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ENI AVANÇA COM O PRIMEIRO POÇO DE PESQUISA NA ÁREA A5-A

A empresa Eni Mozambico S.p.A prepara-se para executar o primeiro poço de pesquisa na Área A5-A, ao largo do distrito de Angoche, Província de Nampula.

Para o efeito, já se encontra em águas nacionais, a plataforma de perfuração West Capella, propriedade da Aquadrill, contratada pelos concessionários da área, estando, no momento, prestes a atingir o local do poço de pesquisa.

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Segundo revelou o Instituto Nacional do Petróleo, este desenvolvimento ocorre na sequência da conclusão dos trabalhos de avaliação do potencial petrolífero na área concessionada, uma actividade integrada no Programa de Trabalhos acordado com o Governo, no âmbito do Contrato de Concessão para Pesquisa e Produção (CCPP), rubricado em Dezembro de 2018, em decorrência do Quinto Concurso de Concessão de Áreas para Pesquisa e Produção de Hidrocarbonetos, o qual se tornou efectivo em Janeiro do ano seguinte.

A avaliação do potencial petrolífero, durante este primeiro sub-período de pesquisa da área, culminou com a identificação do prospecto, Raia. Consequentemente, a petrolífera italiana e os seus parceiros decidiram executar o poço Raia, com previsão de arranque ainda no mês de Abril, avança o INP.

Um dos propósitos da perfuração do poço Raia-1 é investigar a presença de hidrocarbonetos em complexos turbidíticos do Terciário.

Refira-se que este é o primeiro poço de pesquisa nesta parte da Bacia de Moçambique que terá a particularidade de permitir a recolha de informação geológica e avaliar o potencial petrolífero desta região.

A área A5-A localiza-se ao largo da costa de Angoche, na província de Nampula, à uma profundidade de lâmina de água que varia dos 300 aos 1800 metros. Com uma extensão de 4.612 km2, esta dista à aproximadamente 50 km de Angoche, e 220 km de Nacala.

O Consórcio que opera na área é actualmente formado pela Eni Mozambico S.p.A. que detém 49,5% de interesse participativo; a Qatar Energy Mozambique, Limitada com 25,5%; a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos E.P. com 15,0% e a Sasol Petroleum Mozambique Exploration Lda, com 10,0% respectivamente.

FMI: Início das exportações de gás pela TotalEnergies em 2027 e ExxonMobil em 2029

A informação foi avançada pelo economista do Departamento Africano do Fundo Monetário Internacional (FMI) Thibault Lemaire em declarações a agencia Lusa, nas quais antevê que os consórcios liderados pela francesa TotalEnergies e ExxonMobil comecem a produção em 2027 e 2029, respectivamente.

“Prevê-se o arranque da produção de dois projectos de exploração de gás natural liquefeito ‘onshore’ em 2027 e 2029, o que terá impacto positivo no crescimento por via da produção, nas receitas fiscais e na conta corrente”, disse o economista do FMI, citado pela Lusa, adiantando ainda que é um dado adquirido que a francesa TotalEnergies vai mesmo regressar a Moçambique, após a suspensão dos trabalhos devido à violência no norte do país, e que a norte-americana ExxonMobil vai avançar brevemente com a Decisão Final de Investimento positiva para Moçambique.

O país “continua a enfrentar desafios significativos de desenvolvimento, nomeadamente devido à maior frequência e gravidade das catástrofes naturais relacionadas com as alterações climáticas”, disse Thibault Lemaire, nas declarações à Lusa, no seguimento da divulgação do relatório sobre as previsões para a África subsaariana, apresentando no âmbito dos Encontros da Primavera do FMI e do Banco Mundial. Depois dos 4,1% registados em 2022, uma aceleração face aos 2,3% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, já no seguimento da pior fase da pandemia, e com recuperações dos sectores da hotelaria, transportes e comunicações, o FMI espera uma aceleração da expansão económica.

“Para 2023, e no médio prazo, esperamos uma nova recuperação, o crescimento de 5% em 2023 será impulsionado pelas indústrias extractivas, incluindo o Coral South, o primeiro projecto de gás natural liquefeito”, cuja primeira exportação já foi feita no final do ano passado, apontou.

Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

Dois desses projectos têm maior dimensão e prevêem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido.

Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após um ataque armado a Palma, em Março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura.

O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).

Um terceiro projecto concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, directamente no mar, que arrancou em Novembro de 2022.

A plataforma flutuante deverá produzir 3,4 mtpa (milhões de toneladas por ano) de gás natural liquefeito, a Área 1 aponta para 13,12 mtpa e o plano em terra da Área 4 prevê 15 mtpa.

O MozParks, o primeiro e único parque industrial em Moçambique até à data, está a caminho de estar ligado à rede eléctrica nacional até meados de 2023.

As obras foram encomendadas pela Electricidade de Moçambique (EDM) através de um projecto de 20,8 milhões de euros intitulado “EDM Power Network Modernization Programme”, financiado pelo Governo alemão através do KfW Development Bank.

O parque industrial está localizado no distrito de Boane, província de Maputo. Até agora, tem operado principalmente com geradores alimentados por combustíveis fósseis. A ligação do parque industrial à rede eléctrica implicou a reabilitação da antiga subestação eléctrica de Beluluane e a construção de uma nova subestação de reserva na localidade de Mahoche. Ambos fornecem electricidade ao parque industrial e a cerca de 3.000 famílias de comunidades próximas, proporcionando-lhes acesso consistente e de longo prazo à energia.

Uma vez conectado à rede nacional, o parque oferecerá um fornecimento de energia mais limpo e confiável. Como resultado, espera-se que o número de empresas acolhidas pelo parque duplique nos próximos dois anos. “À medida que o fornecimento de energia do parque aumenta, mais empresas se mudam, criando mais oportunidades de emprego para as comunidades próximas”, diz o engenheiro César Alfane, gerente de projectos da EDM.

“Juntamente com as empresas de energia limpa, as empresas poderão contar com a energia da rede, poupando 160.000 toneladas de emissões de CO2 por ano”, referindo-se às 48 empresas que operam no MozPark, que emprega mais de 8.000 pessoas, diz Steffen Beitz, Gerente de Portfólio da KfW.

A componente de distribuição de energia do projecto servirá cerca de 3.000 famílias no bairro de Mavoco, distrito de Boane.

“Para além dos benefícios para o desenvolvimento industrial, o projecto também promove o desenvolvimento social e melhora a vida das comunidades locais”, afirma Alfane.

A subestação de Mahoche liga comunidades carenciadas à rede, muitas das quais não tinham acesso à energia antes”, diz Belarmina Jossias, Chefe do Departamento de Qualidade e Planeamento Ambiental da EDM. Tanto as subestações como as linhas de transmissão trabalham com tecnologia de fibra, estão totalmente digitalizadas e estarão ligadas ao futuro Centro Nacional de Controlo da EDM, que controla toda a rede nacional, um projecto financiado conjuntamente pela União Europeia, Banco Africano de Desenvolvimento, Suécia e Alemanha.

À medida que as linhas de transmissão que ligavam as subestações Mahoche e Beluluane Velha subiam, novas comunidades se estabeleceram ao longo das linhas de energia, construindo casas e abrindo lojas. Como resultado, “a procura local de energia é maior do que a inicialmente esperada, e a EDM viu a necessidade de abrir um novo centro de serviços 24 horas para servir as comunidades que vivem nas áreas de Mavoco, Boane e Mozal”, explica Alfane.

No novo centro de serviços EDM – o primeiro do género a dispor de acesso em rampa para pessoas com deficiência – os clientes podem procurar assistência em caso de avarias, solicitar apoio técnico ou apresentar uma queixa sem percorrer longas distâncias. Uma fonte de alimentação confiável é fundamental para a industrialização e o desenvolvimento económico. No entanto, apenas cerca de 40% da população de Moçambique está ligada à rede eléctrica.

A Alemanha continua empenhada em apoiar o Governo de Moçambique a densificar a rede nacional para fornecer acesso universal à energia até 2030.

A contribuição da cooperação alemã para o sector energético moçambicano ascende a mais de 240 milhões de euros através de projectos de cooperação técnica e financeira centrados na cozinha limpa, geração, transmissão e distribuição de energia, com aumento da utilização de energia proveniente de fontes renováveis.

China investiu um bilião de dólares em Moçambique nos últimos seis anos

Apesar dos efeitos negativos da Covid-19, que afectaram a economia mundial, a China esteve entre os países com maior investimento estrangeiro em Moçambique, tendo investido nos últimos seis anos cerca de um bilião de dólares norte americanos.

A informação foi avançada a 27/02, segunda-feira por Custódia Paúnde, Directora-Geral Adjunta da Agência para a Promoção de Investimento e Exportações (APIEX), entidade que tem como papel a promoção e facilitação do investimento público e privado, sendo ele estrangeiro ou nacional.

“Orgulhamo-nos em afirmar que Moçambique é um país de oportunidades, e esta na rota dos maiores destinos de investimento de África. Importa destacar as relações económicas entre a República de Moçambique e a República Popular da China que atravessam bons momentos, nos últimos seis anos, a China esteve entre os países com maior investimento estrangeiro, tendo investido cerca de um bilião de dólares americanos”, revelou…que falava durante a recepção de uma delegação empresarial da “Associação para Promoção Económica e Cultural entre Foshan e Macau”.

No contexto da promoção das oportunidades de negócios entre os dois países está prevista para o presente ano a participação de Moçambique em vários encontros promocionais com destaque para a exposição económica China-África em Junho, como também na segunda edição da Feira-Internacional de Macau que terá lugar no mês de Outubro.

“Gostaríamos de convidar a delegação empresarial de Macau a explorar o máximo possível as oportunidades de negócio de que o país dispõe. A APIEX está neste momento a preparar a 58ª Edição da FACIM a ter lugar de 28 de Agosto a 3 de Setembro, que é o maior evento de negócios em Moçambique”, afirmou.

Falando após a recepção da delegação empresarial da “Associação para Promoção Económica e Cultural entre Foshan e Macau”, Álvaro Massinga Presidente da Câmara de Comércio de Moçambique (CCM), disse que Macau olha para Moçambique como um país ideal para diversificar os seus investimentos.

“Moçambique é o país escolhido por esta delegação de Macau, estamos a estudar a possibilidade de investimento com estes empresários nas diversas áreas, agricultura, construção civil, mineração, e sobretudo turismo. São várias áreas onde os empresários de Macau estão interessados em cooperar e criar projectos de desenvolvimento”, revelou Álvaro Massingue.

Por sua vez Afonso Chan, Presidente da Associação Para Promoção Económica e Cultural entre Foshan e Macau disse que esta é a primeira vez que estes empresários visitam Moçambique e estão com grande expectativa quanto aos potenciais negócios a fechar no nosso país. “Eu já trabalho há bastante tempo com Moçambique e alguns projectos em paralelo e achei que para além dos outros mercados africanos que os empresários da Associação pretendem visitar que é o caso de Angola, Moçambique tem bastante potencial, razão pela qual estamos aqui e pretendemos criar laços de cooperação”.

A delegação empresarial da “Associação para Promoção Económica e Cultural entre Foshan e Macau” realizou uma visita de prospecção a Moçambique até 6 de Março de 2023, para explorar novas oportunidades de investimento e no mesmo dia foi recebida na Câmara de Comércio de Moçambique.

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