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Macaé (RJ), quinta-feira, 9 de outubro de 2014, Ano XXXIX, Nº 8522
Fundador/Diretor: Oscar Pires
CADERNO DOIS O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ CAÉ
Festival Benedicto Lacerda ilumina cenário macaense
O Festival Cultural Benedicto Lacerda agita Macaé em deliciosa temporada de festa de choro e samba Isis Maria Borges Gomes
FOTOS WOLNEY
ilustre músico macaense Benedicto Lacerda, uma das mais expressivas figuras da Música Popular Brasileira de todos os tempos, é reverenciado em celebração que movimenta o cenário do choro e samba em Macaé. Na edição 2014, o Festival Cultural Benedicto Lacerda acontece em meio a deliciosa temporada festiva, que começa nesta quinta-feira (9) e prossegue até o dia 15 de outubro. Numa promoção da Usina de Fomento Cultural, o evento é marcado por uma programação especial, constando de shows, oficina musical, palestra, lançamento de livro e songbook, além de espetáculo infantil, exposição biográfica e muito chorinho e samba, abrindo espaço para a participação de novos talentos. A abertura do festival acontece nesta quinta-feira (9), às 20h, no Teatro Municipal de Macaé, em meio a lançamento do livro biográfico “Benedicto Lacerda - O Flautista de Ouro - Um Gênio na Orfandade”, de autoria de Sidney Castello Branco, e do songbook Benedicto Lacerda. A noite contará ainda com o show com Nicolas Krassik, músico francês radicado no Brasil.
foyer do Teatro Municipal de Macaé; ● ÀS 20h do dia 10, o autor do livro “Benedicto Lacerda - O Flautista de Ouro” ministra palestra sobre o homenageado no Teatro Municipal de Macaé, onde também será realizado o show do Regional Choro das 3 logo em seguida; ● DIA 11 de outubro, Regional Carioca e Paulo César Pinheiro serão a atração do festival a partir das 20h. As apresentações também serão realizadas no Teatro Municipal de Macaé; ● DIA 12 de outubro, das 09h às 13h, acontece nas Sociedades Musicais Nova Aurora e Lyra dos Compositores oficina musical em parceria com a Casa do Choro e Escola Portátil de Música; ● DE 13 a 15, seis espetáculos infantis de mamulengos e fantoches (biográfico-musical) com a Cia Volta Seca vão ser realizados nas escolas da rede municipal de ensino de Macaé; ● ENCERRAMENTO do festival: dia 15, a partir das 20h, a rua que leva o nome de Benedicto Lacerda, na Praia das Conchas, recebe Zé Rangel Quinteto. Em seguida o Regional Imperial convida os flautistas Antônio Rocha e Werlles de Paula.
PROGRAMAÇÃO SHOW!!!
FESTIVAL ANUAL
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O
dia 09, às 20h, no Teatro Municipal de Macaé com lançamento do livro biográfico “Benedicto Lacerda - O Flautista de Ouro - Um Gênio na Orfandade”, de Sidney Castello Branco, e o songbook Benedicto Lacerda. Em seguida, show com Nicolas Krassik; ● ENTRE 09 e 15, exposição biográfica de Benedicto Lacerda aberta ao público, no ● ABERTURA:
Anualmente, acontece o Festival Benedicto Lacerda, prestando homenagem ao ilustre macaense. “Por isso, nada mais justo do que celebrar este macaense tão ilustre com um festival anual, que resgata a cultura musical de Macaé e região
Benedicto Lacerda é uma das mais expressivas figuras da Música Popular Brasileira de todos os tempos
e contribui para a revitalização de nossa cultura”, declarou o presidente da Usina de Fomento Cultural, Marcos Kuika, lembrando ainda que Benedicto Lacerda foi brilhante flautista, compositor, arranjador, cantor, maestro, saxofonista, diretor musical e líder do Regional (conjunto musical) mais famoso de todos os tempos. Marcos destaca que, em seus 54 anos de vida, Benedicto Lacerda deixou um verdadeiro legado
para a Música Popular Brasileira. Como compositor, fez parcerias com Herivelto Martins, Ary Barroso e Pixinguinha, entre outros. Como músico, seu Regional acompanhou grandes nomes como Carmen Miranda, Francisco Alves, Orlando Silva, Noel Rosa, Aracy de Almeida e Silvio Caldas. “BENEDICTO LACERDA - O FLAUTISTA DE OURO - UM GÊNIO NA ORFANDADE”
Benedicto Lacerda benedicto lacerda nasceu em Macaé no dia 14 de março de 1903 em uma família humilde. Morando na Rua São João, o menino Benedicto descobriu a música ouvindo ao longe os ensaios da Sociedade Musical Nova Aurora. Nasce na infância a sua paixão pela música, quando começou a aprender flauta transversa. Em 1920, muda-se com a mãe para o bairro Estácio, no Rio de Janeiro. Aos 17 anos, chega ao reduto dos bambas e passa a ter lições de flauta com o chorão carioca Belmiro de Souza, pai do compositor Ciro de Souza. Em 1922, entrou para a polícia militar, onde pode continuar exercendo a música nas bandas dos batalhões. Benedicto foi líder do conjunto musical mais organizado da música brasileira. Deu baixa da polícia militar
O autor do livro “Benedicto Lacerda - O Flautista de Ouro - Um Gênio na Orfandade”, Sidney Castello Branco, explica que a publicação é uma biografia de natureza documental, e ressalta a ativa participação do macaense Benedicto no cenário musical da época, como músico e como artista pioneiro na luta da classe pelos direitos autorais. O livro, com quase 150 páginas, publicado pela Editora Global Choro Music, levou três
e, em 1929, criou o grupo “Gente do Morro” com o qual gravou, cantando sambas e solando choros e valsas à flauta. No ano de 1934, fundou o Conjunto Regional Benedicto Lacerda, grupo este que gravou com as maiores estrelas da Era de Ouro de nossa música, nas décadas de 30 e 40. No ano de 1946, forma dupla com Pixinguinha e realiza uma série se gravações antológicas. A partir do início da década de 50, dedica-se a organizar sociedades arrecadadoras de direito autoral. Benedicto Lacerda morreu no Rio de Janeiro no dia 16 de fevereiro de 1958, antes de completar 55 anos, em um domingo de carnaval enquanto o povo na rua cantava seu maior sucesso, a marcha “A Jardineira” de 1939.
Nicolas Krassik
anos e meio para ser concluído. “Esta é uma biografia de natureza documental porque fiz um trabalho muito intenso de pesquisa em documentos originais da época, como jornais, revistas, publicações que me ajudaram a recontar a história desta personalidade tão importante para a nossa música”, disse o autor, que que se encantou pela obra de Benedicto após casarse com sua neta, Wyrthes Lacerda Cappelli Castello Branco.