Catálogo de Natal 2019

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Este suplemento está incluído, em formato encarte, na edição de Dezembro 2019 dos jornais O Vilaverdense e O Amarense. Não pode ser vendido em separado.


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EDITORIAL

Com a chegada do mês de Dezembro, a azáfama começa a sentir-se pelas ruas. A alegria vai ligando os sorrisos que se vão espelhando nas mais estranhas caras, criando uma extensa corrente luminosa que se arrasta por todos os cantos e durante mais de um mês. Mas não devia ser fugaz. Natal é todo o ano. Se o nosso inconsciente resumir a época natalícia a um período de aproximadamente quatro semanas, algo não está certo. O Natal não é isso. Não é um dia, uma época ou um mês… A magia que o envolve não deve ser passageira ou quantificada, mas sim o ano todo. Apesar dos muitos corações que palpitam e rejubilam nesta altura do ano, com forte propensão e vontade para ajudar, há algo que não deve ser esquecido. O Natal é, sem sombra de dúvidas, a época em que ajudar é fácil, pois tudo em torno assim o vai perfilando. Mas a sugestão, como se entende, é outra. Tentar prolongar e fazer ouvir o nosso batimento a outros poderia ser eterno e não efémero, como somente de uma época se tratasse. Quer ajudar, faça-o, não espere só pelo Natal. Entre guerras de duendes, prendas por embrulhar, cozinhados por preparar e convívios por aproveitar, não se quer com isto dizer que o Natal é, afinal, uma simples celebração. É muito mais. Se puder ajudar nesta altura em particular faça-o. Será mais um pouco de “fermento” para ajudar quem efectivamente precisa da crescer, por um lado, e melhorar a vida de quem precisa, por outro. Mas permitam-nos o conselho. Não espere pelo Natal e apoie. Quem precisa nunca leva a mal.

Director: Carlos Machado Silva (CP3022) // Gerência: Ruben Miguel Silva // Redacção: António Sepúlveda (CP 2063A), Carlos Machado Silva (CP 3022), Pedro Nuno Sousa (TPE 256 A), Ricardo Reis Costa (CP 6811A) // Sede do editor e redactor: Rua dos Bombeiros, nº 256, 2º L/M, 4730-752 Vila Verde, Tel.: 253 319 374, 912 306 547, 912 305 709 // Editor Gráfico: Mónica Soares // Publicidade: Alexandra Silva, Anabela Silva // Colaboradores: Alfredo Pedrosa, Álvaro Santos, Dominique Abreu Pereira/DAP (fotografia), José Pedro Ferreira, Luís Sousa, Martinha Couto Soares, Salvador Sousa // E-mail: ovilaverdense@gmail.com // Propriedade: Alive, Lda (Grupo Ideiacinco) // Registo Na ERC n.º 125806 // Impressão: Tameiga, Lda / PO-8015, 36416, Pontevedra, Espanha // Tiragem: 10.000 exemplares // NIPC: 510204163 www.ovilaverdense.pt | www.oamarense.pt


Mensagem de Natal Presidente da Câmara Municipal de Vila Verde O Natal é um período festivo com profundas raízes em Portugal e Vila Verde não foge a esta regra de forte valorização das celebrações natalícias. Com efeito, todos temos a firme convicção de que celebrar o Natal e também o Ano Novo assume grande relevância e um especial significado em termos religiosos, mas importa igualmente sublinhar a importante vertente familiar e todos os sentimentos, emoções e valores que emergem particularmente nesta quadra. Mais do que o inevitável lado material, associado à troca de prendas, festejar o Natal é motivo de grande alegria para todos porque os laços familiares e de amizade se reforçam e as demonstrações de carinho e de solidariedade para com todos aqueles que, por distintos motivos, se encontram numa situação de maior vulnerabilidade, atingem um patamar bastante elevado. É, assim, meu desejo que esta dimensão mais humanista e mais desprendida de materialismo, na medida do possível, se estenda a todos os dias e que todos continuemos a empenhar-nos no sentido de darmos o nosso contributo para a construção de um mundo cada vez melhor, mas humano e alicerçado em valores inestimáveis

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António Vilela

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e em pilares estruturantes como a paz, o diálogo, o respeito mútuo e uma efetiva e permanente boa vontade em ajudar o próximo. Numa altura em que a Europa, em particular, e o mundo, em geral, se debatem com sérios problemas, a vários níveis, e em que, simultaneamente, se nos colocam grandes desafios e, porventura, também, novas oportunidades, estou certo de que tudo se resolverá da melhor forma se, cada um, na medida das suas possibilidades, fizer a sua parte, adotando uma postura construtiva e proativa em relação a questões de nuclear importância, como o ambiente, a solidariedade e a justiça social, a dignificação da condição humana, a tolerância e o respeito pela diferença. Dizer que Natal deve ser todos os dias é um lugar comum, mas desejar a prevalência do verdadeiro espírito e dos genuínos sentimentos e valores que esta época faz especialmente emergir em todos nós, em todos os momentos do ano, é, sem dúvida, verdadeiramente desejável. Desejo, pois, a todos os Vilaverdenses, que tenham um Santo e Feliz Natal e que 2020 lhes proporcione as maiores venturas e lhes permita a concretização de todos os seus desejos.

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Mensagem de Natal

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Presidente CSVH

Natal traduz-se em família! É de acordo com esta premissa que vivemos 365 dias por ano no Centro Social do Vale do Homem (CSVH). É por meio dela que pensamos, trabalhamos e desenvolvemos todos os projetos do CSVH, numa perspetiva de apoio às famílias do território. Todos surgimos de uma família, todos pertencemos a uma família, e nesta época não posso deixar de elencar os responsáveis pela construção desta família CSVH: os meus colegas que comigo partilham os órgãos sociais desta instituição e, claro, os colaboradores. Estes são os patriarcas da família CSVH, são eles que deixam, muitas vezes, as suas próprias famílias para darem a atenção, o carinho, o afeto àqueles que diariamente nos vêm como família. Não obstante, nesta época, não posso deixar de evidenciar,

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Jorge Pereira

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igualmente, as famílias dos nossos utentes que nos confiam o seu cuidado. Num universo de cerca de 150 utentes, já com o olhar nos 200 em 2020, com cuidados cada vez mais direcionados e especializados, apraz-me saber que o CSVH é uma instituição que transmite segurança, credibilidade e qualidade dos serviços prestados. Não poderia esquecer os Sócios Fundadores e Dirigentes já falecidos desta Instituição, que muito contribuíram para o crescimento e evolução do CSVH, a eles agradecer todo o empenho e dedicação, e aos seus familiares um Feliz Natal e um ano 2020 próspero. Neste Natal, os meus votos dirigem-se a todos aqueles que constroem a família CSVH e àqueles que vão fazer parte desta grande e una família.

Ceia de Natal Fazem parte dos pratos tradicionais da ceia de Natal inúmeras receitas, quer para a ceia, quer para a sobremesa. O termo “Consoada” refere-se não só à Ceia de Natal em família como à entrega de prendas na época natalícia, como modo de demonstrar carinho e amizade pela pessoa a quem se oferece o presente. A tradição da consoada surgiu na Roma Antiga e tem na sua origem costumes pré-cristãos. Inicialmente, ramos vindos do bosque consagrado à deusa Estrénia eram enviados aos magistrados como demonstração de respeito. Mais tarde passou a oferecer-se mel, passas, figos, medalhas de ouro, entre outras coisas e o acto tornou-se tão generalizado que o povo passou a levar ao imperador da época uma oferenda em dinheiro. Em Dezembro, durante as festas em homenagem a Saturno, em Roma, as pessoas trocavam entre si

oferendas como estatuetas ou velas de cera. Só no séc. VII, com o papa Bonifácio, é que a consoada ou entrega de presentes se tornou uma tradição cristã. Na época de Natal, o próprio papa distribuía pão entre o povo e recebia destes presentes variados. Os pratos tradicionais da ceia de Natal, somente começam a ser uma realidade a partir do séc. XVI, peru assado por exemplo.

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Ceia de Natal Ceia em diversos locais Hoje em dia, o bacalhau com batata e couve cozida é um dos pratos tradicionais portugueses mais confeccionado para a ceia de Natal, fazendo também parte desse leque o peru assado ou o polvo. Já como carta de sobremesas existe um variadíssimo leque à disposição, desde as rabanadas, aos frutos secos, aletria, leite-creme, bolo-rei, pudim, formigos, sonhos, tronco de natal, pão-de-ló, entre outros. Em Espanha, a grande festa realiza-se no dia de Reis, onde não faltam o tradicional presunto serrano, o roscón de Reyes (semelhante ao bolo rei), marisco e borrego ou peru assado. No Brasil tornou-se também tradição, no jantar de Natal, a confecção de pernil de porco e do “chester” (frango seleccionado), além dos pratos tradicionais de Natal de origem portuguesa, como o bacalhau, os bolinhos de bacalhau, as rabanadas e os tradicionais frutos secos. Na Alemanha é tradição comerem-se pratos ricamente confeccionados de carne de porco, ganso, javali ou veado, além das tradicionais salsichas. Na Rússia, o Natal é celebrado a 7 de Janeiro, onde se opta por uma refeição à base de grãos va-

riados, fruta e mel e evita-se comer carne. Na Jamaica, um dos elementos fundamentais na ceia de Natal é a ervilha, acompanhada por uma grande variedade de carnes. Em França, a Ceia de Natal é composta pelo tradicional peru assado e outras iguarias como a lagosta, as ostras, os caracóis e o “fois gras”. Na África do Sul, a ceia de Natal é composta por legumes, arroz com passas, tarte de carne moída, peru assado e pudim para sobremesa. Noutra “ponta do globo”, na Austrália, o Natal é celebrado no verão e a ceia converte-se num picnic, onde é comum comer peru, carne de porco e pudim de ameixa flambé. Momento de União, Paz e Amor A ceia de Natal ou consoada, apesar de associada a uma tradição cristã, é realizada em quase todo o mundo e por muitos não cristãos. Os pratos confeccionados são variadíssimos e dependem da região onde se celebra. O seu objectivo é igual em todo o mundo: Unir a família à volta da mesa de jantar para confraternizar e celebrar um tempo de paz e amor.

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Mensagem de Natal Pe. Carlos Lopes

Arcipreste de Vila Verde

“Esperança, Berço que Humaniza” É este o tema da caminhada Advento/Natal que nos propõe para este ano o Departamento Arquidiocesano para a Liturgia, na nossa Arquidiocese, a partir de uma homilia do Papa Francisco (19.12.2017): “Aqui está um berço vazio, podemos vê-lo. Pode ser símbolo de esperança porque verá o Menino, pode ser um objeto de museu, vazio toda a vida. O nosso coração é um berço.” E Jesus não nasce se o berço não for humilde. Se regressarmos ao Natal original, vemos bem como Deus derrama a graça de Jesus sobre pessoas simples, humildes e aparentemente insignificantes. Tudo o que cerca o Natal revela que Deus gosta de se rodear desta gente. Precisamos enxergar, por isso, com novos olhos estas festividades para realmente apreciarmos o facto de que Deus se importa connosco. No Natal, a graça de Deus derrama-se sobre pessoas simples e humildes de coração. Vejamos. Maria não era Cleópatra, nem princesa, nem rainha, noiva de um senador romano ou esposa de um sumo-sacerdote. Era “apenas” uma simples menina de Nazaré, terra desprezada do norte de Israel, com menos de 2000 habitantes. Podia ser morta por infidelidade e promiscuidade antes do casamento. Sem status em Israel, foi a ela quem Deus chamou “a Cheia de Graça”. Ela própria reconhece a sua humildade ao visitar a sua prima Isabel. Louvado seja Deus. Nada em nós merece a Sua graça. José, tal como Maria, não era aristocrata. Não era Herodes, nenhum senador romano ou membro nobre da alta sociedade. Era simples, pobre carpinteiro. Deus escolheu-o para ser pai adotivo de Jesus. E tudo se desenrolou num Israel diferente de hoje, insignificante no rol das nações daquele tempo. Até na manjedoura percebemos que Deus quer que toda a humanidade se identifique com ele de “baixo” para “cima”. José era homem justo e bom, mas pobre. Se não fosse pobre, até as portas da hospedaria se abririam não havendo lugar. Deus não diferencia. Permitiu isto para ensinar-nos que diante de Si, todos temos um valor infinito, não há personalidades fa-

mosas, ricas ou poderosas. Os pastores foram o objeto do anúncio do nascimento. Eram geralmente pobres, extremamente simples, menosprezados pela “elite” da sociedade. Mesmo assim, parecem ser homens piedosos e fiéis. Provavelmente eram jovens, porque havia a tradição de que era o filho mais novo que cuidava dos rebanhos. Exemplo é o futuro Rei David, filho mais novo que andava a pastorear os rebanhos de seu pai. É incrível pensar que foi a estes que os anjos apareceram. Afinal, não eram sacerdotes, levitas, fariseus ou saduceus. Não eram Quirino, governador da Síria, Herodes, o Grande ou César Augusto! Apareceram aos marginalizados porque Deus ama todos, inclusive os mais simples para confundir os “grandes”. Simeão, diferente dos jovens pastores, era um senhor de idade, piedoso, mas insignificante para a maioria. Esperava a consolação (salvação) de Israel. Da mesma forma, Ana, que teria entre 84 e 105 anos de idade. Para o mundo, ela era “inútil” porque não produzia. Só ocupava espaço no Templo, adorando, jejuando e orando. Mas foi a esse “avô” e a essa “avó” que o Salvador do mundo foi apresentado. Há que preparar o berço do coração com os paninhos da humildade e da simplicidade. Deus, assim, nasce. Vem de forma humilde para os humildes saírem vitoriosos. Feliz Natal!

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azevinho

O Azevinho é um arbusto de folha persistente, que nasce espontaneamente e um pouco por toda Europa, perdurando todo o inverno. Pertence à família das Aquifoliaceae, cujos ramos verdes são constituídos por folhas brilhantes, possuem espinhos afiados, contrastando com os seus frutos vermelhos (bagas). É um arbusto de crescimento bastante lento e que pode durar cerca de 100 anos. Possui flores brancas de reduzida dimensão. No Natal Hoje em dia, o Azevinho é uma planta muito utilizada nas decorações natalícias, simbolizando amor e esperança. Também é colocada à porta das casas como sinal de protecção. O seu uso teve origem na Europa, no paganismo pré-cristão. Para os druidas, o azevinho era considerado sagrado. Os celtas usavam a sua madeira para fabricar as pontas das lanças, pela sua dureza, considerando-o também símbolo de firmeza. Na antiga Roma atribuía-se ao azevinho poderes mágicos, principalmente, através do uso das

suas flores brancas. O azevinho também era conhecido em alguns países europeus, como a árvore dos sátiros, útil para afastar os espíritos da noite. Também os monges medievais o usavam para espantar os espíritos malignos. Acreditava-se que ter plantada uma árvore de azevinho numa propriedade, a protegia de feitiços negros e maus-olhados. Em certas regiões da Alemanha, o azevinho era utilizado para limpar a chaminé das casas, considerada o centro sagrado da casa, isentando-a de maus espíritos. Os ingleses, além de o utilizarem como elemento decorativo na época natalícia, usavam a madeira do azevinho para fabricar as asas das chaleiras.

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Mensagem de Natal Pe. Serafim Fernandes Arcipreste de Amares

O verdadeiro Natal O Natal está a aproximar-se e, mais do que pensar em compras, presentes, enfeites e banquetes, é momento refletirmos sobre aquele Raio de LUZ que entrou no mundo naquela noite, o amor de Deus transformado em Menino. Que tal vivermos mais intensamente o Natal e, nas mensagens enviadas amigos/as e parentes, unir aos votos de BOAS FESTAS belas frases que falem sobre o sentido mais profundo deste dia especial? Por exemplo: “Em Jesus manifestou-se a Graça de Deus, a misericórdia, a ternura do Pai: Jesus é o Amor feito carne. Não se trata apenas de um mestre de sabedoria, nem de um ideal para o qual tendemos e do qual sabemos estar inexoravelmente distantes, mas é o sentido da vida e da história que pôs a sua tenda no meio de nós.” (Homilia no Natal de 2013) “Sois imenso, e fizestes-vos pequenino; sois rico, e fizestes-vos pobre; sois onipotente, e fizestes-vos frágil.” “A primeira coisa que o Natal nos chama a fazer é isto: dar glória a Deus, porque Ele é bom, é fiel, é misericordioso. Neste dia, desejo a todos que possam reconhecer o verdadeiro rosto de Deus, o Pai que nos deu Jesus. Desejo a todos que possam sentir que Deus está perto, possam estar na sua presença, amá-lo, adorá-lo.” “O dom precioso do Natal é a solidariedade e a paz. Cristo é a nossa paz verdadeira. Cristo bate à porta dos nossos corações para nos conceder a paz, a paz da alma se formos solidários com os que sofrem. Abramos as portas a Cristo!” “A mensagem que todos esperavam, que todos procuravam nas profundezas da própria alma, não era mais do que a ternura de Deus: Deus que nos fixa com olhos cheios de afeto, que aceita a nossa miséria, Deus enamorado da nossa

pequenez.” “Como acolhemos a ternura de Deus? Deixo-me alcançar por Ele, deixo-me abraçar, ou impeço-lhe de se aproximar? ‘Oh não, eu procuro o Senhor!’ – poderíamos replicar. Porém a coisa mais importante não é procurá-Lo, mas deixar que seja Ele a procurar-me, a encontrar-me e a cobrir-me amorosamente das suas carícias. Esta é a pergunta que o Menino nos coloca com a sua mera presença: permito a Deus que me queira bem?” “Jesus Menino. Penso em todas as crianças assassinadas e maltratadas hoje, seja naquelas que o são antes de ver a luz, privadas do amor generoso dos seus pais e sepultadas no egoísmo de uma cultura que não ama a vida; seja nas crianças desalojadas devido às guerras e perseguições, abusadas e exploradas sob os nossos olhos e o nosso silêncio cúmplice; seja ainda nas crianças massacradas nos bombardeamentos, inclusive onde o Filho de Deus nasceu. Ainda hoje o seu silêncio impotente grita sob a espada de tantos Herodes. Sobre o seu sangue, estende-se hoje a sombra dos Herodes do nosso tempo. Verdadeiramente há tantas lágrimas neste Natal que se juntam às lágrimas de Jesus Menino!” “Hoje, o Filho de Deus nasceu: tudo muda. O Salvador do mundo vem para se tornar participante da nossa natureza humana: já não estamos sós e abandonados.” “Se tomarmos o Menino nos nossos braços e nos deixarmos abraçar por Ele, nos dará a paz do coração que jamais terá fim.” “Juntamente com os pastores, prostremo-nos diante do Cordeiro, adoremos a Bondade de Deus feita carne e deixemos que lágrimas de arrependimento inundem os nossos olhos e lavem o nosso coração. Disto todos temos necessidade.” Desejo a todos os leitores um Santo e Feliz Natal e abençoado Ano Novo.

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Árvore de Natal

A primeira referência à árvore de Natal aparece no séc. XVI, na Alemanha, em Strasbourg (Estrasburgo), hoje território francês. As famílias costumavam enfeitar os pinheiros durante a época de Natal, com luzes, flores de papel colorido, doces e frutas. Esse costume foi-se espalhando primeiro por França e Inglaterra, no séc. XIX, Estados Unidos, no séc. XX, tornando-se posteriormente tradição em Espanha e na maior parte dos países da América Latina. Segundo algumas histórias populares, a origem da árvore de natal deveu-se ao sacerdote Martinho Lutero, no séc. XVI, que adornou uma árvore com luzes no dia de Natal, de modo a simbolizar o nascimento de Jesus, a “luz do mundo”. No início, a Igreja Cristã negou-se a adoptar esta tradição pagã, sendo que o pinheiro de Natal só passou a fazer parte das decorações natalícias nos lares cristãos há cerca de 100 anos. Quando os missionários adoptaram o costume da árvore de Natal escolheram o abeto, de forma triangular, para representar a Santíssima trindade e por forma a apagar a simbologia pagã associada.

- Uma rosa, que significa afecto; - Um cesto de frutas, que significa generosidade; - Um peixe, que significa a bênção de Cristo; - Uma pinha, que significa abundância; - Um Pai Natal, que significa generosidade; - Um cesto de flores, que significa bons desejos; - Um coração, que significa amor; - Luz, que significa a vida ou Cristo. Hoje em dia encontramos a árvore de Natal em quase todas as casas, quer se trate de famílias cristãs ou não, como elemento decorativo da época de Natal.

Árvore como símbolo O uso de uma árvore como símbolo remonta ao II milénio antes de cristo. Os Indo-europeus consideravam as árvores uma expressão de fertilidade, prestando-lhe culto. Por outro lado, a civilização Egípcia atribuía à tamareira o significado vida, representando os vários estágios da vida humana (árvore da vida), sendo esta enfeitada com doces e frutas. Também os Gregos usavam as árvores como “intermediários” entre o céu e a terra, fazendo, através delas, Os doze adornos “obrigatórios” reverência aos deuses. Os Romanos costumaSegundo a tradição alemã, ao decorar árvore vam enfeitar pinheiros com máscaras de Baco, de Natal devem ser incluídos doze adornos, de o deus do vinho, para venerar o deus Saturno, modo a garantir a felicidade do lar: Deus da agricultura, da justiça e da força. A - Uma casa, que significa protecção; festa era chamada de “Saturnália” e coincidia - Um coelho, que significa esperança; com o nosso Natal. Na China, o pinheiro signi- Uma chávena, que significa hospitalidade; fica longevidade, enquanto no Japão simboliza - Um pássaro, que significa alegria; imortalidade. www.ovilaverdense.pt | www.oamarense.pt


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Presépio A palavra Presépio deriva do latim “praesepium” - curral, estábulo ou lugar de recolha de gado. A tradição católica conta que o presépio teve origem no séc. XIII, em Úmbria, região da Itália Central. Com permissão do Papa, S. Francisco de Assis criou um presépio com figuras humanas e animais, recreando o local de nascimento de Jesus que serviu de pano de fundo para a missa de Natal desse ano. A representação teve tanto sucesso que se tornou numa referência Cristã representativa do Natal em quase todo o mundo. Em Portugal Em Portugal, o presépio tem tradições muito antigas, por volta do séc. XVII, sendo colocado no início do Advento sem a figura do menino Jesus, que somente é colocada na noite de Natal, após a missa do galo. O presépio é desmontado no dia seguinte ao Dia de Reis. As figuras que se colocam no presépio, além da Sagrada família, S. José, Maria e o Menino Jesus, são pastores, alguns animais, os Reis Magos e também outras figuras como o moleiro e o seu moinho, as lavadeiras, membros de um rancho folclórico e outras personagens típicas da cultura portuguesa. Tradicionalmente feito em barro, podem também ser encontradas peças de diversos materiais, desde tecido ou madeira, até porcelana fina.

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Bolas de Natal Com o passar do tempo, as bolas de Natal tornaram-se um elemento obrigatório quando se trata de enfeitar a árvore. Na antiguidade, a árvore de Natal era considerada sagrada e representava a vida e a salvação. Os seus enfeites eram constituídos por pedras e frutos, principalmente maçãs, que sendo de casca amarela, representavam os frutos de ouro existentes no paraíso. A partir do século VI, os enfeites de Natal evoluíram: As maçãs, perecíveis, foram substituídas por bolas e outros enfeites, representando igualmente os frutos da vida. A sua posição na árvore também era importante, pois representa uma hierarquia em que quanto mais alta a bola estivesse na árvore, maior espiritualidade representava. A tradição da colocação de bolas de Natal na árvore varia, não só no seu tamanho e cor, como no número de bolas colocadas: Em algumas famílias colocam-se somente 12 bolas (ou múltiplos de 12) em representação dos 12 apóstolos. Noutras colocam-se 33 bolas para lembrar a idade de Cristo aquando da sua morte na ter-

ra. Há ainda quem coloque 24 a 28 bolas, uma a uma, de modo a acompanhar cada dia do advento (primeiro tempo do ano litúrgico, antes do Natal). Em certas ordens religiosas, as bolas de Natal representam orações para o período do Advento, e cada cor tem o seu significado: Bolas azuis representam orações de arrependimento, bolas prateadas representam orações de agradecimento, as bolas douradas, orações de louvor e as vermelhas, orações de prece. As primeiras bolas coloridas de vidro surgiram no séc. XVIII e foram feitas por sopradores de vidro da Boémia (República Checa). Quer seja seguindo um ritual ou tradição, ou ainda, colocadas aleatoriamente, as bolas de Natal continuam a ser um enfeite de destaque em todas as árvores de Natal.

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Postal de Natal no Reino Unido), Sir Cole costumava enviar cartas desejando Boas Festas a um elevado número de pessoas, e há medida que o tempo foi passando trabalho foi-se tornando cada vez maior e moroso e tendo pouco tempo para o fazer, lembrou-se de criar um postal em que tivesse escrita uma mensagem de Natal e que pudesse ser copiado o número de vezes necessárias para enviar a todos os seus contactos. A criação deste postal foi entregue ao pintor John Callcott Horsley, em Dezembro de 1843.

Na época de Natal, o inglês Sir Henry Cole costumava escrever a todos os seus conhecidos e familiares a desejar-lhes Boas Festas. Director do South Kensington Museam, escritor e editor de vários livros e jornais, entre os quais contos para crianças, livros de arquitectura e escultura, além de assistente no “Public Records Office” (uma das três organizações que formam o arquivo nacional

Primeiros Postais Os primeiros postais foram impressos num cartão por Jobbins, em Londres, e pintados à mão. Continham a mensagem de “Feliz Natal e Próspero Ano Novo”, acompanhada de uma imagem onde se via uma família a fazer um brinde com um copo de vinho tinto, incluindo crianças, e o nome da pessoa a quem se dirigia o postal, juntamente com outras imagens representativas de gestos de generosidade. Os postais não usados por Sir Henry Cole foram publicados no jornal Summerly’s Home Treasury, do qual era sócio, e vendidos por um xelim. A imagem utilizada nos postais foi motivo de várias críticas, devido a apresentação de crianças a beber vinho. Por essa mesma razão os postais foram retirados do mercado, tendo sido vendidos ao todo cerca de mil. Sir Henry Cole não voltou a usar este método para desejar boas festas aos seus conhecidos mas criou um hábito que rapidamente se espalhou em quase todo o mundo. PUBLICIDADE

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Estrela de Natal

A estrela de Natal, também conhecida como Estrela de Belém, tornou-se num ornamento típico das nossas casas na época de Natal. É colocada no topo da árvore de Natal ou no presépio e lembra-nos a estrela que guiou os três Reis Magos até ao local onde o menino Jesus nasceu. A estrela de Natal representa também a Luz do Mundo, Jesus Cristo. A estrela característica possui quatro pontas que representam os pontos cardeais (norte, sul, este, oeste) e uma cauda luminosa, fazendo lembrar um cometa. Também se usa a estrela de cinco pontas lembrando o ser humano (Cabeça, braços e pernas).

Ciência Cientificamente, Johannes Kepler, astrónomo, matemático e astrólogo alemão do séc. XVII, explica o aparecimento da estrela de Belém com o facto de ter havido, na altura, uma conjunção entre o planeta Júpiter e o planeta Saturno, na constelação de Peixes, que levou a formação de uma luz intensa, fora do normal, e que deu origem a esta “estrela”.

Referência Bíblica A referência bíblica da estrela de Natal é feita no Evangelho de Mateus, onde relata a vinda de sábios do oriente para visitar o Messias recém-nascido. Como não sabiam onde se encontrava Jesus, os três Reis Magos perguntaram na corte do Rei Herodes, mas sem sucesso. Herodes ao saber do nascimento do Rei dos Judeus, pediu-lhes que assim que encontrassem Jesus, o informassem. Os reis magos, vendo surgir no céu uma luz intensa, seguiram-na, encontrando em Belém o menino Jesus. Estes ofereceram a Jesus prendas mas não voltaram à corte do Rei Herodes para denunciar o nascimento do Menino. www.ovilaverdense.pt | www.oamarense.pt


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Meias de Natal na lareira Conta a lenda que um homem da nobreza, com um tremendo desgosto pela morte da sua mulher, esbanjou toda a sua fortuna, deixando as suas três filhas sem grandes posses. São Nicolau, sabendo que a família passava por maus momentos, montou o seu cavalo branco e decidiu ir até à casa atirar três bolsas com moedas de ouro pela chaminé. As bolsas caíram dentro das meias que as raparigas tinham lavado e pendurado na lareira para secar.

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Bolo-Rei O Bolo-Rei é um bolo tradicional português que se come desde o início da altura do Natal até ao dia de Reis. A sua forma arredonda com um buraco no meio faz lembrar uma coroa, com os frutos secos e as frutas cristalizadas espalhadas pelo seu todo dando-lhe cor e um aspecto farto. Em alguns casos, no seu interior pode ser encontrada uma fava, que segundo a tradição, concede um desejo a quem calhar.

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Mensagem de Natal Presidente da Câmara Municipal de Amares

A época natalícia convida-nos de forma especial à partilha e à solidariedade, a olhar o outro de forma mais atenta e a privilegiar o convívio com os nossos amigos e familiares. É um tempo propício para renovar o espírito humanista e os valores que efetivamente mais contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Continuamos a trabalhar com este objetivo para o concelho de Amares, e, para tal, temos implementado um conjunto de medidas para responder às necessidades sentidas e promover um desenvolvimento integral mais harmonioso, nas várias faixas etárias, especialmente as crianças, jovens e idosos. Mas a construção de um concelho mais coeso não depende só da implementação de políticas socias mas também da atenção que cada um de nós for

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capaz de disponibilizar ao outro com quem se cruza diariamente. Deixo, por isso, o meu apreço e gratidão a todas as entidades e pessoas que no seu dia-a-dia fazem um trabalho extraordinário na área social no nosso concelho. Dão-me razões fortes para acreditar num futuro cada vez melhor. Porque o Natal é também festa, deixo-lhe o convite para que venha festejar e desfrutar da oferta cultural e desportiva que disponibilizamos este Natal. Em nome do executivo municipal, dos funcionários da autarquia e em meu nome pessoal desejo a todos um Natal Feliz e um ano 2020 cheio de realizações. Seja solidário. Seja feliz.

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Missa do Galo A Missa do Galo é celebrada à meia-noite e assinala o nascimento de Jesus, na noite de 24 para 25 de Dezembro. Reza a lenda que à meia-noite do dia 24 um galo teria cantado, anunciando a vinda do Messias. Tradicionalmente, depois da missa, as famílias voltam para casa, colocam a imagem do Menino Jesus no Presépio e distribuem os presentes. Todos os anos, na noite de consoada, é possível acompanhar na televisão a celebração pelo Papa da missa do galo no Vaticano.

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Os frutos secos A grande variedade de frutos secos no Natal é mais do que uma questão gastronómica, pois estes têm uma grande ligação com o solstício de Inverno. Na Roma Antiga, os frutos secos eram um presente habitual durante as celebrações e eram especialmente apreciados pelas crianças, que os valorizavam quer como brinquedos, quer como comida. Para os romanos, cada espécie de fruto seco tinha um significado. As avelãs evitavam a fome, as nozes relacionavam-se com a abundância e prosperidade e as amêndoas protegiam as pessoas dos efeitos da bebida. Por isso, os frutos secos que são colocados na mesa no Natal são mais do que simples alimentos, é um antigo costume romano que assenta na ausência de fome e da pobreza e protege contra os excessos da bebida.

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Os sinos Os sinos foram utilizados durante séculos para chamar as pessoas para aos locais de culto e dar conta do tempo, anunciar boas e más notícias e ainda anunciar nascimentos, celebrações ou conquistas. Para além disso, existia também a superstição de que o barulho das campainhas e dos sinos afastava os maus espíritos. No Natal, os sinos tocam em alegria, pela boa nova do nascimento do Menino Jesus e além disso… anunciam a chegada das prendas e do Pai Natal!

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As velas Nas festas em homenagem a Saturno, os romanos acendiam velas para pedirem que o Sol brilhasse de novo (alusão ao solstício de Inverno). Nessa altura do ano, a escuridão e o frio eram maiores, pelo que as velas forneciam luz e algum calor. De certa forma, o cristianismo acolheu esse costume e tornou-o sagrado, referindo-se como “Cristo era a Luz do Mundo, a chama da vela simboliza a sua influência e presença”.

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Boneco de Neve O boneco de neve acabou por se tornar num símbolo do Natal, sendo a sua tradição proveniente de alguns países do hemisfério norte. Os primeiros relatos sobre bonecos de neve remontam aos tempos medievais, sendo que os primeiros documentos que relatam a sua existência são livros ilustrativos do séc. XIV. Com o passar do tempo, as lendas e os costumes foram passando de geração em geração, adequando-se os materiais e aspecto consoante o passar do tempo. Por cada Boneco de Neve… mais um anjo no céu As primeiras histórias sobre os Bonecos de Neve são felizes, como por exemplo, “a cada boneco de neve que se constrói e derrete passa a haver mais um anjo no céu”. Outras, referem-se as três bolas que formam um Boneco de Neve, representando o pai, o filho e o espírito santo. “Histórias de terror” Com o passar dos anos foram surgindo histórias aterrorizadoras de Homens de Neve sombrios, que apareciam em pequenas vilas no inverno e assustavam as pessoas, que depois matavam. As narrativas contam que este bonecos de neve tinham uma aparência semelhante, com a diferença dos seus olhos serem vermelhos e brilhantes e possuírem galhos secos como garras. Segundo consta, estas criaturas eram espíritos malignos que se manifestavam em busca de corpos para “possuir”, e assim, “escondiam-se” em Bonecos de Neve, parecidos com humanos.

Referências Uma importante referencia sobre a história do boneco de neve é o livro escrito por Bob Eckstein “The history of the Snowman”. Também existem diversos filmes em que aparece o boneco de neve, sendo um dos mais interessantes e conhecidos o “The Snowman” de 1982, que é uma animação musical sobre esta personagem.

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LENDAS E HISTÓRIAS São Nicolau Nicolau, filho de cristãos abastados, nasceu na segunda metade do século III, em Patara, uma cidade portuária muito movimentada. Conta-se que desde muito cedo Nicolau se mostrou generoso. Uma das histórias mais conhecidas relata a de um comerciante falido e que havia perdido a sua esposa, com três filhas e que, perante a sua precária situação, não tendo dote para as casar estava sem solução. Quando Nicolau soube, passou junto da casa do comerciante e atirou um

saco de ouro e prata pela chaminé, que caiu junto da lareira, dentro de umas meias que estavam a secar. Assim, o comerciante pôde preparar o enxoval da filha mais velha e casá-la. Nicolau fez o mesmo para as outras duas filhas do comerciante, assim que estas atingiram a maturidade. Quando os pais de Nicolau morreram, o tio aconselhou-o a viajar até à Terra Santa. Durante a viagem, deu-se uma violenta tempestade que acalmou rapidamente assim que Nicolau começou a rezar (mesma razão pela qual se tornou também o padroeiro dos marinheiros e dos mercadores). No regresso decidiu ir morar para Myra (sudoeste da Ásia menor), doando todos os seus bens e vivendo na pobreza. Aquando da morte do bispo de Myra, os anciãos da cidade não sabiam quem nomear para bispo, colocando a decisão na vontade de Deus. Na noite seguinte, o ancião mais velho sonhou com Deus, que lhe terá dito: «O primeiro homem a entrar na igreja amanhã será o novo bispo de Myra». Nicolau costumava levantar-se cedo para lá ir rezar e foi assim que, sendo o primeiro homem a entrar na igreja naquele dia, se tornou bispo de Myra. S. Nicolau faleceu a 6 de Dezembro de 342 (meados do século IV) e os seus restos mortais foram levados, em 1807, para a cidade de Bari, em Itália. É actualmente um dos santos mais populares entre os cristãos. Tradição por toda a Europa S. Nicolau tornou-se numa tradição em toda a Europa. É conhecido como uma figura lendária que distribui prendas na época do Natal. Originalmente, a festa de S. Nicolau era celebrada a 6 de Dezembro, com a entrega de presentes. Já com a tradição de S. Nicolau enraizada, apesar de ser retirada pela igreja católica do calendário oficial em 1969, ficou associado pelos cristãos o dia de Natal, 25 de Dezembro, como a data da para assinalar a sua marca.

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LENDAS E HISTÓRIAS O Pai Natal A imagem que hoje em dia temos do Pai Natal é a de um homem velhinho e simpático, gorducho, com barba branca e vestido de vermelho e que conduz um trenó puxado por renas, carregado de prendas. A magia dá-se com o seu voo pelos céus na véspera de Natal, com o objectivo de distribuir as prendas de natal pelo Mundo. O Pai Natal passa então por cada uma das casas das crianças bem comportadas, entrando pela chaminé e depositando os presentes nas árvores de Natal ou nas meias penduradas na lareira. Esta imagem, tal como hoje a vemos, teve origem num poema de Clement Clark More, um ministro episcopal, intitulado de “Um relato da visita de S. Nicolau”, que havia escrito para as suas filhas. O poema foi publicado por Harriet Butler, que tomou conhecimento do mesmo através dos filhos de More e o levou ao editor do Jornal Troy Sentinel, em Nova Iorque, publicando-o no Natal de 1823 sem que fosse feita uma referência ao seu autor. Só em 1844 Clement C. More reclamou a autoria do poema.

Cartas ao Pai Natal Hoje em dia, na época do Natal, é costume as crianças de vários pontos do mundo escreverem uma carta ao S. Nicolau, agora conhecido como Pai natal, onde registam as suas prendas preferidas.

Consumismo ou Generosidade? Actualmente há quem atribua à época de Natal um significado meramente consumista. Outros, vêem o Pai Natal como o espírito da bondade e da oferta. Os cristãos associam-no à lenda do antigo santo, representando a generosidade para com o outro.

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Mensagem de Natal Pe. Almerindo Costa

Arcipreste de Terras de Bouro

No meio do frio de Outono surgem sinais de alegria e de esperança! As ruas e as casas enfeitam-se de luz; a música cria um ambiente de ternura e de encanto; as crianças ganham um novo brilhozinho nos olhos; as pessoas agitam-se na correria da vida para que tudo esteja preparado para a grande noite; tudo ganha uma nova cor, um novo ritmo, um novo entusiasmo! O Natal está próximo! Mas qual deve ser o verdadeiro espírito de Natal? Celebrar o Natal é celebrar o mistério da proximidade, da vinda de Deus à nossa história. É celebrar o acontecimento em que Deus se põe à altura do homens e torna possível a comunicação e o amor entre eles e com Ele. É celebrar o momento em que Deus decide habitar, para sempre, entre nós. Assim, celebrar o Natal deve ser para todos nós cristãos momento para cantarmos a alegria e celebrarmos a bondade e o amor de um Deus que está próximo de nós. Celebrar o nascimento de Jesus é contemplar e agradecer o amor de um Deus que nunca abandonou os homens à sua sorte; um Deus que, rompendo distâncias, encontrou forma de dialogar com o homem enviando-nos o próprio Filho para nos conduzir ao encontro da vida definitiva; da salvação plena. Natal é presença de Deus no mundo; convivência fraterna no amor; superação de distâncias e diferenças. Por isso, Natal é também compromisso de todos nós a tornar realidade o Reino de Deus

fazendo nossos os problemas e realidades dos homens e mulheres de hoje; assumindo as dores e as esperanças do nosso mundo; remediando, na medida do possível, os descalabros sociais que por aí vão existindo; tomando uma postura forte e decidida, responsável e evangélica, diante das situações e acontecimentos de hoje; lutando para que a ninguém falte o pão de cada dia e o carinho de uma mão amiga; trabalhando para que em todas as famílias e povos haja paz e alegria; procurando que Jesus seja o Salvador de todos e que o Natal seja a festa de todos e de todos os dias. Não nos esqueçamos que o verdadeiro espírito e dinamismo do mistério do Natal está na atenção vigilante e no amor solidário para com os nossos irmãos e irmãs mais pobres, os desempregados, os idosos, doentes e excluídos. Lembramos também os emigrantes que nesta quadra natalícia visitam a nossa e sua terra. Que eles experimentem e levem consigo o sorriso e a alegria das tradições religiosas e culturais do nosso povo, que vive esta quadra com a ternura da infância, cantando e celebrando o Menino de Belém. Este é, portanto, o Natal que desejo a cada um de vós: um Natal vivido na Paz, na alegria e na comunhão de irmãos. Que o Deus Menino habite e transforme os nossos corações, nos ilumine com a sua luz e nos encha das suas bênçãos. Um Santo e Feliz Natal para todos!

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O Pinheiro de Natal Conta a história que na noite de Natal, junto ao presépio, se encontravam três árvores: Uma tamareira, uma oliveira e um pinheiro. Ao verem Jesus nascer, as três árvores quiseram oferecer-Lhe um presente. A oliveira foi a primeira a oferecer, dando ao Menino as suas azeitonas. A tamareira, de seguida, ofereceu-lhe as suas doces tâmaras e o pinheiro como não tinha nada para oferecer, ficou infeliz. Vendo a tristeza do pinheiro, a estrelas do céu decidiram descer e pousar sobre os seus galhos, iluminando e adornando o pinheiro que assim se ofereceu ao menino Jesus.

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Mensagem de Natal Presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro

Agora que se aproxima a época natalícia e porque mais um ano finda, é com muito prazer que saúdo, mais uma vez, todos os terrabourenses, desejando que o Natal que se aproxima nos traga felicidade e fraternidade junto daqueles que mais amamos, família e amigos. Terras de Bouro e as suas gentes continuam a merecer a prioridade das nossas preocupações e anseios, na procura de melhorar e valorizar as nossas vidas. Por isso, conto com todos e com todos nos empenhamos para que tal seja possível, pois só assim o futuro desta Terra que a todos nos orgulha, pelo seu valor e beleza, poderá ter desenvolvimento e prosperidade. O desafio para o novo ano que se avizinha é o de acreditar na

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capacidade que teremos para ultrapassar as situações que surgirem, na esperança de que os projectos que ambicionamos se concretizem. Só um espírito vencedor, aliado a uma forte vontade e contando com a prestimosa colaboração de todos, permitirá a Terras de Bouro atingir o patamar que merece. Assim, a todos os terrabourenses, os que cá estão e àqueles que, mesmo longe,​mantém fortes os laços com a sua terra, formulamos votos sinceros de um Feliz Natal e de um Próspero Ano Novo, repleto de saúde, realizações pessoais e profissionais! Um caloroso e amigo abraço,

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Renas de Natal O mito das Renas do Pai Natal surgiu na Europa, no séc. XIX, a partir de um costume de alguns países do Norte como o Canadá, Alasca, Rússia, Escandinávia e Islândia, onde as as pessoas se deslocarem na neve, usando um trenó puxado por renas. Na tradição Anglo-saxónica só existem oito renas, número habitualmente utilizado para puxar os trenós tradicionais. Os seus nomes são: Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner e Blitzen ou em português, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago. A rena Rudolph ou Rodolfo, que acabou por ser a mais conhecida, só mais tarde integrou o grupo (1939).

Rodolfo Conta-se que o Pai Natal, ao chegar a uma das casas para entregar os presentes, encontrou por acaso a rena Rodolfo, que era diferente das outras, pois tinha um nariz vermelho e luminoso. Nessa noite, o nevoeiro era muito intenso e o Pai Natal pediu a Rodolfo que se juntasse a ele e liderasse as suas renas, de modo a que não se perdessem pelo caminho. A partir daí, Rodolfo passou a ser a rena que guia o trenó do Pai Natal todos os Natais.

Renas Voadoras Porém, as renas do Pai Natal são “especiais“ pois apesar de serem semelhantes às renas que existem nesses países, são as únicas que conseguem voar, de modo a que o Pai Natal possa entregar os presentes no dia certo e sem atrasos a todas as crianças do mundo.

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Os Reis Magos Os três Reis Magos surgem como sábios vindos do Oriente, com o propósito de venerarem o Menino Jesus, o novo Rei dos Judeus que havia nascido. O caminho até Belém, onde se encontrava o Menino, é-lhes indicado por uma estrela, a Estrela de Belém. Tendo em conta a grande distância percorrida até lá, diz-se que a sua visita só ocorreu no dia 6 de Janeiro.

siderava uma ameaça. Certa noite, os Reis Magos sonharam com a a intenção de Herodes em matar Jesus, ficando assim alertados para os seus desejos em matar o Deus Menino. Quando chegaram ao Seu encontro, os três Reis celebraram o Seu nascimento oferecendo-Lhe Ouro, Incenso e Mirra e veneraram-no como o novo Rei dos Judeus.

Lenda Reza a Lenda que do Oriente caminhavam três Reis Magos, Melchior, Gaspar e Baltazar, que seguindo a Estrela de Belém, foram levados ao Menino Jesus. Os Magos, ao saber que se tratava do nascimento de um Rei, tinham perguntado ao Rei Herodes sobre Ele. Herodes, que de nada sabia, pediu aos Reis Magos que assim que O encontrassem o informassem sobre o local do nascimento, de modo a poder também ele visitá-Lo. Mas a intenção de Herodes não era acolhê-Lo, mas sim ver-se livre desse novo Rei, O qual con-

Referência Bíblica É no Evangelho de S. Mateus que se encontra a única referência à existência dos Reis Magos. Só mais tarde, no séc. V, Orígenes, erudito da igreja antiga, Leão Magno, sacerdote e mais tarde Papa e Santo, confere-lhes o título de “Reis Magos”. No séc. VII são-lhes atribuídos nomes: Gaspar (aquele que vai inspeccionar), Baltazar (Deus manifesta o Rei) e Belchior/Melchior/Melquior (meu Rei é luz).

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Os Reis Magos Três Raças e Três Presentes No séc. XV é associada uma raça a cada um dos Reis Magos, de modo a representar toda a raça humana que se conhecia até então. Pela tradição diz-se que são três devido aos três presentes oferecidos: Ouro, Incenso e Mirra. Crê-se que não seriam propriamente Reis mas talvez Sacerdotes, Conselheiros ou até Astrónomos. Na antiguidade era costume oferecer-se ouro a um Rei, incenso a um Sacerdote e mirra a um Profeta. Por isso, Belchior, de raça branca, ofereceu ouro reconhecendo-Lhe realeza; Gaspar, representando a raça amarela, ofereceu-Lhe incenso, atribuindo-lhe divindade e finalmente Baltazar, de raça negra, que ofereceu mirra representativa

da imortalidade. Na idade média tem início a devoção aos Reis Magos e no séc. VI, as suas relíquias são levadas de Istambul para Milão. Sendo já considerados Santos, em 1164, foram levados para a catedral de Colónia, na Alemanha. Actualmente, os Reis Magos fazem parte das tradições de Natal, nomeadamente pelas suas figuras, que são colocadas junto ao presépio. Celebram o nascimento de Jesus, através da sua visita e da oferta de presentes, criando-se a tradição de trocar prendas nesta época festiva. Daí que, em países como Espanha, se proceda à troca de prendas no dia 6 de Janeiro (alusão quanto à sua chegada junto do Menino). PUBLICIDADE

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O Subsídio de Natal Em 1899, F. W. Woolworth foi a primeira pessoa a dar um bónus de ordenado durante a época natalícia. Woolworth deu aos seus empregados 5 dólares por cada ano de serviço. Desta forma acreditava que os trabalhadores ficariam mais felizes e isso se reflectisse no trabalho. Hoje em dia, as empresas são obrigadas por lei a “dar” nesta altura do ano um subsídio aos seus trabalhadores, sendo que muitas até o fazem em Novembro, dando a possibilidade aos empregados de fazerem as compras e prepararem a celebração do Natal com a devida antecedência. Gorjetas? Sim, gorjetas! Mais tarde, o mesmo “gesto” deu origem às chamadas “gorjetas”. Por esta altura do ano começou por se dar gratificações às empregadas domésticas, aos empregados de restaurantes, cafés, etc. Um exemplo disso mesmo é o facto de

hoje em dia podermos ver em certas casas comerciais uma caixinha enfeitada, para as dádivas, onde se encontra escrito entre outros exemplos, “Os empregados agradecem e desejam festas felizes”.

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Tenha um Feliz Natal! www.ovilaverdense.pt | www.oamarense.pt


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