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CPFL, o apagão que nos consome

NESTA EDIÇÃO } } } } }

Sumaré - O shopping está vivo ............................... EDUCAÇÃO - “Escola demais faz mal” ..................... ENTREVISTA - Eduardo Pio Araújo ........................... Stephen Kanitz - Analise o erro e não erre mais ..... O que é a tal felicidade? .........................................

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} } } } }

Psicologia - Brincar é necessário .......................... Viabilizando CNH para deficientes auditivos ........... ENERGIA ELÉTRICA - estamos mal servidos.............. ENCONTRO DE MOTOS ............................................. FUTEBOL - Cartolas e Tite na seleção .......................

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O Campeão NOVEMBRO DE 2015

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} OPINIÃO

} MENSAGENS DO EDITOR

A loucura que é ser empreendedor Eduardo Pio de Araújo é nosso entrevistado. É uma pessoa que vivia numa linha de conforto com ótima posição na IBM do Brasil, mas largou tudo perigando inclusive sua estabilidade doméstica, instigado pela preocupante possibilidade de toda criança e o planeta em si, serem tragados pelo fator eletrônico. Esse grito de basta certamente não teria receptividade ali no futuro, uma geração adiante. Entretanto, para felicidade de nossas crianças, os pais de hoje, que puderam

na infância jogar amarelinha na rua, ralar com carrinho de rolemã, etc., estes são os possíveis grandes cúmplices, a grande massa receptora, o canal para a ação sinergética como opção à hipnose que imobiliza crianças na alienação social. Eduardo com esse brado, maravilhosa e oportuna indignação, certamente cairá nas graças da mídia, e daí, tornar-se-á referência na educação... Afinal, quem nunca brincou de cabra-cega, andou de perna-de-pau ou jogou peteca? Mas ele já não está sozinho, pois se

contagiando, somando-se a esse sonho, pessoas que isoladamente também percebiam essa situação, eis que uma equipe multidisciplinar já se forma no entorno dessa aparente ideia desse novo maluco-beleza do empreendedorismo. O Campeão em suas entrevistas adora provocar o personagem com perguntas inusitadas, de pessoas próximas a ela, que dominam nuances que repórteres jamais imaginariam, porém, condimentos essenciais para temperar a iguaria esperada pelo leitor. A íntegra, na pág. 6

Herança de um longo passado D ia primeiro de janeiro de 2013, pela primeira vez em 144 anos de história, Sumaré deu posse a uma prefeita que apesar da alegria em assumir tal posto executivo, sabia que estava ganhando um desafio hercúleo para sanar algo que José Antonio Bacchim, que governou Sumaré de 2005/2008 e reeleito para o mandato 2009/2012, não conseguiu evitar deixar como herança à sucessora, quase R$ 300 milhões a serem cobertos. Mas Bacchim também recebera por sua vez algo semelhante em termos de caixa municipal. Aliás, o histórico dos administradores de Sumaré é um retrospecto nada positivo. A cidade sempre padeceu da

A campanha de atração para com o fisco municipal poderá desistimular contribuintes mais sérios pagam impostos em dia. Por outro lado, se a prefeitura partisse para a cobrança judicial poderia demorar anos o recolhimento de tais impostos. falta de transparência onde sua arrecadação era aplicada. A Lei de Responsabilidade Fiscal a partir do ano 2000

pouco pôde fazer a respeito pois as contas públicas eram caixa preta, uma tradição transferida sucessivamente aos futuros sucessores ao assumirem a sucessão. Hoje, 2015, assistimos a uma administradora constrangida anunciando um mau exemplo ao bom munícipe que sempre pagou suas contas em dia à prefeitura de Sumaré ou algo nas entrelinhas que diz: "Você que é bom pagador de impostos, não se preocupe em pagar em dia. Se você der calote, no futuro você ganha!" Afinal, a propaganda oficial hoje diz: "Descontos de até 100% em nultas e juros! Não é todo dia que você tem uma oportunidade como essa. A Prefeitura

A Lei de Responsabilidade Fiscal A Lei de Responsabilidade Fiscal entrou vigor a 5 de maio de 2000. Essa lei impõe controle dos gastos da União, estados, Distrito Federal e municípios, condicionado à capacidade de suas respectivas arrecadações. Tal medida foi justificada pelo costume, na política brasileira, de gestores promoverem obras de grande porte no final de seus mandatos, deixando a conta para seus sucessores. Essa Lei promoveu a transparência dos gastos públicos.

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A lei obriga que as finanças sejam apresentadas detalhadamente ao Tribunal de Contas. Tais órgãos podem aprovar as contas ou não. Caso as contas sejam rejeitadas, será instaurada investigação em relação ao Poder Executivo em questão, podendo resultar em multas ou mesmo na proibição de tentar disputar novas eleições. Essa Lei já em vigor, se aplica também aos Poderes Legislativo e Judiciário.

Shopping de Sumaré está vivo O Campeão há pouco notou movimentação na planta do futuro shopping center a ser implantado em Sumaré. Atividade no canteiro de obras idicam que o empreendimento vive.

O shopping de Sumaré

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izemos contato com a administração daquele projeto e o resumo daquele pedido de informações: “Entusiastas dessa cidade, a princípio ficamos preocupados, apesar de ter havido troca de alguns dos investidores, enquanto o mesmo não dava sinais de ação. Nesse período em que datas foram queimadas, e projetos semelhantes não prosperaram, o motivo desse contato visa mantermos nosso público informado acerca desse projeto, e vossas pontuações serão sempre bem-vindas, pois há sinais de que essa obra irá adiante. Vosso stand na Rua Ângelo Ôngaro, para conforto de quem o visita, está sempre fechado devido ao causticante calor, mas a fachada parece tão “caidona” parecendo que o imóvel está há muito abandonado... Seu público-alvo enxerga o longo prazo e portanto, com sopro de Dilma ou não, temos observado novos empreendimentos sendo implantados na cidade em dinâmica até gratificante, pois felizmente esse país é muito grande e nem tudo pára... Finalizando, gostaríamos de propor-lhes uma matéria a respeito do

A população na área de influência do shopping, estimada em 722.038 habitantes sendo que 327.294 estão na área primária e secundária do shopping, a menos de 10 minutos de deslocamento do mesmo. estado atual desse projeto pois acreditamos que estaríamos divulgando algo até como utilidade pública. Haveria tal possibilidade?” Solícita, a resposta de Luciana Barros: “Boa tarde, Sr Eurípedes. Somos a Assessoria de Imprensa do Shopping ParkCity Sumaré. Agradecemos imensamente seu contato. Em nome de toda a equipe deste empreendimento, ressalto a importância de um contato direto e sincero de sua parte, como formador de opinião na região de Sumaré. No momento, estamos finalizando o processo de seleção e contratação da Construtora que será responsável pela realização da obra do shopping ParkCity Sumaré, que deve ter início em breve. Já temos garantida a presença de grandes e

importantes marcas do varejo nacional e estamos em negociação com diversas outras. Você pode ter acesso a estas e outras informações sobre o empreendimento em nosso site www.parkcitysumare.com.br, que recentemente foi atualizado. Quanto às nossas ações de marketing, neste mês anunciamos na revista Shopping Centers da ABRASCE, principal revista do setor. Estamos focados na atualização da comunicação visual no local do shopping e na atualização de nosso estande de comercialização localizado na cidade de Sumaré. Pedimos que aguarde novas informações via Assessoria de Imprensa ou que entre em contato conosco em 2016. Mais uma vez, muito obrigada pelo contato.”

Sumaré é o segundo maior mercado consumidor da região metropolitana de Campinas. Localizada a 115 km da capital do estado de São Paulo, a cidade apresenta grandes empresas do setor industrial, como Honda, Pirelli, 3M, Sotreq, Villares e Sherwin Williams. Próxima a quatro grandes universidades – UNICAMP, PUC, UNIMEP e UNISAL – e a 45 km do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. Com mais de 260 mil habitantes, a cidade possui o 72° maior PIB do país. O Shopping estará oferecendo generosa área construída de 34.200 m², área bruta locável: 24.305,07 m² será um dos maiores empreendimentos desse gênero na região e sua localização às margens da Rodovia Anhanguera é justamente como o Shopping D. Pedro, ser opção para a região e não apenas para a cidade que o abriga. Contagem regressiva No stand da Rua Ângelo Ôngaro, na Vila Menuzzo, o atendimento informa que a mais recente âncora que aderiu fora as Lojas Riachuelo. Com inauguração prevista para março de 2017 estará oferendo 168 lojas, 5 âncoras, 3 semiâncoras, 8 megalojas, 16 operações de fast-food, 2 restaurantes, complexo de cinema com 5 salas, 1 centro de lazer, 1.200 vagas de estacionamento, 1 hotel com 140 quartos, localiza-se a 600 metros do trevo do Km 114 da Rodovia Anhanguera, principal entrada da cidade de Sumaré. n

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} PONTO DE VISTA

} EDUCAÇÃO

Analise o erro e não erre mais

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m administração, isso se chama custeio ABC: achar a correspondência, mesmo que indireta, entre despesas e receitas.” Todos nós cometemos erros, faz parte da vida. Em vez de ficarmos remoendo os erros, o correto seria realizar o que chamamos de “post-mortem do problema” e aprender a lição. Fazer post-mortem significa analisar as razões que nos levaram a tomar a decisão errada. Quem nos aconselhou errado, que dados errados usamos, qual foi o raciocínio ou a teoria equivocada utilizada, que dados temos hoje e quais deveríamos ter tido ao decidir, e assim por diante. Infelizmente, a maioria das pessoas nem sequer admite quando erra, ou então não aprendeu a técnica na faculdade. Mas o verdadeiro idiota não é aquele que comete erros, e sim aquele que não aprende com os erros cometidos. Portanto, gaste sempre um tempinho analisando os seus erros de uma forma estruturada. Façamos o post-mortem da CPMF. O deputado João Mellão se arrepende publicamente de ter votado pela CPMF e explica por quê: “O doutor Jatene, por sua biografia e reputação, emprestou credibilidade ao imposto do cheque e como consequência o Congresso o aprovou” – inclusive ele. Primeira lição desse post-mortem: 1. Emoção é um péssimo crité-

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rio para tomar decisões, e confiar na reputação intelectual dos outros, pior ainda. Quem tem de pensar é sempre você, e não os outros. A CPMF começou com a proposta do imposto único. Os assalariados passariam a pagar somente 1,7% a 2% de imposto no recebimento do salário, mais 1,7% a 2% na compra de bens e serviços. Um total de 3,4% a 4% de imposto somente, uma maravilha. Ou seja, já dava para desconfiar que algo estava errado. O governo precisa arrecadar 37% do PIB, e não 3,4% a 4%. De onde então viria a diferença? Dos empresários, dos atravessadores, dos capitalistas, dos especuladores, dos banqueiros, dos atacadistas, dos varejistas, das empresas, os inimigos de sempre. Só que eles representam 40% do PIB, na melhor das estimativas. Ninguém aceita pagar 83% do que ganha, é confisco, e portanto totalmente inviável. Mesmo assim, é impressionante a quantidade de confederações do comércio e pequenos empresários que dão apoio ao imposto único. E imaginem a fila de prefeitos, governadores e ministros que se formaria atrás do ministro da Fazenda para rediscutir a divisão do imposto único. Paralisaria o país. Foi exatamente o que aconteceu com a CPMF. Dedicada inicialmente a gastos de saúde, ela logo teve a sua fila quilométrica e destinações diversas. A CPMF jamais deveria ter

sido criada, muito menos recriada, como querem alguns. O setor de saúde deveria lutar por parte do IPI da Souza Cruz, pelo menos o necessário para custear os estragos médicos causados pelo tabaco, como o enfisema e o câncer de pulmão. Deveria lutar pela receita das multas de quem não usa cinto de segurança para custear as cirurgias de quem se espatifa no pára-brisa de seu carro. Deveria lutar por parte do IPI ou do ICMS das indústrias de alimentação que exageram no sal para custear as complicações médicas da hipertensão. Em administração, isso se chama custeio ABC: achar a correspondência, mesmo que indireta, entre despesas e receitas. Quanto mais cigarros forem vendidos, maior será a receita da área de saúde. A Fiesp quer redução de impostos sem reduzir despesas de saúde. Mas como? O custeio ABC permite uma inteligente forma de reduzir tributos. Negociar a redução de sal nos alimentos e biscoitos em troca da redução do imposto, por exemplo, algo que a Fiesp poderia fazer. Reduzir carcinogênicos em troca de redução do IPI do fumo. Imposto criado sem destinação é convite à malversação e à gastança e permite sonegação de serviços públicos acordados em lei. Os economistas são normalmente a favor da desvinculação de receitas porque eles não são bobos. Desvincular receitas facilita a vida deles e aumenta o

“Escola demais faz mal ” Uma mãe levanta a preocupação com o vestibular e, como nesta escola não há ensino médio, não conseguia saber se a escola era “forte” ou “fraca”. Rita Lisauskas

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poder do ministro da Economia. Nem toda despesa do governo pode ser rateada, logicamente o custeio ABC não é uma panaceia, mas tem sua aplicação em muitos casos. Na dúvida, ficaria o padrão usual: os ricos pagariam mais pelos serviços prestados pelo estado, via imposto de consumo ou imposto de renda. Por todas essas razões, a CPMF entrará na história econômica do Brasil como um imposto mal votado, mal concebido, mal pensado, desvirtuado, cuja alíquota de 0,38% vai continuar, incorporada que foi em outros impostos que não carregam o seu nome. Fonte: Revista Veja, Editora Abril, edição 2045, janeiro de 2008.

eu filho tem 4 anos. E nas “rodinhas” de conversa na porta da escola, não se pergunta outra coisa: “Pra qual escola ele vai?” No começo eu não entendia a questão. Eu e meu marido já escolhemos a escola do Samuel – estávamos na porta dela, inclusive – e não passava pela nossa cabeça mudá-lo de instituição. Há jabuticabeiras, animais, aula de música, parques. E ele é muito feliz lá, como já nos disse dezenas de vezes. A escolha não foi por impulso. Antes de efetivar a matrícula conversamos com a diretora sobre alimentação, método de ensino, conflitos e inclusão (ver com meus próprios olhos crianças especiais por lá foi decisivo porque eu sempre quis que meu filho fosse acima de tudo uma pessoa tolerante). E por estar assim tão segura das minhas/nossas escolhas, decidi entender porque essas mães e esses pais estavam tão inquietos. Outros se preocupam com as habilidades futuras das crianças em línguas estrangeiras. Um pai me lembrou que “inglês todo mundo já fala” e contou que foi visitar uma escola que ensina alemão para os pequenos. Muitos questionam o sistema de ensino, construtivista. “É bom apenas quando eles são menores, depois eles ficam indomáveis, sem regras”, ouvi de uma mãe. Foi por isso que decidi entrevistar o psicólogo e psicanalista Eduardo Sá, professor da Universidade de Coimbra, Portugal. Fazendo minha ronda diária em portais jornalísticos do mundo, vi que ele estava lançando o livro: “Hoje não vou à escola – Por que os bons alunos não tiram

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sempre boas notas?”, que já está em negociação para ser publicado também no Brasil. Sá lança a pergunta no texto de divulgação: “Por que é que a escola dá tanto às crianças, mas não necessariamente o que mais precisam?”. Ele defende com unhas e dentes uma escola que dê importância à educação musical e à educação física na mesma medida em que valoriza o ensino da matemática e do português. É contra a lição de casa, a favor do brincar e de passar mais tempo com a família. Eduardo Sá afirma que saber acolher o fracasso dos nossos filhos é de vital importância e decreta: “Escola demais faz mal às crianças”. - Rita: No Brasil, muitos pais colocam os filhos ainda pequenos em escolas bilíngues, que ensinam português e inglês, preocupados com o futuro profissional deles. Algumas dessas escolas são em período integral e, por isso, as crianças ficam

mais tempo fora de casa. Como o senhor avalia essa escolha?

- Eduardo Sá: Escola demais faz mal às crianças. A escola é fantástica e indispensável, claro, mas há uma tendência incompreensível para que, também em Portugal, as crianças passem tempo demais na escola. Mais escola (ou, se preferir, mais tempo de escola) não significa melhor escola. Se quisermos ser didáticos para os pais, devemos dizer que a família é mais importante que a escola e que brincar é tão essencial como aprender. E mais: devemos dizer que a hierarquia das prioridades para as crianças deveria ser em primeiro lugar a família, em segundo a “escola da vida”, em terceiro o brincar e, finalmente, a escola propriamente dita. Ao imaginarmos a vida diária duma criança, não devíamos nunca deixar de levar em consideração que estes compromissos com o crescimento precisam de tempo para que, em conjunto, ajudem as

“Escola demais faz mal à criança”, diz o psicólogo e psicanalista Eduardo Sá, professor da Universidade de Coimbra, Portugal. crianças a namorar com a vida e, ao mesmo tempo, para que elas aprendam a crescer e aprendam a pensar. Seja como for, eu entendo que as escolas bilíngues seduzam os pais. E têm benefícios pela vida fora. Seja como for, parece-me que os pais ganham se entenderem que em primeiro lugar as crianças devem brincar com o corpo e ter educação física, porque elas aprendem de dentro para fora do corpo e aprendem ligando os ritmos do corpo às regras e às rotinas. Crianças mais amigas do corpo são crianças que se expressam melhor, de modo mais expressivo e mais proativo. E que, depois, devem ter educação musical. Mais educação musical representa mais educação para a sensibilidade e mais “ouvido” com que se vai da verdadeira Torre de Babel, que é a música, para a palavra e dela para os gestos. Resumindo: mais corpo, mais música e mais língua materna. Até porque as crianças se apaixonam em português, se zangam em português, sonham em português. Sendo assim não acho que se ganhe se não investirmos primeiro no português e, só depois dos 8 anos, em um outro idioma. Até porque quando olhamos para o bilinguismo dos adolescentes não me parece que ele seja só útil. Afinal temos cada vez mais adolescentes iletrados: que sentem, que discorrem mas que, ao não conseguirem traduzir a vida mental em língua materna, transformam em >> O Campeão NOVEMBRO DE 2015

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} EDUCAÇÃO

} EDUCAÇÃO

“Escola demais faz mal ” >> angústia aquilo que seria traduzido em palavras e com isso adoecem. Por outras palavras: menos cuidados com a língua materna significa mais doença mental. - Rita: Há também uma grande preocupação em colocar os filhos ainda pequenos em escolas bem colocadas no exame nacional do ensino médio, ENEM, em uma aposta de que assim os filhos terão mais chances de entrar nas melhores universidades. É uma preocupação sadia, na visão do senhor? - Sá: Eu entendo os cuidados dos pais. E interpreto-os como um sinal de bondade. No entanto, nem sempre um modelo educativo sedutor ou um espaço escolar exemplar são tão indispensáveis para o sucesso escolar como o é um professor. Um professor especial é uma estrela que guia. Na escolha de uma escola deve estar, em primeiro lugar, a sabedoria e a qualidade humana de um professor. É claro que quando se conjugam um professor mágico, um espaço escolar bonito e aconchegante e um modelo educativo “de rosto humano” estão criadas as condições para que as crianças fujam para a escola (em vez de fugirem dela) e para que o sucesso educativo se torne claro. Esta tendência para escolas mais exclusivas, com menos diversidade social e econômica, mais amigas de tudo o que é uniforme, e com muito menos crianças é, também, comum em Portugal. E eu acho ruim! Porque a vida é inclusiva, por excelência. Porque todas as crianças (todas elas!!) têm sempre, pelo menos, uma necessidade educativa especial. E porque os rankings das escolas são, muitas vezes, mentirosos: comparam escolas públicas e escolas privadas, com condições muito diferentes e escolas das grandes cidades com escolas do interior. Sendo assim, pais empenhados com a educação dos filhos são pais amigos do futuro. Tomara que eles aceitem que uma escola não serve para 6

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formar jovens tecnocratas mas pessoas mais educadas e mais amigas do conhecimento e do futuro. - Rita: Existe a escola ideal? Se sim, como ela seria? - Sá: Não existe, nem precisaria existir. Seja como for, uma escola amiga do conhecimento e das crianças será: n Uma escola onde as aulas serão, sobretudo, de manhã (porque somos animais cujos ritmos biológicos nos tornam mais perspicazes e mais inteligentes de manhã); n Uma escola onde as aulas terão entre 45 e 60 minutos e, em vez de serem expositivas devem ser, sobretudo, participadas; n Uma escola onde os recreios tenham entre 20 e 25 minutos, e sejam cobertos e adequados (porque brincar não é uma atividade de primavera/verão mas de todo o ano) e onde se possa correr e brincar;

Uma escola onde todas as disciplinas tenham o mesmo valor e onde não haja disciplinas de primeira (como a matemática ou o português) e disciplinas de segunda (como a educação física ou a educação musical); n

Uma escola onde não haja turmas de bons alunos e turmas de alunos banais; n

n Uma escola onde nunca se sossegue até se descobrir o que é que cada aluno tem de singular (e que represente uma mais valia para toda a escola) e qual é a sua necessidade educativa especial; n Uma escola que recomende que se brinque todos os dias, porque brincar é um patrimônio imaterial da Humanidade e quem não brinca não pensa nem aprende:

Uma escola com mais criatividade e menos repetição; n

Uma escola menos amiga dos trabalhos de casa;

- Rita: Tirar boas notas é importante?

Uma escola onde haja mais cooperação entre professores e família;

- Sá: Claro que sim. Mas eu receio que os pais só se preocupem com as boas notas nas provas. E eu acho que eles têm, também, de exigir boas notas nos recreios, boas notas como netos e como filhos. Boas notas em relação seu espírito solidário, e boas notas nos compromissos cívicos. Ter boas notas é importante sim, porque as mesmas competências estimuladas por pessoas diferentes, a propósito de diversas disciplinas, no contexto de grupos distintos, traz mais e melhores performances às crianças, sendo essa versatilidade aquilo com que mais elas se habilitam para o futuro. Assim os pais não se esqueçam que, regra geral, as crianças estão pouco habilitadas para o insucesso e que isso funciona como uma espécie de imunodeficiência adquirida.

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Uma escola que acarinhe a autonomia e a pesquisa das crianças e onde não se incentivem as explicações ou aulas que se multipliquem; n

n Uma escola com mais direitos à dúvida e aos erros; n Uma escola onde os alunos faladores tenham um quadro de honra, porque eles são um patrimônio fundamental da escola pela forma como interpelam e dão à escola a oportunidade de se repensar.

- Rita: As crianças estão indo cada vez mais cedo à escola por diversos motivos, entre eles, porque o senso comum tem dito que precisamos “estimular” nossos filhos o quanto antes. As crianças precisam mesmo da escola assim tão pequenos? A partir de qual idade ela se torna necessária? Sá: As crianças ganham se frequentarem a educação infantil a partir dos 3 anos. E o ensino básico aos 6. Desde que o educação infantil não seja uma pré-escola, onde as crianças sejam empurradas para atividades escolares como aprender a ler ou a escrever. Estimular as crianças cada vez mais cedo para atividades escolares não as torna nem mais inteligentes nem mais amigas do conhecimento. Há então, para todos nós, um compromisso entre tudo aquilo que a escola pode dar e o tempo indispensável que leva sempre a transformar uma criança saudável num adulto com futuro. Mas, atenção: ninguém estimula um filho se não o souber sentir e se não o souber escutar! Se aos 3 anos a escola complementar a família estamos a dar uma oportunidade mais plural de crescimento a uma criança.

- Rita: Como preparar os filhos para o fracasso e qual a importância dessa preparação para o futuro deles? - Sá: Os fracassos nunca se preparam de véspera, Rita. É um pouco assim que tudo se passa na nossa vida. O grande desafio de um insucesso – nas crianças como em nós – passa por sabermos se as pessoas que são mais importantes na nossa vida são capazes de conviverem com a nossa tristeza. Na verdade, elas estão sempre lá, ao nosso dispor, mas nem sempre aceitam e acolhem a nossa tristeza. Muitos pais afligem-se com a tristeza dos filhos como se lhes dissessem: se você está triste, você me põe triste… E, quando é assim, uma criança dói-se por estar triste e assusta-se ao sentir que a sua tristeza será estranha ou mais ou menos misteriosa para os seus pais. Isto é: a tristeza é inevitável quando vivemos um fracasso, mas quando as pessoas que nos amam se assustam com a nossa dor, perdura a tristeza que nos assalta e é acrescida >>

“Escola demais faz mal ” >> pelo desamparo que a falta de acolhimento que ela desencadeou terá merecido. Ora, é muito importante que os pais sintam os filhos. Mas, mais precioso ainda, é que eles percebam que a tristeza ajuda a esclarecer se as pessoas que nos amam nos sabem amar. Sendo assim, a tristeza é o melhor antidepressivo do mundo! Porque quanto podemos estar tristes e mais sentimos que as nossas dores nos dão mais e melhores pais, mais nos tornamos audazes e guerreiros. Tenho medo, portanto, que os pais tenham construído um ideal de um crescimento antidepressivo para os seus filhos e seja isso que mais os deprimem. Ao contrário daquilo que, seguramente, eles desejam. Ao contrário dos perigos que eles vêem ou imaginam à volta da vida das crianças . E ao contrário daquilo que a sua bondade deixaria supor. Sendo assim, pais bondosos não exageram na prevenção da dor. Deixam que o improviso da própria vida faça o seu trabalho porque eles sabem que, no caso de um filho se magoar, eles são quem mais os tornam corajosos, mais audaciosos e mais tenazes. Já, ao contrário, crianças que fogem da dor são crianças que se tornam de “porcelana”: frágeis e fóbicas, portanto. Porque a melhor forma de ficar preso a uma dor é fugir dela. - Rita: O que o senhor acha da lição de casa? Ela é necessária? A partir de qual idade? - Sá: Acho ruim. Porque a multiplicação da lição de casa talvez seja a prova do modo com a sala de aula está doente, a ponto de não conseguir ensinar crianças diferentes de forma razoavelmente idêntica e unicamente no período escolar. E acho ruim, ainda, porque mais lições de casa significam menos tempo para a família, menos tempo para viver e menos tempo para brincar. E, se for assim, mais lições de casa roubam a infância das crianças. Tudo o que a escola não pode, jamais, patrocinar. - Rita: Quando o pai deve

apoiar a escola e quando deve questionar suas atitudes? Aqui no Brasil temos um “fenômeno” de enfraquecimento da autoridade de algumas escolas particulares que muitas vezes não conseguem punir o aluno por serem pressionadas pelos pais. - Sá: Os pais são a verdadeira “entidade reguladora” da escola e a escola é a primeira “comissão de proteção de crianças e de jovens em perigo”. Por outras palavras, a escola deve educar os pais, os pais devem educar os professores e as crianças devem educá-los a ambos. Mas isso não pode servir para alimentar um sistema onde o dinheiro “compra” a justiça escolar. Porque se se limita a autoridade de um professor (que é sempre um exercício de sabedoria, de justiça e de bondade) está-se a utilizar o dinheiro para ensinar às crianças que tudo se compra. E, se for assim, os pais estão a pôr as crianças em perigo. Pais como estes, independentemente das escolas que os seus filhos frequentem ou do poder que imaginem que tenham, não podem ter os seus filhos a sua guarda! São pais que educam com maus exemplos. São, portanto, perigosos. - Rita: O que o pai e a mãe devem exigir do filho? - Sá: Que seja honesto, que seja humilde, que escute quem lhe mereça admiração, que jamais esqueça que quem foge de errar vive preso no erro e que perceba que ao orgulho se chega quando vencemos, com a ajuda dos outros, as nossas dificuldades (ao contrário da vaidade que representa a veleidade de os vencermos a eles). - Rita: No livro, o senhor afirma que os bons filhos não são os que tiram melhores notas. Por quê? Quais são os bons filhos? - Sá: Bons filhos são aqueles que percebem que errar é aprender. São aqueles que, mesmo

depois de entrarem na escola, continuam perguntando “por quê?”. E que percebem que os pais não são necessários para o crescimento dos filhos, mas são indispensáveis. É por isso que eu acho que os bons filhos não são aqueles que não dão problemas aos pais mas, sobretudo, aqueles que lhes põem problemas. Porque é à custa desses desafios que os pais crescem e se tornam melhores pais. - Rita: Há uma “epidemia” de diagnósticos de crianças hiperativas e/ou com déficit de atenção. A muitas dessas crianças são prescritos remédios. Existe tanta criança com problema assim? - Sá: Não! A forma como se medica as crianças , com mão leve e sem critério e com substâncias da família das anfetaminas é grave. Porque as pessoas parecem esquecer-se que as crianças se têm mais tempo de escola e menos brincam mais distraídas se tornam. Quanto mais sedentárias e mais “info-engolidas” mais distraídas se tornam. Quanto menos convivem e menos conversam mais distraídas se tornam. Quanto mais vivem num stress crônico, com agendas de compromissos absurdas, mais distraídas se tornam. Quanto menos regras e menos rotinas têm, mais os seus ritmos de todos os dias são confusos e mais distraídas se tornam. Na verdade, se há quem tenha déficits de atenção são, sobretudo, os ministérios da educação e as associações de pais. Porque parecem ignorar os motivos – que são da responsabilidade dos mais crescidos – pelos quais as crianças parecem distraídas. E, depois, dão-lhes uma “poção mágica” que as tornam mais entorpecidas de segunda à sexta, no período escolar, como se isso fosse um aditivo inofensivo e sem consequências a médio e a longo prazo. Ora, na verdade, não existe tanta criança com problema. Existem , isso sim, muitos pais com problemas, que vivem de forma preguiçosa as dificuldades das crianças, como se elas não

aprendessem, sobretudo, com os exemplos dos pais. - Rita: A paternidade e maternidade melhoram com a experiência? - Sá: Sem dúvida que sim. Aprendemos a ser pais à medida que somos pais. Aprendemos a ser mais compreensivos e perdemos os pré-conceitos e os pré-juízos. Aprendemos a colocarmo-nos no lugar dos outros e a senti-los em nós. Aprendemos a esperar e a ter pressa de futuro. RITA LISAUSKAS é jornalista, mãe e madrasta. Sempre trabalhou em TV: apresentou os telejornais Leitura Dinâmica, Rede TV News e foi repórter e apresentadora do Jornal da Band aos sábados.

Outros textos de Rita Lisauskas que você pode degustar em: Twitter: @ritalisauskas. Facebook: https://www.facebook. com/rita.lisauskas:

“Eu adoro trabalhar com doulas”, afirma médica defensora do parto humanizado Dra. Melania Amorim, 48, é uma das principais referências quando o assunto é parto humanizado. E não é “parteira comedora de placenta”, como muitos gostam de classificar (pejorativamente) as defensoras do parto normal e de uma assistência mais humana e digna às gestantes. É médica formada pela Universidade Federal da Paraíba, tem mestrado, doutorado e pós-doutorado; Livro infantil conta história de amor entre duas mulheres “A Princesa e a Costureira” de Janaína Leslão. Ilustrações: Junior Caramez; Seu filho pode estar sendo vítima de abuso sexual bem debaixo do seu nariz Sim. E pode estar acontecendo com seu filho, menino ou menina, no quarto ao lado, debaixo do seu próprio teto, no do seu vizinho “que adora crianças” ou na casa daquele tio “tão legal”. A maioria esmagadora dos abusadores são conhecidos da família: parentes, amigos dos parentes, pessoas do seu círculo de confiança. n O Campeão NOVEMBRO DE 2015

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} COMPORTAMENTO

O que é a tal felicidade?

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felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou sentimentos que vão desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem, ainda, o significado de bem-estar espiritual ou paz interior. Existem diferentes abordagens ao estudo da felicidade - pela filosofia, pelas religiões ou pela psicologia. O homem sempre procurou a felicidade. Filósofos e religiosos sempre se dedicaram a definir sua natureza e que tipo de comportamento ou estilo de vida levaria à felicidade plena. A felicidade é o que os antigos gregos chamavam de eudaimonia, um termo ainda usado em ética. Para as emoções associadas à felicidade, os filósofos preferem utilizar a palavra prazer. Investigadores em psicologia desenvolveram diferentes métodos e instrumentos, a exemplo do Questionário da Felicidade de Oxford, para medir o nível de felicidade de um indivíduo. Esses métodos levam em conta fatores físicos e

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O Campeão NOVEMBRO DE 2015

A vencedora do concurso de fotografia do blog Veio na Mala: “Toda forma de amor é válida” psicológicos, tais como envolvimento religioso ou político, estado civil, paternidade, idade, renda etc., segundo a Wikipedia. Pelo Facebook alguém nos brindou com um post lindo: Veio na mala, 11 de agosto – “Dia 19 de

agosto é comemorado o Dia da Fotografia! E a Veio na Mala preparou um presente pra você! Nosso urso fotógrafo, seu Bento, tá querendo ver o que você anda fotografando por aí! Pode ser um click

de algum pet, passarinho, o gato da vizinha... você escolhe!” Veio na mala, 17 de junho: “É com grande alegria, muitas cores e amor que anunciamos a ganhadora da promoção ‘‘Toda forma de amor é válida’’ - Julli Pop.

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} EMPREENDEDORES

O incrível resgate do brincar para o futuro Ele largou o confortortável emprego na IBM paracorrer atrás de um sonho que é resgatar o brincar. aprende a superar seus limites e cria vínculos afetivos de forma mais saudável e presencial. Além disso favorecemos o desenvolvimento da psicomotricidade através de jogos lúdicos. Cleide - Pedagoga - Estão tendo algum patrocinador ou apoio financeiro para custear esse projeto?

Eduardo Pio de Araújo e família, em casa controla acesso aos eletrônicos: “Brincar com qualidade é ganhar tempo que contribui para formação do caráter e valores de uma criança” RevivaviveR é uma simplicidade que encanta. Pedimos à nossa colunista, a pisicóloga Dinorá Paulo da Silva, sua visão sobre esse ousado projeto e ela escreveu:

O

nesse desejo incessante de levar a brincadeira à convivência de pais e filhos, de adultos e crianças porque a brincadeira é universal, é própria da nossa saúde e facilita o nosso crescimento!”

“Ante ao projeto ousado de Eduardo sobre voltar às velhas brincadeiras infantis, minha crítica é positiva porque na verdade ele está ajudando os pais a se comunicarem com seus filhos através do brincar, pois ‘é no brincar, segundo D.W.Winnicott (1975) e talvez apenas no brincar que a criança ou o adulto fruem sua libertdade de criação’. Este autor diz ainda que ‘é com base no brincar, que se constrói a totalidade da experiencia existencial do homem.’ Quero parabenizar Eduardo por se arriscar ao novo projeto,

Também enriqueceram essa entrevista com suas perguntas:

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Luciana, Economista - Sabe-se que o ato de brincar é muito importante para o desenvolvimento da criança em diversos aspectos. Você poderia nos explicar como esses jogos e brincadeiras contribuem para esse desenvolvimento? EDUARDO - Ao brincar a criança se movimenta, estimula a criatividade e o raciocínio. Com o projeto RevivaviveR focamos na socialização pois a criança

EDUARDO - Esperamos fechar um convênio com algum órgão público ou empresas, que apostem na ideia. Concomitante a RevivaviveR tem uma loja virtual diferenciada de brinquedos educativos e pedagógicos. Convido a todos os leitores a conhecerem e aproveitar. Site da loja www.revivaviver.com.br Viviani, Contadora - Empire Administração de Condomínios - Hoje, boa parte da população das grandes cidades vive em condomínios e a questão da convivência pacífica entre seus moradores nem sempre é tarefa fácil para síndicos e administradores, onde não há um planejamento para uni-los numa convivência harmoniosa. Como o projeto RevivaviveR pode contribuir neste aspecto? EDUARDO - A RevivaviveR também foca condomínios, levando brincadeiras que estimulem a curiosidade dos moradores em participar e interagir mais entre pais e filhos e entre os vizinhos também. Essas brincadeiras tiram as famílias dos apartamen-

tos para curtirem o convívio nas áreas sociais do prédio inclusive com os idosos e adolescentes, fato não muito comum hoje em dia. Temos possibilidades colocando brincando a criança, o adolescente, o adulto e o idoso num convívio super agradável. Marilene - Professora Nutricionista - Com a ideia definida, como foi para começar a colocá-la em prática? EDUARDO - Como todo início de projeto ou empresa, demandou tempo, pesquisas, planejamento. Começamos por pequenas ações levando atividades lúdicas usando brincadeiras antigas. Essas ações causaram euforia entre adultos, por exemplo, quando rodavam novamente um pião que há anos não o faziam, ou uma criança que rodava pela primeira vez. Andar de carrinho de rolimã com seu filho, ou poder ensinar os pequenos a jogar taco “bets”. Começamos a receber convites para demonstrar nosso trabalho e a aceitação tem sido muito boa. A cada 15 dias levamos o projeto ao Bosque Manoel Jorge no bairro Jardim Santa Rosa e lá desenvolvemos as atividades em parceria com o projeto Xadrez e Damas da Secretaria de Esportes de Nova Odessa. Marilene - E as dificuldades e facilidades encontradas? Houve algum apoio institucional ou você pegou o “touro pelo chifre sozinho”?

EDUARDO - Ha ha ha! Ainda estamos nos equilibrando em cima do touro... Até o momento estamos sem apoio institucional, É uma das dificuldades que estamos tendo, mas acreditamos que isso irá melhorar pois está havendo grande aceitação e elogios de todos. Isso facilita e nos impulsiona a acreditar e levar adiante.

temas motivacionais as equipes de trabalho e promover reflexões construtivas que favoreçam o crescimento pessoal e profissional também. Dentro das empresas podemos desenvolver treinamentos, relacionamentos ao tema citado e trabalhar de forma interativa em convenções, workshops, etc. O Campeão - “Emprego na IBM é segurança para um especialista. Entretanto, o sonho fixo na cabeça do empreendedor é fogo em capim ladeira acima. Mas... E a responsabilidade à esposa e aos filhos? Houve crise de consciência ante à decisão de ruptura para com o conforto?”

Simone - Professora - Como você lida com as tecnologias em sua casa? Como é a reação do seu filho em relação a essas brincadeiras, como toda criança ele com certeza gosta de vídeo game, tablete e jogos eletrônicos, como você controla ou orienta essa situação? EDUARDO - Boa pergunta. Trabalhei muitos anos com tecnologia e tinha isso como rotina. Observamos que muitas crianças ficam horas envolvidas com os eletrônicos por serem mais “atrativo ou muitas vezes, por comodismo nosso”. Já passamos por isso, e precisa de atenção diária. Em casa controlamos ao máximo os horários para o uso de jogos e outras telas. Temos 2 filhos, um menino de 6 e uma menina de 2 anos. Brincamos com eles e inserimos essas brincadeiras em nossa rotina, e quando proporcionamos esse contato, as duas partes acabam sendo beneficiadas. Sabemos que não é fácil, mas é necessário dosar os limites, pois sabemos que isso contribuirá para um desenvolvimento saudável.

Eduardo aperfeiçou uma ideia tradional e chegou ao rolemã “Tripla-emoção”.

Camila – Psicopedagoga - Como a RevivaviveR trabalha com treinamento dentro das empresas? EDUARDO - A RevivaviveR considera fundamental a participação dos funcionários em palestras relacionadas ao tema Brincar e Resgate para o desenvolvimento no trabalho. É preciso levar

EDUARDO - Houveram muitas crises sim, mas em certo momento de nossa vida, começamos a nos questionar se o que fazemos é realmente o que acreditamos e gostamos. Estava nesse “conforto” mas tomei essa decisão de tentar algo novo, e trabalhar com Brinquedos e Brincadeiras, incorporando esta proposta da RevivaviveR, que chama a atenção para as brincadeiras antigas e proporciona boas emoções. Dinorá Paulo - Psicóloga Você acredita que podemos voltar às brincadeiras infantis, se hoje muitos pais não fazem questão de brincar com seus filhos, preferindo lhes dar um eletrônico deixando-os alienados, alegando falta de tempo?

EDUARDO - O ideal seria que a criança não tivesse esse contato precocemente, porém muitas vezes os pais querem dar aos filhos tudo o que não tiveram na sua infância, um eletrônico não pode ser dado para compensar sua ausência, quando o tem, o uso precisa ser muito bem monitorado quanto ao tempo e o que está sendo usado. As crianças não têm mais a mesma liberdade que tínhamos, nosso papel hoje como pais e responsáveis é incorporar essas brincadeiras na rotina delas. Brincar com qualidade é ganhar tempo que contribui para formação do caráter e valores de uma criança. Dinorá - Antigamente as crianças usufruíam das brincadeiras infantis, porém hoje, a tecnologia adentrou na vida das crianças. Como você acredita que podemos unir o passado e o presente nos dias atuais? EDUARDO - Fazendo com que o presente das crianças seja regado de qualidade e bem-estar, resgatando o brincar que antigamente era natural e vemos que nos dias atuais estão sendo deixados para traz. A tecnologia é um fato, não tem como ficar fora dela, mas o uso moderado, adequado e equilibrado é a melhor forma de demonstrar os benefícios, inclusive os pais tendo consciência e dando o exemplo do seu dia-a-dia. n

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} MEIO AMBIENTE

} PSICOLOGIA

O voluntário e suas 3,5 mil árvores

O brincar é necessário Tenho observado na clínica queixas de pais sobre a preocupação dos eletrônicos. É notório o uso além do normal; é necessário dosar, limite é o melhor remédio.

B

rinquei muito quando era criança e sei da importância para a socialização, controle das emoções e o experimentar de novas atividades e amizades, inclusive até o“perder”, algumas vezes é saudável, pois a frustração nos mostra que não ganhamos sempre. Por isso os vastos exemplos descritos abaixo precisam acontecer. Vou citar um exemplo simples que todos nós podemos fazer em casa. Certa noite teve uma queda de energia em nosso bairro, eu e meus filhos brincamos de esconde-esconde com lanterna, imagens de sombra na parede e adivinhações. Acredito também ser saudável e muitíssimo importante o brincar do “lado de fora”, como em parques, escolas, sítios, quintais, ter contato com a terra; sujar-se

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e correr somente por correr já é puramente interessante, assim a criança pratica exercícios e todos que estão a sua volta acabam sendo contagiados e acabam entrando no clima. É sabido que as crianças precisam de menos brinquedos (eletrônicos) e mais brincadeiras, assim elas valorizam o que tem. Proporcione vivências ao ar livre, assim eles terão oportunidade para ouvir sons da natureza, experiências no apreciar insetos, pássaros, flores. Cultive o hábito dos piqueniques eles são uma forma de convívio com a família e os demais participantes se tornarem brilhantes. Favoreça a eles amizades sadias, interesses por artes, pinturas, construção de brinquedos e outras coisas. Tenho observado na clínica queixas de pais sobre a preocupação dos eletrônicos, é notório o uso além do normal; é necessário dosar, limite é o melhor remédio. Explica em uma matéria o Neuropediatra Christian Mulle da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Mais que duas horas, é excesso. A

criança pode ter dor de cabeça, no corpo, irritabilidade, agressividade e queda no rendimento escolar”. Por fim, proporcione à criança o despertar da sua mobilidade corporal invisível de maneira visível expressando o ato motor coeso/harmonioso conhecido como a Psicomotricidade, é fantástico! Temos dois filhos o Victor Alves com seis anos e Maria Eduarda com dois anos. Eu e meu esposo (Eduardo Pio) estamos à frente de um projeto chamado RevivaviveR, onde a proposta é o resgate do brincar de antigamente com movimento. Moramos em Nova Odessa interior de São Paulo e uma vez por mês levamos ao Bosque e outros locais, alguns materiais, tais como piões, bolinhas de gude, cordas, amarelinha

gigante, jogos de raciocínio como quebra cabeça chinês, conhecido como tangran, o resta um etc., e especialmente introduzimos três carrinhos de rolimã numa descida no bosque do bairro Santa Rosa. É o início, mas certos de que em breve os adultos abraçarão a causa e aconsciência da importância das brincadeiras tanto para seu próprio benefício (ficar mais próximo dos filhos) como para a criança que terá a presença dos pais com mais qualidade e as lembranças nunca se apagarão de sua infância. Francisca Bezerra Araújo (Psicóloga Clínica) da equipe www.RevivaviveR.com.br 19 9.8215-5214 WhatsApp Nova Odessa francabezerra@yahoo.com.br

“T

Mata ciliar em Americana está se transformando com o desprendimento de um aposentado que voluntariamente plantou 3,5 árvores às margens da represa.

emos que plantar árvores para colher água”, afirmou o aposentado Etore Delaneza, de 64 anos, após mais um plantio em seu Jardim do Éden. “Não tenho nem vontade de voltar para casa, queria poder ficar aqui plantando, colhendo, capinando. Este é o meu paraíso”. A área que ele cita pertence ao Pós-Represa, em Americana (SP), onde já plantou mais de 3.500 espécies, com o objetivo de reflorestar a região, contribuindo com a proteção do Reservatório Salto Grande. O Instituto de Educação e Meio Ambiente (IEMA) foi até a casa do amigo da natureza, no bairro americanense Bela Vista, levar 20 mudas nativas para ele. “13 de outubro é o Dia Regional de Proteção aos Mananciais. O trabalho voluntário que o seo Etore desenvolve em prol da conservação da represa e sua mata ciliar tem celebrado diariamente essa importante data do calendário ambiental. Para nós foi uma honra plantamos em conjunto mais algumas árvores nesta ‘unidade de conservação’ que ele está formando”, disse a presidente da organização ambientalista novaodessense, Ana Lúcia Maestrello, que levou para o aposentado cinco aroeiras salsa, cinco canafístulas, cinco ingás, três joãos bolão e dois jequitibás. “Conseguimos estas árvores junto ao Jardim Botânico de Americana, que indicou espécies ideais para beira de rio”, ressaltou ela. Esconderijo. De acordo com Delaneza, a princípio, seu intuito era proteger de desconhecidos o estaleiro onde pesca. “Comecei a plantar em 2010, no ponto que fisgava meus

Etore Delaneza recebeu da ambientalista novaodessense, Ana Lúcia Maestrello 20 mudas nativas como incentivo ao solitário trabalho de preservação no entorno da represa Salto Grande peixinhos, com a intenção de me esconder mesmo, para que os outros não atrapalhassem minha pescaria. Com o crescimento das árvores, acabei me apaixonando - elas são minha alegria”, lembrou o voluntário ambiental, que ganhou da Associação Barco Escola da Natureza a maioria das mudas. Além de reflorestar, ele ainda faz a manutenção da área semanalmente: regando as árvores, adubando, fazendo o coroamento, roçando o capim, eliminando pragas. “De casa até aqui dão 11 quilômetros. Às vezes, venho de bicicleta, pelo meio do canavial, outras de bote, que pego emprestado no Barco Escola. Eles me deixam usar para o plantio, mas também pedi para minhas pescarias, que não passam de 10% do empréstimo”, comentou o pescador, enquanto enchia com água da represa um balde para regar as árvores plantas. “A gente só fica preocupada porque ele vem de bicicleta, mas é motivo de muito orgulho vê-lo envolvido com estas plantas. Também é uma forma de o termos por perto

mais tempo, já que faz bem para ele este trabalho em prol do meio ambiente”, ressaltou a montadora Gislaine Aparecida Delaneza da Silva, 38, que acompanhou a ação de seu pai e do IEMA em homenagem ao Dia Regional de Proteção aos Mananciais. Segundo o aposentando, uma área de três alqueires ainda está tomada por capim, que necessita dar lugar a mais árvores. “Preciso de muitas mudas para ‘fechar’ esta mata. Se alguém puder fazer o que vocês fizeram trazer elas aqui para mim -, seria uma bela ajuda. Pode ser doação de qualquer espécie, que eu planto e cuido com o maior prazer”, concluiu seo Etore, pontuando que o agradecimento pela colaboração não virá só dele, mas da represa, das nascentes, dos peixes, das aves, dos bichos da terra, da esposa e de todas as suas filhas. Serviço: Etore – (19) 3604-5223 ou 99369-3279. Ana – (19) 98376-8000 ou 7819-0584.

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} EMPREENDEDORES

} INCLUSÃO

Nailson também é Gente que faz Chamou atenção um Toyota estacionado na principal rua do concorrido Jardim Nossa Senhora de Fátima, em Nova Odessa, e muita gente queria saber o preço e o motivo da venda. Em 1994, um acidente que poderia ocorrer a qualquer pessoa veio a mudar a vida do jovem Nailson Alves dos Santos. Na festa de Rodeio em Riacho Grande, no ABC paulista, Nailson, devido a um mal súbito, caiu da arquibancada de concreto, resultando daí uma veia comprimida que provocou algo como um AVC e uma parte do corpo sofreu paralisação. Com o tempo houve providencial recuperação em sua perna esquerda, que havia ficado muito tempo inativa, tendo a mesma se atrofiado, comprometendo os movimentos, e hoje está mais curta. Evidente que Nailson teve de se enquadrar à nova realidade como cidadão portador de deficiência física. Descobriu uma série de contratempos que a princípio o impediriam de levar uma vida normal.

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A linha do horizonte não sumiu, apenas ficou mais longe, devido às limitações de movimentos e equilíbrio. Aquele agitado jovem passou então a ter outro ritmo para suas locomoções, mas dando graças por estar vivo! Mas em dado momento, confessou que havia chegando quase a desistir e hoje, agradece a Deus por não ter desistido. Tão logo recuperado, Nailson começou a trabalhar com um parente recuperador de faróis automotivos em Santo André. Alguns anos depois, outros parentes que foram transferidos do ABC paulista para Nova Odessa o convidaram, e eis Nailson também no Paraíso do Verde! Sem concorrentes na região, começou a consertar faróis na garagem de sua casa no Jardim Nossa Senhora de Fátima, e profissional competente, sempre sorridente, conquistou o mercado. O novo empreendedor, alguns anos depois, já bem conhecido na cidade, montou loja na principal rua do bairro e sempre rein-

Viabilizando CNH para deficientes

R

“Rico ri à toa”, aplica-se a ele. Sempre solícito, Nailson já ganhou o título de comerciante mais sorridente de sua rua. vestindo na variação do estoque, não demorou muito a ocupar também o salão ao lado, ampliando a Faróis Lince Recuperação e Comércio. Servindo-se da lei que permite ao deficiente físico adquirir veículo livre dos impostos sobre produtos industrializados e o imposto sobre circulação de mercadorias, os indigestos

IPI e ICMS, nesse 2015, Nailson está estacionando em sua garagem um Corolla zero km. Como epílogo, a frase de um ótimo programa semanal patrocinado por uma casa bancária que não existe mais, pinçava e realçava personagens incomuns que fazem esse grande Brasil, Nailson também é gente que faz! n

epresentantes da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos de Nova Odessa (Apadano) buscam garantir a acessibilidade das pessoas com deficiência auditivas a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Em reunião com Rafael Lançoni, diretor do Ciretran de Nova Odessa, eles fizeram algumas solicitações, entre elas a realização de provas em Libras (Língua Brasileira de Sinais), pois a interpretação para os deficientes auditivos em português e totalmente diferente, além do tempo ser considerado pouco, por não conseguirem fazer a leitura em Português. Daniel Carlos Tavares, presidente da Apadano, comentou que também solicitaram um interprete de Libras no CFC, assim como um instrutor com conhecimento da técnica. A entidade sugeriu ainda que seja implantada em Nova Odessa uma bancada especial para que os deficientes possam tirar sua Carteira de Habilitação na cidade, sem que tenha que se deslocar para outro município.

O que motivou os representantes da Associação a se reunirem com o diretor do Ciretran e fazer estas reivindicações foi a publicação no Diário Oficial, no último dia 20 de outubro, da Resolução 558/2015, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que torna obrigatória a disponibilização de intérprete de Libras durante o processo para obter a Carteira Nacional de Habilitação. “Fomos ouvidos, estamos reivindicando um direito dos deficientes auditivos. Esse foi o primeiro passo, o próximo é uma reunião no Detran, em São Paulo. Quero ainda deixar registrado que o vereador Tiãozinho do Klavin (SDD) tem nos apoiado em mais está questão da Apadano”, afirmou Tavares. n

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} CONSUMO

} CONSUMO

Nossa péssima energia elétrica

>> já perdemos equipamentos mesmo com estabilizadores no suporte. Para elevar-se, uma cadeira de dentista é movida a energia elétrica, compressores, raio X panorâmico... Faltando energia elétrica não se pode atender à fila de pacientes que se deslocam à clínica e tudo tem de ser reagendado, prejudicando a todos, e também a clínica com seu corpo profissional paralisado”, indigna-se a empreendedora Marcela. Diogo Marin, gerente de marketing das lojas Reds Calçados tam-

Os moradores da região das chácaras Guarapari arrepiam-se quando a energia os abandona.

A

família Silva, que mora na capital, toda sexta-feira aporta na casa que mantém em Nova Odessa. Para H.P. da Silva, o grande programa do final da semana seria assistir ao duelo entre Vitor Belfort e o americano Dan Henderson. Mas quem esperou várias lutas preliminares madrugada adentro não conseguiu assistir ao grande encontro das estrelas do UFC. Afinal, como de costume, a energia elétrica deixou a cidade às escuras... Falta de energia elétrica é rotina na cidade. O bairro Guarapari reconhece que o menor número de habitantes não tem prioridade, e assim conformados, os moradores daquelas chácaras ficam três dias para o atendimento... Por outro lado, a cidade sofre junto e principalmente o comércio e a indústria, pois é sabido que a CPFL não possui equipe de plantão na cidade e esta, como os moradores do Guarapari, também não

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Que todos cobrem ação à CPFL

O consumidor carece de lideranças que o ajude a cobrar ações junto às prestadoras de serviços possuem privilégio na fila dos problemas regionais a serem atendidos. Mas deveria haver tantos problemas? Numa visão macro, avalia-se uma Nova Odessa, pequeno núcleo cercado pelos 210 mil habitantes de Americana e pelos quase 300 mil habitantes de Sumaré, como tudo é interligado, problema lá, problema aqui. Mas esperar constantemente noite ou dias inteiros para uma cidade receber socorro de restabele-

cimento de energia é inconcebível. O Campeão visitando diariamente parceiros empreendedores a reclamação é uma constante acerca da qualidade da energia elétrica. Na Odontoclinic Nova Odessa por exemplo, a administradora Marcela Ballan Ponchio, lamenta o efeito cascata de prejuízos gerados pela queda de energia elétrica: “Não é preciso haver chuva forte para que a energia pisque e vá embora. Isso

afeta nosso trabalho pois entre todas as unidades do País, quinze delas foram priorizadas em receber pesado investimento em novos equipamentos de ponta, sofisticados, porém é necessário que haja energia elétrica estável e isso não tem acontecido aqui. Recorremos a uma consultoria e foi medida a energia fornecida e constatou-se que dos 220 volts padrão, é fornecido muito menos, e com isso >>

bém lamenta o transtorno gerado pelos constantes apagões. “É preciso alguma ação, é importante que sociedade se manifeste. Precisamos nos envolver com algum órgão competente, acreditamos que nossa associação comercial precisaria se envolver com a prefeitura e questionar a CPFL”. Essa roda implacável de prejuízos atinge não só residências assim como empresas. Imagine-se indústrias que possuem fornos industriais e outros equipamentos dependentes

de uma energia elétrica estável. Se todos os prejuízos fossem divulgados assustaria governos. A tese de O Campeão é simples: pelo contrato de concessão, a concessionária seria obrigada a dado investimento todo ano. Mas quem fiscaliza isso? Nosso drama é que por ser empresa privada, certamente a CPFL privilegia naturalmente os acionistas... O problema dos apagões seria facilmente solucionado se houvesse investimentos no mínimo próximo

ao básico necessário para manter estabilidade de fornecimento de energia. Mas isso não existe! Os apagões são esse atestado de insuficiência à demanda. Assim, na falta dos parcos e absoletos equipamentos da CPFL estes são os primeiros a tremerem quando o tempo muda... Em agosto passado o portal G1 publicava: “Preparem os bolsos. O preço da energia elétrica deve registrar um forte crescimento de 50,9% neste ano...”

Queixas contra a Eletropaulo crescem 800% em janeiro. Maioria relata falta de energia A

Fundação Procon-SP recebeu apenas em janeiro deste ano 1,9 mil reclamações contra o serviço prestado pela AES Eletropaulo, ante 214 registros no mesmo período de 2014 - um aumento de mais de 800%. Desse total, 1.708 queixas relatavam falta de energia; 140, aparelho queimado ou produto danificado; e 98, falhas no serviço de atendimento ao cliente (SAC). Diante da grande quantidade de consumidores com falta de energia em São Paulo - que teve início principalmente após o temporal ocorrido em 29 de dezembro -, o Procon criou o pop-up “Falta de energia elétrica?” em sua página na internet para que os registros fossem encaminhados diretamente à concessionária, que deveria respondê-los em 24 horas. Segundo a AES Eletropaulo, das reclamações recebidas pelo Procon, entre os dias 29 de dezembro a 31 de janeiro, “89% referem-se aos eventos atípicos climáticos”. Mas, para a assessora técnica do Procon Leila Cordeiro, a empresa tinha de estar preparada para a chuva, com uma equipe que pudesse aten-

der a essa demanda. “Não é justificável alegar que não tinha um efetivo suficiente. Houve má prestação de serviço e os esforços que disseram que empreenderam para atender a população não foram suficientes”, disse. E como se trata de um serviço essencial, ele tem de ser prestado de forma adequada, segura e contínua, acrescenta. “Caso haja descumprimento total ou parcial dessas obrigações, os danos causados ao consumidor têm de ser reparados, como diz o Código de Defesa do Consumidor.”

A AES Eletropaulo informou que a compensação pelos desligamentos de energia elétrica na conta dos clientes obedece à regulamentação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Segundo a concessionária, as ocorrências são contabilizadas nos indicadores só no fechamento do ciclo do cliente, o que pode ocorrer após dois meses. Informou ainda que o período de interrupção registrado no mês dezembro será compensado na fatura de fevereiro. A Aneel informou que a apuração dos indicadores é de responsabilidade da AES Eletropaulo e que o único caso em que não há compensação é na ocorrência de interrupção em situação de emergência, que só se aplica a casos extremos, como em catástrofes climáticas. Mas no caso de Nova Odessa, nosso Procon teria tal ousadia de contestar uma CPFL? A base dessas informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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} HOMENAGEM

} MÚSICA

Valter Roberto Matteuzzi

O

Corinthians tornando-se hexacampeão brasileiro, certamente não contará com o mais fanático torcedor do Timão em Sumaré. Quando esse time ganhava, os amigos tinham que se cuidar pois o brincalhão e divertido Valter não dava sossego... Bom coração, também nunca esquecia o lado filantrópico, coisa que preferia não se abrir a respeito. Sabia valorizar, e em suas lojas, no relacionamento os funcionários não tinham o que reclamar do patrão-paizão, havendo gente com 20 anos de casa.

Nos duros e constantes momentos da hemodiálise, Valter encontrava humor para se confraternizar com os demais integrantes da mesma travessia. Ali conheceu um artista,“O Leão”, que a empatia se encarregou de apresentá-los reciprocamente, e certo dia esse comerciante foi surpreendido: era especial presente, uma caractura que fielmente retratava o real espírito de Valter Roberto Matteuzzi...

O LEGADO Nunca fora de meios termos e sempre fora direto pois pregava honestidade, transparência: “O que é seu é seu, meu é meu”, dizia. “Honestidade não era virtude e sim obrigação”, comentou Valter Júnior Matteuzzi, ao pontuar a trajetória do pai. A cidade perdeu muito quando Valter foi vencido pela doença. Ele brigava muito pelo direito dos comerciantes. Fazer um Natal bonito envolvente, todo mundo na rua, era sempre sua preocupação. Mas todo final de ano eram dificuldades constantes pois a prefeitura sempre devendo para a CPFL, era difícil enfeitar a cidade. Ele como motor, suas campanhas de Natal contrariavam a natureza... PRÊMIO EM DOBRO Podem-se pontuar que no período em que Valter Roberto Matteuzzi esteve mais próximo ao comando da ACIAS foi época áurea da entidade promovendo grandes campanhas natalinas oferecendo prêmios valiosos como carros, motos e outros prêmios nada desprezíveis. E nessas campanhas, o comerciante também tinha vantagem pois ao patrocinar os cupons para seus clientes era também premiado com prêmio semelhante ao do ganhador se o cupom fosse preenchido em seu estabelecimento. Defensor da Zona Azul, enviou emissários e até foi junto, a Limeira, Vinhedo, Rio Claro e a Ribeirão Preto, atrás da melhor tecnologia para oferecer à cidade, às vezes, esbarrava em quem preferia deixar seu carro

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na porta da loja em detrimento do cliente... Gostava muito de esportes e a loja Maelô de produtos esportivos foi uma conseqência de seu envolvimento com o futebol. Valter cultivou longas amizades com jogadores e teve vários times de futebol society com o nome de sua loja. O Maelô por longo tempo ganhou inúmeros troféus na região. Formador de opinião, sua ascendência à presidência da ACIAS foi uma caminhada natural acontecendo praticamente por aclamação. Esse guerreiro sempre disponibilizou parte do seu tempo à entidade e com todos os problemas de saúde, muitas cirurgias, superava infartos com espantosa naturalidade. O comércio de Sumaré perdeu muito com a falta do Valter, afirmam comerciantes que o conheciam. Brigava pelos direitos da classe mantendo a entidade longe de interesses políticos, apesar de possuir bom diálogo com o poder público e mobilizou-se pela vinda do Sebrae, do Jucesp, Cartório Postal, enfim, era um empreendedor de visão. O DESPRENDIMENTO O trabalho de diretor na associação comercial é

uma atividade voluntária e as viagens à Federação do Comércio, na capital, ao abastecer seu carro o funcionário que o acompanhava observou que a entidade o reembolsaria pelo combustível, mas a reação foi a do Valter de sempre: “Se você insistir em pagar esse combustível não iremos mais viajar!”, sentenciou... “Isso nada mais é do que mínima retribuição àquilo que Sumaré proporcionou a mim e à minha família”, emendou Valter. Ele foi um amigo não só da Associação Comercial, mas também de Sumaré, declarou Fernando Monteacutti, administrador da ACIAS. Claudio Padovani, companheiro de longa data de ACIAS, confidenciou algo que o impactou quando em visita ao amigo hospitalizado, Valter lhe fez um pedido nada comum: “Cláudio, gostaria que você se candidatasse à presidência da entidade. Estou na caminhada final e não sei se estarei presente à sua posse...”, declarou Matteuzzi, o grande voluntário da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Sumaré. Valter Roberto Matteuzzi, nascido na capital paulista no dia 12 de fevereiro de 1944, faleceu no dia do próprio aniversário ao completar 69 anos, em Sumaré. n

História de uma mesa “Naquela mesa” é um emocionado tributo que um filho dedicou a seu famoso pai, o Jacob do Bandolin. Para O Campeão, essa música é como uma forma de continuar uma conversa que não terminou entre eles - através das cifras...

S

érgio Freitas Bittencourt, compositor e jornalista brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro a 3 de fevereiro de 1941 e com hemofilia, faleceu a 9 de julho de 1979. Filho de pai famoso, o Jacob do Bandolim, Sérgio foi criado em volta dos chorões e das rodas de choro. Na escrita, seu estilo era duro e desaforado, mas era considerado sentimentalista. Segundo a Wikipédia, trabalhou nos jornais Correio da Manhã, O Globo, O Fluminense e na Revista Amiga, de Bloch Editores. Teve programas na rádio Capital, Carioca - no Rio e Mulher, de São Paulo. Foi

jurado de vários programas de TV de Flávio Cavalcanti. Em 1970, a canção “Acorda, Alice” de sua autoria foi proibida pela censura da ditadura militar brasileira, pelos versos: Acorda, Alice / que o país das maravilhas acabou. A canção Naquela mesa, sua jóia preciosa, tornou-se grande sucesso na voz de Elizeth Cardoso, sendo regravada posteriormente pelo cantor Nelson Gonçalves e pelo maestro e arranjador francês Paul Mauriat. Sérgio Bittencourt demorou a botar para fora do peito algo que o Brasil inteiro endossou e cantou com ele. Você teve esse privilégio?

N

aquela mesa ele sentava sempre E me dizia sempre, o que é viver melhor. Naquela mesa ele contava histórias, Que hoje na memória eu guardo e sei de cor.

Eu não sabia que doía tanto Uma mesa no canto, uma casa e um jardim. Se eu soubesse o quanto doi a vida, Essa dor tão doída não doía assim.

Naquela mesa ele juntava gente E contava contente o que fez de manhã. E nos seus olhos era tanto brilho, Que mais que seu filho, eu fiquei seu fã.

Agora resta uma mesa na sala E hoje ninguém mais fala no seu bandolim. Naquela mesa tá faltando ele E a saudade dele tá doendo em mim... n

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} INDÚSTRIA

Honda adia inauguração da nova fábrica em Itirapina, SP

A unidade será finalizada, mas não tem data para entrar em operação.

P

revendo a estagnação de suas vendas em 2016, a Honda decidiu adiar o lançamento de sua segunda fábrica no Brasil, em Itirapina (SP). A unidade representa um investimento de R$ 1 bilhão e seria inaugurada no final deste ano para produzir o Fit. Porém, nas previsões da marca, a fábrica de Sumaré (SP) será capaz de dar conta da demanda de veículos no ano que vem. Em nota a Honda diz que “uma nova data (de inauguração) será definida de acordo com a evolução do mercado”. A unidade estará pronta para iniciar a produção em massa assim que houver melhor previsibilidade do mercado”. O cronograma de investimento na fábrica, porém,

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} SUMARÉ

Encontro anual de motos O Veteran Motorcycle Club do Brasil estará promovendo encontro anual de motos em Sumaré no próximo mês de dezembro, dia 20, no clube Paraíso das Águas.

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Com 17.000 habitantes, Itirapina ficou desconsolada com a notícia de que a fábrica da Honda, já pronta, não será ativada enquanto a economia nacional não der sinais de retomada. será mantido sem alterações. Sozinha, a fábrica de Sumaré dá conta da produção de Fit, City, Civic e HR-V operando em dois turnos e com horas extras. A “sorte” da marca foi o Civic ter queda nas vendas de mais de 50% após a chegada do HR-V. Localizada no entroncamento

da Rodovia Engenheiro Paulo Nilo Romano (SP-225) com a Rodovia Washington Luís (SP310), na região central do Estado, Itirapina fica entre São Carlos e Rio Claro. A construção da nova fábrica teve início no fim de 2013 e ocupa uma área de 5,8 milhões

de metros quadrados. A expectativa é de que a fábrica produza 120 mil veículos por ano e ajude a ampliar a produção do HR-V ao absorver a linha do Fit, que atualmente divide espaço com o SUV na unidade da empresa em Sumaré. Fonte: primeiramarcha.com.br

ustinano Proença, o presidente, que reside em São Paulo e tem sítio em Sumaré, informou que o visitante terá oportunidade de apreciar um acervo de veículos raros e de variedade surpreendente, inclusive equipamento como protótipo de alta tecnologia que deveria lançado no mercado nacional e a burocracia cuidou de não o permitir... Encontro de motos é um ritual imperdível para iniciados mas uma família poderá fazer excelente programa ao visitar o evento pois além das máquinas raras e antigas, poder-se-á ter acesso ao mercado de peças e colecionáveis - e nessa condição, como é um encontro que focaliza

toda a região, certamente contará com participantes da capital, que sempre exibem com orgulho cobiçadas peças que provocam sem dúvida gulosos olhares de colecionadores inveterados. Justiniano Proença observou a O Campeão que cada moto, uma história, como é o caso de uma impecável e possante Kawasaki que foi estrela na série de TV criado em 1977 que mostrava uma trupe de policiais motociclistas da Califórnia em patrulha na auto-estrada Golden State’s. CHIPs é a abreviatura de California Highway Patrols, uma sigla real da patrulha rodoviária californiana. Como todo encontro que se preze, esse tipo de evento é apenas motivo para pegar estrada e rever amigos de diversas partes do Brasil que sempre combinam tais points para botarem o papo em dia, e poderem apresentar suas relíquias que pode ser uma gigante “Amazonas” ou raros triciclos da época da grande guerra, motos fora de série, enfim, nesses encontros, além da cultura das duas rodas, não falta gente bonita. n

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} FUTEBOL

Cartolas e Tite na seleção Marin, chateado com Marco Polo Del Nero, ex-presidente da CBF pode provocar a queda de seu sucessor

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roca de treinadores da seleção brasileira obedece mais aos interesses políticos dos dirigentes da CBF ao mérito dos técnicos. Desde 1990 tem sido assim. De Ricardo Teixeira a José Maria Marin e Marco Polo Del Nero nunca se privilegiou a qualidade do treinador e sim o que ele representa aos torcedores, imprensa e parceiros da CBF no momento. A crise de comando na entidade com a prisão de Marin e a situação delicada de Del Nero podem levar Tite a ocupar o posto de Dunga no início de 2016. É só Marin dar com a língua nos dentes e colocar Del Nero no balaio dos escândalos de corrupção no futebol, como espera a Justiça americana. Del Nero emparedado e fora da CBF, abre campo para seu sucessor trocar Dunga por Tite. Marin, apesar de negar uma delação premiada que poderia comprometer Del Nero, está muito magoado com o abandono a que foi submetido pelo comando da CBF, desde a sua prisão em 27 de maio em Zurique. Aos mais próximos, Marin disse em Nova York que não engoliu a retirada do seu nome da fachada da sede da CBF no Rio e também da pouca solidariedade que teria recebido dos cartolas nos longos cem dias de cárcere na Suíça. Diante desse pote de mágoa de Marin, pode sobrar para Del Nero. O presidente da CBF, por enquanto, sustenta Dunga apesar dos resultados pífios do técnico no comando da seleção. Mas pode oferecer na bandeja a cabeça de Dunga aos parceiros da CBF se a seleção não for bem contra Argentina e Peru na próxima semana pelas Eliminatórias da Copa. Essa eventual manobra de Del Nero na troca de técnico da seleção para se sustentar no poder e agradar ao mundo da CBF não seria uma novidade. Em 1990, Ricardo Teixeira, empossado na CBF um ano antes, engoliu a indicação de Sebastião Lazaroni na seleção a pedido de Eurico Miranda, então um de seus aliados quando assumiu a presidência da CBF em 1989. O fracasso de Lazaroni na Copa de 90 levou Teixeira a trazer Paulo Roberto Falcão. Teixeira copiava a Alemanha, campeã em 90 na Itália, com Franz Beckenbauer, que nunca havia dirigido um time de futebol. Era uma novidade. SAI FALCÃO ENTRA PARREIRA Quando Falcão deixou de ser campeão na Copa América em 91, Teixeira recorreu à dupla Parreira e Zagallo, nomes da moda

} FUTEBOL

Cartolas x seleção naquela época. Parreira levou o Brasil ao tetra em 1994, depois de um jejum de 24 anos. A troca de Parreira por Zagallo foi uma cortesia ao veterano treinador. O indicado seria Vanderlei Luxemburgo, que estava voando com o Palmeiras. Teixeira corrigiu esse erro ao trazer Luxemburgo após a Copa de 98 para o lugar de Zagallo. Um dos maiores defensores de Luxemburgo na seleção foi J. Hawilla, então parceiro e amigo número 1 de Teixeira. O técnico repetia no Corinthians o sucesso que conseguiu no Palmeiras, entre 1993 e 96. SAI LUXEMBURGO ENTRA FELIPÃO Luxemburgo seria o técnico do Brasil na Copa de 2002, mas a CPI do Futebol emparedou Teixeira que, para salvar seus anéis, trocou o comando da seleção. Sem opção, deu o time a Leão e, menos de seis meses, buscou Felipão, na época unanimidade nacional. Teixeira agradava assim parceiros e torcedores. Campeão do mundo em 2002, Felipão não quis renovar contrato com a seleção. Teixeira pensou em resgatar Luxemburgo para “pagar a dívida” da demissão em 2000. Parceiros da CBF e Zagallo convenceram Teixeira a apostar novamente em Parreira. Dito e feito. O fracasso do Brasil na Copa de 2006 com Parreira e Zagallo e mais a farra em Weggis levaram o presidente da CBF inventar Dunga para colocar a casa em ordem. Atendia mais uma vez aos interesses de parceiros e clamor popular. SAI DUNGA ENTRA MANO Dunga foi mal na Copa de 2010. Lá foi Teixeira em busca de outra unanimidade nacional, no caso Muricy Ramalho, que acabou rejeitando o convite. Sem opção, o presidente da CBF recorreu a Mano Menezes e ao amigo Andrés Sanchez, que estavam nas paradas do sucesso com o Corinthians. No meio do caminho, Teixeira teve de sair às pressas da CBF em 2012. Marin e Del Nero assumiram e, desafetos de Andrés Sanchez, tiraram Mano da seleção. A um ano da Copa de 2014 não poderiam apostar em um novato e se socorreram aos últimos dois campeões do mundo, Parreira e Felipão. Era a fórmula perfeita para acalmar parceiros e iludir a torcida. Os 7 a 1 colocaram um ponto final na dupla Felipão e Parreira. Marin, com aval de Del Nero, foi buscar o pitbull Dunga para mais uma vez devolver o brio à seleção. Marin foi preso. Del Nero está enclausurado dentro da CBF. Se a corda começar a apertar seu pescoço, pode trocar Dunga por Tite, hoje uma unanimidade nacional. Fonte: Estadão

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} FOLLOW UP

} UNICAMP

Reciclagem nas vendas

Professor Inovador 2015

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embrar o cliente do compromisso agendado – O ideal é sempre ligar um dia antes confirmando a presença do cliente na hora e data marcadas. Vale a pena neste momento valorizar sua agenda, deixando claro para o cliente que está reservando aquele horário especificamente para atendê-lo. Quando o cliente fica em aberto e não compra – Este é um dos follow ups mais difíceis de fazer. Antes de qualquer coisa, durante o atendimento você deve se esforçar ao máximo para solucionar todas as objeções apresentadas pelo cliente enquanto ele ainda está na sua frente. Entretanto, caso não seja possível, anotar todas as objeções não solucionadas. Verificar se elas dependem de você ou não (exemplo: De uma melhor condição de pagamento, reajuste de projeto, prazos, etc). Caso elas dependam de você só entre em contato com cliente após solucioná-las e cuidado! O timer da venda é importantíssimo. Neste caso, o tempo corre contra você. Quanto mais tempo você demorar a apresentar uma solução, mais o impacto do encantamento provocado pela apresentação do projeto irá dissipar-se. O período máximo ideal para este follow up é de três dias após o primeiro contato com o cliente. Uma vez que o motivo para o não fechamento da venda seja externo, ou seja, indiferente às questões ao seu

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alcance, o vendedor deve, antes de qualquer coisa, estar a par dos prazos possíveis para a solução do problema. Por exemplo, caso o cliente insita em visualizar outros orçamentos e produtos após o seu, você deve acertar com o cliente uma data para contatá-lo O caminho. Faça o follow-up sempre citando o que é importante para o cliente. Nunca é demais repetir que o cliente compra pelas razões dele. No follow-up sempre comente as qualidades que o cliente citou na abordagem. Reforce positivamente a compra e a escolha do cliente. Não entregue o ouro no primeiro contato. Não use todas as suas cartas logo no primeiro contato. Existem vendedores que tem a terrível mania de conceder todos os descontos possíveis e imagináveis em 5 minutos de conversa. Sempre deixe uma carta na manga. No follow-up você terá assunto e uma oferta irrecusável como, por exemplo: - Consegui incluir para você, no seu projeto aquele item que você queria a um valor irresistível!

Durante um telefonema use o alto astral e bom humor! Lembre-se do perigo do robotismo. Se nem você está empolgado para vender ao seu cliente, por que ele ficaria em comprar? Para realizar follow ups de sucesso, motive-se antes! A pior coisa que você pode fazer num follow up é ligar sem esperanças, achando que irá tomar um “não” logo de cara, que o cliente não vai te atender e etc. Está desmotivado? Pare um pouco seu trabalho, relaxe e faça um exercício de imaginação. Isso mesmo, imaginação! Imagine aquele cheque gordo do seu salário chegando em sua mão, o seu sorriso recebendo . Quanta felicidade! Todos os seus colegas de trabalho parabenizando-o pela superação de suas metas. Você foi o melhor vendedor do mês. Seu chefe olha para você e sorri. Imagine todas as coisas maravilhosas que você vai poder comprar com aquele checão! Imaginou? Sentiu? Agora mãos a obra! Disciplina é fundamental para que seus sonhos se concretizem! Vamos às ligações! Veja algumas dicas de como fazer um follow-up na prática: * Logo após a prospecção envie uma carta de apresentação. * Envie um e-mail de agradecimento quando fizer a venda. * Marque na agenda as datas de retorno em caso de cotação. * Responda a qualquer solicitação do cliente em menos de 24 hs. * Ligue para ver se o produto chegou e como foi o seu desempenho no caso da primeira compra ou venda importante. negociandoideias.blogspot.com.br

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Prêmio “Professor Inovador 2015” é uma iniciativa do Laboratório de Inovação Tecnológica Aplicada na Educação da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas – LANTEC e objetiva valorizar o trabalho docente e a disseminação de práticas pedagógicas inovadoras, que buscam melhorar o processo de ensino aprendizagem em sala de aula. Poderão participar do Prêmio professores da rede pública e particular, que desenvolvem atividades pedagógica inovadoras – com ou sem tecnologia -, que promovam uma melhoria na qualidade de ensino. Para participar, o professor deverá preencher o Formulário de Inscrição para Prêmio “ Professor Inovador 2015” ao lado , onde consta uma série de perguntas, que será analisada por uma comissão julgadora composta de especialistas em educação. Devido à solicitações foi prorrogado a inscrição até 15 de Fevereido de 2016. Será publicado 40 finalista que deverão receber da comissão organizadora um certificado do Prêmio “Professor Inovador 2015”. Para todos os 40 finalistas, será oferecido um Programa de Capacitação na modalidade curso de extensão da UNICAMP em 2016, denominada de “Pedagogia Inovadora com Tecnologia” com duração de 50 horas/aula totalmente a distância. n

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