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Caderno Dois WWW.ODEBATEON.COM.BR • MACAÉ (RJ), TERÇA-FEIRA, 22 DE OUTUBRO DE 2013 • ANO XXXVIII • Nº 8222 • FUNDADOR/DIRETOR: OSCAR PIRES

Alice Kohler: Fotografia e arte em show de talento A fotógrafa Alice Kohler chega a Macaé para inaugurar sua exposição “O Povo da Floresta”, nesta terça-feira (22) na Galeria Bia Café com Arte

Isis Maria Borges Gomes isismaria@odebateon.com.br

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otógrafa vive uma experiência inesquecível no meio de comunidades indígenas brasileiras, une talento e registra tudo em sua câmera. O resultado é a exposição da premiada fotógrafa Alice Kohler, intitulada “O Povo da Floresta”, que chega a Macaé com a sua inauguração marcada para esta terça-feira (22). A noite de vernissage acontece na Galeria Bia Café com Arte, onde a mostra prosseguirá aberta à visitação até 3 de novembro. O evento poderá ser apreciado e aplaudido nos seguintes horários de visitação: de terça a sexta-feira das 10h às 20h; e sábado e domingo das 9h às 13h. A Galeria Bia Café com Arte fica na Avenida Atlântica, 1690 - Cavaleiros. Nesta exposição, a fotógrafa retrata a natureza e o cotidiano da vida indígena brasileira, mostrando ao mundo o dia a dia dos Índios do Médio Xingu, das etnias Araweté, Asurini e Parakanã, aldeias onde realiza também trabalhos voluntários, retratando os hábitos e costumes no convívio diário. Recentemente, ela realizou esta mesma mostra no ArtServe em Fort Lauderdale ( Flórida/EUA).

“O POVO DA FLORESTA” A mostra “O Povo da Floresta” surgiu da vivência de Alice Kohler no cotidiano indígena brasileiro. Ela dedica boa parte de seu tempo como voluntária na reservas indígenas do Médio Xingu, no estado do Pará, promovendo a prática de esportes e combatendo o alcoolismo e as drogas. Nestas viagens, a fotógrafa registra o povo, seu modo de vida e a natureza da região. “O Povo da Floresta” é um trabalho que é feito com esmero e paixão por esta artista, que revela ter se dedicado à fotografia por “Profissão de Fé”. Neste trabalho, ela mostra o dia a dia dos Índios do Médio Xingu, das etnias Araweté, Asurini e Parakanã, aldeias onde realiza também trabalhos voluntários, retratando os hábitos e costumes no convívio diário. Os Índios da etnia Yawalapiti foram fotografados em 2012, quando foi convidada pela família de Yamoni, Pajé desta etnia, especialmente para assistir a cerimônia do Kuarup. A festa marca o fim do período de luto. Também foram fotografados os índios Kayapós das Aldeias Ladera, Gorotire e Las Casas, sendo aí convidada para assistir os Segundos Jogos dos Indios Kayapós. "Meu registro é o olhar sobre povos brasileiros pouco vistos pelo restante do planeta, com sociedades distintas, línguas próprias e uma cultura riquíssima, que infelizmente estão correndo risco de serem extintas", declara Alice Kohler.

TR AJETÓRIA DA ARTISTA A fotógrafa ressalta que na Exposição no ArtBrazil em Fort Lauderdale (EUA), o público teve a oportunidade de ser brindado com mais uma etapa de sua vida e trabalho. Ela confessa ser um misto de fotógrafa e andarilha e que gasta uma boa parte de sua vida vivenciando e aprendendo nos quatro continentes e nos lugares mais diversos em cultura e hábitos. Ela abre assim um capítulo a parte para o Brasil, sua terra natal, que possui dimensões continentais e formas de ser extremamente diferentes em seu rico regionalismo, quase países diferentes com a mesma língua, sendo seu maior xodó o universo indígena, onde volta e meia ela faz uma imersão de corpo e alma para carregar suas baterias e estar em contato cada vez mais estreito com os povos da floresta. Outros projetos constam também da agenda de Alice Kohler, destacando-se a mostra no BNDS no Rio de Janeiro, marcada para novembro; e no Haiti, junto com a fotógrafa Jade Matarazzo, cuja exposição será apresentada também em Los Angeles (Califórnia/ EUA) no início de 2014. Em 2013, venceu com a melhor fotografia no primeiro Salão Nacional de Arte Fotográfica de Fotografia da ABAF seguido de mais dois prêmios de terceiro lugar.

ALICE KOHLER

Alice Kohler ao lado do embaixador Hélio Vitor Ramos Filho e alguns trabalhos da artista durante a exposição nos Estados Unidos

Nascida em 16 de maio de 1960, na cidade de Blumenau (SC), Alice Kohler, aos dois anos, mudou-se com sua família para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje. Graduou-se em Educação Física pela UFRJ e especializou-se em Management of Olimpic Sport Organization, pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Dedica parte de seu tempo como voluntária na reserva indígena do Médio Xingu, promovendo a prática de esportes e combatendo o alcoolismo e as drogas. Nestas viagens, registra o povo, seu modo de vida e a natureza da região. A afinidade com a natureza e com o cotidiano da vida indígena dão inspiração à Alice como fotógrafa, uma de suas paixões desde 1977, quando estudante de intercâmbio nos Estados Unidos. Seu olhar aguçado e exigente captam o que nossos olhos não enxergam e a frenesi de suas lentes registram a beleza e a essência de povos que não conhecemos. Desde suas primeiras exposições até os dias atuais, sua maturidade se torna cada vez mais evidente e exigente na forma como ela se expressa na arte fotográfica.


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