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Macaé (RJ), quarta-feira, 20 de agosto de 2014, Ano XXXIX, Nº 8479
Fundador/Diretor: Oscar Pires
CADERNO DOIS O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ MA
Tom Zé sob os aplausos do público macaense
FOTOS: DIVULGAÇÃO
O show de Tom Zé acontece nesta quinta-feira (21). Isis Maria Borges Gomes isismaria@odebateon.com.br
O
cantor, compositor e poeta Tom Zé sobe ao palco do Teatro do Sesi Macaé, nesta quinta-feira (21), para um super show. O espetáculo tem início às 20h, e os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). A classificação etária é de 16 anos. Os interessados devem adquirir os ingressos na bilheteria do Teatro do Sesi Macaé Alameda Etelvino Gomes, 155, Riviera Fluminense. Outras informações pelo telefone (22) 2791-9214. Unido a um grupo de artistas, Tom Zé compartilhou propósitos estéticos e detonou a Tropicália, movimento do qual ele foi um dos líderes. O quarto disco da carreira do cantor e compositor baiano, ‘Todos os Olhos’, foi lançado há quarenta anos. O polêmico trabalho, cuja capa fazia uma provocação ao regime militar, marcou a carreira de Tom Zé, por tê-lo arrastado para o ostracismo - de onde só saiu na década de 90, quando voltou aos holofotes com a ajuda do músico David Byrne (ex-integrante da banda Talking Heads). Só então a ousadia do LP, que lista os clássicos Augusta, Angélica e Consolação e Brigitte Bardot, seria compreendida e aplaudida pelos brasileiros.
TOM ZÉ
Nascido em em Irará, Bahia, em 11 de outubro de 1936, Antonio José Santana Martins é consagrado compositor, cantor, performer, arranjador, escritor. Em Salvador, no curso secundário, se interessou por música e cursou por seis anos a Universidade de Música da Bahia, depois de ter passado em primeiro lugar no vestibular. Essa escola excepcional contava com professores como Ernst Widmer, Walter Smetak e Hans Joachim Koellreutter. Ainda em Salvador, participou do espetáculo “Nós, Por Exemplo”, no Teatro Castro Alves. Já em São Paulo, participa de “Arena Canta Bahia”, musical dirigido por Augusto Boal, e da gravação do disco definidor do Tropicalismo, “Tropicália ou Panis et Circensis”, em 1968. No mesmo ano (1968) leva o primeiro lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, com a canção São Paulo, Meu Amor. Grava seu primeiro disco, “Tom Zé - Grande Liquidação”, que tematiza a vida urbana brasileira em música e texto renovadores. Em 1973 lança “Todos os Olhos”, cuja ousadia, só assimilada por crítica e público muito tempo depois, o “afastou dos meios de comunicação mas o fez escutado pelos melhores ouvidos do País” - diz o artista.
dando o Samba”, recebido então com certa perplexidade, por sua ousadia formal. Porém, foi ouvido casualmente no final dos anos 80 pelo multiartista David Byrne, exTalking Heads, que perguntou por telefone a Arto Lindsay: “que país é esse, que tem um artista assim e que tão poucos conhecem?” e lançou sua obra nos Estados Unidos, com total sucesso de crítica.
A compilação ‘The Best of Tom Zé”, da gravadora de Byrne, foi o único álbum brasileiro a figurar entre os dez discos mais importantes da década nos E.U.A. Tom Zé passou a ser mais ouvido no Brasil e seu extraordinário desempenho no palco repercutiu no País e nas turnês européias e americanas. Em Londres por exemplo, no Barbican Festival, foi o sucesso
nik (1997) e “Santagustin” (2002). É tema de três documentários, premiados nos festivais nos quais foram apresentados: “Tom Zé, ou Quem Irá Colocar Uma Dinamite na Cabeça do Século? De Carla Gallo (2000); “Fabricando Tom Zé” (2006), por Décio Matos Júnior e “Tom Zé - Astronauta Libertado”, por Igor Iglesias, cineasta espanhol (2009).
Premições e destaques o talanto de Tom Zé mereceu diversas premiações, destacando-se as seguintes: Prêmio de Criatividade concedido pelos compositores do festival Composer to Compóser, em Telluride, E.U.A., 1990; prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), 1998; Artista do Ano - Revista Bravo, 2006, Prêmio Shell pelo conjunto da obra - 2003; Prêmio Multicultural do Estadão, categoria Criadores, por seu trabalho inventivo, enraizado na cultura brasileira, em seu povo, e na extrema radicalidade qualitativa musical; Prêmio Shell 2007, pelo conjunto da obra. Tom Zé é autor de “Tropicalista Lenta Luta” (Publifo● INFORMAÇÕES:
O talanto de Tom Zé mereceu diversas premiações
lha, 2003), “Cidades do Brasil - Salvador” (Publifolha, 2006) e “Ilha Deserta - Discos” (Publifolha - 2003). Lançou recentemente (2010), pela Biscoito Fino, o cd e dvd “O Pirulito da Ciência”, produção de Charles Gavin. “Todos os Olhos” foi relançado em vinil. Em outubro/ 2010, a Luaka Bop lançou, nos EUA, antologia/ box em vinil, intitulado "Explaining Things So I Can Confuse You" (Tô te explicando pra te confundir). Dia 07 de Dezembro/ 2010, no Palácio dos Bandeirantes, o Governo do Estado de São Paulo concede a Tom Zé o "Prêmio Governador do Estado - Destaque em Música no ano de 2010".
do Sesi Macaé (22) 2791-9214. ● HORÁRIO: 20h, ● INGRESSOS: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). ● CLASSIFICAÇÃO etária é de 16 anos. ● TEATRO
TRAJETÓRIA ARTÍSTICA
Em 76, Tom Zé lança “Estu-
de público do festival que contou com Stockhausen, Werner Herzog e Enio Morricone. Em 1998, “Com Defeito de Fabricação”, disco que fala sobre o homem do Terceiro Mundo, é listado entre os dez mais importantes do ano pelo The New York Times. Para o Grupo Corpo, compôs “Parabelo”, com José Miguel Wis-