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Agricultura: Assegurados compromissos de financiamento de 131 milhões de dólares

O ministro da Agricultura, Celso Correia, classificou como positiva a sua visita a Itália, avançando que foram “assegurados” compromissos de financiamento de 131 milhões de dólares.

“As visitas correram bem e corresponderam as nossas expectativas, isto é, confirmamos o alinhamento com todos os parceiros de cooperação que encontrámos”, declarou Celso Correia, citado pela Lusa que cita um comunicado do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, como o balanço da visita de dois dias a Roma.

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Segundo a Lusa, durante a visita foram “assegurados compromissos de financiamento do Programa Alimentar Mundial (PAM), num valor de 55 milhões de dólares, do Fundo Internacional de Desenvolvimento

Agrícola (FIDA), em cerca de 23 milhões de dólares, em que se inclui resposta à emergência e 53 milhões de dólares da cooperação italiana”.

“Temos de fazer a ponte da assistência humanitária para programas de desenvolvimento. Esta é a abordagem de que de facto estávamos a precisar”, acrescentou.

“É muito bom que, aqui em Roma, tenhamos confirmado este alinhamento com os parceiros”, frisou Celso Correia, que se reuniu durante os dois dias de visita com responsáveis do PAM, FIDA e com o ministro da Agricultura, da Soberania, Alimentar e Florestas italiano.

“Agora temos que pegar nestes entendimentos e transformá-los em acção no terreno”, concluiu o governante.

• O programa de melhoria genética, vai distribuir um total de 2000 mil touros de qualidade superior aos pequenos produtores familiares, num investimento de cerca de US$ 10 milhões

O actual efectivo pecuário do país está avaliado em cerca de MT 74,1 mil milhões de meticais, equivalentes a cerca US$ 1,2 mil milhões. O sector cresceu, em 2022, 9%, o maior crescimento dos últimos 10 anos.

Os dados são do balanço da produção pecuária nacional, 2021/22, apresentado pelo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, no decurso da II Fórum Nacional de Pecuária que se realizou a 26/04, quarta-feira, no Distrito da Namaacha, Província de Maputo.

Em virtude de seu valor social e económico, no conjunto da composição do sector pecuário nacional foi dado ao gado bovino e ao frango, particular destaque. Com efeito, no gado bovino o efectivo é de 2.320.248 cabeças, 11º lugar no conjunto de 16 países da SADC, ou seja, a região da SADC tem um efectivo de gado bovino de cerca de 76.987.014 cabeças. A Tanzânia lidera com 30.716.518 cabeças e Moçambique ocupa, portanto, a 11ª posição, classificação que configura um desafio a justificar a multiplicação de esforços para melhorar a situação do país neste domínio. Entretanto, na avicultura, as notícias são das melhores, a produção anual de carne de frango é de 2.594.735 toneladas, sendo a África do Sul a maior produtora na região com 1.915.000 toneladas e, Moçambique, em segundo lugar, com 146.684 toneladas. Aqui o país está muito próximo de atingir a auto-suficiência, quer dizer, deixar de ter necessidade de importar frangos. Actualmente, perto de 98% do frango consumido no país, é de produção interna. O Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, que presidiu o Fórum, reiterou a necessidade de serem tomadas medidas abrangentes e em escala de modo que as mesmas possam produzir os resultados desejados e sejam sustentáveis. Nessa perspectiva, o Ministro disse que o seu sector está a apostar em medidas participativas, ou seja, um processo em que o processo decisório é precedido e acompanhado pela participação efectiva dos diversos intervenientes da cadeia de valor, do sector pecuário, neste caso.

“Pegar nessas políticas e aplicar de forma consistente e abrangente, por que se não fizermos dessa forma, estaremos sempre a criar experiências e nos transformamos num laboratório de experiências. Se não fizermos de forma abrangente, não conseguimos resolver o problema demográfico, e tendências, e o grande problema que estamos a ter neste momento é escala. Como atingir escala sem perder qualidade e ter estruturas eficientes no terreno?” Questionou o Ministro.

Nessa perspectiva, no âmbito do programa de melhoria genética, um total de 2000 mil touros de qualidade superior estão a ser distribuídos pelo país, nos próximos meses, aos pequenos produtores familiares, numa medida de reforço quer da quantidade de produção nacional de bovinos, quer na sua qualidade. Um investimento de cerca de MT 600 milhões (cerca de US$ 10 milhões), financiado através de créditos concessionais concedidos por instituições que trabalham com o MADER.

“Não será possível abranger todos ao mesmo tempo, mas ao facto de começarmos um processo, mostra e abre esperança para todos os outros”, disse Celso Correia falando sobre o alcance da medida. O processo iniciou no II Fórum, onde a medida foi anunciada, tendo sido já entregues, para esta região, 60 touros, das raças, Brahman e Bonsmara.

As acções fitossanitárias são críticas para o êxito e sustentabilidade que se procura, para realçar este facto, foi dado início a campanha nacional de vacinação para cobrir o máximo possível do efectivo bovino nacional, particularmente.

A investigação vai ganhando cada vez mais relevância, a par das infraestruturas, que de forma combinada receberão, nos próximos meses, US$ 75 milhões, um projecto financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento, para a agricultura no sistema de integração.

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