Jornal Pupila Cult

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EDIÇÃO ESPECIAL | DEZEMBRO DE 2024 | Jornal criado pela OFIJOR

“Andradina: O Futuro como Estância Turística”

“ Vereador

Luzimar Fala

Sobre os Desafios e o Futuro da Arte em Andradina”

Em entrevista exclusiva, Luzimar Rodrigues fala sobre o futuro da arte em Andradina, os desafios no apoio a projetos culturais e a importância da juventude na criação de uma identidade artística para o município.

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“Banda MD: Fé, Superação e a Palavra de Deus em Cada Nota”

Conheça a trajetória da banda gospel de Andradina que inspira gerações, levando mensagens de esperança e transformação por meio da música.

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“Escovinha:

O Palhaço que Transformou Andradina com Arte e Alegria”

Conheça a história inspirada de Denner Amorim, o artista por trás do Palhaço Escovinha, e o impacto que ele deixou na cultura local e na vida das pessoas.

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Descubra o que falta para a cidade se tornar um destino turístico oficial e como o trabalho do turismólogo municipal Leonardo Miranda está transformando o cenário local.

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FALA POVO

“Andradina e Sua Cultura: O Que Falta Para Impulsionar a Arte Local?”

Em uma pesquisa com moradores, investigamos como a cultura é vista na cidade e o que é necessário para que uma cena artística ganhe mais apoio e visibilidade.

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FOTO | Dudu Aizza
FOTO | Dudu Aizza
FOTO | Pedro Kiry

TURISMO

expediente

Por que Andradina tem potencial para ser uma Estância Turística?

Você deve perceber que nossa cidade vem tendo um grande reconhecimento nos últimos anos, mas como e por quê? Através de perguntas, Leonardo Miranda, conhecido como “Nardeira” é quem nos explica sobre:

1. O que falta para que Andradina se torne um município de estância turística?

“Para que Andradina se torne uma estância turística é necessário cumprir uma série de requisitos estabelecidos por órgãos de turismo, como infraestrutura adequada, atrativos turísticos de relevância estadual ou nacional e investimentos em serviços para os visitantes. Além disso, o município deve fortalecer sua identidade turística e promover eventos e campanhas que atraiam visitantes.”

2. Como estão os avanços para que isso aconteça?

“Andradina tem trabalhado no desenvolvimento de projetos voltados ao turismo, como melhorias em infraestrutura e promoção de atrativos locais. O avanço para a classificação como estância turística depende de apoio governamental, estudos de viabilidade e, principalmente, do engajamento da comunidade e do setor privado em consolidar Andradina como um destino diferenciado.”

3. Quantas pessoas escolhem fazer turismo em Andradina por ano?

“Embora o número exato de visitantes varie anualmente, Andradina atrai turistas interessados em sua história, eventos culturais e naturais, como o ecoturismo. O registro de visitantes pode ser obtido através de dados de hospedagem e eventos na região, mas uma estimativa precisa seria possível com estudos específicos conduzidos pelo governo local.”

4. O que podemos esperar para o futuro do turismo em Andradina?

“O futuro do turismo em Andradina é promissor, com iniciativas de desenvolvimento sustentável, parcerias público-privadas e a valorização do patrimônio cultural e ambiental. Investimentos planejados podem aumentar a visibilidade da cidade como destino turístico, tornando-a um ponto de interesse para pessoas de diversas regiões.”

Nardeira é um guia turístico de Andradina. Especializado em conduzir visitantes pelos principais atrativos da cidade, ele se destaca por oferecer experiências culturais autênticas, compartilhar histórias locais e promover o turismo de forma acolhedora e informativa, o que contribui na valorização do patrimônio histórico e cultural da nossa região. Nessa matéria, ele nos explica melhor sobre o turismo em Andradina e a classificação de nossa cidade quando o assunto são as siglas “MIT” - atribuída em cidades do estado de São Paulo que demonstram potencial para desenvolverem atividades turísticas de

forma sustentável. Ela reconhece a infraestrutura, os atrativos e a capacidade do município de receber visitantes. Quando uma cidade se torna elegível ao MIT, ela passa a receber recursos financeiros do governo estadual que devem ser utilizados exclusivamente em projetos e ações voltadas para o turismo. O MIT exerce diversos fatores, como: a quantidade de estabelecimentos turísticos, a oferta de serviços de hospedagem, eventos culturais e a capacidade de atrair turistas; serve como um incentivo às ações turísticas, promovendo a valorização da cultura local, além de estimular a geração de emprego e renda.

Emy Monte (repórter)
Késsia Santos (repórter)
Pedro Kiry (fotógrafo)
Dudu Aizza (fotógrafo)
Lara Marquês (fotógrafa)
Arlete Luzi ( Revisão ortográfica )
Stefany Carvalho (chefe editorial)
Yasmin Honorato (chefe de redação)
FOTO | Dudu Aizza
FOTO | Dudu Aizza
Entrevista: Késsia Santos e Emy Monte
Redatora: Yasmim Gomes
Edição: Stefany Carvalho e Yasmin Honorato
Matheus Luzi (coordenador geral do OFIJOR, supervisor de jornalismo)
Natália Nogueira (supervisora de redação/jornalismo)
Jhonata Lucena (supervisor de fotografia)

Andradina: Não Deixe a Cultura Ser Esquecida

Andradina, nossa querida cidade, sempre foi um lugar onde a cultura pulsava forte, onde as histórias de nossos avós ganhavam vida nas praças, nos festivais e nas rodas de conversa. Mas, aos poucos, essa riqueza parece estar se perdendo. Tradicionalmente conhecida por suas festas populares, seu artesanato único e sua música vibrante, Andradina hoje enfrenta um silêncio que preocupa.

As novas gerações, envolvidas pela correria do dia a dia e pela era digital, muitas vezes desconhecem os legados que construíram a essência de nossa cidade. Quantas histórias deixamos de contar? O quanto perdemos nesse meio tempo?

É comum que, por causa da urbanização desamparada, muitas cidades acabam esquecendo o essencial: a alma. A alma da cidade, que é composta por expressões artísticas, manifestações culturais, as histórias contadas... Onde antes havia música, dança, pintura e poesia, agora há vazios preenchidos por concreto e indiferença. O que vemos e presenciamos hoje é um silêncio que cresce cada vez mais.

Artistas locais são invisíveis no ver da população, justamente pela falta de políticas públicas efetivas e, fato, o abandono da arte é uma escolha com consequências profundas, logo ela quem faz a cultura vivida por todos. Quando uma cidade perde isso, perde parte de sua identidade também.

A cultura é o que nos conecta às nossas raízes, devido a ela entendemos o presente e imaginamos o futuro. Ela educa.

É preciso que entendam isso; que entendam que a arte não é um luxo, mas uma necessidade. Lugares desprovidos desse querer se tornam frios, vazios e esquecíveis com o tempo. Não é algo que pode ser tratado como “descartável”.

O nosso jornal, na verdade, é um convite e um apelo para que cada um de nós se reconecte com nossas raízes. Vamos valorizar o que Andradina tem de mais precioso: sua história, seu povo e sua cultura. Porque manter viva nossa identidade, é também cuidar de quem somos e de quem queremos ser.

Das editoras

Carvalho e Yasmin Honorato

editorial

“O cidadão que lê, escreve, ou busca a arte em diferentes aspectos, retém conhecimento”,

disse

o

vereador Luzimar à reportagem do Pupila Cult

Um assunto tão importante na criação de identidades, mas ao mesmo tempo, tão desvalorizado e destinto. A arte nos dá a oportunidade de nos expressar entrelinhas, ela transcende o utilitário, nos permite explorar mundos diversos e o mais importante, é ela quem faz a cultura.

Luzimar Rodrigues da Silva é um dos únicos romancistas da região, um vereador que sempre esteve presente na realização dos projetos culturais que ocorrem ou já ocorreram em Andradina. “Fico feliz em fazer parte dos “heróis da resistência” que não desistem da arte.”, ele nos conta.

Dentro da política, qual é a visão sobre a importância da arte?

Considerando que é escritor, Luzimar responde: “Faço parte da “Academia Andradinense de Letras” e posso dizer que o cidadão que lê, escreve, ou busca a arte em diferentes aspectos, retém conhecimento. É essencial levar a arte cultural para dentro das salas de aula, principalmente. Temos um projeto para o ano de 2025, que se baseia em incentivar o jovem a ler e escrever, crescendo com o conhecimento que a arte proporciona.”

Nos últimos 4 anos de mandato a Câmara Municipal teve a participação em diversos projetos, entretanto, as realizações deles foram poucas. Luzimar indicou por meio das emendas impositivas um valor de R$20.000 à uma associação cultural, todavia, foram projetos que não tiveram a divulgação por parte da Câmara Municipal.

Foi questionado sobre o projeto

citado para 2025: “Será suficiente a relação do orçamento (dado um pouco mais de 3 milhões investidos) no esporte, na cultura, no lazer e na juventude?”

“De fato, o projeto realmente existe e o investimento nele é alto. Porém, não se deve levar em consideração a quantia exigida nele e, sim, os detalhes como: quem irá realizar o projeto, onde acontecerá, quais são as entidades envolvidas e principalmente, como será sua divulgação. Divulgar é um fator que precisa ser melhorado. Há projetos que custam R$1.000, outros custam mais, então o valor de 3 milhões é alto.”, respondeu Luzimar.

No nosso projeto “Fala Povo”, entrevistamos uma dançarina de Andradina. Foram perguntas relacionadas aos projetos artísticos na cidade e suas respostas se mostraram deveras consignas:

“Teve uma apresentação de balé lá no Centro Cultural e o meu grupo foi se apresentar junto, porém tivemos que tirar a verba do nosso bolso. Para esse final de ano tem alguns projetos artísticos que ocorrerão na cidade e queria saber: a Câmara Municipal tem intenção de ajudar e apoiar esses artistas em sua participação?

“Para o final de ano de 2024 não há, pois a Câmara Municipal já está de recesso. Os projetos realizados, ou que ainda serão, foram organizados no começo do ano. Esse grupo de dançarinos e qualquer outro podem buscar ajuda dos vereadores no início do ano de 2025 falando sua proposta, organização, custos e outros detalhes para que então, se a proposta for aprovada, o vereador responsável indique a esse projeto sua emenda impositiva e assim, no final do próximo ano, a Câmara invista no projeto.”, contou o vereador.

Uma das pautas levantadas no projeto foi que nossa cidade, com o tempo, perdeu um pouco da sua arte e da sua cultura. Mas como cidadão de Andradina, notando as causas do desinteresse da parte jovem pela arte, Luzimar fala que hoje, dentro do município, tudo que é oferecido a um jovem é consumido, mas e quando não oferecem?

“O conselho que eu daria a um jovem hoje, principalmente na escola, é: fuja das distrações e busque aprender. Use os aparelhos eletrônicos para adquirir conhecimento e pesquisar sobre artistas e obras.”, orientou o professor e vereador Luzimar Rodrigues da Silva.

Acontece que, se não tem apresentações artísticas na cidade, o adolescente procura se divertir com outras coisas e isso acaba cortando o seu possível contato com a arte. Mas quando o município se dedica a fazer acontecer e divulgar esses tipos de projetos, de uma forma ou de outra, o público jovem se atrai. Pode até não ser por causa da “arte” e sim pela constância que eles têm contato com ela, mas no fim, ainda é sobre a arte, não?

Entrevista e redação: Wesley Costa Transcrição por: Wesley Costa Edição: Yasmin Honorato
FOTO | Pedro Kiry

Adoração e fé em cada nota: banda “M.D” e suas mensagens de superações

Abanda nomeada como “M.D”, pertencente à Igreja Manancial de Deus, nos trouxe o surgimento de sua história entre gerações. “Estou aqui há 4 anos, menos tempo que o Chrystian (baterista da banda M.D). A história dele dentro da nossa igreja é exemplar não só ao nosso ministério, mas em diversos outros! Quando o mesmo chegou aqui, entrou somente com a intenção de adorar, mas logo foi convidado para ficar na mesa de som. Então veio um interesse ali em aprender a tocar bateria por parte dele e juntamente, aquela barulheira que não gostávamos muito… Hoje, ele recebe convites para tocar em outras igrejas!”, disse um dos baixistas da banda. “A pastora acreditou em mim e passou a pagar aulas de bateria.”, expressou orgulhosamente Chrystian. “Nós já tivemos diversas formações. Entrei na segunda geração da banda, o Chrystian entrou na terceira e a Fernanda (uma das vozes da M.D) entrou na quarta. Eu me lembro muito

bem de como a Fer foi chamada. Ela cantou em nossa igreja e a sua voz mexeu com todos. Foi lindo! A pastora gostou e então fez o convi-

Quais os temas vocês transmitem através de suas músicas?

Maeldson Rangel (baixista da M.D): “Unicamente, a palavra de Deus.”

Como vocês veem o significado da música gospel na divulgação das mensagens cristãs?

Fernanda Koike (vocalista da M.D):

te.”, o baixista acrescentou.

“Quando ela me fez o convite, fiquei meio incerta de o aceitar. O pastor já havia me chamado também e isso me

“Importantíssimo! Eu já consegui trazer pessoas à igreja através de louvores que enviei. Não frequentavam igreja alguma, mas em um momento de desespero na vida delas eu enviei um louvor que tocou os seus corações e a partir dali, essas pessoas passaram a frequentar a igreja. O louvor prepara tudo.”

Qual a sensação de tocar no mundo Gospel?

Maeldson Rangel: “Ah, não tem coisa igual. Desde que eu comecei a tocar em igreja, eu sempre senti que era aquele meu chamado, tanto que não tenho mais aquela mesma vontade de antes em tocar, mas

fez perguntar: “Será que eu vou? Será que eu não vou?”. No final, eu vim! Mas comecei a me sentir um peixe fora d’água pois não tinha

credibilidade nenhuma, só quem acreditava em mim era a pastora. Cheguei até a mandar mensagem para ela dizendo que não queria par-

é diferente… Quando é para Deus você se sente como uma ferramenta; que é algo no qual está sendo útil.”

Quais conselhos vocês dariam a novas bandas ou novos artistas que desejam seguir esse gênero musical?

Fernanda Koike: “É algo que exerce muito o “querer” pois é preciso renunciar.”

Maeldson Rangel: “A música no espiritual é algo muito acatado, é muita oração e perseverança. As palavras chaves seriam:

Entrevista e redação: Yasmim Gomes | Transcrição e edição: Stefany Carvalho | Redação e edição: Yasmin Honorato

Jornal PUPILA CULT é uma realização da OFIJOR

A Oficina de Experiência

Prática de Jornalismo (OFIJOR) é um projeto social, educativo e profissionalizante desenvolvido pela Revista Arte Brasileira, com coordenação do jornalista andradinense Matheus Luzi.

A primeira edição aconteceu na Escola Estadual Alice Marques, de Andradina. O objetivo foi apresentar a profissão jornalística e suas nuances aos alunos do ensino médio, que receberam o desafio de produzir um jornal impresso em

uma semana. Os jovens, de 16 a 18 anos, produziram todo o conteúdo e se envolveram em boa parte dos processos de uma redação jornalística profissional (fotografias, entrevistas, redações, edições, produção, contatos comerciais, etc). Os alunos

tiveram o apoio e a supervisão de profissionais do jornalismo, da publicidade e propaganda e da fotografia.

Os conteúdos produzidos resultaram no PUPILA CULT, que agora chega gratuitamente

ticipar mais; que eu achava que estava atrapalhando o ministério e que eu não queria parecer um “fardo” para eles. Ela respondeu que eu não estava lá por ela gostar de mim ou pelo fato de sermos amigas, mas sim porque Deus havia mandado. Mesmo assim, pensei em recuar outras diversas vezes mais. Entretanto, orei para que se aqui fosse o meu lugar, que Deus justificasse isso.”, nos conta a vocalista. “Eu falei para ela que a mesma teve uma evolução muito grande durante essa trajetória, ela tem buscado cantar mais e reconhecer mais, é um exemplo assim como o Chrystian! E agora estamos com essa turma. Vez ou outra recebemos convites para tocar em outras igrejas. Na verdade, essa terceira geração do grupo está se reestruturando no momento. A segunda geração, mesmo com perrengues e desafios assim como qualquer outra banda, também eram muito bons.”, finalizou o baixista.

Oração e renúncia.”

“Você está começando agora no grupo principal, não? Nos conte sobre o que você acha de estar começando nele.”, perguntou Maeldson ao um dos novatos da nova geração da banda. “Isso está me ajudando a adquirir novas experiências ao tocar com outras pessoas e a improvisar em momentos necessários; momentos que às vezes imprevistos acontecem e temos que resolvê-los por conta própria.”, respondeu o novo guitarristas da “M.D” Vitor Munhoz.

à população andradinense no formato impresso (mil exemplares, tabloide) e para o público nacional no formato digital (PDF e em publicações no site da Revista Arte Brasileira).

A OFIJOR foi financiada

pela PNAB-2024 (Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura), com apoio do Governo de Andradina e realização do Governo Federal por meio do MinC (Ministério da Cultura).

Matheus Luzi, coordenador OFIJOR

FOTO | Pedro Kiry
FOTO | Jhonata Lucena
FOTO | Jhonata Lucena
FOTO | Jhonata Lucena
Alunos do Alice Marques desenvolve jornal no projeto OFIJOR
“Adoração e Fé”. entrevista com a banda M.D.
Alunos do Alice Marques desenvolve jornal no projeto OFIJOR
Alunos do Alice Marques desenvolve jornal no projeto OFIJOR

A Importância da Valorização dos Artistas Locais: O Legado do Palhaço Escovinha

Em Andradina o nome “Escovinha” é sinônimo de “alegria” e “conexão”. Mas por trás dessa figura tão querida interpretada por Denner Amorim existe uma história transformadora que vai muito além da comédia. “Escovinha” é mais que um personagem, ele é a alma de uma comunidade, a personificação de como a arte pode unir, educar e deixar um impacto duradouro nas pessoas. Seu enredo de vida, suas risadas e seu carisma contagiante mostram o papel fundamental dos artistas locais no fortalecimento de uma identidade cultural única e vibrante.

1. Nos conte sua história.

“Eu sou Denner Amorim, trabalho com teatro desde 1998 e me profissionalizei em 2001. Meu primeiro espetáculo foi parte de um projeto chamado “Teatro por um Mundo Melhor”, realizado aqui no interior de Andradina. Minha formação em teatro passou por diversas instituições, como a UEL (Universidade Estadual de Londrina) e outras escolas importantes, além de oficinas pelo Sesc São Paulo e outros lugares. Já viajei por mais de 3.000 cidades com minha arte, e também escrevi cerca de 15 espetáculos ao longo da minha carreira. Fundei e atuei em grupos de teatro, como o “Certeza Arte” e “Folhas”, em São Paulo, e mais tarde fui para o universo do circo. Fiz a Escola Nacional de Circo e trabalhei em vários deles. Atual-

coluna

Maternidade inspira cantora

Gabriela Rocha a lançar novo álbum infantil

mente, viajo com o espetáculo “De Cadeira Alegria”, que faz parte do projeto “Alegria Estrada Fora”, promovendo cultura e arte na região. Além disso, tenho orgulho de viver exclusivamente da arte, algo desafiador no interior.

2. O que significa a arte performática para você?

Acredito que a arte performática é a capacidade de criar experiências marcantes e transformadoras. Atualmente, ficou mais fácil criar performances porque temos mais recursos à disposição. Antigamente, tudo era manual, lembro de quando criei meu projeto de pirofagia em Andradina, em 2005. Tive que fazer as tochas à mão e treinar mais de 10 pessoas. Sempre busquei integrar diferentes expressões artísticas – músicos, DJs, atores – em meus projetos,

Valorizar artistas como “Escovinha” é um passo essencial para garantir que a arte continue nas comunidades. Eles não são apenas entretenimento, são os verdadeiros embaixadores da identidade local. A trajetória de Denner Amorim nos lembra que a arte tem o poder de transformar não só a vida dos artistas, mas também a de todos ao seu

promovendo colaborações que enriquecem a arte. A arte performática é também um espaço de serviço e doação. Um artista de verdade não só brilha, mas permite que outros brilhem ao seu lado. Quando você se encontra como artista e está pronto para servir e compartilhar, você alcança a essência da arte.

3. Como a visibilidade da arte em Andradina pode melhorar?

Eu acredito que, para melhorar a visibilidade da arte em Andradina, os artistas precisam parar de se “achar” e começar a se “encontrar”. Muitas vezes, falta parceria e colaboração entre os próprios

artistas, o que prejudica o desenvolvimento da cena local. Também é importante formar novos grupos e criar projetos contínuos. Por exemplo, no passado, conseguimos mobilizar muitos artistas para atuar em projetos como “Alegria Estrada Fora”. Hoje, vejo iniciativas como o “Palco Escola”, no Maria Vera, que estão resgatando o interesse pelo teatro entre os jovens. Além disso, precisamos de mais incentivos, capacitações e espaços para apresentações. Acredito que a chave está em deixar o individualismo de lado e pensar no coletivo. Isso pode atrair mais pessoas e criar um legado duradouro para o teatro e as artes em coletivo.

redor. Por isso, é preciso mais do que aplausos, é necessário apoio e reconhecimento vindos de todos nós. Ao celebrar e apoiar nossos artistas locais estamos ajudando a construir um futuro mais criativo, mais unido e mais forte, afinal, cada risada do “Palhaço Escovinha” é um lembrete de que a arte tem o poder de tocar e transformar novas fases.

Entrevista: Késsia Santos, Emy Monte | Transcrição por: : Stefany Carvalho, Yasmin Honorato

A cantora e compositora Gabriela Rocha, hoje é uma das maiores vozes da música gospel no Brasil. Seu canal no YouTube conta com mais de 4 bilhões de visualizações e 9,4 milhões de inscritos, sendo assim o maior canal entre os artistas do meio gospel. Recentemente, ela lançou o seu mais novo álbum “Pequenos Levitas”, voltado principalmente ao público infantil, mas que encanta todas as famílias. A inspiração para o projeto veio da chegada de seu primeiro filho, Levi.

Em uma de suas últimas entrevistas, Gabriela destacou que o principal objetivo do álbum é criar momentos especiais entre pais e filhos, tornando a adoração a Deus algo natural na vida das crianças. Fugindo das tradicionais canções de ninar, muitas vezes associadas a mensagens negativas ou assustadoras, o álbum apresenta faixas como “A Bênção” (uma versão de The Blessing do Elevation Worship) em um formato calmo e cativante para os pequenos. A música, ao meu ver, é uma forma essencial de expressar o aprendizado, e é inspirador ver a dedicação de Gabriela Rocha ao unir adoração e infância. Além das músicas cuidadosamente adaptadas para crianças, o álbum também inclui uma produção visual encantadora. As ilustrações, criadas em colaboração com profissionais e estudantes, simulam desenhos infantis como se uma criança estivesse por trás dos traços. No mundo gospel, ainda são raros os projetos que relacionam música infantil com adoração. É ainda mais raro ver artistas renomados se dedicando a esse tema. Por isso, é gratificante saber que Gabriela Rocha, movida pela maternidade, abraçou essa missão. Agora, lares cristãos (e não cristãos) têm a oportunidade de ver os seus filhos crescerem em um ambiente de louvor; com músicas especialmente feitas a eles.

A música é universal e tem o poder de unir pessoas de todas as idades. Quando utilizada como instrumento de adoração, ela pode transformar vidas, nutrir o espírito e criar memórias que duram para sempre. Gabriela Rocha, com sua sensibilidade e dedicação, nos lembra da importância de introduzir essa linguagem desde cedo na vida dos pequenos. O álbum “Pequenos Levitas” não é apenas um presente para os pequenos, mas também um legado para famílias que buscam fortalecer laços através da fé e da música.

Edição:

Colunista: Wesley Santos
Stefany Carvalho e Yasmin Honorato
FOTO | Dudu Aizza
FOTO | Dudu Aizza

PUPILA CULT conversou com alguns cidadãos andradinenses sobre as artes locais; veja as respostas

A arte em Andradina muitas vezes passa despercebida e quem trabalha com ela, acaba enfrentando inúmeras dificuldades ao querer visibilidade. Conversamos com o público da cidade para entendermos como eles veem a cultura local, os espaços disponíveis e de que forma participam das iniciativas artísticas. Será que Andradina dá a devida atenção à sua cena cultural? Iremos ver o que o povo tem a dizer.

Como você avalia a cena artística em Andradina atualmente?

As opiniões dos moradores indicam insatisfação com a situação atual, embora alguns reconheçam sinais de melhoria:

“A cena é bem limitada, faltam opções e apoio.”

“Poderia ser melhor, mas está começando a melhorar.”

“Não tem muito o que avaliar, quase nada acontece.”

“Sinto que falta mais incentivo da prefeitura e mais visibilidade.”

As respostas reforçam a necessidade de maior incentivo e atenção ao setor artístico.

Quais são os principais espaços culturais da cidade?

Ainda que exista alguns locais para eventos, muitos entrevistados destacaram a falta de espaços

dedicados exclusivamente à cultura:

“Tem o centro cultural e algumas escolas que fazem eventos.”

“Não tem muitos, mas alguns centros culturais se esforçam.”

“Eu diria que são as escolas e espaços improvisados.”

“Os principais são os centros culturais e a praça central.”

Os entrevistados veem potencial nos espaços já existentes, mas considera a infraestrutura insuficiente para as demandas culturais.

Existem projetos ou eventos que incentivam a produção artística local?

A produção artística na cidade ainda é tímida, com eventos esporádicos e pouca divulgação, segundo os relatos:

“Alguns eventos esporádicos, mas não são contínu-

os.”

“Tem, mas são bem pequenos e com pouca divulgação.”

“Pouca coisa acontece, a cidade poderia fazer mais.”

“Existem projetos, mas o apoio é muito fraco.”

A falta de continuidade e a pequena visibilidade são desafios que precisam ser enfrentados.

A arte em Andradina reflete a cultura da região? Apesar das dificuldades, os moradores reconhecem que a arte local reflete, ainda que de forma limitada, na cultura da região:

“Sim, mas é algo bem limitado. Poderia ser mais.”

“Até tenta, mas não é bem explorada.”

“Sim, mas é difícil de ver, pois é pouca coisa.”

“Acho que poderia refletir mais, se tivesse mais espaço.”

Com mais incentivo, as possibilidades de explorar melhor a riqueza cultural da cidade seriam extensas.

Como a população participa das iniciativas culturais da cidade?

A participação da comunidade é considerada minoria, mas os entrevistados apontam que isso ocorre principalmente pela falta de divulgação:

“Pouco, porque falta divulgação.”

“A participação é baixa, as pessoas não sabem o que acontece.”

“Se houvesse mais eventos, com certeza mais gente participaria.”

“Muita gente não participa porque não sabe o que está acontecendo.”

Uma comunicação mais eficiente poderia atrair mais pessoas às iniciativas culturais.

Conclusão da Repórter:

As respostas que ouvimos mostram que há uma certa vontade de ver mais arte na cidade vinda do próprio povo, mas faltam apoio e divulgação. Mesmo que já existam alguns espaços e eventos, a cultura local ainda não tem o grande destaque que poderia ter. Se as cidades investissem mais nesse setor e criassem mais oportunidades, a população com certeza teria maior envolvimento e a arte, com certeza teria maior espaço para poder crescer.

CHARGE | Dudu Aizza
Entrevista: Yasmin Gomes, Wesley Costa e Emy Monte | Redatora: : Emy Monte | Transcrição: Stefany Carvalho | Edição: Stefany Carvalho e Yasmin Honorato
FOTO | Lara Marques
FOTO | Lara Marques
FOTO | Lara Marques
FOTO | Lara Marques

O Lado Desconhecido da “Terra do Rei do Gado”

Assim como qualquer outro lugar, histórias e curiosidades são deixadas para trás e acabam caindo no esquecimento ou até sendo enterradas com a verdadeira essência da cidade. Ainda assim, o “existir” para elas sempre retorna para que possamos nos lembrar de como o lugar onde nascemos e crescemos surgiu.

A Paróquia “Nossa Senhora das Graças”:

A Paróquia “Nossa Senhora das Graças” foi criada oficialmente em 1º de janeiro de 1960 através de um decreto assinado por Dom Henrique Gelain. Antes da construção da igreja definitiva, um antigo barracão que servia como serraria foi adaptado em apenas sete dias para abrigar a comunidade e realizar a primeira missa conduzida pelo Pe. Vicente Martins Vanin, que acabou se tornando o primeiro vigário da Paróquia. O atual templo foi inaugurado em 5 de dezembro de 1965, no formato que vemos hoje.

Durante as comemorações de seus 60 anos em 2020, houve a produção de uma revista paroquial que deu destaque a essa história. 17 comunidades fazem parte da Paróquia, da celebração de várias missas e das atividades

pertencentes a Diocese de Araçatuba.

A matriz está situada na Rua Jesus Trujillo, 1110, no centro da cidade. Além de ser um espaço religioso é um ponto turístico que representa a espiritualidade, a união comunitária e o desenvolvimento histórico da região. Uma curiosidade interessante sobre a Paróquia “Nossa Senhora das Graças” é que a sua transformação foi um feito demonstrativo da união e do esforço coletivo de moradores na criação de um espaço sagrado que hoje é um marco importante da cidade. A sua história de superação e perseverança tornou comum a impressionante reação dos visitantes devido ao papel que a comunidade desempenhou na rápida construção da Paróquia e no fortalecimento de sua identidade religiosa.

As dificuldades enfrentadas pelo “Rei do gado” na construção de Andradina:

Essa é uma história interessante, passada pela própria família do “Antônio Joaquim de Moura Andrade”, fazendeiro com maior criação de gado do Brasil que fundou Andradina. Naquela época, não existiam transportes próprios que pudessem levar animais pesados como bois até outro estado. A única forma utilizada era a condução: tocavam milhares e centenas de bois em cima de cavalos entre os matos.

Mas quando começaram a surgir os primeiros caminhões de transporte, Antônio Joaquim de Moura Andrade fez um pedido ao governo: que pudessem construir estradas em Andradina onde os caminhões pudessem passar. O governo então negou, alegando não terem verba o suficiente para a construção dessas estradas.

Antônio Joaquim de Moura Andrade não ficou contente com o “não” vindo do governo e por si só, construiu mais de 500 km de rodovias e estradas com o próprio dinheiro.

O PUPILA CULT registrou algumas das obras artísticas espalhadas pela nossa cidade. São esculturas e pinturas conhecidas pelos andradinenses e, com o desenvolvimento turístico, serão vistas e apreciadas também pelos turistas. Veja:

Arte de Lincoln Brown, localizada abaixo do viaduto Miguelão | foto: Dudu Aizza

Escultura de Adélio Sarro, localizada no Centro Cultural | foto: PedroKiry

Escultura de Adélio Sarro, localizada no Centro Cultural | foto: Dudu Aizza

Escultura de Osmar Francisco de Oliveira em homenagem à Orensy Rodrigues da Silva, localizada na Praça Moura Andrade | foto: Pedro Kiry

Escultura de Osmar Francisco de Oliveira, localizada na Praça Moura Andrade | foto: Dudu Aizza

Escultura de Adélio Sarro, localizada na Praça Memorial Adélio Sarro (praça do TG) | foto: Pedro Kiry

Escultura de Adélio Sarro, localizada na Praça Memorial Adélio Sarro | foto: Dudu Aizza

CAÇA-PALAVRAS

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