramente, é

como economizar a água que consumimos ou seguir a

o Homem que depende das mesmas e dos seus habitats para

famosa regra dos três R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar)

sobreviver.

são ações pequenas, mas com um impacto enorme no

Deste modo, esta imagem humorística, mas muito perspicaz

ecossistema, razão pela qual devem ser integradas na rotina

e crítica, expõe duas das características mais ignóbeis do

de todos nós.

Homem: a crueldade e ignorância humanas, responsáveis

Em suma, o cartoon de CYG_TweetAgent é uma crítica

pela (auto)destruição do nosso próprio planeta. Assim sendo,

tão inteligente quanto triste à desflorestação, uma das

urge que tais aspetos tão intrínsecos à personalidade humana

maiores ameaças ao nosso ecossistema, que leva não só

sejam corrigidos, como uma espécie de deleção genética,

ao agravamento da condição climática, mas igualmente à

não só pelas autoridades governamentais, mas também

destruição do habitat de inúmeras espécies. De maneira

pelos próprios cidadãos, algo facilmente atingido se houver

a conseguirmos impedir a extinção florestal, devemos

uma aposta na educação correta dos mesmos na escola,

adotar hábitos que contribuam para a preservação do meio

no trabalho ou, até, nas redes sociais. Afinal, o mundo bem

ambiente, o que passa necessariamente pela poupança de

precisa de mais pessoas como o Joãozinho, miúdo astuto que

água ou pela operacionalização da regra dos 3 R’s. Afinal,

segue religiosamente a regra dos tão conhecidos 3 R’s (reciclar,

até as pequenas ações podem ter um grande impacto no

reutilizar e reduzir) e defende sempre os direitos dos animais

planeta…

quando os mesmos são questionados.

Nuno Gouveia

Concluindo, este cartoon pretende censurar a dicotomia dominação-submissão, falsamente experimentada na relação que o ser humano possui com os animais nas sociedades modernas, num contexto civilizacional marcado pela crueldade, pela ignorância e pelos atos que delas decorrem.

Rita Jesus


“JERUSALEMA CHALLENGE”

ATIVIDADE FÍSICA EM SEGURANÇA

Como o exercício físico moderado pode ajudar a normalizar o pH do sangue numa situação de acidose A acidose dá-se quando a acidez do sangue aumenta, sendo o seu pH inferior a 7,35. Deve-se à ingestão de substâncias que contenham ou produzam ácido, ou quando a concentração de dióxido de carbono presente no sangue é alta, devido a uma má respiração. Um pH do sangue inferior a 7,5 é perigoso, uma vez que muitas das reações que ocorrem no nosso organismo dependem do nível do pH, comprometendo assim o funcionamento total do corpo. Alguns sintomas de acidose incluem náuseas, vómitos e fadiga, batimento cardíaco acelerado, respiração pesada ou insuficiente e cansaço. A prática de exercício físico moderado faz aumentar o nível de oxigénio no sangue através da regularização da respiração, como também treina e prepara o miocárdio para que este possa relaxar e não esteja em constante batimento acelerado, baixando assim a concentração de dióxido de carbono no sangue e, consequentemente, tornando o sangue menos ácido. Por outro lado, o exercício físico em excesso pode ser uma das causas da acidose, pois leva à concentração de dióxido de carbono. Neste sentido, devemos manter uma prática regular de atividade física, de forma a manter as condições saudáveis do nosso organismo.

Forças aplicadas e forças de ligação numa pessoa quando faz exercício físico Medimos o coeficiente de atrito entre a sapatilha e a relva, local onde realizamos a dança de Jerusalema Challenge. Depois de medido o coeficiente de atrito, experimentalmente calculamos as forças de atrito aplicadas no chão durante a dança aplicando as leis empíricas do atrito.


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DIREITOS HUMANOS

SEGURANÇA, DEFESA E PAZ

Em Portugal, as crianças ainda são vítimas de bullying por terem dificuldades de aprendizagem ou por falarem uma outra língua… Por isso, queremos apelar ao seu lado mais humano.

PRODUTO FINAL A apresentação de um vídeo com compilações de gravações de cerca de 8 segundos cada, em que os alunos revelam situações em que se sentiram discriminados por diferentes razões. O vídeo será divulgado nas diversas plataformas digitais da escola (página oficial do Facebook e site da escola). Optamos por incluir no nosso trabalho um vídeo de um outro projeto que contou com o contributo de todos os alunos da escola - “Jerusalema Challenge” - para promover um ambiente de inclusão num lugar onde é possível qualquer pessoa criar e desenvolver relações positivas com os colegas e onde todos se sentem bem recebidos: a Escola Jaime Moniz. Foto - Keira Burton - Pexels

imagem para ver o vídeo

Tudo começou no âmbito da construção do Projeto de Cidadania e Desenvolvimento, na nossa turma (12.º 30), com a orientação da professora, Susana Calaça. Analisamos todas as opções e o tema mais votado foi “Direitos Humanos: Segurança, Defesa e Paz”. Surgiu-nos a ideia de entrevistarmos alunos “diferentes” da nossa escola. Após explicarmos o propósito do nosso projeto, 5 alunos concordaram em participar: uma aluna com surdez; uma sul-africana com dislexia; e ainda três rapazes da Venezuela, Síria e África do Sul. Foi-lhes perguntado se alguma vez foram discriminados e como se sentiram nessa situação. Todos os entrevistados partilharam mensagens de esperança para as pessoas que sofrem algum tipo de discriminação. Elas não estão sós. Também aconselharam que não devemos mudar quem nós somos. “Somos únicos”. Aquando das entrevistas, ficámos tristes porque não tínhamos a noção da gravidade deste assunto. Devido às suas “diferenças”, os alunos entrevistados tiveram dificuldades de integração, pois eram constantemente julgados. E sofreram muito. Por isso, o nosso trabalho ganhou um sentido de OPORTUNIDADE ainda mais forte. Queremos cumprir o nosso objetivo: passar a mensagem de que escolher praticar o bem não é só um ato essencial do nosso dia a dia, é também SER humano, que nos possibilitará viver num espaço melhor, mais rico, promovendo a integração, a empatia e o respeito por todos. Foi possível destapar uma realidade que nem todos experienciamos, para que nós nos consigamos colocar no lugar do “outro”. A transformação social é o nosso maior desafio.

Verónica kryvohubchenko e Matilde Mala


Desenvolvimento Sustentável “Desenvolvimento Sustentável” foi o tema escolhido por nós, turma 12º31, para o projeto de “Cidadania e Desenvolvimento”. Com a intenção de explorar o mesmo, foi realizada, no dia 19 de abril de 2021, pelas 11h40, uma conferência sobre “Desenvolvimento Sustentável Versus Turismo Sustentável”, dinamizada pelo professor de Geografia C, João Manuel de Lemos Baptista. A partir da mesma foi recolhido material para a realização de flyers.

Foto - Robin-Schreiner - Pexels

O Desenvolvimento Sustentável tem sido um assunto muito discutido ao longo dos últimos anos, sendo que a palestra veio reforçar a nossa atenção para a importância deste assunto. Este demonstra a necessidade de garantir a satisfação das necessidades do presente, sem comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras. A sua aplicação e gestão eficiente visa melhorar as condições de vida dos indivíduos a curto, médio e longo prazo, ao mesmo tempo que permite a preservação do meio ambiente. Assim, verifica-se a existência de um triplo objetivo: apelar para um desenvolvimento economicamente eficaz, socialmente equitativo e ecologicamente sustentável. Através da conferência, concluímos que o Desenvolvimento Sustentável, proporcionado, por exemplo, pelo turismo sustentável, permite uma maior valorização, rentabilidade e aproveitamento do património cultural e natural de uma cidade, região ou país. Verificámos também que na nossa ilha já se observam alguns projetos nesta linha, como é o caso do Hotel Galomar no Caniço, do campo de golfe no Santo da Serra e da Levada do Ribeiro Frio. No entanto, não podemos estagnar e, por isso, devemos estar em constante inovação, de modo a obter novas ideias para implementar relacionadas com este assunto. Logo, para uma maior colocação da Madeira em termos de turismo sustentável, poderíamos realizar um levantamento do património cultural e natural dos diferentes concelhos, podendo oferecer uma melhor orientação aos visitantes ou criar uma rede de geomonumentos e respetivos circuitos turísticos. Apelamos, assim, para uma utilização racional e responsável dos recursos, de modo a satisfazer as necessidades do agora e do futuro e de maneira a promover a atividade turística eficaz e viável. Em suma, não podemos deixar de refletir sobre a importância do próprio projeto de “Cidadania e Desenvolvimento”. Este trata-se, assim, de uma atividade complementar ao programa escolar, que nos coloca a analisar, refletir e, de um modo geral, a ter contacto direto com assuntos da sociedade e que fazem parte do nosso dia-a-dia, o que contribui para a nossa formação enquanto indivíduos. No fundo, este projeto “abre portas” a temas abordados um pouco por todo o lado, estimulando-nos à necessidade de olhar, “acordar” e perceber que ainda há muito para evoluir para alcançarmos um mundo melhor, sem preocupações e com sorrisos em todos os rostos.


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Conceitos Desenvolvimento Sustentável- este é um conceito que visa melhores condições de vida, satisfazendo as necessidades presentes e a existência de uma boa gestão de recursos para as gerações futuras. Turismo- este é um conjunto de atos que envolvem o deslocamento de pessoas de um lugar para outro, diferenciando posteriormente o turismo doméstico de turismo internacional. Desenvolvimento humano- desenvolvimento humano é o processo pelo qual uma sociedade melhora a vida dos seus cidadãos através do aumento dos bens com os quais podem satisfazer as necessidades básicas e complementares de todos. Sustentabilidade Ambiental- utilizamos os bens e recursos naturais, para suprir nossas necessidades, sem que com isso exista o esgotamento e haja suprimento para as próximas gerações. É simples: ser sustentável é utilizar e cuidar para que não falte ao próximo que vai utilizar,

Escola Secundária Jaime Moniz Trabalho realizado: ___ Francisco Jardim Nº13 ___

Escola Secundária Jaime Moniz

André Sardinha Nº4 ___ Sofia Sousa Nº3 ___ António Rodrigues Nº5 ___ Fabiano Mendonça Nº11 ___ Matilde Menezes Nº20 ___ João Santos Nº 15

Desenvolvimento Sustentável


Homicídio ambientalO O cartoon representa o “funeral” da Natureza. O camião a transportar troncos de árvores, bem como as várias espécies de animais a seguirem-no, demonstram a realidade atual, uma vez que o abate dos habitats dos seres vivos leva a que estes tenham de procurar novos meios e locais para sobreviverem. A destruição do nosso planeta é, porventura, o tema mais abordado na atualidade, visto que as consequências dos nossos atos são cada vez mais visíveis e preocupantes. Porém, continua a ser um desafio a combater, dado que não há mudança de comportamentos, os governos não tomam as devidas decisões e não se aplicam restrições e punições. Do meu ponto de vista, este é um assunto bastante sério e que tem urgentemente de ser resolvido, pois dependemos deste planeta para viver e as pessoas esquecem-se de que somos os únicos que podem reverter a situação. O consumismo elevado e a desflorestação são alguns dos inúmeros problemas aos quais temos de fazer frente, para que possamos salvar a nossa casa. A política dos 3R (reduzir, reciclar e reutilizar) é uma das muitas medidas implementadas na sociedade que tem conhecido algum “sucesso”, já que tem sido adotada por muitos. Em suma, salvar o planeta Terra deveria ser a prioridade da sociedade, pois, se todos fizessem a sua parte, contribuindo positivamente para esta nobre causa, teríamos uma decisiva oportunidade para travarmos o ritmo vertiginoso da corrida para a extinção.

Vanessa de Jesus Costa

APRECIAÇÃO CRÍTICA


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de espaços verdes Nos dias 3 e 7 de maio, a turma 12º45 concretizou o seu projeto final cujo objetivo traçado era a reabilitação de alguns espaços verdes junto ao Anexo. Para evitar a aglomeração de todos os alunos no mesmo espaço, a turma subdividiu-se em 2 grupos de trabalho com tarefas distintas, tendo os alunos, acompanhados da diretora de turma, comparecido no local em dias diferentes, isto é, nos dias 3 e 7 de maio das 14:30 às 17:00. Na primeira sessão, estiveram presentes 11 alunos. Os participantes organizaram-se em 3 subgrupos para proceder a trabalhos de limpeza do espaço: “mondaram” as ervas daninhas, afastaram as pedras que estavam espalhadas em cima da terra e no meio das plantas existentes, limparam os troncos das palmeiras, cavaram a terra e preparam-na para a futura plantação. Na segunda sessão, compareceram os restantes elementos, que trouxeram terra vegetal, plantas aromáticas e flores, nomeadamente plantas “suculentas” e petúnias para dar cor e vida ao jardim. No espaço, procedeu-se a alguma reorganização do jardim: no canteiro central foram colocadas somente plantas aromáticas, e nos restantes canteiros, já junto ao gradeamento, foram criados, de forma delimitada, um espaço para as plantas verdes e outro para as plantas com floração. No espaço central do jardim, foram ainda colocados os dois vasos de barro, cedidos por uma das participantes, onde foram plantadas as petúnias. Apesar de as tarefas executadas serem dificultadas pelo sol intenso, as mais valias da atividade superaram as expetativas: por se tratar de uma atividade de grupo ao ar livre, proporcionou um convívio saudável entre todos os envolvidos, consolidou o espírito de interajuda e reforçou os afetos. Com esta atividade, todos os participantes tiveram, ainda, a oportunidade de contactar com a Natureza e de se aperceber dos cuidados necessários para a sua preservação. Viver e/ou trabalhar com a Natureza por perto é sinónimo de saúde e bem-estar!


VOLUNTARIADO

E DIREITOS HUMANOS

Apesar de todas as adversidades causadas pela COVID-19, a turma 46 do 12° ano não deixou de dar voz a causas importantes que a todos dizem respeito, num projeto de Cidadania e Desenvolvimento coordenado pela professora Paula Barradas.

Ao longo do ano letivo, os alunos trabalharam nas diversas disciplinas os temas: Voluntariado e Direitos Humanos. No caso do Português, foi realizada uma recolha de donativos, entre docentes, encarregados de educação e alunos da turma, para o Thirst Project Portugal, um projeto coordenado pela professora Alzira Mendes, a fim de facilitar o acesso à água potável nos países africanos. Pudemos contar também com o testemunho de um Encarregado de Educação, Sr. Nuno Monteiro, profissional da área, numa palestra na sala de aula. Ainda sobre o acesso à água, os alunos incorporaram juridicamente este direito, à luz do que está previsto na Constituição da República Portuguesa. Esta atividade competiu à disciplina de Direito, lecionada pelo professor Miguel Jardim. Em Educação Física, por outro lado, com a professora Rita Gonçalves, o lado artístico foi valorizado através de uma coreografia ao som de “Jerusalema”, que enfatiza a importância da inclusão e do respeito pelos direitos do Homem. Em História A, lecionada pela professora Ana Freitas, os alunos cumpriram com os objetivos propostos e com as competências essenciais da formação cidadã: autonomia e empenhamento, atitude cívica individual, cumprimento das obrigações com responsabilidade e participação na resolução de problemas locais e mundiais. Por fim, em Sociologia, com a professora Carmo Granito, foi realizado um inquérito para alunos de 12º ano da escola, tendo uma amostra de 25% ajudado a compreender qual a experiência e proximidade dos alunos com o voluntariado. Foi com todo o gosto que concluímos uma etapa tão importante da nossa vida, contribuindo para o nosso desenvolvimento e o melhoramento de outras vidas.

Vitória Freitas


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COVID-19

medidas de prevenção e controlo de infeção

A Educação para a Cidadania é um tema obrigatório do atual debate em educação e da sociedade em geral. A Lei de Bases do Sistema Educativo fundamenta, nos seus princípios gerais, a importância do sistema educativo português na formação de cidadãos livres, responsáveis, autónomos, solidários, respeitadores dos outros e das suas ideias, capazes de intervirem democraticamente na sociedade e de se empenharem na sua transformação progressiva. Neste âmbito, o nosso projeto visa consciencializar os alunos, neste tempo de pandemia, para os cuidados a ter em ambiente escolar relativamente à proteção pessoal e dos colegas, nomeadamente nas medidas de prevenção e controlo de infeção com a COVID-19, dando a conhecer o plano de contingência da Escola Secundária Jaime Moniz para o coronavírus.



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últimas


Alunos da Jaime Moniz vencem concurso Camões

As alunas do 12º ano, Júlia Caldeira e Clara Vasconcelos, foram distinguidas com o 1º e 2º prémios do Concurso Literário alusivo ao Dia de Portugal.

Projeto Cidades Fundadoras &Virtuais 10º06/10º40/10º46/11º06/11º06

11º15/ 11º16/ 11º44/12º40/ 12º52

O Projeto Cidades Fundadoras &Virtuais 2020-21 apresenta a toda a Comunidade Educativa a divulgação do Documentário “Páginas em viagem”. Esta atividade assente num espírito colaborativo contou com a participação de alunos e professores de Português dos três anos de Ensino Secundário e de outros grupos disciplinares. O documentário resulta da parceria com duas alunas do Curso Multimédia e é, em simultâneo, o produto final da PAP das mesmas. Os objetivos desta atividade visam proporcionar aos alunos uma viagem literária inesquecível pelos espaços em destaque nas obras literárias estudadas em contexto de sala de aula; incutir o gosto pela leitura de autores portugueses consagrados; descobrir o prazer do ato de viajar e realizar, futuramente, uma viagem física, cultural e de lazer pelos espaços físicos nacionais. O documentário conta também com os testemunhos de vários alunos acerca das suas experiências de leitura das obras estudadas ao longo do Secundário.

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29º Festival de teatro Carlos Varela O que mudou nesta edição?

Em 2021, os grupos de teatro abandonaram os palcos e as pancadas de Molière passaram a figurar ao som de uma claquete. Respeitando as condicionantes do plano de contingência COVID 19 e as medidas de prevenção de contágio, os ensaios e os grupos de teatro sofreram algumas alterações: os encontros iniciais aconteceram online, em número reduzido, e o momento de trabalho efetivo e presencial ocorreu numa fase tardia. Mudou-se o púlpito mas não o auditório! Adiado o festival para o terceiro período, cada grupo foi desafiado a apresentar a concurso uma curta-metragem de 5 a 10 minutos. Portanto, durante a semana de 10 a 14 de maio, sete escolas da RAM apresentaram os seus trabalhos num novo formato. Estas curtas foram disponibilizadas online a toda a comunidade educativa, através do canal do Youtube O MONIZ - Carlos Varela (https://bit.ly/3exrk6b) e os links foram disponibilizados nas redes sociais Facebook (https://www.facebook.com/moniz.carlosvarela), Instagram (https://www.instagram.com/o.moniz. carlos.varela/), Linkedln (https://www.linkedin.com/in/o-monizcarlos-varela-19b8931b2/) e Twitter (https:// twitter.com/o_moniz). Face ao plano de contingência, o painel de jurados ficou também reduzido a três. Deste modo, fizeram parte do júri: Ana Amaro, Assessora de Relações Públicas e Marketing da Câmara Municipal do Funchal; Maria José Assunção, da direção da Associação Contigo Teatro e Diogo Correio Pinto, coordenador do Curso Profissional de Artes do Espetáculo - Interpretação do Conservatório Escola Profissional das Artes.


A equipa da casa foi a grande vencedora do festival A curta-metragem CARGA D’ÁGUA arrecadou sete dos prémios do concurso: o Prémio de Melhor Encenação, de Melhor Realização Plástica, de Melhor Sonoplastia, de Melhor Texto, de Melhor Realização de Vídeo, o Prémio de Melhor Atriz com a interpretação da aluna Clara Figueiredo e o Prémio Carlos Varela, a par de duas menções honrosas pelas interpretações das alunas Beatriz Encarnação, Catarina Teixeira e um louvor à interpretação de Sofia Mascarenhas. De acordo com a parceria celebrada entre a CMF e a Escola Secundária Jaime Moniz, através do Teatro Municipal Baltazar Dias, a curta-metragem com o prémio Carlos Varela será sujeita a uma nova captação de imagem e a produção ficará a cargo do Teatro Municipal Baltazar Dias, sendo também esta entidade responsável pela sua divulgação nos meios telemáticos disponíveis para o efeito. Essa captação será feita a 26, 27 e 28 de julho do presente ano. Grupo | O Moniz - Carlos Varela Escola | Escola Secundária Jaime Moniz Trabalho | “CARGA D’ÁGUA” Autoria | a partir de Arthur Schopenhauer, Fernando Pessoa, Osho, João Cabral de Melo, Mia Couto e com um texto original de Alzira Mendes Prémio de Melhor Atriz Aluna | Clara Figueiredo Prémio de Melhor Encenação, Melhor Realização Plástica, Melhor Sonoplastia, Melhor Texto, Melhor Realização de Vídeo Prémio Carlos Varela Menção honrosa | Interpretação Aluno | Catarina Teixeira

Menção honrosa | Interpretação Aluno | Beatriz Encarnação Louvor | Interpretação Aluno | Sofia Mascarenhas Grupo | Grupo de Teatro da EBS/PE da Calheta Escola | EBS/PE da Calheta Trabalho | “O teatro (da escola) comVida” Autoria | trabalho original do Núcleo de Teatro da Escola Básica e Secundária/PE da Calheta Prémio de Melhor Ator Aluno | André Jardim Menção honrosa | Interpretação Aluno | Nicole Pereira Grupo | Voo à fantasia Escola | EBS Padre Manuel Álvares Trabalho | “O Principezinho” Autoria | Antoine de Saint Exupéry Menção honrosa | Interpretação Aluno | Carolina Carujo Menção honrosa | Interpretação Aluno | Afonso Relva Louvor | Interpretação Alunos | Pedro Gonçalves, Pedro Andrade, João Pedro, Eva Gonçalves, José Vale, Ana Vale e Gabriela Rodrigues Louvor | Guarda-Roupa, adereços e caracterização Grupo | Grupo de Teatro da Apel Escola | ES Apel Trabalho | “Sentir uma arte maior” Autoria | Graça Garcês Louvor | Plástica do trabalho Aluno | Daniela Gomes Grupo | Grupo de Teatro da EBS do Porto Santo Escola | EBS Dr. Francisco Freitas Branco Trabalho | “O homem-pássaro” Autoria | José Campinho Louvor | Expressividade Aluno | Francisca Abreu Louvor | Expressividade Aluno | Diogo de Pedro Pereira Louvor | Documentário - Pertinência da efeméride Grupo | Grupo de Teatro da HBG Escola | EB23 Horácio Bento de Gouveia Trabalho | “Esquadra de polícia” Autoria | António Garcês e Magda Saraiva Louvor | Interpretação Aluno | Maria Beatriz Câmara Faria


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Agradecimentos e reflexões sobre a edição Face ao caráter excecional desta edição, foi necessário reinventar o conceito do festival e atualizá-lo num novo formato. A equipa de produção destacou o empenho, a dedicação e a habilidade de cada um dos grupos participantes, numa pronta resposta ao desafio que lhes foi colocado. Realça que, apesar da dificuldade, soube sempre que podia contar com as pessoas e instituições que acompanham este festival há 29 anos. Por esse motivo, dá um grande aplauso a todos os alunos, coordenadores e escolas que mantiveram viva a “chama do teatro” ainda que noutras circunstâncias, fazendo votos de que, no próximo ano, as cortinas, os aplausos, as luzes, as vozes possam ecoar em uníssono no palco da Escola Secundária Jaime Moniz. A equipa de produção relembrou que nada disto seria possível se não fossem todos aqueles que mantêm vivo o espírito do festival, por isso agradece ao Conservatório - Escola Profissional das Artes Engenheiro Luíz Peter Clode pela participação neste festival como grupo convidado. Agradece a atuação do grupo de ginástica rítmica, coordenado pela professora Fernanda Coelho e à aluna do 10º18, Beatriz de Carvalho. Agradece ao painel de jurados supracitados, sem o qual não seria possível este evento. Agradece à Secretaria Regional da Educação, Ciência e Tecnologia e ao Conselho Executivo da Escola Secundária Jaime Moniz por apoiarem e impulsionarem a realização deste festival. Agradece ao Teatro Municipal Baltazar Dias e à Câmara Municipal do Funchal a possibilidade de fazer uma nova produção da curta com o “Prémio Carlos Varela”. Agradece a todos os participantes nos painéis: Lília Pereira (coordenadora do Clube de Teatro “Voo à Fantasia” da EBS Pe. Manuel Álvares), Nuno Ribeiro (cocoordenador da Oficina de Teatro Corpus), José Campinho (coordenador do Clube de Teatro da Escola BS Dr. Francisco Freitas Branco), Fernanda Gama (ex-coordenadora do grupo O Moniz - Carlos Varela e atriz), Maria Conceição Gonçalves, (elemento da direção da Companhia Contigo Teatro),

Valério Fernandes (ator na Companhia Contigo Teatro), Xavier Miguel (fundador e diretor artístico do Teatro Bolo do Caco) e Luís Lobo Pimenta (ator e encenador). Agradece ainda ao professor António Gouveia do projeto DIM, responsável pelo cartaz deste evento; à Câmara Municipal do Funchal e à Drª Ana Amaro os brindes disponibilizados para os participantes deste festival. Agradece aos professores António Freitas e Carlos Rodrigues pela captação de imagens, edição e montagem de vídeo, a Vítor Sardinha Sousa pela montagem e edição da curta “Carga D’água” e a Ana Odília Figueiredo pela disponibilização de adereços. Um agradecimento especial ao professor António Freitas pelo trabalho incansável na atualização de toda a informação no blogue e canal do youtube. A equipa agradece à professora Rosário Martins pela divulgação do evento na comunicação social. Finalmente, agradece a todos os antigos membros dos grupos de teatro que participaram na rubrica Entreatos e a todos aqueles que direta ou indiretamente tornaram este festival uma realidade em cada escola.


PONTO E VIRGULA

O Projeto “PV na Escola” – uma experiência válida de trabalho colaborativo

O Projeto “PV na Escola” emana da Secretaria Regional de Educação, Ciência e Tecnologia em parceria com duas empresas privadas: o Centro Comercial La Vie, que expõe os trabalhos, e o Diário de Notícias da Madeira que os publica. Inclui, ainda, a preparação de um formato radiofónico com a duração de trinta minutos. É coordenado por uma equipa fantástica, liderada pela Dra. Luísa Spínola que não só orienta, como apoia as equipas de Coordenação, nas Escolas, de forma encorajadora e que incentiva a querer sempre fazer melhor. Este facto é fonte e substância para a saúde educacional e social da iniciativa. Os docentes coordenadores, nas escolas, designam, anualmente, dois alunos que exercem a função de correspondentes e com os quais desenvolvem, sob a forma de tutoria, um plano de trabalho que se adeque aos formatos e aos temas definidos pela tutela.

A participação da Escola Jaime Moniz tem sido, ao longo destes anos, cada vez mais empenhada no sentido de tornar o formato numa oportunidade para que mais alunos possam desfrutar desta experiência educativa não-formal. Como no caso de todos os outros projetos, neste ano letivo, o “efeito-pandémico” foi notório, mas os resultados, muito além dos prémios, ficarão registados no percurso de aprendizagens não-curriculares dos alunos participantes. Assim, a par da parceria estratégica interna estabelecida com o Grupo disciplinar das Artes em relação ao qual nunca sobram os elogios, desenvolvemos, ainda, um fórum de participação dos projetos de cidadania cujos trabalhos se adequassem aos formatos e temas propostos. Foi uma experiência de trabalho colaborativo muito eficaz e bem-sucedida que devemos às Diretoras de Turma, Zita Ferreira e Susana Calaça. A continuar e expandir. Deste modo, foi possível proporcionar, aos alunos implicados, uma experiência que conjuga o exercício de competências essenciais com a expressão de valores educativos que subjazem a todo o seu percurso escolar, nas suas dimensões formais e não-formais. A missão da Escola cumpre-se, desta forma, no sentido da preparação dos alunos para reptos que este mundo, complexo e em mudança veloz, lhes coloca.


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A preparação de formatos jornalísticos e radiofónicos exige conhecimentos e técnicas que, enquanto docentes, também aprendemos e este facto, que nos desafia tanto, também nos convoca à inovação e, admitamos, à audácia. Neste ano que agora termina, tive a oportunidade de partilhar a Coordenação com a minha colega Célia Gonçalves, docente do Grupo 300 (Português) a quem agradeço a qualidade do contributo e as competências de cooperação. A Escola situou-se, no plano geral, no segundo lugar, à semelhança do ano transato. Os montantes obtidos são sempre colocados ao serviço de toda a comunidade escolar e, também por isso, somos mais felizes. No Despacho n.º 6478/2017, 26 de julho “Perfil dos Alunos à saída da Escolaridade Obrigatória”, pode ler-se que o mesmo constitui um “Referencial para as decisões a adotar por decisores e atores educativos ao nível dos estabelecimentos de educação e ensino e dos organismos responsáveis pelas políticas educativas, constituindo-se como matriz comum para todas as escolas e ofertas educativas no âmbito da escolaridade obrigatória, designadamente ao nível curricular, no planeamento, na

realização e na avaliação interna e externa do ensino e da aprendizagem”. Deste documento decorre a relevância que as Direções das Escolas assumem na dinamização de projetos de educação não-formal e na inclusão das mesmas na oferta educativa a proporcionar aos alunos. Do Conselho Executivo temos recebido apoio, incentivo e contexto para todos os desafios apresentados. As mudanças nas Escolas, a sua resiliência e a sua permanente adaptabilidade ao devir dos tempos resultam sempre que as lideranças promovem as ferramentas que o permitem. Na Festa de Entrega dos Prémios, uma simpática ocasião de comunhão e encontro interescolar, o Presidente do Governo referiu, na sua alocução, que o próximo ano trará um novo desafio: o digital. Cada ano, uma nova meta, uma proposta de inovação que é, em si mesma, um modo de estar. Ilustro este texto com uma foto relativa à entrega de prémios deste ano. Quando isto acontece, desta forma, a Escola tem a missão cumprida.


Vencedore

1.º Joana e João Freitas - 1220


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Semana das Artes 2021 es do concurso de arte digital

2.º Karla Salazar - 1220

3.º Mariana - 1220


Vencedores do con

1.º João Freitas - 1220

2.º


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Semana das Artes 2021 ncurso de fotografia - Alunos

º Mariana - 1220

3.º Mariana - 1220


Vencedores do concurs

1.º Carlos Rodrigues - H2O


109 110

Semana das Artes 2021 so de fotografia - Professores

2.º Ivo Correia - The Sea Between!

3.º António Costa - Encontro


Vencedore

1.º Catarina Spínola - 1220


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Semana das Artes 2021 es do concurso de ilustração

2.º Tatiana Vieira - 1120

3.º Catherine - 1020


Este espaço pode ser seu! Envie-nos os seus trabalhos! designinformacaoemultimedia@jaimemoniz.com


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