Revista OCDS - Província São José
Mar/Abr de 2018 - N° 157
Monte Carmelo Carta do Padre Geral Fr. Saverio Cannistrà à OCDS na Solenidade de São José Pag. 12
ENTREVISTA Frei Luís Fernando Negrão, OCD
Pag. 10
COMISSÃO DE MISSÃO Carmelo é Missão... Pag. 16
EXPEDIENTE Revista Virtual Monte Carmelo, nº 157 (Mar/Abr de 2018)
SUMÁRIO
03 04 07 08 10 12 16 21 22 24 27
EDIÇÃO: Comissão de Comunicação da OCDS Província São José
EDITORIAL Palavra do Coordenador
COORDENADOR: João Paulo Matias Paiva EQUIPE DE REDAÇÃO: João Paulo Matias Paiva Giovani Carvalho Mendes Luciano Dídimo C. Vieira Rosemeire Lemos Piotto Wilderlânia Lima
SANTO(A) DO MÊS Processo De Tarragona PALAVRA DO PRESIDENTE Deus é e quer ser sempre...
COLABORADORES: Frei Luís Fernando Negrão Moisés da Cruz
VOZ DA IGREJA Mensagem de Páscoa do Papa
REVISÃO EDITORIAL: Artur Viana do Nascimento Neto
ENTREVISTA Frei Luís Fernando Negrão, OCD
ARTE E DIAGRAMAÇÃO: Wilderlânia Lima do Vale
PALAVRA DO PADRE GERAL Carta à OCDS COMISSÃO DE MISSÃO Carmelo é missão... Testemunho RETIRO DE ESPIRITUALIDADE Encontro do Conselho Provincial EVENTO Fórum de Santa Teresinha
ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADES DA ORDEM DOS CARMELITAS DESCALÇOS SECULARES NO BRASIL DA PROVÍNCIA SÃO JOSÉ CNPJ: 08.242.445/0001-90
NOTÍCIAS Comunidades/Grupos OCDS MARKETING Livros de Formação OCDS
Colabore com a edição da nossa Revista enviando suas sugestões, reclamações, notícias, testemunhos, artigos e poesias para: noticiasocds@gmail.com
MONTE CARMELO
Editorial
Wilderlânia Lima do Vale, OCDS Colaboradora da Comissão de Comunicação OCDS
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado. Caros irmãos da OCDS e demais leitores, o Senhor Ressuscitou, aleluia! É com esta alegria que apresentamos a todos vocês mais uma edição da Revista Virtual Monte Carmelo preparada com muito carinho, zelo e dedicação da Comissão de Comunicação OCDS. Neste bimestre (mar/abril) nosso irmão Giovani Mendes, de Fortaleza/CE, nos presenteia com um ar go sobre o Processo De Tarragonana na seção Santo(a) do Mês, tecendo assim uma excelente formação sobre alguns beatos, que deve ser de nosso interesse conhecer, como família carmelitana. Nessa edição também temos uma mensagem de páscoa do nosso querido irmão e Presidente Provincial da OCDS, Luciano Dídimo, nos comunicando que Deus é e quer ser sempre a nossa felicidade! Na seção Voz da Igreja está a mensagem de Páscoa e a Bênção Urbi et Orbi do Santo Padre, Papa Francisco, nos lembrando a importância de comunicarmos a vida e a esperança a par r da experiência com o Ressuscitado. Compar lhamos ainda a oportunidade que vemos de entrevistar Frei Luís Fernando Negrão, Delegado para a OCDS, e poder conhecê-lo um pouco melhor. Logo em seguida nos fala o Padre Geral, Fr. Saverio Cannistrà, através de uma magnífica Carta à OCDS, na Solenidade de São José. Temos uma seção nova e disponibilizada para a Comissão de Missão, onde temos o Testemunho Missionário de uma experiência missionária durante a Semana Santa em Picos-PI. E trazemos ainda um resumo sobre o Re ro de Espiritualidade, que aconteceu em São Roque-SP juntamente com o Encontro do Conselho Provincial da OCDS, um tempo de graça para o Carmelo Teresiano. Não deixem de conferir as No cias das Comunidades e Grupos OCDS, e convidamos a todos a acompanharem os eventos, como os Módulos da Escola de Formação, os prepara vos do Fórum de Santa Teresinha, onde celebraremos os 100 Anos da OCDS no Brasil. Não deixem de realizar as suas inscrições, pois são sempre oportunidades de formação, oração e crescimento espiritual... Dúvidas, crí cas e sugestões de matérias podem ser enviadas pelo email: no ciasocds@gmail.com. Um fraterno abraço e até a próxima edição...
MONTE CARMELO
03
Santo(a) do Mês
Processo De Tarragona por Giovani Mendes, ocds Comunidade Flor do Carmelo de Sta Teresinha Fortaleza/Ce
Beato Carlos de Jesus Maria (Carlos Barrufet Tost), irmão carmelita (nascido em 09 de abril de 1888, em Selva del Campo (Campo de Tarragona), morto em 12 de agosto de 1936, em Reus (Baixo Campo). Estudante dos Clare anos, desde jovem já manifestou seu desejo de ser religioso. Era piedoso, de caráter tranquilo, amável e serviçal. Em 13 de setembro de 1907 tomou hábito no convento dos carmelitas descalços de Tarragona. Professou em 06 de janeiro de 1912 e foi des nado à comunidade de Barcelona, onde permaneceu durante toda sua vida religiosa, exercendo o o cio de cozinheiro, enfermeiro e porteiro. Em julho de 1936, pode escapar do assalto ao convento ves do de secular e se escondeu em uma casa de uma família conhecida. Graças a um salvo conduto que lhe facilitou uma pessoa a qual ele havia ajudado, voltou a seu povoado natal, para visitar a três sobrinhas das quais era o tutor. Aconselharam-no que se escondesse, porém, não o fez para não comprometer a sua família. No dia 12 de agosto, foi de do e enquanto o levavam em um caminho até Reus, na metade do caminho, próximo de Mas Roig, o mataram. Foi reconhecido e enterrado em uma vala comum do cemitério de Reus.
04
MONTE CARMELO
Beato Ângelo de São José (Juan Fort Rios), irmão carmelita (nascido em 27/10/1886, em Espluga de Francolí (Conca de Barberá), foi morto em Tarragona em 25/07/1936. Foi seu confessor o carmelita descalço Frei Francisco da Soledade, que, sem dúvidas, muito influenciou em sua vocação à vida religiosa. Enviado aos Estados Unidos, concretamente a Tucson (Arizona), onde professou aos 35 anos, se dedicou especialmente à pastoral juvenil e fundou um clube religioso para os jovens. Em 1934, regressou ao convento de Tarragona, onde servia como porteiro. Em 21 de julho de 1936, saiu do convento e se refugiou primeiro em um armazém e logo depois foi para a casa de um irmão da Ordem Secular onde encontrou o Pe. Vicente de la Creu. Em 25 de julho, ambos foram de dos pelos milicianos comunistas e levados para as docas de Tarragona, onde os mataram.
Beato Damião da San ssima Trindade, irmão carmelita (Damián Rodríguez Pablos), nascido em 18 de maio de 1896, em Pedroso de Armuña (Salamanca), falecido em 11 de novembro de 1936, em Torredembarra (Tarragona). Depois de uma curta carreira militar, ingressa no convento de Tarragona, onde passará toda sua vida religiosa. Teve a seu cargo o Centro de Propaganda de Santa Teresinha, tendo sido também porteiro e sacristão. Viveu com grande intensidade sua consagração religiosa, com uam notável vida interior, segundo se pode constatar em suas cartas que escreveu, especialmente para sua família. Em 21 de julho de 1936, antes do assalto dos milicianos comunistas ao convento, se refugiou com Pe. Felipe em uma casa da Rambla Vella, onde, mais adiante, também acolhem ao Pe. Pedro de Santo Elias. Em 06 de agosto os descobrem, são de dos e enviados ao barco prisão “Rio Segre”. Em 11 de novembro, foi fuzilado junto com outras pessoas no cemitério de Torredembarra, sendo seu corpo lançado com os outros már res em uma vala comum.
Beato Vicente da Cruz (Vicente Gallen Ibáñez), presbítero carmelita descalço, nasceu em 29 de setembro de 1908, em Vallat (Castellón) e foi morto em 25 de julho de 1936, em Tarragona. Desde pequeno, sua família foi viver em Badalona. Alí, ingressou no colégio preparatório dos carmelitas e iniciou, mais tarde, sua formação religiosa. Tinha 22 anos quando foi enviado aos Estados Unidos, onde foi ordenado sacerdote na Universidade Católica de Washington. Após uma breve estada em Tucson (Arizona), voltou a Tarragona como professor. Dispensava uma atenção especial à liturgia e nha uma grande dedicação pelos meninos e aos pobres. Deixou alguns escritos sobre temas carmelitanos. Em julho de 1936, refugiou-se na casa de um irmão da Ordem Secular, onde mais tarde se refugiou, também, o irmão Ângelo de São José. Poucos dias depois, ambos foram de dos e levados ao barco prisão, porém, tão logo chegados lá, os fuzilaram.
MONTE CARMELO
05
Beato José Cecílio de Jesus Maria (José Alberico Lluch), irmão carmelita. Nascido em 07 de fevereiro de 1865, em Benicarló (Castellón), morto em 11 de novembro de 1936, em Torredembarra (Tarragona). Fez o noviciado e professou em Deserto de las Palmas. Entre outras a vidades, se dedicou aos enfermos e a recolher esmolas para a manutenção do colégio carmelita. Foi conventual de Valencia, Matanzas (Cuba), Caravaca, Burriana e Castellón. No início da guerra civil estava no convento de São Clemente e fugiu para refugiar-se na casa de seus pais em Benicarló. De do em Viñaroz, foi enviado ao barco prisão “Rio Segre”, no porto de Tarragona, onde se encontrou com outros carmelitas. Ali, renovou seus votos nas mãos do Padre Felipe. Com seus companheiros, em 11 de novembro de 1936, foi fuzilado no cemitério de Torredembarra.
Beato Pedro de Santo Elias (Pedro de Eriz Eguiluz), presbítero carmelita descalço, nasceu em 22 de fevereiro de 1867, em Barajuén (Álava), morto em 11 de novembrode 1936 em Torredembara (Tarragona). Desde muito jovem trabalhou como mineiro e, com 21 anos, entrou no Carmelo. Terminada sua formação e depois de diferentes des nos, foi enviado ao México onde fundou os conventos de Durango Y Mazatlán e exerceu a função de visitador geral. Alí impulsionou a fundação das Carmelitas Missionárias de Santa Teresa. Também fundou nos Estados Unidos (Winkelman, Heyden e Sonora). Reedificou a Igreja de Morenci, no Arizona e trabalho também na paróquia de Florence. No ano de 1916, regressou a Durango onde residiu até seu traslado à Catalunha, onde foi eleito definidor. Em Tarragona foi mestre de noviços. Aqui lhe surpreenderam os fatos do ano 1936. Fugiu do convento e encontrou refúgio na casa de uns amigos, onde já estavam o Padre Felie e o Irmão Damião. Todos eles foram de dos e encarcerados no barco prisão “Rio Segre”. Em 11 de novembro, foram fuzilados no cemitério de Torredembarra. Posteriormente, seus restos foram transladados para os carmelitas descalços de Tarragona.
Beato Elípio de Santa Teresa (Felipe Arce Fernández), presbítero carmelita, nascido em 16 de outubro de 1878, em Arroyo de Valdivielso (Burgos), morto em 11 de novembro de 1936, em Torredembarra (Tarragona). Professou aos 19 anos e foi ordenado sacerdote aos 25 anos. Transferido para a Catalunha mais adiante, passou a Tarragona, onde foi prior da comunidade em vários triênios, mestre de noviços e diretor do Centro de Propaganda de Santa Teresinha. Destacou-se sempre por sua humildade. Em 21 de julho de 1936, se refugiou, junto com o Frei Damião (irmão leigo) em uma casa da Rambla Vella. Mais adiante, se lhes juntou o Padre Pedro de Santo Elias. Descobertos em 06 de agosto, foram transferidos ao barco prisão “Rio Segre”. Em 11 de novembro, foram fuzilados no cemitério de Torredembarra.
06
MONTE CARMELO
Palavra do Presidente
Deus é e quer ser sempre a nossa felicidade! Este é o dia que o Senhor fez: seja para nós dia de alegria e de felicidade. (Sl 11, 24) por Luciano Dídimo, ocds Presidente Provincial da OCDS - Província São José Comunidade São José de santa Teresa - Fortaleza-CE
Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! Ao contrário, sua sa sfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e noite. É como árvore plantada à beira de águas correntes: Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele faz prospera! (Sl 1, 1-3) Celebrar a Páscoa é celebrar a alegria da ressurreição de Jesus, é celebrar a vida em plenitude que só se encontra em Deus, é celebrar a presença de Deus vivo agindo em nossas vidas, é celebrar a nossa felicidade que é o próprio Deus! Celebrar a Páscoa é colocar Cristo como centro de nossas vidas. A felicidade do cristão, a felicidade do carmelita secular, a felicidade de qualquer pessoa é a centralidade de Cristo. As Cons tuições da OCDS são exigentes quanto a essa centralidade: Cristo é o centro da vida e da experiência cristãs. Os membros da Ordem Secular são chamados a viver as exigências de seu seguimento em comunhão com ele, aceitando seus ensinamentos e entregando-se a sua pessoa. Seguir Jesus é par cipar em sua missão salvífica de proclamar a Boa Nova e de instaurar o Reino de Deus (Mt 4,18-19). Há diversos modos de seguir Jesus: todos os cristãos devem segui-lo, fazer dEle a norma de sua vida e estar dispostos a cumprir três exigências fundamentais: colocar os vínculos
familiares abaixo dos interesses do Reino e da pessoa de Jesus (Mt 10,37-39; Lc 14,25-26); viver o desapego das riquezas para demonstrar que a chegada do Reino não se apoia em meios humanos e sim na força de Deus e na disponibilidade da pessoa humana diante dEle (Lc 14,33); levar a cruz da aceitação da vontade de Deus manifestada na missão que Ele confia a cada um (Lc 14,271; 9,23). (Cons tuições da OCDS, art 10) De fato, parece ser muito di cil conseguirmos essa centralidade, pois precisamos colocar Deus como prioridade em tudo, viver o total desapego e a obediência à vontade de Deus em nossa vidas, principalmente em relação à missão que Ele confia a cada um de nós! Na nossa pequenez e miséria, não conseguimos a ngir a perfeição dessa exigência, mas pela graça do próprio Deus, à medida em que vamos confiando em seu amor, em seu perdão e em sua misericórdia, podemos ir experimentando Sua ação poderosa em nossas vidas e na vida de nossos irmãos! E essa é a nossa felicidade! Felicidade que não se compra, não se conquista, não se adquire! Deus é e quer ser sempre a nossa felicidade! Por amor da casa Senhor, nosso Deus, pedirei para a felicidade. (Sl 121, 9) MONTE CARMELO
07
Voz da Igreja
Mensagem de Páscoa e Bênção Urbi et Orbi
Papa Francisco no Balcão Central da Basílica de São Pedro Domingo, 20 de abril de 2014 «Christus surrexit, venite et videte». Amados irmãos e irmãs, boa Páscoa! Ressoa na Igreja espalhada por todo o mundo o anúncio do anjo às mulheres: «Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou (…). Vinde, vede o lugar onde jazia» (Mt 28,5-6). Este é o ponto culminante do Evangelho, é a Boa Nova por excelência: Jesus, o crucificado, ressuscitou!Este acontecimento está na base da nossa fé e da nossa esperança: se Cristo não vesse ressuscitado, o cris anismo perderia o seu valor; toda a missão da
08
MONTE CARMELO
Igreja via esgotar-se o seu ímpeto, porque dali par u e sempre parte de novo. A mensagem que os cristãos levam ao mundo é esta: Jesus, o Amor encarnado, morreu na cruz pelos nossos pecados, mas Deus Pai ressuscitou-O e fê-Lo Senhor da vida e da morte. Em Jesus, o Amor triunfou sobre o ódio, a misericórdia sobre o pecado, o bem sobre o mal, a verdade sobre a men ra, a vida sobre a morte. Por isso, nós dizemos a todos: «Vinde e vede». Em cada situação humana, marcada pela fragilidade, o pecado e a morte, a Boa Nova não é apenas uma palavra, mas é um testemunho de amor gratuito e fiel:é sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é permanecer junto de quem a vida feriu, é par lhar
com quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente,é idoso ou excluído… «Vinde e vede»: o Amor é mais forte, o Amor dá vida, o Amor faz florescera esperança no deserto. Com esta jubilosa certeza no coração, hoje voltamonos para Vós, Senhor ressuscitado! Ajudai-nos a procurar-Vos para que todos possamos encontrar-Vos, saber que temos um Pai e não nos sen mos órfãos; que podemos amar-Vos e adorarVos. Ajudai-nos a vencer a chaga da fome, agravada pelos conflitos e por um desperdício imenso de que muitas vezes somos cúmplices. Tornai-nos capazes de proteger os indefesos??, sobretudo as crianças, as mulheres e os idosos, por vezes objeto de exploração e de abandono. Fazei que possamos cuidar dos irmãos a ngidos pela epidemia de ébola na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, e daqueles que são afetados por tantas outras doenças, que se difundem também pela negligência e a pobreza extrema.
audácia de negociar a paz, há tanto tempo esperada. Pedimo-Vos que conforteis as ví mas das violências fratricidas no Iraque e sustenteis as esperanças suscitadas pela retomada das negociações entre israelitas e pales nianos. Imploramo-Vos que se ponha fim aos combates na República Centro-Africana e que cessem os hediondos ataques terroristas em algumas zonas da Nigéria e as violências no Sudão do Sul. Pedimos-Vos que os ânimos se inclinem para a reconciliação e a concórdia fraterna na Venezuela. Pela vossa Ressurreição, que este ano celebramos juntamente com as Igrejas que seguem o calendário juliano, vos pedimos que ilumine e inspire as inicia vas de pacificação na Ucrânia, para que todas as partes interessadas, apoiadas pela Comunidade internacional, possam empreender todo esforço para impedir a violência e construir, num espírito de unidade e diálogo, o futuro do País. Pedimo-Vos, Senhor, por todos os povos da terra:Vós que vencestes a morte, dai-nos a vossa vida, dai-nos a vossa paz!
Consolai quantos hoje não podem celebrar a Páscoa com os seus entes queridos porque foram arrancados injustamente dos seus carinhos, como as numerosas pessoas, sacerdotes e leigos, que foram sequestradas em diferentes partes do mundo. Confortai aqueles que deixaram as suas terras e migrando para lugares onde possam esperar um futuro melhor, viver a própria vida com dignidade e, não raro, professar livremente a sua fé. Pedimo-Vos, Jesus glorioso, que façais cessar toda a guerra, toda a hos lidade grande ou pequena, an ga ou recente! Suplicamo-Vos, em par cular, pela Síria, para que quantos sofrem as consequências do conflito possam receber a ajuda humanitária necessária e as partes em causa cessem de usar a força para semear morte, sobretudo contra a população inerme, mas tenham a
MONTE CARMELO
09
Entrevista
Frei Luís Fernando Negrão, OCD (Frei Luís Fernando da Virgem do Carmo)
1. Frei Luís Fernando, é com grande alegria que a Comissão de Comunicação está aqui para entrevistá-lo. Nós gostaríamos de conhecê-lo melhor e, por isso, pedimos que se apresente para nós e nosso público. Fale um pouco do senhor, sua família, suas origens. Eu me chamo Frei Luís Fernando Negrão (Frei Luís Fernando da Virgem do Carmo), nasci em 11 de dezembro de 1971 na cidade de São Manuel, localizada no interior do Estado de São Paulo. Meus pais se chamam Luiz e Mercedes, tenho somente um irmão que se chama Luís Alberto. Nasci e cresci numa família cristã, desde muito cedo aprendi a rezar e ir à igreja. A devoção à San ssima Virgem me foi transmi da pela minha avó materna, a qual eu acompanhava em suas romarias a um Santuário Mariano, localizado em Aparecida de São Manuel. 2. Gostaria que nos contasse como aconteceu o chamado de Deus em sua vida, como descobriu o Carmelo Descalço e como foi sua caminhada vocacional na Ordem. Meu chamado à vocação sacerdotal ocorreu quando nha 15 a n o s d e i d a d e , f r u to d e u m ambiente e contexto que eu já vivia desde pequeno. Logo depois que fiz a Primeira Eucaris a, comecei a par cipar muito da Igreja. Fui crescendo e me envolvendo cada vez mais: era acólito, par cipava da Legião de Maria e auxiliava na catequese. Pra camente, passava o final de semana todo envolvido com os trabalhos na igreja. Tinha contato com os padres Missionários da Consolata (os quais
10
MONTE CARMELO
até hoje são responsáveis pela Paróquia de São Manuel) e com os seminaristas também. Próximo à casa de meus pais, estava o Seminário dos Missionários da Consolata e o Santuário de Santa Teresinha, uma grande e bela igreja construída pelos Missionários da Consolata em homenagem à Padroeira das Missões. Posso dizer que cresci ao redor desse Santuário, onde fiz minha Primeira Eucaris a e também fui Crismado. O momento marcante do meu chamado ocorreu no mês de Agosto, dias antes da solenidade da Assunção da Virgem Maria, durante a novena preparatória para a solenidade. Desse dia em diante, sen uma grande inquietação e logo procurei um dos padres da Consolata para expor meu desejo, que foi acolhido de imediato. Logo fiz o encontro vocacional e, no ano seguinte,
ingressei nos Missionários da Consolata. Com eles, terminei o segundo grau em Cascavel – PR e fui fazer Filosofia em Curi ba – PR, onde estudávamos na mesma Faculdade que os Frades Carmelitas Descalços e também éramos vizinhos no mesmo Bairro. Foi então que conheci o Carmelo Descalço e logo me encantei pelo carisma carmelitano. Concluí o primeiro ano de Filosofia e, no ano seguinte fui recebido no Carmelo para fazer o Postulantado em Cara nga – MG. Fiz Noviciado em São Roque – SP e a primeira profissão em fevereiro de 1994.Terminei o curso de Filosofia e cursei Teologia no ISTA (Ins tuto Santo Tomás de Aquino), em Belo Horizonte - MG. Em outubro de 1998, fiz Profissão Solene, em março de 1999, fui Ordenado Diácono e em 12 de dezembro de 1999, fui Ordenado Presbítero na P a r ó q u i a S a n t a Te r e s i n h a (Higienópolis), em São Paulo. Além dos estudos de Filosofia e Teologia, fiz Especialização em Teologia Pastoral (1999 – PUC Minas); Especialização em Liturgia (2002 – Pon cia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção – SP); M e s t r a d o e m Te o l o g i a c o m Especialização em Liturgia (Conclusão em 2005 – Pon cia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção – SP); Especialização em Espiritualidade (2014-2015 – CITES / Universidade Católica de Ávila – Espanha). Durante os anos de 2008 a 2010, lecionei as disciplinas de Liturgia Fundamental e Liturgia Sacramental na PUC Minas e no ISTA – Belo Horizonte MG. Na O r d e m exe r c i a s f u n çõ e s d e Ecônomo, Vigário Paroquial,
Pároco e Conselheiro. Atualmente sou conventual em Marechal Deodoro – AL, prestando assistência aos Carmelos do Nordeste e Delegado Provincial para a OCDS Norte/Nordeste e Centro Oeste. 3. Quais as suas expecta vas para este triênio como delegado para a OCDS? Minhas expecta vas são as melhores possíveis. Espero poder ajudar à OCDS sempre que for solicitado para re ros, cursos, reuniões, convivência fraterna, levando em consideração as distâncias e outros contratempos que possam ocorrer. Espero poder crescer com as experiências de cada uma das comunidades da OCDS, pois sempre há um dar e receber, todos temos algo para oferecer e par lhar. A experiência dos outros sempre nos acrescenta algo. Nossa espiritualidade é uma grande riqueza a ser par lhada e transmi da. 4. Frei Luís Fernando, estamos vivendo um ano dedicado ao Laicato. O senhor poderia nos falar um pouco sobre o protagonismo dos cristãos leigos e leigas como sujeitos em uma Igreja em saída e como o Carmelita Secular pode vivenciar esse protagonismo. Gostaria de citar aqui um trecho da Cons tuição Dogmá ca Lumen Gen um (LG 33) do Concílio Va cano II: “O apostolado dos leigos é par cipação na própria missão salvífica da Igreja. A este apostolado todos são des nados pelo próprio Senhor através do ba smo e da confirmação. Os sacramentos, principalmente a Sagrada Eucaris a, comunicam e alimentam a caridade para com Deus e para com os homens, a alma de todo apostolado. Os leigos, porém, são especialmente chamados para tornarem a Igreja presente e operosa naqueles lugares e circunstâncias onde apenas através deles ela pode chegar como sal da Terra. Assim todo leigo, em virtude dos próprios dons que lhe foram conferidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da própria missão da Igreja 'na medida do dom de Cristo' (Ef 4,7)”. Este ano dedicado ao Laicato surge como oportunidade para relembrar, reacender a missão dos leigos e das leigas em nossa sociedade. Missão esta que já foi tão bem elaborada pela Lumen Gen um, especialmente no trecho em que acabei de citar. Missão, protagonismo de ser sal da Terra em todos os lugares e circunstâncias onde somente vocês leigos e leigas podem chegar. O ser Carmelita Secular torna a missão, o protagonismo ainda mais vivo e atuante, pois está enriquecido pelo carisma de uma Ordem Religiosa que busca uma profunda experiência/encontro com Deus. Essa
experiência/encontro com Deus o interpela a sair de si mesmo e ir ao encontro daqueles que estão tão necessitados da presença de Deus em suas vidas. O Carmelita Secular descobriu um caminho para o encontro/experiência com Deus e quer compar lhálo com todos aqueles que o rodeiam. 5. Esse ano comemoraremos o centenário da presença da OCDS no Brasil. Pergunto-lhe, enquanto delegado provincial, o que a Província São José espera de nós OCDS, e de que forma, segundo nossa vocação à vida secular, nós podemos contribuir mais com a missão do Carmelo. Primeiramente, nos unimos e nos colocamos em uma a tude de ação de graças a Deus por estarmos podendo vivenciar este centenário. Acredito que o que esperamos de vocês, nossos irmãos e irmãs do Carmelo Secular, é que sejam, em todos os lugares e circunstâncias que es verem, presença amorosa de Deus através de sua maneira de ser e agir. Ser anunciadores das “Misericórdias de Deus”, desse Deus que nos ama sem medidas e quer relacionar-Se conosco, quer estar conosco, caminhar ao nosso lado. 6. Somos imensamente gratos por sua disponibilidade. Gostaríamos que deixasse uma mensagem para os leitores da Revista Virtual Monte Carmelo. Queridos irmãos e irmãs no Carmelo, sejamos amigos fortes de Deus, com o coração e a vida totalmente abertos para a ação de Deus, para que Ele possa nos modelar, nos transformar a cada dia. Tomemos como modelo a Bem-aventurada Virgem Maria, nossa Mãe, que deu seu sim total a Deus e permaneceu fiel a esse sim por toda a sua vida. Que Deus vos abençoe hoje e sempre. Amém!
MONTE CARMELO
11
Palavra do Padre Geral
Carta do Padre Geral Fr. Saverio Cannistrà à OCDS na Solenidade de São José
‘‘Queridos irmãos e irmãs da Ordem Secular, Com a alegria que vem do Senhor, escrevolhes neste dia em que festejamos São José, o "providencial protetor de nossa Ordem" (Cons tuições OCD 52). O evangelho de Mateus o qualifica como "justo" (Mt 1, 19), fiel à vontade de Deus e aos ensinamentos da Sagrada Escritura e, por isso, sábio. Como tal, está atento aos sinais de Deus na história, para atuar de acordo com a vontade do Senhor. Mateus nos apresenta São José, que obedece com docilidade e pron dão (cf. Mt l, 24; 2, 1316.19-23), seguindo o exemplo da Virgem Maria. Assim, com uma missão única na história da salvação, José exerceu com presteza e fidelidade a tarefa que lhe foi confiada de custodiar a Virgem e o Menino Jesus. Diante dessas a tudes de São José e tendo em conta o tema do Sínodo dos Bispos deste ano, gostaria de refle r com vocês nesta carta sobre alguns aspectos importantes da iden dade da vocação à OCDS. Na complexa realidade em que vivemos atualmente, não podemos perder-nos em aspectos secundários da vocação, com o risco de mesclá-la a tendências espirituais estranhas, às vezes nem mesmo cristãs. Quisera somente recordar alguns "pontos básicos" de referência, que, espero, possam ajudá-los a ser fiéis à sua vocação ao Carmelo Secular. l. Todos nós experimentamos que a mudança de época na qual vivemos produz
12
MONTE CARMELO
rápidas e profundas transformações em nossas sociedades. Nosso tempo é caracterizado por uma grande variedade, quan dade e velocidade das informações que recebemos a cada instante. Muitas vezes, somos incapazes de aprofundar e ficamos em um nível superficial de conhecimento das coisas e da relação com o outro. Acrescentam-se a isso os problemas polí cos e econômicos de tantos países onde abundam a corrupção e a violências, as guerras, as migrações, a insegurança urbana, a fome etc. Em resumo: movemo-nos numa realidade mul cultural e secularizada, repleta de conflitos: pluralista do ponto de vista religioso. Tudo isso provoca em nós a sensação de não ter referências seguras e estáveis sobre as quais nos orientar; é uma realidade "líquida" e mutável, fonte de constante insegurança. Por outro lado, também dentro de algumas comunidades da Ordem, com a desagregação por falta de coesão interna, o envelhecimento de seus membros, os conflitos causados por diferentes concepções do carisma ou pelo apego ao poder ou por divergências sobre aspectos superficiais (como, por exemplo, os sinais de pertença à OCDS), se está acusando e debilitando o sen do de pertença, levando às vezes ao abandono. Tudo isso contradiz o sen do da existência das comunidades e de sua missão. Ter clareza da própria iden dade e de seus elementos fundamentais permite enfrentar a realidade interna e externa com valen a e parresia, e torna possível viver o chamado à OCDS com a determinação profé ca de quem caminha com decisão para "o alto do Monte, que é Cristo", como "testemunhas da presença de Deus" (CC 25) em meio ao seu povo.
2 . U m e l e m e n to c o m u m , f u n d a m e n ta l n a compreensão da iden dade de todos os membros da Ordens é a consciência de ser membro da Igreja, povo de Deus e mistério de comunhão (cf. LG cap. II; ChL 8). Como católicos e carmelitas, somos chamados a viver "em obséquio de Cristo" (Regra 2), graças à pertença eclesial, fundada no Ba smo e na Confirmação e alimentada constantemente pela Eucaris a e pela graça dos demais sacramentos. Mais especificamente ainda, a vocação de vocês como cristãos leigos no Carmelo teresiano é caracterizada pela "secularidade". E o chamado a seguir Jesus no meio do mundo, a viver e testemunhar aí os valores do Evangelho em "amizade com Aquele que sabemos que nos ama" (V 8, 5), servindo a Igreja e ordenando as realidades temporais segundo a vontade de Deus (cf. LG 31; ChL 15; CC 3). Desenvolver com a tude de fé, esperança e caridade as tarefas diárias na família, no trabalho e em outras realidades culturais e sociais permite que vocês vivam a constante união com Deus e, portanto, san fiquemse. Isso é possível, recordamos, graças à par cipação nos três o cios de Cristo sacerdote, profeta e rei (cf. LG IO. 34.36; ChL 14; cf. CC Proêmio; 1).
3. Em segundo lugar, dentro da Ordem dos Carmelitas Descalços, o Carmelo Secular tem um vínculo histórico com os religiosos (cf. CC 2). O reconhecimento desse vínculo por parte do Magistério confere-lhe estabilidade do ponto de vista jurídico. As Cons tuições OCDS afirmam que vocês fazem parte do núcleo da Ordem, junto com as monjas e os frades: "são filhos e filhas da Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de Santa Teresa de Jesus" e "compar lham com os religiosos o mesmo carisma" (CC Proêmio; l). MONTE CARMELO
13
Além disso, a OCDS foi reconhecida e aprovada pela Igreja como associação pública de fiéis (cf. CC 37; CIC c a n . 3 0 3 ) , e m v i r t u d e d a q u a l vo c ê s tê m personalidade jurídica, que os cons tui sujeitos com direitos e deveres na Igreja (CC 40; CIC cân. 116. 113. 301-315). Embora dependam juridicamente dos frades carmelitas descalços (CC 41), vocês gozam de autonomia no governo e na formação, tal como foi estabelecido pelos documentos que regem a OCDS. Por úl mo, como recordei na carta que lhes dirigi ano passado, vocês são chamados a viver em colaboração com a missão da Igreja e da Ordem em suas diversas expressões, especialmente no campo da promoção da vida espiritual (cf. CC 25-28).
29) e ensina a ver e a cantar suas ações na história (cf. LC I, 46-55). Com ela, São José é mestre de oração (cf. V 6, 6-8): seu silêncio vigilante nos ensina a estar atentos às necessidades dos outros. Ademais, a vida de oração, segundo a doutrina teresiana e sanjuanista, exige a prá ca das virtudes, convida cada um a viver a oração pessoal e litúrgica como amizade com Jesus. Para a Santa Madre, de fato, viver em amizade com Ele significa amá-lo e tentar tê-lo sempre ao nosso lado, recordando-nos com frequência e afetuosamente — que estamos em sua presença, inclusive em meio às tarefas co dianas (C 26, 2; V 22, 7; F 5, 16). São a tudes que coincidem com aquelas que nos recomenda São João da Cruz: a advertência amorosa de Deus (2 Subida 14, 6; 15, 2.4-5; IN 10, 4), a vigilância na fé, esperança e caridade (cf. CC 8). Portanto, a oração — segundo o ensinamento de nossos santos deve ter sólidos fundamentos, como a casa construída sobre a rocha (cf. Mt 7, 24-26; cf. 5M_ 2, 3-6). Estes breves apontamentos sobre a doutrina da oração nos recordam a importância de levá-la a sério na vida pessoal e o compromisso de encontrar espaços de tempo para estar em silêncio com o Senhor. O mesmo vale para as comunidades, que têm que reservar espaços de tempo para a meditação em seus encontros, permanecendo juntos em silêncio diante do Senhor.
4. Outro aspecto, fundamental para a formação, crescimento e amadurecimento da iden dade vocacional, vem da oração em suas múl plas manifestações (cf. CC 35). Santa Teresa a estabeleceu como "pilar e exercício fundamental de sua família religiosa" (CC 17). A vida de oração, em par cular com a lec o divina, faz compreender o sen do da vida e dos acontecimentos da história com os olhos de Deus, como também que "todo o mal do mundo provém de não conhecer com clareza as verdades da Sagrada Escritura" (V 40, 1). Antes de tudo, pelo exemplo e os ensinamentos de Jesus aprendemos a ser filhos e a rezar com confiança ao Pai (cf. Mt 6, 5-15). A Santa Madre recomenda aprender de sua boca divina (cf. Caminho 26, 10). Ao lado de Jesus, temos o exemplo de Maria, que meditava todos os acontecimentos em seu coração (cf. LC 2, 19. 52). Ela é o "modelo de fidelidade na escuta do Senhor" (CC 4) "na Escritura e na vida" (CC
14
MONTE CARMELO
Assim, a par r das raízes profundas do encontro pessoal com Ele, pode-se par lhar com os outros o próprio caminho espiritual (cf. CC 18; 24 c). Nessa par lha encontra-se a ajuda necessária para desenganar-se em relação às atrações do mundo e ser dóceis a Deus, como escrevia a Santa Madre sobre os que verdadeiramente se amam em Cristo (cf. V 16, 7).
5. Por úl mo, como parte igualmente importante, gostaria de destacar outro aspecto, que deriva do que acabamos de recordar: a comunhão fraterna em relação com a iden dade da OCDS. É um tema de par cular importância, dado que o individualismo é percebido com mais força e isola as pessoas, atentando contra seu ser social mais profundo, que é a imagem da Trindade. A vida fraterna já foi posta em destaque no capítulo 3 B, recentemente incluído nas Cons tuições de vocês, aí temos uma síntese dos elementos doutrinais e do carisma teresianosanjuanista para a vida em comunidade no Carmelo secular. Na Ra o, diz-se que as comunidades são chamadas a "encarnar a iden dade carmelitana no mundo de hoje e no serviço que essa iden dade presta a Deus, à Igreja, à Ordem e ao mundo" (Ra o Ins tu onis 3). Aqui aparece o aspecto dinâmico da iden dade, pelo qual as comunidades são chamadas a um constante esforço de atualização e adaptação aos tempos e aos lugares onde se encontram. Esse aspecto dinâmico do carisma permite não cair em formalismos baseados em aspectos secundários o u e m t ra d i çõ e s fe c h a d a s e m s i m e s m a s , frequentemente obsoletas ou estranhas, sem significado para as pessoas de hoje.
Por isso, é necessário um forte sen do de pertença, um exercício atento de fidelidade cria va e de responsabilidade por parte de cada membro na vida da comunidade (cf. CC 24 c). Aqui estão, queridos irmãos e irmãs, algumas reflexões que me parecia importante propor-lhes no momento atual em que vivemos. Os aspectos indicados, se vividos com seriedade e compromisso, permi rão viver a vocação na OCDS com fidelidade e dar passos com qualidade e constância, animados pela presença misteriosa do Senhor que caminha conosco. Ele, que sustentou São José em sua missão e exortouo a "não temer" (Mt l, 20), hoje faz o mesmo conosco. E a Santa Madre Teresa repete: "Todo tempo é bom para Deus, quando quer fortalecer com suas graças aos que o servem com fidelidade" (Fundações 4, 5). Peçamos ao Espírito Santo que nos dê luz e nos leve a ser hoje sinal da presença de Deus no mundo. Que o exemplo da Virgem do Carmo, de São José e de nossos santos nos ajude a viver e a custodiar fielmente a vocação ao Carmelo teresiano como seguidores de Cristo, para poder transmi -Ia aos que vierem depois de nós.
O Papa, em Evangelli Gaudium, exortou-nos a sair do "cômodo critério pastoral do 'sempre se fez assim', sem ser valentes e cria vos na tarefa de repensar os obje vos, as estruturas, os es los e os métodos evangelizadores das próprias comunidades" (EG 33).
Queridos irmãos e Irmãs, aos meus melhores desejos de Páscoa para suas famílias e comunidades une-se minha oração para que o Ressuscitado os renove em seu mistério pascal e lhes conceda ser, em todo lugar, luminosos de seu amor. Confiando-me também às orações de vocês, peço ao Senhor que os abençoe.
Para escapar aos possíveis desvios e não converter o carisma da Ordem em uma "múmia de museu" (para u lizar outra expressão do Papa Francisco) e ser fiéis às finalidades das comunidades, é importante encontrar o modo de tornar compreensível a espiritualidade do Carmelo teresiano hoje, abrindonos com coragem à ação do Espírito.
Roma, 19 de março de 2018 Solenidade de São José, patrono da Igreja
MONTE CARMELO
15
Comissão de Missão
Carmelo é missão... por Moisés da Cruz, ocds Coordenador da Comissão de Missão da OCDS Grupo Santa Teresinha, Alma Missionária - Quixadá-CE
Queridos irmãos e irmãs no Carmelo, nesta edição estamos inaugurando uma coluna na nossa revista que é do interesse de todos que fazem parte deste grande jardim que é o Carmelo. Como o próprio tulo da coluna diz, isso mesmo A MISSÃO. Esta coluna quer servir de animação para as a vidades missionárias que acontecem em nossas comunidades e/ou grupos de maneira cole va ou individual. Queremos tanto trazer luzes para as várias a vidades que nossos irmãos desenvolvem, como es mular para que mais irmãos e comunidades se abram à dimensão missionária. Como filhos legí mos de tão grande mãe e fundadora, Teresa de Jesus, deixemos arder em nós a chama que deseja levar aos irmãos o amor que experimentamos em nossa vocação. A coluna será man da por você, envie para nós seu testemunho, sua experiência, pode também enviar sua dúvida. Que esse seja um espaço de diálogo fraterno. Queremos estar perto de você, queremos nos fazer um com você em sua ação missionária. Este apelo da Igreja que é o apelo do Evangelho. E para inaugura nosso espaço temos, nessa edição, o testemunho de nossa irmã Wirderlânia, da Comunidade São José de Santa Teresa, da cidade de Fortaleza, que na úl ma Semana Santa fez uma belíssima experiência missionária no estado vizinho o Piauí. Que a experiência dela toque seu coração e que possamos rezar por todos os missionários, porque o Carmelo é missão
Testemunho Missionário Dar tudo pelo tudo! (São João da Cruz)
Wilderlânia Lima, ocds Comunidade São José de Santa Teresa - Fortaleza-CE Coordenadora da Comissão de Jovens da OCDS
Foi-me solicitada uma par lha sobre uma experiência missionária que vivi durante a Semana Santa deste ano (2018) em Picos-PI. A princípio topei a solicitação de escrever, imaginando que seria fácil, mas não está sendo fácil, rsrs, pois tudo ainda está vivo dentro de mim e alguns momentos ainda estão sendo significados em mim, mas tentarei transbordar um pouco dos incríveis dias que vivi da missão. O convite à missão aconteceu devido ao curso Extensão em Assessoria de Juventudes (EAJ) que fiz pelo Centro MAGIS Inaciano da Juventude (CIJ) – Jesuítas Brasil (Companhia de Jesus), em Fortaleza (CE), durante o ano de 2017 (abril a dezembro). O curso é reconhecido como projeto de extensão da
16
MONTE CARMELO
Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE-MG), fazendo esse curso, fui cer ficada, com carga-horária de 80h, como Assessora das Juventudes. Ainda integrando a didá ca do curso, neste ano de 2018, os que fizeram o curso estão à disposição do CIJ para onde quiserem nos enviar. Com a ideia de ir em missão, neste ano de 2018, para algum lugar, na minha cabeça passou apenas que seria pelo Ceará e provavelmente no segundo semente deste ano, mas é fato que Deus sempre nos surpreende em Sua eleição. O convite se deu em fevereiro, durante os prepara vos para a formatura do curso de assessoria, no qual surgiu o assunto sobre uma missão que iria ter durante a Semana Santa em Picos-PI, promovida pelas irmãs da Congregação Filha de Jesus, e que pensava em mim para poder ir pela EAJ, assim como mais três jovens de outros programas do CIJ. Ao ouvir o chamado, meu coração exultou, pois já desejava ir em missão há muito tempo. Diante da data que me passaram, fui me cer ficar de como seria minha semana no trabalho e providencialmente era possível ir em missão. A par r do dia do convite, meu coração já ansiava pela dimensão da missão de forma concreta, mesmo sem saber como iria ser, mesmo sendo um novo para mim, e a graça de viver uma Semana Santa totalmente diferente de tudo o que vivi até então, meu coração e meu pensamento já estavam em Picos antes mesmo do meu corpo, e dentro dos prepara vos para a viagem, ia fazendo como Nossa Senhora, guardava e meditava tudo em meu coração. Viajei para Picos-PI no dia 27 de março às 20h30min com mais uma jovem e duas irmãs Filhas de Jesus, depois de um dia exaus vo de trabalho e atendimento, mas o que é o cansaço sico diante do coração ardente pela missão? Nada, o desejo da oferta estava além do sico, pois a alma já estava pronta, e no meu interior havia apenas uma melodia: “Quero ofertar a minha vida, gastar os meus dias, minha juventude, por amor! Porque o meu perfume não se espalhará, se não se derramar por amor a Deus...”. Chegamos a Picos às 4h da madrugada do dia 28, fomos para a casa das irmãs; o dia foi de descanso da viagem, convivência com as irmãs da casa, com os jovens locais que iam chegando e os de outras cidades, como os de Sobradinho-BA. À noite do dia 28 nos reunimos todos no local de base da missão e foi uma noite de preparação para o início propriamente dito da missão, uma noite de explanação de como seria a missão, de par lha, de jantar comunitário, de oração, e que oração fecunda,
onde meditamos sobre o Evangelho de João 12, 1-11, do qual ficou em minha alma as a tudes de Maria: ela não usou água de algum lugar, mas usou o SEU próprio perfume de nardo puro, o mais caro, o mais precioso, o guardado, o escolhido, o profé co; ela não usou um pano/toalha qualquer, mas SEUS próprios cabelos (uma das vaidades da mulher é o seu próprio cabelo, das mulheres judias mais ainda). Ela ofertou o que lhe pertencia, o que era dela, o que a definia, ela simplesmente se deu ao Mestre. Como eu não poderia fazer o mesmo, já estando ali, numa cidadezinha do Piauí, e meu coração já não mais ardia, mas inflamava? O primeiro ato de dar tudo foi dormir naquela noite em dois colchonetes finos, somente para cobrir o chão e ali eu sen a meu corpo tocar o chão, e naquele chão frio, ofertei minhas vaidades e me uni àqueles piauienses, principalmente os mais esquecidos... Dia 29, quinta-feira Santa, começamos o dia com a Missa do Santos Óleos na Catedral, celebrada por Dom Plínio, uma bela surpresa, reencontrar um Cearense em Picos, o qual já foi bispo-auxiliar em Fortaleza-CE. Por volta de 12h, saímos todos num pau-de-arara para os bairros e cidades de envio, na aventura dos buracos, na poeira das terras ainda secas, nas curvas emocionantes, no sol escaldante do Piauí, na união dos braços estendidos dos irmãos para que nenhum caísse do carro, na alegria do novo, na emoção da par da, na aventura da missão... inesquecível cada momento. A equipe em que eu fiquei foi enviada para uma cidadezinha um pouco distante: Capitão de Campos, fomos quatro jovens e uma irmã.
O ponto de acolhida foi na Capela Nossa Senhora das Dores, onde duas mulheres já nos aguardavam, uma delas se chamava Teresa, nha que ter uma Teresa para me acolher e me instruir na missão, rsrsrs. No gesto simples da comunidade que nos acolheu, fomos almoçar com uma das famílias que nos esperavam, e esse início, por meio da ceia, me fazia MONTE CARMELO
17
lembrar novamente da passagem de João: Nosso Senhor que se põe à mesa com Lázaro, Marta e Maria; e logo mais, à tarde, celebraríamos a Santa Ceia e o lava-pés. Ficamos à disposição dos moradores, estávamos ali para servi-los. A celebração foi às 16h, não nhamos um padre como presidente da celebração, assim como em muitas cidades do nosso país, muitas ovelhas para poucos pastores, muitas almas sedentas para poucos missionários, mas estávamos lá e cada um fez o que estava ao seu alcance. Celebramos o início do Tríduo Pascal, a comunidade inserida na celebração, par cipantes de fato do contexto litúrgico. O momento auge foi o lavapés, que após o tradicional, os objetos foram colocados à disposição de todos para que quem quisesse u lizá-los pudesse fazer também o mesmo gesto de Nosso Senhor, e para a nossa surpresa, um após outro, foram lavando os pés dos que estavam ali, idosos, crianças, adultos, deficientes, mulheres, homens, sedentos do novo, viveram o que Nosso Senhor falou: “Depois de lhes ter lavado os pés, pôs o manto, reclinou-se e lhes disse: 'Entendeis o que vos fiz? Vós me chamais mestre e senhor, e dizeis bem. Portanto, se eu, que sou mestre e senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Eu vos dei o exemplo, para que façais o que eu fiz'” (João 13,12-15). Magnífico!
Dia 30, Sexta-feira Santa, foi dia de vivenciar de fato a via-sacra. Passamos a manhã visitando as casas para ver quais famílias gostariam de receber uma das estações, e nessa simples visita a missão era
18
MONTE CARMELO
vivenciada pela acolhida, devoção e coração aberto e grato dos moradores por terem sido lembrados, um “a t é l o g o ” e ra e s b rav e j a d o, p o i s a t a r d e retornaríamos no decorrer da meditação da viasacra, que se iniciou às 15h na primeira residência que nos acolheu pela manhã. Toda a via-sacra durou em torno de 3h, e como foi belo ver que de casa em casa, de estação em estação, as pessoas começavam a se juntar aos que já estavam, a devoção, o zelo, a sede do sagrado e da fé iam crescendo entre todos. Neste dia, algo muito belo invadiu o meu coração, quando chego na capela às 15h para nos reunirmos, vejo um senhor vindo na minha direção, mas o que me saltou aos olhos foi o brasão da Ordem estampada na camisa daquele senhor, fiquei paralisada e me perguntando: Aqui também tem Carmelo? O Carmelo chegou nessa cidadezinha? Tentava puxar na lembrança e não me vinha nenhuma comunidade da OCDS naquele lugar. A medida que o senhor se aproximava, mais ní do era o que estava em sua camisa e no seu jeito de ser; enfim descobri, ele era da Confraria de Nossa Senhora do Carmo, com 93 anos de idade e muito alegre e disposto. Logo puxei assunto, pois não poderia perder a oportunidade de ter um coirmão em terra de missão por perto e assim poder beber de sua fé e sabedoria, perder a graça de ser visitada pela memória de Nossa Senhora do Carmo e alguém que me lembrasse de minha vocação. Este mesmo senhor esteve conosco durante toda a via-sacra e a Celebração, que só terminou por volta das 19:30. Eu fui testemunha da fé de um povo que renovou em mim toda a fé debilitada, neles eu pude contemplar o Cristo que morreu por amor a mim, um Deus homem transfigurado naquele povo simples, sedento e dispostos.
Nesta mesma sexta-feira da Paixão, existe uma grande tradição entre eles, que é reunir toda a família na casa de uma pessoa da família e ali cearem juntos, seja no almoço ou no jantar, mesmo guardando a abs nência da carne. Um dia vivenciado na comunhão, sem perder o essencial, o estar com o Cristo, mesmo que de forma revelado no próximo e no ser da família. Eu me sen em casa, em família, em uma Igreja em saída, como nos pede o Santo Padre. Dia 31, Sábado Santo, a manhã foi de visita a uma comunidade vizinha chamada Re ro. Depois de atravessar muita lama, que por sinal quase caí nela, chegamos às primeiras casas, e de lá fomos subindo o morro, descendo pedras, e em cada casa que entrávamos, cada família que visitávamos, valia a pena estar ali, até ter caído na lama se fosse o caso, e a alma parece voar quando saímos de nós mesmos. Fomos convidá-los para a celebração da Vigília Pascal, para a grande noite, e como estávamos animados, o coração inflamava mais ainda. A tarde foi dedicada às crianças da catequese, uma catequese diferente, sobre o tema da Campanha da Fraternidade: Fraternidade e superação da violência. Por meio de dinâmicas, fizemos uma promoção da paz entre as crianças e que as elas deveriam levar para suas famílias.
A noite foi de celebração às 19h com a Vigília Pascal; os próprios moradores/fieis fizeram a fogueira para acender o Círio Pascal, e toda a celebração nha um toque da comunidade local, a celebração parecia viva em cada par cipante, e como não exultar com o Glória e o Aleluia entoados? Como não se alegrar vendo todos ali, na assembleia, principalmente os que visitamos pela manhã? Depois da celebração ainda nha festa, sim, a alegria deles de nos apresentar a cultura local: dança de São Gonçalo. Eu, que amo dançar, não poderia ficar de fora da roda; e com eles e os outros missionários, dançamos, rimos, festejamos, convivemos e par lhamos os nossos dons. Ainda ve a honra de dançar um pouquinho de forró com alguns. Com Cristo, também nós estávamos ressuscitados, vivos, exultantes de alegria. E a volta para casa (sim, a casa que nos acolheu que posso chamar de minha também) foi de muita descontração, sob a luz do luar, o céu estrelado, o som dos animais da mata e a fraternidade instalada entre todos que ali caminhavam.
MONTE CARMELO
19
Dia 01 de abril, Domingo de Páscoa, ul mo dia de missão, mesmo ainda na alegria da Ressurreição, o coração começa a sen r saudade. Úl mo café da manhã juntos, mesa sempre farta, par lhamos como estava sendo frutuoso estar ali, e o desejo de retornar a Capitão de Campo já era desejado desde então. A celebração da Páscoa foi na capela às 9h, e lá a nossa despedida também, a despedida dos missionários, que retornariam para Picos logo depois. E a despedida foi de lágrimas, fotos, lembrancinhas, abraços, troca de números de telefones e tudo que nhamos direito. Ali criei raízes, meu coração ficou com eles, naquela Comunidade e lembro deles todos os dias, nesse tempo tecnológico WhatsApp diminui a distância e mata um pouco da saudade.
À tarde, já em Picos, os missionários e todas as comunidades de missão se reuniram, alguns irmãos de Capitão de Campo foram nos deixar e ficaram conosco para o almoço fes vo da missão e cheio de gra dão. Depois uma roda de conversa para par lharmos as experiencias. A ficha começou a cair quando começaram as despedidas, começou a passar um filme de tudo o que foi vivido também. No res nho da tarde e começo da noite chegou a vez de me despedir das irmãs Filhas de Jesus, promotoras dessa missão linda, e dos jovens que ainda estavam reunidos, e me despedir de Picos-PI. Retornei para Fortaleza no ônibus de 20:30, sozinha, mas com o coração enorme, contempla va na ação (frase dos Jesuítas) e a certeza de ter vivido uma das melhores experiências da minha vida.
20
MONTE CARMELO
Di cil colocar em poucas palavras o relato dessa experiência e o que ela significou para mim, significou tudo e em cada palavra escrita está o raio-x do meu coração, coloquei nessas linhas a Metanóia que vivi e que selou em minha alma. Medito até hoje tudo o que vivi naquela Semana, que realmente foi Santa. Para mim, missão é uma vida ofertada, nada ter, mas também tudo dar, é morrer, é viver, é encontrar Cristo em tudo, é experimentar um amor simples, fecundo, intenso e pleno. Desejo que muitos no Carmelo queiram par r em missão, desejem sair de si, permitam transformar-se, queiram deixar Deus agir e colocar em prá ca o ser Igreja em saída. Rezem sempre por mim!
Retiro de Espiritualidade
Re ro de Espiritualidade e Encontro dos Conselheiros em São Roque Dias 16 a 18 de Março na cidade instância de São Roque, no Centro de Espiritualidade Teresiana aconteceu o IV Re ro de Espiritualidade Teresiana, cujo tema foi "A Oração Teresiana, meditando o Pai-Nosso." Re ro conduzido com maestria e profundidade por Frei César Cardoso, OCD. No mesmo local, o Conselho Provincial se reuniu para aprovar e discu r medidas rela vas à Associação dos Grupos e Comunidades da Província São José bem como o Fórum 100 anos da OCDS. O encontro contou com a presença do Delegado OCDS Frei João de Deus, OCD. Momento de oração com as santas relíquias de Santa Zélia Mar n e São Luis Mar n. Foram entregues os aceites dos novos Grupos: Caminho do Monte Carmelo de Cachoeiro do Itapemirim no Espirito Santo e Grupo Carmelitas de Santa Teresa ,Rio das Ostras /RJ.
Conselho Provincial reunido no CTE com Frei João de Deus, OCD
Presidente Luciano, Conselheira Mariza e Delegado OCDS Fr. João de Deus aceite do
Grupo Caminho do Monte Carmelo, Cachoeiro do Itapemirim/ES
MONTE CARMELO
21
Evento
Sobre o Fórum Diante das maravilhas acontecidas no Fórum STJ 500 anos, realizado em setembro de 2015 em comemoração pelos 500 anos do nascimento Santa Teresa de Jesus, e diante dos diversos pedidos para a realização de um novo Fórum nos mesmos moldes do anterior, a Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares (OCDS) da Província São José - Brasil, em parceria com os frades, decidiu realizar de 15 a 18 de novembro de 2018 o FÓRUM SANTA TERESINHA, com o tema "No coração da Igreja serei o amor". Nosso intuito é de, passados 3 anos do Fórum anterior, reunir novamente a nossa grande família carmelitana com os demais segmentos da Igreja que veneram e amam Santa Teresinha e que bebem da espiritualidade dessa tão querida santa. O evento também tem a finalidade de de divulgar o carisma carmelitano para que mais pessoas possam contemplar e se deliciar com as belezas de nosso jardim florido, mo vados pela carta do nosso Padre Geral Frei Savério Canistrà dirigida à Ordem Secular em junho/2017 onde ele ressalta no item 10 que "o apostolado caracterís co do Carmelo Teresiano é a promoção da vida espiritual (...) Nesse sen do há tantas válidas e importantes inicia vas de colaboração com os outros ramos da Ordem para responder a necessidades muito flagrantes dos nossos tempos, tais como o aprendizado de oração, do silêncio, de uma vida contempla va. Isso permite levar de modo novo a mensagem da salvação segundo o carisma teresiano-sanjuanista.» Assim, a Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares - OCDS da Província São José, em parceria com os frades, organiza com muito carinho mais este Fórum como a tude missionária em agradecimento a Deus pelos 100 anos de sua presença no Brasil. Contamos com a presença de todos que desejam conhecer ou se aprofundar na espiritualidade de Santa Teresinha, Doutora da Igreja!
22
MONTE CARMELO
Inscrições até Agosto R$ 400,00 Podendo ser parcelado Aproveite valor promocional Pagamento à vista R$ 360,00 até 31 de maio A partir de Setembro O valor será R$ 500,00 Inscrições devem ser feitas pelo site: http://forumsantateresinha.webnode.com/
MONTE CARMELO
23
Notícias Notícias das Comunidades/Grupos OCDS COMUNIDADES COMPARTILHAM SUAS ATIVIDADES ATRAVÉS DOS GRUPOS DE WHATSAPP
24
Formação com Frei Edinaldo, OCD à Com. N.S. do Carmo e Sta Teresa de Jesus - Higienópolis/SP
Lazer e homenagem a São José pela Comunidade Rainha do Carmelo - Fortaleza/CE
Comunidade São João da Cruz Ibiapina-CE
Formação ministrada pelo Frei Francinaldo, OCD, à Comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus
Pascuella da Com. Sta Teresa de Jesus do Rio de Janeiro-RJ, com Frei João de Deus, ocd
Encontro forma vo da Comunidade Rainha do Carmelo de Fortaleza-CE
Com. Sta Teresa de Jesus de Belo Horizonte-MG Pascuella da grande família carmelitana!
Encontro de Oração Teresiana com a Com. N.S. do Carmo e Sta Teresa de São Paulo, com o GOT e Frades
MONTE CARMELO
Com. Sta Teresinha OCDS de Passos-MG, recebeu as relíquias de São Luis e Santa Zélia
Grp. Caminho do Monte Carmelo de Cachoeiro de Itapemirim-ES, recebe o ACEITE na OCDS
Grp. Me. Tereza Margarida de Campo Belo-MG, recebe as relíquias de S. Luís Mar n e Sta Zelia Guerin
A Comunidade Sagrada Face de Varginha-MG, fez renovação das promessas e confraternização
Grupo Madre Tereza Margarida - Campo Belo/MG reza a via sacra por ocasião da Quaresma
O Conselho da Com. São José de Sete Lagoas esteve com o bispo Dom Aloísio Vitral
Com. Sta. Teresa de Jesus do Rio de Janeiro-RJ II Encontro de Espiritualidade aberto
Pascuella das Comunidades da OCDS do Ceará com as monjas do Carmelo Santa Teresinha
MONTE CARMELO
25
COMUNIDADES COMPARTILHAM SUAS ATIVIDADES ATRAVÉS DOS GRUPOS DE WHATSAPP Os membros da OCDS que desejarem entrar nos grupos de WhatsApp, podem enviar suas solicitações para Luciano Dídimo: (85) 988955966. Grupos de WhatsApp da OCDS da Província São José: · OCDS PROVÍNCIA SÃO JOSÉ
· CARMELO JOVEM
· CASAIS OCDS
NOSSOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, confira... (h p://www.ocdsprovsaojose.com.br/) h p://ocdsprovinciasaojose.blogspot.com.br/
h ps://www.facebook.com/pages/Ordem-Dos-CarmelitasDescal%C3%A7os-Seculares/132884536754686?ref=hl
COMISSÃO DE ESPIRITUALIDADE Dir-se-ia que na oração és como uma rainha que tem livre acesso ao Rei e que dele podes alcançar tudo o que pedires!" (Santa Teresinha) A Comissão tem a finalidade de interceder e promover a intercessão junto às Comunidades e Grupos por todos os nossos eventos, pelos nossos membros mais necessitados, pelas nossas autoridades, pela Ordem. O e-mail para o envio dos pedidos de oração é: intercessaoocds@gmail.com.
26
MONTE CARMELO
Marketing
Lançamento 4º livro de Formação OCDS
PROMESSA DEFINITIVA 1º ano R$ 35,00 (a unidade)
PROMOÇÃO 05 unidades: R$ 150,00 (30,00 cada)
Nova edição revista e atualizada do livro de
2º livro de Formação OCDS
DOCUMENTOS DA OCDS
PROMESSAS TEMPORÁRIAS - 1º ano
1º livro de Formação OCDS
3º livro de Formação OCDS
PREPARAÇÃO PARA ADMISSÃO
PROMESSAS TEMPORÁRIAS - 2º ano
R$ 20,00
R$ 30,00
(a unidade)
(a unidade)
R$ 30,00 (a unidade)
R$ 30,00 (a unidade)
PROMOÇÃO Documentos OCDS 05 unidades: R$ 75,00 (15,00 cada) 10 unidades: R$ 120,00 (12,00 cada)
Formação OCDS I, II e III 05 unidades: R$ 125,00 (25,00 cada) 10 unidades: R$ 220,00 (22,00 cada)
Pedidos: livrosocds@gmail.com. Valor + Frete (Correios)
MONTE CARMELO
27
O PAI-NOSSO E A FELICIDADE PAI NOSSO QUE ESTAIS NOS CÉUS 1. SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME Digo a Deus: Sois o meu Senhor, fora de vós não há felicidade para mim (Sl 15, 2) 2.VENHA A NÓS O VOSSO REINO Que os céus, das alturas, derramem o seu orvalho, que as nuvens façam chover a vitória; abra-se a terra e brote a felicidade e ao mesmo tempo faça germinar a jus ça! Sou eu, o Senhor, a causa de tudo isso (Is 45, 8) 3. SEJA FEITA A VOSSA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU Quem ouve a palavra com atenção encontra a felicidade (Prov. 16, 20) 4. O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE Em tudo vos tenho mostrado que assim, trabalhando, convém acudir os fracos e lembrar-se das palavras do Senhor Jesus, porquanto ele mesmo disse: É maior felicidade dar que receber! (At. 20, 35) 5. PERDOAI-NOS AS NOSSAS OFENSAS ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO Reconcilia-te, pois, com (Deus) e faz as pazes com ele, é assim que te será de novo dada a felicidade;(Jó 22 ,21) 6. E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO Eu sei, no entanto, que a felicidade é para os que temem a Deus (Ecl 8, 12) 7. MAS LIVRAI-NOS DO MAL Porque Deus, que nha para nós uma sorte melhor, não quis que eles chegassem sem nós à perfeição (da felicidade).(Hb 11, 40) Luciano Dídimo