Revista Virtual Monte Carmelo - OCDS - Nov/Dez 2017 - Nº 155

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Revista OCDS - Província São José

Nov/Dez de 2017 - N° 155

Monte Carmelo Lema: ‘‘Os Seculares trazem para a Ordem a riqueza própria de sua secularidade’’

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ESCOLA DE FORMAÇÃO VOZ DA IGREJA Maria Teresa González-Quevedo OCDS e o Ano do Laicato Origens da Ordem Carmelitana Pag. 15 Pag. 04 Pag. 12

SANTO(A) DO MÊS


EXPEDIENTE

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SUMÁRIO

Revista Virtual Monte Carmelo, nº 155 (Nov/Dez de 2017)

EDITORIAL Palavra do Coordenador

COORDENADOR: João Paulo Matias Paiva

EDIÇÃO: Comissão de Comunicação da OCDS Província São José

SANTO(A) DO MÊS Maria Teresa González-Quevedo VOZ DA IGREJA OCDS e o Ano do Laicato

EQUIPE DE REDAÇÃO: João Paulo Matias Paiva Giovani Carvalho Mendes Andreia Silva Luciano Dídimo C. Vieira Rosemeire Lemos Piotto COLABORADORES: Nilda Maria Artur Viana do Nascimento Branca Camurça Dodt

TESTEMUNHO Nilda Maria

REVISÃO EDITORIAL: Artur Viana do Nascimento Neto Paulo Gautiele Ribeiro

ESCOLA DE FORMAÇÃO Origens da Ordem Carmelitana

ARTE E DIAGRAMAÇÃO: Wilderlânia Lima do Vale

CONGRESSO PROVINCIAL A Identidade do Carmelita Secular NOTÍCIAS Comunidades/Grupos OCDS Eventos Fórum Santa Teresinha

ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADES DA ORDEM DOS CARMELITAS DESCALÇOS SECULARES NO BRASIL DA PROVÍNCIA SÃO JOSÉ CNPJ: 08.242.445/0001-90

MARKETING Livros de Formação OCDS

Colabore com a edição da nossa Revista enviando suas sugestões, reclamações, notícias, testemunhos, artigos e poesias para: noticiasocds@gmail.com

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Editorial

João Paulo Ma as Paiva, OCDS Coordenador da Comissão de Comunicação OCDS

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado. Prezados irmãos da OCDS e demais leitores, com muita alegria trazemos a todos vocês mais um número de nossa Revista Virtual Monte Carmelo, com a qual finalizamos este ano de 2017. Ao longo desse tempo, buscamos compar lhar matérias, informações e avisos com o intuito de contribuir com a formação, a oração, e a fraternidade entre as comunidades/grupos da OCDS, além de divulgar o carisma carmelitano. Rendemos graças a Deus por todos que contribuem e nos acompanham nessa jornada... Nesta edição, a seção “Santo do Mês”, escrita por Giovani Mendes, apresenta a Venerável Carmelita Maria Tereza Gonzáles-Quevedo, jovem espanhola da Congregação das Carmelitas da Caridade que, em sua breve existência, viveu intensamente a oração e o apostolado a vo. Nossa irmã Nilda Maria compar lha conosco um pouco de sua história na Igreja e no Carmelo por meio de seu Testemunho. Na seção “A Voz da Igreja”, nosso presidente provincial Luciano Dídimo, nos traz uma reflexão sobre a OCDS e o Ano Nacional do Laicato iniciado em novembro. Artur Viana, coordenador da EFES, apresenta algumas considerações sobre as origens da Ordem Carmelitana, tema que será aprofundado nos próximos módulos da Escola de Formação. O XXXIII Congresso Provincial da OCDS, realizado em novembro de 2017 em São Roque, é relatado por nossa irmã Branca Camurça Dodt enfa zando as reflexões surgidas a par r da temá ca da iden dade do Carmelita Secular. Compar lhamos ainda as no cias das comunidades/grupos OCDS, a agenda da OCDS de 2018 com ênfase no Fórum de Santa Teresinha, onde celebraremos os 100 anos da OCDS no Brasil. Queremos mais uma vez agradecer a colaboração de todos os irmãos que nos ajudaram na produção de nossa Revista Virtual durante esse ano, como também a todos os nossos leitores. Deus lhes pague! Desejamos uma excelente leitura e um feliz 2018. Dúvidas, crí cas e sugestões de matérias podem ser compar lhadas pelo email: no ciasocds@gmail.com

Um fraterno abraço e até a próxima edição...

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Santo(a) do Mês

Maria Teresa González-Quevedo por Giovani Mendes, ocds Comunidade Flor do Carmelo de Sta Teresinha Fortaleza/Ce

Venerável carmelita Maria Teresa González-Quevedo, que morreu jovem e era muito bonita, além de ser prima do Padre Quevedo, que chegou a conviver com ela. As matérias são de um site que valoriza a sua formação jesuí ca, mas estejamos atentos no fato de que a moça se torna Irmã Carmelita da Caridade de Vedruna, uma Congregação Carmelitana. Além disto, sua vida possui diversas semelhanças com a vida de Santa Teresinha do Menino Jesus. Quem quiser saber mais, leia o livro "Teresinha de Maria - Jovem, Moderna, Sorridente, Santa", do Pe. Artur Bono , C.SS.R. - Editora Santuário (de Aparecida-SP), 1982.

No dia 9 de junho de 1983 o papa São João Paulo II proclamou "Venerável" uma jovem espanhola de Madri: Maria Teresa GonzálezQuevedo, que viveu só 20 anos, de 12 de abril 1930 até 08 de abril 1950. A Igreja coroara assim, oficialmente, esta breve existência, mas vivida intensamente, concluída no noviciado das Carmelitas da Caridade, a congregação onde ele queria viver toda sua vida, na oração e no apostolado a vo, como também com o desejo claro de trabalhar em terra de missão. Os primeiros anos M a r i a - Te r e s a G o n z á l e z Quevedo, nasceu em Madri o dia 12 de abril de 1930, após o irmão Luiz e a irmã Carmem. O pai, Calisto González, era um conhecido médico da capital. A mãe de Teresita era Maria do Carmo Cadarso, sobrinha do almirante Luís Cadarso y Rei, tombado na batalha de 1898, a bordo do cruzeiro "Regina Cris na". Cresceu numa grande casa no centro de Madri, no coração da

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elegante capital, a praça do Oriente, na frente do Palácio Real. A primeira infância foi serena, e sua escola foi a do Ins tuto das Carmelitas da Caridade. Uma escolha favorecida pelo fato que uma a de Teresita. Ir. Carmem, lecionava no Ins tuto. A mesma que anos depois a teria acolhido como Madre Mestra no noviciado. Maria-Teresa amava o ambiente da escola, menos o estudo... e se entusiasmava pela par das de pelota e por isso sabia escolher com cuidado as companheiras de me. Era muito procurada pela sua habilidade, era generosa em tantas pequenas coisas da vida quo diana, e por causa disso o pessoal não hesitava em recorrer a ela. Uma madrilena autên ca, com um extraordinário humorismo. Uma menina como todas as outras, mas com uma inquietação na alma... que pouco a pouco a teria levado muito longe, além do quanto ela podia prever, até a doação total ao Senhor. Desta "inquietação" encontramos o primeiro traço numa anotação


quando ela nha dez anos, mesmo com falhas grama cais: "Decidi me tornar santa".

veja você". Uma oração carregada de consequências...

A Congregação Mariana Aos treze anos, Maria-Teresa já nha uma fisionomia interior e um caráter bem delineados. Não é alta, mas bem proporcionada e muito ágil. Loira, com olhos azuis um pouco amendoados e uma a tude que convida ao sorriso. Quem a conheceu a lembra como muito elegante e com uma postura dis nta inconfundível. Neste período desenvolveu os fundamentos da vida espiritual, graças aos Exercícios Espirituais ocorridos em seu Ins tuto. Seu caráter ia se manifestando decidido e corajoso. Aprendeu a dirigir o carro e o pai nos conta como devia ter cuidado com ela, já que Teresita se lançava na estrada sem hesitação ou medo. Uma vez se encarregou de furar as orelhas de uma amiga para lhe colocar os brincos. Logo no começo a "vi ma" sen u-se mal e desmaiou. Mas Teresita, filha de médico, em lugar de se apavorar, achou que era o momento próprio para con nuar seu trabalho e, aproveitando da inconsciência de sua amiga, colocou imediatamente os brincos. Uma firmeza assim unida a um fino equilíbrio, uma calma que lhe conferia um caracterís co domínio nas mais variadas situações. No tempo em que Maria Teresa frequentava o Ins tuto, foi ins tuída a Congregação Mariana, que foi logo apresentada com suas exigências de compromisso. Teresita foi logo conquistada por este ideal, no qual confluía sua par cular devoção à Virgem Maria. Os companheiros de Teresita testemunharam que com sua par cipação à Congregação Mariana, começou nela uma verdadeira evolução interior, surpreendente e defini va. A sua irmã Carmem lembra: "Ela fez uma mudança verdadeiramente radical e tangível, que nós todas notamos. Até agora, mesmo sendo uma boa moça, nha alguns defeitos muito comuns nas moças de sua idade, das quais se diferenciava por poucas coisas. Mas neste período de sua vida – no qual, segundo meu parecer começou a ser pouco comum – fez uma verdadeira mudança". Mas esta sua "mudança radical" não diminuiu seu entusiasmo e sua alegria "contagiosa", que foi como a nota constante em sua vida. A cada congregada era entregue uma medalha. Segundo o costume. Maria Teresa devia fazer gravar uma frase e ela escolheu uma que expressasse seu programa de vida: "Minha mãe, que quem me olha

Durante a celebração Mariana do mês de maio, eis que Teresita formula uma oração especial, expressando algo que sente dentro muito profundamente, mesmo se ainda não totalmente claro: "Minha Mãe, dá-me a vocação religiosa”! Como veremos mais em frente, era de fato a resposta ao chamado do Senhor para uma total consagração. M a r i a Te r e s a s e n u - s e q u a s e t u r b a d a , compreendendo o porte de sua oração. "Quando sai – confiou pois a uma amiga – pensando bem, ve medo: E se nossa Senhora me desse verdadeiramente a vocação"? Este desejo de doação total ao Senhor apareceu espontâneo num episódio na tarde de um domingo, quando Teresita conversava com uma colega. A amiga lhe confia: "Eu viajarei, vou me diver r durante a juventude, e quando serei mais velha entrarei no convento para me garan r o Céu". A resposta de Teresita foi imediata e reveladora: "Como você é mesquinha e egoísta!... E você acha que Jesus vai te aceitar cheia de achaques, depois que deu sua parte melhor ao mundo? Jesus tem gostos melhores, e ele quer de presente a juventude, com suas alegrias e seus sonhos”! Rumo à escolha decisiva É o ano de 1947. Teresita tem 17 anos. No verão a família vai para Fuenterrabía, ao norte da Espanha, para rar férias na praia, não muito longe da divisa francesa. Ali Teresita está magnificamente: gostava pescar lulas com os pescadores, jogar tênis e par cipar das picas danças bascas na praça da aldeia. Mas não esquecia o compromisso em prol dos outros. Par cipava a vamente às vendas de beneficência em favor das missões, andando pelas lojas artesanais para procurar o necessário. É claro que ca vava a atenção dos rapazes, tomados pela sua beldade, pela elegância do ves r e pela espontânea alegria de sua postura. Riam, brincavam, cantavam junto com ela, porém muitos entre eles dirão depois que a respeito dela sen am não poder ir além de uma sadia amizade, pois viam em Teresita algo de indefinível, que convidava a um grande respeito; pressen am talvez que seu horizonte ia além daquilo que uma moça daquela MONTE CARMELO

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idade pudesse sonhar e querer... Sabemos de um rapaz que se enamorou dela, Luís J o s é G o n zá l ez - G i l l é n , h o j e e n ge n h e i ro d a aeronáu ca; no dia de ves r o habito religioso, lhe enviou um lindo buquê de flores brancas. Assim falou a mãe de Teresita em 1983, ano em que a filha foi declarada Venerável: “Era um bom rapaz, de ó ma família, mui lindo, verdadeiramente suas qualidades não podiam ser melhor, mas Teresita nha aspirações mais altas e efe vamente não nha dúvidas”. De fato Maria Teresa nha clara a decisão de fazer o "grande passo", pedir para ingressar no Noviciado das Carmelitas da Caridade. Mas era uma decisão que ninguém ainda conhecia e, que, aliás, teria surpreendido muitas pessoas. Acabado o verão, recomeçou o ano escolar. No fim de outubro, algo de extraordinário: a par cipação a um encontro da "Juventude Missionária" que as Carmelitas organizaram em Tarragona. Cerca de 400 jovens de toda a Espanha vieram para esta cidade e o grupo de Madri era guiado pela própria Maria Teresa. Uma par cipação, como sempre, a va e entusiasta. O tema do encontro em Tarragona era sobre as missões na China. Teresita – já sensível a estes assuntos – é mais uma vez conquistada pelo ideal missionário, até que podemos dizer que foi esta uma das mo vações principais para entrar na vida religiosa, isto é, o sonho de querer par cipar pessoalmente ao trabalho missionário. Enquanto isso já nha uma "adoção a distancia" de um menino das missões, enviando ofertas para sua formação. Durante o Noviciado manifestou explicitamente este desejo: “Tenho uma evidente vocação missionária: minha vocação é claríssima”. Mas, como aconteceu com santa Teresa de Lisieux – que desejava deixar a França para viver no Carmelo do Vietnam – a doença lhe proibiu de realizar este sonho, ao menos nesta terra... A no cia Aos 21 de novembro de 1947 decidiu comunicar sua opção para a a, irmã Carmem, que mora em Carabanchel, onde está o noviciado. A a compreende a seriedade da decisão da sobrinha, mas procura faze-la refle r: «Você é ainda muito nova! Diz para ela – deveria esperar até os vinte anos, como a Irene, como eu..." “Tia, receio que você não entendeu – retruca Teresita – Eu decidi mesmo. Faz tempo que penso nisso. Também o padre Múzquiz aprova. Mas não falar nada

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em casa, porque quero ser a primeira em comunicar isso ao pai”... Já que Teresita era muito devota à Virgem Maria, o padre Músquiz lhe sugere comunicar suas decisão à família na festa da Imaculada, 08 de dezembro. Mas também, para isso Teresita tem um projeto bem cer nho: revelando uma finíssima delicadeza quer comunicar a no cia só após a festa da Epifania, de modo que o período natalino passe serenamente. Aos 20 de dezembro as alunas se reúnem na capela para rezar juntas antes da despedida para as férias de Natal. E aqui Adelaide Muñoz – uma sua colega – nota em Teresita algumas lágrimas silenciosas... Evidentemente, Teresita adverte o peso da separação que a espera, separação da família, dos amigos, dos colegas de escola... mas, é só um momento, e com grande força logo retoma sua alegria costumeira... Alguns dias depois, nas vésperas do Natal, escreve uma das suas car nhas "de amenidades" falando para a amiga Marisa do novo carro que o pai comprou: "É muito lindo, verde claro, com ar quente e frio; só faltou o rádio"... Depois conta que par cipou de uma festa: "Ontem, Maruja Parrella, você sabe quem é, fez a festa dos 18 anos: deram-me a permissão de par cipar, mesmo que acabou às duas e meia de madrugada... Diver -me muito e nhamos roupas cumpridas: uma saia de veludo preto até aos pés... A coisa mais interessante é que usei tamancos..." Mas no fim da carta assim escreve: “Se quiseres, peço-te o favor de rezar segundo minha intenção, serei muito agradecida”. A amiga ainda não sabe o que está na mente de Teresita, e ainda menos poderia ter adivinhado pelo tom da carta... Acabado o tempo de Natal, eis aos 07 de janeiro de 1948. Teresita, como nha decidido, comunica ao pai a "grande no cia"... O pai compreende... conhece a filha, sabe que se ela decidiu é porque ela está ciente daquilo que faz; mesmo assim procura fazê-la refle r: «Mas Teresuca, se dá conta daquilo que acaba de dizer? Você que é tão viva e alegre, que se diverte muito nas festas...» “Nada disso me sa sfaz, pai”! "Você sabe que, se for religiosa, terá uma vida cheia de sacri cios”? “Sim, sei. Mas é isso que estou procurando”. E comunica ao pai a data de entrado no Noviciado, 23 de fevereiro. O pai um pouco surpreendido lhe pergunta o porquê desta data e não outra. Teresita responde muito simples, abrindo os dedos de suas


mãos... “Olha, pai: dois mais três faz cinco... Maria”!

Entrada no Noviciado e... Neve!...

dia, tudo, do fosse branco”. Um deseja que relembra outro igual, expressado muitos anos antes na França por Teresa de Lisieux, pelo dia de sua profissão... E como Teresa, também Maria-Teresa González-Quevedo será atendida... Na véspera da par da, aos 22, veio saudá-la a amiga Amparo... Esta admira o elegan ssimo ves do de Teresita... Parece surpreendida por tanta elegância. Teresita entende e sorri: "Você sabe, Amparìn, eu gosto ves r bem e todas estas coisas me dão prazer, mas quando entrar no Noviciado tudo isso acabará. Quero ser santa, não quero mediocridade". Mais tarde a Consuelo a chama novamente ao telefone: «Tere, te chamo outra vez para de dizer adeus!» «Adiós, Consola! Mas olha que noite linda? Não terá nada daquilo...» Então nada de neve? Mas como com Teresa de Lisieux, também aqui acontece o imprevisível. Durante a noite uma nevada cobre de branco a grande cidade de Madri... e na manhã do dia 23 de fevereiro, Teresita, feliz, agradece ao Senhor por esta sua "delicadeza" a seu respeito... Coincidência? Mas é o seu dia, e tudo é branco de neve, come ela nha desejado... Teresita tem mais uma estratégia para poupar a mãe da dor da despedida... Com um "meditado" atraso quando a mãe ainda a esperava para ir na missa, convenceu o pai e o irmão Luís para levá-la correndo ao Noviciado Carabanchel!... Aqui, no Noviciado é acolhida pela Superiora, Irmã Maria Teresa Rodríguez, que sem saber do desejo da noviça aspirante, comenta: "Quem sabe se Teresita pediu ao Senhor a neve, como Santa Teresita do Menino Jesus?"... Teresita respondeu só: "Eu gosto muito da neve”...

Naturalmente a no cia se alastrou logo entre parentes, amigos, colegas de escola e para todos foi uma grande surpresa... Como é óbvio, os pareceres foram os mais variados: que acha se trate de exaltação de uma adolescente; ouros comentam que é uma pena, uma moça tão bonita, elegante e inteligente como Maria Teresa, vai se fechar num convento, renunciando a um futuro que para ela teria sido sem dúvida muito prometedor!... Outros superam a surpresa e começam a lembrar, refle r e dizem que será sem dúvida uma ó ma religiosa. O 23 de fevereiro se aproxima... Outra paixão de Teresita, noviça em Carabanchel Teresita era a neve, que nunca falta em Madri durante o inverno. E para "batalhar com bolas de neve" a No noviciado de Carabanchel, Teresita encontrou grande praça d'Oriente era o ideal! Como assim o o que mais profundamente desejava: o que mais quintal da escola, onde eludindo os vigias, Teresita se apreciava era o es lo de vida pobre das carmelitas, deitava sobre o manto branco da neve, com alegres em contraposição aos luxos e à riqueza que sempre risadas! nha em família. Aqui aprofundou seu amor para a Ao aproximar-se o dia famoso, a amiga Consuelo a Virgem Maria, e o resultado foi uma grande chama pelo telefone: confiança: “Dela consigo tudo, sento-a ao alcance da «Estás contente?» mão. Se nossas mães nos amam tanto, quanto nos «Conten ssima! Será um dia feliz para mim. E se amará a Santa Virgem? O que ela nos recusará? Estou Nossa Senhora me concedesse um pequeno certa que serei santa, porque o peço à Virgem e Ela desejo...» Beata Maria dos Anjos e Beato Sebas ão Valfré pode tudo”. E con nuava: “Tenho muita devoção para «Qual? Fala-me!» com São José. O que diriam Jesus e Maria, se não “Que o dia 23... caia a neve. Gostaria que aquele MONTE CARMELO

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amasse este grande Santo”? Logo começaram as visitas das colegas do colégio, que tanto sen am sua falta. Era curioso vê-la no salão rodeada pelas moças que a escutavam silenciosas e que voltavam se queixando da brevidade da visita! Uma delas lhe conta das úl mas férias: "Escuta, Tere, não lembras Fuenterrabía?" "Lembro sim – responde Teresita – pois não perdi a memória, mas te garanto que não sinto falta, porque aqui me sinto muito bem! Acho que se no mundo soubessem o que é o Noviciado, teríamos a fila de pessoas que gostariam ingressar”! Na hora de receber a veste de postulante, Ir. Carmem não pode não contemplar a beleza de seus cabelos, que serão escondidos pelo véu... Admira os cachos dobrados com cuidado e comenta: "Oh quanta vaidade, quanta vaidade!..." Teresita retruca: "Sim, madre, muita, mas agora acabou tudo”! O úl mo mês de maio Maio de 1949 o úl mo na vida de Teresita. No começo do mês Teresita diz: "Outras vezes vi claramente o que a Virgem pede de mim, mas agora não vi nada..." No entardecer, alguém nota que Ir. Maria-Teresa está com febre: "Não está bem? – lhe pergunta a a, que é também Mestra. "Que nada!... sinto-me sim preguiçosa". Mas o termômetro explicou o mo vo daquela preguiça... "Por enquanto [a Virgem] me pede isso: mas ficarei atenta pra saber o que ela me pedirá quando eu levantar". - "O que lhe pede, Ir. Maria-Teresa, a Mãe do Céu?» - "A senhora não vê?... Suportar com paciência tudo aquilo que me envia; não sei quanto durará... seja feita a vontade de Deus. Estou nas mães de minha Mãezinha. Ela sabe o que me convém”. Outro dia, Ir. Anita Prieto lhe pede: - "No quarto, Ir. Maria-Teresa?» - "Achava agradar a Virgem, e isto era o que Ela queria. Estou muito contente”! Durante o noviciado leu a História de uma alma de Santa Teresa de Lisieux e escreveu no seu diário: "Da pequena via de Santa Teresa gostei muito, mas, para mi, acho que esta via deve passar pela Santa Virgem". Santa Teresa de Lisieux prometeu de "passar seu Céu fazendo o bem na terra": Maria-Teresa dizia para a Madre Provincial: "Madre, aqui não lhe seria muito ú l, mas do Céu verá quanto trabalharei”! Às colegas noviças: "No Céu... serei muito ocupada,

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a p r e s e n ta n d o [ à V i rg e m M a r i a ] to d a s a s homenagens que lhe são oferecidas”! Um dia veio visitá-la sua mãe, e lhe perguntou: "Então, como vai a san dade?" E ela: "Vai, vai pra frente"...Sei lá – con nuou a mãe brincando – mas parece-me que lhe está custando caro se tornar santa". Teresita responde com decisão: "Pois é, mãe, também ao Luiz lhe custa caro se tornar engenheiro agrônomo, e não acho que a senora coloque as duas coisa no mesmo nível”... Teresita sofria uma pleurite aguda, que a manteve de cama todo o mês de maio... mesmo assim não parava de difundir o mismo, amabilidade e alegria: "A que risadas, irmã!... Meu pai se foi muito preocupado porque tenho muita 'velocidade' [de sedimentação do sangue] Imagine, eu mesmo, sempre calma, lenta... e agora... minha velocidade o preocupa!» Uma melhora – mais ilusória do que real permi u-lhe voltar logo à vida normal, mas a doença con nuava seu curso... Lemos em seu diário, "Durante a Comunhão desejava ardentemente me doar toda a Jesus para lhe demonstrar quanto queria amá-lo, que me oferecia como ví ma para que fizesse de mim o que ele queria". E Deus... costuma ter um bom ouvido para escutar este po de orações! Outras reflexões deste período: Falava com uma noviça durante as férias de Natal, e sem sombra de dúvida lhe disse: "Certamente neste Ano Santo [1950] irei pro Céu, porque a Virgem me tomará no seu dia... terá tanta festa no Céu pelo dogma da Assunção... estou certa que estarei lá”. Para ser santos, o primeiro passo é a confiança, depois o abandono nas mãos da Virgem, para que Deus faça o que Ele quer". “Não entendo as pessoas indiferentes a Nossa Senhora e que não vivem dela, porque se complicam muito a vida”. "Ganhei o primeiro prêmio!» Era o dia 18 de janeiro, Teresita adverte que sente uma forte dor de cabeça. A Madre Mestra, inicialmente o mista, achou bom chamar logo o pai, que era médico, mas sem temer nada de grave. O doutor Quevedo, ao contrário, logo percebeu da gravidade do caso. A diagnose não deixava esperança:


meningite tuberculosa. Por isso disse às irmãs: "Decidam vocês... Minha filha morrerá, tanto em casa como aqui... e pensaria de não aplicar curas, porque no fim deverá morrer mesmo, depois de sofrer muito". E o pai mesmo quis avisar a filha: "Teresuca, minha filha, você está nada bem, e mesmo procurando te ajudar a sarar, será bom que você se prepare..." Teresita logo entendeu e respondeu prontamente: "Sim, pai, o mais cedo”. E com maravilha de quantos a assis am e visitavam, a no cia de sua próxima morte fez explodir em Teresita uma alegria enorme: "Venha, Ir. Jacinta, que já estou mais contente... mas como estou contente" ! "Mas não tens medo de morrer?" “Como posso ter medo se tenho uma Mãe no Céu que virá ao meu encontro”? «Mas se você ainda não ganhou o Céu – insinuava a Madre Mestra – como poderás possui-lo tão cedo?» «Claro que não o ganhei! Mas vão mo dar de presente; Tu sabes o fato do bom ladrão. Se Jesus e Maria, que nunca separo, quiserem mo dar, são muito livres de fazê-lo.» Era tão impressionante o espírito sobrenatural e a alegria de Teresita diante da morte, que quando recebeu a Unção dos Enfermos, o pai, mesmo destruído pela dor diante da impotência da ciência humana em salvar sua filha, disse: "De fato, seria uma infâmia, atrasar sua par da...» «Ganhei o primeiro prêmio!" – dizia alegre Teresita a sua colegas. E àquelas que aprendiam os cantos litúrgicos: "Como vai a Missa de Réquiem? Acho que serei a primeira a inaugurá-la...» Pra quem a convidava a rezar a oração Mariana do "Memorare", respondia: "Sim... mas não para que passe a dor?" "Bom, será para que a Virgem lhe conceda o que quer e que a ajude a sofrer." "Isto sim...» Mas a doença con nuava e as dores eram lancinantes. Nessas crises terríveis, sua súplica era sempre a mesma: "Senhor, Senhor, não aguento mais... parece que fico louca... Sou vesga? Minha Mãezinha, não aguento mais!» E chegou a alvorada da Quinta Feira Santa. Estamos no ano 1950, o Ano Santo proclamado por Pio XII. Quando todos se alegravam por uma rela va melhora, após dois longos meses de intenso sofrimento, de repente Teresita lança um grito agudíssimo, lhe vem um tremor generalizado, uma total perda de sen dos... Mesmo neste estado as suas costumeiras orações marianas lhe vinham

espontâneas nos lábios... Sabia que ficar na vontade de Deus era o que mais desejava; com exceção das respostas que devia às Superioras e aos médicos, quando perguntada sobre seu estado de saúde, habitualmente respondia assim: "Bem, bem... estou muito bem, porque estou como Deus quer!...» Par cipou com fervor e perfeito entendimento às rezas ao seu redor pala salvação de sua alma, e se apagando, con nuava repe ndo: "Jesus te amo por aqueles que não te amam!... Minha Mãe!... mil vezes morrer do que te ofender!...» A noite da Quinta Feira Santa, foi cruel para ela: depois de um ataque da doença, seu pescoço ficou rígido e não podia se mexer, a não ser com dores terríveis... "Senhor... eis... aquela que vos ama... e deseja ardentemente... vos receber... Senhor". E logo após: "Sou vossa... por Vós vim ao mundo... O que queres, ó Senhor, de mim?... Tudo posso... naquele... que me conforta...» E quando todos pensavam não ouvir mais sua voz, exclamou com força, entre a maravilha geral, tanto que a escutaram no quarto do lado, com os braços levantados pro alto: "Minha Mãe, vem me receber... e leva-me con go no Céu!" Depois, mais calma: "Por aqueles... que não te amam...» Uma irmã lhe sugere de pedir a graça da cura, mas Teresita replica com clareza: "Minha Mãe! O que você quer?" Depois levantou pela úl ma vez as mãos e sorrindo disse: "Como é bonito”!... A que se referia? Suas mãos se baixaram, e repe a silenciosamente as jaculatórias que lhe sugeriam... Espirou após alguns minutos. Era o dia 08 de abril de 1950. Faltavam poucos dias para completar seus vinte anos de idade... Desde que os Anjos vão recolhendo através dos séculos o respiro de seus irmãos da terra que morrem poucas vezes se cumpriu em modo tão verdadeiro o ditado que diz: “A morte é o eco da vida”...

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Testemunho

Testemunho de Nilda Maria, OCDS Meu nome é Nilda Maria Jorge de Souza e esta é a história de como nasceu meu imenso amor à Igreja. Meus pais eram muito católicos e desde criança nos ensinaram a viver segundo os mandamentos da lei de Deus. Eu amava ir às missas e era sempre a primeira a pedir para ler as leituras. Como eu morava no interior do Estado do Ceará as missas não eram tão frequentes. Saindo daquela comunidade vim morar em Fortaleza, e em 1999 entrei no grupo de liturgia da minha atual Paróquia, onde depois de algum tempo nos consagramos à Santa Teresinha do Menino Jesus. Sem perceber, toda a minha vida estava ligada ao Carmelo, pois mesmo quando eu morava no interior, todo mês de Outubro eram realizadas as novenas e missas na Capela de Santa Teresinha, eram momentos de grande festa para todos nós. Em 2014, descobri que estava com câncer de mama, foi uma época terrível, porque tudo parecia ser o fim. Chorei muito, por vezes ve minha fé provada, um abismo se havia aberto diante de mim. Ao sair da clínica sozinha, no dia de receber o diagnós co, as lágrimas tomavam conta do meu rosto, de volta para casa, no ônibus, olhei para o céu e disse: “Senhor, eu estou desesperada! Ajude-me e não me abandone Senhor!”. Antes de chegar a casa, parei de chorar e uma grande paz tomou conta de mim. Jesus me ouviu e naquele momento aliviou minha dor. Não compreendendo o amor de Deus, eu chorava todos os dias, angus ada, temia ficar mu lada, nha medo da quimioterapia e de perder meus cabelos. Já nha pavor só de pensar que eu não poderia mais servir nas missas, eu não queria me afastar de Deus. Eu achava que nunca mais teria saúde, porém recebi todo o apoio da minha família, dos meus amigos e do Pároco da minha Paróquia, que naquela época era o Padre Marcos José Tavares, da Congregação da Missão. Foi este mesmo Pároco, que um dia antes de passar pelo procedimento cirúrgico, me deu a unção dos enfermos. Um dia, ao ouvir o programa do Padre Reginaldo Manzo , ele falava que quando uma pessoa está com dificuldades, esta deve chamar a Jesus e falar tudo para ele, mesmo tendo plena consciência de que ele sabe tudo sobre você. Estando na empresa onde trabalho, havia uma cadeira vaga perto de mim, convidei Jesus para sentar e no silêncio do meu coração, chorando, falei dos meus medos e de todo o meu sofrimento, pedi-lhe uma prova de que estava ali me ouvindo e de que iria me ajudar. Pedi perdão

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pela minha falta de fé e disse-lhe que se eu recebesse um crucifixo, que poderia ser qualquer um, eu saberia que ele estaria me ouvindo e que iria ser meu Simão Sirineu, ajudando-me a carregar minha cruz. Algumas semanas depois, recebi de uma amiga um terço de São Bento, que ela nha achado no meio da rua. Nós rezamos a oração de São Bento e beijei a cruz. Tinha recebido o crucifixo em um domingo pela manhã, e passado algumas semana, numa quintafeira, eu estava rezando diante do Senhor Misericordioso e adormeci, em um leve sono vi duas mãos, não dava para ver os braços, mas uma ves menta branca, como que uma túnica, e ainda seguravam o terço que eu nha ganhado. A cruz balançava muito, em um susto acordei, meu coração estava disparado, lembrei-me do pedido que nha feito a Jesus. Rapidamente peguei o terço, e com alegria as lágrimas escorriam pelo meu rosto, pois eu sabia que Ele estava comigo, ajoelhei-me diante do quadro da misericórdia divina, agradeci e disse que eu aceitaria tudo, toda dor e todos os sofrimentos, nada mais me importava, pois nha a certeza de que Jesus estava ao meu lado. A misericórdia de Deus foi tão grande para com sua serva que rapidamente fiz os exames e dentro de três meses fiz a cirurgia, e para minha surpresa, o nódulo estava pequeno e não era agressivo. Mesmo assim, iniciei o processo de quimioterapia, caíram todos os meus cabelos, sen enjoos e fiz trinta seções de radioterapia, aceitei tudo com amor e sempre com um sorriso no rosto, pois sabia que Jesus estava ao meu lado. Acredito que esta enfermidade veio para que eu me aproximasse mais de Deus, e principalmente, para que eu entregasse toda a minha vida, de maneira autên ca, a Jesus.

O Carmelo foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida, pois sempre ve o desejo de conhecê-lo, especialmente, de conhecer as monjas. Na verdade, nem sabia que exis a o Carmelo Secular. Foi-me a apresentada a Comunidade Flor do Carmelo de Santa Teresinha e está sendo uma experiência maravilhosa. A simplicidade dos irmãos, a humildade, o amor e o carinho com que fui recebida, apesar de não saberem nada sobre mim, tudo isto me fez ver a Deus em cada um dos irmãos. As formações e tudo do Carmelo Secular só me faz crer que é um pedacinho do céu na terra, e é lá que cada vez mais estou crescendo na minha espiritualidade. A Comunidade Flor do Carmelo de Santa Teresinha está me ajudando muito a encontrar o verdadeiro caminho do céu e é com a ajuda dos irmãos que eu serei uma verdadeira Carmelita Secular.

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Voz da Igreja

A OCDS e o por Luciano Dídimo, ocds Presidente Provincial da OCDS Comunidade São José de Santa Teresa - Fortaeza-CE

Na solenidade de Cristo Rei do Universo, festa criada pelo papa Pio XI em 1925, que marca o fim do ano litúrgico, celebramos também no Brasil o Dia Nacional do Leigo! Desde o ano de 1991, o Dia Nacional dos Cristãos Leigos é comemorado na Festa de Cristo Rei. A data foi definida pela Assembleia Geral do Conselho Nacional do Laicato no Brasil (CNLB), em con nuidade com a tradição da Ação Católica que realizava, nesta festa, a renovação das

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promessas ba smais e refle a sobre a missão dos leigos. Celebrar o dia do Leigo na Festa de Cristo Rei significa reafirmar que, uma vez incorporados a Cristo pelo ba smo, somos par cipantes de seu múnus sacerdotal, profé co e régio, e somos chamados a exercer, segundo a nossa condição própria, a missão que Deus confiou à Igreja para cumprir no mundo (CDC, cân. 204). Portanto, somos corresponsáveis pela missão redentora de Cristo e pela implantação


do Reino de Deus na Igreja e na sociedade. Para o carmelita secular, celebrar o dia do Leigo na Festa de Cristo Rei significa reafirmar que nosso primeiro chamado é o de viver em obséquio de Jesus Cristo (Cons tuições da OCDS, art. 3º). O seguimento de Cristo é o caminho para chegar à perfeição que o ba smo abriu a todo cristão, por ele se par cipa da tríplice missão de Jesus: real, sacerdotal e profé ca. Neste ano, de forma especial, por decisão da Assembleia Geral da CNBB, a Igreja no Brasil abre oficialmente o Ano Nacional do Laicato, que irá do dia 26 de novembro de 2017 ao dia 25 de novembro de 2018. O anúncio do Ano do Laicato está sob a luz do pedido do Papa Francisco, de fazer crescer “a consciência da iden dade e da missão dos leigos na Igreja”. O tema do Ano do Laicato é: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na 'Igreja em saída', a serviço do Reino” e o lema: “Sal da terra e luz do mundo” (cf. Mt 5,13-14). O obje vo geral do ano deste ano é: “Como Igreja, Povo de Deus: Celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua iden dade, vocação, espiritualidade e missão; testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”. Os obje vos específicos são: · Comemorar os 30 anos do Sínodo Ordinário sobre os leigos (1987) e os 30 anos da Exortação Apostólica Chris fideles Laici, de São João Paulo II, sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo (1988); · Dinamizar o estudo e a prá ca do documento 105: “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade” e demais documentos do Magistério, em especial os do Papa Francisco sobre o Laicato; · Es mular a presença e a atuação dos cristãos leigos e leigas, “verdadeiros sujeitos eclesiais” (DAp, n. 497a), como “sal, luz e fermento” na Igreja e na Sociedade. Temos como Diretrizes para realização: · Conclamar toda a Igreja no Brasil: regionais, dioceses, paróquias, comunidades, pastorais, movimentos, as diferentes expressões laicais e os Organismos de comunhão do Povo de Deus, na realização do Ano do Laicato; · Desenvolver a vidades que culminem na realização de um encontro nacional com o Laicato no encerramento do ano (Cristo Rei de

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2018); Despertar e mo var inicia vas e par cipação dos ministros ordenados, da vida consagrada e do laicato na realização desse Ano; Dialogar com os diferentes sujeitos da sociedade, promovendo a cultura do encontro e o cuidado com a vida e com o bem comum, na esperança de que outro mundo é possível; Envolver os meios de comunicação social nas a vidades programadas para o Ano do Laicato;

Os eixos de ação no Ano Nacional do Laicato são: Eventos, Comunicação, Catequese e Celebrações, Seminários temá cos nos Regionais da CNBB e Publicações. Dessa forma, constatamos que a OCDS da Província São José, em consonância com o obje vo geral do Ano do Laicato, promoveu o aprofundamento de sua iden dade, vocação, espiritualidade e missão na realização do XXXIII Congresso Provincial acontecido de 02 a 05/11/2017, que teve como tema "A iden dade do carmelita secular" e como lema: "Os seculares trazem para a Ordem a riqueza própria de sua secularidade". Diante de tudo o que foi direcionado acima pela CNBB e pelo CNLB em relação ao Ano Nacional do Laicato, orientamos às comunidades e grupos da OCDS que se coloquem à disposição da Igreja local para promoção e par cipação nos eventos propostos, conforme estabelecem as Cons tuições da OCDS em seu art. 27: "O Carmelita Secular está chamado a viver e testemunhar o carisma do Carmelo Teresiano na Igreja par cular, parte do povo de Deus na qual se faz presente e atua a Igreja de Cristo. Cada um procure ser testemunho vivo da presença de Deus e se responsabilize pela necessidade de ajudar a Igreja na pastoral de conjunto, em sua missão evangelizadora, sob a direção do bispo.» Entendemos, ainda, que é indispensável que seja incluído em seus planos de formação do ano de 2018 o estudo da Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Chris fideles Laici” sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, bem como o estudo do Documento 105 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), este com o tulo: “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo”. É muito importante que as Comunidades e grupos contribuam com a Igreja local promovendo a vidades MONTE CARMELO

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voltadas à espiritualidade, que é o apostolado próprio do Carmelo Secular, conforme Cons tuições da OCDS, art. 28: "Em seu compromisso apostólico, levará a riqueza de sua espiritualidade, com os ma zes que confere a todos os campos da evangelização: missões, paróquias, casas de oração, Ins tutos de espiritualidade, grupos de oração, pastoral da espiritualidade.”. Desejamos, assim, que todos nós possamos vivenciar o Ano Nacional do Laicato de forma consciente e comprome da, correspondendo aos obje vos propostos pela CNBB e pela CNLB, bem como ao que preconiza nossas Cons tuições: “Assim, com seu testemunho de comunhão fraterna conforme o carisma teresiano, a Comunidade do Carmelo Secular coopera com a missão evangelizadora da Igreja no mundo” (Cons tuições da OCDS, art. 24-d). Como Seculares, filhos e filhas de Teresa de Jesus e João da Cruz, estão chamados a “ser perante o mundo testemunhas da ressurreição e da

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vida do Senhor Jesus e sinal do Deus vivo”, mediante uma vida de oração, de um serviço evangelizador e por meio do testemunho de uma comunidade cristã e carmelitana (Cons tuições da OCDS, Epílogo).


Escola de Formação Edith Stain

ORIGENS DA ORDEM CARMELITANA por Artur Viana, ocds Coordenador da EFES - Polo Nordeste Comunidade Flor do Carmelo de Santa Teresinha Fortaleza/CE

O PROFETA ELIAS E O MONTE CARMELO A origem da Ordem Carmelita remonta a um grupo de fiéis cristãos leigos que, procedentes da Europa Ocidental, se estabeleceram no Monte Carmelo, no final do século XII – mais ou menos na época da Terceira Cruzada (1189-1192). Neste mesmo monte encontramos a fonte de Elias, que oferecia um lugar com água durante todo o ano, cercada por figueiras, romãzeiras e oliveiras, que davam certa variedade à dieta dos moradores do lugar. Entre os eremitas do Monte Carmelo, era conhecido o testemunho dos escritos patrís cos e da literatura eremí ca, que designava o Profeta Elias como modelo e fundador da vida solitária. Por muito tempo, com a preocupação de reforçar os laços entre a Ordem e o Profeta Elias, se contou a história de uma linhagem ininterrupta de eremitas no monte após Elias, o apontando como verdadeiro fundador da Ordem. Porém, devemos reconhecer que o Profeta é o fundador do Carmelo em um sen do espiritual, já que foi ele o inspirador da vida espiritual dos eremitas do Monte Carmelo. AS CRUZADAS E A VIDA EREMÍTICA O fenômeno do eremi smo nasce como uma reação frente a uma situação que se considera decadente, de alguma maneira, inadequada em relação à mensagem do Evangelho. No eremi smo clássico, se vivia em absoluta solidão; o eremi smo medieval con nha em si certo elemento comunitário: o mestre, rodeado de seus discípulos, às vezes, em grande quan dade. Os eremitas medievais eram autên cos pregadores i nerantes por vocação; neles, a ação apostólica não é acidental ou casual, mas buscada e con nua. Levavam, com frequência, uma vida mais em contato com o povo que os monges, cujas estruturas tendiam a isolá-los da sociedade. Ao fenômeno do eremi smo, se une o da MONTE CARMELO

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peregrinação, como era a Cruzada: nha um caráter penitencial e era selado com um voto, que incluía, algumas vezes, a permanência na Terra Santa até o fim da vida. O peregrino vive a realidade de ser um expatriado e, consequentemente, tem que romper com a segurança de seu grupo social e se colocar fora dele; o peregrino é muitas vezes considerado um ser inferior, sem garan as e direitos civis. Por isso, para que o peregrino não se transformasse em um vagabundo, devia emi r um voto que confirmasse sua radical mudança de vida, como estado ou condição civil-religiosa e como forma de permanente ascese muitas vezes também recebia a bênção, um hábito especial ou um bastão de peregrino. A peregrinação à Jerusalém era considerada o ponto culminante da vida eremí ca-penitente peregrina: exigia também um es lo de vida ascé co, especialmente recomendado aos leigos. Além de ser incen vada por questões de ordem espiritual, a peregrinação à Terra Santa era incen vada como meio eficaz para a manutenção do Reino La no de Jerusalém, que havia sido criado em 1099 pelos cruzados, quando conquistaram a região, e que sempre sofria a ameaça da reconquista por parte dos muçulmanos. O Monte Carmelo oferece um lugar ideal para o re ro e reflexão: o azul do Mediterrâneo e as colinas da Galileia formam a paisagem que convida à oração e à contemplação. Ainda que alguns relatos pareçam querer indicar que os eremitas ocidentais tenham se estabelecido no Carmelo desde os primeiros momentos da conquista da Terra Santa pelos francos, somente temos testemunhos fidedignos desta presença a par r da segunda metade do século XII.

QUEM SÃO ESSES PRIMEIROS CARMELITAS? São leigos cristãos que vivem em “santa penitência”, em oração centrada na Palavra de Deus, às vezes com a Eucaris a e prá cas ascé cas. Vivem a espiritualidade da peregrinação dos lugares santos e, consequentemente, na busca do Reino de Deus. A

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realização deste po de vida tem lugar em um ambiente de estruturas simples que favorecem a solidão e a oração. De acordo com as informações do próprio prólogo, os primeiros carmelitas já viviam em comunidade sob a obediência de B., perto de uma fonte, lá no Monte Carmelo. Eles nham encontrado uma nova maneira de viver o Evangelho e queriam que ela vesse a aprovação da Igreja. Por isso, redigiram uma "proposta" e foram falar com Alberto, Patriarca de Jerusalém. Esta proposta é o rascunho da futura Regra do Carmo, pois, como o próprio Alberto afirma no prólogo (Regra 3), ele aceitou a proposta e, com a sua autoridade, transformou-a em Forma de Vida, não só para aquele primeiro grupo de carmelitas, mas também para todos nós que viemos depois. Tudo isto aconteceu entre 1206 e 1214, os anos em que Alberto foi Patriarca de Jerusalém. Não sabemos o ano certo. Alguns dizem que foi no ano 1209. É possível. Mas por causa do valor simbólico do número 40, achamos melhor dizer que foi no ano 1207. É que exatamente 40 anos depois, no dia 1º de Outubro de 1247, a Forma de Vida, dada por Alberto, foi oficialmente aprovada pelo Papa Inocêncio IV como Regra da Ordem do Carmo.

Nas poucas frases do prólogo, Alberto tem a preocupação de situar os Carmelitas dentro da tradição do Povo de Deus. Imitando o jeito com que o apóstolo Paulo costumava começar suas cartas (Rm 1,1; 1Cor 1,1; 2Cor 1,1), Alberto apresenta a própria Regra como sendo o prolongamento e a atualização do Novo Testamento para os Carmelitas. Além disso, citando a carta aos Hebreus (Hb 1,1), ele faz saber que a vida dos carmelitas está em con nuidade com a tradição dos Santos Padres da Igreja. Ele diz: Muitas vezes e de muitas maneiras os Santos Padres estabeleceram como cada um, qualquer que seja o estado de vida a que pertença ou a forma de vida


religiosa que ver escolhido, deve viver em obséquio de Jesus Cristo e servi-lo fielmente com coração puro e consciência serena. Naquele tempo, como hoje, havia muitas formas de se "viver em obséquio de Jesus Cristo". Havia os eremitas, os romeiros, os monges, os templários, os mendicantes. Havia as Regras de Santo Agos nho, São Basílio, São Bento, São Francisco. Havia muitas Ordens e Congregações. Mas Alberto reconhece que aquele grupo de carmelitas do Monte Carmelo nha um caminho diferente, uma proposta nova. Apesar de serem chamados de eremitas como os an gos monges, os primeiros carmelitas nham elementos novos e diferentes na sua maneira de viver o Evangelho. Nenhuma das Regras existentes correspondia à vida que eles queriam levar. Eles precisavam de algo novo. A novidade deste caminho, próprio dos carmelitas, vai ser descrita na Forma de Vida que será a Regra do Carmo. É a Regra mais curta de todas que existem na Igreja! Cada carmelita, qualquer que seja o estado de vida a que pertença ou o modo de vida religiosa que ver escolhido, procura viver esta Regra dentro do seu próprio estado de vida: homem ou mulher; casado ou solteiro; frade ou sacerdote; irmã de clausura ou de

congregação; leigo, leiga ou membro do clero; ordem primeira, segunda ou terceira; membro de movimentos ou de associações que se inspiram na Regra do Carmo. Até hoje, todos nós nos reunimos ao redor desta mesma fonte para beber da sua água que brota para a vida eterna. (Excerto re rado do material da Escola de Formação – Módulo III) *** Este tema será melhor aprofundado no Módulo III da Escola de Formação Edith Stein, que será realizado entre os dias 25 a 28 de janeiro de 2018, na casa de re ro Recanto do Sagrado Coração de Jesus, em Fortaleza-CE. O Módulo III trabalha a dimensão carmelitana, desta forma, promovemos um momento propício para o aprofundamento das nossas origens espirituais e carismá cas, conhecendo a história do Carmelo, os documentos concernentes à OCDS e a vida e doutrina de Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz, nossos pais fundadores.

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Congresso Provincial da OCDS

por Branca Camurça Dodt, ocds Comunidade Rainha do Carmelo - OCDS Fortaleza-Ce

A Província de São José OCDS realizou, nos dias de 2 a 5 de novembro de 2017, o XXXIII Congresso Provincial da OCDS, no Centro Teresiano de Espiritualidade, em São Roque, SP com uma grande par cipação das comunidades da província São José e a par cipação de um membro da OCDS, província do sul. “A Iden dade do Carmelita Secular” foi o tema do Congresso que teve como lema: “Os Seculares trazem para a Ordem a riqueza de sua secularidade”. Tudo no congresso contribuiu para que todos os par cipantes vessem uma oportunidade única de reflexão e revisão de sua vida e de sua vocação como Secular. A questão relevante do Congresso foi: como nós seculares podemos contribuir na missão da Ordem, e no projeto de Deus para o mundo. Iniciamos na quinta-feira com a acolhida dos par cipantes. À tarde par cipamos da Missa celebrada por Frei Pierino Orlandini, OCD, superior do Centro Teresiano de Espiritualidade. Após o jantar vemos abertura oficial do Congresso com uma calorosa e fraterna acolhida das Comunidades. Na sequência, vemos o lançamento do livro de formação 2018: Primeiro ano das promessas

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defini vas. Compuseram a mesa, Lurdinha, Rose, Luciano e Fr. João de Deus.


No segundo dia, iniciamos com a Santa Missa com Laudes, presidida por Frei João de Deus, OCD, atual delegado provincial para a OCDS Sudeste/CentroOeste. Após nosso café, os palestrantes Liz Lélis e Gustavo Castro iniciaram os trabalhos da manhã.

“Somos Secular, somos aqueles que vivem no século, no tempo” “Nossa vocação nos leva a viver como cristãos leigos na Ordem Secular do Carmelo na Igreja e no Mundo. Nossos campos de ação são definidos por nosso perfil e vocação. Devemos impregnar de zelo apostólico a oração e a vida em clima de comunidade humana e cristã e manter um compromisso evangelizador”. Na parte da tarde, vemos a palestra de Moisés Rocha que abordou o tema: Sou Carmelita Secular, vivo em Comunidade. Segue alguns trechos:

A Palestra de Liz Lélis abordou o tema: Sou Secular, sou um ser espiritual. Foram destaques da palestra os seguintes pontos: “É preciso um exercício diário para sermos um ser espiritual, sempre buscando o encontro com Deus”. “Nossos documentos devem ser trabalhados como leitura orante. Devemos lembrar sempre da Regra da Vida, que é a expressão original da nossa espiritualidade”. “A leitura e o estudo de nossos Santos, Madre Teresa, São João da Cruz, Santa Teresinha, Santa Edith Stein e tantos outros, nos conduz a realizar um trabalho grandioso para nosso crescimento espiritual. Nossa dimensão espiritual tem todo um caminho a ser percorrido”. Gustavo Castro, segundo palestrante da manhã abordou o tema: Sou Carmelita Secular, sou leigo. Destaque para os seguintes pontos:

“Todos nós Carmelitas Seculares pertencemos a uma família universal, portanto nossa iden dade é universal. A OCDS está no mundo mantendo as peculiaridades de cada local. Temos, portanto, nossa dimensão comunitária, provincial. Aquilo que é nossa vocação é exatamente o que mais exige de nós. A vida comunitária acontece na nossa caminhada fraterna em comunhão com os irmãos”. “A comunidade necessita de obediência, compromisso e disposição. Por estas razões temos nosso Conselho que deve ser obedecido pelos membros, num clima fraterno e de dedicação à vida comunitária. Nós optamos livremente em fazer parte da Ordem, onde fazemos nossas promessas. Somos chamados dentro da nossa liberdade”. À noite, foi apresentada uma retrospec va das Comunidades e Grupos OCDS - Província São José. Com muita alegria, todos recordaram muitos momentos vividos juntos, enquanto família carmelitana. MONTE CARMELO

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Sábado iniciamos o dia com a Santa Missa com Laudes, presidida por Frei Javier Mena, OCD, Definidor para a América La na e Caribe. Após nosso café, fomos ao auditório para dar prosseguimento aos trabalhos. Apresentada por Frei Javier Mena, a palestra versou sobre o tema: Os Seculares trazem para a Ordem a riqueza própria da sua secularidade.

Luciano nos reuniu em duas grandes filas, uma voltada para a outra. Fez uma apresentação, com muita par cipação de todos os presentes, abordando o aspecto jurídico da OCDS. Foi bem interessante e a par cipação de todos facilitou a compreensão dos textos. O texto base foi o Código de Direito Canônico e os tópicos foram os seguintes: Povo de Deus - Dos fiéis; Pessoas Jurídicas; Associação; Ordem Terceira ou Secular: Comunhão e colaboração com os leigos, para um renovado dinamismo espiritual e apostólico; Normas Especiais Sobre Associações de Leigos; O carmelita secular unido à Igreja. As palestras da tarde veram início com Rose Pio o, cujo tema foi: Sou Secular, sou um ser em formação.

Na Estrutura da Ordem qual o lugar e o papel da OCDS? Frei Javier começou lembrando que somos todos da mesma Ordem. Frades, Monjas e Seculares! Nossa Família Carmelitana tem uma grande história e também um grande compromisso. É uma família viva que caminha e se renova, família muito grande que é, ao mesmo tempo, an ga e nova. E tem uma riqueza própria com a vida de cada ramo: Frades, Monjas e Seculares. Frei Javier nos falou sobre a Carta do Padre Geral Frei Sevério OCD, para a Ordem Secular, de 4 de junho de 2017. Aconselhou que esta carta deve ser muito estudada em todas comunidades e grupos OCDS. Ainda ressaltou a necessidade de abrir espaço aos jovens. Nossa Iden dade Carmelita deve ser sempre atra va aos jovens. Depois do intervalo, vemos a palestra de Luciano Dídimo, OCDS, Presidente Provincial OCDS, com o tema: Sou Carmelita Secular, sou Igreja.

“Como acontece a formação? Diz-se que o ser humano é um ser em construção e frequentemente encontramos pessoas ainda em busca, divididas. Com nossa formação, passamos a perceber a vocação e o fato de que ser Carmelita não é privilégio, mas sim responsabilidade. E assumir essa responsabilidade é muito importante em nossa vocação. O que caracteriza uma pessoa vocacionada à OCDS é o compromisso com a Ordem. O Secular tem que ser apaixonado pela vocação. Nossas responsabilidades e obrigações com nossa Ordem fazem parte desse compromisso”. O ciclo de palestra foi encerrado com Frei João de Deus, OCD com o tema: Sou Carmelita Secular, sou missionário a serviço da Igreja e da sociedade humana. Fr. João começou por relembrar: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que encontram com Jesus!” EG.

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Dançamos muito, brincamos mais ainda, ouvindo músicas que mexiam com muitos corações. No domingo, fomos todos assis r a Santa Missa com Laudes.

E que Frei Saverio, nosso Geral, nos pede em sua carta é disponibilidade para a missão, pede que nos coloquemos à disposição da Ordem, onde Deus necessitar de cada um de nós, além de nossas comunidades. Ele nos envia para a Missão. Que cada comunidade possa ler em conjunto essa carta e refle r. Pede ainda que permaneçamos abertos àquilo que Espírito Santo é capaz de suscitar em nós. Terminadas as palestras, vemos um momento muito forte de Celebração com Nossa Senhora, dirigido por Andreia, da Comunidade de Sete Lagoas, MG. Foi um momento marcante e muito comovedor.

Após o café, nos reunimos para a Assembleia Geral e a Palavra do Presidente Luciano Didimo.

À noite, vemos nosso recreio: Anos dourados no mundo e no Carmelo. Música ao vivo perfeita, com um cantor de linda voz, os par cipantes ves dos com roupas próprias a caráter, muitos aperi vos e animação.

E com muita alegria, mais sábios, voltamos para nossas cidades.

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Notícias Notícias das Comunidades/Grupos OCDS COMUNIDADES COMPARTILHAM SUAS ATIVIDADES ATRAVÉS DOS GRUPOS DE WHATSAPP

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Admissão de membros da OCDS de João Pessoa (PB) com a par cipação da OCDS de Camaragibe.

Visita da Conselheira Mônica Dodt à Com. Sta Teresinha do M.J.S.F. – Camaragibe (PE).

Promessas Temporárias no Grupo Santa Teresinha de Patos de Minas - MG.

Grupo São José de Petrópolis /RJ realiza Confraternização de Natal.

Admissão e Promessas Temporárias da OCDS de Maceió (AL) e par cipação da OCDS de Camaragibe (PE).

Fundação do Grupo Caminho do Monte Carmelo em Cachoeiro de Itapemirim (ES).

Fundador da Com. Sta Teresa dos Andes de Belém (PA), João Bosco, recebe homenagem como músico.

Comunidade Sagrada Face de Varginha (MG) comemora 18 anos de sua fundação.

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Comunidade Flor do Carmelo de Santa Teresinha de Fortaleza/CE comemora 02 anos de Fundação

Comunidade São José de Santa Teresa Fortaleza/CE elege novo Conselho para o Triênio 2017/2020.

Comunidades OCDS das cidades de Três Pontas /MG e Varginha/MG fazem re ro com Fr. Pierino, ocd.

Comunidade Santa Teresa de Jesus Belo Horizonte/MG.

Re ro da Comunidade São João da Cruz Ibiapina/CE.

Fundação do Grupo Venerável Maria Felícia de Jesus Sacramentado em Senhor do Bonfim (BA).

Grupo Venerável Maria Felícia de Jesus Sacramentado - Senhor do Bonfim/BA.

Missa de abertura do Ano Nacional do Laicato com par cipação das Comunidades OCDS de Fortaleza.

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Admissão de membro do Grupo Nossa Senhora do Sorriso de Natal (RN)

Grupo Flor do Carmelo de Bauru/SP recebeu a visita de sua Conselheira Haidê.

Convivência de fim de ano da OCDS de Camaragibe (PE)

Comunidade Santa Teresa e Santa Miriam - Franca /SP.

Confraternização Natalina da Comunidade Beata Teresa Maria da Cruz - Macapá / AM.

Confraternização Natalina da Comunidade São José de Santa Teresa – Fortaleza (CE).

Confraternização Natalina da Comunidade Santa Teresinha de Patos de Minas / MG.

Grupo Santa Teresinha, Alma Missionária de Quixadá (CE) promoveu o I Re ro Paroquial e II Encontro de Espiritualidade Carmelitana.

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Re ro do Grupo Elisabete da Trindade de Patos de Minas/MG.

Confraternização Natalina do Grupo Nossa Senhora do Sorriso - Natal / RN.

Confraternização Natalina da Comunidade Rainha do Carmelo - Fortaleza/CE.

Comunidade Alegria da Santa Face Itape niga / SP.

COMUNIDADES COMPARTILHAM SUAS ATIVIDADES ATRAVÉS DOS GRUPOS DE WHATSAPP Os membros da OCDS que desejarem entrar nos grupos de WhatsApp, podem enviar suas solicitações para Luciano Dídimo: (85) 988955966. Grupos de WhatsApp da OCDS da Província São José: · OCDS PROVÍNCIA SÃO JOSÉ

· CARMELO JOVEM

· CASAIS OCDS

NOSSOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, confira... (h p://www.ocdsprovsaojose.com.br/)

h p://ocdsprovinciasaojose.blogspot.com.br/

h ps://www.facebook.com/pages/Ordem-Dos-CarmelitasDescal%C3%A7os-Seculares/132884536754686?ref=hl

COMISSÃO DE ESPIRITUALIDADE Dir-se-ia que na oração és como uma rainha que tem livre acesso ao Rei e que dele podes alcançar tudo o que pedires!" (Santa Teresinha) A Comissão tem a finalidade de interceder e promover a intercessão junto às Comunidades e Grupos por todos os nossos eventos, pelos nossos membros mais necessitados, pelas nossas autoridades, pela Ordem. O e-mail para o envio dos pedidos de oração é: intercessaoocds@gmail.com.

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Eventos

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Sobre o Fórum Diante das maravilhas acontecidas no Fórum STJ 500 anos, realizado em setembro de 2015 em comemoração pelos 500 anos do nascimento Santa Teresa de Jesus, e diante dos diversos pedidos para a realização de um novo Fórum nos mesmos moldes do anterior, a Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares (OCDS) da Província São José - Brasil, em parceria com os frades, decidiu realizar de 15 a 18 de novembro de 2018 o FÓRUM SANTA TERESINHA, com o tema "No coração da Igreja serei o amor". Nosso intuito é de, passados 3 anos do Fórum anterior, reunir novamente a nossa grande família carmelitana com os demais segmentos da Igreja que veneram e amam Santa Teresinha e que bebem da espiritualidade dessa tão querida santa. O evento também tem a finalidade de de divulgar o carisma carmelitano para que mais pessoas possam contemplar e se deliciar com as belezas de nosso jardim florido, mo vados pela carta do nosso Padre Geral Frei Savério Canistrà dirigida à Ordem Secular em junho/2017 onde ele ressalta no item 10 que "o apostolado caracterís co do Carmelo Teresiano é a promoção da vida espiritual (...) Nesse sen do há tantas válidas e importantes inicia vas de colaboração com os outros ramos da Ordem para responder a necessidades muito flagrantes dos nossos tempos, tais como o aprendizado de oração, do silêncio, de uma vida contempla va. Isso permite levar de modo novo a mensagem da salvação segundo o carisma teresiano-sanjuanista.» Assim, a Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares - OCDS da Província São José, em parceria com os frades, organiza com muito carinho mais este Fórum como a tude missionária em agradecimento a Deus pelos 100 anos de sua presença no Brasil. Contamos com a presença de todos que desejam conhecer ou se aprofundar na espiritualidade de Santa Teresinha, Doutora da Igreja!

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Marketing

Lançamento 4º livro de Formação OCDS

PROMESSA DEFINITIVA 1º ano R$ 35,00 (a unidade)

PROMOÇÃO 05 unidades: R$ 150,00 (30,00 cada)

Nova edição revista e atualizada do livro de

2º livro de Formação OCDS

DOCUMENTOS DA OCDS

PROMESSAS TEMPORÁRIAS - 1º ano

1º livro de Formação OCDS

3º livro de Formação OCDS

PREPARAÇÃO PARA ADMISSÃO

PROMESSAS TEMPORÁRIAS - 2º ano

R$ 20,00

R$ 30,00

(a unidade)

(a unidade)

R$ 30,00 (a unidade)

R$ 30,00 (a unidade)

PROMOÇÃO Documentos OCDS 05 unidades: R$ 75,00 (15,00 cada) 10 unidades: R$ 120,00 (12,00 cada)

Formação OCDS I, II e III 05 unidades: R$ 125,00 (25,00 cada) 10 unidades: R$ 220,00 (22,00 cada)

Pedidos: livrosocds@gmail.com. Valor + Frete (Correios)

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NÓS SOMOS IGREJA Leigos protagonistas Sujeitos eclesiais Cidadãos conscientes E atentos aos sinais Nós somos discípulos Evangelizadores Leigos missionários Somos transformadores Atuamos no mundo Sendo corresponsáveis Na missão da Igreja Nós somos povo de Deus Somos sal e somos luz Somos todos Igreja Luciano Dídimo


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