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Nacala liga-se ao Cabo Submarino de Fibra Óptica
Até meados do próximo ano, o norte do País estará ligado ao sistema de distribuição de sinal de internet através de um cabo submarino de fibra óptica. A vantagem é que, mesmo em caso de mau tempo, as redes de telecomunicações continuarão a funcionar.
A iniciativa pertence a 2Africa e é um dos maiores cabos submarinos de telecomunicações no mundo, que percorre o continente africano fazendo um anel que passa pelos oceanos Índico e Pacífico, distribuindo o sinal de telecomunicações aos países a ele conectados.
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Em Moçambique, a Vodacom é o parceiro ligado a este sistema de fibra óptica, com os pontos de ligação em Maputo e agora em Nacala, tecnicamente, designados de pontos de amarração. Desta forma, o serviço de Internet deixa de depender apenas das torres terrestres, que são vulneráveis em casos de mau tempo.
Basílio Pereira, Director Executivo da Rede de Transmissão da Vodacom, recordou que muito recentemente o ciclone Freddy e o ciclone Idai, foi perdida toda infra-estrutura/todas comunicações, deixando o país bastante afectado em termos de co- municações.
“Vai permitir uma outra vantagem adicional, que é escoar todo o nosso tráfego aqui da Zona Norte. Sempre que nós tivemos problemas na espinha dorsal terrestre, ou seja, o tráfego vai ser escoado via mar.”. Ajustou.
O centro de dados instalado em Nacala faz conexão com o cabo submarino e vai permitir que os serviços de internet deixem de ser processados apenas em Maputo. Com a liberalização do espaço de telecomunicações de Moçambique, qualquer interessado, já pode desenvolver as suas infra-estruturas ou partilhar as já existentes, como é o caso de antenas para facilitar a cobertura do país com serviços de telecomunicações.
José Correia Mendes Director Executivo da Vodacom, revelou que o custo maior para cobrir uma localidade no nosso país, é a construção da própria Torre. Só uma torre custa cerca de US$ 50 mil dólares sem contar com os equipamentos, a transmissão, as baterias, e os geradores e a própria manutenção, chega a ter um custo exorbitante, dando a entender a eficiência, fiabilidade e competividade de custos da fibra óptica.
• O número de países que enfrentam elevados níveis de dívida aumentou acentuadamente, passando de apenas 22 países em 2011 para 59 países em 2022;
• Os países em desenvolvimento pedem dinheiro emprestado, têm de pagar taxas de juro muito mais elevadas do que os países desenvolvidos, mesmo sem considerar os custos das flutuações das taxas de câmbio. Os países africanos contraem empréstimos, em média, a taxas quatro vezes superiores às dos Estados Unidos e mesmo oito vezes superiores às da Alemanha.
A ONU chama atenção sobre o facto de que a dívida pública em todo o mundo estar a aumentar, com realce nas últimas décadas.
“As crises em cascata dos últimos anos desencadearam uma forte aceleração desta tendência. Em consequência, a dívida pública mundial quintuplicou desde 2000, ultrapassando claramente o PIB mundial, que triplicou durante o mesmo período”, diz a ONU no contexto da iniciativa de resposta a crise global.

Para mostrar o quão dramática esta a situação, a ONU faz saber que, em 2022, a dívida pública mundial – que inclui a dívida interna e externa das administrações públicas – atingiu um recorde de 92 biliões de dólares e que os países em desenvolvimento devem quase 30% do total, dos quais cerca de 70% são atribuíveis à China, à Índia e ao Brasil.
No entanto, na última década, afirma, a dívida pública aumentou mais rapidamente nos países em desenvolvimento do que nos países desenvolvidos. “O aumento da dívida no mundo em desenvolvimento deveu-se principalmente às crescentes necessidades de financiamento do desenvolvimento – exacerbadas pela pandemia de COVID-19, pela crise do custo de vida e pelas alterações climáticas –e a alternativas limitadas”, realça a ONU.
Consequentemente, o número de países que enfrentam elevados níveis de dívida aumentou acentuadamente, passando de apenas 22 países em 2011 para 59 países em 2022.
Desigualdades na arquitectura financeira internacional
A ONU denuncia o contexto de desigualdade estabelecida na actual arquitectura financeira internacional. Diz a ONU a este respeito, particularmente, que os países em desenvolvimento estão a lidar com uma situação que exacerba o impacto negativo das crises em cascata no desenvolvimento sustentável.
“O peso da dívida no desenvolvimento é intensificado por um sistema que limita o acesso dos países em desenvolvimento ao financiamento do desenvolvimento e os obriga a contrair empréstimos junto de fontes mais onerosas, aumentando as suas vulnerabilidades e tornando ainda mais difícil a resolução das crises da dívida”.
Denuncia a ONU.
Para a ONU, a contracção de empréstimos junto de credores estrangeiros aumenta a exposição a choques externos
Recorda que a dívida pública total dos países em desenvolvimento aumentou de 35% do PIB em 2010 para 60% em 2021. Do mesmo modo, a dívida pública externa, a parte da dívida de um governo devida a credores estrangeiros, aumentou de 19% do PIB para 29% do PIB em 2021.
A ONU faz uma comparação dos níveis de dívida com a capacidade dos países em desenvolvimento de gerar divisas através das exportações e conclui que a capacidade de gerar receitas suficientes para cumprir as suas obrigações de dívida externa também se tem vindo a deteriorar.
“A percentagem da dívida pública externa em relação às exportações aumentou de 71% em 2010 para 112% em 2021. Durante o mesmo período, o serviço da dívida pública externa em percentagem das exportações aumentou de 3,9% para 7,4%.” Frisa
No seu estudo intitulado “Um mundo Endividado, Um fardo Crescente Para a Prosperidade Global”, produzido pelo Grupo de Resposta a Crise, a ONU traz ao de cima o facto de que os países em desenvolvimento enfrentam desafios adicionais importantes devido aos elevados níveis de dívida pública externa, que os tornam mais vulneráveis a choques externos.
“Quando as condições financeiras globais se alteram ou os investidores internacionais se tornam mais avessos ao risco, os custos dos empréstimos podem aumentar subitamente. Do mesmo modo, quando a moeda de um país se desvaloriza, os pagamentos da dívida em moeda estrangeira podem disparar, deixando menos dinheiro para as despesas de desenvolvimento”, recorda a ONU.
A dependência de credores privados torna o crédito dispendioso e a reestruturação da dívida complexa
Na tentativa de propor uma solução para o dilema, a ONU começa por colocar em evidência, a perspectiva de que os credores privados, como os detentores de obrigações, os bancos e outros mutuantes, oferecem financiamento em condições comerciais.
“ Nos últimos dez anos, a parte da dívida pública externa devida a credores privados aumentou em todas as regiões, representando 62% do total da dívida pública externa dos países em desenvolvimento em 2021”, diz a ONU sobre essa perspectiva, para depois referir que o aumento da percentagem da dívida pública para com os credores privados coloca dois desafios. Em primeiro lugar, a contracção de empréstimos junto de fontes privadas é mais dispendiosa do que o financiamento em condições favoráveis proveniente de fontes multilaterais e bilaterais. Em segundo lugar, a crescente complexidade da base de credores torna mais difícil concluir com êxito uma reestruturação da dívida quando necessário. Os atrasos e as incertezas aumentam os custos da resolução das crises da dívida.
Outra situação exposta pela ONU é aquela em que os países em desenvolvimento pagam muito mais pela sua dívida do que os países desenvolvidos. “Quando os países em desenvolvimento pedem dinheiro emprestado, têm de pagar taxas de juro muito mais elevadas do que os países desenvolvidos, mesmo sem considerar os custos das flutuações das taxas de câmbio”.
A ONU sublinha que os países africanos contraem empréstimos, em média, a taxas quatro vezes superiores às dos Estados Unidos e mesmo oito vezes superiores às da Alemanha. “Os elevados custos dos empréstimos dificultam o financiamento de investimentos importantes por parte dos países em desenvolvimento, o que, por sua vez, compromete ainda mais a sustentabilidade da dívida e o progresso no sentido do desenvolvimento sustentável”., ou seja, deixa os países em desenvolvimento “confrontados com escolhas impossíveis: servir a dívida ou servir as suas populações”, numa situação em que algumas regiões gastam mais com o serviço da dívida do que com o serviço às suas populações
“Em África, o montante gasto com o pagamento de juros é superior ao gasto com a educação ou a saúde. Os países em desenvolvimento da Ásia e da Oceânia (excluindo a China) estão a afectar mais fundos ao pagamento de juros do que à saúde. Do mesmo modo, na América Latina e nas Caraíbas, os países em desenvolvimento estão a dedicar mais dinheiro ao pagamento de juros do que ao investimento”, afirma a ONU, acrescentando que em todo o mundo, o aumento do peso da dívida está a impedir os países de investirem no desenvolvimento sustentável.
“Um número crescente de países encontra-se numa situação em que tanto o seu desenvolvimento como a sua capacidade de gerir a dívida estão comprometidos”. Destaca
Para a ONU, o roteiro para finan-
Banca E Finan As
ciar o desenvolvimento sustentável deve prever tornar o sistema mais inclusivo, “melhorando a participação real e efectiva dos países em desenvolvimento na governação da arquitectura financeira internacional”
Proporcionar maior liquidez em tempos de crise, “expandindo o financiamento de contingência, de modo a que os países não sejam forçados a endividar-se como último recurso, nomeadamente através do reforço da utilização dos direitos de saque especiais, de uma suspensão temporária das sobretaxas do FMI e do aumento das janelas de acesso a quotas para o financiamento de emergência do FMI”.
Para além disso a ONU propõe, para combater o ele- vado custo da dívida e o risco crescente de sobreendividamento, a criação de um mecanismo de resolução da dívida
“Mais e melhores financiamentos, aumentando maciçamente o financiamento a longo prazo a preços acessíveis”. Defende a ONU, para quem, a transformação e expansão dos bancos multilaterais de desenvolvimento para apoiar o desenvolvimento sustentável a longo prazo e aumentar os recursos privados é pertinente ao mesmo tempo que mais financiamento em condições favoráveis; cumprimento dos compromissos em matéria de ajuda e de financiamento da luta contra as alterações climáticas, sejam implementados.
• NDB deve fazer mais em moeda local – África do Sul finmin;
• ‘Sem universo paralelo’ para o dólar – NDB CFO;
• Os custos dos empréstimos em dólares dispararam;
• Banco corteja novos membros para reforçar capital.
Pressionado pelo impacto das sanções contra o accionista fundador Rússia, o New Development Bank (NDB) criado pelos países BRICS precisa de aumentar a sua angariação de fundos e empréstimos em moeda local, disse o Ministro das Finanças da África do Sul à Reuters.

A África do Sul receberá, no final deste mês, em cimeira, em Joanesburgo, os líderes dos países do BRI-
CS – Brasil, Rússia, Índia e China, em contexto em que o bloco pretende ampliar sua influência.
O Ministro das Finanças da África do Sul, Enoch Godongwana, disse que aumentar o uso da moeda local entre os membros do NDB também estará na agenda, com o objectivo de reduzir o impacto das flutuações cambiais.
O dólar ganhou em relação às moedas de mercados emergentes desde que iniciou a guerra na Ucrânia e o Federal Reserve começou a aumentar as taxas de juros para combater a inflação no início de 2022, tornando a dívida em dólar mais cara para esses países.
“A maioria dos países que são membros do NDB tem incentivado (o banco) a fornecer empréstimos em moedas locais”, disse Godongwana.
Estabelecido em 2015 como o principal projecto financeiro do bloco, a ambição do NDB de servir as economias emergentes e desestruturar as finanças foi refreada pelas realidades económicas e pela invasão da Ucrânia por Moscou.
“ (Não está) fazendo tanto quanto os países membros exigem, mas essa é a direcção estratégica em para onde estamos a empurrar o banco”, disse Godongwana em entrevista na semana passada.
Aumentar a arrecadação de fundos em moeda local e levantar capital de novos membros poderia ajudar o NDB em tempos difíceis, reduzindo sua dependência dos mercados de capitais dos EUA, onde as sanções contra a Rússia aumentaram seus custos de empréstimos, disseram analistas.
O NDB expandiu-se de seu núcleo original de cinco para oito e só faz empréstimos em países membros.
O Director Financeiro, Leslie Maasdorp, disse também à Reuters, em uma entrevista, na sede do NDB em Xangai que o banco pretende aumentar os empréstimos em moeda local de cerca de 22% para 30% até 2026, mas que há limites para a desdolarização.
“A moeda de operação do banco é o dólar por uma razão muito específica, o dólar americano é onde estão os maiores pools de liquidez”, disse ele.
O banco é sensível aos seus membros e decidirá a combinação de moedas que empresta com base em suas demandas, disse Maasdorp.
‘SEM UNIVERSO PARALELO’
Dos mais de 30 mil milhões de dólares de empréstimos aprovados pelo NDB, dois terços foram concedidos em dólares, segundo uma apresentação feita em Abril aos investidores.
Essa dependência tornou-se uma responsabilidade quando os Estados Unidos impuseram sanções à Rússia no ano passado.
O NDB suspendeu os empréstimos à Rússia, mas isso não impediu um rebaixamento da Fitch em Julho de 2022 e seus custos de empréstimos em dólares aumentaram mais do que outros.
Um título de US$ 1,5 mil milhões de dólares de cinco anos que o NDB emitiu em Abril de 2021 teve um cupom de 1,125%. Dois anos depois, um título de cinco anos de US$ 1,25 mil milhões de dólares tinha um cupom de 5,125%. Isso é mais caro do que outros bancos multilaterais de desenvolvimento com classificações de crédito semelhantes, disse Alexander Ekbom, analista da S&P Global Ratings.
Como resultado desse prémio de risco, que Maasdorp colocou em cerca de 25 pontos-base, o NDB teve que controlar novos empréstimos.
“Devido aos desafios do mercado de capitais de 2022, e em um esforço para preservar os principais índices financeiros do banco, houve de facto uma desaceleração”, disse Maasdorp.
“Você não pode sair do universo do dólar e operar em um universo paralelo.”
Embora o NDB tenha aprovado empréstimos no valor de US$
32,8 mil milhões de dólares para projectos que vão desde linhas de metro de Mumbai até iluminação solar em Brasília, os empréstimos em seu balanço valiam menos da metade desse valor no final de Março.
Em 2022, o banco desembolsou apenas cerca de mil milhões de dólares em empréstimos.
Até à data, a China é, de longe, o mercado de moeda local mais bem-sucedido do NDB. No ano passado, emitiu 13 mil milhões de yuans (1,8 mil milhões de dólares) em três “obrigações panda” e mais de metade dos seus empréstimos foram concedidos em yuans.
“O mercado de renminbi aumentou em importância”, disse Ekbom da S&P Global Ratings, que classifica o NDB como “AA+”. “Mas isso tem sido mais porque levantar dinheiro no mercado de dólares tem sido desfavorável para eles.”
Outros mercados ficaram para trás, embora o banco espere levantar até 1,5 mil milhões de rands (US$ 81 milhões de dólares) em títulos de estreia na África do Sul em 15 de agosto. Também pretende emitir seu primeiro título de rúpia na Índia até o final de 2023.
N Mero Crescente De Membros
No entanto, o NDB, estabelecido com US$ 10 mil milhões de dólares em capital social integralizado de cada país do BRICS, quer se expandir.
Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Egipto aderiram desde 2021, elevando o número de membros para oito. O Uruguai está a fazer parte do processo de adesão, enquanto a Argélia, as Honduras, o
Banca E Finan As
Zimbabwe e a Arábia Saudita manifestaram interesse.
Em comparação, o Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas, apoiado pela China e que começou a operar em 2016, tem 106 membros, incluindo 23 países europeus e 45 fora da Ásia.
Maasdorp disse que trazer capital de novos membros é “muito, muito importante” e ajudaria o NDB a concretizar sua aspiração de se tornar uma instituição líder de mercados emergentes, com a cimeira dos BRICS “uma plataforma chave” para negociações com potenciais novos membros.
Atrair os grandes países de mercados emergentes que dariam mais influência ao NDB e reforçariam sua saúde financeira poderia exigir mudanças de governança, disse Chris Humphrey, pesquisador de finanças de desenvolvimento do Overseas Development Institute (ODI), um think tank anteriormente conhecido como.
Os actuais estatutos do banco garantem que, mesmo com a sua expansão, os seus cinco accionistas fundadores manterão, em conjunto, cargos de liderança sénior e poder de voto maioritário.
“Do ponto de vista de alguns outros países em desenvolvimento, isso pode não ser muito atraente. Poderiam… “Ok, isso não é apenas mais um G7 com um nome diferente?”, disse Humphrey.
Maasdorp disse que o New Development Banck (NDB) tem uma estrutura accionista “única” e o objectivo era ter o máximo de consenso possível dentro do banco sobre as decisões, mas que a maioria prevaleceria.
A estrutura de votação não tem sido um obstáculo para novos membros até agora, disse ele, acrescentando que eles se confortaram com o fato de que o NDB estava “muito capitalizado”.
Nigéria atraiu entradas de 1,4 mil milhões de dólares em Junho após o levantamento das restrições cambiais
Depois de ter eliminado um sistema de taxas de câmbio múltiplas que mantinha a moeda local, a naira artificialmente forte, a Nigéria atraiu entradas de 1,41 mil milhões de dólares para o seu mercado cambial em Junho, informou o banco central na quinta-feira, 10 de Agosto.
O banco central da Nigéria levantou as restrições ao comércio de divisas em Junho e permitiu que a naira enfraquecesse em mais de um terço, numa das reformas económicas do Presidente Bola Tinubu, bem acolhida pelos investidores.

O banco disse que 1,14 mil milhões de dólares entraram no mercado cambial em Maio, antes do levantamento das restrições. O banco afirmou que os fluxos de entrada de Junho provinham de empresas e exportadores.
O mercado cambial da Nigéria costumava negociar centenas de milhões de dólares por dia antes da introdução de restrições em 2017.
O país tem enfrentado escassez de dólares depois de os investidores estrangeiros terem abandonado os activos locais na sequência dos preços do petróleo anteriormente baixos. Desde então, os investidores ainda não regressaram e o banco central ainda não satisfez a procura pendente de dólares de investidores estrangeiros que procuram repatriar fundos e de companhias aéreas que procuram enviar dinheiro da venda de bilhetes para o estrangeiro.
Em consequência da escassez, algumas empresas e particulares voltaram-se para o mercado negro não oficial, onde a moeda está a ser negociada mais fraca, aumentando assim a diferença em relação à taxa oficial.
Na quinta-feira, 10 de Agosto, a naira foi cotada a um mínimo histórico de 920 por dólar no mercado negro, em comparação com 771 nairas no mercado oficial.
Nacala Logistics passa a transportar combustível para Malawi via ferroviária

Desde o passado dia 12 de Agosto que a Nacala Logistics iniciou o carregamento de combustíveis do Porto de Nacala, província de Nampula, para o Malawi, tendo transportado em 29 vagões, 1,1 milhão de litros de diesel, num exercício que acontecerá seis vezes por mês.
A empresa assinala o feito como uma marco que se integra nas “notáveis conquistas” que incluem o transporte de fertilizantes, contentores de carga geral, leguminosas para exportação, sal, componentes de sabão, grãos de trigo e outros, “consolidando desta forma o nosso papel como força motriz, impulsionando as economias de Moçambique, Malawi e Zâmbia”.
No que considera ser um “momento marcante”, a Nacala Logistics refere que o início de transporte de combustíveis (a 12 de Agosto) tem como objectivo melhorar a acessibilidade e a eficiência de custos daquela mercadoria no Malawi.
O início do transporte de combustíveis materializa-se, diz a empresa, após a Nacala Logistics ter registado progressos substanciais na qualidade de serviços de transporte ferroviário ligando o porto de Nacala ao Malawi e a Zâmbia.
“Em uma virada significativa de eventos neste mês de Julho, uma reunião estratégica ocorreu no Porto de Nacala, organizada pelas lideranças da National Oil Company of Malawi (NOCMA), Ministérios de Energia e Transportes do Malawi, pela Petróleos de Moçambique, Nacala Logistics e outros principais interessados”, diz a Nacala Logistics.
Até há bem pouco tempo, o fornecimento de combustíveis ao Malawi era feito via rodoviária, a partir da Beira, em Moçambique, e Dar-es-Salaam, na Tanzania.
A operação concretiza se após a companhia logística nacional ter registado progressos substanciais na qualidade de serviços de transporte ferroviário ligando o Porto de Nacala ao Malawi e Zâmbia.
O transporte ferroviário de combustível contribui, desta forma, para o aumento do fluxo de tráfego no Corredor de Nacala, que passa a intermediar entregas de 10 milhões de litros a clientes, incluindo PIL (Blantyre Malawi Fuel) e Petromoc/ Vulcan, para operações da mina de Moatize.
“Esta é uma mudança significativa de eventos. Em Julho, uma reunião estratégica ocorreu no Porto de Nacala, organizada pelas lideranças da National Oil Company of Malawi (NOCMA), ministérios de Energia e Transportes do Malawi, Petróleos de Moçambique, Nacala Logistics e outros”, revela a fonte.
Esta é a primeira vez que a entidade estatal, a NOCMA, adopta o transporte ferroviário para o escoamento de combustível do Porto de Nacala.
“É um compromisso inabalável de superar a satisfação do cliente e garantir provisões de combustível pontuais para o Malawi, especialmente durante um período marcado por desafios de abastecimento e filas em postos de serviço em todo o Pais”, referiu a fonte.
Após a formalização de um acordo de transporte ferroviário no início deste ano entre a NOCMA e a NL, em Janeiro de 2023, e uma carta de intenções assinada pelo Ministério de Energia do Malawi no início de agosto de 2023, um compromisso foi estabelecido para iniciar o transporte de um volume inicial de 16 milhões de litros de combustível por mês.
É importante referir, diz a Nacala Logistics, que “antes deste desenvolvimento marcante”, a NOCMA dependia de camiões para o transporte de combustível da Beira e Dar es Salaam para o Malawi.
“À medida que avançamos, a Nacala Logistics permanece firmemente dedicada à busca da excelência, moldando incansavelmente um futuro em que o transporte de energia seja não apenas eficiente e competitivo, mas também um catalisador inabalável para o progresso”, frisa a Nacala Logistics.

No Seguimento da parceria estratégica estabelecida com o Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximbank), que versa sobre o estabelecimento de uma linha de crédito denominada Afreximbank – SME Revolving Working Capital Facility (Facilidade de Capital de Giro para PME’s) cujo protocolo foi assinado em Junho deste ano, Banco Nacional de Investimento (BNI), procedeu quarta-feira, 16/08, a apresentação do produto financeiro às empresas moçambicanas, nomeadamente, às pequenas e médias empresas exportadoras, que actuam nas cadeias de valor do agronegócio, indústria ligeira, processamento alimentar e logística, que passam a contar com uma linha de credito especifica de US$ 25 milhões.
Por meio da SME Revolving Working Capital Facility, agora convertida para o contexto local, em linha de crédito específica, na sequência da mobilização feita pelo BNI, como uma solução financeira de apoio a exportação, o Banco de Desenvolvimento, se propõe ajudar a melhorar a rentabilidade das oportunidades de receita dos negócios de exportação das PMEs, bem como permitir-lhes obter o capital necessário para suas actividades e apoio à tesouraria.
O BNI pretende com esta linha de crédito de US$ 25 milhões, por cinco anos, proporcionar às empresas uma maior capacidade de expansão de suas operações e alcance de novos mercados, resultando em um aumento significativo das exportações. Além disso, para o BNI, com a solução financeira disponibilizada às PME’s nacionais exportadoras, na perspectiva estratégica, a expectativa é que a mesma contribua para a entrada de divisas no País, promovendo a melhoria da balança comercial e reduzindo a dependência das importações, com as PMEs locais a terem mais oportunidades de alavancar seus negócios, fortalecendo assim a economia local.
Os financiamentos partem de montantes no intervalo entre os 500 mil até 6,5 milhões de dólares, com taxas entre 8,5%-9,5%, conforme o risco de cada operação.

“Estas taxas estão em moeda estrangeira, o dólar. A linha de financiamento é em dólares, pois é expectativa que, tratando-se de linhas de exportação, os recebimentos também sejam em moeda estrangeira, o que evitará riscos cambiais”, esclareceu Ancha Omar Chefe da Unidade de Desenvolvimento de Negócios do BNI.
O BNI sublinha o seu propósito, reiterando que ao fornecer suporte financeiro direccionado às PMEs exportadoras, busca criar um ambiente propício para o aumento da produção, o desenvolvimento de novos produtos e a expansão para mercados internacionais.

Por seu turno, a Confederação das Associações Económicas (CTA) considerou a linha de financiamento deverá permitir as PME terem acesso a recursos financeiros que alavanquem as suas actividades, criando capacidade produtiva e exportadora.

“Queremos garantir que os produtores nacionais com potencial de exportação possam ter os recursos que precisam para organizarem as suas actividades, os seus negócios, de forma que tenham produtos em quantidade e qualidade para acesso aos mercados externos”, afirmou o Presidente do Pelouro da Indústria da CTA, Evaristo Madime, que acrescentou relativamente às taxas anunciadas, que o a matéria específica está merecendo análise por parte da CTA e haverá aproximação ao BNI na perspectiva de serem vistas oportunidades de melhoria onde tal se mostre possível e apropriado.
“É uma questão que nós ainda deveremos ver junto do BNI para entendermos melhor e também para ver como podemos melhorar. É verdade que estas taxas, quando se fala de negócio de exportação, não parecem muito más, tendo em conta que o efeito cambial na exportação é reduzido”. Disse Evaristo Madimbe.
A parceria entre o Afreximbank e o BNI, é interpretada pelas partes como um exemplo de colaboração entre instituições financeiras em prol do fortalecimento do sector empresarial e do crescimento económico do país, proporcionando, no caso vertente, às PMEs exportadoras um melhor posicionamento para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades globais, contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável do País.