OJORNAL 29/01/2012

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O JORNAL l MACEIÓ, 29 DE JANEIRO DE 2012 l DOMINGO

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Cidades

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Litoral Norte e a reclamação de moradores Fotos: Marco Antônio

Com uma das mais longas praias de Alagoas e suas águas calmas, Paripueira se formou a partir de uma colônia de pescadores. Cresceu devido à proximidade de Maceió e após ganhar grande destaque como área de veraneio. Destaca-se por suas belezas naturais e infra-estrutura. É nesse recanto, localizado a 27 quilômetros da capital, que vivem cerca de 10 mil pessoas. As barreiras de corais no município são consideradas a segunda maior formação de corais do mundo. A praia possui 25 piscinas naturais a 1 km da costa. Seguindo pela AL-101 Nor te, dez quilômetros depois, o turista pode desembarcar na Barra de Santo Antônio, município com pouco mais de 14 mil habitantes. Possui belas praias como Tabuba e vistosos arrecifes, o que transforma o mar numa grande piscina natural. Lá, a famosa Ilha da Croa mantém um ar selvagem, devido seu extenso coqueiral e praia de rara beleza.

Município com pouco mais de 14 mil habitantes, Barra de Santo Antônio se prepara para receber turistas no Carnaval

Ambas são cidades que possuem a vocação natural para o turismo, com todos os ingredientes indispensáveis para fazer o passeio dos viajantes o mais inesquecível. Tudo poderia ser perfeito, caso o poder público conseguisse olhar de forma dife-

renciada para esses recantos, que tem no turismo a grande fonte de renda. Faltando menos de um mês para a chegada do Carnaval, os moradores já iniciam uma verdadeira reestruturação, com o objetivo de receber e atender todas

as necessidades dos turistas. Em Paripueira, por exemplo, nos quatro dias da festa de Momo, a população da cidade chega a triplicar, assim como a Barra de Santo Antônio, que se tornou o destino certo para a comemoração tipicamente brasileira. A.C.A.

Comércio investe em segurança eletrônica As ações da segurança pública não conseguem acompanhar o crescimento populacional. Apesar das inúmeras obras realizadas pela prefeitura, de acordo com moradores, o policiamento na cidade ainda é considerado pequeno. É o que desabafa a comerciante Maria Valderez de Souza. Dona de um mercadinho há pelo menos 15 anos, ela lembra com tristeza os quatro assaltos ocorridos no seu negócio. Foram dois arrombamentos e outros dois assaltos à mão armada, que somaram prejuízos para o bolso da comerciante. Um dos casos aconteceu numa quarta-feira após o Carnaval. Mas o que mais amedrontou foi numa recente tarde, por volta das 18h, quando teve uma arma apontada para sua cabeça. “O ladrão entrou, comprou uma cerveja e saiu. Ele veio ver o movimento. Pouco tempo depois voltou e só percebi que era um assalto quando ele jogou uma bolsa, sacou a arma e ordenou que entregasse todo o dinheiro. Depois fugiu”, relembrou. A polícia foi acionada, mas devido à demora em chegar ao estabelecimento não houve tempo, e eficiência, para prender o assaltante. Para evitar novos prejuízos, Maria Valderez decidiu colocar uma cerca elétrica e apostou na contratação de segurança motorizado das 22h às 5h da manhã. Ela é uma das poucas que se arrisca em ficar com o estabelecimento aberto até as 21h. “Dependendo do movimento fico com o mercadinho funcionando, mas para isso coloquei uma grade que é por onde atendo os clientes. No geral, os outros mercadinhos fecham cedo, pois ninguém quer ficar refém dos bandidos. Muita gente até conhece, são pessoas que vimos crescer, mas ninguém se arrisca em denunciar”. Na mesma rua onde Maria Valderez possui seu pequeno comércio é comum ouvir relatos de outras pessoas que também foram alvos de assaltos. Lourdes Vitorino precisou

instalar câmeras de segurança, mas nem isso inibiu a ação dos bandidos. Os roubos são dos mais diversos produtos e contar com o apoio dos militares é fato raro. “Aqui meu marido já foi assaltado às 6h da manhã quando abria o mercadinho. Certa vez um grupo de cinco mulheres furtou vários produtos de beleza e só me dei conta quando analisei as imagens do circuito interno. O pior é que elas ainda tiveram a coragem de retornar, e acionei a polícia, mas elas escaparam. O mais absurdo foi ouvir de um militar que eu deveria ter as deixado roubar para que

"A maioria dos mercadinhos fecham cedo, pois ninguém que ficar refém dos bandidos" MARIA VALDEREZ Comerciante do município de Paripueira

pudesse ser feito o flagrante”, contou. Enquanto não consegue conter os assaltos, os comerciantes reclamam da inoperância da polícia. “Não somos atendidos suficientemente. Eles entram, fazem a festa e depois vão embora como se nada tivesse acontecido, porque sabem que não serão presos. Sou cidadã, pago meus impostos e não temos saúde, educação e segurança, o que é uma obrigação do poder público”, desabafou. Quando o assunto é segurança, na Barra de Santo Antônio, poucas pessoas se arriscam a conceder entrevistas, relatando a ação de bandidos, que assaltam casas de veraneio e até pontos comerciais. Eles preferem manter a lei do silêncio, por medo de se tornarem alvo em potencial dos criminosos. A.C.A. Continua na página A13

Maria Valderez diz que no período da noite trabalha com grades fechadas

Em Paripueira, movimento nas ruas do centro aumenta na alta temporada


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