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Caderno Dois WWW.ODEBATEON.COM.BR • MACAÉ (RJ), QUARTA-FEIRA, 21 DE AGOSTO DE 2013 • ANO XXXVIII • Nº 8169 • FUNDADOR/DIRETOR: OSCAR PIRES

Graffiti em Macaé conquista espaço e valorização Grafiteiros macaenses respresentam o município em dois eventos neste final de semana, um em Brasília e outro em Vila Velha (ES)

Isis Maria Borges Gomes isismaria@odebateon.com.br

A

criativa arte do grafite ganha a cidade, encantando o público com seus belos desenhos nos diversos espaços públicos. E os artistas macaenses do grafite atravessam limites territoriais, levam suas artes para outras cidades e mostram por lá seus trabalhos e seus talentos. Assim, o grafiteiro Felipe Talu, que pertence ao grupo Culturap, embarca nesta quinta-feira (23) rumo a Brasília, para participar do Hall Of Fame, evento internacional de Graffiti de Brasília, que acontece no sábado e domingo (24 e 25). “Meu desejo é reencontrar amigos de outras cidades e adquirir novos conhecimentos relacionados ao graffiti, para conhecer outros artistas e novas técnicas”, declara Felipe, acrescentando que participa deste evento na capital federal contando com o apoio do

vereador Marcel Silvano, que pagou suas passagens. O grafiteiro faz questão de ressaltar que Marcel é um dos políticos que mais apoia a cultura urbana de Macaé, defendendo sempre os direitos dos artistas de participar e utilizar espaços públicos do município. Outros grafiteiros do Grupo Culturap de Macaé também viajam neste final de semana, para mostrar os seus talentos em terras capixabas. O grupo é composto de Rogério Magrinho, Fernando Kep, Thiago Muniz, Douglas DG (rap), mais Cove, Fawe, Kid, Lyn, (graffiti), e diversos skatistas, que participam do evento Filial Graffiti em Vila Velha (ES). Recentemente, o grafiteiro Felipe Talu esteve em Recife (PE), participando do Recifusion, evento nacional de Grafitti. Ele já teve outros convites, inclusive um em Curitiba (PA) e em Houston (EUA), mas não pôde ir por falta de patrocínio.

FELIPE TALU TA IS T R A O E BR SO O C U PO UM AUTODIDATA, Felipe Talu era pichador e desenvolveu-se na arte do graffiti e ganha mundo. Adepto do estilo wild style, a forma mais tradicional do graffite por fazer uma escrita de forma abstrata e colorida, Felipe pinta graffiti em muros e sobre tela, além de realizar trabalhos de computação gráfica. Sua inspiração vem de tudo que vê com relação a escrita. O grafiteiro foi aluno do Ciemh2 e desenvolveu novas técnicas sozinho.

Em 2001, Felipe abandonou a pichação, junto com amigos de escolas, para conhecer melhor o graffiti. Estudou a arte por meio de revistas e de outras pessoas que comentavam. Resolveu então buscar conhecimento sobre o assunto e passou a se dedicar à arte, inclusive pedindo autorização dos proprietários dos muros para grafitar. A partir de 2004 passou a divulgar o graffiti em outras cidades, indo em busca também de novidades para trazer aos grafiteiros de Macaé.

Metas e desafios Felipe Talu continua a desenvolver um trabalho especial no graffite. No momento, ele trabalha na área de offshore como profissional do setor de alpinismo industrial. Antigamente ele encarava o graffiti como robe, mas hoje o graffite entrou em sua vida como uma mudança de vida. Felipe aposta que no futuro poderá viver do graffiti, tendo a arte como profissão. Por outro lado, ele espera que as pessoas tenham maior respeito pelo graffiti, e que possam olhá-lo como arte e que não venham mais acontecer fatalidades como a de Yuri Alves, que estava pintando uma casa abandonada e foi assassinado com vários tiros. “A nossa luta é pela valorização dos artistas na cidade, pois Macaé tem muitos talentos que já se destacam no cenário artístico nacional”, disse Felipe. Os telefones de contato de Felipe são (22) 9982-5549 / 9982-1049.

Festival de Cultura Urbana Felipe Talu conta que uma porta se abre em prol da valorização do movimento. É que está marcado para o dia 7 setembro o Festival de Cultura Urbana, que acontecerá no Parque da Cidade, em homenagem a Yuri Alves. A festa vai constar de uma programação especial de rap, reggae e rock, com três espaços alternativos um para cada

ritmo, além de Campeonatos de Skate, de Futebol e um super painel de graffiti com artistas macaenses.

Grupo Culturap

idealizado pelos grafiteiros Joca e Magrinho, o grupo Culturap começou fazendo rodas de rap nas praças da cidade. Com o tempo foi agregando outras verten-

tes urbanas, como graffiti e skate, basquete de rua, entre outras. Rodou as praças de Macaé até que foi impedido pela Código de Postura, ficando sem espaço para fazer o movimento. Passaram então a se dedicar exclusivamente ao grafiti e ao rap. A proposta do grupo é difundir a cultura urbana no município e abolir a discriminação do movimento.


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