Catalogo I.F. CENTENARIO

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PROJETO RE.VOU.VER /

Coordenaçãogeral, bibliografia e iconografia

Elizabeth Fiuza Aragão

Curadoria de Arte

Ignês Meneleu Fiuza

Expografia , design, comunicação e montagem

Tulio Paracampos

José Sinval Neto

Assessoria de Imprensa

Iratuä Freitas

Colaboradores

Camila Fiuza

César Fiuza Neto

Ronaldo Fiuza

Textos

Angela Pinheiro

Elizabeth Fiuza Aragão

Jordete Franco

Roberto Galvão

Graciele Siqueira

Fotografia

Leo Soares

RE.VOU.VER

Antes de partir, Ignez alimentava o sonho de promover uma grande exposição com o intuito de vasculhar, trazer à tona os artistas e a arte de 40 anos da Galeria Ignez Fiuza. Já tinha até nome: “REVOLVER”.

HOJE, a família resgata a chama da RE(VOU)VER, em homenagem à Ignez acentuando o seu protagonismo para o desenvolvimento da arte e cultura do Ceará, ao tempo em que acrescenta aspectos biográficos. Ao assim fazer, sentese invadida por três sentimentos não excludentes.

Empolgação – Descortinar o acervo de catálogos, convites, material jornalístico e fotos de cada um dos mais de 200 eventos promovidos pelo espírito inquieto de Ignez, resgatar histórias junto aos artistas e amigos é compreender a grandiosidade e magnitude de seus feitos e realizações.

Melancolia – Perceber que o movimento de Ignez em Fortaleza faz parte de um passado ao mesmo tempo rico e glamouroso.

Realização – Materializar um sonho que torna possível a divulgação do legado de Ignez a inspirar as novas gerações.

Viveu intensamente para a Arte, pois acreditava que “mesmo que nossa cultura não valorize o emocional, a arte não deixa de ser a história emocional da humanidade”;

EDUCAÇÃO DO MERCADO DE ARTE NO CEARÁ

Quando dava meus primeiros passos no mundo das artes visuais, alguém me disse que o movimento cultural de Fortaleza era tocado por três mulheres: Heloísa Juaçaba, Lorena Araújo e Ignez Fiuza. Uma centrava suas ações mais no campo da infraestrutura, outra no apoio a jovens artistas e a terceira atuava no inexistente mercado de arte. D. Heloísa ajudou a criar várias instituições culturais, entre elas o MAUC e a Casa de Raimundo Cela; D. Lorena criou a Galeria Gauguin, onde dei aulas de arte para jovens e primeiro vi exposição individual de Marcus Francisco, Regina Cavalcante, Joaquim de Sousa entre outros; e D. Ignez estabeleceu o Recanto do Ouro Preto, um dos primeiros antiquários da cidade, e a Galeria Ignez Fiuza, onde foram apresentados ao mercado de arte local artistas como Raimundo Cela e Vicente Leite; Cícero Dias; Tomie Otake, Burle Max e Iberê Camargo entre tantos.

Para compreender melhor o valor da atuação de Ignez Fiuza, vale lembrar que trabalhar com cultura e qualquer modalidade de arte é viver no deserto. É um terreno árido. A vida dos artistas e dos comerciantes de arte é complexa. Parece existir um certo pudor em relacionar arte com o mercado quando, na verdade, sem o consumo das obras artísticas jamais teremos uma produção realmente significativa. “Como ser artista sem ter um destino para o que se produz? O resto é sonho ou diletantismo”, bem dizia Aldemir Martins.

O certo é que trabalhar com cultura pressupõe coragem, tenacidade, desprendimento. Nesse campo é necessário disposição de enfrentar o desconhecido; audácia de se abrir para o novo; ousadia de pensar o inimaginável. Estas qualidades D. Ignez possuía. Quem conviveu com ela sabe. Um atributo forte nela era a não complacência. Jamais, em suas ações culturais, era complacente. No seu modo natural de ser, D. Ignez construiu hábitos estéticos e estruturas de gosto na sociedade que levaram a posturas saudáveis. Isso não é pouco.

Além de comerciante, D. Ignez foi uma arte educadora. Embora arte não se ensine, ela levou a sociedade a um exercício de inteligência para pensar uma obra de arte. Estabelecia um discurso inteligível que permitia ao espectador e/ou consumidor decodificar as linguagens propostas pelos artistas na construção de sentido. D. Ignez orientava, estimulava, mostrava exemplos.

Do seu jeito, através de exposições, palestras e cursos que promoveu em sua galeria, D. Ignez ensinou a ler as obras de arte, a perceber a sua importância, a observar de mil maneiras, a perscrutar, a interpretar tentando compreender seus segredos, tentando retirar das obras de arte a sua poética. Agindo assim, o comprador ou apenas observador, aprendia a alcançar o real valor das obras, de certo modo independente da sua potencialidade financeira. Esse legado importantíssimo D. Ignez nos deixou.

Roberto Galvão Artista Plastico e Historiador

No mês em que celebra o Dia Internacional da Mulher, o Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (Mauc) recebe a exposição Ignez Fiuza Re-VouVer, celebrativa à efeméride do centenário de nascimento de Maria Ignez Gentil Barbosa Fiuza.

Dona Ignez Fiuza escreveu o seu nome na história da arte e da cultura no Ceará. Num campo, assim como em tempos atuais, predominantemente masculino, a marchande revolucionou e profissionalizou, a partir da década de 1970, o mercado de arte local. Com espírito desbravador e um olhar sensível e crítico, realizou aproximadamente 200 exposições artísticas de esculturas e pinturas em suas galerias de arte, abrindo também espaço para performances efêmeras e instalações contemporâneas.

Apreciadora e estudiosa da arte nas suas mais diversas expressões e dimensões, incentivou a produção artística local e nacional, abriu espaço tanto para jovens quanto para artistas renomados em suas galerias e “movimentou” a cena da arte e da cultura em Fortaleza por mais de quatro décadas. Pelos seus grandes feitos, é reconhecidamente uma mulher pioneira que sempre esteve à frente do seu tempo estabelecendo pontes, laços e afetos entre artistas do eixo Rio-São Paulo e a sociedade local.

Esta exposição in memoriam é resultado de uma revisão cuidadosa e afetuosa do seu último projeto de vida dedicado às artes visuais e conta com o olhar carinhoso de familiares, de amigos e de profissionais de diversas áreas do conhecimento e da cultura. É ainda um estímulo e incentivo para reconhecermos o papel e a presença aguerrida de mulheres que transformam as artes visuais num campo promissor e inquietanterrida de mulheres que transformam as artes visuais num campo promissor e inquietante.

O DOCUMENTÁRIO

O documentário Uma Mulher Inezquecível, a exemplo da Mostra ReVouVer, constitui uma das ações comemorativas do centenário de Ignez Fiuza. Nele, o pioneirismo e a sensibilidade da marchande em diversos segmentos da arte, cultura e empreendedorismo é mostrado em consonância com os aspectos da vida pessoal que se entrelaçam de forma lúdica com as vivências familiares.

WILSON NETO E O PRESS KIT

Wilson Neto foi o ultimo dos artistas a trabalhar com Ignez Fiuza. Em setembro de 2010, suas obras compuseram a mostra "Traço Ponto Arte" onde Wilson Neto e Vera Dessart juntam desenho e bordado e expõem no Escritório de Arte Ignez Fiuza. Ele é o criador do desenho para o Press Kit da exposição ReVouVer onde agrega elementos identitários do Ser Ignez.

Uma recepção ao gosto de Ignez Fiuza.

Um recanto de extremo bom gosto, onde as peças preciosas provam a fidalguia nordestina esse ‘‘Recanto de Ouro Preto’’ é uma surpresa encantadora.

Primeiro comentario registrado no Livro de Ouro.

Rachel de Queiroz / 1964

Galeria Ignez Fiuza em números / 1970...2010

Mostras Individuais - 107

Mostras Coletivas - 54

Mostras Temáticas - 14

Mostras Além Fronteiras -03

Palestras - 06

Cursos - 01

Debates - 02

Lançamento de Livros - 16

Eventos Culturais - 06

Leilão - 01

Tributos - 03

Publicação - 01

Homenagens recebidas - 05

RECANTO DE OURO PRETO

1970 à 1978

1978 à 1982

1982 à 1986

GALERIA IGNEZ FIUZA

1986 à 2000

Ajustes na identidade visual, aconteciam normalmente por ocasião na mudança de endereço ou requalificação do espaço

galeria ignez fiuza
galeria Ignez Fiuza

Aderson Medeiros, Afonso Lopes, Aldemir Martins, Alfonso Fortuna, Antônio Bandeira, Ascal, Barrica, Bruno Pedrosa, Burle Marx, Calasans Neto, Carmélio Cruz, César Fiuza Jr., Chico Da Silva, Claudio Tozzi, Fayga Ostrower, Floriano Teixeira, Francisco Rebolo, Hélio Rola, Heloisa Juaçaba, Jacques Matter, José Guedes, José Mesquita, José Tarcisio, Luiz

Aquila, Manoel Graciano, Manoel Santiago, Maurício Cals, Milton Dacosta, Nearco Araújo, Otto Cavalcanti, Pierre Chalita, Renina Katz, Roberto Galvão, Sebastião De Paula, Sérgio Lima, Sérvulo Esmeraldo, Siegbert Franklin, Sônia Ebling, Stênio Burgos, Tomie Ohtake, Vera Sampaio Dessart, Vicente Leite, Wilson Neto, Zenon Barreto.

Artistas expostos em RE.VOU.VER com obras que marcaram o percurso da Marchande Ignez Fiuza.

‘‘O belo me orienta’’

Como o sonho de trabalhar com Arte permanece em mim, resolvi junto com meus filhos e amigos celebrar o tempo com ela vivido.

Na verdade é a força da Arte que nos impulsiona a Revolver os alfarrábios da memória, o passado que permanece e que as pessoas teimosas como eu não hesitam em soprar a frágil chama deste suspiro, sem deixar apagá-la.

Diante disso ousamos Revolver, resgatar momentos de tantos anos atrás, ocasiões de encontros descontraídos, aprazíveis, gostosos, preciosos, como se fossem amorosos, que juntos muitas vezes tivemos a oportunidade ou a chance de viver em torno da Arte.

Trecho da carta convite da mostra REVOLVER, não realizada, idealizada para 2015, por Ignez Fiuza.

IGNEZ, MULHER MULTIPLA.

Muitos foram os talentos natos de MARIA IGNEZ GENTIL BARBOSA FIUZA. Tendo a vida como sua principal escola, ao longo dos seus 92 anos, diversificou-os e multiplicou-os.

Fez da coragem, sua pulsão; do desafio, a fonte de criatividade e inspiração; do trabalho, notadamente o trabalho com arte, o sentido maior de sua existência.

Além de grande fomentadora das Artes Plásticas, atuando como marchande por mais de 40 anos, Ignez foi pioneira, em Fortaleza, de vários segmentos como ornamentação de festas e cerimônias públicas, decoração de interiores, teve o primeiro antiquário de Fortaleza, Recanto de Ouro Preto, e foi a primeira cerimonialista do governo do Ceará, a convite de Virgílio Távora, em seu primeiro mandato.

Seu lado empreendedor a levou a fazer parte do grupo de lojistas do primeiro shopping de Fortaleza, com a Mil Coisas e, posteriormente, a investir em loja de móveis e decoração, a Espaço e Ambientação. Sempre antenada, vislumbrava oportunidades e nelas se empenhava para obter êxito. Foi assim que, ao perceber a potência da Praia de Iracema com seu movimento cultural, gastronômico e de lazer, em 1993 integrou-se ao lugar com o bistrô La Bohème.

Em todas as atividades que exerceu e mesmo em atividades rotineiras de seu dia a dia, Ignez era obcecada pelo Belo, no sentido da perfeição, do alinhamento correto dos elementos, em consonância com um apurado senso estético, haja vista a forma impecável com que se vestia ou arrumava sua casa e a dos outros. Mas, contraditoriamente, o Belo, para Ignez, podia assumir, por vezes, um equilíbrio aparentemente desequilibrado. Nisso, se incluíam a irreverência e a insubordinação aos cânones tradicionais, contanto que fossem tratados com elegância e bom gosto.

Ousada, harmonizava o universal com o regional; o sofisticado com o simples; o refinado com o rústico, o tradicional com o moderno. Sua alma livre e o seu fazer de artista possibilitavam simbioses tão dissemelhantes quanto as das expressões artísticas modernas; tão afoitas quanto as da arte contemporânea, chegando a provocar estranhamento às pessoas.

Gostava de juntar no mesmo local, os artistas de renome do circuito nacional, os artistas locais já consagrados e os novos talentos de forma afetuosa e festiva para que houvesse compartilhamento de saberes, tendencias e o fazer artístico. Ser indicado ou chancelado por Ignez Fiuza era sinal inconteste de legitimidade e seriedade da obra e do artista.

A Galeria Ignez Fiuza funcionou na Rui Barbosa 578 (1960-1980), Desembargador Moreira 1135 (1980-1986), Desembargador Moreira 975 (1986-1993), Praia de Iracema (1993-2003) e Varjota (2005-2009). Além das artes plásticas, atividade fim, esses espaços sempre serviram de palco para outras manifestações artístico culturais como música, literatura, poesia, dança, moda, lançamento de livros e leilões de arte.

Onde quer que Ignez se instalasse, metamorfoseava e dava novo vigor, energia e vibração ao espaço e seu entorno, misturando atividades e envolvendo pessoas distintas num mesmo propósito.

O bar Boquinha da Noite, na Des. Moreira, era uma extensão de sua galeria de arte. Às sextas-feiras movimentava os artistas plásticos, os frequentadores da galeria e o público passante para desfrutar, ao som de voz e violão, de comidas típicas. No mesmo quadrilátero, fomentou a primeira Feirinha de Antiguidades, atraindo outro tipo de público.

Na Praia de Iracema, rua dos Tabajaras 380 agregou ao restaurante/ bistrô La Bohème a, Galeria de Arte Ignez Fiuza e o Antiquário onde também se ouvia música de qualidade.

O clima de encantamento marcou os tempos áureos da boemia do lugar, dizem saudosos os antigos frequentadores. Também na Praia de Iracema, fez parte do Clube Gourmet, articulou ações junto aos empresários. e se envolveu com os problemas sociais da área, trazendo crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade para aulas de pintura, por meio do Instituto Ignez Fiuza. Chegou a liderar o movimento em prol da manutenção do reduto de gastronomia, cultura e diversão da Praia de Iracema no final da década de 1990.

Ignez sempre foi atraída por desafios. No final de sua vida, matriculou-se num curso de Filosofia e tornou-se também, aluna do curso Literatura e Memória. Deste último, nasceu o livro “Jogando Conversa Fora” que escreveu aos 90 anos para familiares e amigos.

E, assim, foi Ignez, múltipla, diversa, intensa e surpreendente.

NASCIMENTO E FAMÍLIA

Maria Ignez Gentil Barbosa Fiuza nasceu no ano de 1924, em Fortaleza, sendo a quarta filha de Nestor Barbosa e Anita Gentil Barbosa. Na infância, a família morou no bairro de Jacarecanga, mas era no Benfica, no casarão do avô materno José Gentil de Carvalho, hoje sede da reitoria da Universidade Federal do Ceará, que Ignez, irmãos, tios e primos juntavam-se semanalmente nos encontros da família extensa e as crianças podiam brincar sob as frondosas mangueiras da casa-sítio.

EDUCACÃO

Ignez, como todas as crianças do seu tempo, aprendeu as primeiras letras e o conteúdo do ensino primário no ambiente doméstico. O exame de admissão foi realizado na escolinha da Professora Diva Cabral. Em seguida, Ignez, seguindo a tradição das meninas-moças da família Gentil, foi enviada para o colégio Sion, em Petrópolis, para completar o ginásio.

CASAMENTO E FAMILIA

No ano de 1951, Ignez casa-se com o médico anestesista, César Fiuza, sendo a primeira moradia do casal uma casa na Praia de Iracema, na localidade onde hoje se encontra o bar Mincharia. Dessa união, nasceram cinco filhos: Elizabeth, Ticiana, César Júnior, Marcílio e Luiz Eduardo.

RECANTO DE OURO PRETO

ANOS 60 – De volta de Ouro Preto, quando viajou com marido, Dr. César Fiuza, nos primórdios da década de 1960, Ignez trouxe uma pequena roca na mão. Fascinada com a arquitetura colonial e o barroco das obras sacras da cidade histórica mineira, chegou decidida a criar o primeiro antiquário de Fortaleza. Instalou-o nos fundos do quintal de sua residência, localizada na Rui Barbosa, 578, e o batizou de RECANTO DE OURO PRETO.

DECORAÇÃO

Com a doença e morte prematura do marido, e cinco filhos pequenos, Ignez resolve transformar em valor de troca o talento nato para ornamentar festas de aniversários, bailes de clubes, cerimônias públicas. Mercantilizou também seu bom gosto para decorar interiores de residências, tornando-se referência de bom gosto, criatividade, funcionalidade e beleza.

CERIMONIAL

1966 – Ignez Fiuza a convite do governador Virgílio Távora (1963-1966) ocupa o cargo de primeira cerimonialista do governo do Ceará, permanecendo até 1973. Sua atuação foi abrangente, ia desde a recepção no aeroporto de autoridades e convidados do governo ao controle do cardápio dos eventos. Dava acesso ao visitante das belezas naturais da terra, sendo a viagem de jangada, uma das mais emblemáticas e inseria os convidados no contexto sócio cultural da cidade.

Entre 1960 a 1973, Ignez trabalhava concomitantemente no Cerimonial, Ornamentação, Decoração e Antiquário, muitas vezes, ao longo dos três expedientes do dia.

GALERIA RECANTO DE OURO PRETO / GALERIA DE ARTE IGNEZ FIUZA

1970 – Incentivada pelo artista plástico, Floriano Teixeira, inaugura uma das primeiras galerias de arte do Ceará, construída em área contigua à do antiquário e a denomina de GALERIA RECANTO DE OURO PRETO. A galeria funcionou por mais de quatro décadas, vindo a ser um equipamento de arte reconhecido por sua seriedade no plano local e nacional.

ATIVIDADES LOJISTAS

1974 – Ignez, dando vazão ao seu espírito empreendedor, abre a MIL KOISAS, uma das lojas do primeiro shopping center de Fortaleza com artigos de decoração e presentes.

Início dos anos de 1980 - Ignez inaugura a loja ESPAÇO E AMBIENTAÇÃO, especializada em objetos de decoração e móveis. Veio a ser representante dos móveis Inovater no Ceará.

MUDANÇA DO NOME DA GALERIA, MUDANÇA DE LOGO

1976 – A partir da sugestão do artista plástico, José Tarcísio, Ignez muda o nome e a logo da galeria de Recanto de Ouro Preto para GALERIA IGNEZ FIUZA.

GALERIA IGNEZ FIUZA

1980 – A Galeria Ignez Fiuza muda-se do espaço doméstico da residência de Ignez para uma loja de rua, firmando-se na Desembargador Moreira, 1135, onde funcionou até o ano de 1986.

1986 – A Galeria é transportada para outra loja na rua Desembargador Moreira, 975. Ali, Ignez construiu um espaço sofisticado, dotado de piso de mármore, com equipamentos apropriados para a fixação das obras, com largas vitrines de vidro, que chegavam a ocupar duas esquinas, de modo a possibilitar o olhar do público passante na calçada às obras instaladas no interior.

É no período de funcionamento na Desembargador Moreira, 975 que a Galeria atinge o tempo áureo de reconhecimento e atuação. Ali, são comemoradas, em grande estilo, quatro datas demarcadoras da maioridade da Galeria, os 18 anos (Exposição Volpiana, julho de 1988), 20 anos ( Exposição Artistas da Casa, julho de 1990 ), 21 anos ( Estamos em Festa com programação de 10 a 26 julho de 1991), 23 anos ( Coletiva com os seguintes artistas de destaque no cenário nacional: Burle Max, Carlos Bracher, Cláudio Tozzi, Iberê Camargo, Luiz Aquila e Tomie Ohtake, agosto de 1993).

Ignez sente-se fortalecida como marchante e acredita na solidez de suas tantas iniciativas. Chegava a fazer uma exposição por mês. Havia um público consumidor expressivo que era resultante do crescimento da cidade, da construção de novas residências e da parceria benfazeja da galeria com os arquitetos.

FEIRINHA DE ARTE E ANTIGUIDADES

1992 - Ignez Fiuza lidera e promove a primeira Feirinha de Arte e Antiguidades, ladeando o espaço do, hoje, Jardins Open Mall.

BAR BOQUINHA DA NOITE

1992 – Início do bar BOQUINHA DA NOITE (embrião do restaurante La Bohème), destinado aos artistas, frequentadores da Galeria e amigos de Ignez, às sextasfeiras, com voz e violão e comidas típicas

LA BOHÈME

1993 – Ignez ingressa no segmento de gastronomia com o Bistrô LA BOHÈME, situado na Praia de Iracema, mais especificamente na rua Tabajaras, 380. O restaurante nasce associando arte com gastronomia e objetos de antiquário. Maurício Cals, artista plástico, deu o nome La Bohème ao bistrô. Também foi dele, o desenho do cardápio inicial. Chico Filho, artista plástico que havia morado em Paris, trouxe as primeiras receitas e o desenho das cadeiras de ferro, contendo paletas no encosto delas.

LA BOHÈME, GALERIA DE ARTE IGNEZ FIUZA na PRAIA DE IRACEMA

1997 – Ignez transfere a Galeria Ignez Fiuza da Desembargador Moreira, 975 para o espaço anexo ao do Bistrô LA BOHÈME, na Praia de Iracema. Gera-se o complexo

LA BOHÈME Gastronomia Arte e Cultura, Antiquário e Galeria Ignez Fiuza. O lugar tornou-se por 10 anos, o ponto crucial da boemia de Fortaleza, a passagem obrigatória dos turistas, o local que viscejava arte em várias linguagens: artes plásticas, literatura, poesia, música, o ponto de encontro dos que buscavam diversão, descontração, beleza e gastronomia diversificada.

Com a chegada do turismo sexual na Praia de Iracema, o local passa a apresentar sinais nítidos de decadência, afugentando seu público fiel. Ignez participa e lidera várias ações. Dentre elas: reuniões com moradores e grupo lojistas, visitas e entrega de moções às autoridades responsáveis e a lavagem da rua Tabajaras, iniciando na Capela de São Pedro até o Estoril. Nessa última, a mais emblemática, Ignez, junto com os demais e munida de latas e vassouras derrama água na rua como se estivesse lavando a sujeira moral que se instalara.

NSTITUTO IGNEZ FIUZA - PRAIA DE IRACEMA

2001 -Junto à professora e psicóloga, Ângela Pinheiro, Ignez inicia o INSTITUTO IGNEZ FIUZA, na Praia de Iracema, com o objetivo de oferecer às crianças da redondeza, em situação de risco, aulas de arte e pintura.

2003 – Fechamento do LA BOHÈME Gastronomia, Arte e Cultura, Antiquário e Galeria Ignez Fiuza, face a decadência econômica e social do entorno da Praia de Iracema.

JANTARES TEMÁTICOS

2003-2005 – Saudosa do seu restaurante, Ignez promove jantares temáticos, sob a tutela do chéf Leonardo Gondim, em sua residência. Para tal, grupos de amigos são convidados. Dois jantares ficaram na memória dos participantes: O jantar tailandês e o jantar de comida contemporânea.

REABERTURA DO LA BOHÈME

2005 – Ignez reabre no bairro Varjota, à rua Dias da Rocha, 214 o restaurante LA BOHÈME, cujo foco maior era a gastronomia, sem desprezar a articulação entre o arte e gastronomia. Em dimensão menor, comportava a Galeria de Arte Ignez Fiuza. Nesse espaço, Ignez prioriza as experimentações gastronômicas nas quais chefes de cozinha diversos apresentam suas novidades. Dentre tantas, destaca-se o Festival do Cajú para o qual tanto os sabores salgados quanto os doces foram feitos a partir da matéria prima do caju.

2009 – Fechamento do restaurante LA BOHÈME, depois de seis anos de atividades no bairro Varjota.

ESCRITÓRIO DE ARTE

2010 - 2012 - Funcionamento do ESCRITORIO DE ARTE, onde ela mantém o acervo remanescente da Galeria, promove encontros com os artistas e amigos, realiza uma exposição e dois eventos de arte aplicada.

OS 90 ANOS

O Pirata Bar foi o palco de comemoração dos 90 anos de Ignez Fiuza. Bons motivos determinaram essa escolha. Primeiro, o bar situa-se na Praia de Iracema, bairro icônico de sua juventude, moradia, além da localização do seu restaurante La Bohème. Segundo, o Pirata representa festas, cores, gente, música regional, ingredientes caros à Ignez. A festa preparada com muito esmero e carinho, foi decorada com toalhas de labirintos nas mesas, cestas, bonecos de barro, flores de chita, flores tropicais, réplicas de obras dos artistas, e também apresentação do grupo folclórico Cordão de Caruá. Mais de 500 pessoas compareceram à bela e animada festa.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC / Reitor

Prof. Custódio Luís Silva de Almeida

Vice-Reitor

Profª Diana Cristina Silva de Azevedo

PRÓ-REITORIA DE CULTURA

Pró-Reitor

Sandro Thomaz Gouveia

Pró-Reitora Adjunta

Glícia Maria Pontes Bezerra

MUSEU DE ARTE DA UFC – MAUC

Diretora

Graciele Karine Siqueira

Administração

Helem Cristina Ribeiro de Oliveira Correia

Administradora

Davi Pereira Loiola

Assistente em Administração

Comunicação Institucional e Publicações

Kathleen Raelle de Paiva Silveira

Assistente em Administração (Coordenadora)

Maria Carlizeth da Silva Campos

Assistente em Administração

Thiago Nogueira de Freitas

Contra-Mestre em Artes Gráfica

Educativo e Formação

Isadora Nogueira Mangualde

Pedagoga (Coordenadora)

Cristiane Nogueira da Silva

Assistente em Administração

Aline Teresinha Basso

Docente colaboradora (Curso de Design-ModaICA/UFC)

Arquivo Institucional e Jean Pierre Chabloz

Auricélia França de Souza Reis

Técnica em Arquivos

Cássio Vinicius Carvalho de Sousa

Arquivista

Maria Júlia Ribeiro

Assistente em Administração

Biblioteca Floriano Teixeira

Larisse Macedo de Almeida

Bibliotecária

Reserva Técnica e Exposições

Graciele Karine Siqueira

Museóloga

Saulo Moreno Rocha

Museólogo

Recepção

Nathália Jéssica Batista da Silva

Serviços Gerais

Raimundo Nonato Almeida Brito

de Março a 03 de Maio / 2024
09

produção realização

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