O Interior | Especial São Borja | DEZ 2018

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Editorial Editorial Editorial Editorial

Itaqui

Situada as margens do Rio Uruguai, a majestosa e imponente Itaqui completa neste 6 de dezembro seus 160 Anos de muita luta, entre guerras e batalhas, mas também de muita dedicação de seu povo.

Hoje conhecida como um dos maiores municípios produtores de arroz do Brasil, também leva consigo o adjetivo de ter uma pecuária de ponta, clima propício ao desenvolvimento de seus parrerais e indústrias de grande porte que levam o nome desta cidade aos quatro cantos do mundo.

Inúmeras são suas atividades que poderíamos destacar, mas podemos seguramente pontuar o seu comércio pungente, seu povo que honra como poucos os lenços maragatos e chimangos, demonstrando em seus CTGS e piquetes a força do tradicionalismo hoje enraizado em seus sentimentos.

Enfim, Itaqui é muito especial, nos seus 160 anos de história, cada vez mais se multiplica na imagem de seus habitantes, a força, a luta e a simpatia de seu povo.

PARABÉNS ITAQUI!

Expediente

Informe Comercial

Colaboração Jornalística:

Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal e Secretaria de Cultura

Projeto Gráfico e Diagramação:

André Machado Fortes

Anúncios e Sugestões:

Fone: (55) 3402.6145 e 99933.2353

E-mail: ricardo@ointerior.net

Circulação: Fronteira Oeste

Itaqui e seu lugar na história - 160 anos Itaqui e seu lugar na história - 160 anos

Dos Guaranis que habitavam estas terras muito antes das disputas territoriais protagonizadas por Espanha e Portugal , herdamos o nome do nosso município. No idioma Guarani, a palavra Itaqui pode ser traduzida como pedra macia.

Os primeiros indícios de sua civilização ocorreram lá pelo início de 1.700. O seu território fazia parte de uma redução jesuítica pertencente às missões ocidentais do Uruguai, denominada “La Cruz”. Naquela época o Rio Grande do Sul, não existia nem mesmo como província, foi somente a partir do ano de 1737, que o brigadeiro Silva Paez se fez presente na barra do Rio Grande e juntamente com Cristóvão Pereira de Abreu, que na região o esperava, deram início ao que hoje é o nosso Estado. Durante esse domínio a “redução” possuía no atual território de Itaqui três grandes estâncias: Santo Cristo, Bororé e São Donato.

A localização regional está situada como Fronteira Oeste do Estado, entretanto, considerando o fato de ter sido distrito de São Borja, e a ainda os fortes laços que o unem a essa região a redução jesuítica, historicamente não há como separá-lo de Missões.

O início de sua povoação foi feito pelo capitão Pires de Almeida que com mais ou menos 50 homens ao seu comando e diversas famílias brasileiras e estrangeiras alojaram-se as margens do rio Cambaí.

A sua emancipação política do município de São Borja ocorreu em 6 de dezembro de 1858, e a sua instalação ocorreu no ano seguinte em 30 de março. Recentemente emergido de sua emancipação, Itaqui é invadido por forças paraguaias ao início da sangrenta Guerra do Paraguai. Os invasores praticaram inúmeras depredações tais como incêndios, roubos, agressões às famílias e assassinatos. Deixando a cidade, alojaram-se em Uruguaiana, quando após cem dias de ocupação renderam-se às tropas da tríplice aliança comandadas pelo imperador Dom Pedro II.

Terminados os atos da rendição, o imperador brasileiro desejando conferir de perto os vandalismos praticados pelos invasores dirigiuse a Itaqui acompanhado dos seus genros: o conde D’Eu, e o duque de Saxe , o marquês de Caxias e outras autoridades do império. Embarcado no vapor “11 de junho” comandado pelo Almirante Tamandaré desembarcou no porto desta cidade no dia 25 de setembro de 1865. Como consequência desta visita, aconselhado por Caxias e Tamandaré, resolveu criar em águas do rio Uruguai, porto de Itaqui, uma flotilha da Armada Nacional com a missão de proteger nossas fronteiras marcadas pelo citado rio até embocaduras

do rio da Prata. Assim foi instalada em meados do ano seguinte a Flotilha do Alto Uruguai, unidade naval que permaneceu no porto local pelo espaço de mais ou menos 40 anos. Nessa unidade naval serviram além de praças, muitos oficiais que brilharam no cenário dos heróis nacionais. Salienta-se nesse grupo o almirante Saldanha da Gama em início de carreira como segundo tenente. Esse ícone da Marinha Brasileira, de larga folha de serviços prestados à Nação, além do que representou como oficial, deixou aqui uma história sentimental, eis que se casou com uma jovem itaquiense.

Sua história política envolve inúmeros acontecimentos no tocante as famosas revoluções rio-grandenses. Esses movimentos deixaram marcas indeléveis na sua população, às quais até hoje não se apagaram por inteiro. Em 1893 a chamada Revolução Federalista, de um lado Júlio de Castilhos e de outro Gaspar da Silveira Martins, Itaqui foi invadida pelos federalistas ao comando do caudilho Gumercindo Saraiva. Na ocasião foi travado violento combate com as defesas da cidade, restando ao final inúmeros cadáveres de itaquienses esparramados pela praça principal.

Ainda sobre episódios revolucionários, também com reflexos negativos nesta mesma população, registra-se a revolução de 1923, quando os chamados maragatos, sob a chefia de Assis Brasil, intentaram apear do poder o presidente do Estado, Antônio Augusto Borges de Medeiros que exercia o seu quinto mandato. Neste conflito foi um dos protagonistas o doutor Osvaldo Euclides Aranha, eminente político e fazendeiro de origem itaquiense. Essa revolução como se sabe, culminou com o Pacto de Pedras Altas.

Episódios marcantes aconteceram nas revoluções de 1924 e 1930, fatos que colocaram o município em lugar de destaque na história política do nosso Estado.

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Foto divulgação

Uma cidade histórica Uma cidade histórica

A Trilha Campereando a História da Flotilha a Casilha

ASecretaria de Esporte, Cultura e Lazer em parceria com o Rotaract Club Itaqui criou a Trilha Campereando a História da Flotilha a Casilha que difunde dois marcos históricos do Portal do Rio Grande, Flotilha e Casilha.

A história da Flotilha Alto Uruguai narrada pelo historiador Jesus Phaim, desde as ruínas passa pelo túnel verde adornado pelas árvores nativas passando por um pontilhão com chegada à Casilha no porto local.

Durante o trajeto as placas com frases criativas e bem-humoradas como “vim aqui só pra ti ver, pati”, chamam a atenção no local, propício para passeio de visitantes. Também é um convite para preservar o meio ambiente e contemplar o rio Uruguai.

Festival da Casilha da Canção Farrapa

A Casilha da Canção Farrapa, após um interregno de quatro anos, aconteceu na 18ª edição realizada em agosto de 2018. O festival também retornou ao Theatro Prezewodowski com a apresentação de duas linhas de músicais: Nativista Campeira e Temática Farroupilha. A organização do evento foi da Secretaria

de Esporte, Cultura e Lazer e Rotaract Clube Itaqui. Na linha NATIVISTA CAMPEIRA, os autores compuseram músicas que retratadas no dia-a-dia do gaúcho em seu trabalho no campo e seus costumes. Na linha TEMÁTICA FARROUPILHA, a contemplação dos acontecimentos da Revolução Farroupilha, bem como seus heróis e seus feitos.

Mercado Público

Inaugurado em 1909, com projeto do arquiteto Paschoal Minoggio, filho de italianos, é um dos raros prédios do estado construído especialmente para uso como mercado. Localiza-se estrategicamente no centro da cidade, junto à praça e ao rio. Com arquitetura requintada, constitui um referencial urbano para Itaqui. Encontra-se interditado, administrado pela prefeitura, que é a proprietária do imóvel.

A prefeitura de Itaqui recebeu correspondência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), que após análise de documentação técnica apresentada ao setor, através da arquiteta Lisandra Bidone Barrios Weiler e diretora do Ipahe Renata Galbinski Horowitz, dá o sinal verde para captação de recursos para revitalização do prédio do Mercado público. A elaboração do projeto de restauro e captação dos valores para custear a obra serão os próximos passos com a participação da

Associação Amigos do Mercado Público de Itaqui, destaca a secretária-adjunta do Esporte, Cultura e Lazer, Maritza Rossi.

Exposição 135 anos de Arte, Cultura e Melodia

Em comemoração aos 135 anos do THEATRO PREZEWODOWSKI, a exposição ficou disponível ao público até o final de novembro e tem como objetivo gerar consciência da importância da cultura para a sociedade através da arte. É uma forma de homenagear a comunidade itaquiense que demonstra a força da arte desenvolvida especialmente no sul do país.

Para os incentivadores da arte foi criada pelo designer – Bruno Vargas uma peça, única e limitada, um anel que retrata a identidade do nosso centro cultural. Um produto com responsabilidade socioambiental que retrata a identidade do nosso centro cultural.

A biografia destas personalidades são destaques na exposição realizada no Theatro Prezewodowski na sala Jorge Vômero. Ao término da exposição esta será itinerante para que as pessoas de outras cidades e lugares possam conhecer a história do teatro. A começar pela Casa de Cultura Mário Quintana em Porto Alegre que receberá a exposição a partir do dia 6 de dezembro, no FESTE.

Campos de Cima, a Vinícola Boutique da Campanha Gaúcha

No início dos anos 2000, os proprietários da Fazenda Campos de Cima, José e Hortencia Ayub, decidiram investir em uma nova cultura na nossa região da campanha gaúcha. Desenvolveram um projeto arrojado: o Projeto Vitivinícola Campos de Cima, que seria a implantação de 15 hectares de vinhedos em sua fazenda, com mudas de videiras vitis viníferas, importadas da frança e da itália, e num segundo momento na construção de uma vinícola no município de Itaqui, que teria o desafio de produzir vinhos finos , de qualidade, que retratassem todo o terroir de nossa região.

Hoje , 16 anos após a implantação deste projeto, podemos dizer que a família, realizou um sonho, a Vinícola Campos de Cima é uma das joias entre as vinícolas da campanha gaúcha. A beleza de seus vinhedos, e a qualidade de suas uvas se refletem em vinhos elegantes, plenos com a tipicidade de nossa

região. A Cave, criada num projeto arrojado, por uma das proprietárias da família, se inspira em elementos utilizados em antigas fazendas assim como em materiais típicos locais.

A Vinícola Campos de Cima, tem um grande portfólio de vinhos finos, entre vinhos brancos, roses, tintos e espumantes, os quais são reconhecidos e distribuídos em todo o território nacional, assim como para alguns países para onde são exportados. E a campanha gaúcha, sem dúvida alguma, é uma das regiões vitivinícolas que mais cresce no brasil, vista pelo seu excelente terroir, para a produção de uvas de qualidade e vinhos excepcionais. O enoturismo também já faz parte de nossa história e à cada ano aumenta o número de pessoas interessadas e apaixonadas por vinhos, querendo conhecer e apreciar o vinho desta nova fronteira.

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Fotos acervo O Interior
Foto divulgação

Kampô Spa Hotel Kampô Spa Hotel

Localizado em zona central, a duas quadras do Parcão da cidade, o KAMPÔ SPA HOTEL destaca-se por sua estrutura exuberante, qualidade ímpar e atendimento diferenciado. Com 6 suítes totalmente equipadas e uma ampla e lindíssima área externa, composta de piscina adulto e infantil, com aquecimento solar, hidromassagem e cascata, amplo quiosque com churrasqueira, brinquedos e diversas árvores frutíferas. O empreendimento é perfeito para um bom final de semana em família.

Em sua área interna conta com equipamentos para atividade física, sauna seca, hidromassagem com cromoterapia, banho de imersão em ozônio, massagens relaxantes e estéticas, fisioterapia, pilates e criofrequência – a famosa LIPO SEM CORTES, “queridinha das artistas”.

Portaria 24 horasEstacionamento seguroHospedagem Empresarial

Além da HOTELARIA, destaca-se no empreendimento o TRATAMENTO PARA OBESIDADE, realizado pela conceituada

Dra. Jimena Rossi Alves, médica especializada em Nutrologia, Saúde Mental e Coaching, a qual já emagreceu muitos pacientes nos últimos anos em nossa Região da Fronteira Oeste, em parceria recente com o Programa de Emagrecimento Inteligente PEI Emagrecer (Programa de Emagrecimento e Reprogramação Comportamental em 90 DIAS). E o TRATAMENTO PARA HALITOSE (“MAU HÁLITO”), realizado pelo ilustre Dr. Ruy Alves Filho, médico Gastroenterologista, formado e especializado pela Universidad Complutense de Madrid, na EUROPA.

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Fotos Divulgação 4 Informe Comercial Dezembro de 2018 Dr. Ruy Alves Filho, médico Gastroenterologista Dra. Jimena Rossi Alves, médica especializada em Nutrologia, Saúde Mental e Coaching

Associação Comercial e Industrial de Itaqui Associação Comercial e Industrial de Itaqui

AAssociação Comercial e Industrial de Itaqui – ACII fundada em 07 de junho de 1906 é uma entidade civil sem fins lucrativos cuja missão é representar as empresas de Itaqui, de todos os portes e segmentos, prestar-lhe apoio e serviços além de contribuir para o desenvolvimento local e regional. A entidade oferece vários serviços e vantagens aos seus associados tornando as negociações mais seguras.

Colocamos à disposição do associado uma sala de treinamento e um auditório, ambos climatizados com recursos de multimídia. O espaço é especialmente oferecido ao associado para promover reuniões ou treinamentos para qualificação da sua equipe, atendimento a um fornecedor ou demonstração do seu produto. Temos parcerias com o SEBRAE e SESC/SENAC com a missão de estimular o espírito empreendedor e promover a competitividade, o aperfeiçoamento e o desenvolvimento auto-sustentável dos pequenos e médios negócios em consultorias, palestras, oficinas e cursos. Temos convênio com o maior banco de dados do Brasil, o SCPC, que é um serviço que busca centralizar informações comerciais de Pessoas Físicas e Jurídicas no mercado, sendo amplamente utilizado por todos os segmentos econômicos que trabalham com operações de crédito e vendas a prazo aos consumidores, diminuindo consideravelmente o risco de

problemas nas suas transações comerciais. O SCPC tem como objetivo dar maior segurança e soluções para a sua empresa nas operações de crédito e recebimento de cheques.

A partir de dezembro estaremos emitindo Certificado Digital vinculado com a Valid, onde nossos associados, clientes do Sicredi e da OAB terão valores diferenciados. Certificado digital é um documento eletrônico que contém informações únicas de seu titular, seja pessoa física, jurídica ou equipamento que tem a finalidade de garantir a autenticidade, confidencialidade e integridade as informações que tramitam no meio digital. Contamos com a parceria da Unipampa, com o Ambulatório de Nutrição instalado em uma das salas da entidade, onde são realizados atendimentos dos associados, comerciários e comunidade em geral.

Temos convênio com as faculdades a distância Cruzeiro do sul virtual e Fael Polo Itaqui, com descontos nos cursos

de graduação, pós-graduação, MBA, cursos livres, idiomas e técnico.

No Sicredi, nossos associados têm benefícios como: descontos de cheques, recebíveis de cartão e linhas de créditos com taxas diferenciadas.

Neste ano com o mesmo espirito de união e solidariedade a ACII em parceria como Lions Clube promovem a segunda edição do Projeto Magia de Natal, desfile que será realizado no dia 06 dezembro (aniversário do Município) com o tema: “ A Magia do Natal no Mundo Encantado da Disney”. Projeto que tem a participação das escolas municipais, estaduais, particulares, associações e comunidade com o objetivo da inclusão social de crianças, adolescentes e suas famílias.

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Auditório Fotos Divulgação Sala de treinamento

A orizicultura de Itaqui

A orizicultura de Itaqui

Ahistória da orizicultura de Itaqui foi descrita em alguns trabalhos acadêmicos, através de levantamentos e entrevistas com as pessoas que descenderam daqueles que iniciaram a atividade e com os próprios produtores que iniciaram e que ainda vivem. Segue abaixo uma linha do tempo da orizicultura no município segundo o trabalho de conclusão do curso de Paulo Afonso Rodrigues Meus:

>1930 Tem início o plantio de arroz no município de Itaqui. O preparo do solo era feito através de arados puxados a boi, as taipas eram feitas à pá e a semeadura feita à mão; eram empregadas sementes das variedades agulhão e “blue rose”, sendo que a água utilizada nas lavouras era obtida através de bombeamento mecânico. A mão de obra contratada era de diaristas, e as terras eram, em sua maioria, cultivadas sob a forma de arrendamento.

>1940 A mecanização começa a integrar o cenário agrícola do Município e na região surgem os primeiros tratores com rodas de ferro.

>1948 Na lavoura do produtor Abílio Martini é apresentada a primeira colheitadeira, tendo chegado à propriedade após ser carregada em um barco e levada através do rio Uruguai.

>1958 Começam a ser realizadas experiências com o emprego de um arado modificado para a construção de taipas.

>1960 Surgem as primeiras lavouras em que se fazem presentes variedades de arroz do tipo agulhinha, variedade esta que possibilitou o aumento de produtividade, pois antes o rendimento era em torno de 140 sc. por quadra, e passou a ser obtida uma média de 200 sc. por quadra, sendo que em algumas áreas a produção chegou a 250 sc. por quadra. Até então não se usava adubação alguma, somente aproveitava-se a fertilidade do solo. A adubação não havia, a base de produção era a fertilidade natural do solo, por meio de um manejo que envolvia a rotação de áreas lavoura/ campo nativo e o pousio de áreas de lavoura. Segundo um dos entrevistados: “a gente mudava de área para conservar a terra, mudava de lavoura a cada ano, abrindo terras novas quando aquelas produziam pouco, no segundo ano é que dava bem, devido ao apodrecimento da

palha” (Produtor 1 – Questionário 2013). A irrigação era feita por bombeamento dos rios através de bombas tocadas por máquinas a vapor. Prática esta que era muito dispendiosa, pois, seguidamente era preciso efetuar a troca de levantes, casas de moradias e galpões.

>1963 É criada a Cooperativa Agrícola Mista Itaquiense Ltda. (CAMIL), com o propósito de possibilitar uma maior aproximação dos técnicos com os produtores, bem como destes com as tecnologias de produção, com destaque para a qualificação das sementes usadas nas lavouras.

>1969 Nesta época, o produtor Bernardo Trojan adquiriu um trator John Deere, importado, que veio acompanhado de uma taipeira, ferramenta que serviu de inspiração para o desenvolvimento deste implemento.

>1970 Tem-se início a construção de muitas barragens, para captação de água, com a finalidade de explorar as áreas de coxilhas com a lavoura de arroz; sendo que as granjas eram estruturadas com galpões para o maquinário e insumos, secadores, casas para moradia do patrão, funcionários e suas famílias. O sistema de plantio era convencional, semeado a lanço e após, entaipado. A mão de obra empregada é assalariada, recebendo também percentagens de sacas de arroz no final da colheita.

>1973 Período em que se começa a fazer uso, embora ainda tímido, de adubação química; as reclamações por parte dos produtores estavam na dificuldade para aplicação em virtude do adubo ser em pó e não haver ferramenta adequada para aplicação.

>1975 Com a necessidade de repetição de plantio na mesma área, ou seja, a prática de pousio antes usada, que variava de 5 a 10 anos, não podia mais ser usada em razão do alto custo para as trocas de áreas; começam a ser empregados os defensivos agrícolas, primeiramente somente para combater as ervas daninhas e, posteriormente, no combate de insetos e demais pragas.

>1990 Nesta época, há uma espécie de seleção do orizicultor, com a permanência somente daqueles produtores que já se encontram solidificados na atividade lavoureira, com áreas de potencial produtivo e de baixo custo, com maquinários de altas tecnologias, implementos de preparo

e plainamento de grande porte, nivelamento de taipa a “laser”. O sistema de plantio passa a ser sobre taipa, com o preparo antecipado e uso

Os dias atuais:

de plantadeiras apropriadas; as estações de bombeamento para irrigação são movidas, em sua maioria, com o emprego de energia elétrica.

Itaqui é o segundo maior produtor de arroz do estado do Rio Grande do Sul, abaixo segue tabela de área, produtividade e produção total na safra 2017/2018.

Isso se deve a atitude empreendedora dos orizicultores, que ao longo do tempo venceram desafios e

IRGA crises financeiras para que fosse possível chegar a esses patamares de produção e produtividade. Hoje a economia do

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Fonte:

município se baseia basicamente na orizicultura e na produção primária, contando com 2.017 empregos formais diretos no setor segundo o CAGED do Ministério do Trabalho em 1º de janeiro de 2018.

O IRGA

Ao longo dessa caminhada, o Instituto Rio Grandense do Arroz surgiu para fomentar e auxiliar os produtores. A trajetória do Irga começa com a iniciativa do Sindicato Arrozeiro do Rio Grande do Sul, que para dinamizar a cultura no Estado resolveu transformar o sindicato no Instituto do Arroz do Rio

Grande, no dia 31 de maio de 1938, sendo oficializado pelo Decreto nº 7.296. Seu principal objetivo era a defesa dos segmentos da orizicultura, o desenvolvimento de pesquisa e assistências técnicas aos produtores. o dia 20 de junho de 1940 foi criado como entidade pública, já com o nome de Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), por meio do Decreto-Lei nº 20, tendo como finalidade principal incentivar, coordenar e superintender a defesa da produção, da indústria e do comércio de arroz produzido no Estado. Finalmente, em 31 de dezembro de 1948, o Irga foi institucionalizado por

Melhoria do sistema de irrigação para utilizar menos água e energia. No início da orizicultura no estado esse era o maior serviço executado pelo Irga para o produtor

meio da Lei nº 533, que em 2011 recebeu modificações pela Lei nº 13.697

O Projeto 10+

De 2002 a 2011 a produtividade média da lavoura de arroz no RS aumentou de 5,3t/ha para 7,5t/ha. Esse aumento foi decorrende de avanços na pesquisa, principalmente no manejo, cultivares de alto potencial produtivo e ações de transferência de tecnologia como o Projeto CFC e o Projeto 10 desenvolvidos pelo IRGA. Nos últimos 5 anos, a produtividade de arroz no RS está estabilizada. Além disso a utilização

de novos sistemas de produção, envolvendo a cultura da soja em rotação, em aproximadamente 30% da área cultivada com arroz e a integração lavoura e pecuária demandam novas tecnologias. Frente a esse novo cenário, o IRGA retomou uma parceria estratégica integrando pesquisa, extensão e produtores, com o apoio do Fundo Latino-Americano de Arroz Irrigado (FLAR), por meio do Projeto 10+, que tem por objetivo elevar a produtividade média de arroz no RS para 8,5t/ha nos próximos 3 anos.

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Semeadura sendo iniciada na propriedade dos Irmãos Dalcin em Itaqui Roteiro técnico com produtores para demonstrar e fomentar as práticas agronômicas do projeto 10+ Foto Eleonara Witte Pereira Foto Luciano Alegre Foto Luciano Alegre Lavoura de Projeto 10+ conduzida na safra 2018/2019 cumprindo a risca todas as premissas do projeto Foto Luciano Alegre

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