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BOLETIM INFORMATIVO DO PROGRAMA NOVAS ALIANÇAS NOVEMBRO DE 2012
n vas ALIANÇAS EDITORIAL
SANEAMENTO NADA BÁSICO
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Apenas 39,58% das escolas do País possuem serviços de esgoto. Crianças que vivem ou estudam em área sem saneamento têm redução de 18% no aproveitamento escolar. Fonte: Instituto Trata Brasil
Brasil que ocupa a posição de sexta maior economia mundial é o mesmo Brasil classificado em 9º lugar no “ranking mundial da vergonha”, com mais de 13 milhões de habitantes sem acesso a banheiros. O resultado do estudo Progress Sanitation and Drinking Water (Progresso em Água Potável e Saneamento), realizada em 2010 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Unicef, retrata um país que por anos desconsiderou a importância das políticas de saneamento básico para o desenvolvimento social e agora precisa correr atrás de soluções para mudar o presente e o futuro. Os dados surpreendem: de acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, em 2010, 62% do esgoto gerado no país não era tratado e de acordo com o IBGE, em 2011, apenas 29% das cidades brasileiras contavam com algum tipo de sistema de tratamento de esgoto. As crianças são uma das principais vítimas desse cenário: por se encontrarem em estágio peculiar de desenvolvimento, são consideradas, juntamente com os idosos, mais vulneráveis a doenças infecciosas do que o resto da população. Além de afetar o bem estar e a saúde, a ausência de serviços de saneamento impacta, entre outras coisas, o aprendizado de meninos e meninas. De acordo com o Instituto Trata Brasil, organização que atua para mobilizar e incentivar o debate público em torno da universalização dos serviços de esgoto, crianças que vivem ou estudam em área sem saneamento têm redução de 18% no aproveitamento escolar. É importante pontuar que são os municípios os principais responsáveis pela gestão e execução das ações e políticas de saneamento básico. A lei federal 11.445 de 2007, também conhecida como lei nacional do saneamento básico, estabelece as diretrizes nacionais destas políticas e apresenta de forma clara o papel daqueles que devem oferecer os serviços públicos de saneamento. De acordo com a legislação, são quatro tipos de serviços: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Nesta edição, o boletim Novas Alianças pretende apresentar o funcionamento da política de saneamento básico e as responsabilidades do município para sua execução, como o Plano Municipal de Saneamento que deve ser construído até 2014. O material ainda chama a atenção para importância da participação social tendo em vista a construção de propostas adequadas a cada realidade e para as formas de financiamento disponíveis para estruturar esses serviços.
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