Caderno 2 - 25/05/2013

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Caderno Dois WWW.ODEBATEON.COM.BR • MACAÉ (RJ), SEXTA-FEIRA, 25 DE MAIO DE 2013 • ANO XXXVIII • Nº 8094 • FUNDADOR/DIRETOR: OSCAR PIRES

Ousadia e arte de Nelson Rodrigues em cartaz A releitura de um dos clássicos de Nelson Rodrigues, ‘Os 7 Gatinhos’, chega a cidade, sendo encenada neste sábado (25) no Centro de Cultura Rinha das Artes Isis Maria Borges Gomes isismaria@odebateon.com.br

L

evando aos palcos sentimentos como amor, adoração, raiva, ódio, prazer, decepção, que permeiam a atmosfera familiar, entra em cena a peça “Os Sete Gatinhos”. O espetáculo acontece neste sábado (25) no Centro de Cultura Rinha das Artes. A montagem é baseada na obra de Nelson Rodrigues, com direção de Ritcheli Santana e adaptação de Marcelo Evangelista, encenada pela Cia Pigmentus de Teatro e atores convidados, que desenvolvem um trabalho

de interpretação extremamente sensível, mantendo toda a irreverência do autor ao abordar as relações humanas. O espetáculo faz parte do Novas Cenas, projeto da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro que, em sua terceira edição, homenageia o dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues, reconhecido como o maior autor nacional e que deixou uma obra que permanece universal e atemporal. A apresentação tem início às 20h, e os ingressos são gratuitos, mas as senhas são distribuídas no local uma hora antes do espetáculo, ou seja ás 19h.

Detalhes do espetáculo o texto dirigido por Ritcheli Santana e adaptado por Marcelo Evangelista conta a história dos “Noronha”, família interiorana, aparentemente normal, que trabalha na vinícola, produz vinho caseiro e exerce ainda uma outra função. Explorando os vínculos que unem essas pessoas e as relações que

são travadas entre elas, “Os Sete Gatinhos” exprime o banal cotidiano familiar e o transforma em algo peculiarmente imprevisível. Amor, adoração, raiva, ódio, prazer, decepção são alguns dos sentimentos que vão sucumbindo os personagens, até que a verdadeira natureza dessa família é revelada.

“OS 7 GATINHOS”

Uma obra universal e atemporal

A PEÇA OS SETE GATINHOS, que o próprio autor apresenta como uma divina comédia, é uma das mais importantes da sua obra genial. Um casebre localizado no interior, uma família aparentemente normal, os vínculos que os unem, as relações que são travadas entre eles, a vida extremamente simples, o desfavorecimento financeiro, a produção de vinho

› ELENCO: Beto Corrêa Bibelot;

Beatriz Rhaddour Débora, Carol Magalhães Silene, Diana Schneider Arlete, Eliane Soares Hilda, Marcela Jorge Aurora, Norma Maia Gorda, Paulo Barbeto Dr. Portela/Dr. Bordalo, Vivaldo Franco Noronha, Direção: Ritcheli Santana › TEXTO: Nelson Rodrigues, Adapatação: Marcelo Evangelista

› CONCEPÇÃO Cenográfica: Ritcheli Santana

› EXECUÇÃO Cenográfica: Lorenzo Prucolli Martins

› CONCEPÇÃO de Figurino: Cia. Pigmentus de Teatro

› EXECUÇÃO: Sueli › CONCEPÇÃO Sonora: Ritcheli Santana e Jonny

› ILUMINAÇÃO: Carlos Ribeiro › ARTE Gráfica: Diego Deleon › FOTOGRAFIA: Diana Schneider

Débora, Arlete e Hilda. As irmãs mais velhas trabalham para ajudar a pagar os estudos da caçula, Silene, a única pura, a virgem de 16 anos que motiva a vida de todos seus familiares. A trama se transforma quando Silene chega mais cedo da escola com algumas novidades que irão revelar a verdadeira natureza de sua família.

NELSON RODRIGUES

Aos 13 anos, já trabalhava NASCIDO EM PERNAMBUCO (1912), Nelson Rodrigues mudou-se com cinco anos para o Estado do Rio de Janeiro, onde o pai fundou um jornal. Aos 13 anos, já trabalhava na redação, encarregado das páginas policiais. Algumas tragédias pessoais marcariam sua vida,

FICHA TÉCNICA

na vinícula, o vinho caseiro e alguns serviços paralelos. Esse é o enredo do espetáculo que exprime o banal cotidiano familiar e o transforma em algo peculiarmente imprevisível. Em “Os Sete Gatinhos”, Noronha é um tradicional pai de família que trabalha como peão na vinícula dos Bragança, casado com Dona Aracy e pai de cinco filhas: Silene, Aurora,

talvez contribuindo para o gosto pelo gênero. Perdeu um irmão, assassinado dentro da própria redação do jornal; o pai morreu pouco depois, de desgosto. Em virtude da posição política, o jornal foi invadido e suas máquinas, todas destruídas. De repente, na miséria, Nelson e um irmão con-

traíram tuberculose e tiveram de refugiar-se em Campos do Jordão. Ali morreu o segundo irmão. De volta ao Rio, capital federal, Nelson passou a escrever para teatro e jornais, conseguindo, aos poucos, firmar- se e viver com dignidade do trabalho de escritor.

Algumas tragédias pessoais marcariam sua vida, talvez contribuindo para o gosto pelo gênero


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