O Jornalzão, edição 1229

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O JORNALZÃO - ED. 1.229 - 30/11/2019

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IMPRENSA ANTIGA

DDD e DDI Desde o dia 21-11-1979 encontra-se funcionando os sistemas DDD e DDI em Santa Rosa. Trata-se da Discagem Direta à Distância para ligações nacionais, e Discagem Direta Internacional para o exterior. Assim não há mais necessidade de chamar o ‘101’ em chamadas interurbanas. Basta discar primeiro o código do município (encontrável nas páginas 6, 7, 8, e 9 do Guia telefônico TELESP 185) e em seguida o número desejado. Essa medida não se aplica às cidades de Ribeirão Preto, Cravinhos, São Simão e Sertãozinho. Essas cidades estão dentro de um mesmo código. Chamadas para qualquer uma delas, ou vice versa, se completam com a discagem do número desejado, tão somente; como uma chamada local. A fase é experimental. Quando a TELESP achar que o novo sistema estiver aprovado, fará realizar a inauguração oficial. (Santa Rosa Notícias, 02 de dezembro de 1979)

CRÔNICA DA SEMANA Daniel Almada

Mula sem cabeça Cansei e muito de tanta realidade rasa, tanto dia a dia, tanta luta para ser feliz, tanto ensaio para a sobrevivência. Cansei de tanta ausência de sonho. Preciso urgentemente do resgate do tempo ido que, às vezes, nem sei se de fato existiu. Queria voltar aos rios, às árvores de frutos maduros, aos fantasmas que circundavam quintais, aos cadeados e às asas daquele mundo breve que flutuava ingênuo entre sol e lua, entre a graça e o desespero. Queria voltar a mergulhar no nada da vida, como se fosse o único, a sonhar com a cor daquele vestido, com o voo dos pássaros e o amor dos marinheiros; queria, sobretudo, voltar a ver e a falar com o Saci Pererê, com os caboclinhos d'água e, claro, correr sem parar ao topar, de novo, com a mula sem cabeça no escuro daquela cidade sem fim.

Dr. Marco Sério encerra ciclo de 36 anos na prefeitura Município não tem mais médico em sua folha Reprodução

O médico Marco Antônio di Sério encerrou nesta quartafeira, 27, o seu ciclo como médico da prefeitura. Ele era o último médico contratado e assim o município não tem mais nenhum médico em seu quadro. Doutor Marco começou a trabalhar em Santa Rosa em 1983, quando o prefeito Nagib o convidou para clinicar no ambulatório médico do Nosso Teto. "Na época o bairro era muito carente, não tinha nenhuma infraestrutura, tudo era improvisado e devagar tudo foi se colocando nos eixos" disse Sério. Segundo ele, como não tinha prédios no conjunto, uma casa foi improvisada como ambulatório. "Fiquei lá esses 36 anos e o legal é que as crianças que cuidei, hoje cuido dos filhos deles e isso é muito gratificante".

Doutor Marco na década de 80 atendendo no Ambulatório do Nosso Teto Marco lembra que eram ele e o auxiliar de enfermagem Sílvio França que faziam todo o trabalho por lá. Na época o médico dividia seu tempo entre

o ambulatório e o hospital. "Me lembro como se fosse hoje, comecei a trabalhar com ele e é uma tristeza saber que ele saiu da prefeitura", disse Ana Enfermeira, que estava começando na profissão. Preocupação Marco vê com preocupação a prefeitura não ter nenhum médico em seu quadro. "Não cria aquele vínculo paciente médico que é necessário. O médico local conhece bem a rotina do paciente e o tratamento sai bem melhor". Segundo ele, o salário de 2.350 reais não atrai novos médicos. Nos últimos concursos a procura foi zero, neste

último apenas três se inscreveram, mas isso não significa que assumirão se passarem. Marco se orgulha de ter participado da construção de praticamente todos os postos de saúde do município, inclusive o Pronto Socorro, quando além de médico era vice-prefeito. "O que carregarei para sempre são as amizades que fiz ao longo destes 36 anos e o agradecimento a todos os colegas de trabalho que me ajudaram a criar raízes sólidas na cidade". Marco continuará a trabalhar na Santa Casa, no Ambulatório de São Simão e em seu consultório na rua 9 de Julho.


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