O Confeccionista ED11

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ANO II Nº11 MARÇO/ABRIL 2011

www.oconfeccionista.com.br

Mercado Vale a pena importar?

Têxteis para o lar:

Feimaco e Tecnotêxtil

Confira as novidades

Os impactos do preço do algodão

Tecidos

para uniformes escolares

Marca:

Você está preparado para ter a sua?

FastFashion Uma revolução?

Desfile MegaPolo Moda Out/Inv 2011 O Confeccionista mar/abr 2011 1


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carta ao leitor

O que vale é a informação S e você obtivesse, de fonte segura, a informação de que o dólar subiria 50% na semana que vem, e tivesse um capital disponível, logicamente compraria dólares e ganharia um bom dinheiro. Se alguém lhe oferecesse um carro por R$ 30 mil, talvez você dissesse que não tem interesse nele, pois não está pensando em trocar de modelo; mas se esse carro fosse um Mercedes-Benz zero quilômetro, certamente você daria um jeito de comprá-lo. É claro que essas questões são conceituais; porém, o poder da informação influencia diretamente o resultado de nossas decisões. Com o apoio de muitas empresas, você está recebendo uma das maiores edições de O Confeccionista, fruto de muita informação que, esperamos, possa contribuir para sua tomada de decisão. Gostaria de agradecer aos confeccionistas, aos consultores e demais fontes de informação que apostam na seriedade de nossa publicação e nos auxiliam neste processo de conquistar o respeito do mercado. Estamos buscando nos aprimorar a cada dia e, para isso, precisamos de sua valiosa opinião. Visite nosso site e fale conosco, sugerindo matérias, dizendo o que gostaria de ler. Você é o nosso público-alvo, teremos prazer em ouvi-lo. Tenha uma boa leitura e faça grandes negócios. Um abraço Júlio César Mello Diretor-geral juliocesar@oconfeccionista.com.br

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sumÁrio

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ANO II • NÚMERO 11 • mar/abr • 2011

FOTO CAPA: MÁRCIA FASOLI / DESFILE MEGAPOLO MODA

capa

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ILUSTRAÇÃO: SHUTTERSTOCK

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Seções 12 70 130 133

Em dia Estante Acontece Em pauta

Artigos 48 Moda 68 Crédito 52 Mercado 80 RH 86 Modelagem 96 Consumo 102 Gestão 108 Mão de Obra 118 Tecnologia

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ENTREVISTA - Fast Fashion, por Enrico Cietta Mercado - As regras do jogo MARCA PRÓPRIA: como ter a sua MAQUINÁRIO - As novidades da Feimaco e da Tecnotêxtil Mercado - Os impactos da alta do algodão UNIFORMES ESCOLARES: novidades em tecidos

SEGURANÇA: Seguros MERCADO - Lojas Marisa, Pernambucanas, Hipermercados CONSUMO - Retratos do Brasil NA PRÁTICA - Moulage sem mistérios moda masculina - Moda Polo SUSTENTABILIDADE - Éden, moda com algodão orgânico PLUS SIZE - Grandes e graciosas MODA MASCULINA - Alfaiataria Persona MODA MASCULINA - Dudalina CAPACITAÇÃO: treinamento on line VENDAS - Portal de Negócios SEGURANÇA: Vigilância SUSTENTABILIDADE - Ecosimple recicla tecidos TECIDOS ESPORTIVOS - Pesquisa


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editorial

Olho vivo

A

Linha Direta

redação O Confeccionista editora@oconfeccionista.com.br (11) 2769-0399 www.oconfeccionista.com.br

expansão do varejo de confecções é notória. Embalados pela estabilidade da economia e pela demanda aquecida, favorecida pela melhora do poder aquisitivo da população, grandes magazines readequam seu mix de vestuário, aumentam o número de lojas e de praças atendidas. Os hipermercados, direcionados para suprir as necessidades da família toda, também incrementam a oferta desses itens. De olho na emergente classe C, esses pontos de venda garantem que vendem moda, e não apenas roupas. Para seduzir o consumidor, coleções são lançadas e repostas em prazos cada vez mais curtos, a criatividade muitas vezes cede lugar à cópia, mas, nesses quesitos, os chineses são imbatíveis. As crescentes importações de têxteis e de vestuário, especialmente da Ásia, favorecidas por fatores macroeconômicos internos e externos, preocupam entidades, empresários e especialistas no setor, que veem nessa prática um desserviço à cadeia

o Diretor-Geral - Júlio César Mello juliocesar@oconfeccionista.com.br Diretora de Relações com o Mercado Bernadete Pelosini bernadete@oconfeccionista.com.br Editora - Vera Campos (Mtb 12003) editora@oconfeccionista.com.br Repórteres - Camila Guesa camila@oconfeccionista.com.br Laura Navajas laura@oconfeccionista.com.br Editor de Arte - Leandro Neves leneves@oconfeccionista.com.br Colaboraram nesta edição: Roberto Carlessi (revisão): Adriana Moser,

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produtiva brasileira, uma ameaça à sobrevivência das indústrias e dos empregos. Embora a concorrência esteja acirrada, algumas confecções se encorajam a disputar esse mercado e lançam sua marca própria, mantendo, no entanto, as vendas para private label. Outras aderem à produção sustentável, cientes de que encontrarão mais e mais clientes com consciência socioambiental. As reportagens que fizemos nesta edição são um reflexo do cenário atual. Pretendem mostrar ao confeccionista que é preciso estar sempre atento às movimentações do mercado, aprimorar a gestão da empresa, investir em inovação, procurar identificar as oportunidades e novos nichos que surgem. Afinal, para competir e ter lucratividade no negócio é preciso estar sempre bem informado. Boa leitura!

Vera Campos Editora editora@oconfeccionista.com.br

Alfredo Achkar, Celso Cláudio de Hildebrand e Grisi, Everardo Maciel, Fábio Lotti Oliva, Gilberto Wiesel, João Silvério, Norberto Arena, Soeli Oliveira, Sonia Duarte (artigos). Internet - Mulisha rafael@mulisha.com.br Financeiro - Mauro Gonçalves financeiro@oconfeccionista.com.br Circulação - Ana Paula Candermo anapaula@oconfeccionista.com.br Publicidade comercial@oconfeccionista.com.br Executivos de Negócios Leandro Galhardi leandro@oconfeccionista.com.br Natalia Fonseca natalia@oconfeccionista.com.br Tatiana Oliveira tatiana@oconfeccionista.com.br

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Assinaturas assine@oconfeccionista.com.br Impressão - Prol Gráfica Tiragem - 25.000 exemplares. Distribuição Nacional O Confeccionista é uma publicação bimestral da Impressão Editora e Publicidade Ltda., distribuída aos empresários da indústria de confecção. É vedada a reprodução total ou em parte das matérias desta revista sem a autorização prévia da editora. Todas opiniões e comentários dos articulistas e anunciantes são de responsabilidade dos mesmos.

Redação - Rua Teodureto Souto, 208, Cambuci – São Paulo – SP. CEP: 01539-000 - Fone: (11) 2769-0399

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em dia Inovação e Qualidade

Ponto eletrônico

Foi publicada em 28/02/2011 uma nova portaria do Ministério do Trabalho e Emprego que adia para 1º de setembro de 2011 o início da utilização obrigatória do Registrador Eletrônico de Ponto – REPP por empresas com mais de 10 funcionários, para controlar a jornada de trabalho. Este é o segundo adiamento da norma que, atendendo reivindicação de sindicatos e empresariado, decidiu flexibilizar o conteúdo da Portaria 1.510, aceitou a possibilidade de acordos ou convenção coletiva, com consentimento das partes, para instaurar sistemas alternativos de controle da jornada. Ainda segundo a portaria, os sistemas alternativos eletrônicos não devem admitir restrições à marcação, nem marcação automática, exigência de autorização prévia para marcação de sobrejornada e alteração ou eliminação dos dados registrados pelo empregado.

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Roupa de Baixo

No dia primeiro de março, a Capital Federal se viu diante de um desfile inusitado. Promovida pelo site Finíssimo, em parceria com o Shopping Conjunto Nacional, a quinta edição do Dia Nacional da Roupa de Baixo (DNRB) esquentou o centro de Brasília. O evento levou 26 modelos de calcinha, sutiã e cueca para desfilarem, por cerca de uma hora, em pleno meio-dia, pelo ponto mais movimentado da cidade: a rodoviária do Plano Piloto. O ‘National Underwear Day’, comemorado em Nova Iorque desde 2003, inspirou o desfile tupiniquim. Este ano, foram para as ruas looks da clássica mulher burlesca do fim do século XIX, com clara influência da moda de cabaré daquela época. Com chapéus, penas, plumas e transparências, o estilo escolhido reconta a história das lingeries. “Foi nesse período que a roupa de baixo deixou de ser um simples acessório e passou a ter a mesma importância das demais peças", explica o produtor Marcos Barozzi.

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FOTOS: divulgação

Para que as empresas têxteis possam desenvolver melhor seus produtos, o Polo Tecnológico da Indústria Têxtil e de Confecção (Polo TecTex) dos Municípios de Americana, Nova Odessa, Hortolândia, Sumaré e Santa Bárbara D`Oeste, em São Paulo, está desenvolvendo um programa de inovação e qualidade. A ideia é realizar um trabalho de otimização dos processos produtivos, com o emprego de novas tecnologias, empreendedorismo, criatividade e ferramentas de qualidade. A ação, que terá mais de 700 horas de duração, é apoiada pela ABDI, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, e conta com diagnósticos para levantar informações e analisar a realidade atual das empresas. A Fundação Vanzolini, da USP, foi contratada para ministrar os workshops do programa.


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em dia INFORMAÇÃO DE QUALIDADE

Arena Bureaux de Estilo, que representa no Brasil mais de 40 bureaux de estilo internacionais, lança agora seus serviços na web. A empresa acaba de associar-se ao Fashion Snoops, de Nova Iorque (www.fashionsnoops.com), um dos mais importantes grupos na área de informações de tendências e confirmações de moda. Com o serviço é possível ter acesso a direções e tendências com antecedência de até 24 meses, além de avaliações por marcas, mercados e áreas. “Agora nosso leque de serviços está completo”, diz o presidente da empresa, Norberto Arena, para quem, num cenário de competição acirrada pela concorrência asiática, a ordem é se antecipar nos lançamentos e não correr atrás do que já está nas vitrines. “As confecções brasileiras precisam trabalhar com maior velocidade e ineditismo para assim garantir seu espaço”, diz Arena, consultor de projetos na área de moda e pioneiro na distribuição de figurinos e revistas técnicas internacionais no Brasil. Para ele, a possibilidade de acesso antecipado às principais tendências de moda é fundamental para o direcionamento das estratégias de marketing e de produção das indústrias, sejam elas tecelagens, fiações, confecções, malharias ou estamparias. “A moda acontece no desdobramento e interpretação de tendências mundiais e, principalmente, pela rápida transmissão de informações”, afirma. Quem se interessar pelo serviço poderá fazer assinaturas trimestrais, semestrais ou anuais para receber o conteúdo inteiro das pesquisas ou apenas as referentes ao segmento de interesse. Contate: www.arenabureaux.com

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De olho no amanhã

Com o objetivo de promover a excelência da produção italiana de fios têxteis, ao mesmo tempo em que favorece o intercâmbio entre universidades de todo o mundo, a Itália traz para o Brasil o projeto “Feel The Yarn” (Sinta o Fio). Dirigido aos alunos de universidades pré-selecionadas do Reino Unido, Japão, China, Estados Unidos e Brasil, o evento visa incentivar novos designers e tornar conhecida a qualificada produção de fios da região Toscana. O projeto dará à indústria italiana a oportunidade de apresentar sua tecnologia de ponta junto aos futuros profissionais das mais prestigiosas escolas internacionais de moda e design. Na programação, de março a julho, os participantes irão a seminários e visitas a empresas produtoras de fios, e deverão criar e desenvolver uma microcoleção de três peças que posteriormente serão expostas no salão Pitti Immagine Filati. Durante o evento, será realizado um concurso no qual as criações serão avaliadas por uma comissão especializada e pelo público de profissionais do evento. O autor que criar a peça mais votada será premiado com uma bolsa de estudos no valor de 2.500 euros.


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em dia Em 14 e 15 de abril, o Istituto Europeo di Design realiza o ModaCamp: um encontro dinâmico e interativo cujo objetivo é compartilhar ideias e experiências sobre o mundo da moda. Questões sobre o futuro da moda, a importância da moda brasileira, o e-commerce, entre outras, serão respondidas durante o evento por 21 profissionais do mundo fashion, entre estilistas, jornalistas, blogueiras e stylists. Cada participante fará uma apresentação de 15 minutos. Ao final do dia, haverá mesa-redonda para debater o tema “Que Moda a Net Favorece”, a partir de quatro tópicos: A Comunicação no Mundo da Moda; Moda e Business; Os Avanços da Tecnologia Têxtil; e Tendências. Além do encontro no mundo real, o ModaCamp terá um espaço de discussão virtual - www.modacamp.net, no qual os palestrantes irão escrever artigos, postar comentários e abrir debates, permitindo o acesso ilimitado às informações.

FOTOS: divulgação

Moda em pauta

Online

O instituto de ensino à distância IBModa está com inscrições abertas para seus novos cursos considerados como de extensão, com carga horária de 30 horas e duração estimada de 2 meses. Na grade, os alunos têm acesso a vídeoaulas semanais, contato direto com o professor através de chats, fóruns, atividades práticas e ainda networking e troca de experiências com os outros alunos, profissionais de diferentes lugares do país. Mais informações em www.ibmoda.com.br.

Texprocess 2011

De 24 a 27 de maio, Frankfurt, na Alemanha, será palco da Texprocess, uma nova plataforma na qual as empresas poderão lançar suas inovações e soluções de ponta para a indústria de processamento têxtil e outros materiais flexíveis. Entre os expositores estão líderes de mercado internacionais da Alemanha, Itália, Japão, China, Coreia e Taiwan. A variedade de produtos na Feira inclui toda a cadeia de produção do corte, passando pela costura, bordados e junções até aos acabamentos, TI e logística. A partir de 2011, a Texprocess será realizada a cada dois anos em paralelo com a Techtextil.

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CANAL DE INFORMAÇÕES

Com o objetivo de se aproximar de seu público-alvo e divulgar informações relevantes e em primeira mão relativas ao segmento de uniformes escolares, o grupo setorial da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), responsável pelo Projeto de Modernização do Vestuário Escolar (Promovesc) acaba de lançar seu novo canal de comunicação: o portal Promovesc. Por meio do site (www.promovesc. com.br), gestores educacionais, escolas, pedagogos, pais e alunos, confeccionistas e fornecedores poderão acessar informações detalhadas sobre a Norma Técnica do Uniforme Escolar – Requisitos de Desempenho e Segurança (NBR 15.778), aprovada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) em 2010. “O objetivo é oferecer uma ferramenta dinâmica para as consultas relacionadas a tecnologias em tecidos para uniformes, padronização de cores, modelos diferenciados, benefícios aos pais, escolas e alunos, além de garantir ao setor de uniformes escolares mais qualidade, segurança contra a pirataria, maior valor agregado e custo beneficio”, explica Roberto Yokomizo, coordenador do Promovesc.


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entrevista

Fast Fashion

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ma verdadeira revolução para o setor de moda, mas antes disso uma revolução cultural. Assim o fast fashion, modelo de negócio praticado na Europa e no Brasil, é visto pelo consultor italiano Enrico Cietta, que discorreu sobre o tema em entrevista por e-mail à editora Vera Campos. O fast fashion ainda é considerado no Brasil um modelo produtivo pouco avançado, que se baseia substancialmente na capacidade de responder de forma rápida às exigências do mercado; um modelo adequado às grandes cadeias capazes de produzir e distribuir grandes

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FOTOS: divulgação

O consultor italiano Enrico Cietta, professor universitário e editor econômico de moda na Itália fala sobre o modelo de negócios que vem promovendo uma verdadeira revolução no mercado

volumes. Mas para o economista italiano Enrico Cietta, autor do livro “A Revolução do Fast Fashion: estratégias e modelos organizativos para competir nas indústrias híbridas”, essa avaliação impede muitas empresas brasileiras de compreenderem a fundo esse modelo de negócio e as impossibilita de colherem as oportunidades que, sem dúvida, existem em relação ao fast fashion e podem ser desenvolvidas no país. Sócio e diretor da Diomedea, empresa de Pesquisa e Comunicação com sede em Milão e filial em Novo Hamburgo (RS), Cietta também é consultor, profes-

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sor universitário e editor econômico para o setor de moda e design de alguns jornais diários italianos e algumas revistas setoriais. Em sua avaliação, participar do business da moda tornou-se mais caro e mais arriscado. Um risco tão elevado, capaz de comprometer um sistema produtivo que se baseia em tempos longos de criação e produção. Em contrapartida, o desejo de novidades e a rapidez dos processos de consumo, segundo ele, hoje são características comuns em todos os mercados do mundo. Leia as opiniões dele a respeito dessa “revolução”.

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entrevista

O Confeccionista - Você considera o fast-fashion o modelo produtivo/distributivo de maior sucesso nos últimos anos. Com base no que você faz essa afirmação? Enrico Cietta - Nos últimos dez anos, o setor têxtil e de vestuário italiano e europeu certamente sofreu: nem todas as empresas tiveram performances negativas, mas no geral o setor precisou deflagrar profundas reestruturações, com diminuição significativa de empresas e funcionários. O business da moda nesta última década inegavelmente mudou de cara. Apesar da crise internacional do consumo nos países ocidentais, as empresas que adotaram o modelo fast fashion cresceram num ritmo impressionante. Hoje a Inditex (grupo espanhol dono da marca Zara) e a H&M são as primeiras empresas européias do setor têxtil e de vestuário e competidores mundiais em absoluto. Algumas pequenas e médias empresas italianas também tiveram performances econômicas positivas nesse período. Muito mais positivas do que o andamento do mercado e das empresas concorrentes que adotam outros modelos de negócio. Tratase das empresas fast fashion de nível médio alto, uma evolução daquilo que no início dos anos 80 era identificado como prêt à porter. De que forma essas pequenas e médias empresas italianas chegaram ao modelo fast fashion? Enrico Cietta - A partir da experiência de pequenos laboratórios capazes de fazer produções rápidas, imitando os produtos

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“O fast fashion pode, paradoxalmente, ser muito eficaz no defender o patrimônio produtivo e criativo local, desde que consiga explorar a vantagem de saber antecipar as mudanças nas tendências de consumo no mercado local mais do que os grandes competidores globais.” mais vendidos da estação, nasceram empresas que reinventaram, modernizando-o, o modelo prêt à porter. Pequenas e médias empresas italianas que, mesmo trabalhando em alguns casos com rede própria de lojas, completam a própria distribuição com as lojas multimarcas, que ainda hoje na Itália constituem 50% das vendas no setor. Estas empresas italianas de vestuário masculino e feminino aplicam um sistema de produção e distribuição que pode ser redirecionado ao fast fashion, mas que é obviamente muito adequado às suas exigências, à sua realidade de produção e distribuição e ao seu mercado de referência. Qual é o resultado dessa iniciativa? Enrico Cietta - Empresas que fazem produtos de faixa média alta conseguem competir tanto com as empresas da faixa alta como com

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as empresas que oferecem produtos de baixo preço. Justamente o sucesso dessas empresas e o seu modelo criativo e produtivo e de distribuição podem ser tomados como exemplo por muitas empresas brasileiras. Mas o que é, afinal, o fast fashion, e o que esse conceito traz de positivo para quem produz vestuário? O que pode trazer de negativo? Enrico Cietta - O fast fashion não é um posicionamento de mercado, não é moda, não é somente a troca rápida dos produtos nas lojas, mas sim um modelo de negócio ou, mais que isso, uma família de modelos de negócio. A principal idéia é envolver as escolhas dos consumidores na concepção dos produtos. É diferente do passado, quando a ideia era que as pessoas escolhessem a partir de um certo número de produtos disponíveis (a velha ideia de coleções sazonais) e permitisse que as empresas descobrissem o que era mais rentável produzir. No modelo fast fashion o processo criativo é contínuo e as escolhas dos consumidores são imediatamente incorporadas ao novo design e aos novos produtos. Poderíamos chamá-lo de "forma adaptável" ou "design adaptativo". O que é perigoso é a velocidade constante acima do processo, que poderia baixar a qualidade do produto, a fim de manter elevada a frequência de consumo. Você acha que a indústria de confecções brasileira pratica o fast fashion corretamente? O que fal-


ta a ela, quais são os principais desafios a serem enfrentados? Enrico Cietta - O sistema da moda brasileira é muito favorável para o sucesso do fast fashion, principalmente porque ainda há espaço para o varejo e a indústria de produção crescerem. Hoje, posso reconhecer três elementos que, na Europa e, especificamente, na Itália, foram o que possibilitaram o sucesso do fast fashion: a presença de centros de distribuição como o Mega Polo Moda, em São Paulo, que passou de um atacadista simples para um grupo de showrooms; a presença de cadeias como a C&A (na Itália, papel desempenhado pela Zara e H&M), capaz de usar designers locais (como Reinaldo Lourenço, Alexandre Herchcovitch, Isabela Capeto, Amir Slama); e a concepção de produtos a preços acessíveis. O sucesso de algumas marcas (como a Farm, por exemplo) mostra que elas podem fazer fast fashion com seu estilo próprio, focando em seu mercado-alvo e utilizando as lojas para comunicarem o que pretendem passar da marca. Você concorda que a introdução do modelo fast fashion está sendo estimulada pela indústria e pelo varejo – e não pelos consumidores? Enrico Cietta - Não concordo. É o mercado que está mudando. O que o fast fashion nos ensina é o fato de que num mercado no qual aumentam os custos e os riscos, o modelo tradicional de criação/produção com tempos longos é extremamente arriscado para quem não tem marca forte e não pode impor suas escolhas no mercado.

Mas quais são as vantagens do modelo? Enrico Cietta - A adaptação das coleções e do design no desenvolvimento das coleções durante a estação é uma grande vantagem. A segunda coleção pega o melhor da primeira e o aprimora, a terceira da segunda e assim por diante, numa produção criativa em ciclo contínuo. Nisso as pequenas empresas italianas imitaram o modelo Inditex/Zara

“O fast fashion nos ensina que num mercado no qual aumentam os custos e os riscos, o modelo tradicional de criação/produção com tempos longos é extremamente arriscado para quem não tem marca forte e não pode impor suas escolhas no mercado.” e se beneficiam enormemente, porque, dessa forma, conseguem desenvolver famílias de produtos de sucesso. As empresas brasileiras, neste ponto, têm grande vantagem em relação às italianas, porque estão acostumadas a atender mercados com estações inversas (por exemplo, os Estados Unidos), diferentemente das empresas italianas, que têm distribuidores europeus como maiores clientes. As pequenas e médias empresas brasileiras, portanto,

desenvolvem as coleções de verão e inverno com menor rigidez. Como as médias e pequenas empresas podem se valer desse modelo de negócio, já muito utilizado pelos grandes varejistas europeus? Enrico Cietta - Justamente para os menores, esta família de modelos de negócio representa uma solução para muitos dos problemas gerados pelas novas condições competitivas (maiores custos, maior risco e valor crescente da produção intangível). Quais são os requisitos para um modelo de produção fast fashion dar bons resultados não somente no ponto de venda, mas também para os confeccionistas? Enrico Cietta – Normalmente, pensa-se que as empresas fast fashion trabalham exclusivamente com subfornecedores estrangeiros em países com baixo custo de produção. Isso é verdade somente para as redes que movimentam grandes volumes de produto de baixo preço e baixo conteúdo de design. As pequenas e médias empresas italianas que se inspiram neste mesmo modelo de negócio demonstram exatamente o contrário. A forte ligação entre cadeia criativa e cadeia industrial, mas também a necessária velocidade de adaptar a oferta às escolhas do consumidor, obrigam as empresas do fast fashion italiano a limitar o raio das redes de subfornecedores. Como assim? Enrico Cietta - De acordo com o segmento de mercado, as empresas da moda rápida devem ter subfor-

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entrevista

Por que motivo? Enrico Cietta - A motivação é simples: as pequenas e médias empresas não têm os recursos para desenvolver cadeias "longas", mesmo as que trabalham com subfornecedores estrangeiros em países de baixo custo de produção e mantêm a velocidade de produção suficientemente flexível. Não podem fazer grandes investimentos produtivos, nem podem investir em complicados sistemas de informática. A proximidade geográfica com o próprio fornecedor é, portanto, essencial para poder interagir e desenvolver a produção rapidamente. De que forma isso pode acontecer? Enrico Cietta - Na realidade, para o fast fashion das pequenas e médias empresas o sistema de distribuição é um elo fundamental da cadeia produtiva e criativa. Os pontos de venda contribuem com suas indicações qualitativas para o melhor entendimento da tendência do mercado local no qual operam e que conhecem bem, justamente por ser o seu mercado de referência. Trata-se, portanto, de outro ponto de contato com a realidade

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brasileira, em que a participação das pequenas redes e das lojas independentes permanece significativa e pode favorecer o desenvolvimento de uma relação eficaz entre indústrias produtivas e pontos de distribuição para um fast fashion de nível médio-alto. Como lidar com as eventuais sobras das coleções, que, imagino, seja um grande problema? Enrico Cietta - A resposta rápida ajuda a diminuir o risco. Não importa quantas sejam as coleções, mas as empresas que obtiveram sucesso são aquelas que entenderam que organizar a produção criativa dividida em duas estações (ou no máximo em quatro coleções) é um limite que não podem mais se permitir. É melhor organizar-se considerando a hipótese de uma produção criativa em ciclo contínuo e acostumar-se a desenvolver mais coleções contemporaneamente, uma constatação feita recentemente por Domenico Dolce, estilista e fundador da Dolce & Gabbana (empresa que está muito distante das lógicas do fast fashion). Esta mudança (de uma criatividade organizada por estações a uma criatividade em ciclo contínuo) também aconteceu nas indústrias culturais, como a produção de livros e música e indústrias culturais às quais, cada vez mais, a moda se assemelha. Além do controle da produção e de um bom modelo distributivo, o sucesso das grandes cadeias de fast fashion não está atrelado à exploração de mão de obra e ao pagamento de baixos valores a quem produz? Ou seja, o fast

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fashion é vantajoso para quem produz vestuário? Enrico Cietta - Estas críticas são frequentemente verdadeiras e legítimas. Todavia, confundem alguns aspectos relacionados aos modelos de negócio empresariais em relação a uma modalidade nova e a novas ideias levadas adiante pelas empresas. O consumo rápido "imposto" pelas cadeias fast fashion britânicas terminou no banco dos réus pelo seu impulso de consumir, produzindo assim resíduos têxteis seis vezes superiores (estas são algumas das estimativas, cuja veracidade deve ser demonstrada) em relação ao mercado antes da revolução do fast fashion.#

FOTOS: divulgação

necedores geograficamente mais próximos do que os concorrentes tradicionais. Prova disso é que cerca de 75% da produção das empresas italianas de moda rápida é realizada na Itália, principalmente nos distritos têxteis italianos. Chegase até mesmo ao paradoxo de que muitas dessas empresas têm uma produção "made in Italy" em quota superior às empresas tradicionais que operam no segmento alto.


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endaval, incêndios, descargas elétricas, explosões, desabamentos e alagamentos. Por mais cuidados que se tome, nenhuma empresa está livre de ocorrências como essas, que podem causar sérios prejuízos materiais (quando não à vida humana), jogando por terra anos de investimentos e, até mesmo, levando o negócio à falência. Quem já passou por uma situação dessas sabe que não é nada fácil recomeçar do zero. E, em se tratando de pequenas e microempresas, como é o caso de 98% das brasileiras, a importância da busca pela segurança patrimonial se multiplica. “Ao contrário das médias e grandes, normalmente as MPE’s têm apenas uma unidade fabril e, em caso de algum dano a esse local, a perda pode ser irremediável”, alerta o consultor especialista em seguros empresariais, Antonio Penteado Mendonça. Para as empresas que ainda não

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foram expostas a tais circunstâncias, nada mais assertivo do que procurar maneiras de se prevenir e garantir a continuidade do empreendimento. E, nesse sentido, os seguros são alternativas acessíveis e confiáveis, às quais o empresário pode e deve recorrer. “A proposta do seguro é muito clara: repor perdas. E quando se corre um risco, seja ele qual for, é preciso se prevenir”, diz o presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Adelson Almeida Cunha. Para ele, os benefícios dos seguros empresariais vão além da proteção ao patrimônio, pois garantem a perpetuação da empresa no mercado e asseguram os empregos pelos quais ela é responsável.

Exposição ao risco As ocorrências mais comuns a que as confecções estão suscetíveis são incêndios, danos de origem elétrica,

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Prevenir-se contra eventuais perdas

roubo/furto qualificado e vendaval. Por esse motivo, esses tipos de sinistro constam de qualquer pacote de seguro empresarial disponível no mercado. Além dessas coberturas básicas, é possível contratar outras adicionais e contar com diversos serviços emergenciais vinculados à apólice. Mas se a empresa estiver instalada em um local sujeito a desabamentos ou alagamentos, por exemplo, pode ser que não consiga ter cobertura para esses tipos de evento. Isso porque o mercado de seguros se baseia no princípio da aleatoriedade, que leva em conta certa margem de risco. “As seguradoras trabalham com a possibilidade de algo acontecer, nunca com plena certeza”, explica Mendonça. E quanto maior a exposição ao risco, maior a possibilidade de o sinistro acontecer. Veja o exemplo de uma fábrica localizada à margem de um rio que transborda a cada chuva mais forte. “Quando a exposição

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ao risco é muito alta, a seguradora pode recusar o contrato porque não conseguiria administrá-lo; ficaria inviável”, concorda o coordenador de Ramos Elementares da Porto Seguro, Marcelo Santana.

Mutualismo Santana explica que as seguradoras trabalham com o mutualismo, um sistema de contribuição de muitos para benefício individual de cada um dos contribuintes. Ou, em outras palavras, recolher contribuição de muitos para pagar poucos. “Se uma incidência ocorre com vários segurados ao mesmo tempo, a contratada acaba não conseguindo arcar com sua parte no acordo”, completa. Para saber como, quais serviços e com quem contratar sua apólice de seguros, o melhor é buscar a consultoria de um corretor de seguros. “Juntos, e com o apoio de uma Seguradora, pode-se elaborar uma proposta para atender aos anseios do segurado”, aconselha o diretor de riscos especiais da Marítima Seguros, Claudio Saba. Feito isso, o empresário deve ter plena consciência do valor do seu patrimônio. Aqui, vale ressaltar que não se trata do “valor para venda”,

Antonio Penteado Mendonça

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mas sim dos custos de reposição/ reconstrução, no caso de perda total ou parcial. A operação logística, localização geográfica, vizinhanças, condições do imóvel e dos equipamentos e exposição a certos riscos serão consideradas na escolha e no preço das coberturas necessárias, oferecidas pelas seguradoras.

Simplificando De acordo com os consultores, os preços para contratação das apólices cabem tranquilamente no bolso de uma pequena empresa. Os valores dependem basicamente da exposição maior ou menor. “É uma questão de justiça”, diz Adelson, da FenSeg, “Para um patrimônio ao redor de R$ 83 mil, o segurado paga por ano R$ 240,00 ou R$ 20,00 por mês para ter uma completa cobertura securitária e proteger todo o seu patrimônio”, exemplifica Saba, da Marítima. Na Marítima, os seguros empresariais se dividem entre o Empresarial Simplificado (Patrimônio até R$ 1,5 milhão) e o Super Empresarial (Patrimônio até R$ 100 milhões). Do Simplificado, constam da apólice várias opções de cobertura em uma única contratação, com limites seguráveis, taxas e descontos específicos. Neste modelo, incluem-se os riscos de incêndio de qualquer causa, exceto dolo; queda de raio atingindo diretamente os bens segurados; explosão de qualquer natureza e origem; e danos materiais decorrentes da impossibilidade de remoção ou proteção dos itens salvados, por motivo de força maior. Além disso, a empresa oferece cobertura simultânea para mudança de local; garantia para bens deteriorados em função de incêndio no local segurado; garantia para as despesas e proteção dos bens segurados; e pagamento de aluguel em outro local durante a reconstrução

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do imóvel danificado por incêndio/ queda de raio/explosão.

Adaptado Na Porto Seguro, o Porto Seguro Empresa é uma das opções indicadas para MPE’s. Trata-se de um produto modular, composto de uma cobertura básica – que protege a empresa contra incêndio, queda de raio, explosão e fumaça – e de coberturas opcionais, que podem ser contratadas de acordo com as necessidades de cada um. O Porto Seguro Empresa dispõe de outros benefícios, como central de atendimento 24 horas, não interrupção das coberturas contratadas mesmo durante o período de férias coletivas, aceitação para atividades sem CNPJ, pagamento em até quatro parcelas sem juros, contratação para várias unidades da empresa em uma única apólice e uma série de descontos como, por exemplo, para estabelecimentos localizados em shopping centers; renovações sem sinistro; desconto por quantidade de coberturas, entre outros.#

Vantagens de um seguro empresarial • Transformar as incertezas relacionadas aos riscos do cotidiano, que podem representar elevados prejuízos, em pequenas prestações fixas; • Garantir a continuidade do negócio em caso de eventos súbitos e imprevistos; • Não colocar em perigo o patrimônio dos sócios proprietários, em caso de reposição/reconstrução; • Conferir proteção financeira ao caixa da empresa, que não precisa ser dimensionado de forma tão elevada, para atender determinadas situações. Fonte: Claudio Saba - Marítima Seguros


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MERCADO

As regras

É crucial a adoção imediata de medidas que aumentem a competitividade sistêmica da produção brasileira. Entre as prioridades estão a redução dos encargos trabalhistas, isenção tributária dos investimentos e desoneração das exportações POR VERA CAMPOS

têm de mudar

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US$ 1,073 bilhão em 2010, ou seja, um acréscimo superior a 1.000%. O volume de peças de roupas importadas saltou de 14 mil toneladas para 68 mil toneladas nesses oito anos, segundo a Abit, com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Varejo Sylvio Mandel, presidente da Abvtex – Associação Brasileira do Varejo Têxtil, rebate as acusações de que os grandes varejistas são os principais responsáveis pela desestabilização da Balança Comercial do setor e não vê com bons olhos a criação de barreiras às importações, como tentativa de proteger a indústria nacional. “Ao contrário, medidas desse tipo podem desequilibrar gravemente a cadeia têx-

FOTOS: SHUTTERSTOCK

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ólar baixo, artigos produzidos na Ásia a preços tentadores, elevados custos de produção, falta de matéria-prima e de produtos acabados para suprir o mercado. Parecem ser muitos os motivos que justificam a corrida às importações de produtos têxteis e manufaturados no Brasil. No primeiro bimestre do ano, as importações de vestuário registraram alta de 70,5% em relação ao mesmo período do ano passado e somaram US$ 268,3 milhões. Desse montante, US$ 175,1 milhões foram direcionados a produtos chineses, informa a Abit – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções. Os gastos nas importações de vestuário estão em escala ascendente nos últimos anos. Passaram de US$ 100 milhões FOB em 2003 para


til brasileira, já que a própria indústria de vestuário está recorrendo às importações”, avalia Mandel. A Abvtex utiliza dados da Secex (Secretaria do Comércio Exterior do MDIC) para mostrar que a importação de produtos têxteis ganha da de confecções, embora venha aumentando nos dois segmentos. Segundo o levantamento, em 2010 as importações de têxteis (fios fiados, linhas de costura, tecidos planos, tecidos de malha e especialidades) somaram US$ 2,73 bilhões, enquanto as de confeccionados (roupas de malha, roupas de tecidos planos, linha Lar e outros) atingiram US$ 1,33 bilhão e responderam por apenas 26,36% do total das compras externas. De posse desses números, Mendel reitera que o varejo têxtil, representado pela Abvtex, responde pela importação de itens não atendidos pela produção nacional em termos de escala de produção (como os produtos de inverno), qualidade de produto e inovação de matéria-prima. “Temos reiterado que a indústria não tem acompanhado o ritmo de crescimento do varejo. Há sérios riscos de desabastecimento, principalmente nos produtos de inverno, caso sejam adotadas barreiras às importações. Além disso, esse tipo de barreira cria condições para o aumento da ilegalidade na importação”, enfatiza.

Cadeia produtiva Importar fibras, fios – e até tecidos – agrega valor, amplia as condições de competitividade da indústria pela diversidade oferecida, desde que sejam produtos que custem poucos dólares e sirvam para produzir algo que seja vendido internamente (ou até exportado) por muitos dólares, o

que gera receitas, divisas e beneficia o país. “Isso é estratégico”, ressalta Marcelo Prado, diretor do Iemi – Instituto de Estudos e Marketing Industrial, que há décadas acompanha a evolução do setor. “Mas importar produtos acabados é jogar a cadeia têxtil no lixo. Além do que, o custo médio do quilo de roupa pronta é elevado, de US$ 17, e esse tipo de produto vai direto para o varejo e para o consumidor. É negativo para o País”, completa Prado. “Quanto mais cair a importação de roupa pronta, melhor para toda a cadeia têxtil”, analisa.

Impulso às importações O contexto em que trabalham as confecções no Brasil atualmente favorece as importações, avalia Prado. O governo parece estar estimulando essa prática, ao elevar as tarifas públicas, o câmbio, os encargos, o custo de capital (juros) e dos impostos.

“Esses fatores reunidos acabam impulsionando as importações, e quem perde é o País”, diz. Na realidade, “a indústria nacional está deixando de ser competitiva ao ter de enfrentar os concorrentes internacionais em condições desiguais”, ressalta o diretor superintendente da Abit, Fernando Pimentel. “O setor têxtil e de confecções vem investindo e empregando no decorrer dos anos, e o

que defendemos não é uma proteção, e sim isonomia. É preciso que o governo desonere o custo do emprego, das exportações e dos investimentos em máquinas e elimine alguns impostos”, explica. A Abit já encaminhou propostas nesse sentido ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A entidade preconiza uma estratégia de defesa comercial conectada ao resgate da competitividade, a partir da análise do cenário mundial e suas consequências no setor. Pimentel avalia que a indústria tem plena capacidade de atender o crescimento do consumo e ir mais além, “desde que sejam tomadas medidas compatíveis para abastecer o mercado interno”.

Mecanismos de defesa As nações desenvolvidas, tradicionalmente grandes importadoras de vestuário, continuam com elevado desemprego e consumidores céticos. “Com isso, o aquecido mercado brasileiro tornou-se alvo cobiçadíssimo. Portanto, o País não pode ficar passivo ante inequívoca concorrência desigual: nações de grande representatividade utilizam mecanismos desequilibradores do comércio, em especial a depreciação de suas moedas. Para mitigar as assimetrias, precisamos ser ágeis em aumentar nossa competitividade interna e estabelecer mecanismos defensivos mais ágeis e eficientes”, conclui Pimentel. O diretor do Iemi concorda que é preciso haver uma desoneração fiscal e trabalhista para estimular o empresário a crescer. “Senão ele decide sair da produção, terceiriza tudo ou passa a gerenciar marcas”, coloca. “E isso é um grande desserviço à consolidação da cadeia produtiva”, finaliza.#

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Expansão acelerada

FOTOS: DIVULGAÇÃO

MERCADO

De olho na mulher da nova classe média brasileira, a Marisa investe no aumento do número de lojas, reformula sua comunicação e aprimora os processos de planejamento e coordenação das coleções

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tentas ao aumento do poder aquisitivo e à expansão das famílias da classe C, o grande varejo de moda tem se esmerado para conquistar as famílias das classe mais populares e sobressaiu em relação à concorrência. A Marisa é uma dessas empresas. Maior rede de lojas especializada em moda feminina e moda íntima, e uma das maiores redes de lojas de departamento de vestuário feminino, masculino e infantil do Brasil, a Marisa vem se especializando em oferecer produtos que acompanham as últimas tendências da moda internacional e nacional para mulheres entre 20 e 35 anos de idade, prioritariamente da nova classe média brasileira. A rede chegou à marca de 281 pontos de venda instalados em todas as regiões do País. Em 2010, investiu R$ 128 milhões na abertura de 53 unidades (ante 39 previstas anteriormente) e surpreendeu o mercado em abril, com o lançamento das lojas especializadas Marisa Lingerie.

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O IMPOSSÍVEL NÃO EXISTE. Coleção Energia Verão 2012.

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MERCADO Os investimentos em expansão receberam acréscimo de R$ 28 milhões sobre os R$ 100 milhões anunciados no início do ano. “2010 foi histórico para a empresa. Um refinado planejamento comercial fortaleceu a presença da Marisa em todo o país. Cumprimos a ousada meta de inaugurar 53 lojas nos mais diferentes pontos do Brasil, introduzimos no mercado um formato pioneiro de loja, a Marisa Lingerie, e reformulamos a nossa comunicação, aproximando-nos ainda mais do nosso público-alvo, a mulher da nova classe média brasileira”, relata o CEO da empresa, Marcio Goldfarb.

Acertando o mix A estratégia de expansão da Marisa ganhou força em 2009 e se intensificou em 2010, quando a empresa viu a oportunidade de ampliar seus negócios de forma agressiva. Desde aquele ano, a Marisa deixou de vender cama, mesa e banho para dedicar-se a roupas e acessórios, seguindo as tendências mundiais da moda. “A rede se empenhou na melhoria e ampliação do mix de produtos e acompanhamento rígido de estoques e prazos de entrega”, afirma Goldfarb. O aprimoramento dos processos de planejamento e de coordenação das coleções e a melhora do mix de produtos ajudaram a elevar a receita líquida de mercadorias (vendas menos impostos pertinentes às vendas) no ano seguinte para R$ 1,7 bilhão, um aumento de 18,7% em relação ao ano anterior. Os conceitos dos formatos dos pontos de venda foram mais bem definidos: as unidades com área de vendas entre 1.000m2 e 1.200m² que oferecem, além de moda feminina, moda masculina, moda infantil, moda íntima e acessórios foram encaixadas no conceito de Marisa Ampliada. “A Marisa é uma rede em franco crescimento, sempre atenta às oportunidades de mercado”, coloca Ricardo Ribeiro, diretor de expansão da rede. A estratégia da empresa é, segundo ele, fortalecer sua presença onde possui poucas lojas e chegar a lugares onde não tem nenhuma unidade. Para isso, são feitos estudos em todas as regiões do país e avaliado o melhor local para cada loja nova. O formato da loja a ser implantada é definido de acordo com o público-alvo de cada região, cidade ou bairro.

Crescimento Para 2011, já foram contratadas 30 novas lojas, além das três já inauguradas até março. Além disso, a empresa vem investindo na modernização das unidades e no aumento da variedade de produtos, a fim de criar conveniência para que as famílias encontrem o melhor da moda em um mesmo local.

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Ribeiro assegura que a principal preocupação da Marisa é oferecer mais do que um simples produto, e sim “informação de moda”. Para o desenvolvimento das coleções, são realizadas pesquisas sobre as tendências nos principais centros de moda internacionais, além do acompanhamento de desfiles. Esses dados são adaptados ao perfil da mulher brasileira, cliente da Marisa.

Na web A Marisa foi a primeira rede de moda feminina a ter uma loja virtual. Em 2010, a média de visitas mensais ultrapassou a marca de 1,2 milhão. No www.marisa.com. br são oferecidos 900 tipos de produtos, com possibilidade de entrega em todo o território nacional. Hoje, a loja virtual representa 0,7% da receita total da Marisa. Ao completar dez anos de atuação em 2010, o espaço foi reformulado e ganhou um serviço patenteado e inédito em sites brasileiros. O sistema Sua Medida, espécie de provador virtual, foi uma das inovações introduzidas pela empresa. A ferramenta pioneira permite a compra on-line de peças a partir das medidas de cada cliente e informa sobre a disponibilidade em estoque. Outro diferencial é a possibilidade da cliente montar seu look de forma interativa, vendo as combinações das peças e podendo compartilhar com outras pessoas. Além disso, todas as compras realizadas na loja virtual podem ser trocadas em qualquer uma das unidades físicas de Marisa. O site disponibiliza ainda os seguintes serviços: a Compra Rápida, onde o cliente seleciona, facilmente e direto na vitrine virtual, as peças pelas quais tem interesse e vai direto para o check out; a Compra Casada, ferramenta por meio da qual o site indica peças coordenadas que outros clientes montaram e compraram, mostrando os hits da temporada; e o Chá de Lingerie, área na qual as pessoas podem cadastrar listas de compras com itens que gostariam de ganhar, facilitando e agilizando a compra da lingerie para as amigas.#


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MERCADO

Sintonia fina

FOTOS: DIVULGACÃO

Pernambucanas desenvolve looks alinhados às tendências da temporada

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Para fazer frente à acirrada concorrência na disputa pelo consumidor emergente da classe C também na área de moda, a centenária Pernambucanas decidiu se mostrar com maior veemência para o mercado. Em fevereiro, numa ação inédita, reuniu a imprensa especializada na capital paulista para apresentar a coleção outono/inverno 2011, lançada em suas 272 lojas nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná. Capitaneada pelo gerente de Estilo e Desenvolvimento Renato Shibukawa, a coleção está up to date com o circuito fashion internacional. Desfiles de marcas famosas, editoriais de moda e vitrines das principais lojas do mundo formam a base de inspiração da atenta equipe de estilistas da empresa, que tem como seu principal alvo a mulher madura da classe C. “Essa consumidora está bem informada e não compra apenas roupas, e sim moda”, confirma o diretor de Marketing Rogério Marques, acrescentando que a Pernambucanas está atenta para oferecer o que o mercado deseja. “Temos também de correr para não ficar atrás da concorrência, uma vez que aquilo que é apresentado num desfile na Europa em questão de dias já está sendo ofertado pelo varejo”, comenta. O público masculino e o infantil também são atendidos segundo os ditames do cenário fashion. Isso sem falar na linha de moda íntima que, segundo a Pernambucanas, busca retratar a diversidade cultural trazendo o novo com qualidade, modernidade e conforto, a fim de despertar o desejo do consumidor.# (V.C.)


Feira internacional para o processamento de têxteis e materiais flexíveis

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MERCADO

Moda básica com

conteúdo

Para atrair consumidores e de olho na rentabilidade, hipermercados reforçam suas apostas no vestuário

FOTOS: DIVULGACÃO/CATÁLOGO DE PRODUTOS EXTRA

Desenvolver e comercializar itens de vestuário deixou de ser exclusividade de confeccionistas e do varejo especializado. Grandes redes de hipermercados, como Extra (do grupo Pão de Açúcar) e Walmart, também vêm apostando suas fichas no segmento de moda. Lançam coleções baseadas em tendências nacionais e internacionais e investem em marcas próprias de roupas, calçados e acessórios. Afinal, a venda desses produtos de maior valor agregado incrementa os ganhos. De acordo com levantamento do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), os têxteis representam, em média, 6% da receita bruta anual das grandes redes de hipermercados, o que significa faturamento ao redor de R$ 4,5 milhões por ano. E a tendência desses números é só crescer, em resposta aos investimentos dessas empresas em pesquisas, desenvolvimento de produtos e em marketing. As respostas dos clientes no consumo desses itens em hipermercados têm sido outra alavanca para os investimentos. Isso porque, cada vez mais, a escolha pelos hipermercados para a compra de confecções e acessórios assume o aspecto de conveniência e de solução. “Muitas vezes o cliente encontra marcas em que a qualidade é

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equivalente à de grandes grifes, e acaba optando por elas, por conta da relação custo-benefício”, avalia o diretor comercial da área de Vestuário do Walmart, Cesar Roxo. Mas para ter êxito o importante é ofertar o produto certo, no momento e local certos. “É moda básica com conteúdo”, define, acrescentando que em vestuário o foco principal da rede é a mulher das classes C e B.

Regionalização

FOTOS: DIVULGACÃO/CATÁLOGO DE PRODUTOS EXTRA

“A área de vestuário funciona como atrativo e como canal de fidelização, pois o mesmo cliente que entra na loja para comprar alimentos pode encontrar roupas com qualidade e preço justo, com cores e modelagens atrativas”, concorda o diretor comercial têxtil do Grupo Pão de Açúcar, Sidnei Abreu. “Oferecemos não só peças básicas de usar em casa, mas também opções para trabalhar, sair, passear, todas com qualidade, o que prova que roupas de supermercados não são sobras de confecções”, garante o executivo. A moda do Extra é democrática, pensada para agradar toda a família brasileira. “Por esse motivo, as lojas trazem sortimento sintonizado com as tendências de moda mundiais, com qualidade e preço acessível para todos os públicos. Queremos oferecer uma ampla solução de compras e aproveitar o fluxo de clientes que frequentam as nossas lojas para isso. A classe C, por sua vez, está com maior poder de compra e quer consumir produtos melhores e com qualidade”, afirma Abreu. De olho no potencial desse mercado, há cerca de dois anos o hipermercado Extra, do Grupo Pão de Açúcar, iniciou um processo de mudança e melhoria na seção têxtil, sustentado por três pilares: treinamento de funcionários, melhoria do mix e da apresentação dos produtos. Para a escolha do mix, levar em conta os hábitos de consumo locais foi fundamental para o crescimento das vendas. A rede trabalha três grandes lançamentos ao ano – Outono/Inverno, Primavera/Verão e Alto Verão. A cada semana, um novo layout ambienta a seção nas lojas, segundo as coordenadas recebidas sobre a composição dos looks. Tudo para que o consumidor possa visualizar a variedade e a renovação das coleções. Como resultado desse processo, em 2009 as vendas de têxteis da rede aumentaram 15% em comparação com o ano anterior e 20% em 2010, marca que deve se repetir em 2011. “Esse crescimento é fruto do trabalho de desenvolvimento regional das coleções, resultado de pesquisas, viagens internacionais, assinaturas de sites e revistas de moda, e do conhecimento e indicação de nossos parceiros”, diz Abreu.# O Confeccionista mar/abr 2011

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A melhoRrEGA

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Varejistas | Confeccionistas em Geral

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MERCADO

Marca própria:

quando e como lançar? O lançamento de uma marca envolve muito mais conhecimento de mercado do que de moda e confecção. É preciso despertar o desejo pela marca; sem isso não haverá sucesso

FOTOS: DIVULGACÃO/DENIM PREMIÈRE VISION 2010

POR LAURA NAVAJAS

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Júpiter Oficina, de São Paulo, sempre produziu, com sucesso, peças em tecidos planos e em malharia para marcas private label. Mas a confecção cresceu muito e precisava de espaço para dar vazão à produção, já que os clientes não estavam dando conta de absorvê-la. Foi então que os proprietários decidiram dar um passo maior: criar uma marca própria. Como a Júpiter, muitas indústrias de confecções alimentam esse desejo. Mas, como fazer para dar certo? Basta simplesmente colocar os produtos em um ponto de venda? Qual é o momento ideal para lançar sua marca? São muitos os motivos pelos quais as empresas optam por tentar o próprio negócio. No caso da Júpiter, foi uma alternativa para crescer, se desenvolver e ter mais flexibilidade. Há ainda empresas que optam por essa estratégia visando aumentar sua margem de lucro. Além disto, “pode ser prazeroso ver os clientes adquirirem seu produto, vencer em um mercado tão competitivo, ser destacado na mídia, enfim, é uma

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realização plena ter um produto que tenha sucesso”, diz Pedro Eduardo Fortes, diretor da Dominguez & Saicali e da Recoleta Confecções.

Sonho x pesadelo No entanto, existe a necessidade de tomar alguns cuidados para o sonho da marca própria não virar um pesadelo. Em primeiro lugar, é importante lembrar que uma marca não é um produto. E seu lançamento demanda atender aspectos de mercado e de comunicação, que chegam a ter um peso muitas vezes até maior que o da produção pura e simples. “Quando uma confecção faz produtos, ela vende o lado funcional deles, preocupa-se, por exemplo, com qualidade do tecido e caimento. Quando vende uma marca, precisa conhecer os atributos de imagem que ela carrega”, ensina Elias Frederico, consultor e professor de marketing da USP, FGV e do MBA Luxo da FAAP. O professor afirma que não adianta apenas possuir um produto de qualidade. A confecção tem de ser


Estudos de mercado Existem procedimentos mercadológicos para isso. Em primeiro lugar, precisa-se avaliar no que exatamente a confecção é competente. Depois, questionar-se se há espaço, público alvo para aquele produto. O ideal é segmentar o mercado e focar em um desses pedaços, criar um imaginário para que todos queiram aquela roupa. “O lançamento de uma marca envolve muito mais conhecimento de mercado do que de moda e confecção, em si. Se não souber despertar o desejo pela marca, não haverá sucesso”, resume Frederico. Luis Masaaki Taniguchi, presidente da Tani Brazil Consultoria, faz outro alerta: “nos dias de hoje, em que encontramos marcas de quarta geração representando um estilo de consumidor, não se pode entrar no mercado contando apenas com um produto. É preciso, ao menos, representar um grupo de produtos. Não dá pra ter apenas uma marca de calça jeans, tem que ter looks completos”, exemplifica. No caso da Dominica, a grife montada por Juliana Saicali para vender a moda da Júpiter Oficina, a empresa realizou um estudo de mercado e o investimento está acontecendo aos poucos, com cautela. “Percebemos a carência de um segmento específico de mercado e decidimos entrar nele. No entanto, estamos dando um passo de cada vez”, conta a empresária.

Cautela A cautela é válida. “Os riscos sempre estarão junto do sucesso, errar faz parte, mas se programando, estudando, pesquisando, enfim, usando os recursos e técnicas adequadas, as chances de dar errado serão menores”, ressalta Pedro Eduardo Fortes. A primeira coleção da grife foi criada há dois anos, com poucas peças, apenas como teste para avaliar a aceitação do mercado. Desde o lançamento, a empresa conta com o auxílio de um consultor e uma assessoria de imprensa, que cuidam da divulgação do nome. “Estamos posicionando a marca no mercado,

oferecemos produtos de qualidade a preços acessíveis, trabalhamos só com moda feminina, atingimos mães e filhas”, afirma Juliana. Segundo o proprietário da Júpiter, Oscar Dominguez, o investimento para que a Dominica decolasse teve se ser mais concentrado na estruturação da equipe, a começar pela separação das administrações. Enquanto Oscar continua na fábrica, Juliana Saicali passou a cuidar ape

FOTOS: DIVULGACÃO/André Andreoni

também desenvolvedora, ter coleções próprias. E esse é só o primeiro passo. “A empresa que não agregar valor ao seu nome não vai ter o mesmo sucesso de vendas. A pergunta mais importante a ser respondida é ‘como convencer o cliente a comprar aquele produto e não o da concorrente?’”, explica.

Dominica: criações simples e de qualidade que caíram no gosto do público

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MERCADO

Bruno e Ana Paula Sedrez

e produtos Fujiro Econcept: nas da Dominica. “A marca marca própria ecológica veio para funcionar como um cliente da indústria”, diz ele. A participação em eventos como o Rio prêt-à-porter já estão garantindo alguma fama à marca. Quanto a pontos de vendas, a princípio a Dominica Spicy & Vitta: está em lojas multimarcas, além de aposta numa estética plural resgatando um show room. Os planos para o fuanos 60' a 90' turo estão sendo arquitetados, mas sempre devagar, com estudos e observação de resultados.

mercado já que, até então, nenhuma outra marca trabalhava exclusivamente produtos ecotêxteis”, conta o diretor Bruno Sedrez. Antes de realizar o lançamento da Fujiro Ecotêxtil, houve um forte trabalho de planejamento estratégico, incluindo de gestão de marketing, para lançar a marca da melhor maneira possível e também no deadline correto. “Programamos a abertura de lojas/ quiosques em dois shoppings, e o e-commerce. Tudo planejado, com metas e datas para acontecerem”, explica Sedrez. “Como já tínhamos uma identidade própria, quase um ícone para produtos têxteis ecológicos, optamos por manter o mesmo nome. Realizamos estudos até chegar à conclusão de que seria um desperdício começar uma nova marca da estaca zero”, conclui. Enfim, não existe uma fórmula mágica para sucesso, mas os empresários que optam pelo lançamento de uma marca própria devem estar atentos ao que acontece no mercado, além de possuírem um produto diversificado que chame a atenção por si só.#

Outra empresa que, recentemente, lançou marca própria com sucesso, é a Fujiro, confecção de Blumenau que surgiu em 2006 com um conceito completamente ecológico. “Percebemos a oportunidade no

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FOTOS: DIVULGACÃO

Ecologia


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dica do especialista

MODA

Alinhamento de calendários Competir globalmente no mundo da moda ficará cada vez mais difícil para quem continuar tomando por base só o que se vê no varejo internacional, para desenvolver suas coleções. A única maneira de evitarmos o confronto com a macroprodução oriental é nos alinharmos ao Hemisfério Norte. Isto é, não correr atrás e, sim, ir junto, com ineditismo nos lançamentos. Para isso, é fundamental ter em mãos, antecipadamente, informações sobre tudo o que inspirará e possibilitará a criação de coleções desejadas por seu público-alvo e pelos varejos nacionais e estrangeiros. Isso requer que se trabalhe fazendo uso de estudos sobre o que poderá influenciar o vestir: música, cinema, arte, alimentação, o momento mundial e/ou local, etc. E que se tenha em mãos tecidos e matérias-primas que sigam essas inspirações.

Essa postura que defendo há décadas, desde quando comecei a representar no Brasil os principais bureaux de estilo internacionais, torna-se mais palpável desde janeiro de 2010, quando a Première Brasil chegou para apresentar ao País e à América, Latina duas vezes ao ano, as novidades têxteis (tecidos, materiais e aviamentos) para um ano a 18 meses após a estação presente, e também com algumas semanas de antecedência em relação à Première Vision de Paris. Essa iniciativa alinha o Brasil ao calendário internacional de moda e possibilita que os confeccionistas e criadores brasileiros desenvolvam suas coleções no mesmo timing do mercado internacional. Alinhados ao Hemisfério Norte através do ineditismo do Calendário B, atenderemos à demanda individual por itens com

Norberto Arena é presidente da Arena Bureaux

altos índices produtivos e não mais criaremos macromostruários para mínimas produções. Já o Calendário C, que acompanha o varejo internacional, estará cada vez mais ligado à macroprodução nacional e mundial e aos produtos importados, visto que o mercado varejista da moda brasileira apoia com fervor os produtos importados do Oriente. Por isso, acredito que a Semana Técnica de Moda Inverno 2012/13, promovida a partir de abril pela Arena Bureaux, será um divisor de águas para o nosso mercado. Além dos desígnios e do vedetismo dos criadores internacionais que não representam o Calendário C, apresentaremos novas disponibilidades de matérias-primas sintéticas, animais e naturais, que irão estabelecer os parâmetros científicos e comerciais do Calendário B, o verdadeiro norte da criação.

Outono-Inverno 12/13 Veja o que vem por aí, com base na Semana de Moda de Nova York, realizada em fevereiro deste ano. Falamos também de algumas descobertas na categoria masculina e sobre alimentos, música e o mundo da arte, coisas que nos fazem pensar sobre o que será o amanhã. A Moda deu uma volta enorme para as cores, e as massas as abraçaram plenamente. Em todo lugar, durante a semana de moda, vimos todas as cores. A combinação de bases neutras com estouros da cor cai bem para a época. A explosão de cores surge como um impulso de otimismo, em contraposição a um inverno 2011 triste e de más notícias. Vamos esperar que seja um sinal das coisas mais brilhantes que virão. A Arena Bureaux sente que a moda do próximo inverno terá um forte mostrar de poucos. Muitos dos designers com que tenho falado se mostram sobrecarregados pela necessidade de criar a novidade para atender a um cronograma de entregas agitado. As pessoas criativas estão ficando cada vez mais raras se extinguindo. Se nós continuarmos indo tão rápido, para onde irão a criatividade e a perspectiva real de ir?

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Plaiditude

FOTOS: ARENA BUREAUX/PROMOSTYL PARIS

As Mantas surgem como uma das apostas da temporada. Entre minhas favoritas de agora estão Olivier Theyskens desconstruído, abordagem que dá um aceno para o grunge dos anos 90. Também por isso fui atraído para Y-3 e Rag & Bone. O uso da manta de fundo parece refrescante e transpõe nosso olhar para um lenhador dos anos 90 atualizado e grunge.

Cobalt POP Sou atraído para o POP de azul que vi nas passarelas. O azul é uma cor tão poderosa que faz uma afirmação ousada. Espere para ver estas "faíscas elétricas de azul nas ruas, de cobalto, ricas jóias em tons azul-violeta. Os melhores looks das coleções de Nova York são pontuados por destaques azul-cobalto, com ênfase na forma e textura".

Bare Essentials Nos desfiles, as coleções do outono foram tomadas por minissaias e pernas nuas. Sempre falo com o permanente interesse em roupas que podem ser vestidas. Dezenas de camadas de lã felpuda têm aceitação limitada no mercado brasileiro. Entre as apresentações, meu favorito é Jeremy Scott , da cabeça aos pés.

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dica do especialista

MODA

Sir New York A marca de moda masculina jovem senhor de Nova York tem muitos seguidores na cena underground. A semana de moda apresentou uma coleção de olhar-12 que incorporou diversas inspirações de arco e flecha. Designers de diferentes origens têm feito utilização inovadora de tecidos como o neoprene e a malha. O que mais estou amando são as texturas interessantes, com dimensão e ilusão de ótica que caracterizam a nova estação.

projeto Dervishes In Space, é parte da saga de três lindas histórias de três viajantes perdidos no espaço. São filmes escuros, cheios de imagens e de explosivos.

Música

Designers

FOTOS: ARENA BUREAUX/PROMOSTYL PARIS

Dainius Bendikas faz uma moda masculina talentosa. Estuda em Vilnius, na Lituânia Art Academy. Por ainda estar na escola, não tem atraído muita atenção. Sua coleção fall11 é intitulada "O Astronauta Meditando" e será concluída em maio. Bendikas é fortemente influenciado pelo tempo que passou na Islândia, para estudar. The Dress Project By Fortmakers Um grupo de amigos artistas liderados por Naomi Clark, pelo diretor criativo Nana Spears e pela fashion design Lauren Nevada se autodenomina Fortmakers e criou o dress project. Os tecidos são pintadosa mão, com padrões abstratos e resultando em peças únicas.

Exposições Rodarte: Estados da matéria é uma exposição que enfoca e pondera qualidade escultórica. Seu primeiro desfile West Coast enfoca Mulleavy, de olho na beleza e na visão de roupas como objetos de arte. A exposição é composta por 20 peças de coleções passadas de Mulleavy , incluindo o que foi feito para a Cisne Negro. A roupa é suspensa no teto, criando como atmosfera um fantasma sombrio.

Inspirações Cristian Straub é diretor de cinema, produtor e blogueiro. Ele lançou recentemente um blog de moda chamado “Ravished por ilusões”, o primeiro de seu tipo. O blog mostra um vibrante e novo gênero de filme de moda. Os Cristãos, mais recente

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Glasser, Cantora e compositora, Cameron Mesirow atende pelo nome artístico de Glasser, um nome que ela diz que foi inspirado por "uma visão da meia-noite de uma figura que paira sobre a água". Seu primeiro disco saiu em setembro passado pela True Panther Sounds e tem atraído a atenção para o seu sintetizador estéreo. Música está no sangue da família, a mãe de Glasser atuou em várias bandas new wave nos anos 70 e 80, e seu pai integra o Blue Man Group. Ela foi descrita como de tudo, desde um electro Joni Mitchell a uma Henia mais credível ou mesmo o americano Fever Ray. Creep é composta por Lauren Dillard e o internacionalmente renomado DJ Lauren Flax. Seu single de estreia tem características de Romy Madley Croft dos anos 20. O álbum deve ser lançado neste verão e está criando uma série de expectativas. A dupla vai estar em turnê com Klaxons nesta primavera. Em seguida, irá para a Europa.


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dica do especialista mercado

A disputa ainda é só por preço? Empresas que pretendem atender o mercado de produtos populares devem desenvolver estratégias específicas, as fit strategies

Fábio Lotti Oliva é coordenador e professor da FIA – Fundação Instituto de Administração Celso Cláudio de Hildebrand e Grisi é diretor, coordenador e professor da FIA – Fundação Instituto de Administração

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A cidade de São Paulo é uma metrópole de aproximadamente 11 milhões de habitantes E quase 58% deles podem ser classificados como pertencentes às classes C, D e E. Entender quais são os atributos mais importantes na decisão de compra desses consumidores emergentes e como as empresas devem organizar-se para atender este segmento da população é imperativo para atuar efetivamente no mercado de produtos populares. Conforme os dados de pesquisas recentes da FIA – Fundação Instituto de Administração, de São Paulo, os fatores preço e qualidade são importantes na decisão de compra. Pode-se associar o fator qualidade-marca às necessidades que precisam ser atendidas ao longo do tempo. Note-se que não se buscam inovações constantes, como no caso dos produtos premium, mas identifica-se que depois de algum tempo o mercado demanda novas funcionalidades. Existe uma pressão, mas ela não é contínua. O mesmo raciocínio vale para a pressão por preços. Embora o preço de um produto popular precise estar em um patamar adequado para atender a população de baixa renda, a partir do momento que a indústria disponibiliza novas funcionalidades e/ou novas tecnologias, surge um espaço para aceitação de

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uma pequena elevação no preço, diferentemente das commodities, que sofrem pressão contínua por redução de preço. Desta maneira, a proposta que se revela nas pesquisas é que as empresas que pretendem atender o mercado de produtos populares desenvolvam estratégias específicas, de adequação, fit strategies, cujos componentes principais são: • Ter um produto de qualidade. Em nossas pesquisas, o quesito marca ficou bastante associado à qualidade. Sugere-se, portanto, o desenvolvimento de marca. • Ser acessível. Dentro deste item deve-se destacar a questão do preço ser baixo e a possibilidade de acesso a crédito, conhecido atualmente como parcelização. • Atender os requisitos do cliente. Centrar o desenvolvimento de produtos em características essenciais para o atendimento do cliente que não busca um produto superior e procura algo que o atenda de forma concreta. O produto deve ser totalmente adequado ao gosto do consumidor. • Alinhar os valores da empresa aos valores do mercado consumidor. Procurar atender às aspirações específicas das classes populares, não reproduzir na classe popular o atendimento consagrado nas classes mais favorecidas. #


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CONSUMO

Pesquisa revela perfis de consumidores de vestuário no Brasil e comprova que boa parte da população segue moda e prioriza estilo

Retratos

do Brasil

FOTOS: SHUTTERSTOCK

M

etade da população brasileira se preocupa mais em estar bem vestida que na moda e procura o equilíbrio entre qualidade e preço. Uma parcela significativa (39%), no entanto, se diz seguidora de moda e considera o estilo de uma peça mais importante que a qualidade. Poucos (8%) não se importam com a moda ou com marcas e apenas 3% buscam status através da moda, valorizam marcas, qualidade, estilo e também se dispõem a pagar mais por isso. Não à toa, predominam nas classe A e B1. Estes são os quatro perfis do consumidor de vestuário, identificados em pesquisa realizada pelo Iemi, através do seu Núcleo de Inteligência de Mercado: Funcional, Seguidor, Independente e Multiplicador. O estudo foi realizado em 2010 com 3.300 consumidores voluntários de ambos os sexos, com idade acima de 15 anos, de todas as classes sociais e de diferentes Estados. Para uma análise mais precisa das preferências, necessidades e motivações levadas em conta na hora da compra, o foco foi a última compra realizada.

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Os dados foram ponderados de acordo com o potencial de gasto com o vestuário por poder de compra, segundo o IBGE. As roupas casuais são as mais compradas, com 40,5% dos votos, seguidas do jeans e da roupa social. O principal motivo da compra é substituir uma peça antiga; outras razões são a vontade de se sentir bonito e de se dar um presente. Pouquíssimos compram porque "um amigo comprou e eu quis igual". A maioria dos consumidores (53,6%) afirma estar sozinha na hora da compra de vestuário. E a exposição adequada do produto no ponto de venda estimula o consumo. Tanto que 41% dos entrevistados afirmaram ter comprado por impulso, seduzidos pelo produto. O local da compra, catálogos da marca, amigos e propagandas de TV são os meios que mais influenciam com eficiência. Anúncios de jornais, revistas e outdoor são mais impactantes para o consumidor Independente, que se prende mais a essas mídias para conhecer as promoções e o que as marcas estão oferecendo.


Os perfis dos consumidores

Multiplicador, Seguidor, Funcional ou Independente. Estes são os quatro perfis do consumidor de vestuário identificados pela pesquisa realizada pelo Iemi, através do seu Núcleo de Inteligência de Mercado Multiplicadores: geralmente compram por impulso e representam 3% da população. Os primeiros a comprar novidades são representados, em sua maioria (56%), pelo sexo masculino. Consumidores com esse perfil buscam status através da moda, valorizam marcas, qualidade, estilo e também se dispõem a pagar mais por isso. Entre eles, 81,8% — ou 43,9% do total dos entrevistados — gastam mais de R$ 200,00 por mês com roupas. Apesar de serem mais encontrados nas classes A e B1 (60,4%), esse perfil de consumidor está presente em todas as faixas de socioeconômicas e em grupos jovens entre 15 e 24 anos. Os Multiplicadores são também os que mais compram roupas para o próprio uso (85,7%) e os que menos compram para os familiares (1%). Seguidores de moda: para consumidores com esse perfil, o estilo de uma peça é mais importante que a qualidade. Eles buscam marcas que reflitam sua personalidade. Representam 39% da população e são encontrados entre os jovens de 25 a 34 anos das classes

B2 e C (58,7%). Estão bem divididos entre homens e mulheres. Estão por dentro das últimas novidades, mas preferem comprar o produto no auge da venda, quando os preços não são tão altos. Funcionais: são os consumidores que se preocupam mais em estar bem vestidos do que na moda. Eles são práticos, procuram o equilíbrio entre preço e qualidade e preferem fazer suas compras nas épocas de liquidação, quando os preços já estão mais acessíveis. Os Funcionais, apesar de estarem sempre bem vestidos, não têm influência entre as pessoas de seu convívio. Representam 50% da população e são mais frequentes nas classes B2 e C (65,7%), entre o público de 25 a 34 anos. Independentes da moda: representam 8% da população e não se importam com a moda ou com marcas. Buscam apenas conforto e praticidade pelo melhor preço. São mais frequentes nas classes B2 e C e, em geral, homens maduros acima de 35 anos, que chegam a gastar quase quatro vezes menos do que um Multiplicador. Os Independentes podem efetuar as compras em qualquer fase de vida dos produtos, uma vez que sua decisão não depende das novidades do mercado.# Os interessados em conhecer outros resultados devem entrar em contato com o Iemi (www.iemi.com.br).

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Máquinas

Indústrias de máquinas e acessórios têxteis apresentam novidades, lançamentos e oportunidades para o setor em dois importantes eventos: Feimaco e Tecnotêxtil

Novidades em duas E

m março e abril, São Paulo sedia duas importantes feiras do setor de máquinas têxteis: a Feimaco e a Tecnotêxtil. Organizada e promovida pela Reed Exhibitions Alcântara Machado, a Feimaco - Feira Internacional de Máquinas e Componentes para a Indústria de Confecções em sua sexta edição, acontece de 29 de março e 01 de abril no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Já a segunda edição paulista da Tecnotêxtil

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grandes feiras


Principais marcas estarão presentes com estandes

Brasil 2011, promovida pelo grupo Fcem, ocorre no Expo Center Norte, de 12 a 15 de abril. Se a crise mundial afetou o mercado em 2009, em 2010 houve recuperação das vendas de máquinas e equipamentos têxteis no Brasil. De acordo com a Abit – Associação Brasileira das Indústrias Têxteis e de Confecção, até outubro passado o setor investiu US$ 200 milhões na importação de máquinas de costura, superando os números dos dois anos anteriores. “Para 2011, apesar de as expectativas serem boas, neste momento fica difícil quantificar a expansão, uma vez que o setor têxtil e de confecção, assim como outros setores de nossa economia, aguardam providências do governo no sentido de preservar a indústria nacional, pois o que temos visto é um crescimento fortíssimo nas importações de manufaturados, sem contar os altíssimos encargos trabalhistas e a carga tributária que oneram fortemente a nossa indústria. Promessas do governo existem, mas têm que se tornar realidade”, coloca Antonio Ary

Martorelli, vice-presidente da Abramaco – Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Máquinas para Costura Industrial, Componentes, Acessórios e Sistemas, entidade apoiadora do evento. O vice-presidente da Abramaco avalia que o Brasil está bem servido em termos de opções de máquinas de costura e que os sistemas de crédito e financiamento disponíveis estão facilitando o acesso a elas. “Atualmente, temos equipamentos de última geração para toda a linha produtiva. De certa forma, as linhas existentes, como o Proger e Cartão BNDES, têm sido um facilitador para os empresários investirem em suas fábricas, mas nem todos têm acesso a estas modalidades de crédito, devido às exigências para a concessão desses financiamentos ou pelos tipos de equipamento não financiáveis pelo BNDES. Se compararmos com as opções e taxas aplicadas nos países desenvolvidos, ainda estamos muito distantes do que seria o ideal e justo para as linhas produtivas”, avalia.# O Confeccionista mar/abr 2011

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Feimaco

no Anhembi

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Máquinas

Ocupando uma área de 5 mil m2 e palco das mais recentes novidades tecnológicas, a Feimaco trará lançamentos de alta tecnologia em máquinas para modelagem, corte, costura, bordados e passadoria, além de componentes, acessórios, partes e peças. Saiba o que alguns dos principais expositores vão apresentar Andrade Máquinas Novidades da marca Siruba: um modelo de overloque com dosador automático de elástico; ziguezague com novo design com 2 e 3 pontinhos; máquina para abrir peitilho em camisa pólo e outra para abrir bolso embutido em calça tipo social, overloque adaptada para costurar automaticamente gola careca. Da Japsew: botoneira eletrônica com motor direct drive. Mitsubishi: máquina programável de múltiplas funções para lingerie e outra para costurar gola de camisa polo. Macpi: nova fusionadeira 331, Calandra, prensa para passar lençol e toalha e o novo manequim vaporizante para camisas. Da Sansei Premium, travete eletrônica com motor direct drive; máquina para pregar strass e outra para unir elástico de cueca, máquina de corte a laser com duplo canhão, de funcionamento independente para bordado.

Barudan Para a Feimaco, tem um lançamento mundial como destaque: a máquina automática de bordar BEXY Y908, de 8 cabeçotes com nove agulhas cada, que promete confeccionar bordados de até 16 cores diferentes de lantejoulas. Já a máquina automática de bordar modelo BEVY Z1201, de 1 cabeçote com 12 agulhas é o lançamento nacional.

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Tá na Moda

A nova loja do Armarinhos 25 possui produtos diferenciados, capazes de tornar sua peça única. Tudo que sua coleção precisa para se destacar está aqui, com a qualidade e atendimento que você conhece há 35 anos. Showroom Conheça os lançamentos das marcas

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Máquinas Representando marcas dos Estados Unidos, Itália, Japão Coreia, Taiwan e China, comercializa máquinas especiais para produções específicas, além das convencionais, retas, galoneiras, interloques, overloques, fechadeiras, pespontadeiras, botoneiras, de cós, e uma linha especial para trabalhos em couro, lingerie, jeans, camisaria, moda praia e modinha. Na área de corte, oferece máquinas com faca, discos e de enfesto, além de acessórios. Dispõe ainda de uma linha completa para passadoria. Na Feimaco, expõe máquinas de bordado, a laser, máquinas eletrônicas e linha de passadoria.

GGTech O destaque da Gerber, uma das marcas representadas pela GG Tech, é o lançamento da Plotter XLp – Risco de até 1,80 m de largura, cartucho a jato de tinta HP, velocidade de plotagem 50 m por hora. Entre os produtos expostos da Moldplast encontram-se Serra Fita, Máquina de Ultrassom, Máquina para moldar bojo, Mesa de Corte, Impressoras de termo transferência e Máquina automática de cortar fim de enfesto.

Futurize Expõe máquinas de corte e gravação a laser e máquinas de bordar mono e multiagulhas, com destaque para a máquina de Bordar com 6 cabeças, multiprocessada e com display gráfico colorido. Lança a Máquina Futurize Laser FL 6008, uma máquina de corte a laser com área de corte de 110 x 86 cm e aberturas frontal e traseira para a passagem de chapas longas (como acrílico e MDF) e dois bicos em operação simultânea ou isolada.

Sily A empresa expõe máquinas de costura industriais convencionais e automáticas das marcas Global, Strobel e Sipami Brother. Entre os lançamentos estão os produtos das marcas Strobel e Sipami, máquinas de costura industriais automáticas voltadas para as indústrias de jeans e de uniformes profissionais. Principal produto: uma unidade automática de pregar bolsos, modelo 342G-SP1, marca Sipami Brother.

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Sun Special


Serv-Mak A empresa, 100% nacional, oferece máquinas e acessórios para bordado, costura, quilting, patchwork e tricô, de pequenas e grandes produções, além de acessórios e suprimentos que complementam a produção. A nova PR650/PR-650C é fácil de usar como uma máquina doméstica, mas oferece a potência e a tecnologia de uma profissional, indicada para quem deseja investir num negócio de bordado em casa. Outro lançamento é a Brother PR1000, que alia tecnologia à praticidade no trabalho. No ramo de impressão de tecidos, a Brother GT-541 é a novidade.

Comace Entre os novos produtos destacam-se Plotter, Balancim, Máquina de Ultrassom, Máquina de Bojo, Máquina de Cortar Tecido e Sistemas para Plotter. A Comace oferece em um só lugar tudo o que um confeccionista necessita, tornando assim a logística um traço marcante e decisivo para a escolha de seus produtos, que vão desde peças, móveis, pés, tampos a motores e máquinas de costura.

Procópio’s A Procópio’s é especializada em máquinas de cortar tecidos a faca e a disco. Dispõe de mão de obra especializada e assistência técnica permanente. Com a Feimaco, espera aumentar as vendas em 40%. Suas máquinas estarão expostas na feira: máquinas disco, máquinas de faca, passadorias e peças, entre elas as tesouras pneumáticas com disco sextavado.

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Rim Quality Fornecedora de máquinas e equipamentos de média e alta tecnologia de marcas tradicionais produzidos na Itália, Alemanha, Japão, Ásia e USA, a empresa, além das máquinas de costura das marcas Rimoldi, Rim Quality, Rimac, Conti Complett, Atlanta Attachment, Union Special, entre outras, apresenta uma linha de máquinas especiais da marca Highlead para costura de tecidos médios, pesados e extrapesados, para estofamentos, bolsas, calçados e artigos em geral. Destaque para as evoluções tecnológicas dos motores eletrônicos da Efka e para um equipamento automático para desenhos com lantejoulas sem costura.

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Tecnotêxtil

Máquinas

Brasil

De 12 a 15 de abril de 2011, mais novidades voltadas para o segmento têxtil no Expo Center Norte, em São Paulo

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egundo os organizadores, estarão representados na Tecnotêxtil mais de 22 segmentos da cadeia produtiva têxtil. Destaques para o setor de tecelagem e máquinas têxteis de grande porte, que reunirá as principais empresas do setor no país. Pequenas e médias empresas também têm espaço garantido no evento, além de grupos estrangeiros vindos da Europa e da Ásia. Em paralelo à feira, acontece o Seminário Tecnológico, organizado pela Associação Brasileira de Técnicos Têxteis. Entre os apoiadores da feira estão Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Associação Brasileira de Técnicos Têxteis (ABTT), Sindicato das Indústrias de Tecelagens de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara D’Oeste e Sumaré (Sinditec), Sindicato Têxtil São Paulo (Sinditêxtil/SP), Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e São Paulo Convention Bureau. Tenha aqui uma antecipação do que alguns dos expositores vão apresentar no evento.

Sily Depois de participar da Feimaco, a Sily, traz para a Tecnotêxtil máquinas de costura industriais da marca Durkopp Adler. O principal produto exposto da marca é uma unidade automática de pregar bolsos, modelo 806, de produtividade e qualidade do mais alto conceito no mercado, informa a importadora.

Bordatex O grande lançamento: Máquina de Corte a Laser disponível nas versões 630x500mm e 110x500 mm. Ambas trabalham com canhão Synrad de 25 W, corte em E.V.A., tecidos, acrílico, sintéticos, MDF e couro. Outra novidade: aplicador de lantejoulas Multicoloridas, que não utiliza ar comprimido e se movimenta com motores de passo, o que facilita sua instalação. “Fixado a um mecanismo móvel, ele se movimenta facilmente, distanciando-se da cabeça quando há necessidade de recolocar a linha na agulha ou ter acesso à frente da cabeça”, explica a diretora comercial, Daniela Moura.

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Máquinas

MacLen

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A empresa lança duas máquinas: uma de bordar e outra de corte a laser com câmera. Expõe ainda máquinas de bordar, corte laser, costura em geral, passadoria, acessórios e automação para máquinas industriais. “Hoje, em nosso mercado, é muito importante estar mais próximo do cliente. Com este tipo de evento, temos a oportunidade de demonstrar nossos lançamentos e firmar grandes parcerias e negócios”, diz a responsável pelo departamento de licitação e marketing da empresa, Alessandra Pastana.

Belém Máquinas Na Tecnotêxtil, o destaque fica por conta das máquinas de bordar eletrônica de duas cabeças com aplicador simples ou duplo de lantejoulas e da máquina de corte e gravação a laser, ambas da marca “Sew Strong”. “Esta é a primeira vez em que a empresa participa da Tecnotêxtil e estamos muito motivados a receber a todos”, diz o diretor da empresa, Jose Luiz.

Metalsete A empresa leva para a Tecnotêxtil mesas para corte e enfesto e a nova Enfestadeira modelo M7E, semiautomática, indicada para todos os tipos de tecido e sem limite de largura. O modelo tem berço desenrolador motorizado com correias transportadoras, que eliminam a necessidade de passagem de ferro por dentro do rolo. Ao se acionar o comando (que aciona um segundo motor), o berço reclina, facilitando a colocação do rolo de tecido no berço, com rapidez e praticidade. O potenciômetro que ajusta a velocidade do berço desenrolador possibilita regular o desenrolar do tecido e deixá-lo na tensão desejada, sobre a mesa.

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Máquinas Roland Brasil A empresa lança a impressora ecossolvente VS-300, com opção de uso de tinta metálica, que aumenta o valor agregado do produto final. O equipamento se destina à impressão de estampas e transferes. Outro destaque é a plotter de recorte GX-640, ideal para produção de moldes de roupas, que opera por meio de um processo simples e preciso de plotagem com caneta esferográfica adaptada.

Silmaq São lançamentos: a Viper Estamparia Digital Direta da DTG, a unidade automática para medir, cortar e emendar elásticos da Elize e a 931.8 Estamparia Digital Direta da Kornit. Estão expostas ainda soluções em maquinário de costura, para bordar, corte a laser, passadoria, estamparia digital das marcas Siruba, SunStar, Swf, Nippon, DTG e Kornit. Destaque para as máquinas automáticas de peitilho sobreposto e vivo de bolso da Nippon e das peças e acessórios das Agulhas Dotec e Racing.

Marbor Expõe as famosas bordadeiras eletrônicas “Tajima”, os plotters de impressão Digital “Mimaki”, entre outros equipamentos. Em Impressão Digital, a grande novidade é a TS5-1600AMF, uma impressora para sublimação, com velocidade de até 58m²/h, sistema Bulk de dois litros (autonomia de aproximadamente 3.200 m² com um jogo de tinta) e ajuste automático da cabeça de impressão para prevenir impactos. O equipamento promete produção com alta densidade, rápida secagem e em alta velocidade. Vem com o sistema AMF, que permite impressão em mídias espessas e pesadas.

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dica do especialista

CRÉDITO

Como investir para crescer? Sebrae se coloca à disposição do empresário para auxiliá-lo na formulação de uma proposta de financiamento, levando em conta a linha de crédito almejada e a estrutura financeira da empresa

Neste momento de expectativas positivas sobre o futuro da economia brasileira, é notória a percepção do setor produtivo de que serão necessários mais investimentos de médio e longo prazo, no sentido de aumentar a estrutura produtiva, diante do iminente aumento das demandas por bens e serviços, notadamente aquelas geradas por micro e pequenos negócios. Levantamento realizado pelo Sebrae, com base no Caged/MTE mostra que 80% dos empregos criados em janeiro estão em empresas com até cinco empregados. Na onda de contratações, certamente a ampliação e/ou modernização da estrutura produtiva se fará presente, expondo a necessidade do setor produtivo, em especial de confecções, de adquirir novas máquinas e equipamentos, ou seja, ampliar, renovar e modernizar seus negócios.

preços relativamente elevados dos bens variam conforme a tecnologia, modelo e nível de produtividade almejada. Até mesmo no caso das empresas mais modernas e avançadas tecnologicamente, os empresários são forçados a analisar a adequação da nova máquina/equipamento e os possíveis fornecedores. Neste contexto, como decidir pela compra (ou novo investimento)? Parte da resposta está dentro da própria empresa, quando da análise de suas finanças, ou seja, o impacto do novo investimento no fluxo de caixa. Por exemplo, se os benefícios gerados pelos novos equipamentos em termos de lucro forem maiores que os custos gerados é sinal de que vale a pena o investimento. Em caso negativo, é melhor repensar o tamanho do passo a ser dado.

Custo financeiro

Em outras palavras, a decisão de investimento passa necessariamente pela análise da capacidade de endividamento da empresa. Se as parcelas a serem pagas na aqui-

Em geral, novas máquinas e equipamentos representam elevado peso financeiro para as indústrias. Quando se trata de pequenas, os

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João Silvério é economista e analista da Unidade de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros do Sebrae Nacional joao.silverio@sebrae.com.br

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Momento de decisão


sição da máquina/equipamento se encaixarem no fluxo de caixa da empresa, talvez seja interessante vislumbrar a possibilidade de utilização de recursos próprios. Em caso negativo - uma vez definidas as condições gerais de financiamento -, se as novas parcelas sobrecarregarem o fluxo de caixa, tal decisão pode vir a inviabilizar economicamente a operação e, então, faz-se necessário analisar possibilidades de financiamento, via linhas de crédito direcionado para tal necessidade, tanto em instituições públicas como privadas, que é a outra parte da possível resposta sobre como decidir pelo investimento.

Linhas de crédito

Levantamento realizado pela Unidade de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros (Uamsf) do Sebrae Nacional junto a diversas instituições ligadas à Associação Brasileiras das Instituições Financeiras de Desenvolvimento (Abde –www.abde.org.br), mapeou pelo menos 25 linhas de crédito direcionadas ao chamado investimento misto, ou seja, linhas de crédito que financiam a aquisição de máquinas e equipamentos e capital de giro associado, ofertadas por instituições finan-

ceiras presentes em quase todo o território nacional, principalmente via Agências de Fomento e Instituições Financeiras públicas, estaduais e federais. Tais linhas têm características próprias direcionadas à necessidade de crédito de empresas que precisam aliar prazo, carência, taxas de juros e garantias à sua estrutura financeira e fluxo de caixa.

Garantias

Vale ressaltar que uma das principais dificuldades elencadas pelo setor produtivo em geral, principalmente em pequenos negócios, é a dificuldade de apresentar garantias suficientes para o acesso ao crédito/financiamento. Uma solução viável é utilizar fundos garantidores de crédito, a exemplo do Fampe (Sebrae), Funproger, Fundo Garantidor de Operações - FGO (Banco do Brasil), Fundo Garantidor de Investimentos – FGI (BNDES) e Sociedade de Garantias de Crédito (SGC). O aspecto relacional então passa a ser fundamental na negociação com o agente financeiro, onde, quanto mais conhecido pelo “banco”, melhores são as possibilidades de identificação da linha de crédito mais adequada à necessidade empresarial.

Análise do negócio

O Sebrae, como órgão de apoio a pequenos negócios e fomento ao empreendedorismo - e não sendo uma instituição financeira-, pode auxiliar o empresário na análise de seu negócio, prestando consultoria e assessoria financeira no sentido de elaborar, conjuntamente com o interessado, um plano de negócio, ou até mesmo uma proposta de crédito a ser apresentada ao gerente bancário, visando à ampliação e/ou à modernização produtiva de seu negócio. Para tanto, vale a pena agendar um atendimento presencial via call Center 0800 570 0800, cuja ligação é gratuita. No que toca às condições gerais de financiamento de cada instituição financeira, é interessante visitar o site da Abde (www.abde.org.br) e, conforme a região em que o empresário se encontra, verificar qual é a melhor linha de crédito disponível. Lá se encontram os links das instituições financeiras associadas e suas respectivas linhas de crédito direcionadas ao setor produtivo, sendo seus prós e contras identificados caso a caso, sempre colocando o Sebrae local à disposição do empresário para auxiliá-lo na formulação de sua proposta de financiamento, considerada a linha de crédito almejada e sua estrutura financeira.#

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estante Comportamento e consumo

Moda em ziguezague: interfaces e expansões Organizado por Cristiane Mesquita e Rosane Preciosa, importantes pesquisadoras das áreas de design, arte e moda, o Moda em ziguezague: interfaces e expansões reúne artigos em que a moda contata e protagoniza vários campos do saber. O resultado são reflexões que extrapolam concepções estáticas sobre o fenômeno moda e possibilitam novas propostas de pensar e refletir a área e os diálogos que esta abriga. A lista de autores desta coletânea inclui importantes nomes, dentre os quais Amálio Pinheiro, Peter Pál Pelbart, Rita Andrade, Luiz B. L. Orlandi, Ricardo Oliveros e Marcos Moraese, que, entre outras personalidades, expressam o desejo das autoras de estender suas linhas de compreensão, submetendo-a ao embate com outras linguagens. Título: Moda em ziguezague: interfaces e expansões Autora: Rosane Preciosa Organizadoras: Cristiane Mesquita e Rosane Preciosa Editora: Estação das Letras e Cores

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A obra busca suprir a necessidade de conhecimento de alunos, profissionais e empresas que buscam informações sobre comportamento e consumo para traçar suas estratégias de mercado. Para tanto, discute sobre arte, comportamento, comunicação, arquitetura, música, moda e design, rastreando tendências em matérias escritas de maneira acessível, traduzindo informações que nem sempre são democráticas no mercado de tendências. Com 200 páginas, o More Than Trends é também uma grande vitrine para grandes talentos, que através de seus trabalhos e ações mostram as direções que a sociedade segue. Livro: More Than Trends – O poder da informação Editora: Catarina

Marketing Fashion Dirigida a estudantes e profissionais da área, o livro é um registro do que rolou de mais importante durante as três edições do evento Marketing Fashion, realizadas em 2006, 2007 e 2008 em São Paulo, sob o comando da estilista Gloria Kalil. Contando com renomados profissionais, como Tufi Duek, Didier Grumbach, Ermenegildo Zegna, Karim Rashid e José Miguel Wisnik, os eventos procuraram diagnosticar a real situação da moda nacional e identificar os pontos fortes e fracos do setor, a fim de compartilhar experiências de sucesso, comparar o panorama brasileiro com o de outros países e apontar possibilidades de trabalho para que a moda do Brasil avance cada vez mais e melhor. Livro: Fashion Marketing – Relação da Moda com o Mercado Organização: Gloria Kalil Editora: Senac SP


História

Estampas

Com uma extensa rede de referências, História da Moda no Brasil é um guia completo para os que buscam dados específicos sobre as formas de vestir de uma determinada época, proporcionando também leitura prazerosa para quem opta pela sequência dos capítulos, numa cronologia que se inicia no século XVI e chega ao XXI. Com extensa rede de referências e escrita leve, o livro traz explicações sobre tecidos, cores, as mudanças nos padrões corporais, a moda íntima, a moda praia, além da maquiagem, dos acessórios, dos sapatos, das jóias, e diferentes glossários da língua portuguesa, tupi ou de descendência afro que se misturaram em nossas formas de adornar e vestir o corpo. Livro: História da Moda no Brasil Autora: Gilda Chataignier Editora: Estação das Letras e Cores

Da Índia ao México, passando por França, Portugal e Espanha, entre tantos outros países, Imagens errantes considera em que medida as estampas da moda se mesclam a outras imagens da cultura, resistindo e sobrevivendo, ainda que os intercâmbios de saberes e técnicas artesanais entre os povos venham gerando adaptações para a produção industrial. Com reunião de histórias divertidas, vivenciadas ao longo da carreira da autora como coolhunter internacional, a obra desvenda a jornada das chitas no mercado mundial, além de detectar a presença de imagens em movimento e entender a migração simbólica na estamparia floral. Livro: Imagens errantes: ambiguidade, resistência e cultura de moda Autora: Carol Garcia Editora: Estação das Letras e Cores

MODELAGEM Engrenagens Com clareza e precisão, as autoras fazem um raio X do mercado da moda no Brasil e no mundo, destacando que, além do domínio do corte, da modelagem e do conhecimento de todas as possibilidades da tecnologia e do marketing, fazer moda hoje em dia implica muita pesquisa e informação. Parte da coleção Senac Rio – Oportunidades Profissionais, a obra retrata cada peça dessa complexa estrutura, atualizando conhecimentos daqueles que já trabalham na área e indicando caminhos para quem nela pretende ingressar. Livro: Engrenagens da moda Autoras: Marta Kasznar Feghali e Daniela Dwyer Editora: Senac RJ

O estilista, assim como o arquiteto, necessita do apoio técnico do modelista e do engenheiro, respectivamente, para que o desenho saia do papel e se torne realidade. Com essa proposta, as autoras pretendem munir de informações alunos dos cursos de moda e futuros profissionais da área. Nas páginas, detalhes de um método estudado e desenvolvido para dar agilidade e perfeição à modelagem, sem perda de tempo ou material, o que onera em muito o preço final do produto. Por ser um trabalho destinado ao mercado nacional, a tabela de medidas é totalmente baseada na mulher brasileira. Livro: Modelagem Industrial Brasileira (MIB) Autores: Sonia Duarte e Sylvia Saggese Editora: Guarda Roupa O Confeccionista mar/abr 2011

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MERCADO

Novo cenário

Alta dos preços do algodão foi tema recorrente entre os corredores da Texfair Home

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O

algodão é a principal matériaprima para o setor de têxteis para o lar, e a qualidade dos produtos pode cair caso haja muita mistura de materiais. Assim, a alta de preços da pluma foi tema recorrente nos corredores da Texfair Home, feira realizada entre os dias 22 e 25 de fevereiro no Pavilhão de Exposições da Vila Germânica, em Blumenau. Até o governador de Santa Catarina, João Raimundo Colombo, foi conferir o evento e não deixou de comentar a questão. “A indústria têxtil é muito importante para o Estado, gera empregos e não podemos deixar que seja tão afetada se houver uma crise de

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Troca de ideias Na avaliação de Ulrich Kuhn, presidente do Sintex – Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau, a realização da Texfair Home neste momento de alta de preços da matéria-prima acabou sendo importante, pois permitiu que os empresários trocassem ideias sobre como enfrentar o problema. “Eu não gosto de usar o termo crise. É um cenário novo, no Brasil e no mundo, e o setor têxtil vai ter que se adaptar”, opina. A razão maior para este aumento, segundo Ulrich Kuhn, é que, em momentos e por motivos diferentes, desde 2006 houve queda gradativa

FOTO: DIVULGAÇÃO

mundial

preços”, declarou. Santa Catanrina encabeça a confecção de têxteis para lar e representa, só em felpudos, 70% da produção nacional.


Ulrich Kuhn e Fernando Pimentel acompanham governador na Texfair

de safra. Os estoques reguladores começaram a cair até chegarem a um ponto nevrálgico. “O mundo acordou e percebeu que faltaria algodão. Este aumento é 70%, 80% real, e 20%, 30% especulativo. Mas até que estes estoques cheguem novamente a um patamar de equilíbrio, os preços não se estabilizam”, afirmou.

Ouro branco Fernando Pimentel, diretorsuperintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e da Confecção - Abit , vai mais longe: “A tendência é que os preços não baixem mais, mas parem de subir. A indústria vai ter que se adaptar. O Brasil é o quinto maior produtor do mundo, caminha para ser o quarto. O algodão voltou a ser ouro branco. Temos que fazer com que os produtos o sigam. É um patamar histórico do preço do algodão em 30, 40 anos”, afirma, referindo-se aos quase 300% de aumento em um ano. Para ele, a concorrência chinesa havia provocado uma queda até injusta com os produtores de algo-

dão. “Agora, vamos viver nova era em termos de preços”. Outro problema apontado pelos dirigentes do Sintex e da Abit referese à relação exportação-importação. “Temos que providenciar mecanismos para que a próxima safra atenda primeiro a demanda interna, para que não tenhamos de importar novamente. Estamos à beira de uma safra recorde, de quase dois milhões de toneladas, caminhando para 3, 3,5 milhões em 2014”, conta Pimentel.

Processos produtivos Segundo Pimentel, nenhuma fibra pode substituir o algodão em larga escala, mas há estudos para a

mescla. Ulrich Kuhn completa: “Não há passe de mágica para hoje. Claro que a indústria deve buscar novas tecnologias, não existe processo produtivo que não tenha melhoria possível, é preciso investir para competir”, diz. O presidente do Sintex avalia que o setor de cama, mesa e banho ainda está em expansão no País, na esteira do crescimento da construção civil. “Casa nova e decoração diferente significam aumento das vendas”, diz. Além disso, o mercado interno também se mostra bastante maduro e desperta confiança na manutenção dos negócios, pondera. Abit e Sintex destacaram ainda que o Governo Federal está sendo pressionado para tomar medidas para evitar que o problema da alta afete drasticamente a maior parte das empresas. “Vamos passar uns meses delicados, de adaptação das indústrias. Mas vamos superar isso e estamos batalhando para que essa superação ocorra o mais rápido possível”, conclui Kuhn.#

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MERCADO

Negócios em alta

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O

aumento exorbitante dos preços do algodão nos últimos meses preocupa todos os setores da indústria têxtil e de confecção. No entanto, não chegou a evitar que bons negócios fossem fechados pelas mais de 300 indústrias do setor de cama, mesa e banho durante os quatro dias da Texfair Home, realizada em fevereiro em Blumenau (SC). Os bons resultados se devem, em parte, à segmentação do evento que, a partir deste ano, passou a ser direcionado especificamente aos têxteis para o lar, e não mais a vestuário e lar, o que deu mais foco aos cerca de 14 mil lojistas visitantes.

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Altenburg “Mesmo com a alta do algodão e a incerteza de mercado que isso traz, temos a estimativa de cobrir, só com a feira, nossa previsão de orçamento de todo o primeiro trimestre de 2011”, revelou o diretor comercial Glaucio Gil de Souza Braga. Segundo ele, em 2010 a Altenburg conseguiu não só atingir seus objetivos de vendas, chegando, inclusive, a superá-los. Com tecidos produzidos com fibras ecológicas e até estampas com cores que usam menos química na sua produção, a sustentabilidade foi a marca das coleções apresentadas pela empresa na Texfair Home. “Nossas

FOTOS: EDSON PELENCE

Preços do algodão assustam, mas fabricantes do setor de cama, mesa, banho, tapetes e decorações seguem inovando


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MERCADO

Altenburg: fibra de PET reciclado na mescla dos tecidos em nova coleção

coleções inovam sempre e esse viés marcado pela sustentabilidade tem tido grande aceitação”, destacou o diretor. Além de sustentável, a mistura de algodão com poliéster proveniente de PET reciclado contribui, segundo ele, para reduzir o efeito da alta da principal matéria-prima. Braga admite, no entanto, repasse de preços ao consumidor. “Procuramos minimizar o impacto, negociar bem o insumo, controlar custos internos, repassamos os aumentos item a item, de acordo com a quantidade de matériaprima”, explicou.

vem sendo bem aceita pelos clientes. “Eles entenderam que se trata de um fenômeno mundial. A Karsten não conta com a possibilidade de baixar a produção. Estamos confiantes de que vamos superar este momento”, conta Rauh.

Karsten Antenada também na questão da sustentabilidade, a Karsten apresentou a linha biobath, de toalhas produzidas com fios reciclados obtidos a partir de fibras descartadas. O cupuaçu é utilizado como amaciante e os processos de produção agridem menos o ambiente. Para o diretor presidente da empresa, Alvin Rauh Neto, a alta do algodão tem repercutido nos preços dos produtos desde o final do ano passado, com aumentos de 30% a 40%, mas

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Karsten: Amaciante ecológico de cupuaçu nas peças Biobath


Grupo A&C apresenta nova empresa na Texfair

Grupo A&C O estande colorido da Art Capricho chamava a atenção na Texfair. Mais do que lançar uma coleção, o Grupo A&C apresentou uma nova empresa, a Laura Camolese. Focada na classe AA, esta é a sexta do grupo e a terceira no segmento cama, mesa e banho, ao lado da Art & Capricho, voltada às classes C+ e B+, e da Mamãe Cheguei, com roupas infantis bordadas ao estilo da vovó. Elogiando a segmentação da feira, o CEO da holding, Mario Fernandes, revelou que o volume de negócios gerados nesse formato foi, no mínimo, quatro vezes melhor. “Vamos ter que adiantar a produção.” Em relação aos possíveis impactos da alta do algodão, Fernandes afirmou que a estrutura financeira do grupo é muito sólida. “Vamos repassar um aumento máximo de cerca de 10%. Para lidar com a alta, buscamos alternativas e trabalhamos nossos custos internos”, diz. Nos planos da empresa estão mais investimentos em maquinário, para dar conta dos pedidos gerados pela Texfair e do crescimento esperado para os próximos anos.

Lepper Os licenciamentos foram a aposta da Lepper para a Texfair. Os personagens do filme Rio roubaram a cena por estamparem de forma bem carismática toalhas e jogos de cama. Além

disso, produtos importados como a toalha prensada (que precisa ser colocada por cinco minutos na água para “virar” toalha) também garantiram bons negócios. Embora afetadas pelo aumento da concorrência no mercado interno em 2010, decorrente da queda nas exportações, as vendas cresceram 15% em relação ao ano anterior, contou a vice-presidente Gabriela de Loyola. Mas a alta do preço do algodão contribuiu para que o crescimento não fosse tão expressivo quanto ela gostaria. Ela considera até a possibilidade de baixar a produção, se necessário, para evitar um repasse muito alto de custos. Gabriela avalia que é hora de o mundo repensar seus valores, já que não há mais commodities à disposição do

Lepper – aposta nos licenciamentos garantiu coleção bem colorida

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MERCADO

Peças Döhler e personagens Looney Tunes no estande da Teka

consumismo exagerado. “É hora de fazer menos e com mais qualidade. O aumento do preço, em um caso ou outro, é inevitável. Não há substituto para o algodão”, alerta.

Döhler Aparentando tranquilidade em relação aos preços do algodão, o diretor comercial Carlos Eduardo Döhler disse que não esperou a alta se revelar para negociar estoque. “Num primeiro momento, esperamos e observamos. Mas logo fomos às compras e ainda conseguimos um valor razoável, que fez com que em 2010 tivéssemos um resultado muito bom e garantíssemos estoque para 2011. A empresa faturou R$ 308 milhões, cresceu 25% em relação a 2009”, contou o diretor comercial, que prevê crescimento de 21% para este ano. A Döhler, segundo o diretor, só não cresce mais por falta de espaço físico. “Vamos investir nisso, mas os aportes terão de ser altos, pela preocupação de criar um espaço onde possamos trabalhar de forma sustentável”, disse. Brasilidade foi o tema escolhido pela marca para os produtos apresentados na feira. Carlos Eduardo Döhler

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fez questão de frisar que a produção de cama, mesa e banho da empresa é 100% nacional, inteiramente verticalizada, apoiada por cerca de três mil colaboradores. “E só compramos produtos brasileiros”, destacou.

Teka A TEKA, Tecelagem Kuehnrich S.A., trouxe para a Texfair Home suas coleções de cama, mesa e banho, com destaque para a linha de licenciados infantis. “Conseguimos fechar bons negócios”, declarou o diretor vice-presidente da empresa, Marcelo Stewers. Há quase 85 anos no mercado de cama, mesa e banho, a Teka enfrentou algumas dificuldades com a redução das exportações, área em que atuava fortemente. No entanto, a ascensão da classe C, público-alvo da empresa, melhorou a situação de mercado interno, para onde a empresa se voltou.

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Para Stewers, o setor deveria receber mais incentivos do governo. “Em 85 anos de história, passamos uma década em dificuldades e faltou incentivo para sair dela. Reorganizamos nossos investimentos, mas por conta própria”, lamentou. Em relação ao aumento do algodão, ele acredita que a alta de preços será superada, mas isso levará uns dois ou três anos, e o mercado terá que se adaptar aos novos valores. “Observamos resistência dos vendedores em renovar estoques, mas uma hora isso vai ter que acontecer”, conta Stewers, que admite um repasse de 30% a 40% no valor do produto. “Não há outra maneira, até porque o poliéster também subiu. Nossa intenção é continuarmos focados em importar apenas tecidos e fibras que o Brasil não produz. De resto, pretendemos manter nossa produção”, finaliza. #


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dica do especialista

RH

Pensar como equipe

Adriana Moser é consultora da Nível 10 Consultoria adriana@nivel10consultoria.com.br

A idéia de trabalhar em equipe surgiu no momento em que o homem percebeu que a soma dos conhecimentos e habilidades individuais facilitariam o alcance dos objetivos Já faz algum tempo que jovens, ávidos pelo primeiro emprego ou por uma melhor colocação no mercado, apresentam em seu currículo uma importante característica: facilidade de trabalhar em equipe. Mas será que nossos ávidos jovens e até mesmo nós, já veteranos, mas sempre à procura de melhores oportunidades, sabemos exatamente o que significa trabalhar em equipe? Já paramos para analisar que não basta trabalhar em equipe, mas sim pensar como equipe? Confundimos muito o termo “trabalhar em equipe” com a simples situação de trabalhar com um grupo de pessoas onde se faz parte de uma cadeia de subordinação, com a responsabilidade de passar informações adiante, ou seja, quando participamos de uma engrenagem em que o bom funcionamento da estrutura depende de nosso trabalho. A essência de trabalhar em equipe passa muito longe disso. Mais do que fazer parte de um grupo, trabalhar e pensar como equipe é deixar de lado a vaidade e vibrar pelas conquistas

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dos colegas e entender que o sucesso deles é seu também. É perceber que aquilo que se obtém, não vem por acaso, mas sim pelo resultado do trabalho de todos. É esforçar-se ao máximo para que toda a equipe cresça, é saber que cada tarefa realizada é para o crescimento do todo, por isso, é preciso comprometer-se em todos os aspectos do trabalho. Abdicar da própria vaidade em um mundo ultracompetitivo, baseado na imagem, onde o “outro” só faz sentido se viabilizar o sucesso do “eu”, é uma condição muito difícil de alcançar. Também acredito que, encontrar pessoas que fazem apenas aquilo para o qual foram contratadas, sem se importarem com o que o colega faz, mesmo que isso venha a prejudicar a equipe e a empresa como um todo, não é admissível nos tempos de hoje. Não me parece nada plausível os gestores exigirem um desempenho de equipe, com grande participação e comprometimento, quando não a trata como tal. Não indicam caminho algum, não deixam cla-

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ros os objetivos da empresa, não apresentam possibilidades de crescimento, enfim, deixam os funcionários cegos e sem liderança. Normalmente encontramos nas empresas pessoas muito dedicadas e comprometidas, que vibram com as metas alcançadas, que são interessadas em aprender e que gostam de compartilhar com os colegas seu conhecimento e experiência, enfim, que pensam como equipe. Porém, devido à falta de percepção e liderança dos donos, aliada à falta de oportunidades de crescimento e à grande pressão do restante do grupo, acabam sucumbindo. Ou tornam-se iguais aos demais, ou vão embora, em busca de outros e mais prósperos horizontes. Há muito que fazer para conseguir formar um grupo que realmente trabalhe em equipe. Além de ter que abdicar do “eu” em prol do “nós”, boa parcela de responsabilidade fica com os gestores ou líderes, que são responsáveis por contratar, capacitar e motivar constantemente seu grupo.#


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NA PRÁTICA

sem mistérios Uma atividade lúdica e prática, que descomplica os processos e raciocínios da modelagem, e facilta o trabalho de criação de moda POR Laura Navajas

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FOTOS: LAURA NAVAJAS

Moulage


A

FOTOS: LAURA NAVAJAS

moda se renova ou se reinventa, torna-se cada vez mais elaborada, exclusiva ou cheia de detalhes como bojos ou drapeados, entre outros. Como a voz do consumidor é, no fim das contas, o que decide a moda de verdade, as indústrias têm que se adaptar. E, por simplificar o processo de produção dessas peças, é que a técnica de moulage se tornou a coqueluche da vez também para as confecções. Moulage, que significa literalmente modelagem, em francês, consiste em criar a roupa diretamente sobre o manequim ou o próprio corpo, se for o caso. Para que a moulage A técnica foi a primeira a ser usada para seja bem sucedida, confeccionar vestimentas. “Desde que o hoé necessário que o mem começou a colocar pele de animais somanequim seja bem bre o corpo e a costurar a sua própria roupa, marcado. “Na verdade, podemos dizer que ele já realizava processos modelagem de modo da moulage”, conta a arquiteta Ana Lúcia geral trabalha com estas marcações. Aqui vamos Niepceron, professora do Orbitato, Instituto produzir uma peça de de Estudos em Arquitetura, Moda e Design manequim 38, com as em Pomerode, Santa Catarina e uma das suas medidas padrões”, pioneiras na técnica no Brasil, com pasexplica Francisca Scheck, sagens pelas faculdades Santa Marcelina, da Sigbol. Faap, Senac SP e Senai SP. Na França, a partir do surgimento da alta costura, a técnica começou a ser utilizada como ferramenta para confecção em moda. “Nos anos 80, quando a moulage chegou ao Brasil, a aceitação não foi muito boa, pois prevalecia a ideia de que a técnica era indicada apenas para a alta costura ou em roupas sob medida. Os estilistas, por sua vez, a utilizavam apenas para peças únicas”, diz Ana Lucia. No entanto, esse cenário está mudando e há um consenso de que a Moulage pode ajudar a acelerar a produção de moldes para confecções de produção em larga escala e

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melhorar o caimento da roupa. “Quando se usa a técnica plana para uma peça mais elaborada, com medidas e papel, não se atinge um caimento tão bom. Normalmente, é preciso refazer o trabalho, até mais de uma vez. A Moulage evita a perda desse tempo”, explica Francisca Scheck, coordenadora de cursos da Sigbol Fashion, escola de moda de São Paulo. “Além disso, a técnica agiliza a produção da peça piloto, pois quando se termina Depois de pregar o a Moulage, a peça já está pronta, é só tecido na altura que se passar para o papel e dar sequência na quer atingir, Francisca produção”, diz. marca as dobras com Com mais de 30 anos de experiência, alfinetes e depois as Francisca sempre fez uso da técnica. corta, lembrando sempre de deixar um espaço para “Não havia muita divulgação, esta é a costurar. “Isso porque se diferença. Mas, na prática, acabávamos trata de uma peça que usando”, conta. virará molde. Se fosse Como novas necessidades atingiram a peça única, é possível indústria da confecção, cada vez mais os inclusive costurar no profissionais da moda buscam se apermanequim”, conta feiçoar em seus conhecimentos. “Para obter qualidade, um estilista precisa de ferramentas técnicas, além das criativas. Nesse caso, o conhecimento de Moulage torna-se fundamental”, afirma Ana Lúcia. Tanto é que, nos últimos três anos, cresceu a procura de cursos de Moulage por profissionais das equipes de desenvolvimento, estilistas e modelistas. “Isso é um bom sinal, pois, apesar de aparentemente simples, é importante que as sequências da Moulage sejam aprimoradas”, avalia Francisca A diretora da Orbitato, Celaine Refosco, completa: “Fica cada vez mais claro que o conhecimento técnico é, de fato, condição fundamentadora da capacidade de criar. E que a Moulage é, simultaneamente, uma atividade lúdica e prática, que descomplica os processos e raciocínios de modelagem, favorecendo o trabalho de criação de moda”. Como a técnica leva ao desenvolvimento de peças no plano tridimensional, possibilita a rápida compreensão de volumes, ajustes e proporções, amplia a habilidade produtiva e criativa do modelista e também do estilista. “É preciso compreender que a Moulage é uma metodologia que ensina como pensar tecnicamente a construção da roupa, a forma, o volume e o corpo. É uma importante ferramenta para quem busca desenvolver produtos diferenciados. Para os estilistas é fundamental, para os modelistas, indispensável”, finaliza Ana Lúcia.# Utilizando a técnica da moulage, Francisca Scheck transformou um pedaço de tecido em uma peça pronta ou, ainda, em um molde para produção em larga escala.

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FOTOS: LAURA NAVAJAS

NA PRÁTICA


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dica do especialista modelagem

O vaivém da moda O spencer ficou de fora das coleções durante um longo tempo, mas retorna à cena com Camila Pitanga, em Insensato Coração

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Sonia Duarte é pesquisadora, professora e autora do livro MIB Modelagem Industrial Brasileira www.modelagemib.com

Quem poderia imaginar que, após tantos anos, o Spencer estaria de volta? Por mais que haja inovação têxtil e criatividade nas técnicas de modelagem, nada impede que peças de sucesso no passado voltem à tona e assumam seu lugar nas coleções atuais. A personagem Carol, papel da atriz Camila Pitanga na novela “Insensato Coração”, apareceu durante dois capítulos vestindo o spencer azul da foto. Fiquei surpresa em ver a peça, que permaneceu longe das coleções durante anos. A Carol faz o estilo “arrumadinho chique”, muito valorizado pela silhueta e beleza de Camila Pitanga. Como em todos os balneários do Brasil, é comum ter em mãos uma peça de sobreposição que nos proteja dos imprevistos de um vento ou de uma climatização exageradamente fria, muito comum em escritórios, restaurantes, cinemas e teatros. Nós, mulheres, não podemos correr o risco de sermos pegas de surpresa, e, com certeza, um spencer irá acrescentar muito charme ao nosso look.


Modelagem Visual Modelagem Visual

FOTOS: TV GLOBO/MÁRCIO NUNES

Modelagem Visual

Sobre a modelagem

C.F

C.C

C.F

C.C

C.F

C.C

Fio

Fio

Fio

Fio

Cortar 2X Lateral Frente

Fio

Cortar 1X Costas

Fio

Cortar 2X Frente

Fio

Fio

1X Costas

Moldes

Frente

Cortar 2X

Cortar Lateral 2Frente X Lateral Frente

Fio

Fio

Cortar 1X CortarCostas

Cortar Cortar 2X 2X Manga Manga

Cortar Cortar 4X 4X Lapela Lapela Frente

Fio

Cortar

Cortar 2X 2X Frente Frente

Fio

C.C. Dobra

Fio

C.C. Dobra

MoldesMoldes Moldes

C.C. Dobra

• Trace a base costas marcando a pence. Elimine a medida da pence na lateral da base. • Trace a base frente transferindo meia pence para o ombro. Trace as pences. • Aumente 1 cm de folga nas laterais (frente e costas) e retire 2 cm no comprimento, deixando o centro frente mais comprido que as costas. • Trace o decote das costas e a abertura da frente. • Trace com 1 cm o conforto para cavas de roupas com manga. • Desenhe a Lapela • Trace a manga com 40 cm de comprimento • Crie as linhas e recorte como mostra a figura. • Trace as pences em arco. Uma no ponto de costura do ombro e as outras duas afaste o desejado. #

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Cortar 4X Lapela Frente


FOTOS: DIVULGAÇÃO / SANJU

MODA POLO

Coloridas, listradas, com brasões estilizados, usadas sob blazers, jaquetas ou suéteres com uma calça jeans ou social, no verão ou no inverno...não importa. As camisas polo definitivamente ganharam o mundo e tomaram os guarda-roupas masculinos, femininos e infantis

Clássicas e despojadas

POR VERA CAMPOS

N

ão são poucas as grifes internacionais que emprestam seu nome ao famoso modelo da peça criada na Europa no século 19 por René Lacoste, para substituir as desconfortáveis e pesadas camisas de lã que os jogadores de tênis usavam. Ele projetou uma roupa branca, de mangas curtas, em malha de algodão (que chamou de algodão piquê) com colarinho solto, abertura na frente do

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pescoço e fecho de dois ou três botões. O mesmo design logo foi adotado pelos britânicos para as camisas dos jogadores de polo. “A vestibilidade e o conforto proporcionados pelas camisas polo são superiores aos das comuns”, afirma Tomas Lanzillotta, diretor executivo da La Martina no Brasil, uma das marcas que conseguiram transpor o mundo do polo para o vestuá-


Dudalina: edição limitada de polos com puro algodão pima

rio casual. “Além disso, o modelo é adequado tanto para ir a uma boate como para passear na rua durante o dia”, avalia. Fornecedora oficial da Federação Internacional de Polo, a marca de origem argentina chegou ao Brasil em 2002, mantém um showroom em São Paulo no elegante bairro do Jardim Paulista e direciona suas coleções para as melhores lojas multimarcas das capitais, sobretudo nos estados do Sul. Planeja, ainda, lançar um programa de franquias este ano. A La Martina oferece ao mercado nacional e internacional as camisas utilizadas pelas equipes nos torneios, mas dispõe também de jaquetas, agasalhos, blusões e até de uma linha infantil associada ao lifestyle dos praticantes ou simpatizantes do polo. Até mesmo a Dudalina, sinônimo de alfaiataria e de camisaria perfeitas, se rendeu aos apelos do mercado e investiu, neste verão, em uma edição limitada das clássicas e atemporais

polos, na versão stretch, com puro algodão pima (fibra de suavidade e muito brilho), acrescido de um toque de elastano, e com fio tinto listrado.

Produção em massa A possibilidade da a peça ser utilizada como curinga e estar na moda há tanto tempo estimulou centenas - ou até milhares - de confecções a produzir o modelo nas últimas décadas e vendê-lo para lojas multimarcas, magazines e até mesmo como uniforme profissional. Quem produz malharia quase sempre mantêm as polos em seus catálogos, caso das famosas e tradicionais Hering, Marisol e Malwee. Ou, então, dedica-se a produzir exclusivamente o modelo. É o caso da Sudotex, instalada no interior da Bahia, que começou a disputar esse mercado em julho do ano passado com a firme pretensão de se tornar uma das maiores confecções de moda polo da América Latina.

La Martina: linha polo casual

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MODA POLO

grandes grifes no esquema de private label, a empresa lançou sua primeira coleção Ricceli (inverno 2011), para distribuição nacional.

Sudotex (esq) e Ricceli (dir): especialização

Variedade

Para conquistar mercado, a Sudotex se apóia no binômio preços imbatíveis-qualidade, proporcionado pelo fato de a empresa controlar todo o processo de produção industrial, desde a fiação até a confecção, passando pela malharia e tinturaria. “Esse gerenciamento completo nos leva a ter uma marca ímpar no mercado”, assegura o gerente comercial Herbet Silva. A capacidade produtiva do parque fabril é de 14 mil peças/dia.

Aposta segura Mas por que apostar todas as fichas nesse modelo de camisa? “As polos não têm sazonalidade, vendem tanto no verão como no inverno e dá até para repetir a produção de um ano para o outro, com algumas variações de cores, de um detalhe.

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Mas o modelo básico está sempre na ordem do dia”, justifica o gerente comercial. Tanto é que a Sudotex adotou o slogan “a camisa perfeita para todas as ocasiões”. “A procura por camisas polos está cada vez mais em alta”, garantem Célio e Gisele Vargas proprietários da Ricceli Polo, de Botuverá/SC. Peça tradicional, ela vem passando por várias transformações, graças ao uso de novas tecnologias, o que a torna um produto diferenciado e atrai novos consumidores. São novos tipos de tecidos, novas modelagens, estampas, lavações, bordados, apliques, entres outras customizações que fazem com que a polo esteja sempre atualizada e atinja também o público mais jovem, avaliam. Tanto que, após 15 anos vendendo para

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A catarinense Sanju é outra que produz polos para jovens e adultos de ambos os sexos. As peças representam cerca de 90% da produção da empresa (11 mil peças/dia) e são vendidas para aproximadamente 5 mil clientes no varejo, entre lojas multimarcas e alguns magazines, atingindo todo o mercado nacional. “As polos podem tanto assumir um estilo clássico como impor um visual despojado, com estampas, listras ou bordados”, ressalta a coordenadora de Desenvolvimento Daiane Barbieri. A variedade de malhas de produção própria é também uma grande força da Sanju. Nos teares da empresa são produzidos meia malha, cotton, ribana, suedine, moleton e listrados. A continuada expansão da sua participação de mercado nos últimos anos tem exigido da Sanju a ampliação de seus recursos técnicos e humanos. Novos equipamentos têm sido adquiridos, como teares listra-


dores e ploters para modelagem, e seu quadro de colaboradores tem sido ampliado quantitativa e qualitativamente. Recentemente, a empresa inaugurou um escritório regional de vendas em São Paulo.

Maquinário Uma das dificuldades de produzir as polos é a falta de maquinário adequado para fazer o peitilho sobreposto na abertura da gola das camisas. Esse tipo de peitilho confere melhor acabamento e efetivo visual às peças, agregando valor a elas. Mas ao ser confeccionado manualmente, esse tipo de peitilho geralmente não fica uniforme e demanda muito tempo de trabalho das operadoras, o que eleva os custos de produção. Enquanto o peitilho clássico embutido leva de 30 a 40 segundos para ser montado e costurado, um sobreposto demora cerca de dois minutos e meio a três

minutos para ficar pronto. Além disso, não é fácil encontrar costureiras dispostas a fazer esse tipo de acabamento, mais elaborado. Essas dificuldades levaram o confeccionista Aldo Benvenutti, fornecedor de polos para marcas famosas, a desenvolver, há cerca de dois anos, uma adaptação nas máquinas, a fim de produzir o peitilho sobreposto com qualidade e rapidez. Com isso, conseguiu quase que triplicar a produção de peitilhos por hora. A idéia deu tão certo que a Silmaq, uma das maiores fornecedoras de equipamentos para a indústria têxtil no Brasil, comprou a patente de Benvenutti no ano passado e o contratou para ser seu consultor de vendas.

Produtividade Com a máquina modificada, mudaram também os processos de produção: o corte do peitilho passa a ser

automático, por meio de uma guilhotina com fotocélula, eliminando-se o serviço manual. A aplicação se dá de forma contínua e em tiras, o que diminui o tempo e o custo. “Com o equipamento, a costureira consegue quase que triplicar sua produção de peitilhos; ela não precisa nem ser especializada em máquina reta, qualquer operadora pode assumir essa função”, garante Benvenutti. Graças também ao processo contínuo de fusionamento, a máquina tem condições de produzir de quatro a seis modelos diferentes de peitilho sobreposto. Graças à compra de duas dessas máquinas, a Sanju conseguiu elevar a participação do peitilho colocado para até 25% de toda a produção de polos da empresa, com qualidade e redução de custos. “Antes a produção era baixa porque enfrentávamos o gargalo da morosidade”, explica a coordenadora de facção Silvana Koehler.#

É por isso que a Aradefe Malhas investe na produção das linhas ecológicas. Aqui você encontra a Linha Eco, com tecidos para todo tipo de peça, confortáveis, de boa qualidade e que não agridem o meio ambiente. Conheça mais dessas linhas e deixe sua criatividade transformar recursos em moda.

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Produção limpa

FOTOS: DIVULGACÃO

sustentabilidade

Roupas “orgânicas” da YD Confecções devem representar 35% do total produzido pela empresa em 2012

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POR VERA CAMPOS

roduzir moda sem agredir o ambiente – e com responsabilidade social – é possível? Sim, desde que haja vontade e compromisso, capital para investimentos e pesquisa. Assim é com a YD Confecções, de Conchas, no interior paulista, empresa familiar fabricante de jeans há mais de 40 anos e fornecedora de grandes redes de varejo e de grifes famosas, em regime de private label. Para enfrentar as turbulências no comércio internacional, que determinaram queda brusca nas vendas ao mercado externo e no seu faturamento, a partir de 2005 a YD apostou em um segmento ainda embrionário, porém promissor: a produção de roupas confeccionadas a partir de algodão orgânico, aquele produzido sem nenhum insumo químico. E mais: impulsionada pela crescente demanda mundial por “produtos limpos”, em 2008 lançou sua própria marca, a Éden Organic, de calças, bermudas, jaquetas, camisetas, saias e vestidos confeccionados em sarja, jeans ou malha.

Marca própria

Passados cinco anos, as vendas de roupas orgânicas em private label e de marca própria da YD já respondem por 5% do total das 360 mil peças produzidas por

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mês na empresa. Com a demanda crescente, aliada a ações estratégicas de marketing, a expectativa é a de elevar essa participação para 35% em 2012. Só a Éden deve contribuir, no próximo ano, com 8% da produção total, alavancada pelo início das operações de pronta-entrega, no segundo semestre de 2011, e pela abertura de franquias. Hoje a marca é encontrada em lojas multimarcas de nove estados brasileiros e em uma loja própria, no badalado bairro paulistano da Vila Madalena.

Produção integrada

Essas metas de crescimento poderiam não parecer ousadas, se houvesse abundância de algodão orgânico por aí. Como a produção dessa planta livre de agroquímicos ainda é incipiente no Brasil (corresponde a 1% do total) e uma série de cuidados especiais é exigida no cultivo, a YD estabeleceu parcerias com profissionais especializados, conhecedores das técnicas de plantio orgânico, e começou a arrebanhar agricultores familiares para a produção do algodão, oferecendolhes em troca as sementes e todo o suporte técnico do manejo, comprometendo-se a comprar toda a colheita a um preço 30% superior aos cotados pela Bolsa de

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sustentabilidade Loja no bairro da Vila Madalena, em São Paulo

Mercadorias. Para os pequenos produtores rurais, o negócio não deixou de ser vantajoso, embora o cultivo de algodão orgânico demore uns três anos para atingir boa produtividade. “Quem consegue passar do terceiro ano consegue ter bom rendimento”, afirma Jorge Yammine, um dos diretores da Éden. Ele conta que os agricultores do Paraná que ultrapassaram essa marca já conseguiram dobrar a sua renda anual, graças à produção de algodão orgânico.

De volta ao Paraíso

Certificação e Renda

Toda a produção de orgânicos da YD é inspecionada e certificada pelo Instituto Biodinâmico (IBD), uma empresa 100% brasileira que desenvolve atividades de inspeção e certificação agropecuária, de processamento e de produtos extrativistas, orgânicos, biodinâmicos e de mercado justo (Fair Trade). No início, eram 15 agricultores no Paraná e hoje já são 70 famílias produzindo para a YD também em Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Para estender esse know-how a outras indústrias têxteis e de confecção, a YD criou a Coexis, empresa que administra os processos produtivos e as patentes. O objetivo da Coexis é desenvolver e oferecer ao mercado mundial da moda produtos fabricados segundo normas e critérios de certificação internacional, desde o cultivo das matérias-primas à confecção das roupas. “É a coexistência harmoniosa entre o homem e o ambiente”, explica Yammine. Assim como os da YD e da marca Éden, todos os produtos orgânicos produzidos pela Coexis são identificados pelo selo NOW (Natural Organic World) e certificados pelo IBD.#

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A Eden tornou-se a primeira marca brasileira a utilizar, em suas coleções, apenas algodão 100% orgânico e adota processos de tingimento com corantes e pigmentos naturais. Desde a primeira coleção a marca está comprometida em encontrar alternativas para obter cores e lavagens especiais. No jeans, a coloração é feita pelo anil plantado na própria fábrica, o lixamento é manual e o desbotamento obtido com a utilização de açúcar como abrasivo. E processos sustentáveis estão presentes em toda a cadeia produtiva até o produto final. O nome Éden remete ao Jardim do Éden, nos primórdios da Humanidade, onde o homem vivia a felicidade plena, a harmonia. Para a Éden, a harmonia é atingida quando o homem respeita o ambiente em que vive e reconquista, para si, o paraíso perdido. A empresa é uma das finalistas do Greenbest na categoria Moda, o primeiro prêmio de consumo e iniciativas sustentáveis com abrangência nacional, e que elege os vencedores de diversas áreas e setores que investem na sustentabilidade por meio de votação popular e de um júri especializado.


Tratamento de efluentes

Convencida da importância da produção autossustentada, que utiliza insumos naturais e aplica gestão segura de resíduos industriais, de modo a garantir a preservação do meio ambiente, a YD Confecções tem 12 alqueires de área de reflorestamento que serão utilizados para dar suporte à produção através do uso intensivo de energia autorrenovável, como a energia solar. A água que abastece a lavanderia é proveniente da chuva e de poços artesianos e armazenada em tanques. São nada menos que 70 a 100 mil litros de água utilizados por hora no processo. Os líquidos resultantes da lavagem são lançados em outros tanques e recebem tratamento biológico, que os torna próprios para novo uso industrial.

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Loja virtual: www.mavitaviamentos.com

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dica do especialista

CONSUMO

Ações concretas Sua empresa está preparada para atender, num futuro próximo, clientes sustentáveis e exigentes?

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Termos como “produtos ecologicamente corretos”, “sustentabilidade” e meio ambiente” permeiam a mídia, a política, os encontros empresariais, o mundo. Mas a sustentabilidade ainda não é hábito no cotidiano da atual geração consumidora. Este é um período de transição na educação ambiental da população e, apesar das empresas já estarem agindo, precisam firmar a tomada de iniciativas que visam ao futuro. Ainda são poucos os frutos de propostas e mesmo ações no presente, quando o consumidor ainda não está preparado e nem aprova completamente o produto ou a intenção, mas a questão é a futura geração de consumidores. Conhecidos como geração Z, são críticos, dinâmicos, tecnológicos e tendem a transformar as intenções ecologicamente corretas de agora em hábito, preferência e ações. Nascidos a partir de meados dos anos 90, esses ainda meninos e meninas lêem atenciosamente os rótulos, se preocupam efetivamente com o meio ambiente, são ensina-

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Gilberto Wiesel é diretor do Grupo Wiesel, que atua na área de Educação Corporativa, Master-Practitioner em Programação Neurolinguística pela Sociedade Brasileira de PNL e membro da Time Line Theraphy Association, Hawai-USA, além de escritor e conferencista

dos desde a escola da importância da natureza e, principalmente, já incluem no cotidiano os costumes de uma vida sustentável. E como preparar sua empresa para esses futuros clientes? As ações estratégicas com foco no futuro são suficientes para conquistar essa nova geração de compradores? E quando, além de projeções, também são necessários resultados imediatos? A mudança necessária para atender às necessidades e vontades dos “consumidores sustentáveis” exige planejamento e paciência. Mas, acima de tudo, exige ação a partir do presente. É preciso um trabalho de educação ambiental dos consumidores atuais, porém, só a disseminação da importância da preservação do meio ambiente pode não ser suficiente para a real conscientização. Exemplos dentro das empresas, como as que vendem produtos sustentáveis, mas não fazem ao menos coleta seletiva dentro da própria linha de produção ou escritórios, mantêm as intenções nas ideias e longe dos costumes. Alguns empreendimentos, por


exemplo, lançaram versões mais ecológicas e baratas de produtos, como o sabão em pó que produz menos espuma e reduz o número de enxágues, ou o papel higiênico feito a partir de aparas selecionadas e compactado, economizando embalagem. Mesmo com esse cuidado com o meio ambiente, esses produtos ainda são menos vendidos que suas versões tradicionais. A maioria dos clientes prefere manter-se fiel aos produtos de sempre. Outro ponto a se pensar é a dificuldade em encontrar esses produtos, visto que muitos deles são vendidos apenas em lojas especializadas. Os poucos encontrados nos supermercados são, em sua grande maioria, mais caros que os conven-

cionais, ou seja, produtos ecologicamente corretos ainda não estão ao alcance de todos. Para suprir as necessidades dessa nova geração, o empresário precisa arriscar na criação de diferentes conceitos. Mas lembre-se, atingir os consumidores e se preparar para as exigências dos futuros clientes não significa esquecer as características que fizeram com que esses consumidores se tornassem leais à sua marca. Inovação pode ser a grande diferença entre perdurar ou não no mercado, ainda mais com esses pequenos futuros consumidores, que aprovam e querem consumir o novo e o sustentável. Algumas empresas já iniciaram campanhas focadas especialmen-

te nestes novos clientes. São exemplos de como investir em consumidores do futuro, ao mesmo tempo em que se criam ações ecológicas no presente. Assim como não se pode deixar de disseminar a importância da preservação do meio ambiente e agir em prol disso, é preciso se preparar para essa nova geração consumidora. Os futuros compradores querem, além de planejamento, mudanças reais nos produtos, princípios e atitudes das empresas. Preparar-se para essa nova fase é difundir informação e renovar os hábitos em benefício do planeta, e transformar a sustentabilidade tão exigida por esses novos clientes de discurso em ações concretas.#

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MERCADO

Plus Size O segmento roupas de tamanhos grandes cresce e se desenvolve no Brasil. Afinal, os adultos brasileiros acima do peso no País já são quase 50% da população POR CAMILA GUESA

Grandes

e Graciosas

FOTOS: DIVULGACÃO/HILTON COSTA

F

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oi-se a época em que roupas eram feitas somente para padrões “Barbie” e que desfilar era prerrogativa apenas de modelos magras e esguias. Em fevereiro último, em São Paulo, os lojistas puderam conferir as últimas novidades para o outono-inverno 2011 em moda para tamanhos grandes, na terceira edição do Fashion Weekend Plus Size. Os looks foram apresentados por modelos que nada tinham de esguias, mas esbanjavam elegância e graciosidade. O evento, que vem se consolidando no calendário da moda brasileira, contou com nove grifes, que mostraram vasto mix de produtos que incluiu de roupas íntimas a vestes de gala. A grande qualidade das construções e a profissionalização das O Confeccionista mar/abr 2011

modelos foram o destaque. “Percebemos que as grifes que confeccionam plus size estão mais focadas em fazer suas coleções cada vez melhores e mais bonitas, valorizando as curvas de quem usa tamanhos maiores. Nossa intenção é mostrar ao público que é possível se vestir com elegância e modernidade, mesmo estando acima do peso”, afirmou a organizadora do evento, Renata Vaz. Fabiana Karla, atriz global e madrinha do evento, destacou a importância de eventos como este para as consumidoras plus size. "Não queremos fazer apologia à obesidade, mas garantir que as pessoas sejam felizes da maneira que são, com curvas generosas, mas com saúde e alegria."


No centro das atenções

Deixando aos poucos o papel de coadjuvante no mercado da moda brasileira, o segmento de tamanhos grandes tem crescido e se desenvolvido, acompanhando o número de adultos brasileiros que está acima do peso no País e hoje gira em torno de 50% da população.

“Por ser evento específico para numerações maiores, o Fashion Weekend Plus Size causou o impacto necessário para chamar a atenção da mídia em geral”, ressaltou o responsável pelo desenvolvimento de produto da Exuberance, Iveraldo Carlos Machado Junior. Fundada em 2007, a grife oferece modelagens específicas que vão do tamanho 44 ao 54, atendendo mu-

lheres que gostam de ousar, de estar entre a família, são trabalhadoras e gostam de ficar em tranquilidade. Sob o mote “Inovar a cada coleção e deixar a mulher cada vez mais livre, para pensar, viver e se movimentar”, a Exuberance levou ao FWPS a coleção “Be free”, com peças amplas, tecidos leves e cores que criam harmonia e dão à mulher liberdade de movimentos e expressão. Com inspirações rústicas, a grife mostrou macacões, calças ce-

Spicy & Vitta: aposta numa estética plural resgatando anos 60' a 90'

noura, casacos com cintura marcada, capas e coletes, todos em tons cinza, pastel, marrom e o clássico preto. Nos tecidos, combinação de cores e texturas com detalhes nos punhos e mangas, aplicações de rendas e botões diferenciados.

Pluralidade

Para o inverno 2011, a grife Spicy & Vitta, de Americana (SP), aposta numa estética plural, que incorpora diversidade de estilos que vão desde o resgate da estética minimalista dos anos 60, com formas e cortes geometrizados e precisos, até o mix étnico dos anos 70, com elementos boho, folk e românticos. Segundo os sócios-proprietários da marca, César Vitta e Luis Gustavo Vitta, participar do FWPS é importante devido à crescente visibilidade e seriedade que vem sido desenvolvida no Brasil em relação ao segmento de tamanhos grandes. “O plus size é hoje uma realidade no mercado de moda. Estar nesse evento ajuda a fortalecer o segmento”, avaliam. Nas peças da grife, a alfaiataria remete a um visual unissex, com destaque para as formas mais femininas e elegantes. Destaque para a forte presença das cinturas marcadas, além da mistura entre o rock dos anos 70’, 80’, 90’ com referências do grunge, barroco, gótico vitoriano. Já os vestidos surgem em modelagens chemisiers e TrentCoat . Também mereceram destaque modelos com recorte abaixo do busto e modelagem evasê. Na cartela de cores, o preto básico com tons de cinza / mescla contrasta com opções em vermelho / vinhos, caramelo / camelo, marrom e oliva. Já nas matérias-primas, as apostas são nos tecidos planos, tecidos com textura, dupla face, moletons, plush, detalhes em malhas couro e malharia circular, além das rendas que também aparecem em looks da estação. Para a responsável de Estilo da Spidy & Vitta, Dani Gabriél, o termo “tendência de moda” funciona mais como guia que está aí para ser

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MERCADO

Plus Size

compreendido e não simplesmente seguido. “A moda hoje permite liberdade. Aliada ao bom senso, é possível compor looks criativos e que tenham a ver sobretudo com seu estilo de vida”, resume.

Espaço sob medida

Marcando presença na 3ª edição da FWPS, a loja de multimarcas Magnólia foi inaugurada em dezembro de 2010 com a proposta de atender o público de numerações maiores. Localizada em uma das mais famosas esquinas da capital paulista (entre as avenidas Ipiranga e São João) a loja, que também conta com espaço dedicado à moda masculina, atende a todos os segmentos de vestuário, desde roupas íntimas até vestidos de festa, passando por moda praia, casual e acessórios.

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Magnólia e Exuberance: de rendas a inspirações rústicas para o público plus size

Nas suas araras, os consumidores encontram modelagens com numerações de 44 a 60, num espaço de 270 m² totalmente planejado para atender este público, que pode contar com vendedoras especializadas em números grandes. Apesar de não ter participado do FWPS, a grife recentemente também realizou desfile para apresentar

sua nova coleção para os clientes. Resgatando a elegância e a feminilidade, a marca apresentou uma releitura pop das décadas de 50, 70 e 90. Além de jeans resinados, vestidos longos e coletes, todos com detalhes estratégicos de rendas e irresistíveis toques de pele, a Kauê também levou a alfaiataria às suas peças com trench coats, casacos e camisas com a proposta de encantar ambos os sexos.#

Evoluindo Para Eliana Chican, responsável de marketing da Kauê Modas, que atua no mercado plus size desde 1990, o segmento de moda para tamanhos maiores vem crescendo, mas o mais importante é que vem se diferenciando. “A começar pela própria designação plus size, que é algo recente para rotular ‘tamanhos grandes’ de uma forma mais fashion e contemporânea. É a tradução de uma nova geração nesse mercado, mais plugada nas tendências da moda e totalmente orientada para o novo consumidor de moda de tamanhos especiais”, diz.

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dica do especialista

gESTÃO

Acerte na mosca (Parte 1)

O sucesso de uma confecção depende de como a gestão está sendo conduzida nas várias áreas: no planejamento estratégico, na produção, no RH, nas finanças e no mercado. Iniciamos nesta edição uma série de artigos sobre os erros que podem destruir um negócio, e apontamos as formas de evitá-los

A maioria dos que começam um pequeno negócio de confecção é muito empreendedora, mas poucos são empresários. Pode-se até afirmar que muitos estão empresários, mas não pensam e não agem como tal. Apesar de todo o apoio oferecido pelas entidades de classe e por outras organizações, realizar as mudanças necessárias requer atitude por parte do empreendedor, pois ele é o principal responsável pelo seu empreendimento. Então, mãos à obra! O sucesso de um empreendimento depende de como a gestão está sendo conduzida nas várias áreas: no planejamento estratégico, na produção, no RH, nas finanças e no mercado. E todas elas devem ir bem; afinal, são partes importantes de uma mesma engrenagem. Começaremos, nesta edição, pelos erros e acertos da Gestão Estratégica e da Gestão da Produção.

Gestão estratégica

Erro: Não realizar planejamento estratégico Priorizar o “fazejamento” relegando a um segundo plano o planejamento. Imitar os grandes líderes do mercado é quase sempre um péssimo negócio.

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Soeli de Oliveira é consultora e palestrante nas áreas de Marketing, Varejo, Atendimento e Motivação do Instituto Tecnológico de Negócios, de Novo Hamburgo (RS). soeli@sinos.net

Acerto: Trace seu próprio caminho, confrontando suas fortalezas e debilidades com as oportunidades e ameaças do mercado. Não é por serem as maiores que elas, as empresas líderes, são as melhores. Descubra o caminho mais adequado para o seu empreendimento. Erro: Investir pouco em inovação e novas tecnologias Acreditar que continuará resolvendo problemas novos com práticas velhas. Acerto: Problemas novos requerem novas soluções. A inovação na indústria de confecções está diretamente ligada às questões de desenvolvimento de produto, e é peça importante nas estratégias das empresas que buscam se destacar no mercado. Um dos grandes erros de alguns empresários do setor é não buscar novas tecnologias, na maioria das vezes por falta de conhecimento por parte da equipe. O processo de inovação é constituído por meio da participação e sugestões de toda a equipe, desde o mais simples funcionário. Planejar investimentos em máquinas, equipamentos e novos materiais e processos é fundamental para as empresas, pois adiciona


inovações tecnológicas que agregam valor ao produto final ou que sejam poupadoras, ou seja, capazes de aumentar as receitas ou diminuir os custos. O valor dos bens está diretamente relacionado à tecnologia disponível. Entretanto, é indispensável saber usar esse recurso plenamente. Busque em cursos ou no treinamento do próprio fornecedor do equipamento ou insumo a ajuda necessária para operar ou extrair da tecnologia o melhor resultado.

Gestão de produção

Erro: Trabalhar sem planejamento e controle de produção O Planejamento e Controle de Produção (PCP) é uma ferramenta para aumentar a competitividade, pois otimiza as atividades do empreendimento. Serve para coordenar o processo de produção, de forma que os produtos sejam fabricados com qualidade e na quantidade e prazos certos, auxilia na redução de custos operacionais e influencia na satisfação do cliente e na lucratividade do negócio. Acerto: Para realizar o planejamento e o controle da produção, a empresa deverá formular objetivos e traçar metas a serem atingidas. Para tanto, será preciso organizar os recursos humanos e físicos necessários para a realização das

atividades propostas, para fazer o controle destas ações e para efetuar a correção de eventuais falhas. Erro: Deixar a gestão da qualidade total para mais tarde Qualidade significa preocuparse com o processo produtivo em todos os setores do empreendimento, para que se tenha um produto final de alta qualidade. Acerto: A qualidade deve estar presente em todos os processos da empresa: na organização, na produção, na compra e venda de artigos, na gestão administrativa e pessoal e na área de desenvolvimento dos produtos. É cuidar da gestão dos custos de produção, ter a segurança de garantir a fabricação de um artigo livre de qualquer tipo de retrabalho ou falha, além de oferecer atendimento encantador ao cliente. Erro: Encarar desperdício como normal Muitas vezes, os empreendedores não dão a devida atenção aos pequenos gastos, como a utilização do carro da empresa para sair para o almoço, o uso excessivo do telefone, o desperdício de matériaprima, a tomada de um empréstimo com altas taxas de juros, o tamanho da carteira de clientes inadimplentes, a carteira de fornecedores com margem de negociação de an-

tecipação e postergação de compromissos, entre outros. São também exemplos de desperdício: lâmpadas ligadas, torneiras pingando, ligações telefônicas em horário de pico, uso do telefone para assuntos particulares, utilização da internet para atividades que não são relacionadas à empresa, má regulagem de equipamentos, desperdício de mão de obra e “layout” inadequado aos artigos fabricados, entre outros. São pequenas perdas, que somadas fazem grande diferença nos resultados. Assim como o desperdício de insumos e materiais, outro componente que eleva custos é o desperdício de tempo consumido pelo retrabalho, ou seja, realizar o trabalho novamente para corrigir um serviço mal feito. Cada produto gerado pelo empreendimento com defeito é perda de dinheiro. Cada ida ao mercado sem uma estratégia de venda é perda de dinheiro. Acerto: A dica central é “fazer certo da primeira vez”. Isso economizará tempo e recursos. Gerir perdas, procurando eliminá-las, influenciará no aumento do lucro das empresas do setor de confecção. Não é aceitável que ainda se tenham os níveis atuais de desperdício. Acabar com os desperdícios significa diminuir custos de produção, aumentar as vendas e a rentabilidade do empreendimento.#

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MODA MASCULINA

Peças únicas e com Alma Alfaiataria Persona se propõe a vestir o homem dos pés à cabeça, unindo tecnologia à precisão manual

FOTOS: DIVULGACÃO

POR CAMILA GUESA

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nindo a tradição da alfaiataria à praticidade do mundo moderno, Luiz Aziz Neto, ex-diretor da Paramount Têxteis e da Paramount Alfaiataria, inaugurou em fevereiro sua própria loja-conceito, a Alfaiataria Persona. Situada no bairro nobre dos Jardins, em São Paulo, a unidade foi projetada para atender integralmente o público masculino que busca qualidade e individualidade nas vestimentas. O público-alvo, homens de classes mais altas, em geral acima de 30 anos, poderá escolher adquirir peças de marcas parceiras como Ermenegildo Zegna, Loro Piana, Reda, Lessona, Paramount, Dormeil, Thomas Maison, dentre outras. Já

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os mais jovens devem ser atraídos por grifes como Ralph Lauren e La Martina, as quais a Persona passa a representar no Brasil. O cliente pode encomendar uma peça inteira, feita sob medida na Persona ou uma semipronta (préfabricada pela marca parceira), sem mangas e caseados, passível de ajustes. “No mostruário, oferecemos desde tecidos para o cliente escolher até o formato da roupa pronta (com dois ou três botões, com ou sem prega, entre outras opções)”, explica Azis Neto. “Já nas pré-fabricadas, o cliente tem de respeitar a pré-configuração e a roupa é finalizada conforme suas necessidades e perfil corporal.”


Tecnologia e tradição

Para as confeccionadas pela Persona, a loja mantém equipes de modelagem e criação internas. A produção (costura, propriamente) ocorre por meio de parceria com uma confecção subcontratada, que desenvolveu um núcleo tecnológico de sob medida. A possibilidade de unir a tradição e o zelo dos velhos alfaiates a equipamentos de ponta de confecção de alta produção possibilita a uniformização das peças, isto é, conseguir fazer quatro ou cinco roupas para um mesmo cliente com o mesmo acabamento, qualidade e padrão, porém com o personalismo oferecido pelo alfaiate e seus tecidos. Detalhes como os caseados, por exemplo, são confeccionados a mão, um a um. As curvas das camisas e dos costumes são talhadas milimetricamente para acompanhar a simetria do corpo. Contando com alta tecnologia em maquinário, as peças são con-

feccionadas com ajustes rigorosos de temperatura e pressão no corte, para dar maior leveza e caimento aos produtos. “Roupas feitas por alfaiates tendem a ser mais pesadas por conta da entretela. Por isso, buscamos o melhor em máquinas para substituir esse acabamento, sem perder em qualidade”, diz Neto.

Roupas sob medida ou pré-fabricadas

Nos detalhes

A Lã Fria Australiana (Merina) e o Algodão Egípcio são as duas fibras mais utilizadas pelos alfaiates, sendo a lã para os costumes e o algodão para as camisas. O tecido de fibra natural dos ternos e costumes permite que o corpo respire. “Apostamos na tecnologia dos tecidos e a partir disso criamos peças únicas, que fazem a nossa diferença”, finaliza Aziz.#

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MODA MASCULINA

Poder

e elegância Dudalina segue projeto de abertura de lojas-conceito e de franqueadas POR VERA CAMPOS

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

etim em puro algodão egípcio com acabamento easy iron, que valoriza a cor e atribui um brilho sutil à camisaria. Esse é apenas um exemplo dos materiais e detalhes que a Dudalina selecionou para o outono/inverno 2011, a estação mais charmosa do ano, para a linha de camisas Cult, Business e Sport Chic. O tecido Ermenegildo Zegna em pura lã merino dá forma aos costumes costurados na Itália, uma novidade que surge com acabamento diferenciado e caimento impecável. Na coleção, denominada “Seu Espaço”, o homem Dudalina dispõe ainda de um clássico e variado mix de produtos que inclui blazer em algodão, veludo ou lã super 130’s. Há também cachecóis, jaquetas e cardigans, além de suéteres 100% algodão, com detalhes em relevo e desenhos geométricos. Na paleta de cores, o azul abre o link para uma variação de tonalidades, desde as mais claras às mais escuras, como o marinho. O rosa dá o tom de luz e o vermelho, um toque picante à coleção. Completam a linha acessórios, como chapéu, abotoadura, carteira, porta-passaporte, cintos e sapatos em couro legítimo.

Lojas conceito As marcas Dudalina, Base, Individual e Dudalina feminina são encontradas em lojas multimarcas e em franqueadas, como a Dudalina Concept, instaladas em São

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Paulo (Aeroporto de Congonhas), Curitiba (Aeroporto Afonso Pena), em Passo Fundo, no RS (Shopping Bella Citta) e no Balneário Camboriú (Shopping Atlântico), em Brusque (Shopping Gracher) e Navegantes (Aeroporto Victor Konder), em Santa Catarina. E também na loja conceito Dudalina 595, inaugurada em novembro, em São Paulo. Localizada no bairro do Paraíso, a unidade segue a proposta de oferecer experiência única de compras aos clientes. Em um espaço de 500m² é possível desfrutar de uma área de convivência com lounge, charutaria e barbearia. Lá o cliente também pode adquirir camisas sob medida, feitas de forma artesanal, como parte do projeto Su Misura. Até 2015, está prevista a inauguração de 60 novos pontos de venda, entre lojas conceito ao estilo da Dudalina 595 e da Dudalina Concept. Com isso, a empresa pretende se firmar como gestora de algumas das marcas mais conceituadas do mercado.#


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dica do especialista

mão de obra

Procuram-se Costureiras Investir na capacitação e qualificação de colaboradores internos parece ser a saída para suprir essa demanda

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Nos últimos anos, as empresas de confecções e faccionistas sofrem com a falta de mão de obra qualificada. Esse quadro é agravado pelo aquecimento das vendas no mercado interno e o crescimento de renda das classes C e D. Sobra emprego nas mais diversas áreas do setor têxtil, principalmente na área de costura. Hoje em dia, a jovem tem em mente profissões que proporcionem maior status social, um plano de carreira; quer um cargo público, estabilidade financeira. Por vários anos, as empresas de confecções não investiram em treinamento para qualificar profissionais, pois a oferta de mão de obra era maior que a demanda. O preconceito em relação à mão de obra masculina nessa área que por gerações foi exclusiva das mulheres também contribuiu para o excesso de vagas disponíveis. Com a estabilidade da moeda e as facilidades de compras parceladas, é muito fácil duas ou três costureiras se juntarem para adquirir algumas máquinas e montar sua própria facção. Essa atividade vem se tornando comum, principalmente nas cidades polos de confecções. E muitas delas se sujeitam a bancar serviços para essas “empresas” a fim de suprir a falta de mão de obra interna, mesmo sabendo que estão alimentando um mercado ilegal.

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Everaldo Aparecido Maciel é designer de moda e pósgraduado em Comunicação e Produção de Moda

Esses fatores, aliados à tecnologia aplicada em maquinários e em sistemas de produção cada vez mais automatizados, que exigem dos profissionais da costura um nível de capacidade e treinamento elevado, fazem com que a falta de mão de obra se torne uma constante em todo o Brasil. Isso obriga os empresários a investirem pesado na formação de profissionais para compor seu quadro de funcionários e suprir suas necessidades. Hoje é mais comum encontrar costurando ex-passadoras e ex-auxiliares de costura, do que profissionais contratadas como costureiras desde o início. Outra saída tem sido investir no salário e nas bonificações pagas por produção e assiduidade ao trabalho. Nos últimos meses, o salário das costureiras subiu entre 10% e 15% e as bonificações aplicadas pelos empregadores têm elevado a remuneração a patamares que recém-formadas não encontrarão em suas áreas de formação acadêmica. Hoje, sem procurar muito, encontram-se costureiras qualificadas recebendo em torno R$ 1.000,00 a R$ 1.200,00 por mês, com os benefícios indiretos oferecidos pelas empresas, o que pode se tornar um agravante para o setor, uma vez que os custos podem se elevar, prejudicando a competitividade em relação aos importados.#


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CAPACITAÇÃO

Aprendendo

on line Treinamentos e cursos pela internet são ferramentas de marketing e de relacionamento entre confecções e vendedores lojistas

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possibilidade de realizar treinamentos sem deslocar pessoas, a flexibilidade de horários para estudar a qualquer hora, sem interferir na rotina normal do funcionário e o fato de os investimentos serem menores do que os aplicados em Convenções de Vendas, em reciclagem de colaboradores ou em outros tipos de eventos corporativos, estão estimulando muitas empresas – entre elas a do setor de vestuário – a optar pelo treinamento a distância pela internet. É o caso da Malwee Malhas, uma das maiores confecções do Brasil. Com sede em Santa Catarina e distribuindo seus produtos para lojas multimarcas de todos os Estados brasileiros, a Malwee sabe que treinar o balconista para vender melhor, com informações sobre técnicas de venda e sobre o que está vendendo, é decisivo para aumentar o giro das mercadorias nos pontos de venda. Por esse motivo, procurou a EnModa – Escola de Empreendedores, insti-

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tuição especializada em treinamento a distância on-line, que, a partir do levantamento das necessidades da fabricante, desenvolveu treinamento sob medida para mil vendedores de lojas de todas as regiões do País. Abordando moda, técnicas de venda no varejo, visual merchandising e vitrinismo, o curso foi programado para durar dois meses, com quatro horas semanais. Os balconistas assistiram às apresentações na própria loja, fora do horário de trabalho, na casa deles ou mesmo em lan houses. “Uma das vantagens de um curso on-line é a flexibilidade que o aluno tem em relação à escolha dos dias e horários para assistir às aulas”, destaca Angela Valiera, coordenadora da EnModa. Ainda por meio da sala de aula virtual, os vendedores puderam trocar experiências, relatar diferentes situações em cada região e debatê-las. Ao final do treinamento, 99,23% dos alunos afirmaram que fariam novamente um curso pela internet. A nota geral dada por eles ao curso foi 9,73

FOTOS: DIVULGACÃO

POR VERA CAMPOS


e os comentários da avaliação mencionavam que o treinamento on-line superou as expectativas deles. “O curso on-line foi uma excelente forma de demonstrar a esse público a importância do seu trabalho, valorizar a exposição dos nossos produtos no ponto de venda, e oferecer aos vendedores informações sobre a história da moda, a importância de decorar a loja e ambientação. Todo esse conteúdo contribui diretamente no trabalho do vendedor-lojista e no reconhecimento dos produtos Malwee na hora da venda”, afirma o gerente de marketing da fabricante, Wilmar Raboch. Ao final do curso, a Malwee sorteou 10 viagens para Santa Catarina, com acompanhante, para que os participantes que completaram toda as atividades pudessem conhecer a fábrica de perto e ainda visitar o Beto Carrero World e o Parque Malwee. O proprietário de cada loja sorteada e um acompanhante também ganhaanuncio_01_oconfeccionista_FINAL.pdf 1 3/17/2011 4:26:58 PM ram a mesma viagem.

Criada em 2004, além de cursos desenvolvidos sob encomenda, a EnModa mantém um leque de dez outros on-line: Moda, Marketing de Moda, Produção de Moda & Styling, História da Moda, Planejamento de Coleção, Desenho de Moda, Consultoria de Imagem, Jornalismo de Moda, Varejo de Moda, Ilustração.#

Angela, da EnModa: flexibilidade nos horários

Ação Estratégica O relacionamento com as balconistas sempre esteve em pauta no planejamento de Marketing da Malwee. Desde 2007 a empresa mantém a Revista Abraçar, destinada a cerca de 131 mil balconistas em todo o país, chamadas carinhosamente de “Consultoras de Abraços”, com dicas para elas e assuntos relacionados à moda e às marcas da empresa. Além da revista exclusiva, a Malwee mantém um Clube de Relacionamento online atualizado com dicas de moda, vendas, atendimento e promoções com vantagens exclusivas para os integrantes do Clube. “Por meio do Clube do Abraço, reunimos informações sobre o mercado, novidades, dicas de beleza e bem-estar. Trata-se de um verdadeiro ponto de encontro para nossas “Consultoras de Abraços”, diz o gerente de marketing Wilmar Raboch.

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VENDAS

VestesBR, ferramenta virtual criada para facilitar o contato entre a indústria do vestuário e lojistas, promete aquecer as vendas de confecções POR LAURA NAVAJAS

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O

comércio eletrônico definitivamente conquistou seu lugar no cenário mundial. Vendas pela internet – mesmo entre empresas –são cada vez mais frequentes, além de fáceis e seguras. São também uma oportunidade a mais para indústrias com dificuldades de expandir seu mercado, por falta de condições de manter representantes em determinadas áreas ou mesmo em todo o território nacional. Pensando nisso, a empreendedora Vanessa Wander, em conjunto com parceiros, desenvolveu o portal VestesBR (www.vestesbr.com.br), uma plataforma de negócios virtuais que promete transformar o comércio entre confecções e o varejo. “O industrial, pelo pouco contato com o lojista, costuma demorar para entender o que esse cliente quer, suas reais necessidades. Percebemos que faltava um elo para fazer essa aproximação entre as partes,” diz Vanessa, a diretora comercial do portal, que

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recebeu investimentos de R$ 1 milhão para entrar no ar. As vendas pelo portal estrearam em fevereiro, já com quase 40 indústrias de vestuário cadastradas. Além da possibilidade de as confecções terem ali a sua própria loja virtual, elas encontram no Vestes BR serviços auxiliares para a criação de campanhas de marketing e/ ou de identidade virtual da marca, e de fotografia para as coleções de um catálogo virtual. “Nosso públicoalvo são as médias indústrias, que não têm como investir em um projeto desse porte por conta própria”, explica a empreendedora. Além dessas opções, o portal promoverá feiras e rodadas de negócios.

Elo de aproximação Vanessa, que já prestou consultoria para indústrias e polos de confecção, conta que a idéia do portal surgiu como decorrência das observações em várias rodadas de negócios nacionais

FOTOS: DIVULGACÃO/SHUTTERSTOCK

Portal de negócios

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e internacionais, que revelaram a necessidade de ferramentas para facilitar a relação entre lojistas e indústria. O mercado concorda. “Para mim, esse é o futuro dos negócios e o setor de confecções não poderia ficar de fora”, opina Valdir Scalon, diretor comercial da camisaria feminina Ricercato, uma das primeiras confecções que se cadastraram no site. “Com o VestesBR, teremos a possibilidade de atingir maior número de clientes, de maneira mais rápida e melhor. Colocar um representante para viajar longas distâncias é muito dispendioso. Pelo site, essas distâncias deixam de existir,” diz. Outro atrativo, segundo Scalon, é a segurança no recebimento do dinheiro da venda, já que todos os clientes são previamente analisados”, completa. Vanessa faz questão de frisar que o portal não vai substituir a figura do representante de vendas. “Ele pode usar o VestesBR para iniciar um relacionamento comercial, como ferramenta para mostrar o catálogo de produtos e para se atualizar”, exemplifica, deixando claro que a presença física do representante junto aos lojistas é muito importante. “Estamos com a equipe do portal desde o lançamento do projeto, que teve apresentação confiável, com números e pesquisas. Acho interessante essa maneira de chegar diretamente ao lojista, que sempre encontrará atendimento, mesmo aos fins de semana e em horários alternativos”, completa Dalila Toledo, administradora da Princess, confecção de roupas infantis. A Princess produz 700 a 800 peças/mês. Mas, segundo Dalila, a demanda deve aumentar com o uso do portal. “Nossa capacidade de produção suporta esse crescimento, que, acredito, será de uns 20%”, aposta.

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FOTO: SHUTTERSTOCK

VENDAS

de peças, permite que o confeccionista e o lojista testem a aceitação dos produtos. “Um dos objetivos do portal é criar esse intercâmbio, que pode ser até internacional”, diz. Para chegar a essa estimativa, ela se baseia na promessa de espaço para expor os produtos de maneira rápida e fácil, no ambiente seguro das vendas, na agilidade nas reposições e no lançamento simultâneo de coleções em todo o Brasil.

Mão dupla Além de superar distâncias físicas, o portal também pode contribuir para eliminar as barreiras culturais entre as várias regiões do país, no que se refere a diferenças de gostos e modos de vestir, por ser um canal aberto de comunicação entre lojistas e fabricantes de diferentes Estados. “Pelo portal, eles podem opinar sobre as peças que compraram, se elas tiveram aceitação ou não e por quê”, acrescenta Vanessa. A possibilidade de fazer um pedido mínimo, de uma pequena quantidade

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Investidores Por trás dos investimentos no VestesBR está a Juriti Microfinanças, uma das primeiras instituições privadas de microcrédito produtivo e orientado do país. O grupo vai continuar investindo no negócio até que o projeto seja autossustentável, o que deve acontecer em um ano de atividades. A Juriti também fornece microcrédito para o lojista e para a indústria. Para esta, como um banco convencional, em troca de recebíveis. Para aquela, crédito de R$ 15 mil a R$ 20 mil para comprar nas indústrias do portal, dividido em cinco parcelas. “É como se o negócio acontecesse diretamente com a indústria, como se ela participasse de um shopping de atacados. Só que o processo é acompanhado pelo Vestes, para ga-


rantir a qualidade. Se uma das partes não cumprir os prazos, é retirada do portal”, explica Vanessa. As relações de pagamento também são facilitadas. Se o lojista optar pelo crédito fornecido pelo Juriti, o grupo repassa o valor à vista para a indústria. A outra opção é pagar via boleto, diretamente para a confecção. Segundo Vanessa, a próxima versão do site, a ser lançada em maio, trará também a opção de pagamento por cartão de crédito.

Futuro A expectativa, de acordo com Vanessa, é de chegarem a 200 operações mensais nos primeiros dois meses e até mil no final do ano, com mais de cinco mil lojistas comprando em dois anos. Segundo ela, esses números se baseiam em pesquisas de mercado. “A conclusão é de que se trata de um empreendimento com alto retorno”, diz.

Até dezembro de 2012, o site pretende ter 250 indústrias cadastradas, seguindo vários critérios. “Um deles é a necessidade do próprio site, já que pretendemos diversificar os segmentos de confecções, mas limitaremos o número de indústrias participantes de cada um deles”, conta Vanessa. Além

disso, existe um processo seletivo que inclui um questionário de avaliação, onde as confecções informam sua produção, segmento em que atuam e outras coisas. De qualquer maneira, pelo projeto, o plano é que, num futuro próximo, sejam montados novos portais setoriais.#

Mercado em alta As estatísticas comprovam: 54% dos brasileiros com mais de 12 anos acessam a internet, muitos deles diariamente, de acordo com o instituto Ibope Nielsen Online. Estes números tornam o país o quinto com maior número de conexões. Como reflexo, o comércio eletrônico faturou, em 2010, 40% mais que no ano anterior, segundo a Câmara-e.net (Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico), que também estima que, em 2011, a expansão seja de 35%. Pesquisas indicam que as transações eletrônicas B2B já ultrapassaram a casa dos R$ 300 bilhões e apresentam taxas de crescimento anual superior aos 30%. (www.e-commerce.org.br) A participação da indústria brasileira do vestuário neste mercado é, no momento, muito pequena, o que resulta numa expectativa de crescimento extremamente significativo nos próximos anos. O mercado brasileiro do vestuário é composto por aproximadamente 26 mil indústrias de confecção e por mais de 180 mil lojas do vestuário.

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SEGURANÇA

Em confecções, a utilização de câmeras de segurança pode representar ganho efetivo no controle da execução das tarefas dos empregados e auxiliar no controle de pessoas e materiais que entram e saem da unidade fabril POR Camila Guesa

A

tualmente, boa parte da população vive em um verdadeiro Big Brother na vida real: câmeras de vigilância nos acompanham nos prédios comerciais ou residenciais, nos elevadores, supermercados, escolas, ruas, shoppings e em tantos outros lugares. É uma forma de monitoramento cada vez mais adotada até mesmo por instituições de segurança pública, como a Polícia Militar, para resguardar patrimônios e pessoas de furtos, roubos e outras situações. No ambiente de trabalho, tal tecnologia também já está sendo empregada como recurso para ampliar o poder de controle do empregador, tanto para a

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segurança do negócio e dos bens materiais, quanto dos funcionários.

Monitoramento A vigilância eletrônica se justifica, segundo os consultores, pela necessária proteção do seu negócio, desde o pátio da empresa até o interior das instalações, como forma de tentar prevenir assaltos e outras ocorrências. Em indústrias, como no caso das confecções, as câmeras podem representar ganho efetivo no controle da execução de cada tarefa, aprimoramento dos movimentos e otimização do maquinário disponível. Nas vias de acesso à fábrica, auxiliam no con-

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trole de pessoas e objetos que entram e saem da unidade fabril. “Este tipo de fiscalização do empresário não agride nenhum direito fundamental do empregado, pois se situa dentro do poder diretivo do empregador, desde que respeitando o outro como ser humano que é”, ressalta o consultor legal e advogado Antonio Carlos Amaral Leão, com mestrado e doutorado em Direito Empresarial. “Utilizar estes e quaisquer outros recursos de segurança é um direito e dever do empregador para com o funcionário”, completa o consultor de segurança da Delta Force, Sérgio Costa.


Transparência A decisão da empresa de instalar câmeras de vigilância no ambiente de trabalho é totalmente legal e não fere a dignidade, a privacidade e nenhum direito fundamental de qualquer empregado, afirmam os consultores. Mas vale lembrar que a instalação desse tipo de equipamento na empresa pode trazer conotação negativa, se não implementada ou explicada aos funcionários de forma correta. O consultor Leão ressalta que todas as formas de vigilância são válidas na defesa do patrimônio do empresário, desde que não violem a intimidade de nenhum empregado nem causem nenhuma humilhação a ele. “É importante que todos na empresa saibam da colocação das câmeras de vigilância. A empresa pode até, por cautela, colocar em alguns pon-

tos um aviso ‘ambiente monitorado por câmeras de vigilância’. Aí o contratado fica ciente disso”, sugere. O advogado aconselha, até mesmo, que as confecções, na admissão e no contrato de trabalho ou no regulamento da empresa, façam constar uma cláusula dando ciência de que há vigilância eletrônica no ambiente.

Controle e segurança O consultor da Delta Force explica que, no mercado, há diversos equipamentos e sistemas que se prestam a isso, mas recomenda que, antes de serem escolhidos e instalados, o empresário peça auxílio a uma consultoria especializada, que vai avaliar o melhor modelo para cada empresa, levantar os riscos a

que a empresa está exposta (furto/ roubo, desvio interno, possível fraude, fuga de informações, entre outros pontos) e, a partir daí, escolher a melhor opção para aquilo que a confecção pretende desembolsar. O circuito fechado de televisão, segundo Costa, figura entre os que dispensam menor valor para instalação e garante cobertura satisfatória. “O investimento costuma ser pequeno e obtém otimização dos recursos”, diz. #

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dica do especialista tecnologia

Diferencial competitivo O uso de sistemas de gestão pelas confecções tornouse imprescindível para controlar custos, investimentos e retornos, desde o momento de criação dos produtos até a margem de contribuição

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Estamos assistindo a uma evolução bastante significativa na aceitação de sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning) pelo mercado de confecções. Novas visões administrativas mudaram antigos critérios de utilização desses sistemas, antes usados tão somente na automação dos processos de captação de pedidos e faturamentos. Hoje os sistemas mudaram, é verdade, mas as maiores transformações referem-se às novas maneiras de analisar dados como apoio fundamental à gestão. Controlar custos, investimentos e retornos, desde o momento de criação dos produtos até o ponto de verificar a margem de contribuição é um objetivo cada vez mais requisitado e importante na vida das confecções. Gestão significa também avaliar uma enorme riqueza de dados históricos, que possibilitam aprimorar cada vez mais as boas atitudes tomadas ou até mesmo eliminar as que não colaboraram para as margens de contribuição. Porém, para falar a linguagem das confecções e para que os gestores tenham uma visão muito clara do negócio, os sistemas de ERP devem ser criados especificamente

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Alfred Achkar é especialista no desenvolvimento de sistemas, um dos pioneiros na implantação de aplicativos de gestão para o segmento de confecção no País e presidente da Verup Sistemas

para esse segmento de atuação, a fim de poderem fornecer resultados mais objetivos e adequados às suas necessidades. Além disso, os gestores modernos fazem, cada vez mais, questão de se dedicarem ao próprio negócio, deixando para as empresas fornecedoras desses aplicativos a responsabilidade de toda infraestrutura necessária para que o sistema tenha estabilidade, fidelidade e, principalmente, absoluta segurança, compatível com a utilizada em ambientes bancários ou financeiros.

Nuvens no céu

A onda agora é falar de “nuvem”, mas, na verdade, pouquíssimas empresas estão preparadas para oferecer isso. Na “nuvem”, a obrigação da aplicação é transformar uma máquina local em um simples terminal, ou seja, apresentar apenas telas, respeitando teclado e mouse, e não processar absolutamente nada. Também é superimportante que todas as transações sejam efetuadas necessariamente em tempo real, não nos deixando à mercê de processos de sincronismo de dados e muito menos de dados que possam ser eliminados ou até


Para falar a linguagem das confecções, os sistemas de ERP devem ser criados especificamente para esse segmento de atuação modificados por ferramentas estranhas ao aplicativo. Organizar um servidor fora de casa para hospedar os dados não é, e nunca será, um conceito de “nuvem”, pois estaremos apenas mudando o lugar da preocupação ou colocando a sujeira debaixo do tapete. O conceito de “nuvem” é muito, mas muito mais do que isso. As aplicações, por exemplo, não podem ser instaladas em máquinas locais. Impossível conviver com uma situação assim. Que “nuvem” é essa cuja aplicação está na máquina

local? Quer dizer que se eu estiver longe da minha máquina simplesmente a “nuvem” fica inacessível? Nem travas físicas, tal qual hard lock, podem ser aplicadas. Quando eu sair do meu local de trabalho, tenho de ter a preocupação de levar meu hard lock? E se eu o esquecer e precisar tomar conhecimento ou decisão sobre uma necessidade de minha empresa? Outra situação estranha é o fato de que, quando processamos numa “nuvem”, a potência da máquina é o que interessa. Tanto que duas má-

quinas locais, com configurações bem diferentes, devem ter o mesmo rendimento na aplicação. Também é superimportante que todas as transações sejam efetuadas em tempo real, não nos deixando-nos à mercê de processos de sincronismo de dados e muito menos de dados que possam ser eliminados ou até modificados por ferramentas estranhas ao aplicativo. A gestão moderna deve entender que as informações corporativas devem estar à disposição dos executivos a qualquer hora, e acessíveis de qualquer lugar do planeta, sempre estáveis, atualizadas e com absoluta segurança. Só assim é que poderemos tomar decisões úteis em tempo cada vez menor, o que, muitas vezes, significa chegar antes de nossos concorrentes ao público-alvo.#

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sustentabilidade

Reciclado

com qualidade

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“O

grande vilão da indústria têxtil nas questões ambientais é o processo de tingimento e tinturaria, que não ocorre na produção da EcoSimple. Todos os nossos tecidos são oriundos da reciclagem de aparas, sobras e descartes das confecções; portanto, nossa matéria-prima já foi tingida uma vez”, diz o diretor-comercial da empresa, Claudio Emídio Rocha, que também é um dos seus fundadores. Apresentado nos desfiles do estilista Alexandre Herchcovitch, na edição de julho de 2010 da São Paulo Fashion Week, o tecido EcoSimple é resultado de um complexo processo de produção e logística que, através de aliança com grandes companhias têxteis e a comunidade, culmina num material obtido de matéria-prima reciclada. “Comercializamos tecidos sustentáveis e reciclados de alto padrão de qualidade para os segmentos de decoração, moda, calçadista, moveleiro etc. Por ser uma matéria-prima diferenciada, nossos tecidos

FOTOS: DIVULGACÃO

EcoSimple produz tecidos a partir de aparas, sobras e descartes de confecções


podem ser usados nos mais diversos produtos. Vai da criatividade do estilista/designer”, ressalta o diretor.

Investindo para colher

Para chegar ao produto final, a EcoSimple investiu US$ 3 milhões em novas tecnologias que adequassem as aparas de tecidos ao processo industrial de tecelagem. E mais: para o primeiro trimestre de 2011, estão programados aportes de aproximadamente US$1,5 milhão para adaptação de maquinário e investimento em pessoal. Para tanto, a empresa continuará apostando na parceria com Alexandre Herchcovitch e em contratos a serem fechados com grandes corporações ligadas a grandes marcas e estilistas/designers.

Empresa faz desde a coleta de retalhos até o tecido

Produção

Apesar de ecológica, a fabricação dos tecidos da EcoSimple nada tem de simples. O início do processo se dá através da coleta de sobras de tecidos de tecelagens e confecções de Blumenau/SC, e garrafas PET. De lá, o material viaja 35 km até Navegantes/SC, onde

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sustentabilidade pequenas cooperativas, formadas por famílias de baixa renda, atuam como um centro de triagem e separam os tecidos por cor e tipo. Depois de catalogada e devidamente separada por cor, a matériaprima segue para Americana/SP, onde acontece a fiação. Como os restos de tecidos já estão separados por cor, não é necessária a adição de qualquer espécie de tinta ou corante. “As tonalidades desejadas são obtidas através das cores originais dos tecidos, aproveitandose a coloração natural das fibras e suas diversas nuances”, explica Claudio Rocha. Escolhida a cor para a produção do dia, inicia-se o processo de rasgamento, no qual os tecidos são desfeitos até a obtenção das fibras em seu estado original. Nesse processo, as diferenças entre as diversas tonalidades desaparecem e o resultado é uma nova tonalidade que comporá a cartela de cores da EcoSimple.

Tecidos mantém a tonalidade natural das fibras recicladas

De olho na qualidade

A fiação é a última etapa e uma das que exige maior cuidado e paciência, pois a resistência das fibras não pode ser comprometida antes que elas sejam embobinadas para produção de novos tecidos. Nessa fase, são realizados testes contínuos de resistência, cor, maciez e qualidade durante todo o processo produtivo. Para se conseguir um tecido mais resistente e pronto para o uso, são adicionados 15% de fibras de PET reciclado. Para a clientela, o diretor-comercial da EcoSimple explica que são produzidas amostras em teares manuais e, posteriormente, em teares de última geração. Ao fim, o material descartado volta ao início do processo e é reconfeccionado. A empresa, que possui atualmente em torno de 60 funcionários, garante que, visualmente, não existe diferença entre o tecido reciclado e o feito de forma convencional. “É claro que temos nosso design, padrões e cores que vão de listrados e xadrezes, de jeans e estampados”, afirma o diretor, que completa: “Nosso diferencial está no aspecto social, pois, através de nossos produtos, procuramos fomentar a devida valorização da preservação da biodiversidade ambiental, social e cultural.” #

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Sem agressões ao ambiente • A EcoSimple coleta as sobras de tecidos de confecções e as encaaminha até as pequenas cooperativas. Uma vez lá, as sobras são separadas por cor e enviadas de volta para a empresa. • Já separadas, as sobras passam por vários processos, todos livres de qualquer tratamento químico. Catalogadas e separadas por cor, seguem para as etapas de moagem e desmanche, limpeza e transformação em polímero, fiação e tecimento. • Por já estarem separados por cor, os tecidos dispensam a adição de qualquer espécie de tinta ou corante. As tonalidades desejadas são obtidas com as cores originais, aproveitando-se a coloração natural das fibras e suas diversas nuances. Desse processo livre de agressões, nasce o novo tecido EcoSimple.


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PESQUISA

Roupas Esportivas

conforto e praticidade Os consumidores das classes A e B são criteriosos na hora de comprar roupas esportivas, buscam o que lhes cai melhor e valorizam a tecnologia utilizada na confecção dos tecidos e peças POR Vera Campos

FOTOS: DIVULGACÃO

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ráticas e criteriosas, as mulheres procuram neutralizar a impulsividade estimulada pela moda; no ato da compra, priorizam a relação entre o preço e a atratividade do produto. Rápidos e impulsivos, os homens se deixam levar pela relação entre a atratividade da marca e do produto. Mas, na hora de escolher a roupa esportiva, conforto e liberdade de movimento são fundamentais para ambos os sexos. Entram aí os tecidos e materiais que proporcionam essa performance: os que permitem a evaporação do suor, que não encharcam ou grudam no corpo e os com ação bactereostática, que reduzem o odor. Para chegar a essas conclusões, a Invista, dona do fio de poliamida SUPPLEX®, promoveu um estudo qualitativo e exploratório com homens e mulheres das classes A e B, praticantes de esporte e pertencentes a duas faixas etárias – entre 20 e 28 anos e entre 35 e 42 anos, residentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador – e descobriu coisas interessantes sobre o comportamento em relação à moda esportiva, à percepção sobre tecidos e sobre os fatores que determinam a decisão de compra.

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Homens

Os representantes do sexo masculino têm elevada percepção da moda esportiva e gostam de usar essas peças também no dia a dia. Por isso, os trajes têm de ser confortáveis, alegres e bonitos. Os homens também são atentos a cores e desenhos. E se mostram envolvidos com as práticas esportivas, valorizam a competitividade, disciplina e força. Encaram a atividade como passatempo e superação. As peças mais utilizadas são: camisetas, regatas, malhas, moletons etc. Tecidos e materiais que valorizam o corpo deles e/ou disfarçam imperfeições são os preferidos. São também receptivos a inovações tecnológicas nas roupas, estão atentos a benefícios, como respirabilidade e conforto térmico proporcionados pelos tecidos, distinguem as diferentes marcas e têm suas preferências. E afirmam que a marca sinaliza status e, por isso, é mais importante na decisão de compra que o preço. Preferem comprar em lojas especializadas em esporte.

Mulheres

Mais práticas, as mulheres são atentas à relação entre o preço e a atratividade do produto. Encaram a atividade esportiva como um meio de manter a forma, combater os problemas decorrentes do sedentarismo e nem tanto como forma de sociabilização. Esperam resultados estéticos dos exercícios e aumento da força física. Criticam a ditadura da forma “ideal”. Gostam de experimentar as peças antes de comprá-las. Observam o tecido, o preço e se a peça veste bem. Seus pontos de venda favoritos são outlets, lojas de fábrica, em shopping, magazines, centros comerciais e liquidações. A compra é movida pela conveniência, mas são levados em conta também aspectos como confiança na marca, qualidade, funcionalidade e modernidade. Conforto é indispensável, assim como a durabilidade, a versatilidade, a boa ‘caída’ das peças. Tops, leggings, jaquetas e malhas são as peças-chave do guarda-roupa esportivo feminino. A legging é um coringa, serve tanto para a prática esportiva como para sair. Segundo elas, ajuda a modelar o corpo. As peças devem oferecer liberdade de movimento, praticidade no vestir, design simples e funcional, cores básicas e intercambiáveis (que tornam as peças fáceis de combinar). E não ressaltar ‘defeitos’ como gordurinhas localizadas, flacidez ou celulite.#

Trajes confortáveis e práticos, com boa caída

Tecidos em pauta A Santaconstancia Tecelagem foi parceira da Invista na pesquisa. Para o teste cego, em que os consumidores tocavam no tecido e escolhiam o que mais lhe agradava, foram utilizados tecidos da empresa, desenvolvidos com fio de poliamida SUPPLEX®, da Invista, além de outros do mercado. Dentre eles, o mais votado foi o Leggerissimo Pro®, já confirmado em pesquisa científica anterior (iShirt Test®) como um dos mais indicados para a atividade física. Construído com fio de poliamida SUPPLEX® e exclusivo da Santaconstancia, o Leggerissimo Pro®, segundo a empresa, não precisa ser passado, oferece conforto térmico e proporciona uma temperatura muito próxima à da própria pele (32ºC), minimizando o esforço do esportista para controlar sua temperatura interna.

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MUNDO TÊXTIL

Tecnologia a seu favor

Secagem rápida, durabilidade e maior higiene são algumas das características dos novos materiais têxteis desenvolvidos para o segmento de uniformes escolares

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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abricantes de uniformes escolares e seus usuários podem começar a dar adeus ao tradicionalismo dos materiais utilizados na confecção dessas peças. Graças à iniciativa de um grupo de confeccionistas e seus fornecedores, os mesmos tecidos desenvolvidos inicialmente para práticas esportivas, para melhorar a performance dos atletas, agora já podem ser empregados em uniformes de escolas de vários estados do país. A iniciativa faz parte do Projeto de Modernização do Vestuário Escolar (Promovesc), cujo intuito é padronizar o processo de fabricação dessas roupas e melhorar a qualidade dos produtos oferecidos ao consumidor. Com o uso de tecidos mais elaborados, espera-se que a roupa escolar deixe de ser usada a contragosto pelos alunos e se torne um produto

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agradável ao uso e possa ser utilizada até mesmo em outras ocasiões, como passeios, práticas esportivas e cursos, entre outras atividades. “A visão antiga do uniforme escolar como peça para ser utilizada apenas na escola está dando lugar a uma nova ótica, a de que essa peça pode fazer parte das vestimentas de moda e passeio dos alunos”, afirma Daniel Ibri, diretor de estratégia & marketing da Neotextil, empresa que já forneceu tecidos para os uniformes da Seleção Brasileira de Futebol e para o time do Corinthians.

Conforto em foco Secagem rápida, maior durabilidade e maior higiene são algumas das características dos novos materiais têxteis desenvolvidos para o segmento de uniformes. Essas novas características propor-

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FOTO: DIVULGAÇÃO/POLE SCOLA

POR Camila Guesa

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MUNDO TÊXTIL

Na linha de produtos dupla face, cionam maior qualidade, durabilidaa empresa ainda oferece opções de de, cor, conforto e caimento superiomalharia leve, como a “Malha Kley” res aos tecidos tradicionais revendie a “Kley Leve”, que têm as mesmas dos e produzidos pela maioria dos características do “Suedine Dupla fabricantes do mercado. Podem trazer Face”, mas com base mais leve. Por também diferenciais que aumentam o conforto dos alunos com sua própria roupa, além de aumenArtestyl: tecidos que priorizam conforto tar a eficiência e a facilidade dos e durabilidade fabricantes em confeccionar com esses produtos, acrescenta o diretor da Neotextil. “Uma criança fica de uniforme, no mínimo, seis horas por dia e, obviamente, precisa de todas essas vantagens dos tecidos”, destaca. “A ideia é propor soluções novas e diferentes e dar nova dimensão para os produtos escolares, para que eles acompanhem a evolução da cadeia têxtil”, complementa Alexandre Tomic, diretor da Budi Malhas, tecelagem também ligada ao Promovesc.

A favor do consumidor Na confecção, essas tecnologias também possibilitam misturar duas matérias-primas diferentes em uma mesma peça de roupa. É o caso do “Suedine Dupla Face”, oferecido pela Budi Malhas, que representa uma alternativa à helanca. O tecido une a durabilidade do poliéster, pelo lado de fora, ao conforto térmico e à maciez do algodão, na parte interna. “O algodão é ideal para pessoas que têm alergia a fibras sintéticas e, junto ao poliéster, pelo lado externo, aumenta a vida útil da peça, ampliando a possibilidade do uso de estampas por transferência”, explica Tomic.

esta característica, esses tecidos são muito usados na confecção de roupas para esportes, como jaquetas e camisetas para trekking, mountain bike, montanhismo etc. Fábrica Neotextil

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Leque de vantagens Outra tecelagem que investe no segmento escolar é a Neotextil, que oferece o Stretch Mecânico como uma das novas opções. O tecido tem elasticidade, mas dispensa o elastano para ser confeccionado, o que contribui para baratear o produto final. A empresa produz também tecidos com Fator de Proteção UV, que protege o usuário dos raios ultravioleta do sol. Outras opções são tecidos com acabamentos que promovem Absorção de Suor (conhecidos popularmente como Dry-Fit), ideais para práticas esportivas nas escolas, e os com Repelência à Água. Atuando também no segmento, a Artestyl oferece o “Microstyl”, o “Interloque Microlight” e o “Tactyl”, este último um tecido plano em poliamida que garante temperatura agradável aos agasalhos usados pelos estudantes. “Mandamos para o mercado infantil apenas o que temos de melhor, já que as exigências de conforto e durabilidade aumentaram”, diz Vitor Kindi, diretor da empresa que também atende renomadas marcas do mundo do esporte, como Penalty, Nike e


Puma. Completa a linha o ‘Chimpa Light’, um tecido estável de poliéster felpado, ideal para a meia estação.

Nas escolas, a aceitação dos novos tecidos está sendo bem satisfatória, afirmam os fabricantes. “Na medida em que o cliente é beneficiado, ele vai acabar pedindo mais. O fato é que uma escola que adota as novas opções de tecidos não volta atrás”, diz o diretor da Artestyl, que completa: “Para a escola, além do visual mais moderno, o uso de uniforme é positivo por questões de segurança, identificação e outras vantagens inerentes a esse tipo de iniciativa. Além disso, quanto mais confortável e mais bonito, mais os alunos se sentirão estimulados a usá-lo”, finaliza.#

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Benefícios em cadeia

Processos de produção na Neotextil

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mundo têxtil

Acontece

Temas para o Verão As novidades Advance Têxtil para o Verão 2011/2012 incluem malhas com elastano, microfibras, malhas fluidas e tecnológicas, poliamida, viscose e tecidos planos com brilho e aspecto natural, além de tules trabalhados e rendas. A coleção segue quatro temas-chaves, baseados nas últimas tendências de moda:

Groove - aborda a alegre celebração da cultura negra. Arte e música unem-se em cores vivas com sabor quente e tropical. Cenas da selva, com vegetação exuberante, animais selvagens, desenhos e traços primitivos numa atmosfera exótica. Celebration - as referências vintage e romântica dos florais dos anos 70 misturam-se à atitude jovem e espontânea, com inspiração na Arte Moderna, na Pop Art e no design de interiores com suas formas geométricas, resgatando uma estética futurista e retrô. Cores vibrantes com neutros pálidos. Rocker - Glamour sexy e provocativo

FOTOS: DIVULGACÃO

com sentimento gótico. Estampas de tatuagem, peles de animais e rede arrastão. Combinações de vermelho e preto são marcantes e incluem minerais metálicos com acabamento fosco ou de baixo brilho, compondo uma paleta de cores mais sujas.

Simple - a sensibilidade e a funcionalidade vão inspirar o minimalismo com grafismos simples e formas lineares. Este estilo provocará seletividade de uma paleta sofisticada de cinza, branco e cores naturais.

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Coleção da marca chega com quatro temas

Luciano Szafir em desfile no Circuit Fashion Advance Têxtil


Aposta nos listrados Para a Sultextil, o verão 2012 é das listras. A empresa aposta na irreverência e descontração dos listrados com o lançamento de cerca de 50 referências de tecidos de malha nesse estilo na nova coleção. Na linha dos listrados com fio tinto, um diferencial de qualidade: Landra combina 95% algodão e 5% elastano. O toque de elasticidade, segundo a Sultextil, confere mais leveza e elegância a peças como blusas levemente ajustadas ou vestidos longos. O tecido foi desenvolvido com listras médias em quatro cores, nas combinações jeanswear (tons de azul e branco), vibrante (com tons de vermelho e laranja) e neutra, que mescla terrosos com rosa. Também com um toque de elastano, o Elba, com listras em quatro cores, alterna médias e estreitas em composições modernas, vem em cinco combinações. Com 96% de algodão e 4% de elastano na composição, pode ser usado nas peças femininas e também nas infantis mais descoladas, ou mesmo em peças masculinas de modelagem levemente ajustada. Outro listrado que se destaca na coleção é o Nani Silk Skin. O diferencial deste tecido de malha 100% algodão é o toque sedoso propiciado pelo acabamento Silk Skin, resultado de alta tecnologia para conferir sensação extremamente agradável, afirma a empresa. O Nani Silk Skin é oferecido em seis versões, todas conjugando o branco com uma cor marcante do verão, como o azul-atol ou o amarelo-maracujá. Ainda em 100% algodão, Ravik, Magur e Vatai são outros três importantes lançamentos. Ravik tem listras estreitas que se aproximam em alguns pontos, propiciando efeito ótico. Mescla quatro cores e é oferecido em quatro combinações diferentes, das mais clássicas às lúdicas. Magur e Vatai têm em comum a combinação de três cores em listras largas mescladas a listras mais estreitas. No Magur, o clássico náutico (marinho, branco e vermelho), além de duas opções bem coloridas, com as cores maracujá, atol, verde... No Vatai, as cores do verão da Sultextil ganham combinações divertidas e elegantes para a moda feminina e mesmo para a camisaria masculina jovem, como a composição de branco com as cores laranja e azul.

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mundo têxtil

Acontece

Leves e confortáveis

Para a temporada mais quente do ano a TDB Têxtil apresenta as linhas Resort Wear, Lingerie e Alexandre Herchcovitch, que leva o nome do novo diretor criativo da marca, responsável pela criação e desenvolvimento das estampas e cores da coleção verão 2011/2012 da empresa. Nessa linha, cores e estampas se destacam. O contraste dos tons neutros e cítricos se dá através de sua própria luminosidade. O ambiente marítimo é fonte de inspiração para as estampas. Outros destaques são o Animal Print e o geométrico. A nostalgia dos anos 80 aparece no toque street dos grafismos. Na linha Resort Wear, os lançamentos ficam por conta de tecidos como o Genus (92% PA e 8% PUE), O Terry (83% PA e 17% PUE) e o Ultra (100% PA). Cores neutras em nuances cosméticas, adocicadas e claras revitalizam a estética retrô. Inspirados na flora e na fauna, verdes exuberantes, tons terroso, rosa, coral e violeta-azulado evocam aspectos de natureza hiper-realista. Azulintenso, vermelho e amarelo aparecem em intensidades primárias, num colorido sofisticado e intenso. Florais tropicais, imagens exóticas e abstratas aparecem como tema forte para esta estação. Peles de animais estilizadas, texturas de minerais e pedras, o universo aquático, em combinações de cores inusitadas. Na Lingerie, os florais liberty, as misturas folclóricas e a delicadeza das rendas e laises aparecem num espírito mix and match. Os desenhos geométricos são revisitados e surgem com nova roupagem, em cores contrastantes e efeitos ópticos, numa nova linguagem gráfica. Os lançamentos são o Thera (72% PA e 28% PUE), o Lipo (87% PA e 13% PUE) e o Modéle (67% PA e 33% PUE), desenvolvidos com materiais que ajudam a modelar o corpo.

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em pauta

Vagas abertas Empresa de confecção infantil contrata portadores de necessidades especiais e treina seus colaboradores para recebê-los

FOTO: divulgação

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ensando na valorização de seus colaboradores e, sobretudo, na necessidade da comunidade do vale catarinense, a Brandili Têxtil, especializada em moda infantil, implantou o Projeto de Inclusão de Pessoas com Deficiência. O primeiro passo do projeto consistiu na aplicação de um curso de Libras – a linguagem dos sinais –, em parceria com a Associação Blumenauense de Amigos dos Deficientes Auditivos (Abada) para seus colaboradores, preparando-os para receber deficientes auditivos. Aproximadamente 20 colaboradores aprenderam a se comunicar com gestos para receber, em janeiro, a primeira portadora de necessidades especiais em seu núcleo de trabalho. Apesar de nem ouvir nem falar, Rosana Vanderlinde se adaptou rapidamente e já executa seu trabalho. “A participação dela é um marco na trajetória da empresa, que está de portas abertas para receber trabalhadores com qualquer tipo de deficiência”, afirma Jacques Douglas Filippi, gerente de Desenvolvimento Organizacional da Brandili. O investimento em humanização reforça a preocupação da empresa para com seus colaboradores e com a região. “Muitas vezes os deficientes físicos não encontram oportunidades de trabalho. Então, ver o sorriso da nossa colaboradora surda-muda, que reproduz em seus gestos a felicidade de ter conquistado o primeiro em-

Detalhes são aplicados nas peças infantis

prego, nos incentiva a apostar cada vez mais forte nessa ação”, complementa Filippi. Fundada em 1964, a Brandili Têxtil mantém dois parques fabris nas cidades de Apiúna e Otacílio Costa (SC). Seu consumo mensal de malha é de 230 toneladas. Ao ano, cerca de 15 milhões de peças são produzidas. Preocupada com o bem-estar dos colaboradores, a empresa investe constantemente em estrutura, equipamentos, qualificação profissional

e programas sociais. A qualidade das peças e as propostas visuais inovadoras são reconhecidas e valorizadas pelo mercado, o que reforça seu posicionamento como líder desse segmento entre as mães e as crianças. A Loja Virtual e o Blog Moda Infantil estão disponíveis no site da Brandili – www.brandili.com.br. A empresa dispõe de vagas para portadores de necessidades especiais. Os interessados podem dirigir-se à sua sede, em Apiúna (SC).#

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Surpreenda-se com o bom gosto e a economia da Ultra Manequins. A m e l h o r r e l a ç ã o c us to - b enefí c i o p a r a q uem q uer mo ntar u m a v i t r i n e b o n i t a e m o d er na es tá na Ul tr a Ma neq ui ns. Os p ro d u t o s a g r e g a m a l t a t e c n ol o g i a e d es i g n s up er i o r p a r a q uem p ro cu ra u m a s o l u ç ã o v e n d ed o r a e d e b a i x o i nv es ti mento.

w w w. u l t r a m a n e q u i n s. c o m . b r Ru a Mille r, 6 1 3 - B rás - São Paulo - SP - C EP: 03011- 011 Te l: 5 5 1 1 3 8 89- 7692 - v endas @ ultram anequins. com . br s ido de. z u od lida , pr urabi . s i ve r d m iclá Maio risca c e r . o a ã s n in tic equ plás ram e n a a O Confeccionista 2011 135 M esin mar/abr ueb r oq m ã o N c


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