Caderno Dois WWW.ODEBATEON.COM.BR • MACAÉ (RJ), QUINTA-FEIRA, 16 DE MAIO DE 2013 • ANO XXXVIII • Nº 8086 • FUNDADOR/DIRETOR: OSCAR PIRES
Festa de arte e muitos aplausos no Teatro do Sesi Macaé Espetáculo poético sobre a obra de Mário Quintana acontece no Teatro do Sesi Macaé nesta quinta-feira (16) Isis Maria Borges Gomes isismaria@odebateon.com.br
L
evando aos palcos as questões da passagem da adolescência para a vida adulta seus conflitos e contradições, entra em cena a peça “Homens, Santos e Desertores”, do dramaturgo Mário Bortolotto, sob a direção de Ernesto Piccolo e conta no elenco com os premiados atores Ricardo Blate e Nelson Yabeta. O espetáculo, que é uma produção da Cia. Teatral Casa dos Azulejos, teve sua estreia nesta quarta-feira (15) e prossegue em cartaz nesta quinta-feira (16), no Teatro do Sesi Macaé a partir das 20h. O evento integra o projeto Cultural Sesi 2013, que traz grandes espetáculos a Macaé. Os interessados em curtir a excelente atração cultural podem adquirir os ingressos na bilheteria do teatro pelo valor de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). O Teatro da Unidade Operacional de Macaé do Sesi fica na Alameda Etelvino Gomes, 155, Riviera Fluminense. Outras informações pelo telefone (22) 2791-9214.
“HOMENS, SANTOS E DESERTORES”
Primeira vez no Rio de Janeiro Trajetória da peça A PEÇA “HOMENS, SANTOS E DESERTORES” fala basicamente do
rito de passagem e da inadequação social. Passagem da adolescência para a vida adulta. Um garoto, outsider total, não consegue se sentir a vontade em nenhum lugar que a vida lhe oferece. Não encontra alternativa e sente que não parece talhado para o mundo que ofereceram a ele. Seu pai é o típico desertor, o cara que também ficou a margem, mas preferiu optar pela indiferença. Nunca trocou mais que duas palavras com o filho e no momento
está em algum lugar do México com um amigo motociclista. A mãe, abandonada e solitária, não consegue ajudar o garoto. Não tem amigos, nem namorada e não parece se interessar por nada que os garotos de sua idade demonstram interesse. Encontra um Homem que vive recluso, antisocial, um estóico. Vive cercado de livros e não gosta de receber ninguém em sua casa. O Garoto se identifica com o Homem e passa a freqüentar diariamente a casa dele, mesmo contra a vontade do Homem. O
Ficha técnica
“HOMENS, SANTOS E DESERTORES”
Texto: Mário Bortolotto Direção: Ernesto Piccolo Elenco: Ricardo Blat e Nelson Yabeta Cenário: Sérgio Marimba Figurinos: Débora Mazloum Trilha Sonora: Rodrigo Penna Iluminação: Tiago Mantovani Realização: Casa dos Azulejos Produções Artísticas e Culturais LTDA - ME
encontro desses dois personagens à deriva e de gerações diferentes, mas com tanto em comum, possibilita discutir a figura do Outsider. Do sujeito que não se enquadra. Do cara que propositalmente parece optar pela infelicidade como única maneira de se sentir autêntico em um mundo onde todo mundo parece querer fazer parte de alguma coisa. Onde todo mundo quer ser aceito. Há sujeitos que preferem não entrar na corrida dos ratos, e é basicamente desses personagens que a peça trata.
encenado pela primeira vez no Rio de Janeiro, “Homens, Santos e Desertores”, do dramaturgo Mário Bortolotto, tem direção de Ernesto Piccolo e conta no elenco com o premiado ator Ricardo Blat. Ele contracena com Nelson Yabeta, dando vida a uma dupla de personagens sobre o qual pouco se sabe - nem mesmo seus nomes são revelados. O espetáculo destaca a relação entre os dois, a partir das referências literárias e musicais que compartilham, além de certa inadequação social. O espetáculo estreou e m 2 0 1 1 n o Te a t ro d e Arena da Caixa Cultural, no Rio de Janeiro. Na época o elenco era formado por Rodolfo Bottino e Nelson Yabeta. Logo depois d a p r i m e i ra temporada, o ator Rodolfo Bottino infelizmente faleceu
e em seu lugar entrou o ator Ricardo Blat para dar continuidade ao espetáculo, no ano de 2012. Com Ricardo o espetáculo cumpriu uma curta temporada de sucesso no Espaço Furnas Cultural no mês de agosto e já tem uma segunda temporada confirmada para o mês de novembro, no SESC Tijuca.