Revista Virtual Monte Carmelo - OCDS - Nº 156 - Jan/Fev 2018

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Revista OCDS - Província São José

Jan/Fev de 2018 - N° 156

Monte Carmelo

Conhecendo os Documentos da Igreja para os Leigos Pag. 08 SANTO(A) DO MÊS Sto Henrique de Ossó y Cervelló

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VOZ DA IGREJA Mensagem do Papa para Quaresma Pag. 16


EXPEDIENTE Revista Virtual Monte Carmelo, nº 156 (Jan/Fev de 2018)

SUMÁRIO

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EDIÇÃO: Comissão de Comunicação da OCDS Província São José COORDENADOR: João Paulo Matias Paiva

EDITORIAL Palavra do Coordenador SANTO(A) DO MÊS Sto Henrique de Ossó y Cervelló

EQUIPE DE REDAÇÃO: João Paulo Matias Paiva Giovani Carvalho Mendes Andreia Silva Luciano Dídimo C. Vieira Rosemeire Lemos Piotto COLABORADORES: Humberto Macieira Ruth Leite Vieira Artur Viana do Nascimento

TESTEMUNHO Humberto Macieira, OCDS ANO DO LAICATO Documentos da Igreja para Leigos ESCOLA DE FORMAÇÃO Módulos de Formação - Polos

REVISÃO EDITORIAL: Artur Viana do Nascimento Neto Paulo Gautiele Ribeiro ARTE E DIAGRAMAÇÃO: Wilderlânia Lima do Vale

VOZ DA IGREJA Quaresma - Mensagem do Papa OCDS NO BRASIL Comemorando 100 anos ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADES DA ORDEM DOS CARMELITAS DESCALÇOS SECULARES NO BRASIL DA PROVÍNCIA SÃO JOSÉ CNPJ: 08.242.445/0001-90

EVENTO Fórum de Santa Teresinha NOTÍCIAS Comunidades/Grupos OCDS

Colabore com a edição da nossa Revista enviando suas sugestões, reclamações, notícias, testemunhos, artigos e poesias para: noticiasocds@gmail.com

MARKETING Livros de Formação OCDS

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Editorial

João Paulo Ma as Paiva, OCDS Coordenador da Comissão de Comunicação OCDS

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado. Queridos irmãos da OCDS e demais leitores, com alegria e entusiasmo, iniciamos o ano de 2018 trazendo a todos vocês mais uma edição de nossa Revista Virtual Monte Carmelo. Rendemos graças a Deus por este tempo de graça, no qual comemoramos 100 anos da OCDS no Brasil e vivenciamos com a toda a Igreja o Ano Nacional do Laicato. Com esta mo vação, nossa irmã Ruth Vieira (Comunidade São José de Santa Teresa) nos apresenta uma reflexão sobre a vocação e a missão dos leigos na Igreja e no mundo, a par r dos documentos Chris fideles Laici, de São João Paulo II, e do Documento 105 da CNBB. Encerrando este momento de jejum, penitência e oração, compar lhamos a Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2018 que nos convida a manter acesa em nossos corações a chama do amor a Cristo. Na seção “Santo do Mês”, nosso irmão Giovani Mendes (Comunidade Flor do Carmelo de Santa Teresinha) nos leva a conhecer melhor Santo Henrique de Ossó e Cervelló, presbítero e fundador da Companhia de Santa Teresa. Com a matéria, é possível acompanhar o exemplo de quem, a par r da leitura dos escritos de Santa Teresa de Jesus, também quis ser um autên co “filho da Igreja” entregando-se totalmente às obras de apostolado. Nosso irmão Humberto Macieira (Comunidade Santa Teresa de Jesus) compar lha conosco o seu “Testemunho” relatando-nos sobre sua “caminhada de subida ao Monte” por meio de Nossa Senhora, e a confirmação de sua vocação na OCDS. Os Módulos de Formação da Escola Edith Stein, realizados no mês de janeiro, são apresentados pelos nossos irmãos Rose Pio o (Comunidade Santa Teresinha) e Artur Viana (Comunidade Flor do Carmelo de Santa Teresinha) que citam os principais pontos tocados pelos palestrantes dos temas integrantes das Dimensões Carmelitana e Espiritual. Compar lhamos ainda as No cias das Comunidades e Grupos OCDS e convidamos a todos a acompanharem os prepara vos do Fórum de Santa Teresinha, onde celebraremos os 100 Anos da OCDS no Brasil. Não deixem de realizar as suas inscrições. Dúvidas, crí cas e sugestões de matérias podem ser enviadas pelo email: no ciasocds@gmail.com. Um fraterno abraço e até a próxima edição...

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Santo(a) do Mês

Santo Henrique de Ossó y Cervelló Presbítero e Fundador da Companhia de Santa Teresa (grande admirador e devoto de Santa Teresa de Jesus) por Giovani Mendes, ocds Comunidade Flor do Carmelo de Sta Teresinha Fortaleza/Ce

Sua vida Nasceu no ano de 1840, em Vinebre, perto de Tolosa (Espanha). Movido pela leitura da vida de Santa Madre Teresa de Jesus, sen u nascer-lhe a vocação sacerdotal. Recebeu a ordenação no ano de 1867. Sua devoção à San ssima Virgem o levou a celebrar sua primeira Missa no m o ste i ro d e M o nt s e r rat ( fa m o s o santuário mariano). Vendo o perigo que corria a fé dos jovens, a eles dedicou seus primeiros afãs apostólicos. Consagrou-se à catequese e às missões populares, na época que era professor no Seminário diocesano. Outra de suas prioridades foi o apostolado da imprensa. Conhecia o influxo, o “poder” da palavra escrita. Via com dor os ataques que sofria a Igreja e trabalhou com afinco em escrever livros e folhetos para fortalecer a fé e defender a Igreja. Sen a-se como nossa Santa Madre Teresa, um “filho da Igreja”, e quis que esta frase figurasse em seu sepulcro. Fundou várias associações pias para homens, jovens e meninos. Promoveu a piedade cristã, para o que escreveu “o quarto de hora de oração” (poderíamos dizer: os quinze minutos de oração). Fundou a “Revista Teresiana” e “O Amigo do Povo”. Ocupou-se de novos métodos de pedagogia. Foi um verdadeiro mestre. Escreveu: “Guia do Catequista” e um “Catecismo para Operários”. Era uma “alma ardente” e um “coração em ebulição”. Idealizou um “Ins tuto de Irmãos Josefinos” e outro de “Missionários Teresianos”. Porém, sua maior obra foi a “Companhia de Santa

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Teresa”, fundada em 1876. Havia intuído o papel da mulher na sociedade – “o mundo será o que forem as mulheres” - e à formação cristã nas mulheres se dedicariam plenamente suas “teresianas”. Teve a alegria de ver o fruto de suas “filhas” espirituais na Espanha, em Portugal, na África e no México. E logo, em vários lugares no mundo. O Senhor o chamou para Si, repen namente, enquanto estava fazendo exercícios espirituais, em 27 de janeiro de 1896 (aos 56 anos de idade apenas). O Papa João Paulo II o bea ficou em 14 de outubro de 1979, posteriormente foi canonizado pelo mesmo Papa. Sua festa litúrgica se celebra em 27 de janeiro.

Henrique carregou a cruz, e a sua virtude brilhou especialmente nesse tempo de sua paixão. Animava a todos e se consolava com o que disse Santa Madre Teresa: “Tudo passa. A paciência tudo alcança. Quem a Deus tem nada lhe falta. Só Deus basta!”. Padre Henrique foi filho da Igreja, sacerdote, apóstolo da infância e da juventude, fundador da Companhia de Santa Teresa e de outras maravilhosas empresas, para a glória de Deus! Santo Henrique de Ossó conhecia a fundo a vida e as obras da grande Doutora da Igreja, Teresa de Jesus, e dela estava profundamente enamorado. Seus escritos e suas fundações são uma prova disso.

Sua espiritualidade

Sua mensagem · Que cresça em nós o amor pelos sacerdotes. · Que a juventude receba digna educação. · Que a oração nos sustente, nos levante nas fraquezas. · Que floresça o carisma do Carmelo e de Teresa.

Santo Henrique de Ossó era enamorado de seu sacerdócio, e dele rava a força necessária para levar a cabo as enormes empresas que apenas em meio século realizou. O Senhor permi u que o visitasse a tribulação, e a mais di cil, que é a que vem “dos de casa”: da parte de um convento de Carmelitas Descalças, que ele mesmo havia levantado, e a “divisão dos espíritos” (brigas internas) de sua própria Companhia. Suportou as adversidades com grande fortaleza. Jamais se ouviu dele um mínimo lamento! O que fez foi entregar-se mais intensamente às obras de apostolado. Sua exemplar a tude surpreendeu e convenceu a seus próprios inimigos.

Oração: Ó Deus, que em Santo Henrique, presbítero, conciliastes admiravelmente o espírito de con nua oração com uma infa gável a vidade apostólica, por sua intercessão, concedei-nos perseverar no amor de Cristo e servir a vossa Igreja com o testemunho da palavra e da vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

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Testemunho

Testemunho de Humberto Macieira, OCDS Comunidade Santa Teresa de Jesus Campinho, Rio de Janeiro-RJ Membro da Comissão de Jovens da OCDS

Salve, meus amigos, irmãos, camaradas, caminhantes, de verdade! Louvado seja o Senhor por nossas vidas que se encontram! Apesar de não ser de meu costume sair deste meu castelo que, até então, não nha porta, rogo ao Senhor que me ajude a pontuar aqui alguns dos passos que Nossa Senhora me fez dar para começar a subir este Monte. Pois bem, há pouco mais de dez anos, as experiências de fé cresciam, as vivências pastorais se mul plicavam e eu ia caminhando somente na certeza de que era ali que eu deveria estar, na Igreja, ainda que o peito apertasse pelos laços da insegurança, das hesitações, das dúvidas, da incapacidade de entrega (essas coisas sempre as ve comigo). Estar na Igreja, por vezes, me parecia uma descoberta tardia, se não fosse a sábia Providência encaminhar seu tempo e preparar este solo ba do para o plan o. Contudo, a distância e a lamentação dos tempos perdidos revelam a grandeza da Misericórdia divina pelo aprendizado e oferta das dores, sendo produtos das conversões de graça, mesmo que perdurem. Bom, em tantos encontros e desencontros, o Senhor nos apresenta seus santos anônimos, nossos amigos santos, e nos faz seus agrados. Depois de entender em casa “que em cada mulher que a terra criou, um traço de Deus Maria deixou”, com minha mãe, exemplo de oração e entrega amorosa, foi então que por uma Irmã professora, na Mater Ecclesiae, conheci o O cio da Imaculada Conceição, marcando o início da minha percepção sobre os cuidados maternais de Maria. A Irmã nos conduzia oficinas de oração com a Oração das Horas que, até então, não imaginava tomar como regra de vida. Ambos enriqueceram minha vida de oração. Tão logo já havia memorizado o Pequeno O cio e o recitava pelas horas do dia. Por este tempo ainda, em momentos tão humanos e tão divinos, nos encontros de Pastoral

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da Juventude, em meio a tantas controvérsias e acertos de concretude, olhos se man nham fixos no alto, enquanto as mãos construíam o Reino - devo muito a esta pastoral. Assim, conheci também o Tratado da Verdadeira Devoção à San ssima Virgem, de São Luís Maria Grignon de Mon ort por um amigo que caminhava conosco, desde sempre congregado mariano. Sem o peso das correntes servis, mas na leveza dos grilhões do Amor, livre porque preso, preso no colo de Mãe, trancafiado no Imaculado Coração! Começava a se delinear uma aspiração que ouvia com frequência nas missas para professores em uma paróquia dedicada a Santa Teresa de Jesus, vizinha e com muitos amigos: a de perfeição, bem como ouvia que o Carmelo era a Ordem Religiosa toda de Maria e sem fundador. Com isso, a par r do desejo de consagração a Nossa Senhora e as visitas à Teresa, descobri o Carmelo Secular procurando um grupo mariano para pertencer. Entretanto, a Perfeição, e com a perfeição que Teresa buscava para decidir e cumprir suas obrigações, em mim, pouco exis a. Quão distante me encontro desse caminho! Uma esperança surge ao ler que a via curta, rápida, fácil e perfeita é Maria, meu Caminho de perfeição. Em tudo isso, dentro é como imaginar uma das visões relatada dos pastorinhos quando a voz do anjo gritando “Penitência! Penitência! Penitência!” dilacera o peito, curvando o corpo em dor de fogo intenso sob o peso dos pecados, à beira do desespero. Até que a graça misericordiosa em raios de luz nas mãos abertas de Nossa Senhora

a ngem o coração pecador e revelam que o Senhor é lento para a cólera e pronto a perdoar, enchendo os olhos verdes de esperança de lágrimas que consolam, a frescas águas, a agitação do reconhecimento das merecidas penas, as quais a mudam em sacri cio de louvor na confiança do alto cul var uma nova terra. Além disso, a tensão sobre a mudança de estado de vida também foi constante, sobretudo, ao ouvir por todos os lugares que passava, de conhecidos e desconhecidos, seja em convívios ou em um único encontro, se o sacerdócio não seria meu caminho, o que só inquietava mais meu coração dúbio e vacilante. Indo e vindo nas incertezas, para certeza nha: minha vocação estava com Teresinha! Como?! De que forma?! Não sabia e ainda procuro saber… Rezei a novena das rosas pedindo para ser mais asser vo, determinado, menos vacilante e inerte e, por tempos, rogava por este discernimento de estado. O “download” do pedido ainda está carregando e muitas informações ainda estão na nuvem, mas, sem poder imaginar ou pressen r, Teresinha mesmo, a grandeza por ela experimentada em um fio de luz que penetra em uma pequena fresta no entendimento: o Amor abarca todas as vocações. Independente dos ques onamentos sobre esta realidade, o amor, querer ser tudo ou decidir ser qualquer coisa não importa mais se o amor for sincero. Enfim, uma vez conhecido o caminho curto, encontro em Teresinha a dimensão sacerdotal do ba smo ofertando os sacri cios da vida co diana ao Senhor, meu Sol, que vislumbra o olhar deste m i s e ráve l p a s s a r i n h o, n a s a d ve rs i d a d e s e contrariedades provenientes: a acordar cedo, o celular esquecido, a chave trocada, um pneu furado, até dois, um sapato apertado… se somos fiéis no pouco, Ele nos confiará mais. E aqui estou, ainda, vivendo nesta terra de exílio, servindo ao Senhor na esperança deste Sol me consumir com seus raios na minha incapacidade de voar até Ele.

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Ano do Laicato

Conhecendo os Documentos da Igreja para os Leigos

por Ruth Leite Vieira, ocds Comunidade São José de Santa Teresa, Fortaleza-CE Conselheira Provincial da OCDS - Província São José-Brasil

A Chris fideles Laici é uma Exortação Apostólica editada pelo Papa São João Paulo II, após o Sínodo dos Bispos realizado em Roma de 1º a 30 de outubro de 1987 para os leigos, com o tema “A vocação e a missão dos leigos para a Igreja e o mundo”, com o obje vo de avaliar a caminhada dos leigos após o Concílio Va cano II, especialmente no que se refere à vivência da doutrina emanada desse Concílio. Queremos nos deter neste Documento, neste ano de 2018, para estar em consonância com as orientações da CNBB de estudar o Documento 105 e demais documentos da Igreja acerca da vocação e missão do leigo. O Documento 105 da CNBB prevê o Ano do Laicato para 2017-2018, nos compromissos assumidos, § 275, letra i: Realizar o Ano do Laicato, comemorando os 30 anos do Sínodo Ordinário sobre os Leigos (1987) e da Exortação Apostólica Chris fideles Laici, de São João Paulo II, sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo (1988). Terá como eixo central a presença e a atuação dos cristãos leigos e leigas como “ramos, sal, luz e fermento” na Igreja e na sociedade.

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O tema escolhido para animar o do Ano do Laicato foi “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na 'Igreja em saída', a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14). O Ano do Laicato tem como obje vo geral: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua iden dade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”. Mas para corresponder ao apelo da Igreja, precisamos saber quem somos, qual nossa iden dade e como se dá nossa pertença à Igreja. Enfim, qual a vontade de Deus para nós cristãos leigos, membros atuantes e responsáveis da Igreja, e qual nosso papel e par cipação na missão de Jesus. Par ndo da doutrina emanada do Concílio Va cano II, A Chris fideles Laici nos orienta em cada um destes aspectos: desde os nossos principais desafios e dificuldades, esclarece nossa iden dade, missão, par cularidades e necessidades. Encerra a Exortação com um apelo e oração, pois nós leigos somos “sal da terra e luz do mundo” em grande escala na sociedade e, a par r de um testemunho coerente, profundo e verdadeiro, como Povo de Deus, a Igreja pode ser sinal e instrumento eficaz do Amor de Deus para toda a humanidade. «O Sagrado Concílio pede instantemente no Senhor a todos os leigos que respondam com decisão de vontade, ânimo generoso e disponibilidade de coração à voz de Cristo, que nesta hora os convida com maior insistência, e ao impulso do Espírito Santo. De modo par cular os mais novos tomem como dirigido a si próprios este chamamento e recebam-no com alegria e magnanimidade. Com efeito, é o próprio


Senhor que, por meio deste Sagrado Concílio, mais uma vez convida todos os leigos a que se unam a Ele cada vez mais in mamente, e, sen ndo como próprio o que é Dele (cf. Fl 2, 5), se associem à Sua missão salvadora. Ele quem de novo os envia a todas as cidades e lugares aonde Ele há de chegar (cf. Lc 10, 1) ». O Documento nos alerta sobre duas tentações que nos afligem diante dos apelos do Concílio: a tentação de mostrar um exclusivo interesse pelos serviços e tarefas eclesiais, por forma a chegarem frequentemente a uma prá ca abdicação das suas responsabilidades específicas no mundo profissional, social, econômico, cultural e polí co; e a tentação de legi mar a indevida separação entre a fé e a vida, entre a aceitação do Evangelho e a ação concreta nas mais variadas realidades temporais e terrenas. (ChL 2). Através da vida de oração, busquemos entender em que essas tentações nos travam e nos empenhemos em trabalhar para atender a urgências atuais do mundo, elencadas pelo documento sob três linhas de conflito: secularismo e necessidade religiosa, a pessoa humana: dignidade espezinhada e exaltada e conflituosidade e paz. O obje vo da Exortação apostólica Chris fideles Laici “é criar e alimentar uma tomada de consciência mais decidida do dom e da responsabilidade que todos os fiéis leigos, e cada um deles em par cular, têm na comunhão e na missão da Igreja.” Para dida camente a ngir este obje vo, a Exortação foi dividida em cinco capítulos. O primeiro capítulo trata da iden dade do leigo, do modo de par cipação no múnus sacerdotal, régio e profé co de Cristo. Trata ainda da nossa índole secular e, por fim, do nosso chamado à san dade, sempre com base no Concílio que assim nos definiu: Ao responder à pergunta « quem são os fiéis leigos », o Concílio, ultrapassando anteriores interpretações prevalentemente nega vas, abriu-se a uma visão decididamente posi va e manifestou o seu propósito fundamental ao afirmar a plena pertença dos fiéis leigos à Igreja e ao seu mistério e a índole peculiar da sua vocação,

a qual tem como específico « procurar o Reino de Deus tratando das coisas temporais e ordenando-as segundo Deus ».(14) « Por leigos — assim os descreve a Cons tuição Lumen gen um — entendem se aqui todos os cristãos que não são membros da sagrada Ordem ou do estado religioso reconhecido pela Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados em Cristo pelo Ba smo, cons tuídos em Povo de Deus e tornados par cipantes, a seu modo, do múnus sacerdotal, profé co e real de Cristo, exercem pela parte que lhes toca, na Igreja e no mundo, a missão de todo o povo cristão ». Em seguida, fala-nos a Exortação sobre a par cipação dos fiéis leigos na vida da IgrejaComunhão, fundamentando que somos todos ramos da única Videira, Cristo. Assim descreve: « Eu sou a videira e vós os ramos » (Jo 15, 5). Da comunhão dos cristãos com Cristo brota a comunhão dos cristãos entre si: todos são ramos da única Videira, que é Cristo. Para o Senhor Jesus esta comunhão fraterna é o maravilhoso reflexo e a misteriosa par cipação na vida ín ma de amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Jesus reza por esta comunhão: « Que todos sejam um só, como Tu, ó Pai, estás em Mim e Eu em Ti, que também eles estejam em nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste » (Jo 17, 21). Com isso nos introduz no conceito de uma comunhão orgânica: diversidade e complementariedade, explicando a diversidade de carismas, ministérios, o cios e funções. O Concílio Va cano II apresenta os ministérios e os carismas como dons do Espírito Santo em ordem à edificação do Corpo de Cristo e à Sua missão de salvação no mundo. (64) A Igreja, com efeito, é dirigida e guiada pelo Espírito que distribui diversos dons hierárquicos e carismá cos a todos os ba zados, chamando-os a ser, cada qual a seu modo, a vos e corresponsáveis. Os ministérios presentes e operantes na Igreja são todos, embora de diferentes modalidades, uma par cipação no mesmo ministério de Jesus Cristo, o bom Pastor que dá a vida pelas Suas ovelhas (cf. Jo 10, 11), o servo humilde e totalmente sacrificado MONTE CARMELO

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para a salvação de todos (cf. Mc 10, 45). Paulo é sobremaneira explícito sobre a cons tuição ministerial das Igrejas apostólicas. Na Primeira Carta aos Corín os escreve: « Alguns, Deus estabeleceu na Igreja em primeiro lugar como apóstolos, em segundo lugar como profetas, em terceiro lugar como mestres ... » (1 Cor 12, 28). Na Carta aos Efésios lemos: « A cada um de nós foi dada a graça segundo a medida do dom de Cristo ... A uns, Ele cons tuiu apóstolos; a outros, profetas; a outros ev a n g e l i sta s , p a sto r e s , d o u to r e s , p a r a o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo, até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo » (Ef 4, 7.11-13; Rom 12, 4 8). Como resulta destes e de outros textos do Novo Testamento, os ministérios, bem como os dons e as funções eclesiais, são variados. Esta iden dade e forma de pertença explícitas nos dois primeiros capítulos direcionam para o sen do de ser tudo isso. O sen do de tudo é par r em missão para fazer chegar a todos os homens essa alegria e vida que experimentamos. Por isso, no terceiro capítulo, a Exortação nos fala: A comunhão e a missão estão profundamente ligadas entre si, compenetram-se e integram-se mutuamente, ao ponto de a comunhão representar a fonte e, simultaneamente, o fruto da missão: a comunhão é missionária e a missão é para a comunhão. É sempre o único e mesmo Espírito que convoca e une a Igreja e que a manda pregar o Evangelho « até aos confins da terra » (Atos 1, 8). Por sua vez, a Igreja sabe que a comunhão, recebida em dom, tem um des no universal. Assim, a Igreja sente-se devedora à humanidade inteira e a cada um dos homens do dom recebido do Espírito, que derrama nos corações dos crentes a caridade de Jesus Cristo, força prodigiosa de coesão interna e, ao mesmo tempo, de expansão externa. A missão da Igreja deriva da sua própria natureza, tal como Cristo a quis: ser « sinal e instrumento ... de unidade de todo o gênero humano ».(120) Essa missão tem por finalidade dar a conhecer a todos e fazer com que todos vivam a « nova » comunhão que, no Filho de Deus feito homem, entrou na história do mundo. Nesse sen do, o testemunho do evangelista João já define, de forma irrevogável, a meta bea ficante para onde se encaminha toda a missão da Igreja: « O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também

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vós tenhais comunhão conosco. A nossa comunhão é com o Pai e com o Seu Filho Jesus Cristo » (1 Jo 1, 3). Dentre tantas outras recomendações imprescindíveis, para cumprir sua missão a Igreja manda que partamos das seguintes exigências, dando a elas caráter prioritário: Promover a dignidade da pessoa; venerar o inviolável direito à vida; liberdade para de invocar o nome do Senhor e a família: primeiro espaço para o empenhamento social. E faremos tudo isso a par r das nossas próprias condições de vida e existência, a par r de cada vocação e de cada situação e estágio de vida. Isso nos é explicado no capítulo quarto: Segundo a parábola ev a n g é l i ca , o « p r o p r i etá r i o » c h a m a o s trabalhadores para a sua vinha nas várias horas do dia: alguns, ao amanhecer; outros, às nove da manhã; outros ainda, por volta do meio dia e das três da tarde; os úl mos, cerca das cinco (Mt 20, 1 ss.). Ao comentar esta página do Evangelho, São Gregório Magno interpreta as várias horas da chamada relacionando-as com as idades da vida: « é possível aplicar a diversidade das horas — escreve ele — às diversas idades do homem. O amanhecer pode certamente representar, nesta nossa interpretação, a infância. A hora tércia, por sua vez, pode entender-se como sendo a adolescência: o sol dirige-se para o alto do céu, isto é, cresce o ardor da idade. A hora sexta é a juventude: o sol está como que no zénite do céu, isto é, nesta idade reforça-se a plenitude do vigor. A idade adulta representa a hora nona, porque, como o sol declina do seu alto, assim esta idade começa a perder o ardor da juventude. A hora undécima é a idade daqueles que se encontram muito avançados nos anos... Os trabalhadores são, portanto, chamados para a vinha em horas diferentes, como a querer significar que à san dade de vida um é chamado durante a infância, um outro na juventude, um outro quando adulto e um outro na idade mais avançada ».(167) Podemos também tomar e alargar o comentário de São Gregório Magno referindo-o à extraordinária variedade de presenças na Igreja, todas e cada uma chamadas a trabalhar para o advento do Reino de Deus segundo a diversidade de vocações e da situações, carismas e ministérios. Trata-se de uma variedade ligada, não só à idade, mas também à diferença de sexo e à diversidade dos dons, como igualmente às vocações e às condições de vida; é uma variedade que torna mais viva e concreta a riqueza da Igreja.


Por fim, a Exortação nos fala da necessidade de uma boa formação. Neste diálogo entre Deus que chama e a pessoa interpelada na sua responsabilidade, situa-se a possibilidade, antes, a n e ce s s i d a d e d e u m a fo r m a çã o i nte g r a l e permanente dos fiéis leigos, a que os Padres sinodais justamente dedicaram grande parte do seu trabalho. Em par cular, depois de terem descrito a formação cristã como « um con nuo processo pessoal de maturação na fé e de configuração com Cristo, segundo a vontade do Pai, sob a guia do Espírito Santo », claramente afirmaram que « a formação dos fiéis leigos deverá figurar entre as prioridades da Diocese e ser colocada nos programas de ação pastoral, de modo que todos os esforços da comunidade (sacerdotes, leigos e religiosos) possam convergir para esse fim ». É importante trazer à reflexão, fazendo inclusive um estudo sistemá co, que as nossas Cons tuições se fundamentam na Chis fideles Laici , estado esta citada por diversas vezes. Precisamos rezar e fazer realidade os desafios que daí se depreendem. São estas as citações referidas: 1. Os Seculares trazem para a Ordem a riqueza própria de sua secularidade. 25. “Os fiéis leigos, precisamente por serem membros da Igreja, têm por vocação e por missão ser anunciadores do evangelho: para essa obra foram habilitados e nela empenhados pelos sacramentos da iniciação cristã e pelos dons do Espírito Santo”. 25. A espiritualidade do Carmelo desperta no Secular o desejo de um compromisso apostólico maior, ao dar-se conta de tudo o que implica sua chamada à Ordem. Consciente da necessidade que tem o mundo do testemunho da presença de Deus. 27. O Carmelita Secular está chamado a viver e testemunhar o carisma do Carmelo Teresiano na Igreja par cular, parte do povo de Deus na qual se faz presente e atua a Igreja de Cristo. Epílogo. As Cons tuições da Ordem Secular foram elaboradas para consolidar o projeto de vida de seus membros, que são parte da Ordem do Carmelo Teresiano. Eles são chamados a “dar testemunho de como a fé cristã [...] cons tui a única resposta plenamente válida para os problemas e as expecta vas que a vida põe a cada pessoa e a cada sociedade”.

Ao estudar esse Documento, percebemos que se nós conseguíssemos ser o que ele nos propõe, uma revolução de amor e transformação social ocorreria no mundo. Rezemos para que haja entre nós da OCDS empenho verdadeiro em seguir as orientações da Igreja, a par r da fidelidade à nossa vocação, onde e como Deus chamar a cada um. Que o Espírito Santo nos inspire e impulsione, que Santa Teresa, São João da Cruz e todos os santos do Carmelo nos animem, que Nossa Senhora do Carmo e São José nos protejam. Amém. Lumem Gen um 31; Chris fidelis Laici 9. Chris fidelis Laici 33. Cf. Apostolicam Actuositatem 4.10. Chris fidelis Laici 16.17.25.28.29. Cf. CD 11, Apostolicam Actuositatem 86; Chris fidelis Laici 25. Chris fidelis Laici 34.

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Escola de Formação Edith Stain POLO NORDESTE Aconteceu, nos dias de 25 a 28 de janeiro de 2018, o III Módulo da Escola de Formação, em Fortaleza-CE. A Escola de Formação é uma inicia va pioneira da OCDS, Província São José, sob a regência da Comissão de Formação, cujo obje vo principal é promover uma formação básica, mas sólida, acerca das quatro dimensões previstas pela Ra o Ins tu onis da OCDS: dimensão humana, doutrinal, carmelitana e espiritual. No que diz respeito à dimensão carmelitana, estudamos as origens da nossa Ordem, os documentos concernentes ao ramo secular do Carmelo e uma introdução à vida e à doutrina de nossos santos pais fundadores, Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz. Nesta edição do módulo III, vemos como facilitadores: · Giovani Carvalho Mendes, que nos ministrou aulas

sobre a História da Ordem, acompanhando-nos num percurso de mais de 800 anos de existência, enquanto família religiosa na Igreja.

por Rose Pio o, ocds Comunidade Santa Teresinha - Passos/MG Vice-presidente Provincial da OCDS Coordenadora da Comissão de Formação OCDS

por Artur Viana, ocds Coordenador da EFES - Polo Nordeste Comunidade Flor do Carmelo de Santa Teresinha Fortaleza/CE

Os pontos abordados nessa disciplina foram: 1. Santo Elias e o espírito da Ordem. 2. Os primeiros eremitas do Monte Carmelo e a Regra de Santo Alberto. 3. A Ordem na Europa e o amparo do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo. 4. A Reforma Teresiana 5. A difusão do Carmelo Teresiano na Europa. 6. A presença do Carmelo Teresiano no Brasil, 100 anos de história. · Maria Efigênia Ribeiro Barbosa ministrou para nós a disciplina História e conhecimento da OCDS e Documentos, abordando os principais aspectos e fundamentos da vocação leiga ao Carmelo Descalço.

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Aspecto biográfico A doutrina do livro da Vida A doutrina do livro Caminho de Perfeição A doutrina do livro Castelo Interior ou Moradas. 5. A experiência trinitária na vida espiritual de Santa Madre. 1. 2. 3. 4.

Os pontos abordados nessa disciplina forma: 1. O escapulário como sinal de compromisso e de pertença à Virgem Maria. 2. O método de oração carmelitana. 3. As promessas de cas dade, pobreza e obediência, e a vivência dos conselhos evangélicos na vocação leiga do carmelita descalço. 4. Figuras representa vas da OCDS, Veneráveis e Beatos. 5. Documentos da OCDS.

Em nosso Módulo, vemos, além dos momentos de confraternização organizados espontaneamente pelos par cipantes, a solenidade de formatura do senhor Sena (José Bernardino de Sena), membro da Comunidade Santa Teresinha, da OCDS de Camaragibe-PE.

· Artur Viana do Nascimento Neto ministrou a

disciplina Introdução a São João da Cruz, abordando os principais pontos da vida e da doutrina do Doutor Mís co.

1. Contexto histórico e biográfico. 2. Obras menores. 3. Obras maiores: Subida do Monte Carmelo,

Noite Escura, Chama Viva de amor e Cân co Espiritual. · Maria Neila Souza Costa abordou o tema

Introdução a Santa Teresa de Jesus, trazendo a toda os seguintes pontos:

Além dos nossos irmãos pernambucanos, vemos a alegria de contar com a presença de cearenses, paraibanos, paraenses, maranhenses, po guares. MONTE CARMELO

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Nosso próximo módulo (Módulo IV) será nos dias 26, 27, 28 e 29 de julho de 2018. Contamos com o empenho das comunidades e grupos OCDS para que enviem, pelo menos, um representante. Vale a pena ressaltar que a Escola de Formação Edith Stein tem suas portas abertas para TODOS que quiserem receber formação direcionada nas quatro dimensões citadas acima. Não é necessário que pertença à Ordem ou que seja encarregado da formação em suas comunidades. A Escola de Formação, antes de formar formadores, forma povo de Deus comprome do com a verdade. Todos são bem-vindos!

POLO SUDESTE

Deus. Santa Teresa fala da “água rada do poço” para falar de Deus e da vida de oração. Santa Teresinha fala da “galinha com pin nhos embaixo de suas asas” para descrever sua experiência com Deus. Santa Edith Stein fala da madeira, porque sua mãe negociava madeira. As mãos de sua mãe estavam sempre aquecidas pelo calor do sol em função de seu trabalho – imagem para dizer do calor amoroso que emana das mãos de Deus que repousam sobre nós. Essas imagens explicitam o mistério de Deus que vem ao encontro do homem. São João da Cruz fala das aves, dentre outros, para descrever a relação de Deus com o homem, que cresce em intensidade. - ORAÇÃO: escuta da Palavra, o que ultrapassa o conceito de falar com Deus. O carmelita é alguém que reza, se entrega à oração. ORAÇÃO não é falação, mas disposição à escuta, amor calado que se faz oração diante de Deus. O que move é a certeza da presença de Deus. O amor que ultrapassa o sen r e o entender. - O que Deus quer do homem é a capacidade de permanecer à escuta. Oração implica no silêncio para estar na presença Daquele que nos ama. · Francisco Renaldo Costa, ocds, que abordou as disciplinas: O crescimento na vida espiritual, Jesus Cristo como modelo e meta, Espiritualidade do Matrimônio e Espiritualidade do apostolado.

Nos dias de 26 a 28 de janeiro de 2018, ocorreu o IV Módulo (Dimensão Doutrinal) da Escola de Formação Polo Sudeste, em São Roque/SP. Nesta edição do módulo IV, vemos também como facilitadores: · Frei Gregório da Mãe de Deus, ocd, que

ministrou as disciplinas Introdução à Vida de Oração, A Oração Cristã e A espiritualidade Cristã. Alguns pontos abordados foram: - Os mís cos apelam para a criação para viver, enriquecer e expressar sua experiência de

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MONTE CARMELO

Alguns pontos abordados pelo palestrante foram: - Vida espiritual: combinar o 'velho' com 'novo'. A espiritualidade não vem do vácuo, ela se


constrói na história. O início deve ser levado em conta, para se conscien zar do caminho percorrido. Na pessoa existe uma tradição espiritual – aquilo que ela traz da sua vivência de Deus. - Crescer na vida espiritual implica em assumir as caracterís cas de ascese e de disciplina. Ascese: fornecer meios constantes para experimentar a presença de Deus. Tendo coração de dizer 'não' às distrações frequentes. Ascese: buscar Deus em tudo – corpo e alma. Deixar nossos ídolos, acolhendo nosso Deus e Senhor. - Consciência da vida interior: silêncio, encontro com o verdadeiro eu, não ter medo de si e de seus pensamentos. Admirar-se. Vida interior = autoconhecimento, é pessoal, ninguém pode fazer pelo outro. - Autoconhecimento: atribui ao ser humano um 'poder' sobre si mesmo. Avaliar o quanto se conhece a si mesmo. Conhecer é confiar, porque se não se conhece como acreditar em si. Tivemos também a solenidade de formatura de Liz Lelis Rocha, Ana Claudia Meneguci, Ketlin Sueiro, Constancio Souza.

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Voz da Igreja

«Porque se mul plicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos» (Mt 24, 12)

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Amados irmãos e irmãs!

Os falsos profetas

Mais uma vez vamos encontrar-nos com a Páscoa do Senhor! Todos os anos, com a finalidade de nos preparar para ela, Deus na sua providência oferecenos a Quaresma, «sinal sacramental da nossa conversão», [1] que anuncia e torna possível voltar ao Senhor de todo o coração e com toda a nossa vida. Com a presente mensagem desejo, este ano também, ajudar toda a Igreja a viver, neste tempo de graça, com alegria e verdade; faço-o deixando-me inspirar pela seguinte afirmação de Jesus, que aparece no evangelho de Mateus: «Porque se mul plicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos» (24, 12). Esta frase situa-se no discurso que trata do fim dos tempos, pronunciado em Jerusalém, no Monte das Oliveiras, precisamente onde terá início a paixão do Senhor. Dando resposta a uma pergunta dos discípulos, Jesus anuncia uma grande tribulação e descreve a situação em que poderia encontrar-se a comunidade dos crentes: à vista de fenómenos espaventosos, alguns falsos profetas enganarão a muitos, a ponto de ameaçar apagar-se, nos corações, o amor que é o centro de todo o Evangelho.

Escutemos este trecho, interrogando-nos sobre as formas que assumem os falsos profetas? Uns assemelham-se a «encantadores de serpentes», ou seja, aproveitam-se das emoções humanas para escravizar as pessoas e levá-las para onde eles querem. Quantos filhos de Deus acabam encandeados pelas adulações dum prazer de poucos instantes que se confunde com a felicidade! Quantos homens e mulheres vivem fascinados pela ilusão do dinheiro, quando este, na realidade, os torna escravos do lucro ou de interesses mesquinhos! Quantos vivem pensando que se bastam a si mesmos e caem ví mas da solidão! Outros falsos profetas são aqueles «charlatães» que oferecem soluções simples e imediatas para todas as aflições, mas são remédios que se mostram completamente ineficazes: a quantos jovens se oferece o falso remédio da droga, de relações passageiras, de lucros fáceis mas desonestos! Quantos acabam enredados numa vida completamente virtual, onde as relações parecem mais simples e ágeis, mas depois revelam-se drama camente sem sen do! Estes impostores, ao

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mesmo tempo que oferecem coisas sem valor, ram aquilo que é mais precioso como a dignidade, a liberdade e a capacidade de amar. É o engano da vaidade, que nos leva a fazer a figura de pavões para, depois, nos precipitar no ridículo; e, do ridículo, não se volta atrás. Não nos admiremos! Desde sempre o demónio, que é «men roso e pai da men ra» (Jo 8, 44), apresenta o mal como bem e o falso como verdadeiro, para confundir o coração do homem. Por isso, cada um de nós é chamado a discernir, no seu coração, e verificar se está ameaçado pelas men ras destes falsos profetas. É preciso aprender a não se deter no nível imediato, superficial, mas reconhecer o que deixa dentro de nós um rasto bom e mais duradouro, porque vem de Deus e visa verdadeiramente o nosso bem. Um coração frio Na Divina Comédia, ao descrever o Inferno, Dante Alighieri imagina o diabo sentado num trono de gelo; [2] habita no gelo do amor sufocado. Interroguemonos então: Como se resfria o amor em nós? Quais são os sinais indicadores de que o amor corre o risco de se apagar em nós? O que apaga o amor é, antes de mais nada, a ganância do dinheiro, «raiz de todos os males» (1 Tm 6, 10); depois dela, vem a recusa de Deus e, consequentemente, de encontrar consolação n'Ele, preferindo a nossa desolação ao conforto da sua Palavra e dos Sacramentos. [3] Tudo isto se permuta em violência que se abate sobre quantos são considerados uma ameaça para as nossas «certezas»: o bebé nascituro, o idoso doente, o hóspede de passagem, o estrangeiro, mas também o próximo que não corresponde às nossas expeta vas. A própria criação é testemunha silenciosa deste resfriamento do amor: a terra está envenenada por resíduos lançados por negligência e por interesses; os mares, também eles poluídos, devem infelizmente guardar os despojos de tantos náufragos das migrações forçadas; os céus – que, nos desígnios de Deus, cantam a sua glória – são sulcados por máquinas que fazem chover instrumentos de morte. E o amor resfria-se também nas nossas comunidades: na Exortação apostólica Evangelii gaudium procurei descrever os sinais mais evidentes desta falta de amor. São eles a acédia egoísta, o pessimismo estéril, a tentação de se isolar empenhando-se em con nuas guerras fratricidas, a mentalidade mundana que induz a ocupar-se apenas

do que dá nas vistas, reduzindo assim o ardor missionário. [4] Que fazer? Se porventura detetamos, no nosso ín mo e ao nosso redor, os sinais acabados de descrever, saibamos que, a par do remédio por vezes amargo da verdade, a Igreja, nossa mãe e mestra, nos oferece, neste tempo de Quaresma, o remédio doce da oração, da esmola e do jejum. Dedicando mais tempo à oração, possibilitamos ao nosso coração descobrir as men ras secretas, com que nos enganamos a nós mesmos, [5] para procurar finalmente a consolação em Deus. Ele é nosso Pai e quer para nós a vida. A prá ca da esmola liberta-nos da ganância e ajuda-nos a descobrir que o outro é nosso irmão: aquilo que possuo, nunca é só meu. Como gostaria que a esmola se tornasse um verdadeiro es lo de vida para todos! Como gostaria que, como cristãos, seguíssemos o exemplo dos Apóstolos e víssemos, na possibilidade de par lhar com os outros os nossos bens, um testemunho concreto da comunhão que vivemos na Igreja. A este propósito, faço minhas as palavras exorta vas de São Paulo aos Corín os, quando os convidava a tomar parte na coleta para a comunidade de Jerusalém: «Isto é o que vos convém» (2 Cor 8, 10). Isto vale de modo especial na Quaresma, durante a qual muitos organismos recolhem coletas a favor das Igrejas e populações em dificuldade. Mas como gostaria também que no nosso relacionamento diário, perante cada irmão que nos pede ajuda, pensássemos: aqui está um apelo da Providência divina. Cada esmola é uma ocasião de tomar parte na Providência de Deus para com os seus filhos; e, se hoje Ele Se serve de mim para ajudar um irmão, como deixará amanhã de prover também às minhas necessidades, Ele que nunca Se deixa vencer em generosidade? [6] Por fim, o jejum ra força à nossa violência, desarma-nos, cons tuindo uma importante ocasião de crescimento. Por um lado, permite-nos experimentar o que sentem quantos não possuem sequer o mínimo necessário, provando dia a dia as mordeduras da fome. Por outro, expressa a condição do nosso espírito, faminto de bondade e sedento da vida de Deus. O jejum desperta-nos, torna-nos mais atentos a Deus e ao próximo, reanima a vontade de obedecer a Deus, o único que sacia a nossa fome. Gostaria que a minha voz ultrapassasse as MONTE CARMELO

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fronteiras da Igreja Católica, alcançando a todos vós, homens e mulheres de boa vontade, abertos à escuta de Deus. Se vos aflige, como a nós, a difusão da iniquidade no mundo, se vos preocupa o gelo que paralisa os corações e a ação, se vedes esmorecer o sen do da humanidade comum, uni-vos a nós para invocar juntos a Deus, jejuar juntos e, juntamente connosco, dar o que puderdes para ajudar os irmãos! O fogo da Páscoa Convido, sobretudo os membros da Igreja, a empreender com ardor o caminho da Quaresma, apoiados na esmola, no jejum e na oração. Se por vezes parece apagar-se em muitos corações o amor, este não se apaga no coração de Deus! Ele sempre nos dá novas ocasiões, para podermos recomeçar a amar. Ocasião propícia será, também este ano, a inicia va «24 horas para o Senhor», que convida a celebrar o sacramento da Reconciliação num contexto de adoração eucarís ca. Em 2018, aquela terá lugar nos dias 9 e 10 de março – uma sexta-feira e um sábado –, inspirando -se nestas palavras do Salmo 130: «Em Ti, encontramos o perdão» (v. 4). Em cada diocese, pelo menos uma igreja ficará aberta durante 24 horas consecu vas, oferecendo a possibilidade de adoração e da confissão sacramental. Na noite de Páscoa, reviveremos o suges vo rito de acender o círio pascal: a luz, rada do «lume

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novo», pouco a pouco expulsará a escuridão e iluminará a assembleia litúrgica. «A luz de Cristo, gloriosamente ressuscitado, nos dissipe as trevas do coração e do espírito», [7] para que todos possamos reviver a experiência dos discípulos de Emaús: ouvir a palavra do Senhor e alimentar-nos do Pão Eucarís co permi rá que o nosso coração volte a inflamar-se de fé, esperança e amor. Abençoo-vos de coração e rezo por vós. Não vos esqueçais de rezar por mim. Va cano, 1 de Novembro de 2017 Solenidade de Todos os Santos Francisco

[1] Missal Romano, I Domingo da Quaresma, Oração Coleta. [2] «Imperador do reino em dor tamanho / saía a meio peito ao gelo baço» (Inferno XXXIV, 28-29). [3] «É curioso, mas muitas vezes temos medo da consolação, medo de ser consolados. Aliás, sen mo-nos mais seguros na tristeza e na desolação. Sabeis porquê? Porque, na tristeza, quase nos sen mos protagonistas; enquanto, na consolação, o protagonista é o Espírito Santo» (Angelus, 7/XII/2014). [4] Nn. 76-109. [5] Cf. BentoXVI, Carta enc. Spe salvi, 33. [6] Cf. PioXII, Carta enc. Fidei donum, III. [7]Missal Romano, Vigília Pascal, Lucernário.


OCDS no Brasil

100 anos da OCDS no Brasil por Luciano Dídimo, ocds Presidente Provincial da OCDS - Província São José-Brasil Comunidade São José de Santa Teresa, ocds

Aparecida - SP 04 a 07/11/2018

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Hoje a OCDS comemora 100 anos de sua presença no Brasil. No início do século XX se deu o estabelecimento firme e a expansão dos Carmelitas. Nessa época muitos frades carmelitas descalços europeus cruzaram o oceano para suas fundações. Em 1911 frades espanhóis fundaram no Sul do país, enquanto os italianos fundaram no Sudeste. Os frades romanos fundaram casas em Bom Jesus do Córrego/MG (19111919), Cambuí/MG (1911-1922), Capivari/MG (19111961), São Bento do Sapucaí/SP (1914-1927), Cataguases/MG (1923), Rio de Janeiro/RJ (1920), São Paulo/SP (1923). De todas estas fundações foram as do Rio de Janeiro e São Paulo que se firmaram. Foi em São Bento que Frei Serafim organizou e fundou o primeiro grupo da então Ordem Terceira dos Carmelitas Descalços, no dia 1º de janeiro de 1918. Portanto hoje estamos celebrando os 100 anos da presença da OCDS no Brasil e celebramos esse centenário em um ano muito especial para a Igreja no Brasil, pois é o ano em que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ins tuiu o Ano Nacional do Laicato, sob a luz do pedido do Papa Francisco, de fazer

crescer “a consciência da iden dade e da missão dos leigos na Igreja”. Dessa forma, a Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares - OCDS da Província São José, está organizando com muito carinho o Fórum Santa Te r e s i n h a c o m o a t u d e m i s s i o n á r i a e m agradecimento a Deus pelos 100 anos de sua presença no Brasil, que acontecerá de 15 a 18/11/2018 em Aparecida-SP com o tema “No coração da Igreja serei o amor”. Somos muito gratos a Deus por tudo o que ele realiza em nós e através de nós na vivência de nossa vocação carmelitana enriquecendo a Ordem, a Igreja e o mundo com a nossa secularidade! Agradecemos aos frades e monjas de nossa família carmelitana e aos membros da OCDS vivos e falecidos que contribuíram para as fundações das nossas comunidades e grupos. Que Deus recompense a cada um pelo seu SIM! Que Nossa Senhora do Carmo, Santa Teresa, São João da Cruz, Santa Teresinha e todos os santos do Carmelo intercedam pelo Carmelo Secular para que sejamos sal e luz no mundo! MONTE CARMELO

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Evento

Sobre o Fórum Diante das maravilhas acontecidas no Fórum STJ 500 anos, realizado em setembro de 2015 em comemoração pelos 500 anos do nascimento Santa Teresa de Jesus, e diante dos diversos pedidos para a realização de um novo Fórum nos mesmos moldes do anterior, a Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares (OCDS) da Província São José - Brasil, em parceria com os frades, decidiu realizar de 15 a 18 de novembro de 2018 o FÓRUM SANTA TERESINHA, com o tema "No coração da Igreja serei o amor". Nosso intuito é de, passados 3 anos do Fórum anterior, reunir novamente a nossa grande família carmelitana com os demais segmentos da Igreja que veneram e amam Santa Teresinha e que bebem da espiritualidade dessa tão querida santa. O evento também tem a finalidade de de divulgar o carisma carmelitano para que mais pessoas possam contemplar e se deliciar com as belezas de nosso jardim florido, mo vados pela carta do nosso Padre Geral Frei Savério Canistrà dirigida à Ordem Secular em junho/2017 onde ele ressalta no item 10 que "o apostolado caracterís co do Carmelo Teresiano é a promoção da vida espiritual (...) Nesse sen do há tantas válidas e importantes inicia vas de colaboração com os outros ramos da Ordem para responder a necessidades muito flagrantes dos nossos tempos, tais como o aprendizado de oração, do silêncio, de uma vida contempla va. Isso permite levar de modo novo a mensagem da salvação segundo o carisma teresiano-sanjuanista.» Assim, a Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares - OCDS da Província São José, em parceria com os frades, organiza com muito carinho mais este Fórum como a tude missionária em agradecimento a Deus pelos 100 anos de sua presença no Brasil. Contamos com a presença de todos que desejam conhecer ou se aprofundar na espiritualidade de Santa Teresinha, Doutora da Igreja!

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Inscrições até Agosto R$ 400,00 Podendo ser parcelado Aproveite valor promocional Pagamento à vista R$ 360,00 até 31 de maio A partir de Setembro O valor será R$ 500,00 Inscrições devem ser feitas pelo site: http://forumsantateresinha.webnode.com/

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Notícias Notícias das Comunidades/Grupos OCDS COMUNIDADES COMPARTILHAM SUAS ATIVIDADES ATRAVÉS DOS GRUPOS DE WHATSAPP

I Re ro Anual da Comunidade São José Sete Lagoas/MG.

Com. Sta Teresinha, Doutora da Igreja - Niterói/RJ, Encontro de Oração pelo Papa Francisco.

V Encontro de Espiritualidade Carmelitana coordenado pela Com. Sta Teresa e Sta Miriam.

Comunidade Santa Teresa e Santa Miriam em Franca/SP.

Visita da Conselheira provincial Ana Stela à Comunidade Rainha do Carmelo, Fortaleza/CE.

Re ro Quaresmal do Grupo São José de Petrópolis/RJ.

Início do ano forma vo do Grp. Venerável Maria Felícia de J.S. (Chiquitunga) - Senhor do Bonfim/BA.

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OCDS e OCD no Distrito Federal.


Comunidade Flor do Carmelo de Bauru/SP.

Grp. Me. Teresa Margarida de Campo Belo/MG, visita da Conselheira Mariza e Frei João de Deus

Reunião da OCDS Camaragibe com o tema “Vida Fraterna”.

Início do Ano Forma vo da Comunidade Flor do Carmelo de Santa Teresinha, Fortaleza/CE.

Grp. Sta Teresinha, Alma Missionária, de Quixadá-CE, recebeu a visita da Conselheira Provincial Ana Stela, dos jovens Romário e Gilcivânia do Carmelo Jovem e da coordenadora da Comissão de Jovem OCDS, Wilderlânia Lima.

I Encontro de Espiritualidade Carmelitana, com o tema: "O Carmelo no meio do mundo" em Macapá/AP, com a presença do padre provincial, Frei Afonso, e do delegado provincial para a OCDS, Frei João de Deus.

Comunidade Flor do Carmelo de Fortaleza/CE realizou Missa de início do ano forma vo.

Grupo Elisabete da Trindade Patos de Minas/MG realiza primeiro re ro.

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Admissão e Promessas Grupo São José /RJ.

Retorno das a vidades da Comunidade Alegria da Sagrada Face de Itape ninga – SP.

Primeira reunião de 2018 da Comunidade São João da Cruz, Ibiapina /CE.

Com. N.S. do Carmo de Goiânia/GO par cipa de missa presidida por D. Levi Bona o, Bispo Auxiliar.

COMUNIDADES COMPARTILHAM SUAS ATIVIDADES ATRAVÉS DOS GRUPOS DE WHATSAPP Os membros da OCDS que desejarem entrar nos grupos de WhatsApp, podem enviar suas solicitações para Luciano Dídimo: (85) 988955966. Grupos de WhatsApp da OCDS da Província São José: · OCDS PROVÍNCIA SÃO JOSÉ

· CARMELO JOVEM

· CASAIS OCDS

NOSSOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, confira... (h p://www.ocdsprovsaojose.com.br/)

h p://ocdsprovinciasaojose.blogspot.com.br/

h ps://www.facebook.com/pages/Ordem-Dos-CarmelitasDescal%C3%A7os-Seculares/132884536754686?ref=hl

COMISSÃO DE ESPIRITUALIDADE Dir-se-ia que na oração és como uma rainha que tem livre acesso ao Rei e que dele podes alcançar tudo o que pedires!" (Santa Teresinha) A Comissão tem a finalidade de interceder e promover a intercessão junto às Comunidades e Grupos por todos os nossos eventos, pelos nossos membros mais necessitados, pelas nossas autoridades, pela Ordem. O e-mail para o envio dos pedidos de oração é: intercessaoocds@gmail.com.

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Marketing

Lançamento 4º livro de Formação OCDS

PROMESSA DEFINITIVA 1º ano R$ 35,00 (a unidade)

PROMOÇÃO 05 unidades: R$ 150,00 (30,00 cada)

Nova edição revista e atualizada do livro de

2º livro de Formação OCDS

DOCUMENTOS DA OCDS

PROMESSAS TEMPORÁRIAS - 1º ano

1º livro de Formação OCDS

3º livro de Formação OCDS

PREPARAÇÃO PARA ADMISSÃO

PROMESSAS TEMPORÁRIAS - 2º ano

R$ 20,00

R$ 30,00

(a unidade)

(a unidade)

R$ 30,00 (a unidade)

R$ 30,00 (a unidade)

PROMOÇÃO Documentos OCDS 05 unidades: R$ 75,00 (15,00 cada) 10 unidades: R$ 120,00 (12,00 cada)

Formação OCDS I, II e III 05 unidades: R$ 125,00 (25,00 cada) 10 unidades: R$ 220,00 (22,00 cada)

Pedidos: livrosocds@gmail.com. Valor + Frete (Correios)

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