III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

Ortografia Esta publicação contempla as normas do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor desde 2009.

III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia.

Organização Wilfredo Irrazabal Urruchi. -- 1. ed. -- São Paulo : Integrativa Vet, 2021. 394 f.

Vários colaboradores.

Bibliografia ISBN 978-65-87010-02-1

1. ozonioterapia 2. ozônio medicinal 3. medicina integrativa

2021 Todos os direittos reservados.

Integrativa Vet

A responsabilidade de qualquer terapêutica prescrita é do profissional que a prescreve. A perícia e a experiência profissional de cada um são fatores determinantes para a condução dos possíveis tratamentos para cada caso. O editor não pode ser responsabilizado pelo abuso ou má aplicação do conteúdo compartilhado nesta obra.

Wilfredo Irrazabal Urruchi (organizador)

III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia V Simpósio Internacional de Ozonioterapia na Medicina Veterinária

São Paulo Integrativa Vet 2021

O

III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia e o V Simpósio Internacional de Ozonioterapia na Medicina Veterinária - IBO₃A, tem como finalidade a atualização dos conhecimentos dos profissionais das áreas de saúde humana e animal atuantes na área de ozonioterapia e sua combinação com medicina integrativa. Assim como a oportunidade para divulgação de suas experiências científicas e clínicas. Sua realização ocorreu entre os dias 10 e 12 de setembro de 2021.

Trabalhos apresentados pelos participantes 1-Uso de mistura gasosa oxigênio-ozônio para esterilização de biomembrana a base de poliuréia ozonizada 2-Ação fungicida do óleo de girassol ozonizado sobre biofilmes de espécies de Candida 3-Ozonioterapia para tratamento de endometrite em éguas 4-Ozonioterapia para tratamento de papiloma em equinos – relato de caso 5-Ozonioterapia e auto-hemoterapia no tratamento de papiloma em equinos – relato de caso 6-Ozonioterapia no tratamento de dermatofitose e foliculite em equinos Gypsy Vanner no sul do Brasil: relato de dois casos 7-Validade do uso de ozônio como tratamento integrativo do síndrome de laminopatia equina - apresentação de 2 casos clínicos 8-Associação de laserterapia e ozonioterapia em cicatrização de ferimento em equino 9-Tratamento de lesão na inserção do músculo tríceps braquial de uma égua quarto de milha com gás ozônio associado a plasma rico em plaquetas (PRP) 10-Ozonioterapia no tratamento de extensa ferida nas regiões torácica e lombar de um equino III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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11-Uso de gás ozônio associado à terapia fotodinâmica na inativação do Pythium insidiosum canino e equino 12-Ozonioterapia na resolução conservativa de úlcera de córnea em touro nelore: relato de caso 13-Uso do óleo ozonizado na clínica de grandes animais – relato de casos 14-Uso de ozônio na terapêutica de mastite subclínica em vacas leiteiras 15-O soro ozonizado melhora o volume globular e proteína plasmática após a sangria de cabras inoculadas com o vírus da caxumba e sarampo para a produção de soro hiperimune 16-Uso de ozonioterapia em uma anta (Tapirus terrestris) relato de caso 17-Relato de caso do uso de ozonioterapia em um cervo 18-Alteração dos parâmetros hematimétricos e bioquímicos em codornas com aplicação de ozônio por insuflação cloacal 19-Utilização do óleo de girassol ozonizado em pós cirúrgico de pododermatite plantar em cisne – relato de caso 20-Relato de caso de cicatrização de feridas em região cervical e em membro pélvico de um cão com o uso de ozonioterapia 21-Cicatrização de feridas em região cervical de um cão com o uso de ozonioterapia: relato de caso 22-Aplicação da ozonioterapia como terapia adjuvante em tumor venéreo transmissível canino: relato de caso 23-Aplicação da ozonioterapia como alternativa terapêutica em enterocolite linfoplasmocitária: relato de caso 24-Ozonioterapia adjuvante na cicatrização de ferida causada por queimadura química alcalina-relato de caso

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25-Tratamento com ozonioterapia de ferida por trauma automobilístico em membro torácico na articulação rádio-ulna-carpo-metacarpial, com exposição e perda óssea em cão SRD - relato de caso 26-Tratamento adjuvante da atrofia cerebelar em American Staffordshire Terrier com ozonioterapia 27-Tratamento e controle da bronquite crônica em cães com ozonioterapia - relato de caso 28-Ação bactericida e cicatrizante do ozônio medicinal em ferida lacerada traumática - relato de caso 29-Uso da ozonioterapia, como terapia complementar, em fratura aberta - relato de caso 30-Ozonioterapia no tratamento de ferida por queimadura térmica de terceiro grau em canino: relato de caso 31-Cicatrização de ferida em região lombo-sacra de um gato com o uso de ozonioterapia 32-Uso de ozonioterapia na cicatrização de feridas em gato doméstico: relato de caso 33-Tratamento de ozonioterapia para pacientes felinos com complexo gengivite estomatite 34-Tratamiento de psoriasis con ozonoterapia 35-Tratamiento de artritis reumatoidea y rosacea con ozonoterapia 36-A ozonioterapia na pandemia de coronavírus disease: uma revisão integrativa 37-O uso do óleo de girassol ozonizado ozontop: tratamento muito além do uso tópico 38-Os efeitos terapêuticos da ozonioterapia na cicatrização de lesões ao portador de pé diabético

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39-A utilização da ozonioterapia na cicatrização do perfurante plantar em pé de paciente diabético vivido em uma clínica de podologia na cidade de Manaus, Amazonas, Brasil 40-Implantação do Ambulatório de Ozonioterapia em tratamento de feridas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Município de Araraquara, SP, Brasil 41-Ozonioterapia associada à laserterapia na reabilitação de úlcera varicosa: relato de caso 42-Ozonioterapia como alternativa no tratamento de queda capilar pós infecção por covid-19 - estudo de caso 43-Ozonioterapia - prevenção e tratamento para SARS COV-2 44-Ozonioterapia na flacidez facial 45-Ozonioterapia na promoção de melhor qualidade de vida de pacientes com doenças crônicas 46-Ozonioterapia e tecarterapia associadas e não associadas na redução da gordura abdominal 47-A ozonioterapia como integrativa e complementar na pediatria: quais as evidências atuais?

48-Emprego da auto-hemoterapia menor como recurso terapêutico para o tratamento de síndrome do túnel do carpo 49-Efeitos da ozonioterapia em pontos de acupuntura sobre a dor e funcionalidade de indivíduos com osteoartrite de joelho: estudo piloto 50-Potencial antimicrobiano e antibiofilme de formulações de hidrogel contendo óleo de girassol ozonizado 51-Emprego da ozonioterapia como recurso terapêutico complementar ao tratamento de hiperplasia prostática benigna 52-Ozonioterapia como tratamento adjuvante na deiscência de laparotomia

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Uso de mistura gasosa oxigênio-ozônio para esterilização de biomembrana a base de poliuréia ozonizada Use of oxygen-ozone gas mixture for sterilization of ozonized polyurea based biomembranes Bianca de Souza Cintra 1; Julia Santana Reinaldi 2; Barbara Higa 2; Regina Helena Pires 3; Eduardo Ferreira Molina 4; Jair Camargo Ferreira 5 1 - Graduanda: Medicina veterinária, Unifran-SP/Brasil 2 - Graduanda: Biomedicina, Unifran-SP/Brasil 3 - Docente: Programa de Pós-graduação em Promoção da Saúde, Unifran-SP/Brasil 4 - Docente: Programa de Pós-graduação em Ciência, Unifran-SP/Brasil 5 - Docente: Programa de Pós-graduação em Ciência Animal, Unifran-SP/Brasil Correspondência: jair.ferreira@unifran.edu.br

Resumo: O gás ozônio (O₃) pode ser usado como método de esterilização a baixa temperatura. Poliuréias são estruturas poliméricas hidrofílicas bastante utilizadas como transportadores em sistemas de administração de medicamentos. Esse estudo avaliou a atividade esterilizante de mistura gasosa O₂-O₃ em hidrogéis à base de poliuréia ozonizada. Diferentes volumes de óleo de girassol ozonizado foram incorporados em poliueria Pur1900. Em seguida, a formulações de Pur1900 pura e ozonizadas foram tratamentos com gás O₃ por 5, 15 ou 25 minutos. Antes e após os tratamentos, as biomembranas imersas em caldo BHI para identificar contaminação superficial, de acordo com a presença ou ausência de turvação. A exposição ao gás O₃ por tempo igual ou superior a 15 minutos apresentou 100% eliminação de contaminantes de superfície. Demonstrando ação esterilizante do O₃ para poliuréias ozonizadas.

Palavras-chave: antimicrobiano, germicida, hidrogel, poliuréia Abstract: Ozone (O₃) may be used as a low temperature sterilization method. Polyurea is a hydrophilic polymeric structure widely used as a carrier in drug delivery systems. This study evaluated the sterilizing activity of an O₃ gas mixture in hydrogels based on ozonized polyurea. Different volumes of ozonized sunflower oil were incorporated into Pur1900. Then, pure and ozonized Pur1900 formulations were treated with O₃ gas for 5, 15 or 25 minutes. Before and after treatments, the hydrogels III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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were immersed in BHI broth to identify surface contamination, according to the presence or absence of turbidity. Exposure to O₃ gas for 15 minutes or more showed 100% elimination of surface contaminants. Demonstrating O₃ sterilizing action for ozonized polyureas.

Keywords: antimicrobial, germicide, hydrogel, polyurea Introdução Esterilização é a etapa do processamento que elimina todas as formas de vida microbiana da superfície de artigos, o que pode ser obtido por métodos físicos e químicos (Rutala & Weber, 1998). O gás ozônio (O₃) destaca-se dentre os métodos de esterilização à baixa temperatura atualmente disponíveis. Devido ao seu elevado poder oxidante (Guzel-Seydim et al., 2004), o O₃ é capaz de inativar bactérias, fungos, vírus e protozoários (Rice et al.,1981; Lapolli et al., 2003; USEPA, 1999). Atualmente, a produção comercial de O₃ baseia-se no processo corona, no qual descargas elétricas induzem a dissociação do oxigênio (O₂) e a geração de mistura gasosa O₂-O₃ (USEPA, 1999). Poliuréias são estruturas poliméricas hidrofílicas frequentemente utilizadas como transportadores em sistemas de administração de medicamentos (Chen et al., 2004; Dubey et al., 2006). Devido a sua alta compatibilidade com poliureias (Aquino et al., 2010), o gás O₃ é uma promissora opção para esterilização de biomembranas a base de polióxido de etileno PEO. Objetivos O objetivo do presente estudo foi descrever a eficácia do gás O₃ como agente esterilizante de formulações de hidrogel a base de poliureia contendo óleo de girassol ozonizado.

Materiais e métodos Hidrogel Pur1900 foi produzido por meio de processo sol-gel (Bonattini et al., 2020). O polióxido de etileno PEO (1900 g mol-1) e o isocianato hexametilenodiisocianato trimer HDI foram previamente solubilizados em acetona foram misturados na proporção molar 1:1. A forma líquida do Pur1900 foi dividida em três alíquotas, nas quais foram incorporadas proporções distintas de óleo de girassol ozonizado com índice de peróxido >600 mEq kg-1 (Ozone&Life®, Brasil): 05%, 10% ou 20% (PUr-5%O₃, PUr-10%O₃ e PUr-20%O₃, respectivamente). Após o período de III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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secagem, duas amostras padronizadas (5mm de diâmetro) de cada biomembrana foram distribuídas dentre quatro grupos experimentais de acordo com o tratamento esterilizante a ser realizado (n=6 amostras/grupo). Três grupos foram expostos à mistura gasosa O₂-O₃ por tempos distintos: 05, 15 ou 25 minutos (grupos O₃-5min, O₃-15min e O₃-25min, respectivamente).

A atmosfera rica em gás O₃ foi produzida com auxílio de funil de vidro preenchido com mistura gasosa com fluxo contínuo de 125 mL de gás min-1 e contendo 72 mg O₃ mL-1. O grupo controle foi submetido ao tratamento com O₂ puro (fluxo contínuo de 125 mL de gás min-1) por 15 min. Todos os tratamentos foram realizados a 25 °C. Imediatamente antes e após os tratamentos esterilizantes, todos os fragmentos de PUr1900 foram imersos em 3 mL de caldo BHI de maneira a identificar a contaminação microbiana das biomembranas. Para tanto, um fragmento de cada amostra (PUr-5%O₃, PUr-10%O₃ e PUr-20%O₃) foi testado no tubo pré-tratamento, enquanto o segundo fragmento foi utilizado para avaliar o crescimento microbiano superficial pós-tratamento. A análise de crescimento microbiano foi realizada após 48 horas de cultura a 37 °C. Os resultados foram expressos como positivo e negativo de acordo com a presença ou ausência de turvação do caldo BHI, o qual indica a ocorrência de crescimento microbiano.

Resultados Efeito de tempo de exposição ao gás O₃ foi detectado (P < 0,001) para a ação esterilizante. Independente do momento (pré- ou pós-tratamento) e do tipo amostral (PUr-5%O₃, PUr-10%O₃ e PUr-20%O₃), constatou-se turvação em 100% dos fragmentos do grupo O₃-5min. Resultado semelhante foi observado para amostras expostas somente ao O₂ (grupo controle).

Em contrapartida, ação esterilizante foi detectada nos grupos O₃-15min e O₃-25min.

Nenhuma amostra (100% de eficácia) apresentou turvação no momento pós-tratamento com atmosfera rica em O₃ (72 mg O₃ mL-1) por 15 ou 25 minutos.

Independente do tipo amostral (PUr-5%O₃, PUr-10%O₃ e PUr-20%O₃), todas as amostras dos grupos O₃-15min e O₃-25min apresentaram turvação no momento pré-tratamento.

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Tabela 1 ­- Eficácia esterilizante de mistura gasosa O2-O3 (72 mg O3 mL-1) de acordo com o tempo de exposição (05, 15 ou 25 min; n=6 amostras/grupo) para biomembranas a base de poliuréia ozonizada*.

Eficácia esterilizante (%)α Pré-Tratamento Pós-Tratamento Grupo controle 0 0 Grupo O3-5min 0 0 Grupo O3-15min 0

100 Grupo O3-25min 0 100 * Hidrogel Pur1900 incorporados com óleo de girassol ozonizado (índice de peróxido >600 mEq kg-1) α ausência de turvação do caldo BHI após 48 horas de cultura a 37 °C.

Discussão e conclusão O presente estudo descreveu, pela primeira vez, a eficácia da esterilização com gás O₃ de poliuréias associadas a diferentes volumes de óleo de girassol ozonizado. A exposição à 72 mg O₃ mL-1 por um curto período (15 minutos) foi o suficiente para inativar microrganismos na superfície plana das três formulações de poliuréia. A busca por métodos de esterilização rápidos e a baixa temperatura deve-se à necessidade de adequação dos agentes esterilizantes às características físico-químicas dos produtos lançados no mercado e aos apelos ambientais (Sousa et al., 2011). Polímeros hidrofílicos possuem alto valor de densidade, o que possibilita uma penetração mais profunda de organismos e uma maior resistência à esterilização. O baixo custo e alta compatibilidade com poliuréias, fazem do O₃ uma promissora opção para esterilização de biomembranas. É importante ressaltar que as vantagens do O₃ frente a outros métodos de esterilização já disponíveis no mercado para biomembranas ainda são incertas e devem ser investigadas.

Agradecimentos UNIFRAN, CAPES (001), Ozone & Life Referências AQUINO, F. G.; SHELDRAKE, T.; CLEVELARIO, J.; PIRES, F. Estudo do envelhecimento de poliuretanos aplicados na indústria de petróleo. Polímeros: Ciência e Tecnologia, v. 20, p. 33-38, 2010.

BONATTINI, V. H; PAULA, L. A. L.; JESUS, N. A. M.; TAVARES, D. C.; NICOLELLA, H. D.; III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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MAGALHÃES, L. G.; MOLINA, E. F. One-step formation of polyurea gel as a multifunctional approach for biological and environmental applications. Polymer International, v. 69, p. 476-484, 2020.

RUTALA, W. A.; WEBER, D. J. Clinical effectiveness of low-temperature sterilization technologies. Infect Control Hosp Epidemiol, v. 19, ed. 10, p. 798-804, Oct 1998.

CHEN, L.; TIAN, Z.; DU, Y. Synthesis and pH sensitivity of carboxymethyl chitosan-based polyampholyte hydrogels for protein carrier matrices. Biomaterials, v. 25. ed. 17, p. 3725-3732, Aug 2004.

DUBEY, Seema; BAJPAI, SK. Poly(methacrylamide-co-acrylic acid) hydrogels for gastrointestinal delivery of theophylline. I. Swelling characterization. Journal of Applied Polymer Science, v. 101, ed. 5, p. 2995-3008, 22 jun. 2006.

GUZEL-SEYDIM, Z. B.; GREENE, A. K.; SEYDIM, A.C. Use of ozone in the food industry.

Food Science and Technology, v. 37, ed. 4, p. 453-460, June 2004.

LAPOLLI, F. R.; SANTOS, L. F.; HASSEMER, M. E. N.; AISSE, M. M.; PIVELI, R. P. Desinfecção de efluentes sanitários por meio da ozonização. In: Desinfecção de Enfluentes Sanitários, 2003.

RICE, R. G.; ROBSON, C. M.; MILLER, G. W.; HILL, A. G. Uses of ozone in drinking water treatment. Journal of the American Water Works Association, v. 73, ed. 1, p. 44-57, 1981.

SOUSA, C. S.; TORRES, L. M.; AZEVEDO, M. P. F.; CAMARGO, T. C.; GRAZIANO, K. U.; LACERDA, R. A.; TURRINI, R. N. T. Ozônio na esterilização de produtos para assistência à saúde: revisão integrativa da literatura. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 45, ed. 5, p. 1243-9, Out 2011.

Alternative Disinfectants and Oxidants Guidance Manual. USEPA - United States Environmental Protection Agency, April 1999

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Ação fungicida do óleo de girassol ozonizado sobre biofilmes de espécies de Candida Fungicid action of ozonized sunflower oil on Candida species biofilms Barbara Higa 1; Jair Camargo Ferreira 2; Regina Helena Pires 3 1- Graduanda em Biomedicina: Universidade de Franca – Franca - São Paulo – Brasil 2- Professor Programa de Pós-graduação em Ciência Animal – Universidade de Franca – Franca – São Paulo – Brasil 3 - Professora Programa de Pós-graduação em Promoção da Saúde – Universidade de Franca – Franca – São Paulo - Brasil Correspondência: barbara.higa94@gmail.com

Resumo: O estudo explorou a formação de biofilmes em duas condições de oxigenação, bem como o efeito do óleo ozonizado sobre os mesmos. Os biofilmes foram formados em microplacas e tratados com óleo ozonizado. A viabilidade celular foi determinada pela metodologia do plaqueamento em ágar. Todas as espécies de Candida formaram biofilme em ambas as condições de oxigenação, embora em aerobiose, a quantidade de colônias fúngicas foi maior. Os biofilmes formados em microaerofilia foram mais sensíveis ao óleo ozonizado que os formados em aerobiose. Em ambas as condições de oxigenação, o óleo ozonizado mostrou-se fungicida uma vez que reduziu a quantidade inicial de células nos biofilmes em no mínimo 10 Log. A ozonioterapia, inserida no Sistema Único de Saúde por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, pode ser explorada como uma estratégia no controle de doenças associadas à biofilmes formados por Candida spp.

Palavras-chave: Biofilme, Candida spp, Óleo, Ozônio Abstract: The study explored the biofilm formation under two oxygenation conditions as well as the ozonated oil effect on them. Biofilms were formed on microplates and treated with ozonated oil. Cell viability was determined by the agar plating methodology. All Candida species formed biofilm under both oxygenation conditions, although in aerobiosis, the fungal colonies number was higher. Biofilms formed in microaerophilic were more sensitive to ozonated oil than those formed in aerobiosis. In both oxygenation conditions, ozonized oil proved to III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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be a fungicide since it reduced the initial number of cells in biofilms by at least 10 logs. Ozone therapy, inserted in the Unified Health System through the National Policy on Integrative and Complementary Practices, can be explored as a strategy to control diseases associated with biofilms formed by Candida spp.

Keywords: Biofilm, Candida spp., Oil, Ozone Introdução Fungos pertencentes ao gênero Candida são associados às infecções oportunistas da cavidade bucal. Em pessoas idosas, a hipossalivação é comum e pode ser acompanhado pelo aumento do crescimento de espécies de Candida no tecido mucoso, além de que a rugosidade superficial facilita a adesão do fungo às resinas acrílicas de dentaduras permitindo a formação de biofilmes (GAUCH et al., 2018). Tais biofilmes são comunidades microbianas embebidas em matriz de substância exopolimérica altamente resistentes à desinfecção e podem ter sua estrutura afetada por fatores como oxigenação, pH, disponibilidade de nutrientes, temperatura entre outros (NASRY et al., 2016). Embora a espécie C. albicans ainda seja prevalente, espécies não-albicans têm aumentado consideravelmente sua incidência nas últimas décadas (SOARES et al., 2013). O ozônio, ao agir sobre componentes celulares, particularmente aqueles que contêm ligações insaturadas, grupos sulfidrila e anéis fenólicos, susceptíveis à oxidação, pode provocar dano celular e morte de microrganismos (ARANA et al., 1998). Dessa maneira, a ozonioterapia, disponibilizada aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), a partir de 2018 (BRASIL, 2018), mostra-se como uma opção terapêutica no tratamento de infecções devido à propriedade antimicrobiana do ozônio.

Objetivo Avaliar a atividade antifúngica do ozônio sobre biofilmes gerados por espécies de Candida, em duas condições de oxigenação.

Materiais e métodos Os microrganismos Candida albicans ATCC 90028, C. glabrata ATCC 2001, C. krusei ATCC 6258, C. orthopsilosis ATCC 96141, C. parapsilosis ATCC 22019 e C. tropicalis ATCC 13803 foram III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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utilizados. Os biofilmes foram desenvolvidos a partir de suspensões celulares de cada espécie (106 células/mL) em placa de microtitulação de 96 poços em aerobiose ou microaerofilia.

Para o último, as placas foram incubadas em jarra GasPack (BD, GasPak™ EZ Anaerobe Container System, Sparks, USA), contendo sachês geradores de CO₂ (BD, GasPak EZ CO₂, Sparks, USA).

Os biofilmes formados foram incubados durante 24 h a 37ºC e tratados com óleo de girassol ozonizado (625 mmol-equiv/ kg, Ozone&Life) durante 5 a 120 minutos. A viabilidade celular, pós tratamento, foi determinada pela metodologia do plaqueamento em ágar. Os experimentos foram realizados em triplicata em três dias diferentes.

Resultados Os biofilmes foram formados em duas condições de oxigenação. Em aerobiose, as contagens de colônias variaram de 10,9 ± 0,17 Log UFC/mL (C. orthopsilosis ATCC 9614) à 11,37 ± 0,14 Log UFC/mL (C. albicans ATCC 90028), ao passo que em microaerofilia, obteve-se 9,9 ± 0,39 Log UFC/mL(C. orthopsilosis ATCC 9614) a 10,33 ± 0,44 Log UFC/mL (C. albicans ATCC 90028). Em aerobiose, a quantidade de UFC/mL formada nos biofilmes foi significativamente maior que em microaerofilia (p<0,001), conforme mostrado na Figura 1.

Figura 1 - Determinação das unidades formadoras de colônias (UFC) por mililitro (mL) nos biofilmes formados pelas espécies de Candida em duas condições de oxigenação. Os resultados estão expressos em média ± desvio padrão de três replicatas. *p<0,001

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Quando os biofilmes das diferentes espécies de Candida foram expostos ao óleo de girassol não ozonizado, obteve-se 10,9± 0,25 Log UFC/mL para C. orthopsilosis ATCC 9614 e 11,37 ± 0,18 Log UFC/mL para C. albicans ATCC 90028, em aerobiose.

Em microaerofilia, obteve-se e 9,89 ± 0,22 Log UFC/mL e 10,33 ± 0,37 Log UFC/mL para C. orthopsilosis ATCC 9614 e C. albicans ATCC 90028, respectivamente. Em ambos os casos não se verificou diferença significativa nas contagens, evidenciando inocuidade do óleo de girassol não ozonizado às células microbianas em ambas as condições de oxigenação.

O número de células viáveis nos biofilmes formados após 24h foi determinado (tempo 0) e estes foram expostos ao óleo ozonizado por tempos pré-determinados (5’,10’,15’,20,25’,30’,60’ e 120’). Também foi determinado o número de células viáveis no biofilme no tempo anterior à morte celular (sub-inibitório). Em aerobiose, a exposição ao óleo ozonizado resultou em morte das células de C. albicans ATCC 90028 após 120 minutos; C. glabrata ATCC 2001 após 25 minutos e, as demais espécies de Candida, foram inviabilizados após 30 minutos de exposição (Figura 2 A). Em microaerofilia, as células do biofilme de C. albicans ATCC 90028 morreram após 30 minutos de exposição; C. glabrata ATCC 2001, C. parapsilosis ATCC 22019 e C. tropicalis ATCC 13803, após 20 minutos; C. krusei ATCC 6258 e C. orthopsilosis ATCC 96141 após 25 minutos (Figura 2 B). Comparativamente, os biofilmes de Candida formados em microaerofilia, foram

Figura 2 - Exposição das células dos biofilmes de espécies de Candida ao óleo ozonizado em aerobiose (A) e microaerofilia (B). O número de unidades formadoras de colônias por mililitro (UFC/ mL) foi determinado no tempo zero e no tempo anterior à morte de cada microrganismo e transformado em média de Log UFC/ mL ± desvio padrão, obtido da triplicata das amostras em três dias diferentes III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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mais sensíveis ao óleo ozonizado (p<0.05) que os biofilmes formados em aerobiose. Em ambas as condições de oxigenação, o óleo ozonizado mostrou-se fungicida aos organismos testados já que reduziu a quantidade de células nos biofilmes em no mínimo 10 Log UFC/mL (Figura 2).

Discussão e conclusão Por muito tempo, os poliênicos como anfotericina e nistatina, foram as únicas opções terapêuticas para infecções fúngicas. No entanto, seu uso generalizado alterou a epidemiologia dos patógenos fúngicos, propiciando a emergência de patógenos caracterizados pela resistência ou menor suscetibilidade aos agentes antifúngicos convencionais. A taxa de morbidade ainda inaceitavelmente alta associada à alguns organismos fúngicos resistentes indica que alternativas às opções terapêuticas existentes são necessárias.

Por outro lado, a ozonioterapia pode ser definida como uma terapia oxidativa versátil na qual o oxigênio/ozônio é administrado via gás ou dissolvido em água ou óleo para obter benefícios terapêuticos (NAIK et al., 2016). A ozonioterapia tem uma ampla gama de aplicações no tratamento de várias doenças devido às suas propriedades, incluindo ações antimicrobiana, embora o efeito do ozônio sobre biofilmes fúngicos, especialmente das espécies de Candida não-albicans não sejam ainda estudados.

Nossos resultados mostraram que o ozônio dissolvido no óleo de girassol foi efetivo contra biofilmes gerados por espécies de Candida em tempo de exposição que variou de 20 a 120 minutos. Esses resultados corroboram com Crastechini et al.

(2018), que realizaram estudo para avaliar o efeito do óleo ozonizado sobre os níveis bucais de Candida spp. em pacientes com estomatite protética, os quais foram menores em relação aos valores basais, após 14 dias de tratamento com óleo ozonizado.

Além disso, o ozônio mostrou efeito sinérgico com clorexidina para o tratamento de canais radiculares infectados (NOITES et al., 2014).

A capacidade de formar biofilmes dificulta o acesso de fármacos e das defesas imunitárias aos sítios de infecção. No entanto, a ozonioterapia, inserida no SUS por meio da PNPIC, pode ser explorada como uma estratégia no controle de doenças associadas à biofilmes formados por Candida spp III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Referências ARANA, I. et al. Chlorination and ozonation of waste-water: comparative analysis of efficacy through the effect on Escherichia coli membranes. J Appl Microbiol, v. 86, p.883-888, 1999.

BRASIL (2018). Ministério da Saúde. Portaria n° 702, de 21 de março de 2018. Altera a Portaria de Consolidação nº 2/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para incluir novas práticas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares - PNPIC. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2018/ prt0702_22_03_2018.html. Acesso em 14/07/2021.

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Ozonioterapia para tratamento de endometrite em éguas Ozone therapy in the treatment of endometritis in mares Isadora Pires Ferreira dos Santos ¹; Rafaela Thompson Torres ²; Vitor Souza de Freitas ³; Marina Sereno de Freitas 4; Frederico dos Santos Cupello 5; Paula Junqueira Ferraz 6; Júlio Cesar Jacob 7 1 - Graduanda: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Belo Horizonte – Minas Gerais - Brasil.

2 - Graduanda: Universidade Federal de Uberlândia - Uberlândia - Minas Gerais Brasil.

3 - Graduando: Universidade de Vassouras – Vassouras – Rio de Janeiro – Brasil.

4 – Doutoranda: Programa de Pós-Graduação na Medicina Veterinária – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica - Rio de Janeiro – Brasil 5 - Mestrando: Programa de Pós-Graduação na Medicina Veterinária – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica - Rio de Janeiro – Brasil 6 - Mestrando: Programa de Pós-Graduação na Medicina Veterinária – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica - Rio de Janeiro – Brasil 7 - Professor Assistente II do Departamento de Reprodução e Avaliação Animal do Instituto de Zootecnia - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica Rio de Janeiro – Brasil Correspondência: isadorapires.vet@gmail.com

Resumo: A endometrite é uma inflamação da mucosa uterina que acomete um grande número de éguas. É considerada uma das principais causas de subfertilidade, afetando diretamente os índices reprodutivos. Assim, foi atendida uma égua com histórico de infertilidade e que ao exame ultrassonográfico notou-se a presença de líquido no útero. Os exames diagnósticos confirmaram a Piometra. O tratamento baseou-se na utilização de agentes ecbólicos, drenagem do conteúdo mucopurulento, lavagem uterina e infusão de ringer lactato ozonizado. O resultado foi satisfatório, sendo coletado embrião no segundo cio subsequente ao tratamento.

Palavras-chave: Ozonioterapia; Endometrite; Piometra; Égua Abstract: Endometritis is an inflammatory condition of the uterine lining that affects mares in general, and can be one of the main causes of under fertility, thus, directly affecting reproduction rates. The study focused on a mare with a history of III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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infertility that underwent an ultrasound imaging examination, which revealed the presence of fluid in the uterus. Diagnostic tests confirmed Pyometra. The treatment consisted in the use of ecbolic agents, drainage of the mucopurulent content, uterine lavage and infusion of ozonized ringer lactate. The result was satisfactory, with the collection of the embryo in the second breeding season following the treatment.

Keywords: Ozone Therapy; Endometritis; Pyometra; Mare; Histórico Equino, fêmea, Mangalarga Marchador, 16 anos. Histórico de infertilidade e infecção uterina, foi visualizado a presença de líquido no útero durante o exame ultrassonográfico para acompanhamento da dinâmica folicular.

Achados no exame físico e diagnóstico No exame físico, a égua apresentava bom escore corporal, sem sinais de secreções vaginais, bem como conformação vulvar adequada. No exame ultrassonográfico realizado para acompanhamento da dinâmica folicular, foi visualizado a presença de líquido uterino anecoico com pontos ecogênicos, sugestivos da presença de pus, indicativo de um quadro de piometra. A égua foi contida no brete de contenção, o rabo foi amarrado verticalmente e realizada a assepsia da genitália externa para coleta de material para cultura, antibiograma e citologia. A pinça de metal utilizada nestes exames foi flambada e resfriada com solução de Ringer Lactato estéril. Coletou, primeiramente, amostra para cultura e antibiograma, com o auxílio de um swab e colocado em meio Stuart a ser enviado para análise laboratorial no mesmo dia. Em seguida, com o auxílio de uma escova ginecológica, foi feita a coleta de material para citologia uterina. Para análise citológica, realizou o rolamento da escova ginecológica em três lâminas, em seguida, as lâminas foram coradas com o kit panótico rápido (um minuto no etanol, cinco segundos no segundo corante e cinco segundos no terceiro corante). As lâminas foram analisadas depois de secas com o auxílio de um microscópio no aumento de 40x, quando foi visualizada uma grande quantidade de polimorfonucleares, mais de 20 neutrófilos por campo (Figura 1), indicativo de uma infecção uterina severa, ou seja, de uma endometrite severa. O resultado da cultura foi positivo para Streptococcus sp. e no antibiograma, a bactéria III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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demonstrou sensibilidade a ampicilina, azitromicina, cloranfenicol, doxiciclina, eritromicina, imipenem, norfloxacina, oxacilina, penicilina G, sulfametoxazol + trimetoprim e tetraciclina.

Além disso, o Streptococcus sp. isolado mostrou sensibilidade à clindamicina, quando aumentada a exposição.

Figura 1 - Primeira citologia. Presença de neutrófilos Tratamento e evolução Diante dos achados ultrassonográficos e após a realização dos exames de citologia, foi estabelecido protocolo de tratamento com ozonioterapia. Realizou-se a aplicação intramuscular de 10 mg Dinoprost de trometramina® (2 mL) e 10 u.i. de Ocitocina® (1 mL), para auxiliar nas contrações e na drenagem linfática uterina. Concomitantemente, foi realizada drenagem do líquido uterino, através de uma sonda do tipo bivona® com cuff inflado com sessenta mL de ar, e retirada de todo o conteúdo (500 mL) mucopurulento (Figura 2). Em seguida, procedeu-se a lavagem uterina com ringer lactato, até que o líquido infundido no útero voltasse translúcido, para isso foram necessários cinco litros (Figura 3). Na sequência, foi infundido no útero, um litro de ringer lactato ozonizado por 10 minutos na concentração de 50 mcg/mL, onde optou-se por fazer uma infusão intrauterina e não retirar. No estro subsequente ao tratamento, realizou-se novamente a cultura, antibiograma e citologia uterina.

Na citologia não foram observadas presença de polimorfonucleares (Figura 4), bem como a cultura foi negativa, não havendo crescimento bacteriano em 48 horas de cultivo. Diante dos resultados, no cio seguinte a égua foi inseminada e o embrião foi coletado oito dias após a ovulação.

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Figura 2 - Conteúdo purulento Figura 3 - Frascos de soro após sendo drenado lavagem uterina

Figura 4 - Segunda citologia Conclusão O tratamento escolhido, associando agentes ecbólicos, drenagem do conteúdo purulento, lavagem uterina e infusão de ringer lactato ozonizado, mostrou-se eficaz no tratamento para infecção por Streptococcus sp, bem como na diminuição da resposta inflamatória exacerbada. Assim, a ozonioterapia mostrou-se ser uma opção viável e alternativa no tratamento da endometrite em éguas, não sendo necessária a utilização de antibióticos.

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Ozonioterapia para tratamento de papiloma em equinos – relato de caso Ozone therapy in the treatment of papilloma in horses - case report Rafaela Thompson Torres ¹; Isadora Pires Ferreira dos Santos ²; Vitor Souza de Freitas ³; Marina Sereno de Freitas 4; Frederico dos Santos Cupello 5; Paula Junqueira Ferraz 6; Júlio Cesar Jacob 7 1 - Graduanda: Universidade Federal de Uberlândia - Uberlândia - Minas Gerais – Brasil 2 - Graduanda: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Belo Horizonte – Minas Gerais - Brasil 3 - Graduando: Universidade de Vassouras – Vassouras – Rio de Janeiro – Brasil 4 – Doutoranda: Programa de Pós-Graduação na Medicina Veterinária – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica - Rio de Janeiro – Brasil 5 - Mestrando: Programa de Pós-Graduação na Medicina Veterinária – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica - Rio de Janeiro – Brasil 6 - Mestrando: Programa de Pós-Graduação na Medicina Veterinária – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica - Rio de Janeiro – Brasil 7 - Professor Assistente II do Departamento de Reprodução e Avaliação Animal do Instituto de Zootecnia - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica - Rio de Janeiro – Brasil Correspondência: isadorapires.vet@gmail.com

Resumo: A papilomatose é uma enfermidade que acomete uma grande variedade de animais, incluindo os equinos, e que se caracteriza por formações neoplásicas benignas na epiderme, de consistência dura, áspera, de fácil remoção e de coloração acinzentada, normalmente distribuídos nas narinas, boca, ao redor dos olhos, orelhas e genitais. Com isso, foram atendidos seis potros da raça mangalarga marchador, com idade entre 1 a 2 anos, com histórico de aparecimento de verrugas em algumas regiões da face como narinas e lábios, diagnosticadas clinicamente como papilomatose cutânea. O tratamento baseou-se no uso de auto-hemoterapia menor ozonizada a fim de desencadear uma resposta imune capaz de favorecer o combate ao vírus. O resultado foi satisfatório e todos os animais foram curados.

Palavras-chave: auto-hemoterapia; ozônio; potro; vírus Abstract: Papillomatosis is a condition that affects a wide variety of animals, including horses, and is characterized by benign III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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neoplastic growths on the skin. They are hard and rough in consistency, of easy removal and grayish in colour, normally found in the nostrils, mouth, around the eyes, ears and genitals. The study focused on the treatment of six foals of the Mangalarga Marchador breed, aged between 1 and 2, with a history of of wart-like lesions occurring in some portions of the face such as nostrils and lips, clinically diagnosed as cutaneous papillomatosis. The treatment consisted in the use of minor ozonated auto-hemotherapy in order to trigger an immune response capable of contributing to the elimination of the virus. The result was satisfactory and all animals were cured.

Keywords: auto-hemotherapy; ozone; foals; virus Histórico A papilomatose é uma enfermidade que acomete uma grande variedade de animais, incluindo os equinos e que causa prejuízos econômicos, principalmente por se tratar de uma doença infectocontagiosa e que leva à desvalorização comercial do animal acometido, além do risco de desenvolvimento de formas mais agressivas da doença. Essa doença é causada por um papillomavírus, do qual já foram identificadas três espécies que infectam os equinos, sendo que duas delas estão associadas com lesões cutâneas do tipo papilomatose e placa aural, e a terceira com papilomatose genital. Com isso, foram atendidos seis potros da raça Mangalarga Marchador, com idade entre 1 a 2 anos, com histórico de aparecimento de verrugas em algumas regiões da face, como narinas e lábios, além de que conviviam juntamente.

Achados no exame físico e diagnóstico A papilomatose caracteriza-se por formações neoplásicas benignas na epiderme, de consistência dura, áspera, de fácil remoção e de coloração acinzentada, normalmente distribuídos nas narinas, boca, ao redor dos olhos, orelhas (placa aural) e genitais. No exame físico, os 6 potros apresentavam muitas verrugas na região das narinas, lábios superior e inferior, as quais eram duras, ásperas e coalesciam em algumas partes.

Devido à apresentação característica das lesões, o diagnóstico do papiloma vírus é frequentemente baseado nos achados clínicos associados à resposta ao tratamento. Dessa forma, diante das apresentações sintomáticas, histórico de convivência III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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desses animais e a característica infectocontagiosa da doença, a papilomatose foi diagnosticada clinicamente nos animais atendidos (Figura 1 e Figura 2).

Figura 1 - Verrugas na região da face

Figura 2 - Verrugas na região da face

Tratamento e evolução O tratamento do papiloma vírus em equinos varia conforme a região, número, localização e tipo da lesão, variando desde remoção cirúrgica, tratamentos para aumento da resposta imune (como auto-hemoterapia e vacinas autólogas) até quimioterapias. Diante dos sintomas apresentados e apresentação das lesões, optou-se pelo tratamento utilizando a auto-hemoterapia menor ozonizada na concentração de 50 mcg/mL, a fim de desencadear uma resposta imune capaz de favorecer o combate ao vírus. A auto-hemoterapia é um método terapêutico que consiste em coletar o sangue do animal (Figura 3) e injetar na musculatura (Figura 4) do mesmo a fim de estimular uma resposta imunológica, porquanto acredita-se que ocorre uma estimulação e potencialização do Sistema Mononuclear Fagocitário (SMF), aumento de produção de anticorpos e manutenção da hemostasia. Além disso, estudos sugerem que o ozônio pode desencadear a produção de citocinas leucocitárias, levando a uma melhor modulação do sistema imunológico do animal, com isso, como uma forma de otimizar a auto-hemoterapia, pode III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 3 - Coleta de sangue do animal

Figura 4 - Injetando sangue ozonizado na musculatura

ser realizada a ozonização do sangue antes de injetá-lo na musculatura. Desta forma, para o tratamento foi coletado 10 mL de sangue via jugular em uma seringa de 20 mL estéril contendo 10 mL de ozônio previamente colocado na concentração de 50 mcg/mL e, através de movimentos leves com a seringa para homogeneização, ocorreu a ozonização do sangue. Os 10 mL de sangue ozonizado foram aplicados na musculatura do membro posterior do respectivo animal, com repetições uma vez por semana, durante duas semanas. Em associação, foi realizado aplicação local de óleo ozonizado sobre as verrugas diariamente (Figura 5), durante uma semana. Ao final de duas semanas de tratamento, dos seis potros tratados, cinco não apresentavam

Figura 5 - Aplicação tópica de óleo de girassol ozonizado III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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mais papilomas e o potro persistente necessitou de mais uma semana de tratamento, também apresentando resultado satisfatório após esse período de tempo maior.

Conclusão Todos os animais tiveram uma resposta positiva ao tratamento com a auto-hemoterapia ozonizada associada à aplicação do óleo nas lesões do papiloma vírus, sendo que o resultado alcançado mostrou-se eficaz sem a necessidade de procedimentos invasivos como a remoção cirúrgica para uma resolução completa dos casos clínicos.

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Ozonioterapia e auto-hemoterapia no tratamento de papiloma em equinos – relato de caso Ozone therapy and autohemotherapy in the treatment of papilloma in horses - case report Rafaela Thompson Torres ¹; Isadora Pires Ferreira dos Santos²; Vitor Souza de Freitas ³; Marina Sereno de Freitas 4; Frederico dos Santos Cupello 5; Paula Junqueira Ferraz 6; Júlio Cesar Jacob 7 1 - Graduanda: Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia – Minas Gerais – Brasil 2 - Graduanda: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Belo Horizonte – Minas Gerais - Brasil 3 - Graduando: Universidade de Vassouras – Vassouras – Rio de Janeiro – Brasil 4 – Doutoranda: Programa de Pós-Graduação na Medicina Veterinária – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica - Rio de Janeiro – Brasil 5 - Mestrando: Programa de Pós-Graduação na Medicina Veterinária – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica - Rio de Janeiro – Brasil 6 - Mestrando: Programa de Pós-Graduação na Medicina Veterinária – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica – Rio de Janeiro – Brasil 7 - Professor Assistente II do Departamento de Reprodução e Avaliação Animal do Instituto de Zootecnia - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica Rio de Janeiro – Brasil Correspondência: isadorapires.vet@gmail.com

Resumo: O papillomavírus é o agente responsável pelo aparecimento de lesões cutâneas neoplásicas benignas em equinos, sendo duas delas denominadas de papilomatose cutânea e placa aural. O diagnóstico normalmente é dado clinicamente pela apresentação característica das lesões e o tratamento varia conforme local da lesão, extensão, tipo e número. Com isso, identificou-se oito potros, sendo sete da raça Brasileiro de Hipismo (BH) e um Mangalarga Marchador que apresentavam muitas lesões semelhantes a verrugas na região da orelha, ao redor dos olhos e membros, que foram diagnosticadas como papilomatose cutânea e placa aural. O tratamento instituído baseou-se no uso de auto-hemoterapia ozonizada em pontos de acupuntura e o resultado foi satisfatório em todos os animais.

Palavras-chave: acupuntura; auto-hemoterapia; ozônio; vírus Abstract: Papillomavirus is the agent responsible for the occurence of benign neoplastic skin lesions in horses, two of such lesions being known as cutaneous papillomatosis and aural plaIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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que. Clinical diagnoses are generally based on the features of the lesions and the treatment is oriented by the location, extension, type and number of lesions. Based on this, eight foals were identified, seven being of the BH breed (Brazilian Riding) and one of the Mangalarga Marchador breed, both presenting various wart-like lesions in the region of the ear, around the eyes and on the limbs, which were diagnosed as cutaneous papillomatosis and aural plaque. The treatment of choice was based on the use of ozonized autohemotherapy at acupuncture points and the result was satisfactory for all animals.

Keywords: acupuncture; autohemotherapy; ozone; virus Histórico Existem inúmeros Papillomavírus identificados, sendo mais de 200 espécies até o momento, mas apenas três foram identificadas como responsáveis por infectar equinos. Dentre essas, duas geram lesões cutâneas conhecidas comumente como a papilomatose e placa aural, sendo uma doença infectocontagiosa e responsável pela desvalorização comercial do animal acometido, além do risco de desenvolvimento de formas mais agressivas da doença. Há muitas evidências que associam o aparecimento dessas lesões a animais que têm algum tipo de contato com bovinos, vez que o vírus bovino é capaz de acometer ambas as espécies. Com isso, identificou-se oito potros, sendo sete da raça Brasileiro de Hipismo (BH) e um Mangalarga Marchador, em três propriedades distintas, com idade entre um a um ano e meio que apresentavam muitas lesões semelhantes a verrugas na região da orelha (Figura 1), ao redor dos olhos e membros (Figura 2), sugestivo de papilomatose.

Achados no exame físico e diagnóstico Caracteriza-se a papilomatose a presença de lesões neoplásicas benignas na epiderme, de consistência dura e áspera e fácil remoção, acometendo principalmente narinas, boca, ao redor dos olhos, orelhas (placa aural) e genitais. Por se tratar de uma doença de apresentação característica, o diagnóstico comumente é feito através da associação dos sinais clínicos com a melhora do quadro através do tratamento, ao histórico do animal, onde um ponto crucial para a papilomatose é a presença de lesões em mais animais, principalmente aos que possuem contato com bovinos, uma vez que se trata de uma doença inIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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fectocontagiosa. Dessa forma, no exame físico dos potros constatou-se a presença de lesões na região dos olhos, membros e orelhas, de consistência firme, áspera, coloração acinzentada e elevadas, tendendo a coalescência no pavilhão auricular. Pelas características das lesões concluiu-se o diagnóstico de papiloma vírus, sendo papilomatose e placa aural (variante da papilomatose).

Tratamento e evolução O tratamento para lesões causadas por papilomavírus são variáveis, conforme local da lesão, extensão, tipo e número, podendo ser por remoção cirúrgica, tratamentos homeopáticos, auto-hemoterapia, crioterapia, imunoterapia, quimioterapias e, mais recentemente, há a opção do tratamento com vacina autóloga produzida com maceração da lesão do próprio animal. A auto-hemoterapia é um método terapêutico que se baseia em coletar o sangue do animal e injetar na musculatura do mesmo a fim de estimular uma resposta imunológica, porquanto acredita-se que ocorre uma estimulação e potencialização do Sistema Mononuclear Fagocitário (SMF), aumento de produção de anticorpos e manutenção da hemostasia. Além disso, a auto-hemoterapia tem sido aplicada em conjunto com outras técnicas como o ozônio e a acupuntura. Estudos sugerem que o ozônio pode desencadear a produção de citocinas leucocitárias, levando a uma melhor modulação do sistema imunológico do animal, com isso, pode ser realizada a ozonização do sangue antes de injetá-lo na musculatura. A aplicação desse sangue ozonizado em pontos de acupuntura promove um estímulo proteico a mais para a produção de anticorpos, sendo mais um adjuvante.

Com isso, o tratamento utilizado foi auto-hemoterapia intermediária na concentração de 30 mcg/mL e auto-hemoterapia menor em pontos de acupuntura (pontos de tireoide e pulmão 1) na mesma concentração. Esse tratamento foi realizado uma vez por semana em cada um dos animais. Um potro recuperou-se em sete dias, recebendo apenas uma sessão do tratamento.

Três potros se recuperaram com três sessões (três semanas de tratamento), um potro recuperou-se com quatro sessões (um mês) e os outros três potros, com maior presença de verrugas, necessitaram do tratamento por dois meses, ou seja, oito sessões de tratamento. Todos os animais responderam positivamente, não apresentando mais papilomas após o tratamento. A III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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melhora clínica ocorreu entre sete dias a 2 meses considerando todos os animais.

Conclusão Todos os animais apresentaram melhora clínica com o uso do tratamento, ou seja, a ozonioterapia utilizada através da auto-hemoterapia intermediária e auto-hemoterapia menor em pontos de acupuntura mostrou-se ser uma opção eficiente no tratamento da papilomatose equina.

Figura 1 - Verrugas na orelha

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Figura 2 - Verrugas ao redor do globo ocular

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Ozonioterapia no tratamento de dermatofitose e foliculite em equinos Gypsy Vanner no sul do {Brasil: relato de dois casos Ozone therapy in the treatment of dermatophytosis and folliculitis in Gypsy Vanner horses in southern Brazil: report of two cases Dináh Zago Pellegrini 1, Bruno Fornitano Cholfe 2 1 - Profissional autônoma, pós-graduanda em Acupuntura Veterinária pelo Instituto Bioethicus – Botucatu/SP; mestranda em Ciência Animal pelo Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

2 - Profissional autônomo, pós-graduando em Acupuntura Veterinária pelo Instituto Bioethicus – Botucatu/SP; professor associado da União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago) – São José do Rio Preto/SP. Correspondência: dinahzp@gmail.com

Resumo: Duas éguas, Gypsy Vanner foram atendidas com queixa de múltiplas lesões epidérmicas irregulares em coxofemoral e flanco, com diagnóstico de dermatofitose e foliculite bacteriana secundária (S. aureus, S. epidermidis e Tricophyton sp.)

Solicitou-se uso de xampu de clorexidina 3%, miconazol 2% e calêndula 3%; debridação com clorexidine 0,2%; limpeza semanal com NaCl 0,9% ozonizada (40 mcg/mL) e uso diário, de óleo de girassol ozonizado (600 meqO₂/Kg). Associou-se AHO menor aplicada em acupontos, Da-zhui e ponto imunomodulador (20 mL sangue venoso, 40 mcg/mL). Realizou-se 4 sessões em 30 dias. G. lucidum foi receitado. A associação ozonioterapia, alopatia tópica e fitoterapia foi importante para o controle do quadro clínico oriundo da infecção epidérmica mista.

Palavras-chave: ozônio, acupuntura, medicina veterinária integrativa, Equus caballus Abstract: Two mares, Gypsy Vanner, were treated with complaints of multiple irregular epidermal lesions in the hip and flank, with a diagnosis of dermatophytosis and secondary bacterial folliculitis (S. aureus, S. epidermidis and Tricophyton sp.)

The use of 3% chlorhexidine, miconazole 2% and calendula 3% shampoo was requested as well as debridement with 0.2% chlorhexidine; weekly cleaning with 0.9% ozonized NaCl (40 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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mcg/mL) and daily use of ozonized sunflower oil (600 meqO₂/ Kg). Minor OAH was applied in acupoints Da-zhui and immunomodulator point (20mL venous blood, 40 mcg/mL). There were 4 sessions in 30 days. G. lucidum was prescribed. The association of ozone therapy, topical allopathy and phytotherapy was important to control the clinical picture arising from the mixed epidermal infection.

Keywords: ozone therapy, acupuncture, integrative veterinary medicine, Equus caballus Histórico Duas éguas, inteiras, de idade de 6 e 7 anos, da raça Gypsy Vanner foram atendidas em fevereiro de 2021, em um haras de reprodução da raça, no município de Bom Retiro, em Santa Catarina/BR. A queixa principal foi referida como aparecimento de lesões de curso crônico e características eritematosas, pruriginosas, associadas a alopecia secundária. Não havia correspondência do início da apresentação do quadro clínico com nenhuma estação climática ou estação de monta. À anamnese, determinou-se que lesões de características semelhantes foram observadas em outros animais da propriedade, sendo previamente diagnosticadas, de forma presuntiva, como processo alérgico, sem identificação do alérgeno envolvido. De modo geral, o manejo sanitário do plantel permanecia atualizado, com adequado controle de endoparasitoses e da rotina vacinal.

Achados em exame físico e diagnóstico Dois animais foram avaliados. O animal 1 era uma fêmea, inteira, 6 anos, 600kg e o animal 2 era uma fêmea, prenhe, 7 anos, 540Kg. À inspeção, observou-se presença de múltiplas lesões epidérmicas, de bordos irregulares, com áreas mistas de elevação pilosa, crostas e alopecia, secundária a processo pruriginoso moderado, concentradas na região coxofemoral e flanco, bilateralmente (Figura 1).

Ao exame físico geral, os parâmetros fisiológicos de ambos os animais encontraram-se dentro dos valores de referência, conforme estabelecido por Feitosa (2014). Animais 1 e 2, apresentaram, respectivamente, 38 e 35 bpm, 16 e 14mpm, mucosas oral, nasal, oculopalpebral e vulvar róseas, tempo de preenchimento capilar de dois segundos, grau de desidratação menor III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 1 – Animal 1 apresentando lesões epidérmicas multifocais, coalescentes, irregulares, crostosas e melanodérmicas. Animal 2 apresentando lesões epidérmicas multifocais, irregulares, eritêmicas e crostosas. Fonte: arquivo pessoal, 2020 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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que 5%, ruídos normais a auscultação dos quatro quadrantes abdominais, sem dor a palpação, sem alterações à ausculta cardiorespiratória, temperatura retal média de 38°C e linfonodos sem alterações à palpação.

Foram coletadas amostras de sangue para hemograma (anticoagulante EDTA) e análise bioquímica sérica (soro). Para os dois animais, os parâmetros de hematimetria e do leucograma encontraram-se dentro dos valores de referência (KANEKO; HARVEY; BRUSS, 2008). À bioquima sérica do animal 1, dosou-se aspartatoaminotransferase (AST) 429,0 U/L (método cinético U. V-IFCC) (Ref. 226 – 366), creatinina 1,4 mg/dL (método labtest) (Ref. 1,2-1,9), ureia 40,68 mg/dL (método enzimátivo U.V.) (Ref. 21,4-51,4), albumina 2,6 g/dL (método verde de bromocresol) (Ref. 2,6 – 3,7), globulinas 5,3 g/dL (colorimétrico) (Ref. 2,6 – 4,0), proteina serica total (PST) 7,9 g/dL (método biureto) (Ref. 5,2 – 7,9) e fibrinogênio menos que 100 mg/dL (método precipitação pelo calor) (Ref. 100-400), com presença de agregados plaquetários na amostra. Os resultados do animal 2 foram AST 261,0 U/L, creatinina 1,6 mg/dL, ureia 34,39 mg/dL, albumina 2,2 g/dL, globulinas 5,9 g/dL, PST 8,1 g/dL e fibrinogênio 300 mg/dL. De ambos os animais, foram coletadas amostras do pelame removidas dos bordos das lesões ativas (WHITE, 2005). As amostras foram enviadas para cultura bacteriológica e antibiograma. Os resultados para o animal 1 demonstraram isolamento bacteriano de Staphylococcus aureus, sensível para Neomicina, Gentamicina, Tetraciclina, Cefalexina, Ceftiofur, Cefalotina, Ceftriaxona, Ciprofloxacina, Enrofloxacina, Sulfa+trimetoprim e resistente a penicilina. Do segundo animal, isolou-se Staphylococcus epidermidis, sensível para Neomicina, Gentamicina, Tetraciclina, Cefalexina, Ceftiofur, Cefalotina, Ciprofloxacina, Enrofloxacina, Sulfa+trimetoprim e resistente a Penicilina, Ceftriaxona. As amostras também foram enviadas à cultura micológica e, em ambos os animais, isolou-se Tricophyton sp.

O diagnóstico final, portanto, foi dermatofitose associada à foliculite bacteriana secundária. A patogenia da doença envolve transmissão inicial entre animais, veiculadas a fômites ou ao ser humano. O animal pode ser carreador assintomático dos esporos e sua resistência a infecção pode diminuir devido a fatores como má nutrição, comorbidades, uso de agentes imunossupressores, umidade crônica por transpiração e agressões III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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ambientais à barreira protetora da pele, como reações de hipersensibilidade a insetos e lesões de contato com selas, freios e arreios por exemplo (LYSKOVA et al., 2015).

Tratamento e evolução Embora a dermatofitose possua caráter autolimitante no decorrer de 5 a 10 semanas (PILSWORTH; KNOTTENBELT, 2007), o tratamento é preconizado para limitar a propagação da infecção no paciente, no plantel e nas pessoas envolvidas em seu manejo, uma vez que apresenta caráter zoonótico (LYSKOVA et al., 2015). O tratamento tópico da dermatofitose mostra-se eficaz ao limitar essa propagação e a produção dos esporos (WHITE, 2005). Solicitou-se que os xampus convencionais fossem substituídos por uma formulação a base de clorexidina 3%, miconazol 2% e extrato glicólico de calêndula 3% (ANDRADE, 2017) para banhos durante o período de infecção, também para outros animais do plantel com indícios de infecção inicial.

Implementando a abordagem terapêutica de uso externo, preconizou-se a ozonioterapia, uma vez que demonstra ter ação benéfica em distúrbios dermatológicos e imunomediados (ZENG; LU, 2018).

Para os animais clinicamente comprometidos, recomendou-se debridação das lesões individuais para redução de crostas, exsudatos, pelos e outros resíduos e, para tanto, utilizou-se solução de clorexidine 0,2%, cujo objetivo incluiu a melhora da difusão do ozônio no meio (ZENG; LU, 2018).

O protocolo estabelecido foi limpeza tópica semanal das áreas lesionadas com solução fisiológica NaCl 0,9% ozonizada a 40 mcg/mL, com fluxo de 1⁄4 L/minuto por 10 minutos (VIEBAHN-HÄNSLER; LEÓN FERNÁNDEZ; FAHMY, 2012; RODRÍGUEZ et al., 2018), por meio da técnica das duas agulhas. O gerador de ozônio utilizado foi o modelo Ozone&Life® portátil com registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) número 81509100001, utilizando gás de oxigênio medicinal para sua conversão em ozônio com filtro catalizador de ozônio residual acoplado (Ozone&Life®) (Figura 2) e aplicação diária, três vezes ao dia, de óleo de girassol ozonizado de formulação comercial (Philozon®) com índice de peróxido 600meqO₂/Kg (ISCO₃, 2020). Foram realizadas quatro sessões ao longo de trinta dias de tratamento.

O ozônio pode atuar em diferentes tipos de infecções, pois III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 2 – Processo de ozonização de solução salina NaCl 0,9% com gerador de ozônio portátil Ozone&Life®. Fonte: arquivo pessoal, 2021 gera espécies reativas de oxigênio (O₂ • -, OH •, H2O₂, NO • e HOCl), também produzidas por granulócitos e macrófagos durante um processo infeccioso (BOCCI, 2011). As soluções ozonizadas são capazes de controlar sangramento, melhorar o metabolismo tecidual e reduzir a infecção, uma vez que se dissolve nas secreções infectadas, reduz a contaminação e promove a reconstrução dos tecidos, mediante redução gradativa da dose, uma vez que doses mais altas são importantes para a fase de desinfecção e doses mais baixas para a fase de reepitelização (BOCCI, 2011).

Os óleos ozonizados são antissépticos obtidos da reação química entre o ozônio e os ácidos graxos insaturados dos óleos vegetais (DÍAZ et al., 2006). Essa reação leva à formação de 1,2,4-trioxolano que representa a forma ativa de ozônio nesses substratos (SKALSKA et al., 2009; SEGA et al., 2010) e gera rapidamente alguns compostos responsáveis pelo processo de cicatrização quando aplicados em feridas úmidas ou úlceras (TRAVAGLI et al., 2010) e é responsável por tratamentos antimicrobianos e antimicóticos (ALMEIDA et al., 2013). Esses efeiIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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tos ocorrem sem reações adversas cutâneas, sendo vantajosos por evitar problemas como efeitos colaterais e / ou resistência ao princípio ativo quando utilizado como alternativa de tratamento para dermatofitoses ou em conjunto com outros antimicóticos e antibióticos (GEWEELY, 2006).

O ozônio atua nos fungos por meio de mecanismo oxidativo nas membranas celulares (SCIORSCI et al., 2020) e tem sido utilizado em três gêneros comuns de dermatófitos (Epidermophyton sp., Microsporum sp. e Trichophyton sp.), devido a efeitos fungicidas e inibitórios sobre a esporulação e redução da produção das enzimas, como queratinases, envolvidas na patogênese da doença como facilitadoras da multiplicação no hospedeiro (OUF et al., 2016). Também foi demonstrada a eficiência do uso do gás ozônio na eliminação de cepas fúngicas de dermatófitos (GUPTA; BRINTNELL, 2014). Outros resultados promissores foram obtidos referentes a sua aplicação contra os agentes oportunistas Staphylococcus aureus e Porphyromonas gingivalis, quando comparado ao uso de digluconato de clorexidina 0,2% e de iodo-povidona 10% (MONTEVECCHI et al., 2013). Resumidamente, de acordo com Sánchez e colaboradores (2012), a terapia tópica com base em óleos vegetais ozonizados tem como mecanismos envolvidos a oxidação direta e citotoxicidade devido aos trioxolanos e lipoperóxidos produzidos, a liberação de fatores de crescimento como fator de crescimento derivado de plaquetas, fator de transformação de fibroblastos β e fator de crescimento vascular que podem influenciar a remodelação do tecido e estímulo de mecanismos antioxidantes endógenos para reparação tecidual.

Na patogenia da dermatofitose, há também um componente de desregulação do sistema imune envolvido (Manual Merck de Veterinária, 2013). Com objetivo de favorecer a imunomodulação, optou-se pela autohemoterapia ozonizada menor, semanal. Esta forma de aplicação é frequentemente utilizada em casos de doenças dermatológicas, nas quais o sistema imunológico se encontra comprometido, como quando associado a processos alérgicos, dermatite de contato, piodermite recorrente, dermatofitoses e demodicoses, entre outros (RODRÍGUEZ et al., 2018). A técnica induz atividade imunológica aumentada induzida pela produção de interferon e outras citocinas induzidas por peróxido de hidrogênio em linfomonócitos (SAGAI; BOCCI, 2011). Foram aplicadas 20 mL de sangue venoso de oriIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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gem jugular, ozonizado na dose de 40 mcg/mL (RODRÍGUEZ et al., 2018; MAURO et al., 2019), sendo este volume dividido entre dois pontos de acupuntura, selecionados devido sua função imunomodulatória empírica. Foram estes os pontos Da-zhui, localizado na linha média, entre processos espinhosos da sétima vértebra cervical e primeira vértebra torácica (IVAS, 2019) e um ponto localizado entre músculos serrátil ventral do tórax e grande dorsal, a altura do quarto espaço intercostal, acima da articulação úmero-radio-ulnar, no membro torácico esquerdo (JOAQUIM, 2021). Adicionalmente, Ganoderma lucidum (Ling Zhi) foi receitado, na dose de 15g (XIE; PREAST, 2010), uma vez ao dia, por 30 dias, manipulado como pasta oral. Os polissacarídeos ativos de Ganoderma spp. modulam respostas imunológicas envolvendo a imunidade inata, celular e humoral, evocando defesas contra vírus, bactérias e patógenos fúngicos por meio de linfócitos e células mieloides (LU et al., 2020; REN; ZHANG; ZHANG, 2021). Sendo um dos componentes mais abundantes de Ganoderma spp., esses polissacarídeos contribuem para um grupo de constituintes bioativos com atividades antioxidantes (WANG et al., 2018), reduzindo os níveis de peroxidação lipídica e de malondialdeído (YOUGUO; ZONGJI; XIAOPING, 2009), além de aumentar a atividade da catalase (ZHANG et al., 2016) e prevenir a depleção da glutationa peroxidase e lipopolissacarídeos (WU, 2018), e aumentar a atividade da superóxido dismutase (PAN et al., 2013).

A fim de reduzir a contaminação e reinfecções, recomendou-se a utilização agentes peroxigênicos halogenados ou compostos de amônio quaternário nas instalações, equipamentos e demais fômites (PILSWORTH; KNOTTENBELT, 2007). O resultado após quatro semanas de tratamento, seguidas de sessões quinzenais de auto-hemoterapia ozonizada menor, por dois meses, seguindo o protocolo previamente descrito, consta na Figura 3.

Novas coletas para isolamento não foram realizadas, pois os agentes causais da infecção epidérmica relatada permanecem na superfície da pele dos animais (PEREIRA et al., 2006). O objetivo é, portanto, reduzir as características agudas da lesão, controlar os agentes predecessores da infecção e romper o ciclo de reinfecção. Os animais não apresentaram efeitos colaterais cutâneos, sistêmicos ou teratogênicos relacionados a terapia instituída, em 30 dias de tratamento.

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Figura 3 – Evolução do quadro clínico evidenciando recuperação parcial (animal 1, a esquerda) e total (animal 2, a direita) do padrão de lesão inicial, após 30 dias. Fonte: arquivo pessoal, 2021 Conclusão A associação de técnicas de terapia com a mistura oxigênio-ozônio com alopatia tópica e fitoterapia foi importante para o III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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controle do quadro clínico agudo oriundo da infecção epidérmica de etiologia mista, de forma segura, apresentada no caso relatado.

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Validade do uso de ozônio como tratamento integrativo do síndrome de laminopatia equina apresentação de 2 casos clínicos The validity of ozone therapy as integrative medicine treatment of equine laminopathy syndrome. 2 case report presentation Luis Fazenda Médico-veterinário, Diretor Clínico da Equineplanet, Portugal.

Correspondência: equineplanet2@gmail.com

Resumo: Anteriormente pensou-se na Laminite Equina como uma patologia podal associada a fenómenos de Inflamação sistémica. Hoje aceitam-se novos modelos de debate sobre a patogenia da Laminite, e assistimos a uma mudança de paradigma, reconhecendo que a maior parte dos equinos apresentando Laminite sofrem de resistência à insulina e distúrbios da glicemia.

As terapias modernas para o tratamento da diabetes humana ou do EMS – “Equine Metabolic Syndome”, tratam os distúrbios endócrinos, todavia não controlam o estresse oxidativo crônico, a inflamação crónica e os distúrbios micro e macro vasculares. Como tal, a ozonioterapia é um promissor tratamento de excelência na Síndrome de Laminopatia Equina causado por patologias endócrinas, pois tem a capacidade de atuação aos mais variados níveis. Anti-inflamatório, analgésico, enzimático, oxigenante de tecidos, e regulador da insulinemia e glicemia, assim como é demonstrado em estudos em humanos.

Palavras-chave: Laminite Equina, Ozonioterapia Abstract: Laminitis was previously thought of as a foot pathology associated to systemic inflammation phenomena. Today, new models are being accepted to debate the pathogenesis of Laminitis, and we are witnessing a paradigm shift, recognizing that most horses with Laminitis suffer from insulin resistance and glycaemia disorders. Modern therapies for the treatment of human diabetes or EMS - “Equine Metabolic Syndrome”, treat endocrine disorders, but do not control chronic oxidative stress, chronic inflammation, micro and macro vascular disorders. As III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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such, ozone therapy is a promising treatment of excellence in Equine Laminopathy Syndrome caused by endocrine pathologies, as it has the ability to act at various levels. Anti-inflammatory, analgesic, enzymatic, tissue oxygenator and insulin and glycaemia regulator, as demonstrated in human studies.

Keywords: Equine Laminitis, Ozone Therapy.

Introdução A laminite pode ter efeitos debilitantes a longo prazo como uma condição recorrente ou crônica e, na pior das hipóteses, a falha no tratamento é responsável pela eutanásia de numerosos casos de cavalos com dor considerável (Hunt, 1993).

Por muitos anos, a doença tem sido associada a com sepse ou com (SIRS) Síndrome de Resposta Inflamatória Sistémica, com sobrecarga deliberada de amido ou com a indução de metrite usada para criar modelos experimentais (Obel, 1948).

Um equívoco anterior de que a laminite estava predominantemente associada à sepsis ou SIRS surgiu de sua prevalência em equinos tratados em hospitais de referência veterinária, onde a pesquisa de laminite está concentrada (Parsons et al., 2007).

No entanto, os últimos achados da pesquisa indicaram diferentes mecanismos, principalmente a patogênese da doença.

A laminite endocrinopática é agora reconhecida como a forma mais comum de laminite natural em cavalos e pôneis que apresentam principalmente a lameness. Em países desenvolvidos, incluindo os EUA e a Europa estudos mais convincentes identified endocrinopathies em 90% dos casos de laminite em cavalos/ pôneis apresentando para lameness (Donaldson et al., 2004; Karikoski et al., 2011).

Essa percepção equivocada foi destacada por um grande estudo epidemiológico nos EUA (USDA, 2000), que mostrou que a sobrecarga de grãos, placenta retida, cólica ou diarreia foram responsáveis por apenas 12% dos casos de laminite relatados pelos proprietários.

Os principais distúrbios endocrinopaticos que resultam em laminite são EMS e/ou PPID. A EMS é caracterizada pela obesidade, resistência à insulina/desregulação e laminite. (Frank et al., 2010; Frank e Tadros, 2014).

PPID é uma doença de cavalos envelhecidos em que a perda da inibição dopaminérgica dos pars pituitários permite a suIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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perprodução de hormônios pituitários (incluindo ACTH, a-MSH, CLIP e b-endorfina) (McFarlane, 2011).

O EMS, ou pelo menos hiper-insulinaemia, está emergindo como a causa endócrina predominante de laminite (Karikoski et al. 2011). Além disso, em um estudo histológico recente da patologia lamelar, todos os cavalos e pôneis com PPID e patologia lamelar apresentaram hiperinsulinaemia de jejum, enquanto os animais PPID sem patologia lamelar manifestaram concentrações normais de insulina séum(<20 mIU/L; Karikoski et al., 2016).

Histórico O Galã é um cavalo de 13 anos, inteiro, cruzado, que sofria de laminite crônica há 5 meses. Foi visto por outros clínicos anteriormente, e quando me foi apresentado seguia o seguinte protocolo terapêutico; acepromazina injetável, ácido acetilsalicílico oral, e ferração com ferradura invertida e com espumas de preenchimento para suporte da terceira falange.

A Vi é uma égua de 20 anos, cruzada, que apresentava um episódio agudo de laminite há 2 dias. Não tomava qualquer medicação.

Achados em exame físico O Galã apresentava uma acumulação adiposa no pescoço, também designada por “Neck Crest”. Parâmetros vitais normais, sem aumento do pulso digital, mas com sensibilidade à pinça de casco. Apresentava uma claudicação de grau 3 de acordo com a Obel Grade.

A Vi apresentava-se obesa, com uma conformação corporal de 7 na escala de Henneke. Os parâmetros vitais estavam normais. Apresentava aumento do pulso digital e sensibilidade à pinça de casco. Apresentava uma claudicação de grau 3 de acordo com a Obel Grade.

Aumento do pulso digital, sensibilidade à pinça de casco, mucosa congestionada, taquicardia, aumento da recarga capilar são característicos da fase aguda, e foram evidentes no caso agudo, mas não evidenciados no caso crónico. Nenhum dos casos evidenciou anorexia, hipertermia e motilidade intestinal reduzida, sinais clínicos definidos por POLLITT, 1999, e PARSONS et al., 2007.

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Notas prognósticas* GRAU 0. Não há lameness na caminhada ou trote reto em uma superfície dura.

GRAU 1. Em repouso, o cavalo alternadamente levanta os pés, mas nenhum lameness é observável na caminhada. Há uma marcha inclinada curta em trote reto em uma superfície dura e quando virou-se em caminhada.

GRAU 2. O cavalo não se move livremente na caminhada e tem uma marcha ‘dura’. No trote em uma superfície dura, o animal tem uma marcha curta inclinada, e ele gira com grande dificuldade. Um pé pode ser levantado do chão sem grande dificuldade.

GRAU 3. O cavalo está relutante em andar em qualquer superfície. É difícil para levantar um membro e o animal pode ser virtualmente não-peso no membro afetado.

GRAU 4. O cavalo não se moverá sem coerção. É particularmente relutante para mover de um macio para uma superfície dura e é quase impossível levantar um membro.

GRAU 5. O cavalo é principalmente reclinável e não vai suportar mais do que um poucos minutos. * Modified from the system developed by Niles Obel, Uppsala, Sweden, in 1948, and Cripps and Eustace (1999a) CRIPPS, P. J. & EUSTACE, R. A. (1999a) Factors involved in the prognosis of equine laminitis in the UK. Equine Veterinary Journal 31, 433-442

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Diagnóstico

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Tratamento As terapias convencionais usadas foram: Pentoxifilina 4000 mg de 12/12h (durante uma semana) e Firocoxib 56 mg /dia.

Como assinalado por Pollitt CC. (Saunders, 2003;329–332), o aumento do fluxo sanguíneo lamelar pode acelerar a cicatrização de tecido lamelar danificado durante a fase aguda de laminite. Todavia, na minha prática clínica uso sempre na fase inicial do tratamento. O tratamento para ambos casos de laminite consistiu no tratamento da dor, aumento do fluxo sanguíneo.

A égua Vi, o caso agudo, manteve a ferração inalterada durante o tratamento.

O realinhamento das estruturas do casco apenas foi realizado para o caso crónico. O equino Galã apresentava ferradura invertida com espuma de enchimento, que foi retirada para avaliação integral do casco, correção dos ângulos e posterior substituição por uma ferradura em coração. Todavia, existem muitos outros tipos de medicamentos, sapatos e procedimentos cirúrgicos utilizados para o tratamento de laminite. (Moyer et al., 2000)

Cortes corretivos do ângulo do caso III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Remoção da Espuma de preenchimento

Avaliação da sola O protocolo terapêutico baseado na medicina veterinária integrativa para os dois casos apresentados constituiu-se de: a) insuflação retar (IR) de ozônio uma vez por semana. 2 L em uma concentração inicial de 18 mcg/mL. A dosagem deve ser aumentada dependendo da duração do tratamento. Neste caso, a concentração só aumentou ligeiramente em 3 mcg/mL após 5 sessões; b) injeção de ozônio em pontos de acupuntura, a uma concentração de 15 mcg/mL; c) aplicação local com um novo método aprovado para humanos, a técnica subcutânea em enfisema designada pela Técnica de Luva de Equina – Equine Glove Technique (EGT), que consiste na aplicação de uma ligadura elástica no boleto, e injetar 120 mL de mistura oxigênio-ozônio a 15 μg/NmL de concentração, com uma agulha de 27 G, nos lados dorsal e ventral acima da faixa coronariana. Essa infiltração é eficiente no tratamento da dor neuropática e da osteoartrite. (ISCO₃ I. ISCO₃/MET/00/17.2016); d) dispositivo de biomodulação thor DD2, com seu respectivo protocolo para laminite equina; e) estimulação elétrica de pontos de acupuntura por 30 min. com baixas frequências (20Hz) para analgesia e liberação de endorfina, em 4 (espaços intercostais torácico e lombar), a 10 cm da linha média dorsal, correspondendo aos pontos de acupuntura BL- 18; BL- 20; BL-22; BL-23.

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Aplicação de ozônio por insuflação retal

Eletroacupuntura

Aplicação de ozônio em pontos de acupuntura III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Aplicação de ligadura elástica no boleto

Aplicação de Ozono com a técnica Equine Ozone Glove Technique (EOGT)

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Equine Ozone Glove Technique (EOGT)

Aplicação de ozônio em pontos de acupuntura III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Evolução Após 10 sessões de tratamento, o equino Galã passou de grau 3 para grau 1 (Obel Grade).

O equino Galã realizou 5 sessões recebendo IR com ozônio como descrito por Coelho et al., todavia a melhoria em termos de mobilidade foi lenta, particularmente no passo em círculo, mesmo considerando a cronicidade do caso. Foi a partir da sexta sessão que incorporando o EOGT e a estimulação elétrica de pontos de acupuntura, se verificaram melhorias significativas e uma redução na escala de Obel.

Após 3 sessões completas de tratamento integrativo o equino Vi passou de grau 3 para grau 0.

Conclusão Este relato de caso vem corroborar os resultados obtidos por Coelho et al., 2012. No seu trabalho foi usada a ozonioterapia como única terapia instituída. Coelho provou notoriamente os efeitos analgésicos e anti-inflamatórios do ozônio na laminite.

De acordo com Iliakis et al., o ozônio tem um efeito na cascata inflamatória alterando a quebra do ácido araquidônico para prostaglandinas inflamatórias. Como resultado, reduzindo as prostaglandinas proinflamatórias e a liberação de bradykinins e compostos halogênicos, há uma diminuição subsequente da dor.

Steppan et al. descreveram que a dor reduzida também pode estar relacionada ao efeito estabilizador da membrana do ozônio nas células receptoras de dor. O ozônio tem o potencial de aumentar o limiar de excitabilidade das membranas celulares do receptor de dor.

A terapia oxigênio/ozônio em cavalos é muito nova e precisa de mais pesquisas futuras. No entanto, há estudos que demonstram o seu uso na medicina humana. De acordo com Buliés et al., o ozônio tem ações anti-inflamatórias e analgésicas que levam a um alívio prolongado da dor. A terapia regula o metabolismo celular, proporciona melhor oxigenação tecidual e tem atividade de imunomodulação.

Para além disso, este trabalho foca-se na mudança de paradigma atual e na forma como deveremos encarar o tratamento da Laminite, à luz destes novos conceitos e perspectivas.

Este trabalho estabelece comparações entre patologias enIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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dócrinas desencadeadoras das alterações das lâminas podais em equinos e os estudos desenvolvidos em humanos com diabetes tipo II, apontando a hipótese que o ozônio re-equilibre os mecanismos de resistência à Insulina e glicemia dos equinos.

Estudos futuros deveriam analisar o comportamento destes parâmetros bioquímicos do sangue para que estes resultados possam ser confirmados em equinos. Uma vez que a correção destes fatores é apontada como prioritária em todos os casos de síndrome laminopática dos equinos e inclusive na sua prevenção.

O diabetes tipo 2 em humanos é uma doença crônica caracterizada tanto por dismetabolismo e estresse oxidativo crônico.

Embora a medicina ortodoxa disponha de excelentes medicamentos, eles não podem restabelecer um sistema normal de redox porque essas drogas não são capazes de reativar o sistema antioxidante celular. Uma variedade de drogas ortodoxas são um pouco capazes de corrigir as alterações metabólicas, mas não lidam com a inflamação crônica. (Bocci et al., 2013. Bocci et al., 2014).

Em estudo recente, supervisionou-se um grupo de 94 diabetes dependentes de insulina e insulino-independentes e, 92% e 88%, respectivamente, apresentaram queda de 26% na hiperglicemia, como diminuição da poliúria e polidipsia, redução da hipóxia tecidual, melhora da microcirculação e reologia do sangue. A terapia de ozônio previne e luta contra as complicações microvasculares e macrovasculares, como o pé diabético. (Maslennikov et al., 2005).

Eles foram submetidos a várias rotas de administração, várias vezes por semana. O efeito positivo obtido com o ozônio durou de 3 a 6 meses.

Portanto, podemos concluir que a terapia de ozônio tornou-se um tratamento eficaz para pacientes com diabetes mellitus humano, e um tratamento único e promissor para a resolução de qualquer estágio de laminite e de qualquer etiologia e patogênese, mas com especial atenção à Laminopatia de causas endócrinas, hoje reconhecida e aceite como a predominante de entre todas as causas de Laminite.

Podemos eventualmente concluir e apontar caminhos para novos estudos não só sobre os efeitos antiinflamatorios e analgésicos do ozônio, mas também o uso do ozônio como controlador dos fenômenos endócrinos que causam laminite.

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Associação de laserterapia e ozonioterapia em cicatrização de ferimento em equino Association of laser therapy and ozone therapy in equine injury healing Carla Ignez Ortega Schmitt Centro Universitário de Jaguariúna – IBVET UNESA – Rio de Janeiro – Graduação Correspondência: csozon3@gmail.com

Resumo: O tema deste estudo é a associação do tratamento com ozônio e laser de baixa potência na cicatrização de ferimento em equino. Os equinos são frequentemente transportados e sujeitos a acidentes durante transporte e estão naturalmente predispostos a sofrerem lesões de origem traumática, por seu temperamento, manejo e condições a que, muitas vezes, são submetidos. Este é um relato de caso de equino que sofreu extensa e profunda ferida no membro anterior direito durante transporte, sujeito a contaminação e problemas derivados, foi tratada com ozonioterapia e laser associadas como terapias adjuvantes. O objetivo do presente trabalho foi relatar um caso clínico de laceração em membro de equino submetido a tratamento de laserterapia e ozonioterapia, como objetivo de combater a extensa infecção, proporcionar conforto e analgesia e levar ao processo de cicatrização os efeitos anti-inflamatórios e bactericidas do ozônio e laser vermelho, infravermelho e LED azul. Dentre as terapias existentes, a laserterapia tem se mostrado eficiente recurso para o tratamento de feridas e como processo acelerador da cicatrização do animal.

Palavras-chave: ozonioterapia,fotobiomodulação, reabilitação Abstract: The theme of this study is the association of treatment with ozone and low power laser in wound healing in horses. Horses are frequently transported and subject to accidents during transport and are naturally predisposed to suffer injuries of traumatic origin, due to their temperament, handling and conditions to which they are often subjected. This is a case report of a horse that suffered an extensive and deep wound in the right forelimb during transport, subject to contamination and related problems, was treated with ozone therapy and asIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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sociated laser as adjuvant therapies. The objective of the present paper was to report a clinical case of laceration in a horse’s limb submitted to laser therapy and ozone therapy, in order to combat the infection extension, provide comfort and analgesia, and bring the anti-inflammatory and bactericidal effects to the healing process. ozone and red laser, infrared, and blue LED. Among the existing therapies, laser therapy has been shown to be an efficient resource for the treatment of wounds and as an accelerating process for the healing of the animal.

Keywords: ozone therapy, photobiomodulation, rehabilitation Introdução Os cavalos possuem processo de cicatrização particular, despertando necessária atenção clínica sobre o assunto. O evento da cicatrização de feridas é um processo dinâmico que envolve diversos fenômenos bioquímicos e fisiológicos que precisam estar em equilíbrio, a fim de garantir uma boa restauração tissular. Este trabalho tem como objetivo revisar as terapias complementares do tratamento de feridas cutâneas por segunda intenção na espécie equina, através do uso do ozônio terapêutico e do laser de baixa potência e relatar um caso clínico grave, com extensa área infeccionada, no qual o uso adjuvante destas terapias contribui para a cicatrização e consequentemente sobrevida do animal. Nas feridas tratadas por segunda intenção, são frequentemente observadas alterações como a contaminação da lesão, com produção de conteúdo purulento, cicatrização mais lenta em comparação às outras espécies, além da formação excessiva de tecido de granulação. Todas essas alterações são apontadas como desafios para o profissional médico veterinário, necessitando, assim, da aplicação de metodologias específicas para a melhora do processo cicatricial (ARAUJO et al., 2017).

Revisão de literatura Busca-se, através da revisão de literatura, demonstrar os benefícios e resultados de uma terapia adjuvante e integrativa em uma área tão rotineira no trabalho veterinário. Envolve cicatrização, infecção e recuperação da melhor forma e no menor tempo fisiológico possível. Também visa discutir sobre a necessidade do uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINES), retardando o processo cicatricial, fazendo necessário o uso de III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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terapias, que se tornam cruciais para a resolução do caso. Por isso, estas vêm sendo objeto de pesquisa e relatos com bons resultados em artigos científicos e são cada vez mais frequentes.

Regeneração e reparação Durante a regeneração, o tecido destruído é substituído com células do mesmo funcionamento do tipo perdido. Reparação, por outro lado, é uma reação substitutiva por tecido fibrótico concebido para restabelecer a continuidade dos tecidos e, em última análise, resulta em tecido não-funcional ou cicatricial (STEINER et al., 2019).

Uso de fármacos anti-inflamatórios O uso de fármacos anti-inflamatórios deve ser limitado, devido ao potencial efeito inibitório sobre a resposta inflamatória que ocorre na fase inicial da ferida, essencial para as fases subsequentes. Drogas anti-inflamatórias diminuem a síntese de proteínas, proliferação, epitelização de fibroblastos e circulação periférica; podem diminuir a migração e a degranulação de neutrófilos e reduzir a angiogênese. Os corticosteroides, diminuem a resposta imune normal à lesão, podem interferir na síntese proteica ou divisão celular, atingindo, diretamente na produção de colágeno, além disso pode tornar a cicatrização mais frágil.

Compreender o processo de cicatrização é essencial para tomar decisões acertadas no tratamento dessas feridas, além de usar corretamente os princípios terapêuticos, visando a perfeita ou melhor cicatrização possível (WINKLER, 2015).

A cicatrização por segunda intenção, caso aqui relatado, consiste em uma ferida onde houve perda de grande quantidade de tecido e estruturas, altamente contaminada.

Complicações, infecções e influências medicamentosas A infecção também contribui para o atraso na cicatrização de feridas e é a principal razão para deiscência em feridas humanas (DIAS; OLIVEIRA, 2012 apud STEINER et al., 2019). O desenvolvimento da infecção do ferimento depende da quantidade e patogenicidade da bactéria e da resistência do hospedeiro.

Consequentemente, a dose infectante não precisa ser muito elevada se a bactéria for muito patogênica ou se a resistência do hospedeiro for baixa. Grandes volumes de tecido necrótiIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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co também favorecerão a presença de bactérias. A presença de corpos estranhos no interior da ferida é fonte de infecção e irritação, mantendo a inflamação e resistindo às tentativas de controlar a infecção. Com frequência, a infecção crônica resultará em tecido de granulação frágil e colágeno fraco com padrões desorganizados, causando baixa resistência à tração e reduzida contração do ferimento (LOPES et al., 2016 apud STEINER et al., 2019). A inflamação excessiva ou prolongada pode contribuir para a patogênese com reações específicas durante o reparo das feridas, com produção precoce de tecido de granulação, que é chamado de “exuberante”, quando este se eleva acima do nível das bordas da pele, interferindo na contração da ferida, retardando a cicatrização (VIANA et al., 2014), podendo ainda progredir para fibrose, onde ocorre o aumento da produção de colágeno, redução do número de fibroblastos e capilares, formando uma estrutura densa, esbranquiçada e cintilante visualmente. Produzido em resposta à baixa tensão de oxigênio tecidual (SORENSEN et al., 2014 apud STEINER, et al., 2019), o tecido de granulação é estabelecido dentro de 3 a 5 dias, sendo formado a partir da proliferação capilar e de fibroblastos, o que o torna friável, porém resistente à infecção (WINKLER, 2015). O tecido de granulação exuberante é considerado como um importante fator no retardo da cicatrização de feridas por segunda intenção.

Fatores nutricionais também estão relacionados a uma menor taxa de cicatrização. Estresse ou trauma grave aumentam as necessidades nutricionais. Isso evidencia a necessidade de dar conforto terapêutico e bom aporte nutricional ao animal.

Foram instituídos, então, os tratamentos com ozônio e laser de baixa potência. Optou-se por tratamento adjuvante com fotobiomodulação – laser de baixa potência – e ozonioterapia.

Terapia integrativa – ozônio O gás ozônio (O₃) é formado por três átomos de oxigênio, através de um gerador de ozônio (MATTOS et al., 2012). O ozônio terapêutico aumenta a oferta de oxigênio tecidual e modula o sistema imune, possibilitando uma melhora e aceleração na reparação tecidual (NOGALES, 2011). A ozonioterapia pode atuar por via sistêmica e localizada, através da produção de um pequeno e controlado estresse oxidativo, induzindo no organismo diversas respostas. A ação bioquímica do ozônio é muito III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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rápida devido a sua reatividade quando em contato com o sangue (BOCCI; ZANARDI; TRAVAGLIA, 2011).

O ozônio tem a capacidade de se difundir para os tecidos, causando vasodilatação das arteríolas, estimulando o fluxo sanguíneo para os tecidos, gerando uma maior disponibilidade de nutrientes, oxigênio e de componentes imunológicos, por isso tem resultados excepcionais no tratamento de feridas persistentes e contaminadas, acelerando a cicatrização, com simplicidade de aplicação, obtendo êxito no tratamento contra bactérias multirresistentes (MATTOS et al., 2012).

Tópico Têm-se o uso tópico de óleo ozonizado com grande poder germicida e efeitos positivos sobre a cicatrização. A aplicação tópica do ozônio desempenha ação antisséptica e estimulante da cicatrização, promovendo a proliferação e remodelação de células teciduais e, também, o uso de bags (sacos plásticos). O uso de bags é indicado para a desinfecção e a realização da limpeza da ferida, em que há a presença de tecido necrótico.

Técnica de bagging.

Fonte: Arquivo pessoal (set 2019, out 2019)

O uso de bags nos membros, ou cuppings, consistem na exposição direta da ferida ao gás ozônio. O aparelho é mantido ligado por 20 minutos, liberando o gás sobre a ferida umedecida com ringer lactato. Quando aplicado de forma local, o O₃ III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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apresenta-se como um anti-inflamatório e como adjuvante no controle da dor e do edema. Outra forma de uso tópico é através do óleo ozonizado, rico em ozonídeos que liberam oxigênio ativo lentamente conferindo um efeito prolongado. O óleo estabiliza a molécula de ozônio, e quando entra em contato com a ferida, dissocia lentamente em ozônio reativo que se dissolve, gerando peróxidos de hidrogênio, justificando sua atividade desinfetante e estimuladora acelerando a cicatrização, com baixo custo e simplicidade de aplicação, obtendo êxito no tratamento contra bactérias multirresistentes (MATTOS et al., 2012).

Durante todo o tratamento foi feito suporte no outro membro, pois era evidente a sobrecarga de apoio no membro contralateral.

Fotobiomodulação – Laserterapia O laser é a abreviação de Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation. Devido às suas características, os feixes colimados, monocromáticos com as trajetórias diretas de luz, os lasers terapêuticos ou de baixa potência são utilizados para acelerar os processos reparativos do tecido duro e do tecido mole, devido aos seus efeitos biomoduladores nas células e tecidos, ativando ou inibindo processos fisiológicos, bioquímicos e metabólicos através de efeitos fotofísicos ou fotoquímicos nos receptores celulares, principalmente nas mitocôndrias.

Figura 3 – Colimação e monocromia do laser.

Fontes: Reis (2019); Wikipedia (2021)

Esses fenômenos biomodulatórios promovem os efeitos terapêuticos e proliferação celular, neoformação tecidual, revascularização, redução do edema, maior regeneração celular, aumento da microcirculação local e permeabilidade vascular. Os III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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efeitos fotobiológicos da radiação laser envolvem nova biossíntese celular, especialmente na fase proliferativa da inflamação (ANDRADE; CLARK; FERREIRA, 2014).

Aplicação de LED azul Fonte: Arquivo pessoal (30 ago. 2019)

Aplicação de laser terapêutico classe 3b.

Fonte: Arquivo pessoal (31 ago. 2019)

A luz do laser é quantificada em unidades de energia, denominadas Joules (J) e as unidades geradoras dessa energia são quantificadas em Watts (W). A densidade de energia aplicada é geralmente quantificada em J/cm².

Mecanismo de ação e efeitos terapêuticos O laser age nas organelas celulares, principalmente mitocôndrias, lisossomos e membrana plasmática, gerando um aumento de Adenosina Trifosfato (ATP) celular e melhorando o fluxo de íons. Acredita-se que nas células existam fotorreceptores sensíveis a comprimentos de onda específicos, capazes de absorverem fótons, desencadeando reações químicas. O laser produz um efeito analgésico e anti-inflamatório atrás da liberação de beta endorfina, opioides, endógenos, inibição da cicloxigenase e síntese das prostaglandinas, além de efeitos de regeneração tecidual através do aumento da atividade na mitótica, ativação de fibroblastos, vascularização e cicatrização (PRYOR; MILLIS, 2015). Desta forma, no menor tempo, acelera a síntese III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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de ATP e a transcrição e replicação do DNA. Quanto a ação cicatricial, estimula a microcirculação local, a atividade mitótica das células epiteliais pelo aumento da síntese de ATP e ADP e aumento da síntese de colágeno (LINS et al., 2010).

Descrição do caso Foi atendido num Centro de Treinamento (CT) na região serrana do Rio de Janeiro, uma égua, PSI de 4 anos, acidentada durante o transporte do Rio de Janeiro para Teresópolis, sendo o CT uma escala. Nessa escala observou-se a égua no chão do caminhão, com muita perda de sangue e ferimento profundo e extenso no MAD. O ferimento muito extenso cobria todo o membro anterior direito, desde a base do casco até acima dos carpos, muita perda tecidual e contaminação.

Fotos no dia do acidente.

Fonte: Arquivo pessoal (30 ago. 2019)

Além do suporte para analgesia e antibioticoterapia sistêmica, recebeu tratamento visando o restabelecimento da ferida por segunda intenção, analgesia, homeostase, considerando a complexidade da cicatrização e intensa contaminação da ferida, foram instituídas terapias complementares, com ozônio e laser de baixa potência.

Metodologia III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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No primeiro dia, 1 litro RL ozonizado IV, ug 65 a cada três dias, desbridamento com remoção dos tecidos desvitalizados e as fibrinas que formavam feridas foram limpas diariamente, e embebidas com óleo de girassol ozonizado diluído em Ringer lactato 1x/dia, para melhor acoplamento à ferida, mantendo-a fechada. Ao entrar com a terapia alternativa, foi retirado o fenilbutazona (AINE), sendo substituído por ozonioterapia, laserterapia, curativos diários com ringer lactato ozonizado e óleo ozonizado.

Ozonioterapia – a cada três dias aplicou-se nas feridas a mistura de O₂-O₃ (40 mcg/mL) por meio de bagging durante 20’, e fez-se terapia sistêmica de O₃ em 1 L de ringer lactato, 65 ug IV. No curativo, usou-se ringer lactato e óleo ozonizado a fim de obter consistência do tecido conjuntivo. Foi feita também aplicação IR, concentração do gás utilizada via IR 20 ug, alternando as vias sistêmicas, com soro ozonizado IV conc. 65 ug ozonizado por 7 min, iniciado no primeiro atendimento para reidratação e melhora da imunidade. O gerador de ozônio usado foi da marca Ozone & Life, Modelo O&L1.5 portátil.

Em três dias a granulação tecidual já era evidente e maior consistência do tecido conjuntivo. Observou-se início de contração dos bordos, mantendo controlado o processo infeccioso até se encontrar totalmente cicatrizado, corroborando com trabalho realizado por Andrade, Clark e Ferreira (2014), que comparou a laserterapia de baixa potência e tratamento convencional em feridas cutâneas de ratos, observando que nos animais tratados com laser houve aumento na produção de colágeno e fibroblastos, acelerando a formação de tecido de granulação.

Fotobiomodulação – Laser – primeiramente com LED vermelho e infravermelho, cluster, 8 Joules a fim de conter processos inflamatórios, estimular síntese de colágeno, acelerar a mitose celular, estimular a produção de ATP. O infravermelho tem penetração mais profunda, estimula produção de colágeno, melhora a circulação sanguínea, minimiza edemas, aumenta captação de nutrientes, com essas propriedades trazendo, consequentemente, conforto e analgesia e com finalidade de haver uma recuperação tecidual mais rápida e organizada. Em seguida uso de LED azul – ação bactericida e fungicida – por 1 minuto a cada 10 cm2, totalizando aproximadamente 10 minutos de LED azul, quando havia grande extensão de ferimentos.

Discussão III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Uso de medicamentos – uso de perfusão regional com Amicacina – a primeira terapia antimicrobiana instituída foi penicilina benzatina, visando diminuir a infecção presente. O fenilbutazona, anti-inflamatório não-esteroidal, visava diminuir o processo inflamatório, reduzir a dor e o edema local. A quetamina, 1 mL via IM de 24/24h visava o controle da dor. A dipirona visava também analgesia, pois o animal sentia grande desconforto, deitava constantemente e vocalizava. Houve uma melhora clínica, porém ainda havia contaminação local, edema e o animal continuou apresentando sensibilidade local.

Após constatar na radiografia que havia infecção óssea, foi feita perfusão regional por dois dias consecutivos, com 8 mL sendo 5 mL de sulfato de amicacina e 3 mL lidocaína com evidente melhora do paciente, no entanto, (MILEWSKI et al. 2015 apud STEINER et al., 2019), propuseram a perfusão regional com sulfato de amicacina e não observaram diferença significativa na cicatrização de feridas experimentalmente induzidas no metacarpo e metatarso em condições assépticas. Em um outro estudo preliminar, ao utilizar a perfusão regional com sulfato de amicacina em feridas inoculadas com Staphylococcus aureus, não observaram redução da carga bacteriana no tecido de gra-

Foco de osteomielite no sesamoide lateral.

Ainda osteomielite, quando foi feita a perfusão regional.

Fonte: Veterinária Equina – Dr. Flavio Gel (25 set. 2019)

Fonte: Dra. Adriana Lioli (3 dez. 2019)

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nulação de feridas em metacarpo e metatarso. Até novas investigações, os autores sugerem que a redução da carga bacteriana em feridas cutâneas deva ser realizada pelos métodos já estabelecidos, através de terapia tópica, antimicrobianos sistêmicos e debridamento cirúrgico das feridas (FREELAND et al., 2016 apud STEINER et al., 2019).

Os curativos realizados, visavam combater a infecção da ferida e promover um ambiente favorável à cicatrização, com remoção de corpos estranhos, sujidades, e manutenção da umidade local. A cicatrização ocorreu por segunda intenção, pois as bordas da ferida estavam separadas e houve intensa perda tecidual. Os tratamentos adicionais com ozônio e laser de baixa potência demonstraram ter influenciado no tratamento da lesão, agindo sistemicamente e localmente, com evidentes melhoras clínicas no decorrer dos dias.

Uso de fenilbutazona – em estudo com feridas induzidas em equinos, avaliaram-se os efeitos da fenilbutazona e comparou-se a cicatrização entre equinos distribuídos em dois grupos, sendo o primeiro controle, recebendo água destilada a cada 12 horas, durante cinco dias. O outro grupo foi tratado com fenilbutazona (4,4 mg/kg) com o mesmo intervalo e período do grupo controle. O tempo total de reparo das feridas no grupo tratado foi maior em aproximadamente 12 dias (37 dias para o grupo controle e 49 dias para o grupo tratado). As avaliações macroscópicas e histopatológicas mostraram o efeito inibidor da fenilbutazona quando comparada com o grupo controle na cicatrização de feridas cutâneas por segunda intenção em equinos (HUSSNI et al., 2010).

Devido ao seu efeito bactericida e fungicida, o uso da ozonioterapia possivelmente contribuiu para reduzir a infecção local e a dor através do seu efeito analgésico e anti-inflamatório.

Em relação às vias de administração, a lavagem com ringer ozonizado pode ter influenciado na limpeza da ferida e desinfecção local. O uso do laserterapia de baixa intensidade pode ter tido influência na atuação positiva na proliferação celular, incluindo os fibroblastos, aumentando a vascularização local, melhorando, assim, o processo cicatricial da ferida e diminuindo o tempo da fase inflamatória.

O óleo foi diluído ao ringer lactato em proporção de 50% cada parte, com a finalidade de melhor adesão e aplicado também no curativo a fim de estimular a reepitelização do tecido III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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conjuntivo. Estava disforme, sem consistência e muito infeccionado, em seguida foi coberto com gaze, algodão e ataduras.

Diariamente realizava-se limpeza da ferida com solução fisiológica estéril antes da aplicação do óleo. Até o tecido começar a ter alguma consistência não houve uso de água e sabão, somente soluções estéreis no curativo. O uso do óleo ozonizado foi utilizado apenas na primeira semana, pois estimula demais o crescimento celular e a granulação. O óleo ozonizado foi retirado quando houve resposta de granulação e maior rigidez tecidual e o excesso controlado com sulfato de cobre.

Após dez sessões e visível melhora, houve a interrupção deste tratamento e retorno ao convencional, passando aos cuidados de outro veterinário e saindo desta terapia por motivos alheios. O animal teve retrocesso e retorno da infecção, sendo considerada a eutanásia do animal. No entanto, após 20 dias de tratamento convencional, a proprietária optou por tentar novamente a terapia alternativa e recomeçamos.

Regresso no tratamento, após 20 dias de tratamento convencional com AINES e corticoides.

Fonte: Arquivo pessoal ( 21 set 2019)

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Retorno da terapia com O₃ e fotobiomodulação. Nota: já existe firmeza no tecido para o acoplamento do laser infravermelho.

Fonte: Arquivo pessoal (13 dez. 2019)

Aplicação de laser infravermelho nos bordos da lesão.

Fonte: Arquivo pessoal (01 set 2019)

Sequência do processo de cicatrização. Nota: na primeira foto, ainda sem conseguir pisar. Depois, com a infecção controlada, voltou a pisar. Datas das fotos: 20 de outubro, 8 novembro e 13 dezembro de 2019. Fonte: Arquivo pessoal (2019).

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Final do processo de cicatrização – retração tecidual.

Nota: datas das fotos: 19 dezembro 2019 e 02 janeiro 2020.

Fonte: Arquivo pessoal (2019)

Observou-se que o rearranjo correto das estruturas cicatrizantes dependia do fornecimento adequado de oxigênio ao tecido, onde, sem ele, o processo de recuperação pode ser prolongado. Havia a contaminação excessiva a ser combatida, dor e desconforto. Há que se observar o processo doloroso e a necessidade de analgesia, além do uso de anti-inflamatórios (AINES) e houve uso de corticoide tópico no tratamento convencional anterior que retardaram a cicatrização. Por isso a opção de retirá-los assim que possível e utilizar as características anti-inflamatórias e analgésicas apenas do laser e ozônio para reconstruir o tecido, mantendo a analgesia do paciente, sem os efeitos adversos dos AINES e corticoesteroides.

Considerações finais Em conclusão, foi demonstrado que a combinação das duas técnicas – laserterapia e ozonioterapia – promoveu a cura dos ferimentos, induzindo mediadores proliferativos e migratórios, sugerindo-se que as terapias associadas podem ser uma poderosa estratégia para tratamento de ferimentos de pele, diminuindo consideravelmente o tempo de cicatrização e apresentando bom resultado estético e cicatricial; que o protocolo de ozonioterapia, associado a laserterapia de baixa potência, foi importante adjuvante no processo de cicatrização da ferida e também promoveu efeitos anti-inflamatórios e analgésicos de III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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forma integrativa, reduzindo o desconforto da paciente, associados a um menor tempo para cicatrização completa da lesão, comparada com a terapia convencional. O animal retomou a capacidade fisiológica de pisar, trotar e galopar, mas devido a gravidade da lesão, optou-se por abdicar da vida esportiva e encaminhá-lo à reprodução.

Referências ABO3VET. Associação Brasileira de Ozonioterapêutas Veterinários, 2018. Disponível em: https://abo3vet.com.br/. Acesso em: 13 abr. 2021.

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Tratamento de lesão na inserção do músculo tríceps braquial de uma égua quarto de milha com gás ozônio associado a plasma rico em plaquetas (PRP) Treatment of triceps brachii muscle injury in a quarter mare, with ozone therapy and PRP - case report Maria Amélia Fernandes Figueiredo, Victor Portela Cunha 2, Ana Vitória Dias do Nascimento 3 1-Médica-veterinária DSc. (Universidade Estadual de Santa Cruz) 2-Médico-veterinário 3-Discente de Medicina Veterinária (UESC) Correspondência: mel@uesc.br

Resumo: Relata-se o tratamento de uma laceração traumática na região do cotovelo de uma égua quarto-de-milha de equiprovas. Após o atendimento emergencial, o animal permaneceu uma semana em repouso e tratamento antes do embarque para retorno à propriedade. Encaminhada para avaliação 71 dias depois do acidente, observou-se persistência de claudicação evidente ao passo. O exame ultrassonográfico revelou cronificação da lesão com fibrose das cabeças longa e medial do músculo tríceps braquial. Optou-se pelo tratamento com infiltração local de PRP e gás-ozônio, seguido de esquema fisioterápico de exercício gradual. Observou-se recuperação completa da função atlética do animal após 28 dias do tratamento em dose única.

Palavras-chave: equino, ortopedia, ozonioterapia, plaquetas, tendão Abstract: It´s reported the treatment of a traumatic laceration in the elbow of a barrel racing quarter mare. After emergencial care, the equine remained in treatment and stall rest for one week, and released to travel back to the property. 71 days after injury, she was referred for clinical evaluation, with the wound completely healed but presenting evident lameness at pace. Ultrasound exam revealed chronic lesion of the long and medial heads of the triceps brachii muscle. Treatment with local injection of PRP and ozone gas was applied, followed by a III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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gradual exercise physiotherapy scheme. Complete recovery of the mare’s athletic function was observed after 28 days of single dose treatment.

Keywords: equine, orthopedic, ozone therapy, platelets, tendon Histórico As lesões traumáticas e lacerativas são comuns na rotina da hipiatria. O temperamento reativo de alguns animais, a frequência das competições e a necessidade de transporte de equinos atletas são fatores que estão associados à ocorrência de acidentes. Quando essas lesões atingem estruturas musculares e tendíneas podem cronificar, implicando em tempo prolongado de tratamento e risco de sequelas que comprometem o futuro atlético do equino. O uso de terapia regenerativa promove a reativação dos processos reparadores teciduais potencializando o retorno à sua estrutura e função originais. Descreve-se aqui o tratamento de uma lesão crônica resultante de traumatismo em uma égua da raça quarto-de-milha (QM) com uso de Plasma Rico em Plaquetas (PRP) associado à ozonioterapia.

Uma égua QM de três anos e meio acidentou-se durante o embarque para uma competição em Vitória da Conquista (BA), sofrendo uma perfuração profunda no membro torácico direito, próximo à região axilar (Figura 1). Ao exame clínico geral, constatou-se aumento de volume com solução de continuidade da pele, aumento de tecido mole com crepitação dos músculos periféricos à articulação do cotovelo, assumindo uma posição anti álgica com descida do olécrano, flexão do carpo, apoio em pinça ao solo e intolerância à flexão da articulação úmero-radio-ulnar. Ao exame ultrassonográfico, foi identificando comprometimento muscular, caracterizado por lesões ativas com perda de continuidade das fibras musculares, heterogenicidade na disposição tecidual e presença de gás. O equino permaneceu em tratamento e observação durante uma semana e então retornou à propriedade de origem, distante 230 km. Dois meses e meio após o acidente, o equino foi conduzido para exame clínico no hospital veterinário da UESC, por ainda apresentar claudicação no membro afetado, apesar de externamente a lesão estar completamente cicatrizada.

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Figura 1 - Imagem da região do cotovelo direito do equino, dias após o acidente, onde ocorreu a perfuração com laceração e comprometimento de tecidos moles Achados em exame clínico e diagnóstico Ao exame em dinâmica, a paciente apresentou claudicação evidente ao passo, e à ultrassonografia da região observou-se imagem heterogênea com perda de definição das estruturas anatômicas na região correspondente à inserção do músculo tríceps braquial (Figura 2), em seus aspectos medial e caudal, sugerindo lesão crônica com formação de fibrose na inserção muscular.

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Figura 2 - Imagem ultrassonográfica do aspecto caudo-medial da região do cotovelo, mostrando a inserção do músculo tríceps braquial (TRIC MED) com aspecto heterogêneo sugestivo de fibrose Tratamento e evolução Optou-se por instituir de imediato o tratamento com infiltração local de PRP associado a gás-ozônio medicinal. Utilizou-se PRP autólogo preparado com técnica de dupla centrifugação em tubo, obtendo-se concentração de 850.000 plaquetas/ µL, em aplicação intralesional, seguido de infiltração de 40 mL de gás-ozônio na concentração de 35 mcg/mL (Figura 3). Elaborou-se um esquema fisioterápico com condução leve na guia para reorganização tecidual e retorno gradual ao exercício.

Figura 3 - Aplicação intralesional de PRP (a) seguida de infiltração de gás-ozônio (b) III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Vinte e oito (28) dias após a aplicação em dose única de PRP e ozônio a paciente retornou à atividade normal de treinamento para a prova de três tambores, e permanece sem recidivas um ano e meio depois do tratamento (Vídeo 1).

Vídeo 1 - clique aqui para assistir Lesões tendino-musculares tendem a resultar em perda de resistência e elasticidade após cicatrização, predispondo à disfunção e recidivas (Spaas et al., 2012). No caso relatado, o equino apresentava claudicação persistente 71 dias após a lesão inicial, com fibrose na inserção muscular. A ação do PRP sobre o reparo é atribuída à liberação dos fatores de crescimento pelas plaquetas (Yuan et al., 2013); o ozônio ao entrar em contato com fluidos e tecidos orgânicos reage ativando mecanismos antioxidantes e sinalizadores que atuam sobre vias metabólicas (Seyam et al., 2018). A ação sinérgica do PRP com a ozonioterapia resulta em potencialização da perfusão sanguínea e do reparo tecidual.

Conclusão O uso de PRP associado ao ozônio em aplicação intralesional promoveu a rápida recuperação da função músculo-tendínea e o retorno do equino aos treinamentos, sem recidivas, mostrando ser uma opção terapêutica promissora e acessível.

Agradecimentos Ao Equus, Grupo de Estudos em Equídeos, pelo suporte que III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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possibilita a manutenção da rotina de atendimento e internamento na Clínica de Grandes Animais da UESC. Referências SEYAM, O.; SMITH, N.L.; REID, I.; GANDHI, J.; JIANG, W.; KHAN, S.A. Clinical utility of ozone therapy for musculoskeletal disorders. Med Gas Res. v. 8, n.3, p.103-110, 2018. https://doi.org/10.4103/2045-9912.241075 SPAAS, J.H.; GUEST, D.J.; VAN de WALLE, G.R. Tendon Regeneration in Human and Equine Athletes. Sports Med . v.42, p. 871–890, 2012. https://doi.org/10.1007/ bf03262300 YUAN, T.; ZHANG, C-Q.; WANG, J. H-C. Augmenting tendon and ligament repair with platelet-rich plasma (PRP). Muscles, Ligaments and Tendons Journal. v.3, n.3, p.139149, 2013. DOI://10.11138/mltj/2013.3.3.139

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Ozonioterapia no tratamento de extensa ferida nas regiões torácica e lombar de um equino Ozone therapy in the treatment of extended wounds in the thoracic and lumbar regions of a horse Haroldo Vargas ¹; Daniel Magalhães Wogel Coelho ² 1-Médico-veterinário autônomo; Horse´s Vet Services; Professor do IBVET; Minas Gerais, Brasil 2-Médico-veterinário autônomo; Reproduz Reprodução Equina, Bahia, Brasil.

Correspondência: horsesvetservices@gmail.com

Resumo: Dentre as centenas de aplicações existentes para o uso da ozonioterapia na área médica, o tratamento de feridas é certamente a mais consagrada. Um equino da raça Mangalarga Marchador foi atendido e submetido ao tratamento com ozonioterapia em uma propriedade rural no estado da Bahia, Brasil, em dezembro de 2018. Apresentava extensa lesão de características impactantes. O trauma foi gerado devido a uma briga com outro animal da mesma espécie. Foram utilizadas as técnicas de bagging adaptada e aplicação de óleo de girassol ozonizado após limpezas do ferimento. Devido a gravidade e extensão do trauma o tratamento se estendeu por 5 meses, com uma ótima recuperação do tecido epitelial, surpreendendo as expectativas. Este caso é mais uma demonstração da efetividade da ozonioterapia no tratamento de feridas de equinos.

Palavras Chave: ozonioterapia; equinos; feridas; Abstracts: Among the hundreds of existing applications for the use of ozone therapy in the medical field, wound treatment is certainly the most established. A horse of the Mangalarga Marchador breed was submitted to treatment with ozone therapy on a rural property in the state of Bahia, Brazil, in December 2018. It presented an extensive lesion with impacting characteristics. The trauma was generated due to a fight with another animal of the same species. Adapted bagging techniques and application of ozonized sunflower oil after wound cleaning were used. Due to the severity and extension of the trauma, the treatment lasted for 5 months, with an excellent recovery of the epithelial tissue and surprising all expectations. This case is another demonstration of the effectiveness of ozone therapy in the treatment of equine wounds.

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Keywords: Ozone Therapy; Wounds; Equine Histórico Equino da raça Mangalarga Marchador, 18 meses, de pelagem tordilha, foi atendido em 12 de dezembro de 2018 em uma propriedade rural no município de Itaetê no estado da Bahia. O animal apresentava uma extensa ferida contaminada, que compreendia a região da cernelha, regiões torácica e lombar e parte das regiões das costelas, com perda de musculatura e com processos espinhosos das vértebras aparentes (Figura 1).

A

B Figura 1 (A e B) - Extensa ferida contaminada III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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O animal foi submetido ao tratamento com ozonioterapia durante 5 meses pela técnica de bagging adaptada associada à aplicação diária de óleo ozonizado, BID, após limpeza da ferida, na propriedade onde vivia. Na 2ª semana de maio de 2019 o animal apresentou completa e satisfatória cicatrização da ferida.

Achados clínicos e diagnóstico O trauma havia ocorrido em data não relatada, mas os aspectos clínicos sugeriram mínimo de 30 dias após o trauma no dia do primeiro exame. A ferida apresentava-se muito contaminada, com exsudato purulento, hiperemia, perda do tecido epitelial e de parte da musculatura. As dimensões aproximadas eram de 80 cm de comprimento por 40 cm de largura, estendendo-se da região da vértebra T3 até a vértebra T10. Os processos espinhosos das vértebras T3, T4, T5, T6, T7, T8, T9 apresentavam-se expostos sem cobertura muscular e aspectos necróticos em suas extremidades.

Tratamento e evolução A ferida foi lavada com água corrente e sabão neutro diariamente, 2 vezes ao dia, e aplicado óleo de girassol ozonizado com valores próximos de 600 mmol/kg de peróxidos. Nas segundas, quartas e sextas-feiras dos meses de dezembro 2018, janeiro e fevereiro de 2019, previamente à aplicação do óleo ozonizado, foi realizada a técnica de bagging para aplicação da mistura oxigênio-ozônio (MOO) com concentração de 50 mcg/ mL, vazão de 1/4 litro por minuto. Utilizou-se um gerador de ozônio marca Ozone & Life®, modelo 1.5. Foi criada uma câmara colocando-se espumas no entorno da ferida e envolvendo toda a região torácica e abdominal com filme plástico de PVC formando um espaço para ação da MOO, sem o contato do filme de PVC com a ferida previamente umidificada (Figura 2 ).

Nos meses de março e abril, também às segundas, terças e quartas-feiras, a concentração da MOO foi reduzida para 30 mcg/mL (Figura 3). Nas primeiras 3 semanas de tratamento foi realizada antibioticoterapia com Penicilina G na dose de 1mL para cada 25 kg (120 UI/Kg) por via intramuscular profunda, SID. Na primeira semana de janeiro foi realizada ressecção das áreas necrosadas das extremidades dos processos espinhosos das vértebras T4, T5. Na 2a semana do mês de abril foi feita pequena incisão para retirada de tecido fibrosado, visando não permitir a III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 2 - Bagging (50 mcg/mL) Figura 3 - Redução da ferida formação de aumento de volume na região do músculo longíssimus dorsi, ponto de apoio das selas, prevenindo-se formação de escaras de apoio de mantas e selas (Figura 4). No início do mês de maio foi suspensa a terapia com bagging mantendo-se apenas o tratamento com óleo ozonizado (Figura 5). O animal foi mantido bem alimentado em cocheira de dezembro a maio e colocado em piquete somente no final do tratamento.

Encerrados os procedimentos o animal ficou com uma cicatriz de extensão aproximada de 10 cm, com possibilidade de uso no trabalho montado e qualidade de vida preservada (Figuras Figura 4 - Incisão para retirada de tecido fibrosado 6 e 7).

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Figura 5 - Terapia mantida com óleo de girassol ozonizado

Figura 6 - Paciente recuperado

Figura 7 - Paciente recuperado III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Conclusão O uso da ozonioterapia na espécie equina, pela técnica de bagging, aplicada de forma adequada por médicos veterinários, associada a curativos com procedimentos diários de limpeza e aplicação de óleo ozonizado, mostrou-se eficaz para utilização à campo em se tratando de feridas extensas e contaminadas.

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Uso de gás ozônio associado à terapia fotodinâmica na inativação do Pythium insidiosum canino e equino Use of ozone gas associated with photodynamic therapy in the inactivation of canine and equine Pythium insidiosum Viviani Silva Rodrigues 1, Julia Santana Reinaldi 2; Bianca de Souza Cintra 1; Regina Helena Pires 3; Jair Camargo Ferreira 4 1 - Graduanda: Medicina veterinária, UNIFRAN-SP/Brasil 2 - Graduanda: Biomedicina, UNIFRAN-SP/Brasil 3 - Docente: Programa de Pós-graduação em Promoção da Saúde, UNIFRAN-SP/ Brasil 4 - Docente: Programa de Pós-graduação em Ciência Animal, UNIFRAN-SP/Brasil Correspondência: jair.ferreira@unifran.edu.br

Resumo: A pitiose, causada pelo Pythium insidiosum, é uma doença infecciosa que acomete seres humanos e diversas espécies. A terapia fotodinâmica (TFD) tem sido utilizada no combate a infecções bacterianas e fúngicas, demonstraram eficácia da TFD na inativação do P. insidiosum. Foram distribuídos 4 grupos de acordo com o tratamento a ser realizado: TFD, O₃, e TFD-O₃ e controle. Grupo TFD foram irradiados por 160 segundos, na ausência de fotossensibilizador. No grupo O₃, foram expostos a uma atmosfera contendo 50 μg O₃ mL-1 durante 15 minutos.

Grupo TFD-O₃ foram submetidos aos dois tratamentos conforme descritos anteriormente. O crescimento microbiano não foi detectado em 11 dos 12 plugues de hifas do grupo TFD-O₃. O presente estudo demonstrou, pela primeira vez, a eficácia da associação TFD-O₃ na inativação do P. insidiosum canino e equino.

Palavras-chave: Luz, medicina integrativa, oomiceta, ozônio, pitiose.

Abstract: Pythiosis, caused by Pythium insidiosum, is an infectious disease that affects humans and several species. Photodynamic therapy (PDT) has been used to combat bacterial and fungal infections, demonstrating the efficacy of PDT in inactivating P. insidiosum. Four groups were distributed according to the treatment to be performed: TFD, 03, and TFD-03 and control. Group PDT were irradiated for 160 seconds, in the absenIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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ce of a photosensitizer. In group 03, they were exposed to an atmosphere containing 50 μg 03 mL-1 for 15 minutes. Group TFD-03 underwent the two treatments as described above. Microbial growth was not detected in 11 of the 12 hyphae plugs in the TFD-03 group. The present study demonstrated, for the first time, the efficacy of the TFD-03 association in inactivating canine and equine P. insidiosum.

Keywords: Light, integrative medicine, oomycete, ozone, pythiosis.

Introdução A pitiose, causada pelo oomiceto aquático Pythium insidiosum, é uma doença infecciosa de natureza agressiva que acomete seres humanos (MARQUES et al., 2006) e diversas espécies de interesse zootécnico (AMEMIYA, 1982; MENDOZA & NEWTON, 2005). Recentemente, nossa equipe de pesquisa descreveu o efeito germicida do gás ozônio (O₃) frente ao P. insidiosum equino e canino (CARRIJO et al., 2021; FERREIRA et al., 2021). Por induzir danos oxidativos na membrana celular microbiana, a terapia fotodinâmica (TFD) tem sido utilizada no combate a infecções bacterianas e fúngicas (WILSON et al., 1992; SHAMALI et al., 2018; DEVIGO et al., 2013). PIRES e colaboradores (2013) demonstraram a eficácia da TFD na inativação do P. insidiosum, desde que realizada na presença de fotossensibilizadores. Até o momento, porém, não existem relatos quanto ao uso associado da TFD e do gás O₃ no combate à pitiose.

Objetivos O objetivo do presente estudo foi caracterizar a ação antimicrobiana da TFD associada ao O₃ frente ao P. insidiosum equino e canino.

Materiais e métodos Exemplares de P. insidiosum oriundos de lesões cutâneas de três equinos e um cão foram previamente isolados e cultivados no Departamento de Microbiologia e Imunologia, Instituto de Biociências, FMVZ/UNESP Botucatu. Os patógenos foram identificados com base no sequenciamento do DNA ribossomal (Tabela 1) e encaminhados para o Laboratório de Micologia da Universidade de Franca, Franca-SP, onde o estudo foi conduzido.

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Tabela 1- Identificação de Pythium insidiosum canino e equino por meio de sequenciamento genômico da região Internal Transcribed Spacer (ITS), Cox-II e domínios D1/D2 Região ITS Região Cox-II Região D1/D2 Equino 1 AY151168.1 AF196597.1 JQ305800.1 Equino 2 GQ260123.1 AF196597.1 JQ305800.1 Equino 3 AY151157.1 AF196597.1 JQ305800.1 Canino HQ643570.1 AF196597.1 JQ305800.1 Um total de 48 plugues de hifas (12 amostras/animal) com 5mm de diâmetro foram distribuídos dentre quatro grupos experimentais de acordo com o tratamento a ser realizado: TFD, O₃, e TFD-O₃ e controle (n = 12 plugues/grupo). As amostras do grupo TFD foram irradiadas por 160 segundos, na ausência de fotossensibilizador, com laser de iodo com absorção de luz comprimento de onda de 660nm e fluência final de 80 J cm2.

No grupo O₃, os plugues foram expostos a uma atmosfera contendo 50 μg O3 mL-1 durante 15 minutos. Fragmentos do grupo TFD-O₃ foram submetidos aos dois tratamentos conforme descrito anteriormente. Em seguida, os plugues de hifas foram cultivados individualmente em placas de Petri contendo Ágar Sabouraud dextrose 4% (ASD) por 08 dias a 25 ˚C. Todas as placas foram fotografadas diariamente nos primeiros quatro dias pós-tratamento e a cada 48 horas nos dias subsequentes. Ao término desse período, plugues de P. insidiosum com ausência de crescimento pós-tratamento foram recultivadas em ASD 4% a 25 ˚C por 14 dias para determinar a ação germistática ou germicida da respectiva terapia.

Resultados Ao longo dos primeiros oito dias pós-tratamento, áreas de crescimento foram detectadas em todas as culturas dos grupos TFD e controle. De forma semelhante, dez plugues de P. insidiosum apresentaram crescimento após serem submetidos somente à ozonioterapia (grupo O₃). Por outro lado, o crescimento microbiano não foi detectado em 11 dos 12 plugues de hifas (91,7%) do grupo TFD-O₃ (Tabela 2).

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Tabela 2 - Crescimento de Pythium insidiosum nos primeiros oito dias após exposição à terapia fotodinâmica (TFD), ozonioterapia (O₃) ou TFD-O₃ (n=12 fragmentos/grupo) Crescimento de P. insidiosum pós-tratamento Amostras* Porcentagem Horas pós-ttoα Grupo controle 12/12 100,0a 24,0±0,0a Grupo TFD 12/12 100,0a 24,0±0,0a Grupo O₃ 10/12

83,3a 45,6±6,7b Grupo TFD-O₃ 1/12

8,3b 76,0±0,0a * Número de culturas com crescimento nos primeiros oito dias pós-tratamento α Momento de primeira visualização de crescimento pós-tratamento a, b letras diferentes na mesma coluna são diferentes (P < 0, 001)

Assim como no grupo controle, o crescimento do patógeno foi detectado 24 horas pós-tratamento em todas as amostras irradiadas com luz (grupo TFD). Plugues de P. insidiosum expostos somente ao gás O₃ cresceram a partir de 45,6±6,7 h (entre 24 e 96 h pós-tratamento). Na única cultura na qual o tratamento TFD-O₃ foi ineficaz, o crescimento microbiano foi detectado em 76 h. Os plugues de P. insidiosum recultuvados do grupo TFD-O₃ (n=11/12 amostras) não apresentaram crescimento não apresentaram crescimento ao término de 14 dias, confirmando a habilidade germicida da terapia.

Discussão e conclusão O presente estudo demonstrou, pela primeira vez, a eficácia da associação TFD-O₃ na inativação do P. insidiosum canino e equino. A ausência de crescimento microbiano durante os 14 dias de recultura confirmou a ação germicida da associação TFD-O₃ frente ao patógeno. Adicionalmente, os achados observados nos grupos O₃ e TFD confirmaram relatos anteriores. A ação antimicrobiana da ozonioterapia frente ao P. insidiosum equino é dependente de sucessivas exposições ao gás O₃ (FERREIRA et al., 2021), enquanto que a TDF sozinha é ineficiente para a inativação do P. insidiosum na ausência de um corante fotossensibilizador (PIRES et al., 2014).

A ação antimicrobiana do O₃ ocorre por meio da degradação de constituintes de membrana (LAKE et al., 2004), inativação enzimática (SILVA et al., 2011) e fragmentação do o material genético (HUNT & MARIÑAS, 1999). Logo, a pré-irradiação com III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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luz possivelmente induziu micro-lesões na parede celular microbiana que por si só não são capazes de inativar o patógeno, mas potencializam o poder de penetração do O₃. A associação das terapias permitiu o uso de concentração reduzida de O₃ e a não aplicação prévia de um fotossensibilizador. Estudos que investigam o mecanismo de sinergia entre a TFD e a ozonioterapia frente ao P. insidiosum estão em andamento.

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Ozonioterapia na resolução conservativa de úlcera de córnea em touro nelore: relato de caso Ozone therapy in conservative resolution of corneal ulcer in Nelore bull: case report Dináh Zago Pellegrini 1; Edson Aparecido Campassi Júnior 2; Igor Augusto Andreta Paiola 3; Bruno Fornitano Cholfe 4 1 – Profissional autônoma, pós-graduanda em Acupuntura Veterinária pelo Instituto Bioethicus – Botucatu/SP; mestranda em Ciência Animal pelo Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

2 - Profissional autônomo; médico-veterinário da empresa Cholfevet – São José do Rio Preto/SP, Brasil 3 - Professor associado da Centro Universitário de Rio Preto (UNIRP) – São José do Rio Preto/SP, Brasil 4 - Profissional autônomo, pós-graduando em Acupuntura Veterinária pelo Instituto Bioethicus – Botucatu/SP; professor associado da União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago) – São José do Rio Preto/SP, Brasil

Resumo: Um touro Nelore, 4 anos, foi atendido no Hospital Veterinário Unirp, SP/BR, sob queixa de lesão ulcerativa subaguda em globo ocular direito, presuntivamente secundária a ceratoconjuntivite infecciosa induzida por M. bovis. Administrou-se flunixin meglumine (2,2mg/Kg, SID, 3 dias, IM) e oxitetraciclina, (2mg/Kg, 3 aplicações, IM). Integrou-se limpeza e desinfecção tópica utilizando 1L de solução ringer-lactato ozonizada (20 mcg/mL), seguido de cupping com oxigênio-ozônio (15 mcg/ mL). Foram realizadas 6 sessões com intervalo de 5 dias. Recomendou-se o uso contínuo de óleo ozonizado, intercalado com colírio de soro autólogo ozonizado. A associação de técnicas de ozonioterapia com alopatia foi eficaz para a resolução do quadro subagudo de úlcera de córnea profunda.

Palavras-chave: ozônio, medicina veterinária integrativa, Bos taurus indicus Abstract: A 4-year-old Nelore bull was seen at Hospital Veterinário Unirp, SP/BR, complaining of a subacute ulcerative lesion in the right eyeball, presumably secondary to M. bovis-induced infectious keratoconjunctivitis. Flunixin meglumine (2.2 mg/kg, SID, 3 days, IM) and oxytetracycline (2 mg/kg, 3 applications, IM) were administered. Topical cleaning and disinfection was integrated using 1L of ozonized ringer-lactate solution (20 mcg/ mL), followed by cupping with oxygen-ozone (15 mcg/mL). Six III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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sessions were performed with an interval of 5 days. The continuous use of ozonized oil, interspersed with autologous ozonized serum eye drops was recommended. The association of ozone therapy techniques with allopathy was effective in resolving the subacute condition of deep corneal ulcers.

Keywords: ozone, integrative veterinary medicine, Bos taurus indicus Histórico Um touro, raça Nelore, de quatro anos, pesando 900 Kg foi atendido no Hospital Veterinário da Unidade Universitária II do Centro Universitário de Rio Preto (Unirp), no município de São José do Rio Preto, São Paulo/BR. A queixa principal foi referida como aparecimento de lesão no globo ocular direito com evolução subaguda (quinze dias), caracterizada por edema de córnea, hiperemia conjuntival, junto de blefaroespasmo e epífora (Figura 1, A). Ao histórico, não foi relatado trauma, porém, havia presença massiva de moscas na propriedade de onde se originava o animal. À anamnese, determinou-se que apenas este indivíduo apresentava a alteração relatada e que o manejo sanitário do rebanho se encontrava atualizado.

Achados em exame físico e diagnóstico Ao exame físico geral, os parâmetros fisiológicos do animal encontraram-se dentro dos valores de referência, conforme estabelecido por Feitosa (2014). Apresentou 70 bpm, 38 mpm, mucosas oral, nasal, oculopalpebral (olho contralateral) e prepucial róseas, tempo de preenchimento capilar de dois segundos, grau de desidratação menor que 5%, ruídos normais a auscultação abdominal, com dois movimentos ruminais por minuto, sem alterações à palpação e percussão, sem alterações também a ausculta cárdio respiratória, temperatura retal de 38,6 °C e linfonodos sem alterações à palpação. Amostras de sangue venoso foram coletadas para hemograma (anticoagulante EDTA) e análise bioquímica sérica (soro). Os parâmetros de hematimetria e do leucograma encontraram-se dentro dos valores de referência, bem como valores de aspartato aminotransferase, gama glutamiltransferase, creatinina, ureia, albumina, globulinas, proteína sérica total (PST) e fibrinogênio (KANEKO; HARVEY; BRUSS, 2008). À inspeção do globo ocular direito observou-se edema e opacidade de córnea, hiperemia III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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conjuntival, blefaroespasmo e epífora, sem presença de secreção purulenta, pouca resposta ao teste de reflexo de ameaça e fotofobia (Figura 1, A). Teste a base de colírio estéril de fluoresceína sódica a 1% e análise laboratorial para isolamento de agente etiológico, a partir da coleta da secreção, não foram realizadas.

Diagnosticou-se, portanto, úlcera de córnea presuntivamente secundária a ceratoconjuntivite infecciosa induzida por Moraxella bovis. Este agente etiológico é caracterizado como um

Figura 1 – Evolução da lesão ao longo de seis sessões, em 30 dias de tratamento.

Fonte: arquivo pessoal, 2021

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cocobacilo gram-negativo, oportunista, naturalmente presente na conjuntiva e nas secreções nasais de bovinos sem quaisquer sinais ou história de infecção prévia (O’CONNOR et al., 2012). Há cepas não patogênicas e patogênicas, cuja virulência é influenciada pela raça, idade e sistema imunológico do hospedeiro, pela exposição à luz ultravioleta, pela presença de patógenos concorrentes e condições climáticas e de pastagem (POSTMA; CARFAGNINI; MINATEL, 2008). Além disso, contribui para a disseminação da infecção e agravo dos sinais clínicos a presença massiva de população de mosca facial (GEEM; BROCE, 1985).

A importância da enfermidade é vinculada a perda econômica associada ao estabelecimento da doença, devido à redução de peso, performance e acuidade visual, com consequente queda do rendimento dos animais (DENNIS; KNEIPP, 2021).

Tratamento e evolução Administrou-se flunixin meglumine, na dose de 2,2mg/Kg, uma vez ao dia, por três dias e oxitetraciclina, na dose de 2mg/ Kg, uma vez a cada 48 horas, totalizando três aplicações, sendo ambas as alopatias aplicadas por via intramuscular (ALEXANDER, 2010). Para terapia tópica local, iniciou-se com limpeza e desinfecção utilizando um litro de solução ringer-lactato ozonizada a concentração de 20 mcg/mL, por meio de borbulhamento com fluxo de 0,5L/min, por sete minutos, seguido de cupping com mistura gasosa oxigênio-ozônio, na concentração de 15 mcg/mL, fluxo de 0,125 L/min, continuamente por 15 minutos (Figura 2, A) (RODRÍGUEZ et al., 2018). Foi utilizado gerador de ozônio modelo Ozone&Life® portátil com registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) número 81509100001, utilizando gás de oxigênio medicinal para sua conversão em ozônio com filtro catalizador de ozônio residual acoplado (Ozone&Life®) (Figura 2, B). Foram realizadas seis sessões com intervalo de cinco dias entre as aplicações e tempo total de tratamento de 30 dias. Além disso, recomendou-se o uso diário e contínuo de óleo ozonizado (Ozone&Life®), ao início da manhã e meio da tarde, intercalado com aplicação de colírio com base em soro autólogo ozonizado, no final da manhã e final da tarde. Para formulação do soro, coletou-se 30mL de sangue via venopunção jugular, em tubo estéril, sem anticoagulante.

A amostra permaneceu 60 minutos em temperatura ambiente, antes da centrifugação (10 minutos a 3.000 rpm), em seguida, o III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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soro restante foi ozonizado na concentração de 50 mcg/mL. O óleo e o soro eram mantidos refrigerados (2 a 5 ºC) e a técnica era repetida a cada sessão, para preparo de novo soro.

A córnea é formada por seis camadas sendo elas a película lacrimal pré-corneal, o epitélio anterior e a membrana basal, o estroma, a membrana de Descemet e o endotélio (GELATT; GILGER; KERN, 2013). As úlceras resultam de lesões mecânicas, tóxicas, infecciosas ou químicas à essas camadas (SLATTER, 2001).

A progressão da úlcera leva a um ciclo de manutenção da lesão induzida por enzimas lacrimais, adesão de agentes patogênicos com liberação de proteases e ação dos leucócitos e inicialmente, a neovascularização da córnea não é presente (ALEXANDER, 2010). Para acelerar esse processo e, por consequência, a cicatrização da córnea, pode-se lançar mão de procedimentos cirúrgicos (ALEXANDER, 2010). Outra modalidade terapêutica para incrementar o suprimento sanguíneo, a recuperação e revitalização dos tecidos é por meio da instituição da ozonioterapia (Figura 1, E) (BIAŁOSZEWSKI et al., 2010). Na córnea, a ozonioterapia pode ter um impacto na prevenção da degradação do fator-1 indutível por hipóxia (HIF-1α), que fornece proteção ao tecido por meio da supressão da apoptose (ERTEKINA; ARIKANB; KARABOGAC, 2019). A mistura gasosa de oxigênio-ozônio e os óleos ozonizados são bem tolerados pelos tecidos, quando em dose adequada, e suas atividades biológicas estão relacionadas aos compostos oxigenados, gerando espécies reativas de oxigênio também produzidas por granulócitos e macrófagos durante um processo infeccioso (BOCCI, VELIO, 2011).

Figura 2 – Aplicação das técnicas de cupping, em A, e lavagem ocular com solução ozonizada, em C. Em B, gerador de ozônio Ozone&Life®.

Fonte: arquivo pessoal, 2021 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Os óleos ozonizados são antissépticos obtidos da reação química entre o ozônio e os ácidos graxos insaturados dos óleos vegetais (DÍAZ et al., 2006). Essa reação leva à formação de 1,2,4-trioxolano que representa a forma ativa de ozônio nesses substratos (SKALSKA et al., 2009; SEGA et al., 2010) e gera rapidamente alguns compostos responsáveis pelo processo de cicatrização quando aplicados em feridas úmidas ou úlceras (TRAVAGLI et al., 2010) e é responsável por tratamentos antimicrobianos e antimicóticos (ALMEIDA, NATHÁLIA R. et al., 2013).

Embora o uso do ozônio não seja capaz de inativar bactérias e vírus intracelulares, pode estimular o sistema imunológico, ativando neutrófilos e aumentando a liberação de citocinas (BOCCI, V.; DI PAOLO, 2004).

Revisou-se que óleos vegetais ozonizados podem eliminar os patógenos por oxidação direta mediada por peróxido de hidrogênio e lipoperóxidos, e pela citotoxicidade em células de divisão rápida, por meio de lise bacteriana e morte celular e regulação negativa da sua atividade mitocondrial (MARTÍNEZ-SANCHEZ, 2021). Além de seu efeito antimicrobiano e de aumento da tensão de oxigênio local, os componentes do ozônio e do óleo ozonizado promovem a remodelação do tecido (KIM et al., 2009). O fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGF) e o fator de crescimento transformador ß (TGF-β) são liberados dos tecidos locais após a estimulação do ozônio (Kim et al., 2009), que também é responsável pelo condicionamento pré-oxidativo, consistente com a expressão de superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase (MARCHEGIANI et al., 2019). Em um estudo preliminar in vivo foi demonstrado que o colírio à base de ozônio possui atividade anti-inflamatória e bactericida, além de promover o reparo tecidual (MARCHEGIANI; SPATERNA, 2017). Outros resultados preliminares demonstraram que o colírio à base de ozônio representa uma opção viável para o tratamento de afecções oculares externas em animais e humanos (SPADEA et al., 2018).

De modo geral, a ozonização do sangue autólogo induz atividade imunológica aumentada pela produção de interferon e outras citocinas induzidas por peróxido de hidrogênio em linfomonócitos (SAGAI; BOCCI, 2011). Em uma revisão, López-García et al., (2007) reuniram como componentes de maior importância do soro autólogo o TGF-β, albumina, macroglobulina α2, PDGF, neuropeptídeos como a substância P, fator de crescimento seIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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melhante à insulina 1, além de fator de crescimento epitelial (EGF), vitamina A, fibronectina e lisocima (GEERLING; MACLENNAN; HARTWIG, 2004). Nesse sentido, o soro também se assemelha a lágrima em pH e osmolaridade e contribui para a manutenção da umidade local e com atividade bactericida (QUINTO; CAMPOS; BEHRENS, 2009). Sucessos anteriores com a instituição da terapia com soro autólogo foram relatados (ALMEIDA, FABIO FRANCO et al., 2018)(OLIVEIRA et al., 2019).

Conclusão A associação de técnicas de ozonioterapia com alopatia sistêmica foi eficaz para a resolução do quadro clínico subagudo de úlcera de córnea profunda, conforme apresentado no caso relatado.

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Uso do óleo ozonizado na clínica de grandes animais – relato de casos Use of ozonized oil in the large animal clinic case report Helena Gomes Ferreira Pinto¹; Federico dos Santos Cupello²; Ygor Roberto Paulo Barcelos 3; Leonardo Viana de Lima 4; Mário Felipe Alvarez Balaro 5 1 - Mestranda do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução Animal) da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense, Niteroi – Rio de Janeiro – Brasil 2 – Mestrando: Departamento PPGMV – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica – Rio de Janeiro – Brasil 3 - Graduando: Medicina Veterinária – Universidade Estácio de Sá – Nova Iguaçu – Rio de Janeiro – Brasil 4 – Graduando: Medicina Veterinária – Universidade Estácio de Sá – Nova Iguaçu – Rio de Janeiro – Brasil 5 – Médico-veterinário do Departamento de Patologia e Clínica Veterinária (MCV) da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense – Niterói – Rio de Janeiro – Brasil Correspondência: hferreira@id.uff.br

Resumo: A ozonioterapia é um tratamento de fácil aplicação, com resultados rápidos e baixo custo. Da mesma forma, não gera resíduos que possam interferir nos prazos de carência na produção de carnes ou leite. Além disso, pela idade dos animais e lesões em regiões de cautela (como olhos e boca), confere segurança por não gerar intoxicação, mesmo em casos de possível ingestão acidental do óleo. A facilidade de ser utilizada em quaisquer espécies também é um importante benefício do uso do óleo ozonizado.

Palavras-chave: ozonioterapia, ectima, colostro, habronemose, óleo Abstract: Ozone therapy is an easy-to-apply treatment, with quick results and low cost. Likewise, it does not generate residues that could interfere with the grace periods in the production of meat or milk. In addition, due to the age of the animals and injuries in areas of concern (such as eyes and mouth), it provides security by not generating intoxication, even in cases of possible accidental ingestion of the oil. Ease of use on any species is also an important benefit of using ozonized oil.

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Keywords: ozone therapy, ecthyma, colostrum, habronemiasis, oil Em um capril comercial localizado no Rio de Janeiro, foram relatados 15 casos no berçário (de um total de 280 animais, indicando 5% do rebanho), de cabritas com lesões dérmicas profundas, compostas por crostas de colostro que, ao serem retiradas, expulsavam coleção de pus, amarelado e denso. Tais lesões se encontravam nas regiões de pescoço e membros anteriores, principalmente. Ao fazer uma anamnese detalhada, foi observado que as lesões apareciam apenas nas cabritas recém-nascidas, horas após ingestão de colostro diretamente da mamadeira. Pela dificuldade inicial de aprender a sucção, espalhavam o colostro pelas áreas supracitadas e, ao deitar encolhidas, com a fonte de calor, o colostro se acumulava e ressecava, causando crostas ricas em nutrientes, servindo de meio de cultura para bactérias da microbiota normal da epiderme. Considerando

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o total de animais afetados (15 cabritos - 5%), 73,3% (11/15) apresentaram lesões superficiais até o subcutâneo e 26,7% (4/15) desenvolveram lesões profundas atingindo a fáscia muscular até a cápsula articular. Para o tratamento, foi utilizado um

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conversor de ozônio, cilindro de oxigênio, bolsa de solução de fluido de 250 mL (soro fisiológico) com tubo acoplado e conectado ao conversor. O soro foi ozonizado por um tempo de três minutos, sendo homogeneizado durante o processo. O óleo de girassol foi ozonizado diretamente no aparelho, formando compostos com ação antimicrobiana, antiinflamatória e antioxidante, como o peróxido de hidrogênio. O tratamento das feridas foi realizado por tricotomia inicial das lesões, limpeza para retirada de secreção purulenta com 60 mL de soro fisiológico ozonizado (em jatos por seringa e pedilúvio). Após limpeza e secagem com gaze, o óleo ozonizado foi aplicado uma vez ao dia até a cicatrização. Em 24 horas, 100% (15/15) dos cabritos não apresentavam mais secreção purulenta da ferida. Em 48 horas, iniciou-se o fechamento das lesões. Nos casos de lesões superficiais (73,3%; 11/15), três dias de ozonioterapia foram suficientes. Por outro lado, cabritos com lesões profundas (26,7%; 4/15) necessitaram de duas semanas para a cicatrização completa.

Outro caso de estudos utilizando o óleo ozonizado foi com ectima contagioso, que geralmente é autolimitado e não há tratamento antiviral específico, embora possam ocorrer infecções bacterianas secundárias. Portanto, o curativo periódico das lesões tem sido indicado até a melhora clínica.

No estudo I, objetivou-se verificar se a retirada das crostas no curativo tópico e a aplicação de levamisol reduziriam o tempo de remissão clínica. No estudo II, foi verificado o efeito do óleo ozonizado como anti-séptico para a cicatrização dessa ferida.

Os estudos foram conduzidos em duas fazendas de ovinos de corte durante um surto de ectima contagioso. Em ambos os locais, o agente viral foi confirmado por diagnóstico molecular (PCR) e histopatológico.

No estudo I, foram selecionadas 14 ovelhas Santa Inês (2,4 ± 0,7 anos, ECC: 3,0 ± 0,3) com padrão de lesão semelhante e formados dois grupos: G1 (n = 7) retirada de crostas antes do curativo e; G2 (n = 7) aplicação diária (durante duas semanas) de levamisol (2,5 mg / kg; SC; dose de imunomodulação). Independentemente do grupo, os curativos tópicos eram feitos diariamente com gaze umedecida com iodo 2% em solução de glicerina até a remissão clínica. O tempo de remissão clínica entre os grupos foi avaliado pelo teste t. No estudo II, um total de quatro ovelhas Santa Inês (2,9 ± 0,5 anos, BCS: 3,0 ± 0,2) com III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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padrão de lesão semelhante foram selecionadas para comparar diferentes tratamentos tópicos: G1 (n = 2) tratadas com 2% de iodo em solução de glicerina e G2 (n = 2) tratado com óleo de girassol ozonizado, diariamente, até a remissão clínica. De cada ovelha, biópsias de pele foram coletadas uma vez por semana

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(antes [T0], durante [T7] e após os tratamentos [T14]) para avaliação histopatológica. No estudo I, houve tendência de menor tempo de remissão clínica no G1 quando comparado ao G2 (18,3 ± 3,0 vs. 21,1 ± 3,2 dias; P = 0,09). Não houve efeito do levamisol no tempo de remissão clínica entre os grupos (19,7 ± 4,5 = 19,7 ± 2,1 dias; P> 0,05).

No estudo II, na primeira biópsia, todos os tecidos apresentavam úlceras e inflamação. No segundo, ambos os grupos apresentavam metade dos animais com reepitelização tecidual completa e a outra metade em processo intermediário. Na terceira biópsia, todos os animais apresentavam tecidos totalmente reepitelizados. Na análise clínica, o G1 ainda apresentava crostas após uma semana de tratamento, diferentemente do G2, que não formava mais crostas naquele momento. Com base nesses resultados, o agricultor optou por usar óleo ozonizado no curativo de outros animais afetados e, na experiência dos autores, os resultados (não quantificados) foram semelhantes aos normalmente obtidos pela solução de iodo, porém com resolução mais rápida do crostas. A aplicação do levamisol, na posologia adotada, não trouxe recompensas na terapia contra

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o ectima contagioso. Porém, associar a remoção de crostas e o uso de óleo ozonizado como anti-séptico traz benefícios. Da mesma forma, o óleo ozonizado facilitou o trabalho do funcionário pela menor formação de crostas ao longo do período de cicatrização, além de evitar o ressecamento dos tecidos (diferente do iodo), com maior segurança para a região ocular e oral.

Em um haras localizado em Sorocaba, São Paulo, foi relatado um caso de habronemose em um pônei, com lesão ulcerada próxima ao olho esquerdo, logo abaixo da pálpebra inferior, há mais de um ano, sem resposta positiva a nenhum tratamento realizado anteriormente. Como protocolo, foi abordada a ozonioterapia em duas formas: duas sessões de cupping, com intervalo de cinco dias, com o uso da mistura do gás oxigênio-ozônio diretamente na lesão por dez minutos. O conversor utilizado (O&L 1.5 RM – Ozone & Life) foi colocado na combinação de fluxômetro no 1/8 e dosador 3, formando uma concentração

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19 mcg/mL. Associado a este procedimento, foi aplicado o óleo ozonizado sobre a ferida, uma vez ao dia por dez dias. O protocolo selecionado permitiu a recuperação tecidual total da lesão, com proliferação de tecido primário, sem formar tecido de granulação ou cicatricial. Observou-se, além disso, que mesmo após o tratamento completo de dez dias com o óleo ozonizado, a lesão continuou a regredir por mais cinco dias, o que totalizou um período de tratamento por quinze dias apenas. Nenhum efeito colateral foi identificado, mesmo com a proximidade do globo ocular da lesão, mostrando segurança do uso do óleo ozonizado.

A ozonioterapia é um tratamento de fácil aplicação, com resultados rápidos e baixo custo. Da mesma forma, não gera resíduos que possam interferir nos prazos de carência na produção de carnes ou leite. Além disso, pela idade dos animais e lesões em regiões de cautela (como olhos e boca), confere segurança por não gerar intoxicação, mesmo em casos de possível ingestão acidental do óleo. A facilidade de ser utilizada em quaisquer espécies também é um importante benefício do uso do óleo ozonizado.

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Uso de ozônio na terapêutica de mastite subclínica em vacas leiteiras Use of ozone in subclinical mastitis therapy in dairy cows Esther Abihail Fuentes Arévalo 1; Davi Francisco Silva ¹; Angelina Bossi Fraga 2; Pierre Barbabé Escodro 2 1-Discente de pós-graduação – Universidade Federal de Alagoas – Viçosa, AL 2-Professor Adjunto da Universidade Federal de Alagoas – Viçosa, AL Correspondência: abihail.fuentes@gmail.com

Resumo: Hipotetiza-se que, o uso do ozônio como tratamento na mastite subclínica possa evitar o efeito de resistência dos microrganismos aos antibióticos sem gerar alterações na composição do leite e na sua qualidade. Neste projeto de foram escolhidos e divididos quartos com mastite subclinica grau 3, ficando ao final 4 grupos: 1) Antibiótico (TC); 2) Gás ozônio 40 mcg/mL (G40); 3) Gás ozônio 20 mcg/mL (G20); 4) Soro ozonizado a uma concentração de 12,5 mcg/mL (SO), dos quais foram coletadas amostras antes e depois do final dos tratamentos para avaliar qualidade do leite e realizar análises microbiológicas, os tratamentos foram aplicados a cada 24h por três dias consecutivos.

Resultados: Estatisticamente não há diferença significativa entre os componentes do leite avaliados na análise físico-química do leite. Da mesma forma, não houve diferença entre os diferentes tipos de administração de ozônio intramamário, considerando que os 3 tratamentos experimentais mantiveram os componentes do leite sem alteração. No caso de quartos infectados por microrganismos, o tratamento de ozônio resultou em uma redução da prevalência de quartos afetados por microrganismos. O ozônio intramamário na forma de gás ou soro ozonizado é uma alternativa para o tratamento da mastite subclínica.

Palavras-chave: Leite. Ozonioterapia. Resistência antimicrobiana. Saúde Única Abstract: It is hypothesized that the use of ozone as a treatment for subclinical mastitis can prevent the effect of microorganisms’ resistance to antibiotics without generating changes in the composition of milk and its quality. In this project, rooms with grade 3 subclinical mastitis were chosen and divided, leaving 4 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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groups in the end: 1) Antibiotic (TC); 2) Ozone gas 40 mcg/mL (G40); 3) Ozone gas 20 mcg/mL (G20); 4) Ozonized serum at a concentration of 12.5 mcg/mL (SO), from which samples were collected before and after the end of treatments to assess milk quality and perform microbiological analysis, treatments were applied every 24 hours for three days consecutive. Results: Statistically there is no significant difference between the milk components evaluated in the physicochemical analysis of milk.

Likewise, there was no difference between the different types of intramammary ozone administration, considering that the 3 experimental treatments kept the milk components unchanged. In the case of quarters infected by microorganisms, ozone treatment resulted in a reduction in the prevalence of quarters affected by microorganisms. Intramammary ozone in the form of ozonized gas or serum is an alternative for the treatment of subclinical mastitis.

Keywords: Milk. Ozone therapy. Antimicrobial Resistance. One Health Introdução A mastite, ou seja, a inflamação da glândula mamária e seus tecidos secretores, é a enfermidade mais comum e de difícil erradicação em vacas leiteiras.A etiopatogenia normalmente é infecciosa e classificada como uma doença multifatorial, com sua prevalência dependendo de vários fatores de risco como: indivíduo, meio ambiente, higiene e o agente causador (Radinović, et al., 2019).

O tratamento dessa condição é feito com antibióticos, o que gera custos, resistência bacteriana, resíduos no leite, eliminação do leite, reações alérgicas nos consumidores e diminuição da produção (Dután, 2014).É importante ressaltar que a mastite subclínica continua sendo a principal causa do uso de antibacterianos nos rebanhos, sendo o uso desse leite com resíduos de antibióticos o principal problema na produção de alimentos saudáveis. Ao tentar tratar um caso de mastite, três aspectos fundamentais devem ser levados em consideração: eficácia do tratamento; relação custo-benefício; e presença de resíduos de fármacos no leite (Sumano et. al., 2014).

Hipótese III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Hipotetiza-se que o uso do ozônio como tratamento na mastite subclínica possa garantir zero dias de descarte do leite, Além disso, evita o efeito de resistência dos microrganismos aos antibióticos.

Metodologia Metodologia de campo Este projeto de pesquisa foi realizado em uma Fazenda de gado de leite, Foram utilizadas 12 vacas mestiças (Holandês x Zebu). Para a escolha dos quartos a serem utilizados, foi realizado um Califórnia Mastitis Test (CMT) em todo o rebanho e, dessa forma, foram escolhidos e divididos os grupos a serem tratados, ficando ao final como descrito na tabela 1 a seguir.

Tabela 1- Divisão dos grupos de tratamento com mastite subclínica grau 3

Feita essa delimitação dos quartos a serem tratados, as vacas foram identificadas e duas amostras de leite foram retiradas, com uma amostra enviada para análise da composição do leite e outra amostra para envio de cultura microbiológica para identificação de bactérias associadas à mastite presente.

Uma vez que as amostras foram coletadas de cada quarto, a ordenha foi realizada normalmente e ao final da ordenha os tratamentos foram aplicados de maneira apropriada. Todos os tratamentos foram aplicados a cada 24h por três dias consecutivos, após a ordenha. No quarto dia (24 horas após o último tratamento), foi realizado outro teste de CMT e novamente outra coleta de duas amostras para serem enviadas para composição do leite e cultura microbiológica para posteriormente avaliar as alterações no leite antes e após os tratamentos.

Metodologia de aplicação dos tratamentos III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Os tratamentos foram realizados ao final da ordenha, após antissepsia com álcool 70%.

No caso do G40 e do G20, foram utilizadas seringas descartáveis de 20 mL, às quais foi adaptada uma cânula intramamária estéril de aço inoxidável.

No caso do SO, foi utilizado Cloreto de Sódio 0.9% ozonizado, que foi obtido através de borbulhamento por 10 minutos, com o gerador, calibrado para obter uma concentração de gás igual a 50 mcg/mL, resultando com uma concentração final de 12,5 mcg/mL (YOLDI, 2019). Uma vez que o soro foi ozonizado, as doses foram preparadas em seringas descartáveis de 10 mL, às quais foi acoplada uma cânula intramamária de aço inoxidável previamente esterilizada para cada seringa. Diariamente um novo soro ozonizado era preparado descartando a porção excedente. Para todos os tratamentos foi utilizado um gerador de ozônio modelo O&L Portátil da empresa Ozone & Life.

Metodologia para análise da composição e qualidade do leite Para realização da análise da composição do leite, foram consideradas as variáveis: gordura, proteína, lactose, extratos secos totais, extrato seco total desengordurado (ESD), Contagem de Células Somáticas (CCS). As amostras foram enviadas ao laboratório do Instituto Clínica do Leite® em Piracicaba, SP. O laboratório disponibilizou os tubos com o conservante Brononata que foram solicitados anteriormente. As amostras coletadas foram mantidas sob refrigeração a uma temperatura média de 5 °C até a sua chegada ao laboratório.

Metodologia para análise microbiológica No caso das análises microbiológicas, as amostras foram mantidas em refrigeração média de 5 °C e encaminhadas diretamente ao laboratório para processamento no mesmo dia. O método de avaliação foi a cultura microbiológica em meio cromogênico, usando materiais, equipamentos e procedimentos patenteados pela OnFarm® com sede em Piracicaba, SP. Entretanto, essas análises foram realizadas pelo representante da OnFarm®, a Plantel Agropecuária, sediado no município de Batalha, AL. A técnica foi realizada em média 4 horas após as coletas, sendo as placas de cultura inoculadas e colocadas em incubadora para realização da leitura 24 horas após a inoculação.

Análises estatísticas III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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As informações de constituintes do leite, gordura, proteína, lactose, extratos secos totais, extrato seco total desengordurado (ESD), Contagem de Células Somáticas (CCS) das unidades experimentais foram submetidas às análises descritivas e de variância. A análise de variância foi realizada pelo método de ANOVA, tipo one-way, tendo como único efeito, o tratamento em 4 níveis [tratamento controle (TC); solução fisiológica ozonizada a 40 mcg/mL (G40); solução fisiológica ozonizada a 20 mcg/mL (G20) e solução fisiológica ozonizada a 12,5 mcg/mL (SO)]. As médias foram comparadas pelo teste de comparação de médias Student Newman Keuls (SNK) ao nível de 5% de probabilidade (p<0,05). Objetivando-se aproximar a distribuição da variável CCS à distribuição normal, os dados de CCS foram transformados para log na base 10, da seguinte forma.

CCST= log_10⁡CCS Para as análises dos dados de CMT e crescimento microbiológico foram empregadas análises de dados não paramétrica em virtude do comportamento dessas variáveis. Então, utilizou-se o teste do Chi-quadrado (χ2), ao nível de 5% de probabilidade, Chi-squared Test (p<0,05). As análises estatísticas foram realizadas usando-se o programa estatístico R® Resultados Ao final dos tratamentos houve perda de 2 amostras no tratamento G40, devido ao fato do leite dos quartos apresentou alterações que impossibilitaram a leitura das amostras (presença de pus ou sangue), de acordo com os padrões laboratoriais.

Tais perdas foram consideradas na análise estatística. Obtendo os resultados apresentados nas tabelas 2 e 3.

Resultados de composição e qualidade do leite Tabela 2 - Estatística descritiva das variáveis de gordura, proteína, lactose, extratos seco totais, ESD, CCS, CCST no tempo 1 (96 horas após os tratamentos)

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Tabela 3-Médias ajustadas de gordura, proteína, lactose, extrato seco total (ST), extrato seco total desengordurado (ESD), CCSTx103 por mL de leite de tetos submetidas aos diferentes tratamentos listados anteriormente

Médias acompanhadas de letras diferentes na mesma coluna diferem estatisticamente pelo teste SNK a 5% (p<0,05)

Estatisticamente não há diferença significativa entre os componentes do leite avaliados na análise físico-química do leite, apontando-se apenas diferença significativa no extrato seco total para o tratamento G40 e G20. Esta variável é um conjunto que inclui a gordura, proteínas e lactose sendo que embora exista uma diferença significativa, este composto não compromete a qualidade do leite em termos gerais, uma vez que os outros compostos incluindo células somáticas não mostram variações.

Assim, o uso de ozônio no tratamento da mastite subclínica não compromete a qualidade do leite produzido.

Da mesma forma, não houve diferença entre os diferentes tipos de administração de ozônio intramamário, considerando que os 3 tratamentos experimentais mantiveram os componentes do leite sem alteração.

No caso da análise do teste CMT, na avaliação dos autores, não houve dependência entre a aplicação de ozônio e o teste, Tabela 4- Número de quartos com resultados de CMT+ e CMT, número de quartos avaliados e porcentagem de quartos com CMT-após os tratamentos

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portanto os valores obtidos não sofreram efeito direto da aplicação de ozônio. Mas também, deve-se considerar que a leitura do CMT foi feita no intervalo de 3 dias entre o primeiro e o último teste, momento em que a presença bacteriana pode ser afetada pelo efeito do ozônio, mas o efeito total em termos de inflamação ainda não foi realizado, portanto, seria relevante para pesquisas futuras realizar um terceiro teste de CMT em cerca de 5-7 dias e avaliar seu efeito residual em termos do processo de inflamação.

Resultados de análises microbiológicas No caso de quartos infectados por microrganismos, não há correlação entre a administração de ozônio na dose G40, contrário ao caso do G20 e SO em que há correlação entre o crescimento dos microrganismos e da administração. Ponto relevante é o fato que embora haja correlação ou efeito no crescimento bacteriano, a prevalência de quartos infectados apresentam comportamento oposto, sendo a prevalência dos quartos infectados maior nos tratamentos G20 e SO e uma prevalência menor no tratamento G40, um ponto interessante é que mesmo com alta prevalência, esta foi menor que a prevalência de microrganismos apresentada no tratamento controle com antibiótico, isto pode ser indicativo de resistência bacteriana a este tipo de antibiótico. A partir daí, nota-se que o tratamento de ozônio, em qualquer das apresentações, é mais recomendado que o uso de antibiótico, considerando a redução da prevalência de quartos afetados por microrganismos, sendo os tratamentos de G20 e soro os mais recomendados.

Como observado no resultado microbiológico, o compor-

Tabela 5 - Número de quartos não infectados por microrganismos, quartos infectados, número de quartos avaliados, prevalência de quartos infectados após cada tratamento

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Gráfico 1- Crescimento bacteriano após os tratamentos CT (AB), G20, G40 e SO tamento dos quartos totais analisados, dos tratamentos experimentais, o tratamento com soro ozonizado apresentou os melhores resultados, por ter um maior número de quartos recuperados (41,7%), além de manter estável o crescimento bacteriano (58,3%) após o tratamento. Já o tratamento com pior comportamento foi G40 que não apresentou melhoria nenhuma, um 22,2% dos quartos pioraram, apresentando novos crescimentos bacterianos, e 77,8% dos quartos se mantiveram iguais. No caso do tratamento G20 o comportamento foi o segundo melhor no caso dos tratamentos experimentais, já que apresentou uma melhoria, eliminando o crescimento bacteriano em 27,3% dos quartos tratados, além de ter 54,5% dos quartos com um crescimento estável ou igual que no início do tratamento, mas apresentou uma piora no 18,2% dos quartos tratados.

No caso do tratamento controle, apresentando 75% dos quartos recuperados, porém mostrou o mesmo crescimento bacteriano em 25% dos quartos tratados, sendo este um fator para podermos concluir que as bactérias presentes nestes quartos já apresentam resistência microbiana a este tipo de antibiótico.

Portanto, recomenda-se o uso de ozônio intramamário na forma de soro ozonizado para tratar a presença bacteriana causadora da mastite subclínica, podendo ser recomendado também o uso do gás ozonizado na concentração de 20 mcg/mL, que obteve o segundo melhor resultado dentro dos tratamentos experimentais.

Para analisar o comportamento individual por tratamento, III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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os gráficos são mostrados abaixo para comparar as culturas microbiológicas antes e depois dos tratamentos.

Para o tratamento de controle, as bactérias presentes predominantes nas amostras no início eram Streptococcus uberis, gram positivas, Staphylococcus não-aureus e Staphylococcus au-

Gráfico 2-Culturas no tratamento controle

Gráfico 3-Culturas no tratamento G20 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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reus em maior proporção, após o tratamento o maior efeito foi obtido nas gram negativas, especificamente na E. Coli, e nas gram positivas especificamente no Staphylococcus não-aureus, onde no final do tratamento não houve crescimento nenhum. No caso do Staphylococcus aureus e Streptococcus uberis, sim houve crescimento, mas foi menos do que o inicial, tendo um efeito positivo no tratamento da presença bacteriana nas amostras.

Um ponto interessante que este gráfico mostra é que, após um tratamento completo com antibióticos, ainda existe a presença de Staphylococcus aureus e Streptococcus uberis, o que indicaria que essas bactérias já apresentam resistência ao antibiótico utilizado Para o tratamento com ozônio em gás a uma concentração de 20 mcg/mL, a maioria das amostras apresentaram presença de bactérias gram positivas, Staphylococcus aureus, Staphylococcus não-aureus, Streptococcus agalactiae/Dysgalactiae e Streptococcus uberis. Os melhores resultados no controle de crescimento bacteriano deu-se com Streptococcus agalactiae/Dysgalactiae,sendo que após o tratamento com O₃ não houve crescimento dos mesmos.

No caso do de Streptococcus uberis, apresentou-se uma me-

Gráfico 4- Culturas no tratamento G40 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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lhoria de mais do 50%, já no caso de Staphylococcus não-aureus, Staphylococcus não tipificadas e gram positivas não tipificadas também tiveram uma melhora. Portanto, este tratamento é mais recomendado para tratar mastites causadas por Streptococcus uberis.

De acordo com os resultados das culturas para o tratamento com ozônio na forma de gás a uma concentração de 40 mcg/ mL, apenas outras gram positivas foram sensíveis, com recuperação de 1 quarto tratado e, no caso de Staphylococcus aureus, recuperando 2 quartos de 7 tratados.

As outras bactérias apresentaram um crescimento maior após a aplicação do tratamento, portanto o uso deste tratamento é mais recomendado para o caso de Staphylococcus aureus.

Para os quartos tratados com soro ozonizado, as bactérias mais sensíveis foram gram positivas não tipificadas, tais como Klebsiella/Enterobacter, Staphylococcus aureus e não-aureus e Streptococcus uberis. Por sua vez, as bactérias que não foram sensíveis ao tratamento foram gram negativas não tipificadas e Prototheca/levedura.

Portanto, o tratamento com soro ozonizado é recomendado para tratar mastite subclínica causada por bactérias gram-positivas e em maior extensão para mastite causada por Klebsiella/ Enterobacter, Staphylococcus aureus e Streptococcus uberis.

Conhecendo os resultados das culturas microbiológicas com

Gráfico 5- Culturas no tratamento soro ozonizado III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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mais detalhes, podemos agora identificar quais bactérias foram sensíveis a quais tratamentos, resumindo essas informações na tabela a seguir (Tabela 6).

Um ponto muito relevante na realização desta pesquisa foi conhecer os custos envolvidos nos tratamentos, que são detalhados na tabela 7.

Discussão

Tabela 6 - Sensibilidade das bactérias aos tratamentos

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Tabela 7 - Custos em USD$ por tratamento

Os resultados obtidos na presente investigação indicaram que a utilização do ozônio na forma de gás, seja na forma de gás nas concentrações de 20 mcg/mL e 40 mcg/mL, ou na preparação de soro ozonizado, não gera alterações na composição do leite, frente ao uso de antibióticos, além de reduzir a prevalência da infecção e ter ação contra diversas bactérias. Esses dados coincidem com pesquisas realizadas por Ogata et.al.

(2000) e por Argudo et. al. (2017), em que melhorias de 60% foram obtidas para o primeiro caso, com uma única aplicação de gás ozonizado por insuflação intramamária. Já Argudo et al., (2017), utilizaram três aplicações, obtendo melhores resultados nos tratamentos com gás do que com soro. Em ambos os casos, o tratamento controle com antibióticos obteve melhores resultados em relação aos tratamentos com ozônio, sendo interessante considerar no futuro o tratamento combinado de ozônio com antibiótico em menores doses ou tempo de tratamento.

Girgin Ersoy et. al., (2018), realizaram um estudo avaliando os tempos necessários para a inativação de bactérias Gram positivas e negativas, observando que para as bactérias gram positivas, as mesmas foram inativadas após um tempo de exposição ao ozônio de 30 segundos, mas para bactérias Gram negativas o tempo de exposição necessário para sua inativação foi de 20 minutos. Isso nos dá uma nova perspectiva sobre a utilização do III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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ozônio na forma de gás e os resultados desta pesquisa, uma vez que embora o ozônio possa ter um efeito terapêutico, devido que é um gás, é mais volátil, e não permanece em contato com a superfície dos tecidos das cisternas da úbere, poderia ser necessário aumentar o tempo de exposição em caso de mastites causadas por bactérias gram negativas, seja, aumentando o número de doses, administrando doses com menor intervalo de tempo ou alterando o mecanismo de administração, avaliando assim, se é mais eficaz no caso de mastite por Gram negativas a aplicação de gás por meio de insuflação intramamária constante por certo tempo e não apenas a aplicação de gás por meio de uma seringa como é o caso da presente pesquisa.

Por outro lado, é relevante avaliar o uso do ozônio nas demais fases da lactação, visto que segundo Koseman et. al., (2019), o ozônio não é eficaz para o controle da mastite no período de secagem, devendo-se sempre levar em conta a fase da lactação para avaliação da técnica de tratamento a ser empregada.

Em um estudo de Martins et. al., (2020), com o ozônio intramamário em vacas com mastite positiva, obteve uma melhora nos quartos afetados, mas a mastite não foi completamente eliminada. Uma possível explicação seria de uma mastite com bactérias Gram negativas, as quais segundo estudos já reportado acima, necessitam mais tempo de exposição ao ozônio, sendo que requer mais tempo de exposição ou mais doses para atingir um efeito terapêutico adequado. Isso pode ser alcançado através do uso de tempos de exposição mais longos e melhores rotinas de ordenha, por exemplo, um bom pré-dipping antes da ordenha. Nesse sentido, o estudo realizado em 2013, por Calvancanti et. al., mostrou que o uso de soro ozonizado é tão eficaz na desinfecção dos tetos quanto os desinfetantes à base de clorexidina, sendo interessante avaliar diferentes aspectos da rotina de ordenha alinhados a diferentes tipos de exposição ao ozônio, avaliando diferentes meios de aplicação, concentrações e até mesmo interações que poderiam ter efeito terapêutico, uma vez que os diferentes estudos citados avaliaram diferentes concentrações e formas de aplicação do ozônio, tendo uma variedade de resultados, abrindo caminho para a geração de novos experimentos avaliando também a eficácia do ozônio na forma de combinações, como em o caso do estudo de Enginler et. al. (2015), que avaliou diferentes concentrações de gás ozônio e uma combinação de gás com antibiótico, obtendo meIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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lhores resultados na combinação gás e antibiótico.

Também são sugeridos estudos para avaliar combinações com óleo ozonizado, visto que estudo realizado por Quintana et. al., (2019), mostrou melhorias em vacas tratadas com óleo.

Portanto, é de extrema importância analisar o poder sinérgico que existe nas diferentes combinações, tanto nas formas de aplicação quanto nas concentrações de ozônio, e medir sua eficácia tanto a nível terapêutico quanto desinfetante na busca de melhores protocolos com sinergismo entre doses, vias, formas e uso combinado com antibióticos.

Conclusões O ozônio intramamário na forma de gás ou soro ozonizado é uma alternativa e para o tratamento da mastite subclínica, além de poder nos ajudar no combate à resistência microbiana e ao uso indiscriminado de antibióticos nas fazendas leiteiras, mas é necessário realizar novas investigações que apóiam a teoria de forma prática, avaliando diferentes mecanismos de uso, concentrações e tempos de exposição e combinações do ozônio.

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O soro ozonizado melhora o volume globular e proteína plasmática após a sangria de cabras

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inoculadas com o vírus da caxumba e sarampo para a produção de soro hiperimune Ozonized whe improves globular volume and plasma protein after the bleeding of goats inoculated with the mumps and measles virus for the production of hyperimmune whey Helena Gomes Ferreira Pinto¹; Ana Clara Sarzedas Ribeiro 2; Rafael do Prado Freitas 3; Federico dos Santos Cupello 4; Mário Felipe Alvarez Balaro 5 1- Mestranda do Programa de Pós Graduação em Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução Animal) da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense, Niteroi – Rio de Janeiro – Brasil.

2 - Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Medicina Veterinária (Clínica e Reprodução Animal) da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense, Niteroi – Rio de Janeiro – Brasil Médico Veterinário: Departamento MCV – Universidade Federal Fluminense – Niterói – Rio de Janeiro – Brasil.

3 - Graduando de Medicina Veterinária na Universidade Federal Fluminense – Niterói – Rio de Janeiro – Brasil.

4 - Mestrando do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária (PPGMV) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil.

5 - Médico Veterinário do Departamento de Patologia e Clínica Veterinária (MCV) da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense – Niterói – Rio de Janeiro – Brasil Correspondência: hferreira@id.uff.br

Resumo: O soro hiperimune é necessário em etapas no controle de qualidade de vacinas humanas, testes diagnósticos, além de servir como imunizante imediato em casos agudos de diversas enfermidades. A produção surge a partir da inoculação de um antígeno atenuado em um animal de seleção (coelhos, caprinos, equinos, etc), estimulando o sistema imunológico que produz anticorpos policlonais. O sangue deste animal é coletado e purificado para produção do soro hiperimune. Neste contexto, a ozonioterapia pode estimular a eritropoiese no animal após o procedimento da sangria, reduzindo o período entre as coletas. Deste modo, objetiva-se avaliar a administração do ozônio como estimulante da eritropoiese.

Palavras-chave: hematopoese, ozonioterapia, caprinos, sangria, recuperação

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Abstract: Hyperimmune serum is needed in stages in the quality control of human vaccines, diagnostic tests, in addition to serving as an immediate immunizing agent in acute cases of various diseases. Production arises from the inoculation of an attenuated antigen in a selection animal (rabbits, goats, horses, etc.), stimulating the immune system that produces polyclonal antibodies. The blood from this animal is collected and purified to produce hyperimmune serum. In this context, ozone therapy can stimulate erythropoiesis in the animal after the bleeding procedure, reducing the period between collections. Thus, the objective is to evaluate the administration of ozone as a stimulant of erythropoiesis.

Keywords: hematopoiesis, ozone therapy, goats, bleeding, recovery O soro hiperimune é necessário em etapas no controle de qualidade de vacinas humanas, testes diagnósticos, além de servir como imunizante imediato em casos agudos de diversas enfermidades. A produção surge a partir da inoculação de um antígeno atenuado em um animal de seleção (coelhos, caprinos, equinos etc), estimulando o sistema imunológico que produz anticorpos policlonais. O sangue deste animal é coletado e purificado para produção do soro hiperimune. Neste contexto, a ozonioterapia pode estimular a eritropoiese no animal após o procedimento da sangria, reduzindo o período entre as coletas.

Deste modo, objetiva-se avaliar a administração do ozônio como estimulante da eritropoiese. Para o projeto, foi adotado um delineamento crossover 2 x 2 (estudo de bioequivalência intervalados em 2 meses) em que estão sendo utilizadas 10 cabras inoculadas com antígeno atenuado para Caxumba (n=5) e Sarampo (n=5). Vinte e quatro horas após a sangria (15% da volemia dos animais), o Gozônio recebeu, por via endovenosa, 500 mL de soro NaCL adicionado com 240 mL da mistura O₂/O₃ a uma concentração de 19 mcg/mL. O equipamento (conversor) utilizado foi da marca Ozone&Life 1.5 e a concentração determinada foi obtida pela combinação do fluxômetro 1\8 com o dosador 3. O GControle recebeu a mesma quantidade de soro NaCL (500 mL via endovenosa), sem adição de quaisquer substâncias. Foram coletados 5 mL de sangue total para hemograma nos tempos: T1 (antes da sangria), T2 (imediatamente após), T3 (6h após), III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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T4 (12h após), T5 (24h após), T6 (48h após), T6 (60h após), T7 (3 dias após), T8 (7 dias após), T9 (14 dias após), T10 (30 dias após), T11 (45 dias após) e T12 (60 dias após). Para comparação entre grupos as variáveis paramétricas serão submetidas ao Teste T (p<0,05). Como resultados parciais, independente do efeito de tratamento, verificou-se que imediatamente após a sangria (T2) houve queda de 19,4% do volume globular (VG) médio (29,0 ± 1,9 para 23,3 ± 2,5) estabilizando após 24 h (T5) com 45,3% de queda no VG (29,0 ± 1.9 para 15,8 ± 1,9). Após sete dias (T8), o VG manteve-se inalterado quando comparado às 24h (15,8 ±

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1,9 = 15,0 ± 1,2). Após 14 dias (T9) verificou-se taxa de recuperação de 30,7% do VG quando comparado aos valores basais (T1) (20,1 ± 1,7 de 29,0 ± 1,9). Com relação ao efeito do tratamento com ozônio sobre a resposta eritrocitária, verificou-se que o VG (21,6 ± 1,0 vs. 18,6 ± 2,5; p=0.054) e proteína plasmática (7,1 ± 0,5 vs. 6,5 ± 0,2; p=0.052) do Gozônio foi superior ao Gcontrole após 14 dias da sangria. Igualmente, houve uma maior taxa de recuperação dos valores de VG, quando comparado aos valores basais, no Gozônio (51,4% vs. 21,4%; p=0.053). Não foram encontradas mais alterações nos outros parâmetros hematológicos entre os grupos experimentais. Em conclusão, embora o estudo ainda esteja em fase de coleta de dados, até o presente momento verificou-se que o soro ozonizado melhora índices eritrocitários e a proteína plasmática após 14 dias da sangria de cabras inoculadas com o virus da caxumba e sarampo para a produção de soro hiperimune.

Uso de ozonioterapia em uma anta (Tapirus terrestris) - relato de caso

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Use of ozone therapy in a tapir (Tapirus terrestris) Vanessa Veronese Ortunho Doutora em Ciência Animal, Professora Titular no Centro Universitário de Santa Fé do Sul e Proprietária da empresa Vet Nêssa O3 – Ilha Solteira – São Paulo – Brasil.

Correspondência: vanessaverort@yahoo.com.br

Resumo: Uma anta vítima de incêndio foi resgatada pelos bombeiros. Em função dos ferimentos causados no incêndio e no resgate foram instituídos diferentes protocolos terapêuticos com ozonioterapia.

Palavras-chave: Bagging, Feridas, Insuflação Retal, Tapirus terrestris Abstract: A tapir victim of fire was rescued by firefighters. Due to the injuries caused in the fire and in the rescue, different therapeutic protocols with ozone therapy were instituted.

Keywords: Bagging, Feridas, Insuflação Retal, Tapirus terrestris Histórico Fomos acionados para atender uma anta que tinha sido resgatada pelos bombeiros de um incêndio e que ainda estava sedada para receber os primeiros socorros.

Achados em exame físico e diagnóstico Animal macho, jovem, com aproximadamente 80 kg. Ao exame apresentava várias feridas na região da cabeça e dorso que tinham sido originadas pela captura e pelo transporte até o local de atendimento, figura 1. Os quatro membros estavam com feridas, principalmente na face plantar, como pode ser visto na figura 2.

Tratamento e evolução A primeira sessão de Ozonioterapia foi realizada com o seguinte protocolo: bagging, insuflação retal, perilesional e uso do óleo de girassol ozonizado.

O bagging foi realizado na concentração de 28 mcg/mL por 10 minutos, modo off por 2 minutos, em seguida acionado por mais 10 minutos, com concentração 22 mcg/mL, e novamente modo off por 2 minutos. No terceiro ciclo, usou-se mais 10 miIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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nutos na concentração de 18 mcg/mL. Em seguida, desligou-se o aparelho e o animal foi mantido por mais 20 minutos na bolsa (figura 3).

Na insuflação retal foi usado 60 mL com uma concentração

Figura 1 - Lesões na região dorsal de uma anta.

Fonte: arquivo pessoal do autor

Figura 2 - Lesões na face plantar dos membros torácicos.

Fonte: arquivo pessoal do autor

Figura 3 - Realização de bagging Fonte: arquivo pessoal do autor

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de 5 mcg/mL. Na aplicação perilesional, aplicou-se 40 mL com uma concentração de 5 mcg/mL intramuscular ao redor das lesões ocasionadas pelo transporte, conforme a Figura 4.

Figura 4: Realização de Ozonioterapia perilesional.

Fonte: arquivo pessoal do autor

Em seguida, colocou-se óleo de girassol ozonizado (Ozone Life) em todas as feridas e naquelas oriundas em decorrência do transporte aplicou-se também pomada repelente de insetos, figura 5 e 6. É importante frisar que a captura e transporte de animais silvestres devem ser realizados por equipes com um maior treinamento para evitar que aconteçam mais lesões no animal resgatado.

Nos membros após o uso do óleo fez-se bandagem não aderente, como pode ser visto na figura 7.

Aconselhou-se a troca dos curativos diariamente.

Além do tratamento com ozônio, foi prescrito pelo médico veterinário encarregado pela condução do caso, antibióticos e anti-inflamatórios e quando necessário fez-se a administração de solução fisiológica pela via subcutânea, figura 8.

Após 2 dias do início do tratamento, as feridas do dorso estavam menos edemaciadas e com menor congestão, como pode ser visto nas figuras 9, 10, 11 e 12. Para a realização do manejo de férias e trocas de talas, colocava-se o animal em decúbito lateral e não havia a necessidade de sedação ou anestesia.

Pela evolução clínica, registrada nas figuras, é visível a meIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 5 - Feridas após o uso do óleo de girassol ozonizado.

Fonte: arquivo pessoal do autor.

Figura 6 - Feridas após o uso de pomada repelente de insetos.

Fonte: arquivo pessoal do autor III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 7 - Animal após a sessão de Ozonioterapia.

Fonte: arquivo pessoal do autor

Figura 8 - Aplicação de solução fisiológica.

Fonte: arquivo pessoal do autor

Figura 9 - Ferida do dorso após 2 dias do início do tratamento.

Fonte: arquivo pessoal do autor

lhora do animal, pois conforme se observa nas figuras 13 e 14, o mesmo já caminhava para beber água e se alimentar.

Uma semana após o início do tratamento, o animal foi sedado, segundo protocolo realizado pelo veterinário que estava encarregado do caso, para realização da segunda sessão de ozonioterapia com o seguinte protocolo, bagging, insuflação retal, perilesional e uso do óleo de girassol ozonizado. Como pode ser observado na figura 15, observou-se diminuição da inflamação nas feridas dos membros e início de cicatrização.

O bagging, figura 16, foi realizado na concentração de 25 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figuras 10, 11 e 12 - Feridas dos membros após 2 dias do início do tratamento.

Fonte: arquivo pessoal do autor

Figuras 13 e 14 - Animal em estação para ingerir água e alimentação.

Fonte: arquivo pessoal do autor

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mcg/mL por 10 minutos, modo off por 2 minutos, em seguida acionado por mais 10 minutos, com concentração 25 mcg/mL, e novamente modo off por 2 minutos. No terceiro ciclo, usou-se mais 10 minutos na concentração de 22 mcg/mL. Em seguida, desligou-se o aparelho e o animal foi mantido por mais 20 minutos na bolsa.

Na insuflação retal foi usado 60 mL com concentração 9 mcg/ mL. Na aplicação perilesional, aplicou-se 40 mL com concentração de 10 mcg/mL intramuscular ao redor das lesões ocasionadas pelo transporte.

Em seguida, aplicou-se óleo de girassol ozonizado nas feri-

Figura 15 - Ferida do membro na segunda sessão de ozonioterapia demonstrando boa evolução do caso.

Fonte: arquivo pessoal do autor.

Figura 16 - Segunda sessão de Ozonioterapia.

Fonte: arquivo pessoal do autor.

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das, e os curativos nas patas foram realizados.

Infelizmente, no dia seguinte, o animal estava morto quando os tratadores foram alimentá-lo. Foi realizada a necropsia e as lesões mais significativas foram: rins friáveis, fígado friável com coloração enegrecida, petéquias no baço, coração estava com equimose, edema das vias respiratórias superiores com presença de líquido espumoso, pulmões apresentavam coloração escura, edemaciado e com líquido espumoso que foi encontrado na traqueia também.

Acredita-se que o animal tenha inalado muita fumaça durante o incêndio, o que explica as lesões em vias respiratórias.

As lesões em rins, fígado, baço e coração sugerem um estresse por captura e a causa mortis foi insuficiência respiratória.

Conclusão O uso da ozonioterapia nas lesões ocasionadas pela queimadura mostrou ser eficiente, pois em uma semana houve cicatrização da ferida com início de deambulação sem dor para comer e beber, com presença de tecido de granulação no local.

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Relato de caso do uso de ozonioterapia em um cervo Case report of the use of ozone therapy in a deer Vanessa Veronese Ortunho Doutora em Ciência Animal, Professora Titular no Centro Universitário de Santa Fé do Sul e Proprietária da empresa Vet Nêssa O3 – Ilha Solteira – São Paulo – Brasil.

Correspondência: vanessaverort@yahoo.com.br

Resumo: Um cervo com ferida na região úmero-rádio-ulnar mostrou foi tratado com associações de técnicas de ozonioterapia.

Os protocolos instituídos promoveram redução da área lesionada e cicatrização cutânea.

Palavras-chave: bagging, feridas, insuflação retal, veado Abstract: A deer with a wound in the humerus-radio-ulnar region was treated with combinations of ozone therapy techniques. The established protocols promoted reduction of the injured area and skin healing.

Keywords: bagging, wounds, rectal insufflation, deer Histórico Foi atendido por médico veterinário particular um cervo que estava há 2 meses em tratamento convencional de um ferimento, sem evolução clínica adequada.

O animal foi resgatado pelos bombeiros, sendo que o mesmo encontrava-se enroscado numa cerca de arame farpado, provavelmente devido a fuga de algum incêndio.

Achados em exame físico e diagnóstico Animal fêmea, filhote, 8 kg. Apresentava uma ferida na região da articulação úmero-rádio-ulnar esquerda, que se estendia desde o terço médio distal do úmero até o terço médio proximal do rádio e ulna, tanto na face lateral quanto na medial do membro. Havia perda de musculatura e exposição óssea, conforme se observa nas figuras 1 e 2.

Tratamento e evolução No dia 13 de outubro de 2020, o animal foi sedado por médico-veterinário qualificado e fez-se a 1ª sessão de ozonioterapia III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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com o seguinte protocolo: bagging, insuflação retal, perilesional e uso do óleo de girassol ozonizado.

O bagging foi realizado na concentração de 34 mcg/mL por 10 minutos, sendo o gerador desligado por 2 minutos; em seguida por mais 10 minutos foi utilizada a concentração 33 mcg/ mL; novamente desligou-se o gerador por 2 minutos. No terceiro ciclo, usou-se mais 10 minutos na concentração de 28 mcg/ mL. Ao final, desligou-se o aparelho e o animal foi mantido por mais 20 minutos na bolsa apenas com o ozônio residual, conforme figura 3.

Na insuflação retal foi usado um volume de 60 mL e concentração de ozônio de 5 mcg/mL.

Figuras 1 e 2 - Lesões no membro torácico de um cervo.

Fonte: arquivo pessoal do autor

Figura 3: Realização do bagging na sessão de número 1.

Fonte: arquivo pessoal do autor III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Na aplicação perilesional, aplicou-se um volume de 40 mL com concentração de 5 mcg/mL ao redor da ferida no subcutâneo.

Em seguida, colocou-se óleo de girassol ozonizado (Ozone Life) e realizou-se a bandagem não aderente.

Foi recomendada a utilização diária do óleo e a troca do curativo.

No dia 20 de outubro de 2020, foi realizada a segunda sessão de ozonioterapia: bagging, insuflação retal, perilesional e uso do óleo de girassol ozonizado.

O bagging foi realizado na concentração de 28 mcg/mL por 10 minutos, desligou o gerador por 2 minutos; em seguida por mais 10 minutos foi utilizada a concentração 22 mcg/mL, novamente desligou-se o gerador por 2 minutos. No terceiro ciclo, usou-se mais 10 minutos na concentração de 18 mcg/mL. Ao final, desligou-se o aparelho e o animal foi mantido por mais 20 minutos na bolsa apenas com o ozônio residual, como pode ser visto na figura 4.

Na insuflação retal foi usado um volume de 60 mL e concentração de 10 mcg/mL. Na aplicação perilesional, aplicou-se no subcutâneo um volume de 40 mL e concentração de 10 mcg/mL de gás ao redor da ferida, Figura 5.

Em seguida, colocou-se óleo de girassol ozonizado (Ozone Life) e realizou-se a bandagem não aderente.

No dia 27 de outubro de 2020, fez-se a terceira sessão de Ozonioterapia, na qual se repetiu o protocolo da sessão anterior.

Observou-se uma significativa diminuição no tamanho da ferida, um aumento da musculatura e os ossos estavam menos

Figura 4: Realização do bagging na sessão de número 2.

Fonte: arquivo pessoal do autor

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Figura 5 - Ozonioterapia perilesional na sessão de número 2.

Fonte: arquivo pessoal do autor

Figuras 6 e 7 - Aparência da ferida na sessão de número 3.

Fonte: arquivo pessoal do autor

Figuras 8 e 9 - Comparação da ferida na sessão de número 2 e na sessão de número 3, respectivamente.

Fonte: arquivo pessoal do autor

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aparentes, como pode ser observado nas figuras 6, 7, 8 e 9.

Como pode ser observado na figura 8, a ferida encontrava-se inicialmente com 7,5 cm na segunda sessão e a figura 9 mostra que houve uma diminuição de 3 cm após 2 semanas de tratamento.

Após 15 dias, fez-se uma avaliação na ferida do animal e optou-se pela não realização da sessão da ozonioterapia pelo risco anestésico e pela evolução do quadro ter sido positiva, como pode ser visto nas figuras 10 e 11.

Recomendou-se a continuação do uso do óleo de girassol ozonizado até a completa cicatrização da ferida.

Conclusão O uso da ozonioterapia na ferida de um cervo na região úmero-rádio-ulnar mostrou ser eficiente quando se associou bagging, infiltração local e óleo ozonizado com 3 sessões onde observou-se redução da área lesionada e cicatrização cutânea.

Figuras 10 e 11 - Aparência da ferida no final do tratamento.

Fonte: arquivo pessoal do autor.

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Alteração dos parâmetros hematimétricos e bioquímicos em codornas com aplicação de ozônio por insuflação cloacal Change of hematimetric and biochemical parameters in quail with application of ozone by cloacal insufflation Domingos Savio de Aquino Junior Médico-veterinário Correspondência: domingos_aquino@hotmail.com

Resumo: O presente trabalho tem a intenção de investigar a presença de alterações hematimétricas e bioquímicas no sangue das aves após a insuflação cloacal da mistura de ozônio e oxigênio, com a intenção de avaliar possíveis alterações e sua semelhança aos relatos da aplicação em mamíferos, uma vez que na literatura os relatos da aplicação sistêmica da ozonioterapia em aves é raro. Para tanto foram utilizadas seis codornas domésticas (Coturnix coturnix), divididas em grupo controle, grupo verde e grupo branco que receberam por insuflação cloacal respectivamente oxigênio medicinal, mistura oxigênio\ ozônio a 10 mcg/mL e mistura oxigênio\ozônio a 30 mcg/mL. Os parâmetros hematológicos foram analisados em três momentos, sendo previamente à primeira aplicação dos gases (T0), 48h após a quinta aplicação dos gases (T1) e 48 após a décima aplicação dos gases (T2). Nos grupos que receberam ozônio, foi possível observar alterações em parâmetros séricos, mostrando que a insuflação cloacal é uma via possível de se trabalhar nesta espécie, contudo, são necessários mais estudos visando determinar a relação dose/efeito nas aves e suas possíveis aplicações clínicas.

Palavras-chave: ozonioterapia, aves, insuflação cloacal, bioquímica Abstract: The present work intends to investigate the presence of hematimetric and biochemical alterations in the blood of birds after cloacal insufflation of the mixture of ozone and oxygen, with the intention of evaluating possible alterations and III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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their similarity to reports of application in mammals, since in the literature, reports of systemic application of ozone therapy in birds are rare. For this purpose, six domestic quails (Coturnix coturnix) were used, divided into a control group, a green group and a white group that received medicinal oxygen by cloacal insufflation, respectively, a 10mcg\mL oxygen\ozone mixture and a 30mcg\mL oxygen\ozone mixture. The hematological parameters were analyzed in three moments, with the first gas application previously (T0), 48 hours after the fifth gas application (T1) and 48 hours after the tenth gas application (T2).

In the groups that received ozone, it was possible to observe changes in serum parameters, showing that cloacal insufflation is a possible way to work in this species, however, further studies are needed to determine the effect relationship in birds and its possible clinical applications.

Keywords: ozone therapy, birds, cloacal insufflation, biochemistry Introdução A utilização de aves como animais de companhia vem ganhando espaço e substituindo outras espécies como cães e gatos em alguns lares, seja devido a maior variedade disponível no comércio nos últimos anos, a proximidade que algumas espécies apresentam com o tutor como no caso dos psitacídeos ou pela exuberância das cores e cantos das aves canoras, tudo isso associado ao seu pequeno tamanho e a facilidade de manejo de algumas espécies fazendo com que se tornem cada vez mais presentes nos lares.

A medicina de aves, excluindo-se a avicultura de produção, tem uma história muito curta se comparada com outras áreas da medicina veterinária, a anestesia e a cirurgia de pássaros eram quase desconhecidas até o final dos anos 1960 (Altman 1998), a aplicação das terapias integrativas nos animais de companhia como cães e gatos já é amplamente aplicada, no entanto, para aves vem se difundindo mas ainda são raras as publicações e literatura científica nesta área.

Os primeiros relatos da aplicação de ozônio como técnica terapêutica datam do século passado, quando durante a Primeira Guerra Mundial o gás foi utilizado no tratamento de feridas de soldados (Bocci, 2006).

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No Brasil, a ozonioterapia vem sendo aplicada desde a década de 70 e, através dos resultados apresentados, ganhando espaço e sendo aprimorada, com isso a ozonioterapia passou a ser reconhecida pelos conselhos de classe das mais diversas áreas da saúde como Conselho Federal de Odontologia, Conselho Federal de Enfermagem e mais recentemente passou a ser reconhecida também pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, como Atividade Clínica, através da Resolução CFMV n. 1.364, de 22 de outubro de 2020.

A aplicação do O₃ medicinal provoca um estresse oxidativo controlado (Borges et al, 2019), sistemicamente essa aplicação atua melhorando a resposta antioxidante, modulando o sistema imunológico e o sistema circulatório. Uma das principais vias de administração da mistura ozônio/oxigênio é a insuflação retal mas, existem diversas outras vias de aplicação do gás e a conjugação de técnicas que atuam não só como tratamento das afecções mas também como redutor dos efeitos colaterais inerentes à própria patologia ou da aplicação das medicações alopáticas, o que faz com que o ozônio seja um grande destaque na medicina integrativa, unindo-se sua aplicação a alopatia para atingir os objetivos do tratamento com maior eficiência e minimizar os efeitos colaterais (Ribeiro, 2019).

Objetivos O presente trabalho visa relatar por meio de exames bioquímicos e hematimétricos, realizados em tempos pré-determinados, alterações causadas pela aplicação da ozonioterapia, via insuflação cloacal em aves, gerando dados que impulsionem novos estudos e a aplicação desta técnica na rotina clínica.

Materiais e métodos Os exames complementares foram realizados no laboratório do Hospital Veterinário Faccioni (HOVET-FACCIONI), na cidade de Guarulhos-SP. A realização desta pesquisa ocorreu mediante aprovação da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da Universidade Guarulhos (UNIVERITAS-UNG), sob o protocolo no 050/20.

Animais Foram utilizadas seis codornas (Coturnix coturnix), clinicamente sadias, com peso médio de 280g, recebendo ração coIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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mercial e água ad libitum, mantidas em gaiolas específicas para produção de ovos.

Gerador de ozônio O equipamento para geração da mistura oxigênio\ozônio, conhecido como ozônio medicinal foi um gerador modelo O&L 1.5 - Portátil, da marca Ozone and Life, acoplado a um cilindro de oxigênio medicinal. O equipamento permite produzir uma mistura com concentrações que variam de 1 a 72 mg/L, sendo esta mistura colhida através de uma seringa acoplada na saída específica.

Procedimento Os animais passaram por anamnese prévia e foram divididos em três grupos sendo: grupo controle (GC) duas codornas, aplicação de oxigênio medicinal, grupo verde (GV) duas codornas, aplicação de ozônio 10 mcg/mL, grupo branco (GB) duas codornas, aplicação de ozônio 30 mcg/mL. Todos os grupos passaram por aplicação de gás através de insuflação cloacal, com intervalos de 48h.

Para avaliação dos parâmetros hematimétricos e bioquímicos foram coletadas três amostras sanguíneas, após 48h da última aplicação, sendo: pré aplicação (T0), 48h após a quinta aplicação (T1), 48h após a décima aplicação (T2).

As amostras foram coletadas em frascos específicos para cada finalidade sendo as encaminhadas para avaliação bioquímica em frasco seco e as amostras para realização do hemograma e esfregaço em tubos contendo anticoagulante EDTA. Testes laboratoriais Foi realizada através de contagem manual, a contagem total e diferencial de leucócitos, morfologia celular, hematócrito e proteínas totais plasmática.

No exame bioquímico foram avaliados valores de albumina, glicose e AST. Obtenção das amostras Amostras de sangue (1 mL) foram coletadas por punção da veia jugular, em seringa de 1 mL e destinadas imediatamente aos tubos específicos para bioquímico e hemograma (seco e com EDTA, respectivamente) até posterior análise, não exceIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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dendo intervalo maior que 2h para análise.

Resultados e discussão Na avaliação das concentrações de AST realizadas neste trabalho, foi observada diferença significativa entre os grupo controle (GC) e grupo verde (GB), entre T0 e T2, quando comparados ao grupo branco (GB). O grupo que recebeu uma dose 10mcg\mL (GV) houve aumento expressivo do valor da AST e no grupo que recebeu 30 mcg\mL (GB) a AST permaneceu estável mas com valor alto, se comparado ao grupo controle (Figura 1).

Esse aumento por ser modesto parece não expressar uma lesão hepática, a elevação desse parâmetro pode indicar catabolismo muscular por contenção física, manipulação excessiva ou um aumento no metabolismo como um todo, por se tratar de animais jovens ainda em desenvolvimento, talvez o incremento de oxigênio juntamente com uma disponibilidade aumentada da glicose celular pode ter acelerado o processo de degradação e biossíntese de aminoácidos (Bulies, 1996).

A glicose não apresentou uma variação contínua ou significativa e nenhum dos grupos (Figura 2), apesar de já ter sido demonstrado que a aplicação retal em humanos com hiperglicemia tem efeito hipoglicemiante (Martinez-Sanchez et al, 2005).

Conforme observado nas figuras 3 e 4, a albumina (Figura 3) e a PPT (Figura 4), não apresentaram uma variação contínua ou significativa em nenhum dos grupos e tempos de amostragem, sendo que os parâmetros têm uma correlação direta entre eles.

A albumina apresentou um aumento entre T0 e T1 seguido de uma queda entre T1 e T2, enquanto a PPT teve um pequeno

Figura 1 - Concentração de aspartato aminotransferase AST (U\L) de codornas submetidas a insuflação cloacal de oxigênio (GC), insuflação cloacal de ozônio 10 mcg\mL (GV) e insuflação cloacal de ozônio 30 mcg\mL (GB), - antes do início do tratamento (T0), imediatamente antes da sexta aplicação (T1) e 48h após a décima aplicação (T2).

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Figura 2 - Glicose (mg/dL) de codornas submetidas a insuflação cloacal de oxigênio (GC), insuflação cloacal de ozônio 10 mcg/mL (GV) e insuflação cloacal de ozônio 30 mcg/mL (GB), - antes do início do tratamento (T0), imediatamente antes da sexta aplicação (T1) e 48h após a décima aplicação (T2)

Figura 3 - Albumina Sérica (g/dL) de codornas submetidas a insuflação cloacal de oxigênio (GC), insuflação cloacal de ozônio 10mcg\mL (GV) e insuflação cloacal de ozônio 30 mcg/mL (GB), antes do início do tratamento (T0), imediatamente antes da sexta aplicação (T1) e 48h após a décima aplicação (T2)

Figura 4: Proteína Plasmática Total - PPT (g/dL) de codornas submetidas a insuflação cloacal de oxigênio (GC), insuflação cloacal de ozônio 10mcg\mL (GV) e insuflação cloacal de ozônio 30 mcg/ mL (GB), - antes do início do tratamento (T0), imediatamente antes da sexta aplicação (T1) e 48h após a décima aplicação (T2) III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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aumento entre T0 e T3. As variações pequenas e apresentadas por todas aves não permitem afirmar que houve uma reação à aplicação da ozonioterapia nos testes realizados (Mitchell & Johns, 2008).

Referente ao hematócrito, conforme observado na Figura 5, nenhum grupo apresentou uma variação significativa deste parâmetro em relação aos demais, sendo observado apenas um pequeno aumento gradual que aparenta ser fisiológico e similar em todos animais, a exemplo do que ocorreu com outros parâmetros analisados.

Os heterófilos são leucócitos polimorfonucleares das aves, equivalentes aos neutrófilos nos mamíferos. Sob estímulo, expressam receptores de membrana responsáveis pela aderência e migração pelo endotélio vascular migrando ao sítio de infecção por quimiotaxia. Após a ativação dessas células há uma grande produção de superóxido dismutase através do mecanismo de respiração NADPH oxidase, similar ao metabólito gerado pela aplicação do ozônio. Isto pode explicar um aumento destas células, observado nos grupos GV e GB, após o primeiro ciclo de aplicações (entre T0 e T1), indicando um recrutamento maior destas células por quimiotaxia, seguido de uma baixa entre T1 e T2, voltando próximo aos valores do grupo controle (Figura 6). Apesar do aumento de neutrófilos em mamíferos ter como uma possível causa o estresse da colheita de amostra de sangue, neste caso a alteração ocorreu apenas nos grupos que receberam ozônio, ficando ainda mais evidente esta relação se

Figura 5 - Hematócrito - HTC (%) de codornas submetidas a insuflação cloacal de oxigênio (GC), insuflação cloacal de ozônio 10 mcg\mL (GV) e insuflação cloacal de ozônio 30 mcg/mL (GB), - antes do início do tratamento (T0), imediatamente antes da sexta aplicação (T1) e 48h após a décima aplicação (T2) III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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levado em conta o fato de que os valores aumentaram nos grupos GV e GB no primeiro ciclo de aplicações enquanto no grupo controle (GC) os valores sofreram uma queda.

O aumento dos basófilos nas aves parece estar relacionado à fase inicial de inflamações agudas, estas células possuem histamina em seus grânulos a exemplo do que ocorre nos mamíferos (MITCHELL & JOHNS, 2008). Foi possível observar um grande aumento nesse grupo celular, entre T0 e T1, nos grupos que receberam ozônio por insuflação cloacal, aparentemente causado pelo ozônio, alteração que se mostrou transitória voltando os valores próximo aos iniciais em T2, reação apresentada também de forma mais amena pelo grupo controle (Figura

Figura 6 - Contagem de heterófilos (%) de codornas submetidas a insuflação cloacal de oxigênio (GC), insuflação cloacal de ozônio 10 mcg/mL (GV) e insuflação cloacal de ozônio 30 mcg/mL (GB), - antes do início do tratamento (T0), imediatamente antes da sexta aplicação (T1) e 48h após a décima aplicação (T2)

Figura 7 Contagem de basófilos (%) de codornas submetidas a insuflação cloacal de oxigênio (GC), insuflação cloacal de ozônio 10 mcg\mL (GV) e insuflação cloacal de ozônio 30 mcg/mL (GB), antes do início do tratamento (T0), imediatamente antes da sexta aplicação (T1) e 48h após a décima aplicação (T2) III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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7).

Os eosinófilos nas aves podem estar associados a infecções parasitárias, processos inflamatórios e reação de hipersensibilidade tardia, variando em espécies e indivíduos. Apesar do aumento deste tipo celular ter ocorrido em todos grupos apenas no grupo GB esse aumento foi contínuo e persistente, terminando com valores três vezes maior que o inicial (Figura 8), esses indícios apontam para uma possível resposta a agentes patogênicos ou talvez estejam relacionados com a dose do ozônio aplicado via insuflação cloacal neste grupo que pode ter sido excessiva mas, não há fatores suficientes para tal afirmação, ficando apenas a indicação. Apesar das aves passarem por avaliação clínica e apresentarem-se hígidas, não foi aplicado nenhum protocolo de vermifugação dos indivíduos previamente.

Todos os grupos apresentaram aumento dos monócitos (Figura 9), apesar de uma resposta mais tardia do GB, entre T0 e T1, esse fato também foi observado em cães que receberam ozônio conforme observado em estudo realizado (Caó 2013).

Todos os animais tiveram aumento nessas células podendo ser fisiológico variando com a idade e condição das aves.

Os linfócitos desempenham nas aves função similar à desempenhada por estas células nos mamíferos, sendo uma particularidade da espécie a morfologia destas, pois num mesmo indivíduo é possível encontrar células de tamanhos variados sem causa patogênica associada. Não houve uma variação constante significativa nos linfócitos dos grupos, sendo visível apenas uma queda acentuada que pode ser interpretada como uma regulação destas células no GV que encontrava-se com valor mui-

Figura 8 - Contagem de eosinófilos (%) de codornas submetidas a insuflação cloacal de oxigênio (GC), insuflação cloacal de ozônio 10mcg\mL (GV) e insuflação cloacal de ozônio 30 mcg/mL (GB), - antes do início do tratamento (T0), imediatamente antes da sexta aplicação (T1) e 48h após a décima aplicação (T2) III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 9 - Contagem de monócitos (%) de codornas submetidas a insuflação cloacal de oxigênio (GC), insuflação cloacal de ozônio 10mcg\mL (GV) e insuflação cloacal de ozônio 30 mcg/mL (GB), antes do início do tratamento (T0), imediatamente antes da sexta aplicação (T1) e 48h após a décima aplicação (T2)

Figura 10 - Contagem de linfócitos (%) de codornas submetidas a insuflação cloacal de oxigênio (GC), insuflação cloacal de ozônio 10 mcg/mL (GV) e insuflação cloacal de ozônio 30 mcg/mL (GB), antes do início do tratamento (T0), imediatamente antes da sexta aplicação (T1) e 48h após a décima aplicação (T2) to acima dos demais grupos entre T0 e T1 (Figura 10).

A contagem total de leucócitos (Figura 11) mostrou uma grande diferença entre os grupos GV e GB que receberam ozônio por insuflação cloacal e o grupo GC que recebeu apenas oxigênio o que aparenta ser uma resposta do organismo aos compostos metabólicos gerados pela ozonioterapia, conhecidos como ozonídeos, esses compostos criados pela inserção do ozônio no organismo gera metabólitos que vão permitir uma resposta imunológica duradoura através da modulação de ocitocinas e interferons, a exemplo do que ocorre em mamíferos (Zamora et al, 2005).

A ozonioterapia via insuflação cloacal em aves resulta no III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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incremento de leucócitos, conforme esperado pelo seu efeito imunoestimulante, sendo o grupo verde que recebeu 10 mcg/ mL, o que apresentou maior aumento neste grupo celular quando comparado ao grupo branco que recebeu uma concentração de 30 mcg/mL. Quanto aos efeitos na bioquímica sérica, foi registrado aumento expressivo da AST, sendo o grupo verde mais uma vez o que apresentou a maior variação quando comparado aos demais. Esses achados são relevantes uma vez que permitem inferir que a ozonioterapia teve efeito sobre o organismo das aves.

Conclusões A mistura ozônio/oxigênio, conhecido como ozônio medicinal, quando aplicado via insuflação cloacal em aves provoca alterações bioquímicas e hematimétricas, demonstrando que esta via de aplicação bem como a utilização da técnica de ozonioterapia é viável em aves. O presente trabalho relata essas alterações e aponta para necessidade de novos estudos relacionando o efeito dose dependente do ozônio, no organismo das aves e possíveis aplicações clínicas desta técnica no tratamento de patologias diversas.

A exemplo do que ocorre em mamíferos, o ozônio não promoveu efeitos adversos com complicações clínicas em nenhum dos animais avaliados, o que demonstra a segurança em se aplicar a ozonioterapia, seguindo protocolos e metodologias já estabelecidos.

Não foi possível com os dados obtidos determinar a melhor

Figura 11 - Contagem de leucócitos (x109/µL) de codornas submetidas a insuflação cloacal de oxigênio (GC), insuflação cloacal de ozônio 10mcg\mL (GV) e insuflação cloacal de ozônio 30 mcg/ mL (GB), - antes do início do tratamento (T0), imediatamente antes da sexta aplicação (T1) e 48h após a décima aplicação (T2) III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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dose para este tipo de aplicação nas aves, bem como padronizar alterações séricas causadas pelo ozônio, em consequência de um número pequeno de animais avaliados.

O presente trabalho teve como objetivo a obtenção de dados que comprovassem a viabilidade da aplicação do ozônio via insuflação cloacal em aves, objetivo este alcançado quando valores bioquímicos e hematimétricos obtidos na amostra do grupo controle se distanciaram dos grupos que receberam ozônio, e esta variação por vezes assemelha-se a efeitos da ozonioterapia já descritos em mamíferos.

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Utilização do óleo de girassol ozonizado em pós cirúrgico de pododermatite plantar em cisne – relato de caso Use of ozonized sunflower oil in post-operative plantar pododermatite in swan - case report Thaís Rabelo de Castro 1; Gabriel José Silva Uzai 2; Karina Preising Aptekmann 3 1-Graduanda do curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo, Alegre, ES, Brasil.

2-Doutorando no Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da Universidade Estadual de Santa Cruz 3-Doutora professora do curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Espírito Santo, Alegre, ES, Brasil.

Correspondência: 1thaisrabelo@gmail.com

Resumo: Cisne da espécie Cygnus olor, conhecido como cisne-branco, macho, 4 anos, com histórico de dificuldades de locomoção e copulação devido uma massa, em grau já avançado, em membro plantar aderida à musculatura, provavelmente motivada por más condições do antigo recinto. Foi evidenciado no exame físico o aumento de volume focal em membro plantar direito com suspeita de pododermatite a partir de análise macroscópica. O paciente foi encaminhado à cirurgia para exérese da massa e logo ao término do procedimento foi aplicado na ferida cirúrgica o óleo de girassol ozonizado (Ozoniolife®) e iniciou-se todo o protocolo de tratamento com o uso tópico exclusivo do óleo e associação de 15 mg/kg de enrofloxacina, BID, por 10 dias por via intramuscular e 0,2 mg/kg de meloxicam, SID, por 4 dias. Ao término do tratamento, após 14 dias, foi possível concluir que a utilização do óleo de girassol ozonizado, como único tratamento tópico eleito, mostrou-se eficaz no auxílio da cicatrização da ferida cirúrgica em cisne-branco.

Palavras-chave: ozonioterapia, tratamento tópico, aves.

Abstract: Swan of the species Cygnus olor, known as white swan, male, 4 years old, with a history of difficulties in locomotion and copulation due to an already advanced mass in a plantar member attached to the musculature, probably motivated III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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by the bad conditions of the old resentment. The physical examination showed an increase in focal volume in the right plantar limb with suspected pododermatitis based on macroscopic analysis. The patient was referred to surgery for excision of the mass and after the procedure, ozonized sunflower oil (Ozoniolife®) was applied to the surgical wound and the entire treatment protocol was started with the exclusive topical use of the oil and the association of 15 mg/kg of enrofloxacin, BID, for 10 days intramuscularly and 0.2 mg/kg of meloxicam, SID, for 4 days. At the end of the treatment, after 14 days, it was possible to conclude that the use of ozonized sunflower oil, as the only chosen topical treatment, proved to be effective in aiding the healing of surgical wounds in white swans.

Keywords: ozone therapy, topical treatment, birds.

Histórico Cisne da espécie Cygnus olor, conhecido como cisne-branco, macho, 4 anos foi atendido em clínica veterinária particular na cidade de Alegre – ES, com histórico de dificuldades de locomoção e copulação devido uma massa, em grau já avançado, em membro plantar aderida à musculatura. O animal foi adquirido pelo tutor com o processo patológico instaurado e relatou que o antigo recinto da ave não era adaptado, sendo um espaço pequeno, com piso de cimento e condições desfavoráveis a um manejo adequado à ave.

Achados em exame físico e diagnóstico Foi evidenciado no exame físico que o animal apresentava dor e claudicação devido aumento de volume focal em membro plantar direito com dimensões médias de 5,0 x 4,0 x 4,0 cm, macio, hiperêmico, circundado por áreas de ausência de pele, hiperqueratose e ulcerações (Figura 1).

Suspeitou-se de pododermatite, um processo patológico na grande maioria dos casos oriundo de erros de manejo, já que o aparecimento de úlceras, calos e até mesmo infecções secundárias são comuns em aves que caminham em ambientes com substratos ásperos ou duros. Condições de obesidade, restrição de exercício físico e dietas pobres em vitamina A também podem favorecer o quadro descrito (TULLY et al., 2010).

O animal foi encaminhado à cirurgia para retirada da massa, sendo induzido e mantido com isoflurano durante todo o tranIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 1

soperatório.

Tratamento e evolução Ao término da cirurgia foi aplicado na ferida cirúrgica o óleo de girassol ozonizado (Ozoniolife®) (Figura 2A) e prescrita a aplicação diária da mesma substância em domicílio, com a fixação de um curativo (Figura 2B) durante todo o tratamento. Ao quinto dia após o procedimento (Figura 2C) já era possível perceber melhora da cicatrização da ferida cirúrgica e aos 14 dias observou-se total cicatrização da ferida com retirada da sutura (Figura 2D). Durante esse período de recuperação a ave ficou em ambiente adaptado, todo coberto, com forragem macia e sem acesso ao lago. Para a recuperação no pós cirúrgico também foi prescrito 15 mg/kg de enrofloxacina, BID, por 10 dias por via intramuscular e 0,2 mg/kg de meloxicam, SID, por 4 dias III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 2 (CARPENTER; MARION, 2017).

Conclusão A utilização do óleo ozonizado, como único tratamento tópico eleito, mostrou-se eficaz no auxílio da cicatrização da ferida cirúrgica em cisne-branco.

Referências TULLY, T.; JONES, A.; DORRESTEIN, G. M. Clínica de aves. Elsevier Brasil, 2010.

CARPENTER, J. W.; MARION, C. Exotic Animal Formulary-E-Book. Elsevier Health Sciences, 2017.

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Relato de caso de cicatrização de feridas em região cervical e em membro pélvico de um cão com o uso de ozonioterapia Case report of wound healing in the cervical region and pelvic limb of a dog with the use of ozone therapy Vanessa Veronese Ortunho Doutora em Ciência Animal, Professora Titular no Centro Universitário de Santa Fé do Sul e proprietária da empresa Vet Nêssa O3 – Ilha Solteira – São Paulo – Brasil.

Correspondência: vanessaverort@yahoo.com.br

Resumo: Cão com vários ferimentos decorrentes de briga com outros cães foi submetido a protocolo terapêutico com diferentes técnicas de ozonioterapia. O resultado foi efetivo para tratar as feridas infeccionadas.

Palavras-chave: Bagging, Cachorro, Insuflação Retal, Mordida.

Abstract: A dog with several injuries resulting from fighting with other dogs was submitted to a therapeutic protocol with different ozone therapy techniques. The result was effective in treating the infected wounds.

Keywords: bagging, Dog, Rectal Insufflation, Bite Histórico Um cão, sem raça específica, macho, de aproximadamente 5 anos, foi mordido por outros cães no dia 11 de maio de 2021.

Foi levado pela proprietária para uma clínica veterinária, onde foi realizada a limpeza das feridas e iniciou-se o tratamento com antibiótico e anti-inflamatório. No dia seguinte iniciou-se o tratamento com ozonioterapia.

Achados em exame físico e diagnóstico Foram observadas várias lesões lacerantes na região cervical, cada uma com aproximadamente 2 cm de comprimento, nas quais era possível visualizar a musculatura. A região cervical estava edemaciada, tendo na parte ventral uma equimose.

No membro pélvico esquerdo, na região femoral havia uma III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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lesão perfurante com muita secreção sero-sanguinolenta.

Animal apático, temperatura 40 ºC, dispneico, apresentava tosse e edema subcutâneo generalizado.

Tratamento e evolução Antes de realizar a primeira sessão as lesões foram umedecidas com água e realizou-se o bagging (Figura 1) na concentração de 36 mcg/mL por 5 minutos, desligou o gerador por 2 minutos, em seguida por mais 5 minutos foi utilizada a concentração 29 mcg/mL, desligou o gerador por 2 minutos. No terceiro ciclo, usou-se mais 5 minutos na concentração de 23 mcg/mL. Em seguida, desligou-se o gerador e o animal foi mantido por mais 20 minutos na bolsa.

Em seguida, as feridas foram cobertas com o óleo de girassol ozonizado (Ozone Life®) e realizada a bandagem, que foi trocada diariamente pelas proprietárias até o final do tratamento.

Realizou-se a insuflação retal com 60 mL com concentração de 6 mcg/mL. Também foi aplicado 1 mL do gás com concentração de 6 mcg/mL pela via subcutânea nos seguintes pontos de acupuntura: Bai Hui, VG14, B54.

No dia 14 de maio de 2021, realizou-se a segunda sessão, seguindo o mesmo protocolo da primeira. Observou-se uma grande diminuição da equimose cervical, diminuição dos edemas e

Figura 1 - Animal durante a primeira sessão de ozonioterapia Fonte: arquivo pessoal do autor

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das secreções.

No dia 21 de maio de 2021, as feridas já tinham cicatrizado completamente e por isso não foi realizado o “bagging”, sendo feito o seguinte protocolo: insuflação retal com 60 mL com concentração de 9 mcg/mL. Também foi aplicado 1 mL do gás com concentração de 9 mcg/mL pela via subcutânea nos seguintes pontos de acupuntura: Bai Hui, VG14, B54. Não houve mais a necessidade de realizar curativos e o animal recebeu alta clínica.

Conclusão As feridas da região cervical foram totalmente cicatrizadas com a ozonioterapia (Figuras 2, 3 e 4). Houve diminuição do edema e da equimose na região tratada. A ferida do membro pélvico evoluiu para cicatrização durante o tratamento realizado com a ozonioterapia (Figuras 5, 6 e 7). A ozonioterapia mostrou

Figuras 2, 3 e 4 - Evolução das feridas da região cervical, na primeira, segunda e terceira sessão ozonioterapia, respectivamente. Fonte: arquivo pessoal do autor

Figuras 5, 6 e 7 - Evolução da ferida do membro pélvico, na primeira, segunda e terceira sessão ozonioterapia, respectivamente. Fonte: arquivo pessoal do autor III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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ser eficiente para tratar feridas infeccionadas decorrentes de mordedura de cães.

Cicatrização de feridas em região cervical de um cão com o uso de ozonioterapia: relato de caso Healing of wounds in the cervical region of a dog with the use of ozone therapy: case report Vanessa Veronese Ortunho Doutora em Ciência Animal, Professora Titular no Centro Universitário de Santa Fé do Sul e proprietária da empresa Vet Nêssa O3 – Ilha Solteira – São Paulo – Brasil.

Correspondência: vanessaverort@yahoo.com.br

Resumo: Um cão foi mordido por outros cães ficando com várias lesões lacerantes na região cervical, sendo duas extensas, causando exposição da musculatura. Recebeu antibiótico, anti-inflamatório e foi submetido a diferentes protocolos de ozonioterapia.

Palavras-chave: cachorro, mordida, Óleo de girassol ozonizado, pescoço Abstract: One dog was bitten by other dogs, leaving several lacerating lesions in the cervical region, two of which were extensive, causing exposure of the musculature. He received antibiotics, anti-inflammatorydrugsandunderwentdifferentozonetherapyprotocols.

Keywords: dog, bite, Ozonized sunflower oil, neck Histórico Um cão, sem raça definida, macho, de aproximadamente 3 anos, foi mordido por outros cães no dia 25 de agosto de 2020.

Foi levado pela proprietária para uma clínica veterinária da cidade, onde foi realizada a limpeza das feridas e iniciou-se o tratamento com antibiótico e anti-inflamatório. No dia seguinte, a veterinária que realiza Ozonioterapia foi chamada e iniciou-se o tratamento.

Achados em exame físico e diagnóstico Foram observadas várias lesões lacerantes na região cervical (Figura 1), porém duas apresentavam um maior tamanho, aproximadamente 8cm e 5cm com exposição de musculatura.

Tratamento e evolução III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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No dia 26 de agosto de 2020, antes de realizar a primeira sessão de ozonioterapia, as lesões foram umedecidas com água e realizou-se o bagging (Figuras 2 e 3) para estimular a cicatrização, diminuir edema e eliminar os microrganismos.

O bagging foi realizado na concentração de 34 mcg/mL por 10 minutos, o gerador ficou no modo off por 2 minutos, em seguida por mais 5 minutos foi utilizada a concentração 25 mcg/

Figura 1 - Lesões antes do início das sessões, 26 de agosto de 2020.

Fonte: arquivo pessoal do autor

Figuras 2 e 3 - Animal durante a 1a sessão de ozonioterapia.

Fonte: arquivo pessoal do autor

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mL, modo off por mais 2 minutos. Usou-se mais 5 minutos na concentração de 22 mcg/mL. Em seguida, mais 5 minutos foi usada a concentração de 18 mcg/mL. Em seguida, desligou-se o gerador e o animal foi mantido por mais 20 minutos na bolsa com o gás ozônio residual.

Em seguida, as feridas foram cobertas com o óleo de girassol ozonizado (Ozone Life) e realizada a bandagem, que foi trocada diariamente pelas proprietárias até o final do tratamento.

Também foi realizada a insuflação retal com volume de 60 mL e concentração de 5 mcg/mL. No dia 28 de agosto de 2020, realizou-se a segunda sessão, na qual as feridas foram molhadas com água e fez-se o bagging e insuflação retal com volume de 60 mL e concentração de 9 mcg/mL. O bagging foi realizado na concentração de 28 mcg/mL por 5 minutos, modo off 2 minutos, em seguida por mais 5 minutos foi utilizada a concentração 25 mcg/mL, modo off por 2 minutos. Usou-se mais 5 minutos na concentração de 22 mcg/mL, depois mais 5 minutos na concentração de 15 mcg/mL. Desligou-se o gerador e o animal foi mantido por mais 20 minutos na bolsa com o ozônio residual. Após, passou-se o óleo de girassol ozonizado (Ozone Life) e fez-se o curativo.

Na terceira sessão de ozonioterapia, 4 de setembro de 2020, observou-se que as feridas já estavam quase cicatrizadas (Figura 4) e então foi feita a última sessão com o seguinte protocolo: “bagging” e a insuflação retal com volume de 60mL e concentração de 10 mcg/mL. O bagging foi realizado na concentração de 25 mcg/mL por 5 minutos, modo off por 2 minutos, em seguida por mais 5 minutos foi utilizada a concentração 21 mcg/mL, modo off por 2 minutos. Usou-se mais 5 minutos na concentração de 15 mcg/ mL e depois 5 minutos foi usada a concentração de 13 mcg/mL. Desligou-se o aparelho e o animal foi mantido por mais 20 minutos na bolsa. Em seguida, passou-se óleo de girassol ozonizado (Ozone Life) e não se realizou mais curativos, tendo somente a prescrição da continuidade do uso do óleo até o nascimento dos pelos na região afetada.

Conclusão Como pode ser observado, conclui-se que a ozonioterapia é um tratamento eficaz para estimular a cicatrização de feridas, pois em apenas 9 dias, as mesmas estavam quase fechadas.

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Figura 4 - Feridas na terceira sessão de ozonioterapia, 4 de setembro de 2020.

Fonte: arquivo pessoal do autor

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Foram necessárias somente 3 sessões para ser obtido o êxito no tratamento.

Aplicação da ozonioterapia como terapia adjuvante em tumor venéreo transmissível canino: relato de caso Application of ozone therapy as adjuvant therapy in canine transmissible venereal tumor: case report Erick Unterkircher Graduando do curso de Medicina Veterinária, Universidade de Sorocaba, Sorocaba-SP, Brasil Correspondência: erick_unterkircher@hotmail.com

Resumo: O tumor venéreo transmissível (TVT) caracteriza-se por ser um tumor proliferativo de células redondas, altamente contagioso, cuja propagação ocorre principalmente pelo contato sexual de cães e transplante direto das células neoplásicas.

A ozonioterapia é um procedimento terapêutico, seguro e natural, que visa exercer efeitos terapêuticos através da melhora da oxigenação do organismo, eliminação de produtos tóxicos e regulação dos mecanismos de defesa imunológica do corpo, além de promover a cicatrização de feridas e lesões. O objetivo deste relato de caso foi descrever a eficácia da ozonioterapia como tratamento coadjuvante associada ao sulfato de vincristina no tratamento do tumor venéreo transmissível em cães.

Foi instituído o tratamento através da utilização do sulfato de vincristina associado à ozonioterapia fazendo uso da técnica de bagging e insuflação retal. Embora não tenham sido encontrados na literatura relatos consistentes associando as terapias, nesse relato foi possível observar um efeito sinérgico associado aos tratamentos.

Palavras-chave: neoplasia, ozônio, TVT, vincristina Abstract: The transmissible venereal tumor (TVT) stands out for being a proliferative tumor of round cells, highly contagious, whose spread occurs mainly through the sexual contact of dogs and direct transplantation of neoplastic cells. Ozone therapy is a therapeutic, safe and natural procedure, aimed at therapeutic effects by improving oxygenation in the body, eliminating toxic products and regulating the body’s immune mechanisms, III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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in addition to promoting the healing of wounds and injuries.

The objective in relation to the case was described as an efficacy of ozone therapy as an adjunctive treatment associated with vincristine sulfate. Although consistent reports associated with therapies have not been found in the literature, in this case it was possible to observe a synergistic effect associated with treatments.

Keywords: neoplasia, ozone, TVT, vincristine.

Introdução O tumor venéreo transmissível (TVT) caracteriza-se por ser um tumor proliferativo de células redondas, cuja transmissão ocorre principalmente pelo contato sexual e transplante direto das células neoplásicas, sendo a cópula um fator primordial para a estabilização da patologia devido ao contato prolongado, no qual favorece o transplante das células neoplásicas (SANTOS et al., 2008). Encontra-se mais frequentemente nas regiões genitais de cães de ambos os sexos e de diversas raças, acometendo principalmente a vagina e vulva nas fêmeas e, prepúcio e pênis em machos, mas também pode ser encontrado em regiões extragenitais (SILVA et al., 2007). A procura pelo atendimento médico veterinário ocorre devido à presença de secreção sanguinolenta vaginal ou peniana, além de hematúria, assim como a presença de tecido nodular, hemorrágico e friável, pouco demarcado, sendo que frequentemente a lesão pode apresentar ulcerações. Essa neoplasia pode apresentar aspecto de couve-flor ou de placas (SOUSA et al., 2000).

O diagnóstico clínico do tumor venéreo transmissível leva em consideração a anamnese e a presença dos sinais clínicos, devendo-se levar em consideração o aspecto macroscópico da lesão, sendo importante diferenciá-lo de mastocitomas, histiocitomas ou linfomas malignos (MOSTACHIO et al., 2008). Contudo, o diagnóstico definitivo requer avaliação laboratorial pelo exame histopatológico ou o exame citológico (GARLET et al., 2019).

A quimioterapia citotóxica, promovida pela utilização do sulfato de vincristina por quatro a seis semanas, vem crescendo entre os oncologistas veterinários, sendo eficiente em cerca de 90% dos cães acometidos. Contudo, apesar de sua eficácia, sua constante utilização tem evidenciado muitos efeitos colaterais indesejáveis, principalmente ações neurotóxica e citostáIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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tica não seletiva (FERREIRA et al., 2017). Anorexia, vômitos esparsos, diarreia e/ou constipação e leucopenia transitória são os efeitos colaterais que também podem ser observados, assim como a presença de mielossupressão (RAMADINHA et al., 2016).

A ozonioterapia consiste na exposição do organismo ao gás ozônio. Seus efeitos terapêuticos englobam a melhora da oxigenação tecidual, eliminação de produtos tóxicos que são gerados no funcionamento celular e regulação dos mecanismos de defesa imunológica. O ozônio apresenta também um efeito bactericida, virucida, fungicida, além de estimular a regeneração de tecidos e promover a cicatrização de feridas e lesões (HADDAD et al, 2009; HERNÁNDEZ & CASTELLANOS GONZÁLEZ, 2001).

O ozônio possui capacidade oxigenante superior ao oxigênio devido ao estímulo de uma série de fatores que não só estimulam diferentes sistemas enzimáticos, mas também atua sobre a circulação sanguínea promovendo redução da viscosidade do sangue, reduz a agregação plaquetária redução do diâmetro dos eritrócitos, ações que corroboram com a melhora da capacidade de distribuição e absorção de oxigênio nos eritrócitos e tecidos. Também, apresenta efeito analgésico e anti-inflamatório (HADDAD et al, 2009; MORETTE, 2011).

Histórico Fêmea canina SRD, pesando 14 kg, não castrada, porte médio, apresentando como queixa principal a presença de tecido nodular, hemorrágico e ulcerações na região vulvar (Figura 1) foi atendida em clínica veterinária localizada no município de Mairinque.

Achados em exame físico e diagnóstico Devido às condições financeiras, optou-se por realizar o diagnóstico do tumor venéreo transmissível baseado na anamnese e presença dos sinais clínicos, levando-se em consideração o aspecto macroscópico da lesão apresentando-se de forma nodular, hemorrágica e ulcerada.

Tratamento e evolução Como alternativa de tratamento foi indicada o quimioterápico citotóxico sulfato de vincristina associado ao tratamento III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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de ozonioterapia visando minimizar os efeitos colaterais do quimioterápico, assim como reduzir o tempo de tratamento.

O equipamento utilizado para as aplicações do ozônio foi o Ozone & Life, gerador de ozônio – Modelo O&L1.5 RM. O tratamento foi efetuado durante o período de 32 dias, totalizando 5 aplicações do sulfato de vincristina e 3 sessões de ozonioterapia. As vias escolhidas para a aplicação do gás ozônio foram à insuflação retal na concentração de 20 mcg/mL em 30 mL e a técnica de bag na concentração de 43 mcg/mL por 25 minutos, seguindo o delineamento descrito a seguir: D 1 – 1ª aplicação do sulfato de vincristina.

D 3 – 1ª sessão de insuflação retal e técnica de bag D 7 – 2ª sessão de insuflação retal e técnica de bag D 8 – 2ª aplicação do sulfato de vincristina D 14 – 3ª sessão de insuflação retal e técnica de bag D 17 – 3ª aplicação do sulfato de vincristina.

D 27 – 4ª aplicação do sulfato de vincristina.

D 32 – 5ª aplicação do sulfato de vincristina.

Foram realizados registros de imagem para avaliação da evolução do tratamento na segunda sessão de ozônio, sétimo dia do tratamento (Figura 1) e no final do tratamento, trigésimo segundo dia (Figura 2). Na segunda sessão da ozonioterapia já foi possível notar uma pequena redução da lesão, que no início se apresentava ulcerada, notando-se o começo da cicatrização com leve diminuição da massa tumoral. Com as aplicações subsequentes essa diminuição foi se confirmando, considerando-se também os efeitos promovidos pelo sulfato de vincristina na regressão completa da lesão (Figura 2). Nenhum efeito colateral relacionado ao tratamento foi observado.

Discussão e conclusão Habitualmente o tumor venéreo transmissível pode ser facilmente diagnosticado apenas pela anamnese e exame físico do paciente, pela presença de massa tumoral característica (MOSTACHIO et al., 2008). Existem tratamentos como cirurgia, radioterapia, imunoterapia e quimioterapia, sendo a quimioterapia a mais eficiente devido a associação com a diminuição de eventuais recidivas. Dessa maneira, o uso do sulfato de vincristina tem sido o tratamento de escolha do tumor venéreo transmissível (SANTANA et al., 2016 ; FERREIRA et al., 2017). O sulfato de vincristina deve ser administrado em cães exclusivamente III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 1 - Tecido nodular, hemorrágico e ulcerações na região vulvar

Figura 2 - Regressão completa da lesão após a ozonioterapia associada ao sulfato de vincristina III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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pela via intravenosa (IV), nas doses de 0,0125 a 0,025mg/kg, em intervalos semanais (BULHOSA, 2018). Sabe-se também que a eficácia terapêutica costuma ser acompanhada de efeitos colaterais diversos incluindo neurotoxicidade, mielossupressão, leucopenia, efeitos gastrointestinais indesejáveis, constipação e íleo paralítico e dor muscular contudo, queda de pelos, lesão tecidual, flebites, celulites e necrose grave são alguns dos efeitos mais frequentes causados pela aplicação da vincristina (BULHOSA, 2018; SANTANA et al., 2016; FERREIRA et al., 2017). Ramadinha et al. (2016), complementam ainda, que a ocorrência de quadros de anorexia, vômitos esparsos e diarreia são efeitos que também podem ser observados.

Alguns estudos tem preconizado o uso da ozonioterapia como tratamento oncológico coadjuvante. Clavo et al. (2018), em revisão sistemática sobre o uso do ozônio, postulam que a produção intracelular de espécies reativas de oxigênio (EROs) promovidos pelo ozônio diretamente sobre as células tumorais podem ter um efeito citotóxico o qual pode potencializar a ação da quimioterapia. Segundo os autores, apesar das EROs induzir danos no DNA, levando a lesões genéticas que iniciam a tumorigenicidade, na qual proporciona à capacidade de aumentar a proliferação celular, sobrevivência e a migração celular, elas também podem induzir o envelhecimento e morte celular, e, dessa maneira, induzirem um efeito antitumoral, além de seus efeitos indiretos adaptativos e moduladores sobre o sistema imunológico, o fluxo sanguíneo, a oxigenação e o estresse e oxidativo, sendo indiretamente benéficos na terapia anticâncer. Para estes fins o ozônio (O₃) deve ser utilizado em aplicação local em altas concentrações e sistêmico, na forma de baixas concentrações.

Schulz et al. (2008), demonstraram efeitos positivos do ozônio em um modelo de metástase de carcinoma de células escamosas em coelhos, em que as aplicações de ozônio via intraperitoneal promoveram resultados promissores. Dos animais tratados com O₃, 7 dos 14 animais que receberam o ozônio sobreviveram e, com exceção de um, todos apresentaram regressão completa do tumor e ausência de metástases, enquanto, apenas 3 dos outros 13 animais que não receberam o ozônio, sobreviveram.

Kiziltan et al. (2015) avaliaram os efeitos antitumorais da ozonioterapia intraperitoneal em diferentes concentrações em III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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um modelo experimental com camundongos submetidos à carcinomatose peritoneal pela inoculação de células de carcinoma de Ehrlich. Os autores observaram que tanto a ozonioterapia quanto a radioterapia demonstraram ser eficazes em relação aos efeitos antiedema e antitumoral levanto a maior sobrevida dos animais tratados, com radioterapia e concentrações elevadas de ozônio.

O ozônio medicinal é capaz de aumentar a ativação do fator de transcrição Nrf2 – fator eritróide -, que, por sua vez, tem a função de ativar a expressão gênica de fatores antioxidantes endógenos, como superóxido dismutase (SOD), glutationa peroxidase (GPx), glutationa S-transferase (GST), catalase (CAT), heme oxigenase-1 (HO-1), NADPH quinona-oxidorredutase (NQO-1), mantendo dessa forma, um equilíbrio de óxido-redução através da neutralização de radicais livres. Dessa maneira, seus efeitos corroboram com a estimulação de fatores enzimáticos protetores, que visam restaurar e melhorar efeitos defensivos naturais das células (GRANGEAT et al, 2020; PÉREZ, 2018).

Existem diversas hipóteses e estudos que justificam o uso da ozonioterapia como um procedimento capaz de atuar como um tratamento oncológico adjuvante. No câncer, uma oxigenação mais eficiente pode ter um efeito inibitório direto na proliferação de células neoplásicas e inibir a neoangiogênese. Além disso, uma melhora metabólica do sistema imunológico pode aumentar a vigilância imunológica, possivelmente reduzindo a disseminação do tumor (BOCCI, 1998).

Embora não tenham sido encontrados na literatura relatos demonstrando a eficácia ozonioterapia associada ao tratamento de TVT canino, nesse paciente foi possível observar um efeito sinérgico associado dos tratamentos, fato que contribuiu para o bem estar do paciente, fato comprovado pelas observações comportamentais e clínicas diárias do animal, assim como a evolução do tratamento. Nesse sentido, tal terapia demonstrou-se eficiente em desenvolver um efeito antitumoral com a regressão completa da lesão quando associado ao tratamento quimioterápico. Sabe-se que a utilização da vincristina comumente é realizada por quatro a seis semanas, sendo corriqueira a presença dos efeitos colaterais, o que neste estudo mostrou-se ter sido amenizada pela a utilização da ozonioterapia, já que essa promoveu um tempo de cicatrização de cinco semanas, sem apresentar efeitos colaterais no animal.

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O tratamento com o sulfato de vincristina é um tratamento altamente eficiente na regressão tumoral, contudo, efeitos colaterais indesejados são comumente observados. Nesse sentido, nesse relato, o tratamento com ozônio mostrou-se uma ótima alternativa como terapia adjuvante, visto que além de auxiliar na regressão da massa tumoral ainda impediu o aparecimento de efeitos colaterais decorrentes da quimioterapia.

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Aplicação da ozonioterapia como alternativa terapêutica em enterocolite linfoplasmocitária: relato de caso Application of ozone therapy as a therapeutic alternative in lymphoplasmacytic enterocolitis: case report Erick Unterkircher Graduando do curso de Medicina Veterinária, Universidade de Sorocaba, Sorocaba-SP, Brasil Correspondência: erick_unterkircher@hotmail.com

Resumo: A doença inflamatória intestinal caracteriza um distúrbio gastrointestinal inflamatório mediado pelo sistema imune. Nos cães, a forma mais frequentemente relatada é a enterite linfoplasmocitária, caracterizada por um infiltrado celular que resulta em alterações na estrutura da camada mucosa, que pode se estender até a camada submucosa e muscular do intestino. Animais acometidos por essa inflamação apresentam diarreia de intestino delgado, podendo apresentar episódios de vômito decorrentes de quadros de gastrite crônica, já a colite causa diarreia de intestino grosso com muco e sangue vivo sem que ocorra perda de peso. O objetivo deste relato foi descrever a eficiência da ozonioterapia como um tratamento promissor, visto que, eliminou os sinais clínicos decorrentes da inflamação intestinal, assim como, garantiu a consistência do bolo fecal e controle da incontinência fecal. Embora não tenham sido encontrados na literatura relatos consistentes associando a terapia nesse relato foi possível observar um efeito promissor associado ao tratamento.

Palavras-chave: ozonioterapia, enterite linfoplasmocitária, imunomodulação.

Abstract: Inflammatory bowel disease characterizes an immune-mediated inflammatory gastrointestinal disorder. In dogs, the most frequently reported form is lymphoplasmacytic enteritis, characterized by a cellular infiltrate that results in changes in the structure of the mucosal layer, which can extend to the submucosal and muscular layer of the intestine. Animals affecIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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ted by this inflammation have small bowel diarrhea and may present vomiting episodes resulting from chronic gastritis, whereas colitis causes large bowel diarrhea with mucus and live blood without weight loss. The objective of this report was described as an efficiency of ozone therapy as a promising treatment, as it eliminated the signs resulting from intestinal inflammation, as well as ensuring the consistency of the fecal bolus and control of fecal incontinence. Although consistent reports associating the therapy were not found in the literature, in this case, it was possible to observe a promising effect associated with the treatment.

Keywords: ozone therapy, lymphoplasmacytic enteritis, immunomodulation.

Introdução A doença inflamatória intestinal canina e felina é um complexo de distúrbios gastrointestinais inflamatórios crônicos idiopáticos que são mediados imunologicamente. Em cães, a forma mais frequentemente relatada de doença inflamatória intestinal é a enterite linfoplasmocitária (MARSILIO et al., 2014).

A marca registrada da doença é uma infiltração celular aumentada da lâmina própria intestinal constituída principalmente de linfócitos e células plasmáticas (enterite / colite linfoplasmocitária) que pode ser acompanhada por quantidades salientes de granulócitos eosinofílicos (gastroenterite eosinofílica), assim denominado por causa de achados histopatológicos (WAGNER et al., 2018). O infiltrado celular resulta em alterações na estrutura da camada mucosa, que pode se estender até a camada submucosa e muscular do intestino. As lesões observadas na mucosa variam de acordo com a gravidade da doença, podem ser observados além do próprio infiltrado linfoplasmocitário, atrofia ou fusão de vilosidades, fibrose da lâmina própria, lesão epitelial (hiperplasia, degeneração, necrose, erosão, ulceração, perda de células caliciformes, dilatação glandular) e edema da lâmina própria. (DE SOUZA, 2019). Segundo Guímaro (2010), animais acometidos por essa inflamação apresentam diarreia de intestino delgado como sinal mais frequente, no entanto podem ocorrer quadros clínicos apenas com perda de peso e fezes normais, acredita-se que o vómito nestes cães seja devido à presença de gastrite crónica, secundária a refluxo gastro duodenal e incompetência pilórica, possivelmente provocada pela III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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inflamação do intestino delgado. Já a colite causa diarreia de intestino grosso com muco e sangue vivo sem que ocorra perda de peso. Apesar de as respostas inflamatórias do intestino delgado e grosso serem similares, pensa-se que no cólon predomine a resposta Th1, levando à sobrerregulação de IFN-γ, TNF-α, IL-2 e IL-12 enquanto que no intestino delgado a resposta será mista.

Não há predisposição sexual, acomete animais de meia idade e algumas raças caninas, como o Yorkshire, Bulldog Francês, Pastor Alemão, Shar-pei e Rottweilers, que parecem ser mais predispostas (GOUVÊA et al., 2020).

Hematologicamente, pode ser observado hipoalbuminemia e hi-

Figura 1 - Incontinência fecal aquosa

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poglobulinemia, característicos de enterite linfoplasmocitária, e a hipocolesterolemia, sugerindo um quadro de má absorção.

A inflamação intestinal em cães pode causar ainda uma hepatopatia reativa, com moderada elevação das enzimas hepáticas (alanina aminotransferase e fosfatase alcalina) (SILVEIRA et al., 2013) Histórico Fêmea canina, Bulldog Francês, 10 meses de idade, foi encaminhada à consulta, para uma segunda opinião, por um quadro de incontinência fecal e diarreia crônica refratária ao tratamento alopático.

Achados em exame físico e diagnóstico Anamnese: Cadela vacinada e vermifugada, habitava ambiente interno sem coabitantes. Não tinha acesso a lixo, tóxicos ou plantas na sua habitação. Apresentava episódios de diarreia e incontinência fecal. Os sinais clínicos perduravam de forma crônica e progressiva, apresentando uma diarreia muito líquida de coloração acastanhada, sem presença muco, prostração, frequência de defecação aumentada e urgência ao defecar, episódios de hematoquezia, desconforto abdominal à palpação, borborigmos, flatulência, assaduras na região perianal, ao defecar apresentava prolapso retal que posteriormente reduzia fisiologicamente após término da defecação, contudo, apresentou dois episódios onde foi necessária a intervenção veterinária.

Como tratamento, foi instituído protocolo medicamentoso no qual o animal não respondeu de forma satisfatória. Foi indicada alimentação com proteína de cordeiro e posteriormente ração gastroentérica. Na tentativa de controle e reposição da microbiota intestinal foram utilizadas diferentes classes de medicamentos, em diferentes fases, ainda sem resposta. Ao todo, foram utilizados antibióticos (Metronidazol + Sulfadimetoxina; Sulfadimetoxina + Ormetoprim; Amoxicilina + Clavulanato de Potássio), vermífugos (Febendazol; Praziquantel + Pamoato de Pirantel + Febantel), suplemento alimentar e probióticos (Nuxcell®; Globion Pet®; Pet Organnact®), anti-inflamatório esteroidal (prednisolona), anti-inflamatório não esteroidal (Meloxicam).

O diagnóstico definitivo da foi baseado na avaliação histológica de biópsias intestinais, recolhidas por colonoscopia, onde III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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foi definido o diagnóstico de enterocolite linfoplasmocitária.

Tratamento Como alternativa terapêutica foi indicada o tratamento de ozonioterapia visando induzir efeito imunomodulador e reconstrução do epitélio a nível intestinal, visto que o animal em questão apresentava-se refratário ao tratamento alopático.

Figura 2 - Início da consolidação das fezes, pedaços aerados

Figura 3 - pedaços aerados, pouco consistentes, contornos nítidos

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Figura 4 - Aspecto normal, consistente, com fendas na superfície 10 a 12 de setembro de 2021

O equipamento utilizado para as aplicações do ozônio foi o Ozone & Life, gerador de ozônio – Modelo O&L1.5 RM. O tratamento foi efetuado durante o período de 46 dias, totalizando 14 sessões de ozonioterapia, na frequência de 1-3x/ semana. As vias escolhidas para a aplicação do gás ozônio foram à insuflação retal na concentração de 08 mcg/mL em 60 mL, aumentando 02 mcg/mL por semana, 1-3 x/semana, hemoterapia menor: apenas no ponto de acupuntura VG14, 1-2 x/semana, (3 mL de O₃ à concentração de 40 mcg/mL + 2 mL de sangue), fluidoterapia (250 mL ringer lactato á 50 mcg/mL de O₃ ozonizado por 7 minutos) 1-2 x/semana, infiltrações locais de ozônio: 8 mcg/mL em pontos de acupuntura relacionado ao sistema digestório (volume de 0,5- 1 mL por ponto), 1-3x/semana, seguindo o delineamento descrito a seguir: D1 (19/06/20): Retal: 8 mcg/mL, 60 mL; protocolo completo; D2 (22/06/20): Retal: 10 mcg/mL, 60 mL; infiltração local de O₃; D3 (26/06/20): Retal: 10 mcg/mL, 60 mL; protocolo completo; D4 (29/06/20): Retal: 12 mcg/mL, 60 mL; protocolo completo; D5 (01/07/20): Retal: 12 mcg/mL, 60 mL; infiltração local de O₃; D6 (03/07/20): Retal: 12 mcg/mL, 60 mL; protocolo completo; D7 (06/07/20): Retal: 14 mcg/mL, 60 mL; protocolo completo; D8 (08/07/20): Retal: 14 mcg/mL, 60 mL; infiltração local de O₃; D9 (10/07/20): Retal: 14 mcg/mL, 60 mL; infiltração local de O₃; D10 (13/07/20): Retal: 17 mcg/mL, 60 mL ; protocolo completo; D11 (15/07/20): Retal: 17 mcg/mL, 60 mL; infiltração local de O₃; D12 (17/07/20): Retal: 17 mcg/mL, 60 mL; protocolo completo; D13 (27/07/20): Retal: 19 mcg/mL, 60 mL; infiltração local de O₃; D14 (04/08/20): Retal: 20 mcg/mL, 60mL; infiltração local de O₃.

Evolução Foram realizados registros de imagem para avaliação da evolução do tratamento, nos seguintes tempos experimentais: D1 (figura 1), D7 (figura 2), D10 (figura 3) e ao final do tratamento (figura 4). Na segunda sessão da ozonioterapia já foi possível observar uma pequena redução na fluidificação das fezes, com início de uma melhoria na consistência e diminuição da prostração. Com as aplicações subsequentes essa evolução foi se confirmando, assim como o controle da incontinência fecal (Figura

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2, 3 e 4).

Discussão e conclusão Embora a causa exata da enterite linfoplasmocitária ainda não seja bem esclarecida, acredita-se que sua patogênese seja mediada por fatores imunológicos, ambientais e genéticos, que contribuem para a expressão da doença. Os fatores que têm maior probabilidade de desempenhar um papel patogênico importante incluem alterações na função de barreira da mucosa e disfunção do sistema imunológico da mucosa, perda de tolerância à microflora endógena, antígenos dietéticos ou auto antígenos, resultando em inflamação crônica no trato gastrointestinal (KLEINSCHMIDT et al., 2007). Dessa maneira, na presença de um antígeno, ocorre a ativação de receptores Toll-like presente nas células epiteliais, assim como nas células da linha mielóide (monócitos, granulócitos e linfócitos) localizados na lâmina própria intestinal. A ativação destas células resulta na produção e expressão de mais receptores Toll-like, bem como na produção de diversas citocinas pró-inflamatórias, as quais não só ativam outras células inflamatórias presentes na mucosa intestinal, como também exercem efeitos quimiotáticos sobre outros linfócitos, monócitos e outros leucócitos inflamatórios presentes na circulação sistêmica (MAGALHÃES, 2008).

Em contrapartida, a tolerância imunológica é caracterizada por uma hiperatividade local com proliferação de células Treg, pela produção de citocinas anti-inflamatórias (IL-10 e TGF-β) e de IgA secretória (protetora de mucosa), concomitante à hiporresponsividade sistêmica com baixa produção de IgG e IgE específicas. Esse fenômeno é o oposto ao observado em desordens inflamatórias presentes nas hipersensibilidades alimentares e em doenças autoimunes, cujo predomínio é de células T efetoras e citocinas inflamatórias (NERCOLINI, 2019) A ozonioterapia destaca-se como uma potencial abordagem terapêutica para modulação da resposta imune, podendo levar a benefícios clínicos em pacientes com doença inflamatória intestinal, Nercolini (2019), obteve resultados promissores ao associar a ozonioterapia e o transplante de microbioma fecal, em um paciente com colite histiocítica ulcerativa, onde foi possível observar uma melhora significativa em relação ao aspecto das fezes (consistência firme e coloração normal), assim como uma nítida remissão dos sinais clínicos e o status geral do paciente.

Embora poucos estudos sobre as aplicações do ozônio em doença inflamatória intestinal estejam descritos na literatura, é III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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sabido que o ozônio possui efeito imunomodulador, visto que, este regula a síntese de citocinas em monócitos e linfócitos, devido à ativação de fatores nucleares de transcrição gênica (SCASSELLATI et al., 2020). A ativação do fator nuclear kappa B (FN-kB), induz a transcrição de RNA mensageiros em uma variedade de citocinas e induz a produção e liberação de interferons (INF-α; INF- e INF-); fator de necrose tumoral α (TNF-α); fator transformador de crescimento transformador β (FGT-); fator estimulador de colônia de granulócitos-monócitos (G-CSF) e interleucina (IL-1,2,4,6,8,10), sendo um mediador da imunidade e resposta inflamatória (DÍAZ LUIS et al., 2013). O papel das citocinas pró-inflamatórias, interleucina (IL)-1, IL-6, fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), IL-12 e interferon gama (IFN- γ), em iniciar e manter a inflamação da mucosa há muito foi estabelecido. O fator nuclear kappa B (NF-κB) é o principal regulador da expressão dessas citocinas, e está fortemente ativado na doença inflamatória intestinal, sugerindo importante função na patogênese da doença (COELHO, 2019) Nesse sentido, a utilização do ozônio nas respostas inflamatórias torna-se um potencial terapêutico promissor, desde que, seja utilizado de forma criteriosa, vários estudos foram conduzidos com o uso do ozônio em concentrações adequadas, denominado uma “janela terapêutica”, diante disso é sabido que, o estresse oxidativo produzido pela técnica, quando induzido de forma intensa, ativa o fator nuclear kappa B (NF-κB), levando a respostas inflamatórias e lesão tecidual pela produção de COX2, PGE2 e citocinas. Por outro lado, o estresse oxidativo moderado ativa o fator 2 relacionado ao fator nuclear eritróide 2 (Nrf2) e reprime o NF-κB e as respostas inflamatórias (DE SÁ ANDRADE, 2020) bem como ativar outro fator de transcrição nuclear , o fator-1α induzível por hipóxia (HIF-1α), que desempenha um papel crítico no tratamento de doenças vasculares e degenerativas (DE SÁ ANDRADE, 2020; ZENG & LU, 2018).

Nesse sentido, segundo Izadi et al., (2020), a terapia com ozônio pode regular as respostas do sistema imunológico e manter o equilíbrio por meio do acionamento ou da supressão do sistema imunológico com base no tipo e condição das doenças, visto que, em seu estudo clínico terapia com ozônio pode contribuir para o tratamento da esclerose múltipla (EM), uma doença autoimune neurodegenerativa com inflamação crônica, reduzindo o estresse oxidativo e a inflamação, além de manter a auto tolerância imunológica dos pacientes.

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Delgado-Roche et al., (2017), demonstrou que a terapia com ozônio diminui os níveis séricos de citocinas pró-inflamatórias TNFα, IL-1β, e IL-10, garantindo efeito anti-inflamatório nos pacientes com EM, após o tratamento com ozônio.

Embora não tenham sido encontrados na literatura relatos demonstrando a eficácia ozonioterapia associada ao tratamento da enterite linfoplasmocitária, nesse paciente foi possível observar um efeito imunomodulador associado ao tratamento, neste relato, a ozonioterapia tornou-se um tratamento promissor, visto que, eliminou os sinais clínicos decorrentes da inflamação intestinal, assim como, garantiu a consistência do bolo fecal e controle da incontinência fecal. O ozônio atua como uma terapia destrutivamente contra bactérias, fungos e vírus, regulando o sistema imunológico celular e humoral, além de atuar como antioxidante para defender várias condições patológicas.

No entanto, poucas pesquisas foram feitas no âmbito das doenças inflamatórias intestinais. Contudo, neste relato foi possível observar um efeito sinérgico promovido pela integração de técnicas associadas a ozonioterapia, na qual foi possível observar uma evidente melhora clínica de um animal refratário ao tratamento alopático. Notavelmente, os efeitos terapêuticos do ozônio dependem de sua concentração, portanto, um gerador de ozônio preciso torna-se muito essencial.

Referências COELHO, M.R. O uso da curcumina como terapia complementar nas doenças inflamatórias intestinais: uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados e controlados. Dissertação de mestrado, Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 2019.

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TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Campus Curitibanos. Medicina Veterinária., 2019 SCASSELLATI, C., CIANI, M., GALOFORO, A. C., ZANARDINI, R., BONVICINI, C., & GEROLDI, C. Molecular mechanisms in cognitive frailty: potential therapeutic targets for oxygen-ozone treatment. Mechanisms of ageing and development, v. 186, p.

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Ozonioterapia adjuvante na cicatrização de ferida causada por queimadura química alcalina - relato de caso Adjuvant ozone therapy in wound healing caused by chemical alkaline burn - case report Mayara de Campos Rodrigues Médica-veterinária ozonioterapêuta. Especializada em oncologia de pequenos animais - Instituto Bioethicus Correspondência: may.rodrigues.vet@gmail.com

Resumo: O presente relato descreve a associação da ozonioterapia como forma de tratamento em uma lesão cutânea ocasionada por queimadura química. A lesão foi estabilizada e apresentou regressão com poucas cicatrizes, e, sem a necessidade de intervenção cirúrgica.

Palavras-chave: Ozônio; ozonioterapia; queimadura química; cicatrização Abstract: This report describes the association of ozone therapy as a form of treatment for a skin lesion caused by chemical burns. The lesion was stabilized and presented regression with few scars, and without the need for surgical intervention.

Keywords: Ozone; ozone therapy; chemical burn; healing Histórico No dia 02 de dezembro de 2019 foi atendido em consultório veterinário particular da cidade de Jaguariúna, São Paulo; um canino, fêmea, sem raça definida (SRD), 11 meses de idade, esterilizado, vacinado, desverminado e com 10,8 kg de peso.

Apresentava como queixa principal evolução de lesão causada pelo bicarbonato de sódio para correção de pH de piscinas, seguido de exposição solar. O tutor sem o consentimento de um médico veterinário usou sabonete sarnicida à base de benzoato de benzila e notou piora do animal.

Durante a anamnese o tutor relatou hiporexia, apatia, além de lesão com início há 7 dias. A ferida evoluiu para as extremidades na base da cauda, queda de pelos, prurido, eritema, crostas e secreção serosa. Notou aumento da extensão e mais eritema e prurido após o banho com sabonete sarnicida.

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Exame físico e diagnóstico Ao exame físico foi detectada lesões na região cervical dorsal com extensão até a inserção da cauda. Notou-se crostas e placas amareladas recobrindo as úlceras, além de alopecia, eritema, e dor a palpação do local. Os demais parâmetros estavam dentro da normalidade.

O diagnóstico conclusivo foi definido através dos achados no exame físico e histórico clínico. Concluindo uma queimadura química por agente alcalino.

Tratamento e evolução A utilização de Metadona (0,1 mg/kg IM) combinada com dipirona sódica (25mg/kg SC) e meloxicam (0,2mg/kg SC) foi realizada para a analgesia. Se iniciou a antibioticoterapia sistêmica com amoxicilina (20 mg/kg SC). Após dez minutos realizou-se tricotomia, desbridamento e limpeza da ferida com solução fisiológica 0,9%.

Na sequência foi instituído tratamento adjuvante com ozonioterapia. Coletou-se 50 mL do gás ozônio na concentração de 22 mcg/mL (obtenção através do gerador Ozone & Life), e, realizou a insuflação retal (IR) com auxílio de uma sonda uretral (número 8) e lubrificante. Em seguida foi aplicado na região da lesão o óleo de girassol ozonizado (Ozone & Life).

Foi prescrita a lavagem da ferida com solução fisiológica ozonizada (concentração de 72 mcg/mL), secagem com gaze e aplicação tópica de sulfadiazina de prata pomada combinada ao óleo de girassol ozonizado a cada 8 horas, durante novas recomendações. Solicitou nova sessão de ozonioterapia em 3 dias.

Antibioticoterapia (amoxicilina associado ao clavulanato de potássio 250 mg, BID 20 dias), antiinflamatório (prednisolona 5 mg, SID 3 dias) e analgésicos (cloridrato de tramadol 20 mg, BID 5 dias; dipirona 500 mg, BID 15 dias) também foram prescritos.

Assim como o uso de roupa cirúrgica.

Durante a consulta de retorno o animal apresentava dor leve, normorexia e sem prurido, de acordo com relato do tutor.

A lesão estava menos eritematosa e havia estabilizado em sua extensão. Foi possível realizar de forma subcutânea em alguns pontos com ulcerações maiores o gás ozônio (concentração de 32 mcg/mL, 1 mL em cada ponto). Além da IR (50 mL na concentração de 22 mcg/mL). Foram realizadas mais 2 sessões de ozonioterapia com intervalo de 7 dias. O tutor parou o trataIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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mento por questões financeiras, mas manteve as medicações alopáticas, assim como o óleo de girassol ozonizado conforme a prescrição. Após 45 dias, por contato telefônico, foi relatado que a ferida estava totalmente cicatrizada e iniciava crescimento piloso. Após 1 ano e 6 meses animal apresenta reparação completa com crescimento do pelame, restando apenas pequenas cicatrizes. O tutor apresentou-se muito satisfeito com o resultado da cicatrização em pouco tempo e sem necessidade de intervenção cirúrgica.

Conclusão O tratamento proposto com o uso de ozonioterapia adjuvante ao convencional trouxe resultado satisfatório com rápida cicatrização e sem a necessidade de intervenção cirúrgica para correção de extensas falhas teciduais.

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Tratamento com ozonioterapia de ferida por trauma automobilístico em membro torácico na articulação rádio-ulna-carpo-metacarpial, com exposição e perda óssea em cão SRD - relato de caso Treatment with ozone therapy of wound during automobilistic thoracic limb trauma in the radio-ulna-carpo-metacarpial joint, with exposure and bone loss in srd dog - case report Luis Américo de Borba Médico-veterinário com especialização em dermatologia veterinária (USP), especialização em cirurgia veterinária (Anclivepa/PR) e Mestre em ciências Veterinárias (UFPR).

Correspondência: luisamericomv@hotmail.com

Resumo: Um canino, SRD, macho foi atendido com grave ferimento em articulação em membro torácico. Lesão havia ocorrido há três dias e o animal, que era de rua, estava escondido após atropelamento automobilístico. Já havia bicheira, infecção bacteriana e necrose na lesão. O ferimento destruiu parte dos tecidos moles com exposição dos ossos da articulação e de metacarpos. O animal foi anestesiado para limpeza, remoção das larvas e para o início do tratamento com ozônio. A escolha do tratamento com ozonioterapia visou tentar evitar a amputação do membro pela presença de sensibilidade superficial e profunda mantidas. O tratamento foi realizado com lavagem com soro fisiológico ozonizado, bagging e aplicação de ozônio subcutâneo na região periférica à lesão, repetiu-se então uma vez por semana por três semanas sempre com sedação. Foi prescrito analgésicos, antiinflamatório e curativos com óleo ozonizado e compressas trocadas duas vezes ao dia até a recuperação da epiderme que ocorreu em 62 dias. A terapia de ozônio demonstrou grande poder de cicatrização e de recuperação tecidual evitando a amputação do membro. Considerando um grande benefício visto que um animal amputado tem grande rejeição na sua adoção.

Palavras-chave: Ozonioterapia, atropelamento, exposição ósIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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sea, óleo ozonizado e amputação.

Abstract: One canine, SRD, male was seen with a severe joint injury in a thoracic limb. Injury had occurred three days ago and the stray animal was hiding after being run over by a car. There was already wormwood, bacterial infection and necrosis in the lesion. The wound destroyed part of the soft tissue, exposing the bones of the joint and pasterns. The animal was anesthetized for cleaning, removal of larvae and for the start of ozone treatment. The choice of treatment with ozone therapy aimed to try to avoid limb amputation due to the presence of sustained superficial and deep sensitivity. The treatment was carried out with washing with ozonated saline solution, bagging and application of subcutaneous ozone in the peripheral region of the lesion, which was then repeated once a week for three weeks, always with sedation. Analgesics, anti-inflammatory drugs and dressings with ozonated oil and gauze changed twice a day were prescribed until the epidermis recovered, which occurred in 62 days. Ozone therapy has shown great healing power and tissue recovery, avoiding limb amputation. Considering a great benefit since an amputated animal has great rejection in its adoption.

Keywords: Ozone therapy, trampling, bone exposure, ozonated oil and amputation.

Histórico Foi atendido um canino, macho, com 7 kg de peso, resgatado na rua e que havia sido atropelado por automóvel há 3 dias. Se escondeu no mato e dificultou o resgate. Chegou na clínica com lesão séria no membro pélvico direito na região de rádio-ulna-carpos-metacarpiana. Lesão esta que destruiu por completo a articulação e diversos ossos foram desgastados pela metade e alguns arrancados (Figura 1). Já havia infecção bacteriana e de bicheira e o mal cheiro indicavam necrose tecidual. Foi aventada a possibilidade de amputação do membro em função da necrose e estado da articulação, mas a sensibilidade superficial e profunda estavam presentes. Sempre que o clínico se depara com processo necrótico em membros a amputação é uma escolha natural devido às complicações e incertezas no sucesso da terapia e desfecho final. O protetor que o resgatou preferiu III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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alternativas do que a amputação, pelo fato de que na sua experiência conseguir adoção em um amputado seria muito baixa.

A ozonioterapia foi sugerida como alternativa e aceita tão logo explicado sobre os efeitos e evolução esperada, assim como o trabalho de curativos diários a serem realizados em casa para melhorar as chances de sucesso do tratamento.

Achados e exame físico e diagnóstico A lesão nos tecidos moles foi extensa. A articulação de rádio-ulna-carpos-metacarpos foi danificada (Figura 1). O quinto dedo assim como vários carpos foram arrancados no acidente.

Os ossos metacarpos e osso do terceiro e quarto dedo foram desgastados no acidente. Uma citologia demonstrou linfócitos, macrófagos e neutrófilos com fagócitos de bactérias cocóides (Figura 2). Centenas de larvas de Dermatobia hominis foram re-

Figura 1- Lesão grave em ossos e significativa perda tecidual de tecidos moles do membro torácico direito

Figura 2- Linfócitos (seta azul), macrófagos com fagócitos (seta preta) e neutrófilos (seta verde) III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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movidas da lesão. Os tecidos enegrecidos estavam se desfazendo sugerindo necrose. A articulação estava totalmente inutilizada e o animal tinha muita sensibilidade ao toque.

Tratamento O animal foi sedado e anestesiado para limpeza e início do tratamento com ozonioterapia. Após a limpeza e remoção das larvas foi iniciado com a aplicação de 250 mL de soro fisiológico ozonizado a 53 mcG por 10 minutos aplicado bem lento em toda a lesão (Figura 3). Bagging por 15 minutos com gás de ozônio com 40 mcG e com ozônio desligado mantido o bagging por mais 15 minutos (Figura 4). Aplicação subcutânea da mistura

Figura 3- Aplicação do soro fisiológico ozonizado

Figura 4 - Aplicação do bagging III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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de gás de ozônio/oxigênio 20 mL X 20 mcG ao redor da lesão.

Aplicado 60 mL de Insuflação retal (IR) X 4 mcG. Este tratamento foi repetido por mais três vezes com animal sedado, porque referia muita sensibilidade. Foi aplicado antibiótico 22 mg de Cloridrato de Ceftiofur sódico em única aplicação, 175 mg de dipirona, 28 mg de tramadol e 0,7 mL de meloxicam. Foi prescrito dipirona 175 mg BID por quatro dias, tramadol 28 mg BID por cinco dias, meloxicam 0,75 mg SID por cinco dias curativos com gaze e faixa protetora trocados duas vezes ao dia com óleo ozonizado.

Evolução O Animal referia muita sensibilidade devido a extensão da lesão e exposição óssea, e as trocas dos curativos eram bem difíceis. Após a primeira semana de tratamento, pouco material necrótico havia restado e nos bordos da ferida o tecido de granulação já era notado (Figura 5). Na segunda semana tecido de granulação já estava exuberante, epiderme e derme em formação ausência de material necrótico, superfície articular do rádio exposta (Figura 6). Na terceira semana, o tecido de granulação continua crescendo e os ossos menos expostos (Figura 7). Houve recuperação total da pele em 62 dias de tratamento (Figura 8). Foi realizada uma imobilização por três semanas para promover uma artrodese da articulação. O animal ficou bem, apenas com o membro estendido, mas logo foi adotado.

Figura 5 - Uma semana após o início do tratamento, tem início a formação de tecido de granulação III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 6 - Aspecto após a segunda semana de tratamento.

Notar tecido de granulação exuberante, formação de derme e epiderme nos bordos e superfície articular distal do rádio exposta Conclusão Feridas provocadas por atropelamento geralmente exigem uma abordagem ampla e de vários conhecimentos de especialidades diferentes como: emergência, ortopedia, cirurgia, fisioterapia e de dermatologia. Muitas vezes o animal fica mutilado e se for de rua isso piora muito a sua situação, pois há preconceitos em amputados/defeituosos quando da adoção. O Pepe, assim batizado pelo protetor não precisou ser mutilado/amputado e com isto rapidamente ganhou um novo lar. A ozonioterapia é uma excelente opção de tratamento de feridas desafiadoras produzidas por traumas automobilísticos em caninos.

Promovendo rápida e completa cicatrização. A terapia de ozônio demonstrou grande poder de recuperação tecidual evitando a amputação do membro torácico.

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Figura 7- Epiderme avança, tecido de granulação crescendo e os ossos menos observados

Figura 8 - Recuperação total da epiderme após 62 dias de tratamento com ozonioterapia III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Tratamento adjuvante da atrofia cerebelar em american staffordshire terrier com ozonioterapia Adjuvant treatment of cerebellar atrophy in american staffordshire terrier with ozone therapy Luis Américo de Borba Médico-veterinário com especialização em dermatologia veterinária (USP), especialização em cirurgia veterinária (Anclivepa/PR) e Mestre em ciências Veterinárias (UFPR).

Correspondência: luisamericomv@hotmail.com

Resumo: Foi atendido um animal fêmea, da raça american staffordshire terrier, castrada de 5 anos e 5 meses de idade. O animal apresentava sinais neurológicos. A Abiotrofia Cerebelar (AC) e o diagnóstico clínico foram baseados nos sinais clínicos e exame de ressonância magnética. O animal apresentava sinais neurológicos como tropeços, ataxia exacerbada, oscilação troncular variável, nistagmo e perda variável das reações de ameaça. O tratamento com ozonioterapia foi iniciado há 1 ano e as vias de aplicação escolhidas foram autohemoterapia menor (AHTm), insuflação retal (IR) e aplicação subcutânea (SC). Houve redução dos sinais neurológicos importantes já a partir da terceira semana de tratamento, porém não houve progressão da doença neste período. Foi considerado que a terapia com ozônio é um tratamento válido na atrofia cerebelar na raça american staffordshire terrier.

Palavras-chave: ozonioterapia, abiotrofia cerebelar, atrofia cerebelar, ozônio, american staffordshire terrier.

Abstract: A female animal of the American Staffordshire Terrier breed, spayed 5 years and 5 months old, was treated. Animal showed neurological signs. Cerebellar Abiotrophy (CA) and clinical diagnosis were based on clinical signs and MRI examination. Animal presented neurological signs such as stumbling, exacerbated ataxia, variable trunk sway, nystagmus and variable loss of threat reactions. Treatment with ozone therapy started 1 year ago and the chosen application routes were minor autohemotherapy (AHTm), rectal insufflation (RI) and subcutaneous application (SC). There was a reduction in important neurological signs as from the third week of treatment, but there III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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was no progression of the disease during this period. Ozone therapy was considered a valid treatment for cerebellar atrophy in the American Staffordshire terrier breed.

Keywords: ozone therapy, cerebellar abiotrophy, cerebellar atrophy, ozone, american staffordshire terrier.

Histórico Foi atendido um animal fêmea, da raça American Staffordshire Terrier, castrada de 5 anos e 5 meses de idade. O animal apresentava sinais neurológicos como tropeços, ataxia exacerbada (marcha atáxica cerebelar), oscilação troncular variável (membros abertos), nistagmo e perda variável das reações de ameaça. O tutor relatava ainda que o animal havia diminuído sensivel-

Figura 1 - Imagens de ressonância magnética. Cerebelo com acentuada diluição de volume e maior proeminência dos sulcos interfoliares, denotando aumento do espaço liquórico da região III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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mente a agilidade de correr, de saltar, de subir degraus e subir o sofá. Iniciou tropeçando nas coisas e foi perdendo sua agilidade. Passou a brincar menos com os outros cães da casa. Evitando subir e descer escadas, subir no sofá e de disputar brinquedos.

A ataxia veio 2 meses depois dos tropeços iniciados. O médico-veterinário que fez o primeiro atendimento fez o diagnóstico de epilepsia e prescreveu fenobarbital e como observou a piora rápida do quadro encaminhou para atendimento especializado em neurologia veterinária onde foram realizados os exames de imagem de ressonância magnética e o diagnóstico.

Achados em exame físico e diagnóstico O diagnóstico clínico fora baseado nos sinais clínicos e exame de ressonância magnética (figura 1) realizado em clínica especializada em neurologia veterinária. A Abiotrofia Cerebelar (AC) foi o diagnóstico presuntivo realizado (figura 2) e o tratamento protocolado foi cloridrato de flunarizina, droga utilizada em distúrbios de equilíbrio para ajudar nos sinais clínicos. A tutora trouxe para avaliar a possibilidade de tratamento com ozonioterapia, que foi uma opção não oferecida até então. Após 4 meses do diagnóstico o animal apresentava-se com sinais clínicos piorados e a doença em evolução, a medicação não oferecia nenhum benefício adicional.

As doenças cerebelares degenerativas são chamadas coletivamente de abiotrofias quando a etiologia da degeneração neuronal não é clara. A perda neuronal geralmente é mais grave em córtex cerebelar e afeta a região de neurônios Purkinje, na maioria dos casos. As abiotrofias cerebelares foram relatadas em muitas raças e o caráter de herança familiar foi sugerido.

O início dos sinais clínicos aparece no começo da idade adulta em torno de 18 meses e pode iniciar até os 9 anos. A eutanásia é normalmente o desfecho mais provável e depende muito da evolução de cada caso e gravidade dos sinais clínicos. O levantamento do peso da cabeça vai se perdendo com a evolução da doença e o animal tende e se tornar menos agressivo em alguns casos e mais em outros, menos ou mais irritado e com menor reflexo das reações de ameaça. A inclinação intermitente da cabeça progride. Atividades normais como subir e se apoiar na mesa ou em pessoas fica cada vez menos frequente pelo mesmo motivo da manutenção da cabeça.

O animal pode parecer normal quando está andando com III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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coleira, mas ao subir e descer escadas a ataxia será notada imediatamente. Conforme os sinais pioram, movimentos repentinos podem causar decúbito dorsal com opistótono.

A ressonância magnética é o exame de imagem de escolha para o diagnóstico da atrofia cerebelar, porque a tomografia computadorizada tem sensibilidade baixa embora o custo e acessibilidade a ela sejam melhores.

Os cães com atrofia cerebelar podem desenvolver outras doenças após a detecção da ataxia. Estes incluem linfoma multicêntrico, ruptura do ligamento cruzado e dilatação volvo-gástrica pela dificuldade crescente da coordenação de comer e engolir.

Tratamento O tratamento iniciou em 28 de julho de 2020. Aplicações de mistura de ozônio-oxigênio nas vias - Auto hemoterapia menor (AHm) 40 mcG X 10 mL GÁS/SANGUE aplicado intramuscular. Insuflação retal (IR) 180 mL x 20 mcG, Aplicação subcutânea (SC) 20 mL x 10 mcG região cefálica de axis. As aplicações foram iniciadas 2 x por semana por duas semanas e após estabelecido 1 x por semana porque o animal obteve uma melhora significativa e o tutor preferiu espaçar um pouco o tratamento em função dos custos. Após mais 6 semanas a frequência das aplicações foi alterada novamente para a cada 14 dias e a dose do ozônio foi aumentada na AHTm para 53 mcG e aplicado na VG14.

Evolução Os intervalos de aplicação foram bem variados durante todo o tratamento, sendo que a cada 10 dias foi a frequência estabelecida após 6 meses de tratamento, este foi o intervalo de melhor resultado observado pelo tutor. O ponto de aplicação da AHTm na VG14 também foi observado com melhor resultado.

A concentração de ozônio na aplicação SC na região cefálica foi melhor avaliada pelo tutor quando feita acima de 15 mcG e na IR à concentração de 20 mcG foi observada como ideal.

As crises de ataxia com tremores musculares e de nistagmo diminuíram a partir da primeira aplicação de ozônio, estas duravam mais de 5 minutos e após o início do tratamento o animal passou a ter estes episódios por menos de um minuto. Depois da segunda semana de tratamento, o tutor relata que o animal havia melhorado 70% dos sinais clínicos. Esta melhora manteIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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ve-se por todo este período. Após 10 meses de tratamento o animal passou a subir na mesa e nas pernas dos tutores, isto havia parado antes do diagnóstico ter sido feito. Algumas vezes o tutor atrasa uns dias a mais e o estado não piora e outras vezes há regressão. Cada mudança na dose e frequência é sentido pelo animal em piora clínica e foi estabelecido que as aplicações devem ser realizadas a cada 10 dias pelo menos. As doses também devem ser mantidas e altas.

Conclusão A ozonioterapia é um tratamento válido para controle dos sinais clínicos da abiotrofia cerebelar. As doses, vias de aplicação e frequência foram estabelecidas por tentativa e erro, pois não havia descrição na literatura de mesma enfermidade tratada com ozônio. O animal demonstrou muita sensibilidade às mudanças de doses e de intervalos, sendo que os intervalos menores e doses maiores obtiveram melhores resultados.

Não houve regressão total dos sinais clínicos, mas uma melhora muito interessante no início do tratamento e a não evolução esperada para doença leva a considerar a ozonioterapia como um tratamento de alto valor na atrofia cerebelar na raça american staffordshire terrier.

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Tratamento e controle da bronquite crônica em cães com ozonioterapia - relato de caso Treatment and control of chronic bronchitis in dogs with ozone therapy - case report Luis Américo de Borba Médico-veterinário com especialização em dermatologia veterinária (USP), especialização em cirurgia veterinária (Anclivepa/PR) e Mestre em ciências Veterinárias (UFPR).

Correspondência: luisamericomv@hotmail.com

Resumo: A bronquite crônica é uma síndrome definida por tosse na maioria dos dias por pelo menos 2 meses para a qual nenhuma causa específica pode ser identificada. Os testes de diagnóstico incluem exame físico, testes laboratoriais, radiografia e avaliação das vias aéreas por meio de broncoscopia, citologia e cultura. O tratamento visa reduzir a exposição a irritantes, reduzir a inflamação das vias aéreas e controlar a tosse. Contudo em alguns animais este controle e tratamento se torna desafiador, pois medicações à base de corticosteróides são mais efetivos no tratamento e controle, no entanto os efeitos colaterais são indesejáveis. Aumentam o peso e o problema é agravado.

Um canino, fêmea de 16 anos com bronquite crônica está sendo tratada há 1 ano e 8 meses somente com aplicação de ozônio regularmente, por Insuflação retal (IR) e Subcutânea (SC). A frequência das aplicações varia conforme o animal refere início da tosse, a cada 10, 15 ou 20 dias. O tratamento com ozonioterapia é uma alternativa viável que controla bem os sinais clínicos sem efeitos colaterais a curto e longo prazo.

Palavras-chave: Ozônio, ozonioterapia, bronquite crônica, canino, tosse.

Abstract: Chronic bronchitis is a syndrome defined by coughing most days for at least 2 months for which no specific cause can be identified. Diagnostic tests include physical examination, laboratory tests, radiography, and airway assessment through bronchoscopy, cytology, and culture. Treatment is aimed at reducing exposure to irritants, reducing airway inflammation, and controlling coughing. However, in some animals this control and treatment becomes challenging, as corticosteroid-based mediIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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cations are more effective in the treatment and control, however side effects are undesirable. Weight increases and the problem is aggravated. A 16-year-old female canine with chronic bronchitis has been treated for 1 year and 8 months only with regular ozone application, by rectal (IR) and subcutaneous (SC) insufflation. The frequency of applications varies depending on the animal reporting the onset of coughing, every 10, 15 or 20 days. Treatment with ozone therapy is a viable alternative that controls clinical signs well without short- and long-term side effects.

Keywords: Ozone, ozone therapy, chronic bronchitis, canine, cough.

Histórico Animal havia iniciado com tosse há seis meses. Os episódios de tosse foram aumentando de intensidade e frequência. Tratamentos com corticosteróides oral, corticóide gotas intranasal e de nebulímetro broncodilatador. Mesmo com tratamento houve evolução da tosse e dificuldade respiratória com restrição a exercícios. Em dezembro de 2019 o animal iniciou com crises de tosse e de dificuldade respiratória que foram aumentando e o animal teve que ser hospitalizado para receber tratamento de emergência. O animal precisou de oxigenioterapia assistida com sonda nasal por 2 a 3 dias teve alta, passava um a dois dias bem e voltava a ser hospitalizado com muita dificuldade em oxigenar. A pressão parcial de 02 em um dos momentos em que o animal estava internado era de 70,8 mmHg. Episódios ocorreram por duas semanas e os tutores foram alertados pela gravidade e de possível encaminhamento para um desfecho fatal.

Achados no exame físico e diagnóstico A tosse é definida como uma expulsão repentina de ar ruidoso, associado ao esforço de limpar as vias respiratórias. O diagnóstico foi baseado nos sinais clínicos, evolução da tosse e exames de imagens radiográficas e de rinoscopia. Radiografia com padrão bronquial com aspecto de trem na posição ventrodorsal (Figura 1) e de rosquinhas nas posições laterais direita e esquerda (Figuras 2 e 3 respectivamente).

Rinoscopia e histopatológico sugeriram rinite linfoplasmocítica com focos supurativos. Auscultação de sons agudos e de III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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sibilos nas áreas de lobos apicais e cardíacos e menos no lobo diafragmático. O diagnóstico foi sugerido como bronquite crônica baseado na evolução clínica de tosse e de dificuldade respiratória associado ao exame de imagem radiográfica.

Tratamento Por sete dias o corticóide oral foi mantido com prednisona 5 mg por dia em uma dose diária. O corticóide gotas nasais assim como o nebulímetro foram retirados de prescrição pois não havia nenhum efeito benéfico e eram de difícil administração.

Tratamento foi escolhido da mistura de gás ozônio-oxigênio foram pela via subcutânea (SC) 20 mL X 4 mcG na lateral do pescoço lado direito e esquerdo, massageando em direção ao tórax ventralmente, e pela via Insuflação retal (IR) 50 mL X 4 mcG. Três aplicações semanais nas primeiras duas semanas. Após 2 aplicações por semana 2 semanas. Após aplicações semanais por 4 semanas. Em diante foram aplicados com intervalos que

Figura 1 - Radiografia dorso ventral sugerindo preenchimento de conteúdo líquido nos alvéolos, com aspecto de trem III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 2 - Radiografia latero-lateral esquerda sugerindo preenchimento de conteúdo líquido nos brônquios

Figura 3 - Radiografia latero-lateral direita sugerindo preenchimento de conteúdo líquido nos brônquios.

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variavam de duas, três ou a cada 4 semanas. Os intervalos foram determinados conforme o animal referia chiado no peito, que rapidamente desapareciam com a aplicação de ozônio. As doses foram mantidas durante todo o período, apenas a frequência das aplicações variaram.

Evolução Após a primeira aplicação de ozônio o tutor relata que o animal conseguiu dormir bem, fato que não ocorria há duas semanas. Iniciado o tratamento com ozonioterapia não teve mais dificuldade respiratória e aos poucos os sons aferidos no pulmão pela auscultação foram diminuindo sendo despercebidos depois de 8 semanas. A tosse foi totalmente suprimida depois da 6ª semana e não mais relatada. As doses e volume de gás de ozônio-oxigênio foram mantidas constantes porque a melhora se manteve, bem como as vias de aplicações.

Conclusão A ozonioterapia é um tratamento de alto valor terapêutico e de controle dos sinais clínicos e na evolução da bronquite crônica. Foi determinante para a melhora da paciente que na época já era idosa e estava muito debilitada. A melhora clínica e a involução dos sinais foram demonstradas rapidamente. O animal mantém-se bem com a terapia após 20 meses de iniciado o tratamento com ozônio.

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Ação bactericida e cicatrizante do ozônio medicinal em ferida lacerada traumática relato de caso Bactericide and healing action of medicinal ozone in traumatic lacerate wound - case report Viviane Machado Pinto 1; Caroline Neves Alves Tcatch 2, Valesca Schneider 3 1-Médica-veterinária professora da ULBRA/RS 2- Médica-veterinária proprietária da Pet em movimento/ POA 3- Graduanda de Medicina Veterinária da Ulbra/Canoas Correspondência: valesca_sch@hotmail.com

Resumo: Inúmeros trabalhos científicos demonstram a ação bactericida do ozônio na aplicação tópica. A inativação dos microrganismos se dá por ação direta do ozônio, com ruptura oxidativa de suas membranas. Ocorre oxidação dos lipídios insaturados constituintes da membrana citoplasmática, formam ozonídeos que tem um alto potencial de oxidação, é instável e exerce sua própria ação de desinfecção ao atacar enzimas, agrupamentos sulfidril, ou aldeídos, liberando compostos peroxil, que também são desinfetantes (FISHER et al, 2000). O potencial desinfetante do ozônio é atribuído à sua capacidade de promover a ruptura das paredes celulares, extravasamento de íons e de moléculas intracelulares, desencadeando a morte celular (Zhang et al., 2016). Estudos apontam que o ozônio influência na polaridade global da superfície bacteriana (Feng et al., 2018), envolvendo peroxidação lipídica e degradação de proteínas transmembrana que controlam o fluxo de íons (Ersoy et al., 2019). Assim, haverá ruptura das células, extravasamento de íons entre os meios, resultando na morte do microrganismo (Zhang et al., 2011). Este trabalho tem como objetivo relatar o caso de um canino, macho que foi atropelado por um trator cortador de grama teve amputação de dígitos do MPE e coxins do MTE, e utilizou antibioticoterapia sistêmica associado a ozonioterapia tópica para descontaminação da extremidade dos membros e auxiliou na cicatrização e evitando colocação de prótese.

Palavras-chave: ozonioterapia, desinfecção, osso, canino, cicatrização III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Abstract: Numerous scientific studies demonstrate the bactericidal action of ozone in topical application. The inactivation of microorganisms occurs through the direct action of ozone, with oxidative rupture of their membranes. Oxidation of unsaturated lipids that make up the cytoplasmic membrane, form ozonides that have a high potential for oxidation, are unstable and exert their own disinfecting action by attacking enzymes, sulfhydryl groups, or aldehydes, releasing peroxyl compounds, which are also disinfectant (FISHER et al, 2000). The disinfectant potential of ozone is attributed to its ability to promote the disruption of cell walls, extravasation of ions and intracellular molecules, triggering cell death (Zhang et al., 2016). Studies show that ozone influences the global polarity of the bacterial surface (Feng et al., 2018), involving lipid peroxidation and degradation of transmembrane proteins that control the flow of ions (Ersoy et al., 2019). Thus, there will be cell rupture, leakage of ions between the media, resulting in the microorganism’s death (Zhang et al., 2011). This paper aims to report the case of a male canine that was run over by a lawn mower tractor had amputation of the MPE digits and MTE pads, and used systemic antibiotic therapy associated with topical ozone therapy for decontamination of the limbs and assisted in the healing and avoiding prosthesis placement.

Keywords: ozone therapy, disinfection, bone, canine, healing Histórico e exame físico Foi atendido um canino da raça Pastor de Shetland, macho, com 5 anos, que foi atropelado por um trator de cortar grama de pequeno porte. Ao exame clínico o paciente apresentava amputação de coxins do membro torácico esquerdo (MTE) e ausência, por amputação traumática, do 2º, 3° e 4º dígitos do membro pélvico esquerdo (MPE) (Figura 1). A temperatura corporal estava 38,5 ºC, mucosas normocoradas, taquipnéia e 120 batimentos/minuto de frequência cardíaca. O paciente havia perdido bastante sangue mas estava estável. No mesmo instante foi coletado sangue para exames laboratoriais e feito swab da ferida para cultura e antibiograma. Neste momento foi cogitado a possibilidade de colocação de prótese, devido a gravidade da lesão e risco de osteomielite.

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Figura 1 - Paciente canino atropelado por um trator pequeno de cortar grama. A) Coxim do 4 dígito amputado e coxins do 3 e 5 dígitos lacerados no MTE . B) Amputação de 2, 3 e 4 dígitos do MPE e extensa lesão cutânea com exposição de vasos e tendões Tratamento Após 3 horas do acidente foi realizado lavagem das feridas com solução ozonizada (500 mL Nacl- por 7 minutos e concentração de 63 mcg/mL) e bagging por 20 minutos e concentração de 50 mcg/mL (Figura 2). Foi introduzido uso de pregabalina 2mg/kg, BID para auxiliar na analgesia junto com dipirona 25 mg/kg BID e amoxicilina e ácido clavulânico 20mg/kg BID, por 15 dias.

Figura 2 - Paciente canino atropelado por um trator, recebendo tratamento com bagging de ozônio no MPE, três horas após o acidente III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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No dia seguinte foi feita lavagem com soro ozonizado duas vezes ao dia, realizado curativo com óleo ozonizado e bagging com concentração de 50 mcg/mL por 20 minutos. Após 48 horas do acidente o paciente realizou remoção cirúrgica dos fragmentos ósseos e desarticulação dos dígitos comprometidos obteve-se o resultado da cultura como positiva para Pseudomonas luteola, sendo resistente ao antibiótico escolhido, mesmo assim não foi trocado o antibiótico. No transoperatório foi realizado lavagem com soro ozonizado. Optou-se por fechamento da ferida cirúrgica por segunda intenção, pois não havia tecido viável para oclusão da ferida (Figura 3).

Após o procedimento cirúrgico foi realizado lavagem da ferida cirúrgica com soro ozonizado 2x ao dia e curativo com óleo ozonizado e colocado Durafiber® para cobrir a lesão e curativo com gaze. O bagging foi realizado a cada 3 dias com concentração 50 mcg/mL. Após 14 dias a troca do curativo e limpeza da ferida eram realizados da mesma forma mas o bagging era realizado com 20 mcg/mL 2x por semana. Aos 35 dias do início do tratamento a ferida apresentava praticamente cicatrizada (Figura 4).

Figura 3 - Aspecto da extremidade do MTE e MPE após desbridamento cirúrgico, 3 dias após o acidente. A) Coxins dos 4 e 5 dígitos amputados e coxim do 3 dígitos lacerados no MTE . B) Aspecto da ferida após amputação de resquícios de ossos de 2, 3 e 4 dígitos do MPE e presença de alguns pontos de sutura

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Figura 4 - Ferida do MTE e MPE cicatrizadas após 35 dias de tratamento com ozonioterapia. A) Coxins do MTE cicatrizado. B) Ferida cicatrizada no MPE aos 35 dias de tratamento Conclusão Conclui-se que a ozonioterapia foi fundamental na descontaminação e cicatrização da ferida traumática, levando em consideração que o antibiótico utilizado era ineficaz contra a bactéria encontrada.

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Uso da ozonioterapia, como terapia complementar, em fratura aberta - relato de caso Use of ozone therapy as complementary therapy in open fracture - case report Valesca Inez Schneider 1; Viviane Machado Pinto 2 1-Graduanda do curso de Medicina Veterinária da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA – Canoas/RS/Brasil) 2-Professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA – Canoas/RS/Brasil).

Correspondência: valesca_sch@hotmail.com

Resumo: O uso da ozonioterapia, nas suas mais diversas formas de aplicação, tem-se mostrado eficaz para a cicatrização de feridas, contaminadas ou não, graças ao seu poder oxidante, sendo muito eficiente em afecções bacterianas, fúngicas, virais, lesões subcutâneas e cutâneas, com potencial analgésico e antiinflamatório, diminuindo o tempo de cicatrização e permitindo a recuperação mais rápida dos pacientes. O ozônio é um gás incolor de forte odor, composto por três átomos de oxigênio que se formam quando suas moléculas se rompem, devido à radiação ultravioleta ou quando é submetido a uma descarga elétrica causada por um gerador, onde os átomos separados combinam-se com outras moléculas de oxigênio. Este trabalho tem como objetivo relatar a utilização da ozonioterapia na descontaminação de uma fratura aberta de fêmur, em um canino filhote, que permitiu, após 48 horas, a reintrodução manual do osso, sem risco de osteomielite.

Palavras-chave: Ozonioterapia, fratura aberta, Canino Abstract: The use of ozone therapy, in its various forms of application, has been shown to be effective for the healing of wounds, contaminated or not, thanks to its oxidizing power, being very efficient in bacterial, fungal, viral, subcutaneous and cutaneous lesions, with analgesic and anti-inflammatory potential, reducing healing time and allowing patients to recover more quickly. Ozone is a colorless gas with a strong odor, composed of three oxygen atoms that form when its molecules break up due to ultraviolet radiation or when it is subjected to an electrical discharge caused by a generator, where the separated atoms combine with other oxygen molecules. This paper aims III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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to report the use of ozone therapy in the decontamination of an open fracture of the femur in a puppy canine, which allowed, after 48 hours, the manual reintroduction of the bone, without risk of osteomyelitis.

Keywords: Ozone Therapy, Open Fracture, Canine Histórico e exame físico Um canino, fêmea, sem raça definida (SRD), de aproximadamente 45 dias, foi abandonada no Hospital Veterinário da ULBRA, com fratura exposta de fêmur esquerdo (Figura 1) e ferida contaminada; além de eventração na lateral esquerda do tórax, por provável atropelamento. Ao exame clínico, apresentava-se com mucosas hipocoradas, desidratação leve e apresentando dor, TR (temperatura retal) 38,6 oC, FC (frequência cardíaca) ˃ 200 bpm, FR (frequência respiratória) com taquipneia, PAS (pressão arterial sistólica) 140 mmHg. Foi instituído o acesso venoso para administração de medicamentos e reidratação. Também radiografou-se o membro pélvico esquerdo (Figura 2) e tórax.

Figura 1 – Canino, fêmea, SRD, abandonada no HV da ULBRA, com fratura aberta de fêmur esquerdo

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Figura 2 – Radiografia de membro pélvico esquerdo de canino, fêmea, SRD, com fratura transversa completa, aberta, de diáfise distal de fêmur esquerdo 212

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Tratamento No primeiro dia, a analgesia foi feita com metadona, na dose de 0,1 mg/kg, por via subcutânea (SC), TID; para a antibioticoterapia, optou-se por amoxicilina com ácido clavulânico, na dose de 20 mg/kg, via oral (VO), BID e metronidazol, na dose de 15 mg/kg, VO, BID, por serem de amplo espectro. Como anti-inflamatório foi usado meloxicam 0,2 %, na dose de 0,05 mg/kg, SC, SID. No segundo dia, a metadona foi substituída por tramadol, na dose de 3 mg/kg, SC, TID e dipirona, na dose de 12,5 mg/kg, SC, BID; mantidos os antibióticos e o anti-inflamatório.

No terceiro dia de internação foi coletado sangue, para realização de hemograma, que revelou anemia, 20% de hematócrito (Ht), 6% de hemoglobina (Hb) e 23.300 μL de Leucócitos e 9% de bastões; a amoxicilina com ácido clavulânico e o metronidazol foram substituídos pela clindamicina, na dose de 11 mg/ kg, IV, BID, por dez dias.

A ferida, com exposição do fêmur, apresentava necrose e secreção purulenta (Figura 3). Inicialmente, foi utilizado para a limpeza, solução fisiológica e após, era aplicada pomada de neomicina e coberto com curativo feito com gaze estéril, três

Figura 3 – Fratura aberta de fêmur com fragmento ósseo apresentando necrose e ferida com secreção purulenta III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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vezes ao dia. No terceiro dia, o osso apresentava uma porção necrosada, foi feito o desbridamento e limpeza. A partir de então, foi iniciado o uso da ozonioterapia, com lavagem com solução ozonizada, na concentração de 80 microgramas (mcg), por 7 minutos, para a limpeza, e óleo de girassol ozonizado nos curativos, duas vezes ao dia. Além disso, foi utilizado bagging, local, por 10 minutos, na concentração de 50 mcg, com o aparelho ligado e por mais 5 minutos, com o aparelho desligado, uma vez ao dia, por dois dias consecutivos (Figura 4).

No sexto dia, a paciente foi anestesiada com propofol, na dose de 4 mg/kg, IV, para que o osso fosse reposicionado para dentro do tecido (Figura 5). Foi indicada seguir com a limpeza

Figura 4 – Terapia de bagging no membro pélvico esquerdo

Figuras 5 – Aspecto da ferida cutânea, após a redução da fratura III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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do ferimento com soro fisiológico ozonizado e o curativo, feito com óleo de girassol ozonizado e gaze estéril (Figura 6), três vezes ao dia, até a completa cicatrização da ferida, ocorrido após oito dias.

Foram feitas radiografias, após a cirurgia; dois dias após (Figura 7), quatorze dias após (Figuras 8 e 9), vinte e seis dias após (Figura 10) e setenta e seis dias após (Figura 11).

Figura 6 - Ferida tratada com óleo ozonizado e curativo

Figura 7 – Radiografia do membro pélvico esquerdo, dois dias após a cirurgia, com desalinhamento e sem evidência de processo de consolidação III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figuras 8 e 9 – Radiografia do membro pélvico, quatorze dias após a cirurgia, demonstrando início de formação de calo ósseo

Figura 10 – Radiografia do membro pélvico, vinte e seis dias após a cirurgia, demonstrando formação de ponte óssea, sem evidência de consolidação.

Figura 11 – Radiografia do membro pélvico, setenta e seis dias após a cirurgia, demonstrando formação de ponte óssea, com evidência de consolidação

Com relação à eventração, foi feita uma bandagem de compressão ao redor do tórax, por dez dias (Figura 5). Quando retirada, a musculatura já havia cicatrizado.

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Conclusão Com a utilização da ozonioterapia tópica, associada a antibioticoterapia, observamos uma rápida descontaminação, tanto do fragmento ósseo exposto, como da ferida causada por ele, permitindo que a cirurgia de recondução do fragmento ósseo pudesse ocorrer após o sexto dia de internação da paciente, sem intercorrências ou qualquer tipo de contaminação durante ou após o processo cirúrgico. A associação da ozonioterapia parece ser uma excelente ferramenta no tratamento de descontaminação e cicatrização de feridas.

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Ozonioterapia no tratamento de ferida por queimadura térmica de terceiro grau em canino: relato de caso Ozone therapy in the treatment of third-degree thermal burn wound in canine: case report Bárbara Baracchini 1; Letícia de Oliveira Adamy 2 1 - Profissional autônomo, ozonioterapêuta, pós-graduanda em Imunologia Veterinária - Santa Maria/RS/Brasil 2 - Profissional autônomo, Clínica Médica de pequenos animais - Santa Maria/RS/ Brasil; Correspondência: barbarab.vet@hotmail.com

Resumo: A ozonioterapia é uma técnica que utiliza O₂+O₃ de forma sistêmica com ação analgésica, anti-inflamatória e imunomoduladora, e de forma tópica com objetivo de promover ação antimicrobiana, regeneração e cicatrização dos tecidos. O objetivo deste trabalho é relatar o uso da ozonioterapia sistêmica e tópica como um tratamento de suporte e complementar ao organismo de um canino que sofreu extensa lesão tecidual por queimadura térmica de terceiro grau.

Palavras-chave: ozônio, debridamento, cicatrização, ferida, cão Abstract: Ozone therapy is a technique that uses O₂+O₃ in a systemic form with analgesic, anti-inflammatory and immunomodulating action, and in a topical way aiming to promote antimicrobial action, tissue regeneration and healing. The objective of this paper is to report the use of systemic and topical ozone therapy as a supportive and complementary treatment to the body of a canine that has suffered extensive tissue damage from third-degree thermal burns.

Keywords: ozone, debridement, healing, wound, dog Histórico Paciente canino, quatro anos, macho, sem raça definida. Foi resgatado pela ONG Somos Pet e encaminhado para atendimento pela veterinária clínica Dra. Letícia Adamy na cidade de Santa Maria – RS. Paciente apresentava uma extensa lesão de pele ocasionada por queimadura térmica de III grau, decorrenIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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te de incêndio na residência em que habitava. A ferida abrangia a cabeça, a região cervical, o tórax, o flanco, estendendo-se até a cauda. Em decorrência da severidade da necrose de pele, foi indicado a cicatrização cutânea por segunda intenção e utilização de medicamentos para suporte ao organismo do animal: cefalexina (30mg/kg/BID) e metronidazol (15 mg/kg/BID) por 21 dias; dipirona (25mg/kg/BID) e tramadol (2 mg/kg/BID) por 20 dias; e após esse período, amoxicilina + clavulanato de potássio (25 mg/kg VO BID) durante 15 dias, mantendo-se o animal com curativo para proteção da ferida.

Achados em exame físico e diagnóstico No exame físico o animal evidenciava dor local decorrente da ferida necrótica, que abrangia desde a cabeça até a cauda do animal, apresentando aspecto morfológico eritematoso com erosão ulcerativa, presença de secreção purulenta e crostas.

(Figuras 1a e 1b).

Figura 1a

Figura 1b III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Tratamento Além do tratamento convencional, foi indicado a realização de ozonioterapia. Os curativos foram realizados uma vez ao dia, sempre com limpeza e debridamento da ferida com solução salina ozonizada (SSO₃) a 47 mcg/mL, seguido de aplicação de óleo de girassol ozonizado por toda área acometida e colocando uma bandagem para cobertura da ferida e conforto do animal. Na primeira sessão com intuito de obter um efeito analgésico, anti-inflamatório, imunomodulador e cicatrizante, por via sistêmica, foi realizado aplicação de solução de ringer lactato ozonizado (35mL/kg IV) a uma concentração de 33 mcg/mL e Insuflação retal (5mL/kg) a uma concentração de 10 mcg/mL. Por via tópica foi realizado a limpeza da ferida com solução salina ozonizada (SSO₃) a 47 mcg/mL, bagging na concentração inicial de 33 mcg/mL por 20 minutos, sendo estes, 10 minutos com o gerador ligado e 10 minutos desligado, seguido de aplicação de óleo de girassol ozonizado por toda área acometida, e fechamento com bandagem. No decorrer do tratamento, com intervalo de 7-15 dias ocorreram as subsequentes sessões de ozonioterapia, muitas vezes associadas à aplicação de moxabustão nas bordas e no leito da ferida para potencializar o processo de cicatrização. Durante o manejo da ferida, o debridamento é um procedimento utilizado para limpar a ferida e deixá-la em condições adequadas para a cicatrização, por possibilitar a remoção de tecidos desvitalizados e preparar o leito da ferida para a cobertura definitiva. No caso relatado, para otimizar o processo de cicatrização, foram utilizados além do debridamento instrumental, outros três tipos de debridamento: - mecânico, método que envolve a retirada do tecido morto através de fricção e irrigação com soro fisiológico para a remoção da necrose. No paciente foi feito por meio de fricção, esfregando o leito e bordas da ferida com compressas de gaze umedecidas em SSO₃ para remover debris celulares; - autolítico, é realizado pelo próprio corpo de forma natural, através de processos promovidos pelas células de defesa, os leucócitos. Para melhorar os efeitos deste tipo de debridamento é necessário manter a ferida úmida. Nesse caso foi estabelecido pela manutenção de um leito úmido durante o fechamento do curativo com gaze embebida em SSO₃, a fim de atrair neutrófilos e macrófagos para a lesão, os quais liberam enzimas lisossomais para digerir os detritos. O meio adequado proporciona III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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maior lise e fagocitose do tecido necrótico; - enzimático, semelhante ao autolítico, ocorre também com o uso de enzimas, porém são exógenas. Nesse caso fez-se o uso do óleo de girassol ozonizado.

Evolução 1- (Figura 1c) - D0 Início do tratamento, utilização de SSO₃ seguido de bagging e do óleo ozonizado.

2 - (Figura 2a e 2b) - D14 Após 14 dias de tratamento, debridamento quase completo.

3 - (Figuras 3a e 3b) - D30 Após 30 dias do tratamento, resultado satisfatório do debridamento com ausência de infecção secundária.

4 - (Figura 4) - D50 Após 50 dias de tratamento. Mais de 50% de cicatrização, havendo uma reepitelização da ferida. A melhora

Figura 1c III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 3a

Figura 3b III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 4 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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pode ser justificada pela maior oxigenação tecidual e aumento do metabolismo tecidual induzido pelo ozônio.

5 - (Figura 5) - D85 Após 85 dias de tratamento a lesão tecidual estava mais de 90% cicatrizada e o paciente obteve alta médica. O óleo de girassol ozonizado seguiu sendo aplicado 2 vezes ao dia até a cicatrização total da ferida.

Conclusão A ozonioterapia de forma sistêmica e tópica, promoveu analgesia, uma excelente otimização em todos os processos de debridamento. Reduziu a infecção e consequentemente acelerou a regeneração e a cicatrização cutânea, mostrando-se eficaz no auxílio da cicatrização por segunda intenção neste caso de ampla lesão e de difícil cicatrização.

Figura 5

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Cicatrização de ferida em região lombo-sacra de um gato com o uso de ozonioterapia Wound healing in the lomb sacral region of a cat with the use of ozone therapy Va nessa Veronese Ortunho Doutora em Ciência Animal, Professora Titular no Centro Universitário de Santa Fé do Sul e proprietária da empresa Vet Nêssa O₃ – Ilha Solteira – São Paulo – Brasil.

Correspondência: vanessaverort@yahoo.com.br

Resumo: Gato doméstico apresentando ferida em região lombo-sacra foi submetido a tratamento que durante 3 meses não apresentou bons resultados. Novo protocolo foi prescrito, desta vez com utilização da ozonioterapia. Foram feitas 13 sessões que culminaram com a resolução da lesão.

Palavras-chave: bagging, insuflação retal, lesão Abstract: Domestic cat with a wound in the lumbosacral region was submitted to a treatment that did not present good results for 3 months. A new protocol was prescribed, this time using ozone therapy. There were 13 sessions that culminated in the resolution of the lesion.

Keywords: bagging, rectal insufflation, injury Histórico Foi atendido por médico veterinário particular um gato, srd, macho, castrado aproximadamente 2 anos, que estava sendo tratado há aproximadamente 3 meses sem êxito devido a presença de um abscesso Segundo relato, no mesmo dia que a lesão foi percebida, o animal fora levado para atendimento, sendo receitado antibioticoterapia e realização de curativos diariamente. Passados os 10 dias iniciais, a ferida havia aumentado e foi prescrito um outro antibiótico.

Passado um mês a ferida continuava sem cicatrizar e o profissional médico veterinário suturou a mesma, havendo deiscência dos pontos 15 dias após o procedimento. Desta forma, III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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retornou-se ao protocolo inicial sem êxito e após 20 dias foi realizada uma cirurgia para retirada de tecido necrosado e posterior sutura, com prescrição de outro antibiótico. Passados 10 dias desse fato, a lesão ainda não havia cicatrizado e havendo nova deiscência de pontos, optou-se pelo tratamento com ozonioterapia.

Achados em exame físico e diagnóstico inicial Observou-se animal apático, magro, com frequência cardíaca e respiratória normais. A ferida (Figura 1) localizava-se no lado esquerdo próxima da região lombo-sacra, encontrando-se as bordas ventral e dorsal suturadas, com aproximadamente 2 cm. A parte central mediu aproximadamente 7 cm, sendo que a ferida apresentava exposição da musculatura, e secreção.

A parte caudal estava bem aderida à pele, porém na parte cranial da ferida, a pele estava completamente descolada sendo possível colocar um cotonete que adentrava ao interior do animal como uma grande fístula.

Figura 1 - Lesão antes do início das sessões.

Fonte: arquivo pessoal do autor III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Tratamento e evolução Foi realizada a primeira sessão de ozonioterapia e 2 dias após repetiu-se o protocolo, que foi: bagging e insuflação retal.

Antes de iniciar o bagging a ferida era umedecida com água, sendo o mesmo realizado na concentração de 28 mcg/mL por 5 minutos, com 2 minutos de modo off do gerador, seguido de mais 5 minutos em modo on, com concentração 22 mcg/mL, e modo off por 2 minutos. No terceiro ciclo, usou-se mais 5 minutos na concentração de 18 mcg/mL. Em seguida, desligou-se o aparelho e o animal foi mantido por mais 20 minutos na bolsa.

Na insuflação retal foi usado volume de 20mL e concentração de 5 mcg/mL. Foi prescrito o uso de óleo de girassol ozonizado (Ozone Life) 2 vezes ao dia e realização de curativos até que a ferida fosse completamente cicatrizada.

Observou-se que na segunda sessão (Figura 2) a secreção havia diminuído, houve deiscência de alguns pontos, por isso aparentemente a ferida tinha aumentado.

Foram realizadas mais 13 sessões semanais seguindo o protocolo descrito a seguir.

Antes de iniciar o bagging a ferida foi umedecida com água, sendo o mesmo realizado na concentração de 28 mcg/mL por 5 minutos, com 2 minutos de modo off do gerador, em seguida por mais 5 minutos em modo on, com concentração 25 mcg/mL, e modo off por 2 minutos. No terceiro ciclo, usou-se mais 5 minutos na concentração de 15 mcg/mL. Em seguida, desligou-se o aparelho e o animal foi mantido por mais 20 minutos na bolsa.

Figura 2 - Lesão na segunda sessão.

Fonte: Dados obtidos na pesquisa

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Na insuflação retal foi usado volume de 20 mL e concentração de 5 mcg/mL. A evolução da ferida nessas 13 sessões pode ser observada nas figuras 3, 4, 5 e 6.

Pela evolução positiva da cicatrização e por contenção de despesas, os proprietários optaram em dar continuidade com o tratamento apenas com o uso do óleo de girassol ozonizado (Ozone Life) até o fechamento total da ferida que ocorreu 3 meses após.

Conclusão A ferida foi cicatrizada com o uso da ozonioterapia, porém o tempo para o fechamento total da lesão foi longo, provavelmente devido ao fato da lesão ser extensa e pelo tempo decorrido entre o início da ozonioterapia e o início da lesão, tendo desvitalização muito intensa do tecido.

Figuras 3, 4, 5 e 6: Evolução da cicatrização de ferida com uso de ozonioterapia

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Uso de ozonioterapia na cicatrização de feridas em gato doméstico: relato de caso Use of ozone therapy in wound healing in domestic cats: case report Maura Dias Adriano 1; Júlia Vieira Pereira Moreno 2 1 - Médica-veterinária - PUC Minas 2 - Graduanda em Medicina Veterinária - PUC Minas - Poços de Caldas – Minas Gerais - Brasil Correspondência: mdiasadriano@gmail.com

Resumo: A ozonioterapia tem ganhado destaque na medicina veterinária no Brasil, visto que seu uso tem inúmeros benefícios na cicatrização e regeneração tecidual pelos seus efeitos germicida, anti-inflamatório, analgésico, oxigenante, imunomodulador e estimulante de sistemas antioxidantes. Paciente felino, um ano de idade, sofreu lesões graves por mordedura de um cão, foi levado a clínica veterinária particular de Poços de Caldas. Sofreu lesões extensas, fratura e luxação em vértebras lombares. Foi utilizada a solução fisiológica ozonizada para limpeza das lesões e aplicação de gás ozônio, bem como uso de curativo hidrocoloide. O paciente teve completa cicatrização das lesões teciduais em vinte e dois dias desde a necrose até a estabilidade do paciente e quarenta e quatro dias de tratamento no geral. O presente relato evidencia o sucesso terapêutico no uso de ozonioterapia em associação com a medicina convencional para o tratamento de lesões.

Palavras-chave: Ozonioterapia. Cicatrização. Felino. Curativo hidrocoloide.

Abstract: Ozone therapy has gained prominence in veterinary medicine in Brazil, as its use has numerous benefits in tissue healing and regeneration due to its germicidal, anti-inflammatory, analgesic, oxygenating, immunomodulating and stimulating effects of antioxidant systems. A one-year-old feline patient, who suffered serious injuries from a dog’s bite, was taken to a private veterinary clinic in Poços de Caldas. Suffered extensive injuries and fracture and dislocation in lumbar vertebrae. Ozonized saline solution was used to clean the lesions and apply ozone gas, as well as the use of a hydrocolloid dressing. The patient III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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had complete healing of tissue injuries within twenty-two days of treatment from necrosis to patient stability and forty-four days of treatment overall. This report highlights the therapeutic success in the use of ozone therapy in association with conventional medicine for the treatment of injuries.

Keywords: Ozone therapy. Wound healing. Feline. Hydrocolloid dressing.

Histórico Foi atendido em uma clínica veterinária particular de Poços de Caldas – MG, em 12/03/2021, um gato doméstico, macho, fértil, sem raça definida, pesando 3,505kg, de aproximadamente 1 ano de idade, com lesões por mordedura, principalmente em membro pélvico. Segundo a tutora, o gato havia sido atacado por um cachorro na rua.

Achados em exame físico e diagnóstico Na anamnese foi encontrada várias lesões por mordedura, principalmente em região pélvica, durante o exame físico animal não apresentou dor profunda e, ao tentar andar, não apoiava membros pélvicos, déficit proprioceptivo. Após realização de radiografia foi constatado fratura e luxação em L3-L4.

Tratamento e evolução O animal foi internado dia 12/03 e inicialmente foi prescrito Clavacilin 0,3mL SC BID, Isacort 0,3mL SC SID, Dipirona 0,08mL SC SID, MLK diluído em solução fisiológica 10,5mL IV SID e limpeza da ferida com solução fisiológica e aplicação de pomada vetaglós a cada 8 horas. Além disso, foi colocada sonda urinária.

A cirurgia para fixação da fratura e luxação de L3-L4 foi proposta para estabilizar a coluna lombar, no entanto, após exames pré-cirúrgicos foi constatado que ele não suportaria a anestesia pois o paciente apresentava-se muito desidratado, consciência alterada o que inviabilizou o procedimento cirúrgico. No dia 16/03 o prontuário foi alterado para metronidazol 10mL IV BID, Clavacillin 0,3 mL SC SID, Dipirona 0,1 mL SC SID, Metadona 0,1 mL SC a cada 8 horas, Ringer Lactato macro gotas 60 mL/h, 150 mL SC (suplemento: Bionew) quando necessário, limpeza de ferimentos e curativo a cada 12 horas, mas com o agravamento e necrose tecidual foi indicado o desbridamento e proposto o tratamento com a ozonioterapia com o intuito de cicatrização.

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No dia 18/03 foi feito desbridamento cirúrgico e a primeira aplicação de solução fisiológica ozonizada, foi feita limpeza do ferimento com solução fisiológica ozonizada na concentração de 32 mcg/mL com borbulhamento durante 10 minutos antes da lavagem das lesões, foi utilizado o digliconato de clorexidina 2%, após a limpeza as lesões eram secas com compressa estéril.

Após a completa secagem era realizada aplicação tópica de gás ozônio na concentração de 56 mcg/mL com ventosas durante 6 minutos, após o procedimento era aplicado pomada sulfadiazina de prata e a proteção das lesões com curativo hidrocoloide.

Para o curativo não sair, foi necessário o uso de bandagens para finalizar. Foi decidido que o curativo e aplicação de ozônio seriam feitos a cada 3 dias.

O felino recebeu alta no dia 19/03 e foi prescrito 1 comprimido de Agemoxi CL 50 mg VO, BID durante 10 dias, 3 gotas de Dipirona VO, SID por 5 dias, ½ comprimido PetSame VO, SID. O manejo nutricional foi com Recovery ou AD Hills, 20 mL VO a cada 2 horas no dia 19/03, 30 mL por via oral a cada 3 horas nos dias 20/03, 21/03 e 22/03, 40 mL por via oral a cada 6 horas até novas recomendações; e ¼ comprimido de Vonau Flash 4 mg VO BID se náusea.

No dia 22/03 foi realizado o mesmo protocolo instituído no dia 18/03 e o paciente apresentava melhora no quadro clínico geral e discreta melhora nas lesões.

No dia 25/03 o gato retornou para outra aplicação de ozônio e curativo. O protocolo foi o mesmo. Houve mudança no protocolo alopático, foi prescrito 1 cápsula de Ograx 500mg SID, 1 comprimido de Oralguard 50 mg VO, BID durante 21 dias, a cefalexina substituiu a amoxicilina com clavulanato. Além disso, como a tutora relatou que o gato não estava se alimentando

Figuras 1 e 2 - Lesão em membro pélvico esquerdo (18/03/2021) III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 3 - Lesão em membro pélvico esquerdo (22/03/2021)

Figuras 4 e 5 - Lesões em membro pélvico esquerdo (25/03/2021) muito bem, foi recomendado adicionar 1 miligrama de açafrão da terra em pó na ração úmida e ofertar bastante água de coco.

Foi observada melhora significativa com boa recuperação dos tecidos, redução de edema no membro.

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No dia 29/03 foi feita mais uma aplicação de ozônio e curativo, seguindo o mesmo protocolo. As lesões melhoraram significativamente O paciente voltou a se alimentar melhor. Foi solicitado hemograma e bioquímico para monitoramento das funções renal e hepática.

No dia 01/04 o felino passou por mais uma aplicação de ozônio e troca de curativo, seguindo o mesmo protocolo. Ele havia tido episódios eméticos um dia antes, então foi prescrito ¼ de

Figuras 6 e 7 - Lesões em membro pélvico esquerdo (29/03/2021)

Figuras 8, 9 e 10 - Utilização de curativo hidrocoloide e uso de ataduras III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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comprimido de Gaviz 10mg SID, pela manhã em jejum. Foi coletado sangue para realização dos exames para monitoramento das funções renal e hepática. O bioquímico apresentou ureia um pouco baixa (39mg/L; referência: 42,8-64,2) e ALT bem alta (572 UI/L; referência: 6-83). Foi retirada a sonda urinária.

No dia 05/04 foi realizado atendimento à domicílio e o protocolo permaneceu o mesmo. Houve melhora significativa da coloração e redução de edema, bem como diminuição do tamanho das lesões.

No dia 08/04 foi realizada mais uma sessão de aplicação de ozônio e seguido o mesmo protocolo de limpeza e troca de curativo. Como a lesão já estava bem melhor, não foi colocado curativo hidrocoloide. Com a evolução das lesões, o próximo curativo foi marcado com um intervalo de 11 dias.

No dia 19/04 foi feita limpeza das lesões com soro ozonizado e digliconato de clorexidina 2%, aplicação tópica de sulfadiazina de prata e moxa. Como o paciente continuou evoluindo bem, o intervalo para a próxima sessão permaneceu de 11 dias.

No dia 30/04 foi realizada a última sessão, foi feita limpeza com soro ozonizado, digliconato de clorexidina 2%, aplicação tópica de sulfadiazina de prata e moxa.

O paciente teve alta, pois as lesões haviam fechado quase por completo, no entanto, foi prescrito uso de sulfadiazina de

Figuras 11 e 12 - Lesões em membro pélvico esquerdo (05/04/2021) III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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prata e limpeza do ferimento com soro fisiológico até total recuperação. Como ele teve fratura em L3-L4 e não pode fazer a cirurgia, ele perdeu o movimento dos membros pélvicos e foi necessário o uso de cadeira de rodas.

Figuras 13 e 14 - Lesões em membro pélvico esquerdo no dia 08/04/2021

Figuras 15 e 16 - Lesões em membro pélvico esquerdo no dia 19/04/2021 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figuras 17, 18 e 19 - Lesões em membro pélvico no dia 30/04/2021

Figuras 20 e 21 - Evolução da lesão em membro pélvico esquerdo visão medial, foto da esquerda do dia 18/03 e da direita do dia 30/04/2021 Ao total, foram realizadas nove sessões de ozonioterapia, nos métodos de aplicação tópica com ventosa nas lesões e soro ozonizado. Nas duas últimas sessões, foi utilizado apenas o método de soro ozonizado. Foram 44 dias corridos desde o dia de sua primeira sessão até a última, mas desde a necrose tecidual até a estabilização do paciente, foram apenas 22 dias. No começo do tratamento, o intervalo entre os curativos era de 3 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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dias, mas a partir da sétima sessão o intervalo aumentou para 11 dias.

Conclusão A ozonoterapia possui efeito analgésico, anti-inflamatório, bactericida e fungicida, dentre outros. O presente relato evidencia o sucesso terapêutico no uso da ozonioterapia em associação com a medicina convencional para o tratamento de lesões com a completa cicatrização de lesão profunda, contaminada e extensa em tempo reduzido quando comparado ao uso de métodos e protocolos que não utilizam o gás ozônio.

Figuras 22 e 23 - Evolução das lesões em membro pélvico esquerdo visão lateral, foto da esquerda do dia 18/03 e da direita do dia 30/04/2021

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Tratamento de ozonioterapia para pacientes felinos com complexo gengivite estomatite Ozone therapy treatment for feline patients with gingivitis stomatitis complex Flavia Gill Ricco Médica-veterinária Correspondência: flavia.ricco@gmail.com

Resumo: A população média dos gatos no Brasil é de 22 milhões e estão presentes em cerca de 17,7% dos domicílios brasileiros. Embora a população felina tenha crescido, ainda são escassos na literatura nacional, os dados sobre as enfermidades infecciosas que afetam a espécie. O Complexo Gengivite-Estomatite Felino é uma doença frequente nestes animais e caracteriza-se por uma intensa inflamação da cavidade oral e das gengivas. Afeta, principalmente, gatos adultos com cerca de 8 anos de idade, não havendo predisposição sexual, caracteriza-se por uma intensa reação inflamatória gengival e pela presença de lesões difusas ou focais nas mucosas alveolar, lingual e jugal, de carácter ulcerativo ou úlcero-proliferativo, que podem atingir a região da fauce ou arco glossopalatino. Geralmente, os dentes mais afetados são os pré-molares e os molares. A inflamação dos tecidos orais é simétrica e bilateral, e os tecidos apresentam-se friáveis e sangram facilmente. Esta doença é classificada de acordo com o local onde ocorre, com as lesões características. Como sinônimos aplicam-se habitualmente os termos: estomatite linfoplasmocitária, estomatite felina intratável, gengivite-faringite plasmocitária, estomatite felina crônica, gengivite estomatite linfoplasmocitária e glossofaringite linfoplasmocitária Palavras-chave: felino, complexo gengivite estomatite, ozonio, ozonioterapia, gengivite estomatite Abstract: The average population of cats in Brazil is 22 million and they are present in about 17.7% of Brazilian households.

Although the feline population has grown, data on infectious diseases that affect the species are still scarce in the national literature. The Feline Gingivitis-Stomatitis Complex is a comIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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mon disease in these animals and is characterized by intense inflammation of the oral cavity and gums. It mainly affects adult cats around 8 years of age, with no sexual predisposition, is characterized by an intense gingival inflammatory reaction and the presence of diffuse or focal lesions in the alveolar, lingual and jugal mucosa, of an ulcerative or ulcerative nature. proliferative, which can reach the region of the fauces or glossopalatine arch. Generally, the most affected teeth are the premolars and molars. Inflammation of the oral tissues is symmetrical and bilateral, and the tissues are friable and bleed easily. This disease is classified according to where it occurs, with characteristic lesions. Commonly used synonyms are: lymphoplasmacytic stomatitis, intractable feline stomatitis, plasma cell pharyngitis gingivitis, chronic feline stomatitis, lymphoplasmacytic stomatitis gingivitis and lymphoplasmacytic glossop pharyngitis Keywords: feline, Gingivitis-Stomatitis Complex, ozone, ozone therapy, Gingivitis-Stomatitis Introdução A população média dos gatos no Brasil é de 22 milhões e estão presentes em cerca de 17,7% dos domicílios brasileiros.

Embora a população felina tenha crescido, ainda são escassos na literatura nacional, os dados sobre as enfermidades infecciosas que afetam a espécie.

O Complexo Gengivite-Estomatite Felino é uma doença frequente nestes animais e caracteriza-se por uma intensa inflamação da cavidade oral e das gengivas. Afeta, principalmente, gatos adultos com cerca de 8 anos de idade, não havendo predisposição sexual, caracteriza-se por uma intensa reação inflamatória gengival e pela presença de lesões difusas ou focais nas mucosas alveolar, lingual e jugal, de carácter ulcerativo ou úlcero-proliferativo, que podem atingir a região da fauce ou arco glossopalatino. Geralmente, os dentes mais afetados são os pré-molares e os molares. A inflamação dos tecidos orais é simétrica e bilateral, e os tecidos apresentam-se friáveis e sangram facilmente. Esta doença é classificada de acordo com o local onde ocorre, com as lesões características. Como sinônimos aplicam-se habitualmente os termos: estomatite linfoplasmocitária, estomatite felina intratável, gengivite-faringite plasmocitária, estomatite felina crônica, gengivite estomatite linfoplasmocitária e glossofaringite linfoplasmocitária.

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Epidemiologia Raça Apesar de alguns autores não referirem a existência de qualquer predisposição de raça, outros consideram a existência desta predisposição das raças Persa, Siamesa, Abissínia, Himalaia e Birmanesa. Estas raças apresentam uma forma mais grave da doença, provavelmente devido a fatores de ordem genética.

Outra possível justificativa é o fato destes gatos viverem, condicionados dentro de casa, sem acesso ao exterior, por vezes coabitando com outros gatos, o que lhes causa elevados níveis de stress.

Idade A idade média de ocorrência é de 8 anos, variando entre os 3 e os 15 anos.

Sexo Os estudos demonstram uma distribuição equitativa entre machos e fêmeas, não existindo predisposição sexual.

Etiopatogenia A etiologia desta doença não é clara, mas suspeita-se que determinados agentes como bactérias, vírus, alimentação, o ambiente e o manejo (stress), ou uma conjugação destes fatores com fatores genéticos, estejam na sua origem. Atualmente é aceito que gatos que apresentam o complexo gengivite estomatite, possuem alterações na resposta imunitária (de origem multifatorial) que resulta numa intolerância à presença da placa bacteriana (com uma resposta hiper-reativa do sistema imunitário) associado ao não reconhecimento do próprio periodonto por parte do próprio sistema imunitário, outros autores apontam como causa o calicivírus felino.

Bactérias É difícil estabelecer o papel das bactérias nesta patologia.

O fato da extração dentária melhorar a inflamação, sugere que as bactérias residentes desempenham um papel importante na manutenção da inflamação da cavidade oral. Gatos com complexo gengivite estomatite, possuem uma menor diversidade de bactérias na cavidade oral relativamente a animais saudáveis, porém, não conseguiram isolar nos gatos afetados, nenhum III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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tipo de bactéria específica.

Vários estudos realizados ao longo dos anos identificaram a presença da bactéria Bartonella henselae em animais com complexo gengivite estomatite.

Vírus São vários os vírus presentes em animais que apresentam o complexo gengivite estomatite, que podem contribuir para o desenvolvimento da doença sendo: o calicivírus felino, o vírus da imunodeficiência felina (FIV), o vírus da leucemia felina (Felv), o herpesvírus felino (HVF-1), o vírus da peritonite infecciosa felina (PIF).

Stress Os gatos que vivem em colônias, hoje considerados acima de 5 gatos, ou em condições de superpopulação felina aparentam mais afetados pelo complexo gengivite estomatite, devido ao aumento dos níveis de stress, aliado à forte proximidade com demais felinos, que é um fator facilitador da transmissão de vírus e de outros microrganismos.

Antígenos alimentares Existem estudos que evidenciam que a estimulação antigênica crônica e a incapacidade para moderar a resposta imunitária são cofatores na progressão desta doença. Certos componentes das dietas, como a proteína e os aditivos são apontados como fontes de antígenos. Devem ser utilizadas dietas comerciais que minimizem a formação de placa e cálculo dentários e que sejam hipoalergênicas. As dietas à base de antioxidantes, tais como as vitaminas A e E, o ácido ascórbico, e minerais como o zinco, devem ser adotadas, pois funcionam como imunoestimulantes, são benéficas para a integridade da mucosa oral e podem contribuir para uma evolução mais favorável do complexo gengivite estomatite.

Sinais clínicos Os sinais clínicos mais frequentes incluem a inapetência, a disfagia, a anorexia, a halitose (devido à proliferação de bactérias nas zonas inflamadas), o ptialismo, as vezes, hemorragia, dor que pode ser intensa, perda de peso, desidratação e ausência de grooming (lambeduras).

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O quadro clínico pode incluir vocalização e outras manifestações de dor que pode ser muito intensa, podendo o comportamento dos gatos estar alterado, mostrando-se mais irritados, agressivos, depressivos, com tendência a isolarem-se, a não realizarem o grooming adequadamente, apresentam comportamento de colocar as patas na boca, mostrando uma aversão a serem tocados na área.

Diagnóstico Anamnese Para o diagnóstico, é essencial realizar uma anamnese e compreender a evolução dos sinais clínicos.

Exame físico O exame clínico da cavidade oral é efetuado com o animal acordado e após a sedação/anestesia, de forma a ser possível realizar um exame físico completo, adequado e minucioso, visando avaliar a presença de cálculo dentário ou de placa bacteriana, A realização de um exame radiográfico intraoral completo permite diagnosticar e classificar algumas comorbidades, como a doença periodontal (periodontite) e as lesões de reabsorção odontoclástica.

Exames complementares Hematologia e proteinograma A hematologia e a bioquímica sérica em gatos com complexo gengivite estomatite não revelam dados muito importantes para o diagnóstico desta doença, pois fornecem dados compatíveis com qualquer inflamação crônica, mas são úteis para averiguar outras doenças concomitantes.

O proteinograma revela, elevação das proteínas totais, indica a presença de uma inflamação crônica e que confirma a resposta exacerbada.

Microbiologia A pesquisa de calicivírus, essencial na obtenção do diagnóstico definitivo, é realizada através de amostras colhidas com zaragatoa da orofaringe. Na ausência deste vírus, deve-se fazer o teste para FIV e FELV, principalmente em animais de risco, como gatos não castrados, que se envolvem em lutas ou animais de rua, ou que desconhecem a origem do animal.

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Histologia A realização de biopsia normalmente não é recomendada, exceto quando há suspeita de outras causas de lesões orais. A descrição fornecida pela biopsia, nomeada inflamação crónica com vários focos de ulceração e proliferação, é visualizada no exame da cavidade oral. Perante esta descrição, não vai ser fornecido nenhum dado relevante sobre a etiologia, patogenia ou terapia mais indicada.

Este tipo de exame complementar é importante para o diagnóstico diferencial, como para o granuloma eosinofílico, neoplasias, granulomas de corpo estranho, doenças autoimunes e para determinar o tipo de infiltrado inflamatório presente, que poderá ser determinante no diagnóstico definitivo.

Exames de Imagem O exame radiográfico não é essencial para a obtenção do diagnóstico definitivo de complexo gengivite estomatite.

Diagnósticos diferenciais Há doenças que envolvem inflamação oral que se assemelham e/ou podem ser concomitantes com o complexo gengivite estomatite: complexo do granuloma eosinofílico, neoplasias da cavidade oral, presença de corpo estranho, doença periodontal, infecções virais crônicas causadoras de imunodepressão (calicivírus, FIV, FELV, herpesvírus felino), reações adversas a medicamentos, síndromes sistêmicas imunomediadas (lúpus eritematoso sistémico, afecções penfigóides), doença da cavidade oral em que há reabsorção das raízes dentárias, infecções bacterianas e reação de hipersensibilidade.

0 Tratamento com ozonioterapia A ozonioterapia começou a ser utilizada no Brasil em 1975, como tratamento médico utilizando ozônio medicinal, sendo conhecida hoje, ganhando espaço, sendo aprimorada e reconhecida pelos conselhos federais como Conselho Federal de Odontologia, Conselho Federal de Enfermagem e Conselho Federal de Medicina Veterinária.

Os primeiros relatos da aplicação de ozônio como técnica terapêutica datam do século passado, utilizado durante a Primeira Guerra Mundial para o tratamento de feridas de soldados. O ozônio é composto por três átomos de oxigênio, onde em uma III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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formação instável, há a degradação da molécula de forma rápida, aproximadamente 40 minutos em 20ºC, e garante que ela tenha um alto poder oxidativo, o terceiro oxidante mais potente ficando atrás apenas do flúor e do perfusato.

A formação do ozônio medicinal ocorre através da passagem do oxigênio puro por um gerador de alta voltagem com finalidade específica, em uma descarga elétrica sobre o gás, fazendo com que essas moléculas de oxigênio de dividam em átomos livres de oxigênio e se reagrupem como ozônio (O₃), para aplicação terapêutica, realizada somente através de um gerador permitindo assim, através da variação da descarga elétrica e do fluxo de passagem do oxigênio, que seja feita uma concentração variável da mistura ozônio/oxigênio (BORGES et al, 2019).

Dentre suas indicações terapêuticas encontram-se: doenças isquêmicas, osteoartrose, abscesso com fístula, úlceras crônicas, infecções na cavidade oral, doenças infecciosas agudas e crônicas, lesões de coluna, alergias, etc. Sendo indicado para cada afecção um modo específico de aplicação ou a conjugação de diversas modalidades de aplicação, como por exemplo a insuflação retal, intramuscular, cutânea e auto-hemoterapia, resultando em um estímulo do sistema imunológico, no sistema antioxidante ou na capacidade bactericida, fungicida e virucida do mesmo (MOREIRA, 2015).

O uso da ozonioterapia foi aprovado na medicina veterinária através da Resolução CFMV nº 1.364, de 22 de outubro de 2020, sendo que a mesma entrou em vigor em 3 de novembro.

De acordo com o Art. 1º da referida Resolução, a ozonioterapia em animais compreendida a indicação, a prescrição e a aplicação, é atividade clínica privativa do médico-veterinário.

A ozonioterapia é a utilização de ozônio como medicamento ativo no tratamento das mais variadas doenças. O ozônio medicinal é constituído da mistura de ozônio com oxigênio, em quantidades e concentrações que podem variar de acordo com a doença a ser tratada.

A aplicação do ozônio medicinal provoca um estresse oxidativo controlado, sistemicamente essa aplicação atua melhorando a resposta antioxidante, sistema imunológico e o sistema circulatório. Uma das principais vias de administração da mistura ozônio/oxigênio é a insuflação retal, mas existem diversas outras vias de aplicação do gás e a conjugação de técnicas que atuam não só como tratamento das afecções mas também III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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como redutor dos efeitos colaterais da medicina convencional, fazendo com que essa técnica seja um grande destaque na medicina integrativa.

Equipamentos utilizados na ozonioterapia Para escolha do equipamento gerador de ozônio, assim como de qualquer material utilizado na ozonioterapia, é importante levar em consideração a propriedade de ser resistente à ação do ozônio para evitar a geração de possíveis subprodutos prejudiciais ao paciente (BOCCI, 2005).

O gerador de ozônio utilizado foi o Ozone & Life aprovado para uso médico pela ANVISA com uso de filtro de seringa de 0,02 micras para a obtenção do gás ozônio em seringas, sem contaminantes (Figura 1).

Relato de caso O relato de caso a seguir, são três gatos oriundos de abrigo, que apresentavam hiporexia, perda de peso, sialorreia, castrados, ausência de grooming, apenas um gato foi testado para Fiv/Felv e que vieram para avaliação em consulta de rotina. Todos os animais foram sedados para avaliação física e oral.

A seguir imagens do exame físico dos três gatos atendidos: gato 1 (Figura 2), gato 2 (Figura 3) e gato 3 (figura 4).

Em todos os animais, foi feito tratamento com ozônio aplicado na mucosa oral, com concentração de 12 mcg nas lesões internas, subcutâneo em mandíbula e maxilar, subcutâneo em região de pescoço e face. Em cada ponto foi aplicado um volume de 1 mL.

Figura 1 Gerador de ozônio, Ozone&Life.

Fonte: Arquivo pessoal III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 2 - Gato 1: Fêmea, pelagem preta, gengivite severa e doença periodontal grau 1

Figura 3 - Gato 2: fêmea, pelagem tigrada, gengivite severa e doença periodontal grau 1, com canino esquerdo inflamado III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 4 - Gato 3: macho, cor de pelagem amarelo, castrado e FIV positivo Foi aplicado 5 mL de ozônio no ponto VG14 para estimular a imunidade na concentração de 12 mcg/mL. Feito ozônio retal na concentração de 14 mcg/mL. Foi realizado o retorno desses gatos após 15 dias, onde a tutora relata que os animais estavam ativos, comendo, engordaram, voltaram ao grooming e a comportamentos que eles haviam perdido por dor na região oral.

Os animais foram sedados para a re-avaliação oral (Figuras 5, 6 e 7).

Figura 5 - Gato 1: 15 dias após aplicação de ozônio III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 6 - Gato 2: 15 dias após a aplicação do ozônio

Figura 7 - Gato 3: 7 dias após aplicação

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Conclusão A etiologia do complexo gengivite estomatite não é totalmente conhecida. Suspeita-se que a doença seja o resultado da resposta do sistema imunitário a fatores ambientais, genéticos, nutricionais ou infecciosos.

O diagnóstico da doença deve se basear em uma avaliação detalhada das lesões orais, pesquisa de sorologia FIV/FELV e PCR para identificação do calicivírus felino.

Não existe nenhum protocolo terapêutico totalmente eficaz para esta doença, podendo ser usada uma abordagem cirúrgica, médica, ou uma combinação de ambas.

O tratamento com maior evidência médica, relatado, é a extração dentária múltipla dos pré-molares e molares ou exodontia radical nos animais não responsivos à primeira. Nos animais em estágios iniciais da doença, pode optar-se pela higiene profissional da cavidade oral associada à extração dos dentes com periodontite grave, bem como pela administração de antibióticos e anti-inflamatórios não esteroidais. O recurso a terapias imunomoduladoras com interferon recombinante felino, ou imunossupressoras como a ciclosporina pode ser outra alternativa.

O tratamento com ozonioterapia, tem sido uma opção viável, não invasiva e muito reconfortante para tutores que não querem optar pela exodontia tradicional. Além de promover alívio analgésico para os felinos acometidos com a doença que proporciona uma vida alimentar normal com ração seca e ração úmida, pela diminuição de dor, e diminuição de processos inflamatórios locais, além de aumentar a imunidade desses animais.

O complexo gengivite estomatite é um desafio para os Médicos Veterinários e para os proprietários, uma vez que tanto o diagnóstico como o tratamento constituem um enorme desafio clínico e continuará a ser um dos maiores problemas em medicina felina enquanto a patogenia não estiver totalmente esclarecida.

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Tratamiento de psoriasis con ozonoterapia Treatment of psoriasis with ozone therapy María Blanas Profesional autónomo, especialista en Ozonoterapia, Centro El Ave Fénix – Córdoba Capital / Córdoba / Argentina.

Correspondencia: dra.mariablanas@gmail.com

Resumo: Paciente de 24 años que padece Psoriasis desde los 16 años, sometido a distintos tratamientos que incluían corticoides y lociones tópicas, como el alquitrán de hulla. Desde hace 4 años usaba solo el alquitrán de hulla, y nunca tuvo remisiones de la enfermedad. Ante la falta de respuesta del tratamiento tópico el profesional que lo asistía le propuso el uso de Metotrexato, a lo que el paciente se negó.

Palavras-chave: Ozono, Enfermedades Autoinmunes Abstract: 24-year-old patient suffering from Psoriasis since the age of 16, subjected to different treatments that included corticosteroids and topical lotions, such as coal tar. For 4 years he used only coal tar, and he never had remissions of the disease.

Given the lack of response to the topical treatment, the professional who was assisting him suggested the use of Methotrexate, to which the patient refused.

Keywords: Ozone, Autoimmune Diseases El tratamiento comenzó el 5 de octubre del 2020 con 3 sesiones semanales durante 7 semanas. A partir del 23 de noviembre se redujo a 2 sesiones semanales durante 5 semanas. Luego el tratamiento continuó con 3 sesiones durante el mes de enero, 2 sesiones en febrero, 2 sesiones en marzo y 1 sesión cada mes durante los meses de abril, mayo y junio. A partir de junio del 2021 el paciente continuará con 1 sesión mensual (mantenimiento). Hasta la presentación del caso clínico el paciente lleva 41 sesiones con el tratamiento. El tratamiento quedó definido por la aplicación de una vez por semana de AiHT (Auto Hemoterapia Menor, 20 µg cm-3 en jeringa de 5 cc de sangre). En todas las sesiones se aplicó D.I.V. (Ozono directo en vena, utilizando bomba de infusión para anestesia, comenzando con 1 µg cm-3 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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hasta llegar a 32 µg cm-3, dosis que se mantiene hasta la actualidad, 1 jeringa de 20 cc de Ozono). En todas las sesiones se aplicó I.R. (Insuflación Rectal, 32 µg cm-3 en 3 jeringas de 60 cc de Ozono.) y en tres sesiones se aplicó A.H.T (Auto hemoterapia Mayor, 200 cc de sangre con bolsa de Apirotransfusión simple y tubo transparente flexible y atóxico con filtro a 20 µg de Ozono por cc de sangre). Además, durante todo el período que se aplicó el tratamiento el paciente uso Crema Ozonizada, Champú Ozonizado y Crema de Enjuague Ozonizada. Cabe destacar que, si bien el paciente adhirió por completo al tratamiento, las lesiones comenzaron a abrirse significativamente recién a partir de la trigésima sesión, cuando las expectativas, basadas en los antecedentes bibliográficos, eran que comenzaran a manifestarse resultados visibles a partir de la duodécima sesión. Durante las sucesivas sesiones el paciente refirió cambios positivos en su estado de ánimo y manifestó deseos de realizar proyectos y planear un futuro, a tal punto que en la última sesión manifestó textualmente “hoy agradezco estar vivo”., expresión que constituye un claro indicador del cambio en la calidad de vida del paciente, primer objetivo de la acción terapéutica realizada.

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Tratamiento de artritis reumatoidea y rosacea con ozonoterapia Treatment of rheumatoid arthritis and rosacea with ozone therapy María Blanas Profesional autónomo, especialista en Ozonoterapia, Centro El Ave Fénix – Córdoba Capital / Córdoba / Argentina.

Correspondencia: dra.mariablanas@gmail.com

Resumo: Paciente femenina de 50 años. Durante el año 2016 se le diagnosticó Fibromialgia. Como tratamiento se le prescribió Pregabalina, Diclofenac, Alprazolam y Pridinol. El tratamiento fue complementado con fisioterapia durante 3 años sin ningún tipo de mejoría. En el año 2020 se le diagnosticó Artritis Reumatoidea y se le prescribió Ecovit, Naproxeno 500 mg y Metotrexato. A los 3 meses la paciente dejó el tratamiento debido a múltiples episodios de dolor precordial.

Palavras-chave: Ozono, Enfermedades Autoinmunes Abstract: 50-year-old female patient. During 2016 he was diagnosed with Fibromyalgia. As treatment, Pregabalin, Diclofenac, Alprazolam and Pridinol were prescribed. The treatment was supplemented with physiotherapy for 3 years without any improvement. In 2020, he was diagnosed with Rheumatoid Arthritis and was prescribed Ecovit, Naproxen 500 mg and Methotrexate. At 3 months, the patient stopped treatment due to multiple episodes of chest pain.

Keywords: Ozone, Autoimmune Diseases En su primera visita, la paciente subió la escalera de acceso al consultorio con gran dificultad y al pedirle que diera puntuación al dolor del 1-10 (según la escala visual análoga del dolor) su respuesta fue 10.

La paciente inició tratamiento de 10 sesiones traumatológicas con el Dr. Diego Barrera, con Ozono y Terapia Neural. El Dr. la deriva para el tratamiento sistémico a mi consultorio. Finalizadas las sesiones traumatológicas continuó con el tratamiento con ozono sistémico. Concluida la sesión N° 20 con ozono sistéIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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mico se pidió laboratorio. Durante el transcurso del tratamiento la paciente fue recuperando funciones, como el caminar, subir escaleras sin dificultad y el movimiento de sus manos (al inicio no podía sostener objetos). Al observar el laboratorio se concluye que es conveniente seguir con el tratamiento según su diseño inicial, dado los resultados del anticuerpo anti péptido citrulinado y los cambios clínicamente visualizados. Cabe destacar la adherencia al tratamiento de la paciente, imprescindible para el logro de los resultados. Por el uso del barbijo no había podido observar su rostro completo, así cuando circunstancialmente me informa que a partir del tratamiento había mejorado la Rosácea (enfermedad autoinmune sobre cuyo padecimiento por la paciente yo no tenía conocimiento), incorporo al tratamiento el uso de crema ozonizada, a los fines de tratar la piel de manera local. La paciente, a partir de la sesión N°23 de ozonoterapia sistémica, no volvió a solicitar aplicaciones de ozono en las articulaciones, claro indicador del efecto analgésico y antiinflamatorio del ozono. Al concluir la sesión Nº40 se le solicita un nuevo laboratorio.

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A ozonioterapia na pandemia de coronavírus disease: uma revisão integrativa Ozone therapy in the coronavirus disease pandemic: an integrative review Káryta Jordana Santos de Paula 1; Márcia Helena de Souza Freire 2 1 - Enfermeira Oncológica, Pós-graduanda em Práticas de Cuidado em Saúde, Programa Profissional, UFPR/Curitiba/Brasil 2- Enfermeira. Doutora em Saúde Pública; Professora Associada no Departamento de Enfermagem, UFPR/Curitiba/Brasil Correspondência: karytajordana@gmail.com

Resumo: Neste cenário pandêmico há evidências que sustentam a terapia complementar com a mescla dos gases O₂/O3 no tratamento da COVID-19, apresentando resultados de melhora significativa, como exemplo dos marcadores inflamatórios (IL6, PCR) e dímero-D e, consequentemente, reduzindo as internações em unidades intensivas e a mortalidade; Palavra-chave: COVID-19; Ozonioterapia; Prática Baseada em Evidências Abstract: In this pandemic scenario there is evidence to support complementary therapy with the mixture of gases O₂/ O3in the treatment of COVID-19, presenting results of significant improvement, such as inflammatory markers (IL-6, PCR) and D-dummer and, consequently, reducing hospitalizations in intensive care units and mortality Keywords: COVID-19; Ozone therapy; Evidence-Based Practice.

Introdução O gás ozônio (O3) foi identificado pela primeira vez por Christian Friedrich Schönbein, em 1840, desde então, foi experimentado em vários cenários como aplicação industrial, tratamento de água e esgoto bem como, para desinfecção de salas cirúrgicas e tratamentos de feridas. A primeira aplicação médica do Ozônio foi para o tratamento de gangrena gasosa pós-traumática em soldados alemães durante a 1ª Guerra Mundial (BOCCI, 2011). Na atmosfera, o Ozônio é uma molécula encontrada no estado gasoso, incolor e de odor característico, produzido III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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a partir do oxigênio (O₂), por descarga de raios ultravioletas, constituindo-se na camada de ozônio. Contudo, também pode ser produzido com equipamento gerador, através de uma descarga elétrica de alta voltagem que transforma o a molécula de oxigênio (O₂) em O3 (BOCCI, 2011), do qual se obtém uma mescla de gases O₂/O3. Como é formado à partir do O₂ com a inclusão de um terceiro átomo, do ponto de vista oxidativo tornará o O₂ com ação biológica mais ativa. Portanto, o O3 se constitui como uma forma alotrópica do O₂, é também conhecido como super-oxigênio, oxigênio-ativo e oxigênio triatômico (PRESSMAN, 2001). Devido ser uma molécula gasosa, dissolve-se rapidamente em água, plasma e fluidos extracelulares. Entretanto, após o contato com biomoléculas reage e dá origem aos seus subprodutos denominados de ozonídeos, a saber: Peróxido de Hidrogênio (H2O₂); o superóxido (O₂•); o radical hidroxila (OH•); e, óxido nítrico (NO•) (BOCCI, 2006). Para Schwartz et al. (2011) entre os principais efeitos biológicos do O3 estão os efeitos bactericida, virucida e fungicida. Ao contrário de muitos antissépticos conhecidos, o O3 não irrita ou destrói os tecidos devido a sua rápida decomposição em oxigênio molecular e água, não gerando resíduos tóxicos prejudiciais à saúde humana, tampouco ao meio ambiente. Além disto, o O3, não produz efeito de resistência por microrganismos, uma vez que seu poder de ação está na instabilidade iônica de membranas. Experimentos in vitro realizados por Wolleim et al. (2020) mostraram que ao se aplicar 30 mcg/mL de O3 gasoso durante 10 minutos o crescimento das cepas bacterianas analisadas (Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Candida albicans), foi impedido totalmente. Explicam que o O3 possuindo alto poder de oxidação, degrada primeiramente a estrutura da membrana e assim inativar os microrganismos. Salienta-se ainda que no cenário da saúde mundial, mais recentemente, tem-se uma pandemia causada pelo Coronavírus 2019 (Coronavírus disease 2019: COVID-19), uma doença infecciosa identificada pela primeira vez, em Wuhan na China, em dezembro de 2019. Esta é causada por um novo tipo de coronavírus, denominado Síndrome Respiratória Aguda Grave Coronavírus 2 (Severe Acute Respiratory Syndrome: SARS CoV-2). Seu principal modo de transmissão é por meio de liberação de aerossóis durante a fala, tosse ou espirro (GOMES et al., 2021). A COVID-19 pode variar desde uma infecção assintomática ou leve até mesmo pneumonia grave. As maIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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nifestações clínicas da COVID-19 incluem febre, dispneia, tosse seca, diarreia, mialgia e fadiga; além da leucopenia. Comorbidades como diabetes, pneumopatias, hipertensão, doenças cardiovasculares e renais comprometem a eficácia da resposta imune inata e adaptativa do paciente, resultando em maior dificuldade no combate à infecção viral pelo sistema imunológico (ALMEIDA et al., 2020). Citocinas e mediadores pró-inflamatórios, principalmente o dímero-D (marcador de degradação de fibrina), Interleucina-6 (IL-6), IL-1β, IL-7, IL-8, IL-9, IL-10, Fator de Necrose Tumoral (TNF-α) estão presentes em altas doses no plasma de pacientes graves com COVID-19. Esta tempestade de mediadores inflamatórios está relacionada a intensa estimulação de macrófagos e de diferentes subgrupos de linfócitos T, e é responsável pelo intenso dano tecidual e celular, pela inflamação pulmonar e sistêmica, acarretando quadros de pneumonia viral letal, sepse viral e Síndrome Respiratória Aguda Grave.

E, contribui também para a incidência de complicações hepáticas, cardiovasculares e neurais (ALMEIDA et al., 2020). Neste sentido, Martínez- Sánchez, Schwartz e Di Donna (2020) reforçam que os mecanismos de ação do O3 já foram elucidados, e demonstram ser altamente eficazes na redução dos danos teciduais mediados pela inflamação e pelo estresse oxidativo. O O3 apresenta-se, principalmente, como modulador das vias NF-κB (Fator Nuclear Kappa B) / Nrf2 (Nuclear Factor Erythroid 2 - related factor 2) e, expressão de Interleucina-6 (IL-6) e Interleucina-1β (IL-1β).

O O3 está estreitamente relacionado ao conceito de equilíbrio oxidação-redução (Sistema Redox) devido ao fato de, como parte de seu mecanismo de ação, gerar um efeito antioxidante.

O mecanismo geral pelo qual atua a ozonioterapia sistêmica é expresso pela produção de um pequeno e controlado estresse oxidativo, que se converte em um estímulo oxidante. A repetição sistêmica desse estímulo induz no organismo diversas respostas terapêuticas como ação bactericida, germicida, anti-inflamatória e imunomoduladora. Portanto, a ozonioterapia está relacionada ao processo biológico conhecido como estresse oxidativo (MARTÍNEZ-SÁNCHEZ et al., 2010).

Objetivo Identificar as recentes evidências científicas publicadas sobre a terapia O₂/O3 ou ozonioterapia na COVID-19.

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Método Trata-se de um recorte de uma revisão integrativa, com delimitação temporal para as publicações científicas dos últimos 3 anos. Tomou-se como base o referencial metodológico de BVS, cumprindo-se as seguintes etapas: 1) identificação do problema de pesquisa e elaboração da pergunta norteadora; 2) Busca na literatura; 3) Avaliação de dados; 4) Análise crítica dos dados; 5) Apresentação da revisão na íntegra. Esta revisão seguiu, desde sua concepção até o presente relato, as recomendações do guideline Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis (PRISMA) statement (PAGE et al., 2021). A questão norteadora foi construída com o auxílio da estratégia PICO (Patient/Problem, Intervention, Comparison, Outcomes), devido ser essencial para a construção de questões que busquem evidências para a prática clínica. À partir da questão de pesquisa, mais especificamente dos elementos do PICO, e do objetivo, foram determinados os descritores (DeCs – Descritores em Ciências da Saúde e MeSH – Medical Subject Headings).

Os DeCs relacionados aos elementos da estratégia PICO foram: P – adulto; I – Ozônio; C – não se aplica; O – medicina. Estes, combinados aos operadores booleanos OR e AND, permitiram traçar diferentes estratégias de busca nas bases de dados. Os dados foram coletados em 18 de fevereiro de 2021. Foram realizadas buscas nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Embase Indexing and Emtree® (EMBASE), Cochrane Library (COCHRANE), National Library of Medicine (PUBMED) e Web of Science (WoS). Os critérios de inclusão foram artigos (Revisões Sistemáticas, Estudos Clínicos, Coorte, Ecológicos, Caso-controle, Série de Casos e Relato de Casos) completos e disponíveis na íntegra, nos idiomas português, inglês e espanhol, os quais respondiam à pergunta de pesquisa e, publicados entre o fevereiro de 2018 até 18 de fevereiro e 2021. Foram identificados 178 artigos, e após a remoção das duplicações com o auxílio do software gerenciador de referências Mendeley®, restaram 149 estudos. Após leitura de títulos e resumos, foram excluídos mais 110 artigos, estes por não estarem disponíveis na íntegra, não atenderem a pergunta de pesquisa, artigos relacionados à medicina veterinária, artigos não científicos e revisões narrativas e integrativas. E, após leitura criteriosa dos 39 textos na íntegra, a amostra da revisão integrativa maior foi III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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composta por 24 artigos dos quais 06 (25%) integraram esta apresentação por abordarem a aplicação do uso da ozonioterapia na COVID-19. Os estudos selecionados foram submetidos à classificação de evidência de Oxford Centre for Evidence-based Medicine Levels of Evidence Grades of Recommendation (PHILLIPS, BALL E SACKETT, 2009).

Resultados Hernández et al. (2020) publicaram relato de três casos com melhora rápida da hipóxia e diminuição de marcadores inflamatórios (PCR – Proteína C Reativa e LDH – Lactato Desidrogenase) e, dímero-D, imediatamente após segunda a quarta sessões (a depender da resposta do paciente) de ozonioterapia via sistêmica, em pacientes com COVID-19 que apresentavam insuficiência respiratória. Este relato evidencia que os três pacientes não necessitaram de ventilação invasiva após a ozonioterapia e, todos obtiveram alta precoce para casa, após 4 a 6 sessões de autohemoterapia maior (AHTM). Hernández et al. (2021) selecionaram para um estudo prospectivo de Caso-Controle, 18 pacientes com infecção por Sars-CoV-2 confirmada, apresentando Pneumonia em raio-X de tórax, saturação de O₂ (SpO₂) < 94% em ar ambiente e, taquipnéia (frequência respiratória maior que 30 incursões por minuto). O Grupo Caso recebeu o sangue autólogo ozonizado, a AHTM, com concentração de 40mg/L, duas vezes ao dia, durante cinco dias consecutivos. Como resultado, a AHTM ozonizada foi associada a uma significativa redução no tempo de melhora clínica (p= 0,04), de 12,4 dias a menos do que o Grupo Controle. Neste mesmo estudo, a AHTM foi associada a um tempo 2 vezes menor para redução de PCR (p=0,008), ferritina (p=0,16), dímero-D (p= 0,009) e LDH (p= 0,01). Franzini et al. (2020) avaliaram a eficácia potencial da terapia com Ozônio, por meio de um estudo em série de casos para tratar pacientes com COVID-19. Foram aplicados quatros ciclos de AHTM em 50 pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), com idade superior a 60 anos, todos do sexo masculino e, em ventilação mecânica não invasiva; dois deles foram a óbito. Após quatro ciclos de AHTM a uma concentração de O3 de 45 mg/L, foi observada significativa redução dos marcadores inflamatórios como PCR, IL-6 e, dímero-D. Também houve melhora nos principais índices respiratórios como: a saturação periférica de O₂ (SpO₂); a pressão arterial de O₂ (PaO₂); e, Fração inspirada III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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de O₂ (FiO₂). Em um ensaio clínico randomizado, incluiu 60 pacientes com escore de deterioração clínica NEWS (National Early Warning Score) de leve a moderado, aplicando-se o seguinte protocolo: a) Grupo de Intervenção: insuflação retal de O3 + Autohemoterapia menor (AHTm) associados ao protocolo institucional para tratamento da COVID-19; b) Grupo Controle: recebeu exclusivamente o protocolo institucional para tratamento da COVID-19. Os resultados mostraram que o grupo de Intervenção com Ozonioterapia apresentou melhora clínica de todos os parâmetros testados, quando comparado ao grupo controle.

A significância estatística foi observada apenas nos resultados de PCR-RT negativos para COVID-19 utilizando o método Reverse-Transcriptase Polymerase Chain Reaction (RT-PCR) (p=0,01), mudança nos sintomas clínicos (p=0,05) e, na necessidade de cuidados intensivos (p=0,05). Os autores enfatizam que os participantes do Grupo Controle com O3 não apresentaram qualquer necessidade de O₂ suplementar, de ventilação mecânica, de encaminhamento para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, não houve óbito. No Grupo Controle, pacientes foram submetidos à ventilação mecânica e necessitaram de UTI e, 2 pacientes evoluíram para óbito (SHAH et al., 2021). Tascini et al. (2020) em um Estudo Caso-Controle com 60 participantes com COVID-19 internados, dos quais 30 constituíram o Grupo Intervenção, e foram tratados com AHTM + protocolo institucional; já o Grupo Controle, também composto por 30 pacientes, recebeu apenas o protocolo institucional para tratamento da COVID-19. Do Grupo Intervenção, apenas cerca de 7% (n=2) dos participantes apresentaram piora clínica, contra 17% (n=5) do Grupo Controle. Dos 60 participantes, houve apenas 02 óbitos de participantes do Grupo Controle. Uma Revisão de Escopo, publicada por IZADI et al. (2021), objetivou sintetizar as evidências sobre a aplicação da terapia com Ozônio para tratar e prevenir as formas graves de COVID-19. Os autores concluíram que a terapia pode ser um recurso potencial para modular a resposta imune do paciente contra o vírus SARS-CoV-2, contribuindo para conter o estresse oxidativo celular da COVID-19. Concluíram que o Ozônio é competente para a quebra do ciclo vicioso de tempestade de citocinas inflamatórias, observado nas formas graves da doença; e, que a ozonioterapia também se mostra eficaz nos casos iniciais de COVID-19, prevenindo a progressão da doença com risco de morte. Cerca de 15% dos pacientes adultos inIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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fectados desenvolvem pneumonia grave, que requer O₂ suplementar e um adicional de 5% destes pacientes progridem para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) (HERNÁNEZ et al., 2021).

Conclusão Os resultados apresentam-se de extrema relevância em meio a pandemia de COVID-19 considerando a ocorrência de elevada mortalidade dos pacientes submetidos à ventilação mecânica.

Neste cenário pandêmico há evidências que sustentam a terapia complementar com a mescla dos gases O₂/ O3 no tratamento da COVID-19, apresentando resultados de melhora significativa, como exemplo dos marcadores inflamatórios (IL-6, PCR) e dímero-D e, consequentemente, reduzindo as internações em unidades intensivas e a mortalidade.

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O uso do óleo de girassol ozonizado ozontop: tratamento muito além do uso tópico The use of ozonized sunflower oil ozontop: treatment beyond topic use Terli Ferreira Faria 1, Ana Cristina de Almeida Silva 2 1-Enfermeira, Especialista em Naturopatia e Especialista em Ozonioterapia.

2-Enfermeira Dermatológica, Especialista em Docência, Especialista em Ozonioterapia e Mestranda em Ciências

Resumo: O ozônio para uso medicinal é sempre uma mistura de oxigênio puro 100% e ozônio, produzido pela ação de descargas elétricas de alta potência (efeito corona) vindos de um gerador. A finalidade desta pesquisa é apontar os benefícios do tratamento com o óleo de girassol ozonizado Ozontop em pacientes atendidos de maio de 2020 a julho de 2021 e descrever o seu efeito sistêmico, através da administração via oral e em mucosas nasais. O óleo de girassol ozonizado Ozontop é um óleo com uma peroxidação mais baixa, com IP>400 mEq/kg, palatável, tendo a opção saborizada (sabor tutti-frutti) ou original (sem sabor). Importante ressaltar que, no geral, óleos de girassol ozonizados de outras marcas possuem grau de peroxidação mais alta, em torno de IP>600 mEq/kg. O tipo de pesquisa utilizada como metodologia é uma Pesquisa Experimental e Exploratória utilizando também abordagem quantitativa através de questionário em atendimentos em prontuários. O referencial teórico deu-se através de artigos de livre acesso nas bases de dados do PUBMED , SciELO e livros dos últimos 10 anos. Ao todo foram coletados 120 atendimentos em prontuário, sendo que 79% dos casos dores osteomusculares e 21% dos casos COVID-19, com protocolos via oral e nebulização, além da via tradicional tópica. Com resultados satisfatórios apresentando diminuição de dores nas regiões afetadas, melhora da disposição no dia-a-dia, melhora da qualidade do sono, melhora na digestão, melhora da tosse, melhora do desconforto respiratório, melhora da congestão nasal e melhora da ansiedade. Com relação ao seu efeito sistêmico e em mucosas, este estudo se apresenta como pioneiro no Brasil, a fim de que outras pesquisas relacionadas deem seguimento e aprofundamento.

Palavras-chave: Óleo de Girassol Ozonizado; Ozontop; OzonioIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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terapia; Ozônio; Ozônio Medicinal.

Abstract: Medical ozone is always a mixture of 100% pure oxygen and ozone, produced by the action of high power electrical discharges (corona effect) coming from a generator. The purpose of this research is to point out the benefits of treatment with ozonized sunflower oil ozontop in patients treated from may 2020 to july 2021 and describe its systemic effect, through oral administration and nasal mucosa. Ozonized sunflower oil ozontop is an oil with a lower peroxidation, with ip>400 meq/ kg, palatable, having the option flavored (tutti-frutti flavor) or original (without flavor). It is important to emphasize that, in general, ozonized sunflower oils from other brands have a higher degree of peroxidation, around ip>600 meq/kg. The type of research used as a methodology is an experimental and exploratory research also using a quantitative approach through a questionnaire in medical records. The theoretical framework was given through freely accessible articles in the databases of pub med, scielo and books from the last 10 years. A total of 120 consultations were collected in the medical records, 79% of osteomuscular pain cases and 21% of covid-19 cases, with protocols orally and nebulization, in addition to the traditional topical route. With satisfactory results, with reduced pain in the affected regions, improved mood in daily life, improved sleep quality, improved digestion, improved cough, improved respiratory distress, improved nasal congestion and improved anxiety.

Regarding its systemic and mucosal effects, this study presents itself as a pioneer in brazil, so that other related researches can be followed up and deepened.

Keywords: Ozonized Sunflower Oil; Ozontop; Ozone Therapy; Ozone; Medicinal Ozone.

Introdução Os efeitos biológicos gerados pela ação do ozônio no organismo podem ser resumidos: estimulação da capacidade antioxidante, melhora da flexibilidade das hemácias e na entrega de oxigênio, estimulação do sistema imunológico, regulador do metabolismo e ação germicida tópica (ABOZ, 2021).

O óleo ozonizado possui base vegetal, sendo um veículo utilizado dentro da ozonioterapia onde o ozônio é um subproduIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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to (ozonídeo), frequentemente usado na forma tópica (BOCCI, 2005).

Entretanto, esta pesquisa visa ampliar as várias possibilidades do uso do óleo ozonizado por outras vias, além do tópico.

O óleo de girassol Ozontop é um óleo com uma peroxidação mais baixa, com IP>400 mEq/kg, palatável, tendo a opção saborizada (sabor tutti-frutti) ou original (sem sabor). Importante ressaltar que, no geral, óleos de girassol ozonizados de outras marcas possuem grau de Peroxidação em torno de IP>600 mEq/kg.

A ingestão do óleo iniciou-se através das experiências dos próprios idealizadores, com relatos da melhora da disposição, das dores musculares e da digestão num primeiro momento.

Indicando para amigos e parentes que começaram a utilizar o óleo via oral apresentando os mesmos resultados com sucesso.

Desta forma, pouco a pouco, o produto vem ganhando visibilidade e repercussão quanto aos seus efeitos nos tratamentos terapêuticos.

Objetivos Propor numa visão abrangente, através de uma pesquisa experimental e exploratória, descrever a utilização do óleo ozonizado Ozontop em outras vias de administração de forma a complementar o atendimento de ozonioterapia, ao atendimento ambulatorial sendo realizado no município de Cabo Frio, RJ. Apontar os benefícios do tratamento com o óleo de girassol ozonizado Ozontop em pacientes atendidos de maio de 2020 a julho de 2021.

Apresentar a proposta de que o óleo de girassol ozonizado Ozontop, por ter um índice de peroxidação menor, IP>400 mEq/kg , possui uma ação terapêutica, administrado em microdoses.

Descrever através desta pesquisa sobre o seu efeito sistêmico, através da via oral e em mucosas.

Materiais e métodos O tipo de pesquisa utilizada como metodologia é uma pesquisa experimental e exploratória utilizando também métodos quantitativos através de atendimentos em prontuários. Por ser um estudo da relação entre causas e efeitos de um determinado fenômeno/patologia, serão utilizados aparelhos/instrumentos III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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apropriados capazes de tornar perceptíveis as relações existentes entre as variáveis envolvidas no objeto de estudo. Também será um estudo exploratório por ter como objetivo descobrir novas ideias. O referencial teórico deu-se através de artigos de livre acesso nas bases de dados do PUB MED , SCIELO e livros dos últimos 16 anos.

DESENVOLVIMENTO Propriedades do óleo vegetal e de girassol Os óleos vegetais são mais saudáveis por apresentarem quantidade menor de gorduras saturadas. São ricas em ácidos graxos (ômegas 3,6 e 9) e vitaminas E. Funcionam como veículo de absorção das Vitaminas Lipossolúveis (A, D, E e K) e participam da produção de hormônios como cortisol, estrógenos, progesterona e testosterona. (ARAÚJO, 2016) O óleo de girassol além do ômega 3 e 6, conta com o ômega 9, vitaminas e gorduras mono-insaturadas. Essas propriedades nutricionais colaboram com o coração, já que aumentam o bom colesterol e reduzem o mau (LDL).

Bioquímica da molécula de ozônio Quando a molécula de ozônio entra em contato com os nossos fluidos corporais um pré-condicionamento oxidativo agudo e transitório acontece, com a formação do ROS (Espécie Reativa de Oxigênio) em quantidades fisiológicas, agindo como mediadores de defesa e imunidade. Neste momento não temos mais moléculas de ozônio no organismo e sim subprodutos (ozonídeos).(ABOZ, 2021 ).

“Os ROS têm uma meia vida menor que 1 segundo, já quando há a formação de LOPS (produção de Peroxidação Lipídica), agindo como mensageiros de longa distância, transmitindo a todo o organismos a informação do estresse oxidativo agudo.

“Sua farmacodinâmica permite minimizar sua toxicidade potencial e por essa razão torná-los mensageiros tardios”(ABOZ , pag 13 2021).

"Além disso, a estimulação do sistema nervoso central e endócrino pode ajudar a entender porque a maioria dos pacientes durante o uso da ozonioterapia prolongada, reportam um sentimento de euforia e bem estar” (ABOZ, 2021, pag 14).

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ÓLEO DE GIRASSOL OZONIZADO OZONTOP fábrica da Ozontop iniciou suas atividades no ano de 2014 em Botucatu interior da cidade de São Paulo, onde começou a estudar a possibilidade de baixar o grau de peroxidação do óleo de girassol ozonizado após a queixa de alguns pacientes que possuíam feridas muito sensíveis a dor e referiam ardência no leito da ferida após o uso com o óleo de girassol ozonizado de peroxidação IP>600 mEq/kg.

O óleo de girassol ozonizado necessita em média de 100 horas para ser produzido por um gerador industrial, formando assim os ozonídeos (subproduto do ozônio).

Desta forma a utilização do óleo de girassol ozonizado Ozontop, contribui na sua utilização terapêutica em outras vias, como na ingesta e na nebulização, não trazendo malefícios para o paciente, devido o óleo de girassol ozonizado já ter passado pelo processo do ROS, podendo ser utilizado inclusive em pacientes com o estresse oxidativo alto, além de não ser necessário dosar o G6PD. Através de um relato de caso que aconteceu em um curso na ABOZ (Associação Brasileira de Ozonioterapia) no 2º semestre de 2019, curso este com o tema Microscopia de Campo escuro (MCESV) que é um termo genérico que designa o exame microscópico de células de sangue vivo e os seus elementos com finalidade de conhecer o estado de saúde do paciente. O teste foi realizado com uma participante do curso antes de receber um protocolo com ozonioterapia, e a coleta do sangue foi através de punção capilar e depositado o material em lâmina para análise microscópica de células do sangue. Detectado agregação de hemácias efeito Roleux, que impede as hemácias de captar oxigênio e distribuir para todo o organismo. Depois desta análise a participante recebeu 20 gotas de óleo de girassol ozonizado Ozontop, e após 10 minutos foi feita nova coleta de sangue da participante, analisado microscopicamente a célula do sangue e para a surpresa de todos os presentes, a amostra da paciente evidenciou uma diminuição considerável do efeito Roleux, ou seja, uma diminuição da agregação das hemácias em torno de 25 a 30%.

Estudos relacionados à ingestão do óleo ozonizado em Cuba Estudos cubanos demonstram o uso de óleo de girassol ozonizado na ingestão e em mucosas desde a década de 90, com III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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excelentes resultados.

Segundo Gámez (2015), foi realizada uma intervenção terapêutica em 108 adultos com giardíase, atendidos no Serviço de Medicina Natural e Tradicional do Centro Médico Psicopedagógico “América Labadí Arce” de Santiago de Cuba, de julho de 2013 a igual período de 2014, para determinar o eficácia do Oleozon® por via oral nas pessoas afetadas.

Resultados da pesquisa experimental e exploratória com abordagem quatitativa Esta pesquisa foi realizada no período de 01 de maio de 2020 a 31 de julho de 2021 (1 ano e 02 meses) no município de Cabo Frio-RJ. Os atendimentos foram realizados às segundas, quartas e sextas em consultório privado, e às terças e quintas pelo SUS. Os dados foram coletados e o público alvo escolhido para este estudo foram os pacientes com COVID-19 e os que possuíam dores osteomusculares. Ao todo foram 120 atendimentos em prontuário (62% do SUS), sendo que 79% foram os pacientes com dores osteomusculares e 21% foram pacientes com COVID-19.

A faixa etária variou de 19 a 90 anos, sendo 68% eram mulheres e 32% homens.

Todos os pacientes foram orientados quanto ao caráter deste estudo nesta pesquisa, com a permissão dos mesmos para realizá-la.

Para esta pesquisa, foram utilizados frascos conta-gotas no volume de 10 mL, onde os óleos de girassol ozonizados da Ozontop foram envasados e distribuídos gratuitamente, objetivando este estudo.

Atendimentos referente às lesões osteomusculares Todos os atendimentos realizados em lesões osteomusculares foram feitos de forma presencial, representando 79% da pesquisa. Durante a consulta foi administrado ozônio injetável (subcutâneo) nas áreas osteomusculares e articulares, em uma única aplicação.

O óleo de girassol ozonizado Ozontop foi prescrito para o tratamento domiciliar através da ingesta e também topicamente nos pontos de dor, usando as duas vias simultaneamente e seguindo o seguinte protocolo: III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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• para a ingesta: tomar 20 gotas do óleo ozonizado Ozontop uma vez ao dia por 30 dias; • uso tópico: passar o óleo ozonizado topicamente duas vezes ao dia (ao dormir e ao acordar até a melhora dos sintomas álgicos).

Resultados dos pacientes nos casos osteomusculares* Com a ingestão do óleo ozonizado, como também no uso tópico: • 85% dos pacientes relataram diminuição de dores nas regiões afetadas; • 70% dos pacientes relataram melhora da disposição no dia-a-dia; • 30% dos pacientes relataram melhora no sono; • 20% dos pacientes relataram melhora na digestão. * Os pacientes tiveram a opção de escolher mais de uma opção.

Atendimentos no COVID-19 No total dos 120 casos atendidos, 21% eram COVID-19.

O primeiro caso na forma particular, foi um paciente que não conseguiu vaga hospitalar e saturava 74% com dispneia.

Foi enviado o óleo de girassol ozonizado Ozontop para o domicílio do paciente, orientando a ingesta e nebulização. A cada nebulização era verificada a saturação antes e após o procedimento. Após 24 horas, houve um retorno do paciente relatando a melhora da tosse, a melhora do desconforto respiratório, dormindo melhor, com a saturação aumentando gradativamente. O acompanhamento diário era realizado via Whatsapp. Dia após dia os parâmetros foram melhorando e 7 dias após o início do tratamento complementar com o óleo de girassol ozonizado Ozontop, o paciente apresentava saturação de 94% e melhora da disposição.

A partir desta experiência, iniciou-se o protocolo no tratamento complementar nos casos do COVID-19. Todos os pacientes foram acompanhados via o aplicativo WhatsApp, diariamente, por duas semanas, seguindo o seguinte protocolo: Para a ingestão: tomar 20 gotas 1x dia por 30 dias do óleo ozonizado Ozontop Para a nebulização: nebulizar com 05 gotas do óleo ozonizado Ozontop em 05 mL de SF a 0,9% 3x/dia por 07 dias (verificar a saturação antes e depois de cada nebulização).

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Resultados dos pacientes no caso COVID-19* Na ingesta com o óleo de girassol ozonizado Ozontop: • 95% dos pacientes relataram melhora da disposição; • 60% dos pacientes relataram melhora do sono.

Na nebulização com o óleo de girassol ozonizado: • 95% dos pacientes relataram melhora da tosse; • 90% dos pacientes relataram melhora do desconforto respiratório; • 80% dos pacientes relataram melhora na congestão nasal; • 20% dos pacientes relataram ficar menos ansiosos após a nebulização. * 62% dos pacientes possuíam oxímetro e todos apresentaram aumento gradual da saturação após nebulização.

Conclusão Esta pesquisa experimental e exploratória traz as múltiplas possibilidades do óleo de girassol ozonizado Ozontop. Além de ter um preço acessível para o paciente, é uma excelente maneira de obter o tratamento de ozônio na forma domiciliar, ajudando nas diversas patologias.

Como justificar a melhora da disposição, das dores musculares, da digestão, do sono, da capacidade respiratória e da congestão nasal após a ingestão do óleo de girassol ozonizado Ozontop? Não seria essa também uma forma sistêmica de absorção?

Com relação ao seu efeito sistêmico e em mucosas, este estudo se apresenta como pioneiro no Brasil, a fim de que outras pesquisas relacionadas deem seguimento e aprofundamento.

Referências 1-ABOZ. Curso de Ozonioterapia. Apostila, 2021.

2-ARAÚJO, AP. Compare 10 oleos vegetais antes de fazer a escolha mais saudável.

Minha Vida, 2016. Disponívelem:https://www.minhavida.com.br/alimentacao/galerias/13432-compare-10-oleos-vegetais-antes-de-fazer-a-escolha-mais-saudavel.

Acesso em: 27, julho 2021.

3-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Referências bibliográficas NBR 6023. Rio de Janeiro, 2002. 19p 4-BOCCI, Velio. OZONE. A NEW MEDICAL DRUG, Springer, 2005.

5-BOCCI, V.A. Scientific and Medical Aspects of Ozone Therapy. State of the Art. Department of Physiology, University of Siena, Italy(2006) 425-435.

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6-GÁMEZ, S.G. Eficácia do Oleozon® por via oral em pacientes com giardíaseEficácia do Oleozon® oral em pacientes com giardíase. Centro médico psicopedagógico “América Labadí Arce”, Santiago de Cuba, Cuba.

7-O que é a MCESV. Atlas da saúde, 2019. Disponível em: .https://www.atlasdasaude. pt/publico/content/microscopia-de-campo-escuro-estudo-da-morfologia-das-celulas-sanguineas-em-sangue. Acesso em:16, agosto 2021.

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Os efeitos terapêuticos da ozonioterapia na cicatrização de lesões ao portador de pé diabético The therapeutic effects of ozone therapy on cypression injuries to diabetic foot carriers Lidia Mateus dos Santos Phileme Mestre em Gerontologia Social Correspondência: lidiapodologa@hotmail.com

Resumo: O Estudo de caso apresentado tem como finalidade principal apresentar a eficácia da utilização do ozônio na cicatrização de lesões em pés de um paciente na Clínica de Podologia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia- SBEM, a Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue (hiperglicemia), e pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzida no pâncreas, pelas chamadas células beta. A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares.

A falta da insulina resulta em acúmulo de glicose no sangue, mais conhecido como hiperglicemia.

Palavras-chave: Podologia, Ozonioterapia, Diabetes Mellitus, Amputação Abstract: The main purpose of the case study is to present the efficacy of the use of ozone in the healing of lesions in a patient’s feet at the Clinic of Podiatry. According to the Brazilian Society of Endocrinology and Metabology- SBEM, Diabetes Mellitus is a disease characterized by high blood glucose (hyperglycaemia), and may occur due to defects in secretion or in the action of the hormone insulin that is produced , by so-called beta cells. The main function of insulin is to promote glucose intake into the cells of the body so that it can be used for the various cellular activities. The lack of insulin results in blood glucose buildup, better known as hyperglycemia.

Keywords: Podiatry, Ozone therapy, Diabetes Millitus, Amputation

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O objetivo geral de analisar o ozônio em cicatrização em lesões em pés de paciente diabético, através dos objetivos específicos de relatar as causas da DM, identificar fatores, riscos e problemas causados pela DM e por fim apresentar resultados do tratamento de ozônio na cicatrização de lesões de pé diabético.

A metodologia se dá através do estudo de caso, descrever e explicar sobre o uso na cicatrização de lesões. Pela necessidade de compreender a eficácia do ozônio na cicatrização de ferimentos em pés de pacientes diabéticos e de explicar o comportamento, atitude e a percepção do indivíduo paciente.

A organização Mundial de Saúde –OMS, estimou que em 2014 existiam mais de 382 milhões de pessoas portadoras de DM e que esta doença poderá atingir 471 milhões em 2935, se as medidas eficazes não foram tomadas.

No Brasil, entre 1986 e 1988 foi realizado um estudo multicêntrico, em nove capitais brasileira: São Paulo, Porto Alegre, João Pessoas, Salvador, Rio de Janeiro e Brasília e foi verificado que a prevalência de DM e de tolerância à glicose diminuída, em média, era respectivamente de 7,6% a 7,8% na população urbana com idade entre 30 e 69 anos, com maiores taxas de prevalência em São Paulo e Porto Alegre.

Em 2017, o Brasil estava no quarto lugar no ranking entre os 10 países com maior número de indivíduos com diabetes. Segundo dados do IDF (31), no Brasil existem 12,5 milhões de pessoas diagnosticadas com diabetes e com um aumento previsto de 62% até 2045. A população brasileira com faixa etária de 20 a 79 anos, apresenta 8% de prevalência de diabetes, e, a população acima de 65 anos, apresenta 19% de prevalência de diabetes, o que coloca o Brasil no quinto lugar entre os dez países com maior número de diabetes em idosos. Ainda com base nos dados IDF, a mortalidade no mundo foram 4 milhões de mortes por diabetes. Na América do Sul e México foram 209.717 adultos de 20-79 anos que morreram como resultado do diabetes, 44,9% dessas mortes aconteceram em pessoas com menos de 60 anos de idade, e metade dessas mortes foram no Brasil.

Dados do Ministério da Saúde, mostram que o Brasil é o 6o país do mundo em gastos com diabetes, porém, quando se considera o gasto por pessoa, o Brasil não se encontra entre os 10 países, pois tem maior investimento médio por indivíduo com diabetes. Ainda assim, são índices preocupantes para o MinisIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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tério da Saúde, que busca medidas que minimizem esses números, e que esbarra na falta de conhecimento por parte da população, entre crianças, adolescentes, jovens e idosos. Úlcera em pé diabético Para Alves, o pé diabético é uma complicação crônica do diabetes mellitus-DM, que é caracterizado por infecção, ulceração ou destruição dos tecidos profundos, associadas a anormalidades neurológicas e vários graus de doença vascular periférica nos membros inferiores. Isso ocorre devido a intolerância à glicose, devido a diminuição de insulina circulante que compromete todo o corpo, principalmente os membros inferiores, o pé. Conforme o Ministério da Saúde, a neuropatia diabética é a complicação mais comum do diabetes mellitus-DM, pois compreende um conjunto de síndromes clínicas que afetam o sistema nervoso periférico sensitivo, motor e autonômico, de forma isolada e difusa, proximal ou distalmente, de instalação aguda ou crônica, de caráter reversível ou irreversível, manifestando-se silenciosamente ou com quadros sintomáticos.

Pesquisas realizadas por estudiosos da área da saúde consideram que a úlcera no pé do diabético, começa com uma lesão nos tecidos moles do pé, formação de fissura entre os dedos ou na área da pele ressecada ou formação de calo.

Nesse sentido Silva et al , relatam que a lesão pode ser térmica, ou seja, causada por hábitos de caminhar com pé descalço sobre concreto quente, caminhar na praia e fazer uso de compressas frias ou quentes; por substâncias químicas ou traumáticas, por exemplo uso de meias e sapatos com má adaptação.

Diante disso, é fato que devido a neuropatia sensorial, o paciente com pé diabético, não percebe a lesão, por falta de sensibilidade na região dos pés e também por falta de cuidados e atenção aos pés, o que dificulta no diagnóstico e no tratamento.

Sabe-se que a diabetes é uma doença crônica séria que exige atenção.

Segundo o Consenso Internacional sobre Pé Diabético, foi definido uma escala de zero a três, para identificar ausência ou presença de lesão. O zero indica que o paciente sente os monofilamento em todos os pontos testados, os pulsos palpáveis, ou seja, ausência de qualquer tipo de lesão; o número um indica que o paciente não sente monofilamento em um dos pontos, mais os pulsos são palpáveis e também não apresenta nenhuma III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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lesão. O número dois, indica que o paciente não sente monofilamento em um ou mais pontos, e que os pulsos palpáveis são diminuídos ou ausentes, mas também não apresenta nenhuma lesão. E por fim o número três que indica a presença de dor, falta de sensibilidade, e possíveis lesões que devem ser tratadas adequadamente.

Além de outros cuidados que se deve ter, como limpeza regular e suave com água e sabão, seguida pela aplicação de hidratantes tópicos para ajudar a manter a pele saudável e mais resistente ao rompimento e às lesões.

Afinal, lesões e infecções menores nos pés, como cortes, arranhões, bolhas e pé de atleta, podem ser agravadas involuntariamente pelos tratamentos caseiros que impedem a cicatrização. Os pacientes devem ser lembrados de evitar o uso de compressas quentes, almofadas térmicas e agentes tópicos como peróxido de hidrogênio, iodo e adstringentes.

Diante disso, Bega explica que a ozonioterapia é um modelo de tratamento que equivale ao uso do ozônio na forma de gás ou veiculado em água ou óleo. Para ser executar como agente terapêutico, deve ser retirado do oxigênio medicinal no uso de equipamentos adequados. O ozônio, em contato com o tecido contaminado, possibilita o crescimento do tecido sadio e acelerada a contribuição para o reparar e crescer o tecido sadio.

Para o autor, a ozonioterapia não é agressiva, equivale no uso do O3 como princípio ativo, diluído por gás ou apresentado em água ou óleo. Por isso a necessidade de utilizar aparelhos com alta frequência. Além disso, Bega cita alguns procedimentos como: Fluxação: quando se desliza lentamente o eletrodo sobre a pele do paciente; Faiscamento direto: o eletrodo dispara faíscas diretamente sobre a região lesionada. Deve estar alguns milímetros distante da área a ser tratada; Faiscamento indireto: Ideal para massagens ozonizantes. Pede-se para o paciente segurar a bobina e o eletrodo saturador com as mãos enquanto o profissional lhe faz a massagem suave nos pés, produzindo efeito benéfico da alta frequência.

Fulguração: é a cauterização propriamente dita. Neste caso, conta-se também com a ajuda da hemostasia.

Existem especulações a respeito à dose terapêutica correta, por que, se o ozônio for administrado em concentrações inadeIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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quada, pode ser ineficiente ou danoso, o que leva algumas vezes sua aplicação inaceitável, duvidosa discutível e indagada na literatura. Entretanto, nos consultórios, no dia a dia, na vivência, diversos profissionais de saúde têm utilizado esta terapia no tratamento das úlceras e lesões.

Para que se corrobore o uso de ozonioterapia nas condutas nas úlceras em pé diabéticos de paciente idoso, é importante que comprove embasado cientificamente deste procedimento por meio de efeitos e estudos que fundamentam o seu uso e comprovam suas intervenções terapêuticas.

Porém, comprovado o crescimento do uso da ozonioterapia nos núcleos hospitalares no tratamento de úlceras, torna-se importante reconhecer as comprovações científicas que embasam a utilização do seu uso na prática clínica. Indaga-se então: o uso da ozonioterapia acelera o processo de cicatrização das úlceras no pé diabético de paciente idoso.

A manipulação e concentração do ozônio oscila de acordo com a patologia apresentada, já que a concentração de ozônio indica o tipo de efeito biológico e a fórmula de aplicação relaciona-se à sua ação no organismo. Sendo assim, ozonioterapia pode ser aplicado nas patologias de procedência de infecções, isquemias e inflamações.

Percebe-se o pé diabético com úlcera e que através da ozonioterapia obtém a cicatrização total da ferida. Isso é possível, porque através da ozonioterapia ocorre a regeneração dos tecidos, onde se faz o transporte de oxigênio por parte dos glóbulos vermelhos, o que estimula o sistema imunológico.

Sabe-se que o ozônio age como um vasodilatador, o que facilita o transporte do oxigênio, e dessa maneira faz com que melhore a oxigenação tecidual, combatendo os fungos e ainda age diretamente sobre os vírus e bactérias.

Vale ressaltar que o tratamento do pé diabético através da ozonioterapia, precisa estar aliado a outros cuidados como uma reeducação alimentar e acompanhamento psicológico do paciente e da família, para que os resultados sejam alcançados positivamente.

Diante disso, optaram pela ozonioterapia tópica com banhos de hidro-ozonioterapia e curativos com óleo ozonizado. Segundo Cardoso et al, a hidro-ozonoterapia teve por finalidade remover a secreção e a matéria orgânica, promover abertura dos poros, hidratar e melhorar a circulação periférica, facilitando o III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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trabalho de remoção de fibrina e tecido isquêmico.

No total foram vinte e seis sessões de ozonioterapia tópica.

Em que nas cinco sessões aplicaram óleo ozonizado puro, e na sexta sessão em diante, creme ionizado. Além disso, a paciente aplicou o óleo ozonizado 50% uma vez ao dia, durante 15 dias, em sua casa.

Após a nona semana, foi incluída no tratamento, a mistura gasosa de oxigênio e ozônio (bagging) e manteve-se a hidrozonioterapia, o que acelerou o processo de cicatrização. Na décima quarta semana a ferida estava totalmente cicatrizada.

Após a paciente ir para casa, foi orientada a aplicar o óleo ozonizado a 50% uma vez por dia, durante 15 dias. E posteriormente 10% do óleo ozonizado até o término do tratamento.

Na fase intermediária, percebeu-se que na área de granulação apresentou-se grande, e por isso, foi necessário a intervenção cirúrgica, em que foi removido o segundo pododáctilo direito por ter sinais de osteomielite. Com o tratamento do ozônio, na décima quarta semana, a ferida estava totalmente cicatrizada.

Amostra O estudo de caso sobre o uso do ozônio na cicatrização de lesões em pés do paciente diabético, em uma clínica de podologia, contém amostras escolhida de acordo com as fases de cada ferida,trazendo feridas de: a - primeira intenção, pode ocorrer por objetos perfurocortantes, pequena perda de tecidos, escassa formação de tecido de granulação e às vezes epitelização acontecer em 10 dias a 14 dias; b - segunda intenção, encontramos em lesões profundas, em que o tecido é lesionado nas bordas das feridas,dificultando a profundidade. A epitelização da lesão depende da extensão e profundidade e pode prolongar-se de 3 a 4 semanas, meses ou anos; c - mostrando a eficácia do ozônio nos diferentes tipos de cicatrizações da nossa amostra.

Foi solicitada a autorização de todos os pacintes, devidamentes assinadas e foram anexadas na tese.

Para avaliação de uma úlcera em pés diabéticos é importante inserir a condição neurológica sem isentar a vascular e principalmente atentar para avaliação da ferida propriamente dita.

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Identificação do paciente L.F.S 39 anos , sexo masculino , casado, natural e precedente de Manaus AM. Moreno, grau de informação: bom.

• Queixa principal; DM • História da doença atual: Paciente neuropata refere que com histórico na família, tempos atrás, não lembra a data exata em um exame de rotina foi diagnosticado Diabetes mellitus(DM).

Porém, não obteve acompanhamento médico e nem fazia uso de medicações corretas. Relata que mal-estar, apresentando febre alta, quadro clínico com ostemelite, (infecção no osso) renais rins comprometidos com nível alto da glicose elevada .

• Antecedentes pessoais, familiares e sociais.

• Antecedentes patológicos: hipertenso, alergia a dipirona.

• Antecedentes familiares: mãe diabética.

• Hábitos de vida: nega etilismo ou tabagismo, não faz dieta, mesmo consciente a necessidade, não faz atividade física por razão do ferimento no pé, declaro o vício por refrigerante, gosta muito de massas e doces.

• Exame físico: impressão geral, lúcido, consciente em suas declarações, medidas antropométricas e dados físico: bom estado, eupneico, corado. Alt. 1,70 m. Peso: 78 Kg. • Precisou ser internado. Permaneceu internado 03 meses acontecendo a mutilação de 1 dedo em tratamento de onicomicose tardia.

• No período de internação: 05 raspagens na região plantar.

Neste período foi diagnosticado a gangrena e complicou mais ainda seu quadro clínico. Ainda internado aconteceu a mutilação de mais 02 dedos 2o e 3 .

• Sendo diagnosticado, segundo seu médico, que o tecido não iria mais crescer por causa da glicose muito alta, começou a crescer desordenadamente o tecido granulado.

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Chegou à clínica de podologia Cia dos pés com raios de sangue na região da ferida no momento de deambular, região umedecida, edemaciado, vermelhidão, psicológico muito abalado pelo descaço que fora atendido durante a internação.

Realizamos a podoprofilaxia, para evitar contaminação em seguida limpeza com SF morno 0,9% em jato esguicho em seringa de 20 mL. Iniciamos o tratamento como O3 e imediato observamos a hemostasia, segundo a esposa do paciente, após a primeira sessão não sangrou mais. Em outro acidente doméstico percebeu que havia fraturado outro dedo e não percebeu, pois a sensibilidade já estava comprometida por causa da DM. Houve a necessidade de outra internação (parando o tratamento com O3, pois o dedo estava necrosando, atrofiado, com odor, tecido amolecido e em estado de mumificação e no hospital mais uma raspagem. Com este diagnóstico desfavorável, recebeu alta.

Em alta realizando os curativos em casa, nos intervalos de um curativo e outro no oitavo dia sentiu um odor desagradável muito forte na região da incisão, ao tocar com a ponta da pinça foi observado que havia deixado um gaze dentro da incisão, causando toda regressão do tratamento, neste mesmo período de internação foi diagnosticado que havia contraído uma bactéria que estava alastrando para todo corpo e chegando ao rim que já estava comprometido, bactéria contraiu por razão da gaze que foi esquecido no momento de uma das cirurgias.

Retornou novamente aos procedimentos de ozonioterapia na Clínica de Podologia Cia dos Pés. Usamos o gerador de Ozônio O&L 1.5 RM

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Na clínica de Podologia Cia dos Pés, utilizamos o gerador com procedimentos alternativo de ozônio, da marca Ozone Life, que possui as seguintes características: registrado pela Anvisa (81509100001), produzido por descarga elétrica por dupla barreira dielétrica, o qual evita contato metálico do gás na formação de ozônio, a concentração de ozônio com mais de 40 valores, para diferentes fluxos de oxigênio de ( 1, 3⁄4=0,75, 1⁄2 =0,5 , 1⁄4=0,25, 1/8=0,125) L/min.

As dimensões do equipamento são: 44 cm de largura, 39,5 cm de altura e 16 cm de profundidade, com peso aproximado de 7,5 kg. Com cilindro de oxigênio, volume 1.1L, capacidade de 170 litros de oxigênio, sua estrutura é de alumínio, possui filtro catalisador de ozônio com tensão de alimentação de 110 V ou 220 V, e, frequência da rede elétrica de 60 Hz, com potência máxima de 80 watts, sendo refrigerado por ar forçado.

Apresentou a Clínica no 1o dia 15/08/2013.

• Região plantar: • Pé edemaciado, tecido desordenado, pontos exsudativos, pontos de fibrina, tamanho da ferida 5 cm de comprimento e 3,5 cm de largura

• Região dorsal: Onicomicose no hálux”E”, excessivamente ressecado, descamativos, dedos 1-2 amputados • E coloração escura acentuada na região dorsal por circulação sanguínea comprometida, razão da DM.

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Apresentou a Clínica no 2o dia 15/08/2013 • Tecido de granulação desordenado • Fibrina lateral “ D” • Secreção exsudativa com odor • Edema Higienização com SF 0,9,0% morno em uma seringa de 20mL e 30min com o pé imergido na hidrozonioterapia.

Hidrozoniterapia-Integra na soma de ozônio na água de uma banheira ou recipiente em diferentes temperaturas e indicações, com a soltura do O3 que é o oxigênio livre, ou oxigênio nascente / oxigênio ativo.

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Após os 30 min. Realizado o curativo com produtos coadjuvantes, no ponto de tecido de granulação- umedecemos com óleo AGE ozonizado na cavidade com Fibrina-purilow.

Enquanto a parte escura-papaína 10% manipulada e foi feito curativo com gaze estéril mantido oclusivo diário. E toda região dorsal umedecido com óleo AGE ozonizado.

• Ganhou uma bota ortopédica • Usou em uma festa (subindo 20 degraus no final de semana) • Após 30 dias retornou a clínica de Podologia CIA DOS PÉS • Ponto de necrose escura na lateral ‘D ” ponto com fibrina, lateral “E”.

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Procedimento realizado - pé imergido no recipiente de hidroterapia por 30 min diário e intercalando conforme a cicatrização satisfatória.

Higienização com SF morno 0,9% em jato esguicho em seringa de 20mL,no ponto de tecido de granulação- umedecemos com óleo AGE ozonizado, enquanto a cavidade tinha fibrina-purilow.

• Parte escura-papaína 10% manipulada.

• Curativo diário na Clínica de Podologia Cia dos pés Após 01 ano intercalando com tratamento coadjuvantes resultados satisfatórios e hidrozonioterapia por 30 min., alta frequência com eletrodo cauterizador pontuado .

O aparelho gera corrente elétrica de intensidade controlada e indolor. Possui uma bobina de alta tensão conectada a um eletrodo de vidro, que contém um gás, produzindo um fluxo de luz fraca e faíscas que, ao entrarem em contato com o ar, liberam átomos de oxigênio, gerando o ozônio O3.

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Após 1 mês 08 dias registramos a última foto com resultado espetacular procedimentos realizados em conjunto com uma equipe interdisciplinar: Enfermeira, podóloga, Psicóloga, fisioterapeuta, vascular e nutricionista.

Concluímos que eficácia do ozônio como terapia é recomendado soma em ação antimicrobiana, bactericida fungicida, ativa a irrigação da circulação, reduzindo satisfatoriamente o tempo de cicatrização.

1a consulta

Última consulta

Através do Estudo de caso gostaríamos de diminuir os gastos do SUS nas amputações, extremamente elevadas percebidas na vivência hospitalar no Estado, esses gastos seriam não apenas diminuição de gastos públicos, mas também diminuiria o tempo de internação de cada paciente. E os profissionais alocados poderiam dar uma maior atenção em outros pacientes com outros tipos de patologias. Vale ressaltar que os intuitos deste Estudo de caso antecedem os ferimentos e previnem que os pacientes venham ser acometido de mutilação por razões dos membros inferiores.

Neste estudo de caso observamos particularmente a perspectiva da saúde em relação a resolução dos pés diabéticos em III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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geral, porém poderá ser utilizado como parâmetros em regiões brasileiras, em especial as que menos tem capital alocado para a saúde de sua população, mas em principalmente mas através das perspectivas e podem ser firmado como um marco na ozonoterapia medicinal no país que ainda gera bastante debates e controvérsias em alguns profissionais, utilizando a pesquisa poderemos ter pesquisas mais elaboradas com o auxílio de hospitais universitários e no futuro diminuir o déficit da saúde na economia brasileira e reduzir a sobrecarga do SUS. Referências 1. Brasil. Ministério da Saúde. Manual do Pé Diabético: Estratégias para cuidados da pessoa com doença crônica. Brasília, 2017 2. Organização Mundial de Saúde-OMS. Disponível em: https://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/. Acesso dia 17 de agosto de 2019.

3. Bega, A.. Tratado de Podologia. 2°ed.São Caetano do Sul, Sp: Yendi Editora, 2014.

4. Cardoso et al. Ozonoterapia como Tratamento Adjuvante na Ferida de Pé Diabético. Minas Gerais. Rev Méd Minas Gerais, p. 442-445, 2010 5. Jorge, S.A.; Dantas, S.R.P.E. Abordagem Multiprofissional do Tratamento de feridas. São Paulo: Atheneu, 2005.

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A utilização da ozonioterapia na cicatrização do perfurante plantar em pé de paciente diabético vivido em uma clínica de podologia na cidade de Manaus, Amazonas, Brasil The use of ozone therapy in the healing of plantar perforating standing of diabetic patient lived in a podialogy clinic in Manaus, Amazonas, Brazil Lidia Mateus dos Santos Phileme Mestre em Gerontologia Social Correspondência: lidiapodologa@hotmail.com

Resumo: A Diabetes é uma doença crônica onde os níveis de glicose são altos, em média, 80% das amputações dos MMII que estão relacionados aos pacientes diabéticos são resultados de úlceras crônicas e cicatrizações lentas. A maioria das feridas estão relacionados aos pés, na maior parte das vezes é apresentado uma ferida na região plantar, por fatores anatômicos (arco caindo), neuropatia periférica como a região distal dos dedos, calos calosidades tratados de forma inadequada, onicomicose nas lâminas, tinha pedis, corte incorreto das lâminas ungueal, onicocriptose. Assim o uso do Ozônio por ter algumas propriedades singulares que agem como ação bacteriostático ajudando controlar a colonização e o crescimento de algumas bactérias e atua no processo de proliferação celular.

Palavras-chave: Ozonioterapia, Pés Diabéticos, Cicatrização.

Abstract: Diabetes is a chronic disease where glucose levels are high, on average, 80% of MMII amputations that are related to diabetic patients are the results of chronic ulcers and slow healing. Most wounds are related to the feet,most of the time a wound is presented in the plantar region, due to anatomical factors (falling arch), peripheral neuropathy as the distal region of the fingers, calluses calluses treated inappropriately,onychomycosis on the blades, had pedis, incorrect cutting of the nail blades, nicocryptosis.So the use of Ozone by having some unique properties that act as bacteriostatic action helping to control colonization and growth of some bacteria and acts on the process of cell proliferation.

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Keywords: ozone therapy, diabetic feet, healing.

Estudo de caso A Diabetes é uma doença crônica onde os níveis de glicose são altos, em média, 80% das amputações dos MMII que estão relacionados aos pacientes diabéticos são resultados de úlceras crônicas e cicatrizações lentas. A maioria das feridas estão relacionados aos pés, na maior parte das vezes é apresentado uma ferida na região plantar, por fatores anatômicos (arco caindo), neuropatia periférica como a região distal dos dedos, calos calosidades tratados de forma inadequada, onicomicose nas lâminas, tinha pedis, corte incorreto das lâminas ungueal, onicocriptose. É recomendado o uso do ozônio em função de suas propriedades singulares. Sua ação no local da ferida tem efeito bacteriostático, ajudando a controlar o crescimento de algumas bactérias e também atua no processo de proliferação celular, ajudando revitalizar e aumentar a concentração de oxigênio tecidual no estímulo à produção de fatores de crescimento, que são as substâncias sinalizadoras da reparação do tecido contaminado. O objetivo deste estudo foi mostrar o efeito do ozônio na cicatrização de lesões em pés de pacientes diabéticos.

A ausência de uma irrigação eficiente para os membros inferiores promovido pela DM facilita o aparecimento de úlceras, impede que o mecanismo de defesa funcione perfeitamente, retarda o processo de remoção tissular nas feridas, além de interferirem na atuação dos antimicrobianos. Com isso facilita a instalação de gangrena e subsequente a amputação.

A maioria das úlceras de pés diabético decorre de forças mecânicas que o tecido não consegue suportar e corrigir, pois a perda da sensibilidade protetora não o deixa perceber. As úlceras do pé são classificadas de acordo ao tipo de pé que o portador apresenta, ou seja, úlceras neuropáticas ao pé diabético neuropático, úlcera vascular aos pés diabéticos vascular e úlcera neuro isquêmica ou mista ao pé diabético (BATISTA,2017,p.

69).

O número de pessoas portadoras de diabetes a cada dia vem aumentando assustadoramente, esta situação torna-se uma epidemia mundial. As informações que temos da Organização Mundial da Saúde nos informa que em 2040 teremos uma média de 640 milhões de pessoas portadoras de diabetes. E poIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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demos relatar que o índice de mutilações em pés diabéticos é assustador.

O custo financeiro, psicológico e todas as complicações envolvidas profissional – paciente vem preocupando a cada dia.

O Conhecimento técnico- científico, habilidades, humanização são fatores discutidos em sala de aula, congressos e abrangente pela gravidade da patologia.

O diretor-presidente da Associação Brasileira de Ozonioterapia (Aboz), Arnoldo de Souza, acrescentou que há uma redução de 20% a 80% no custo do tratamento das infecções quando a ozonoterapia é incluída de forma complementar ao tratamento médico convencional.

A importância do ozônio nas redes públicas de saúde foi constatada que literalmente retira as pessoas das filas intermináveis de uma amputação além de economizar o Sistema Público de Saúde.

O tratamento alternativo para pé diabético com terapia de ozônio medicinal é indicado, além do custo e benefícios acessível a população, a ação antimicrobiana e ajuda na irrigação sanguínea, matando fungos e bactérias, acelerando a cicatrização.

O sucesso do tratamento relatarei de uma experiência única vivida em uma clínica de Podologia, evitando a mutilação que em tempo hábil, trazendo para a paciente a alegria de voltar a sorrir e retornando para a sua atividade doméstica que por razão do UUP havia desistido.

História e exame físico Na avaliação clínica os pés foram examinados.

História - Falta de sensibilidade decorrente da DM ocasionou o retardo para procurar o profissional para auxiliar e falta de acesso aos cuidados necessários à própria.

Neuropatia - Queixa de dores e formigamento nos pés principalmente no período da noite. Nos membros inferiores • sensibilidade nos pés: Durante a consulta sendo avaliado a sensibilidade dos pés por meio de monofilamento de Semmes Weinsteind com peso de 10 g conjunto com o teste de diapasão 128 Hz (sensibilidade vibratória) •. No momento do toque levemente como monofilamento de 10 g 05 observando envergadura suficiente para identificar o grau de sensibilidade da região tocada dedos de cada pé iniciando pelo hálux, segundo dedo, terceiro dedo, quarto dedo e quinto III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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dedo. A paciente reagiu aos toques, em seguida os toque na região plantar distal reagindo bem, ao tocar na região calcânea na sensibilidade estava levemente comprometida (observa-se , que ao iniciar o uso do ozônio o quadro mudou satisfatoriamente após 10 dias ) • Unhas: verificado a existência de onicomicose, unhas espessas nos hálux D/E, apresentando pressão na região das pregas ungueais iniciando levemente unha encravada com presença de uma espícula causando desconforto próximo ao sulco ungueal.

Verificado que por excesso de corte incorreto a anatomia da unha foi alterada, necessitando o uso de onicoórtese nos hálux D/E. • Avaliação de inspeção e integridade da pele: presença de tecido ressecada, descamativa, apresentando eritema e bolhas na região lateral próximo ao calcâneo.

Temperatura dos pés: Normal, sem perda de pêlo próximo a região sem indícios de insuficiência arterial.

• Anatomia do pé: sem presença de fraturas, cirurgias anteriores, marcha preservada, sem presença de calos e calosidades.

Presença de abscesso na lateral próximo ao calcâneo e com as bordas descamativas. Porém, imediatamente tratado com óleo de AGE ozonizado e cicatrização imediata.

O histórico da paciente M. I., 55 anos, sexo feminino. Dona de casa, diabética tipo II, procurou a clínica de podologia Cia dos pés da Dra. Lídia Phileme localizada em Manaus /AM relatando um acidente doméstico, a quebra de um prato e descalça e sem perceber pisou em um fragmento de vidro. Pelo fato da glicemia estar elevada, por razão da diabetes perdendo a da sensibilidade protetora dos pés e comprometida e a diabete descompensada não percebeu que a região calcânea havia penetrado um pedaço de vidro, percebendo uma semana depois o pé já estava infeccionado. Ao procurar ajuda médica foi realizado uma drenagem e pediu para retornar para casa e fazer curativos diários. Somente após 03 dias foi percebido o fragmento de vidro dentro dos pés, a esta altura a região do calcâneo já estava infeccionada. “Após várias idas e vindas ao posto de saúde acontecia uma raspagem e era inserida uma placa, mas não percebia melhora” (declaração da paciente).

Apresentando fibrina no interior da úlcera por perfurante plantar, descamativa na região calcânea, edemaciada, odor fétido, secreção purulenta.

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Foi indicado o tratamento com ozonioterapia. Apresentou-se na Clínica de Podologia Cia dos pés com UPP estágio IV – lesão profunda atingindo plano muscular, ocorrendo comunicação em lesões vizinhas e uma úlcera neuropática.

Esquema simplificado e diretivo para evolução da úlcera.

Localização anatômica: região plantar calcânea.

Tamanho profundidade: 2 cm comprimento 5,5 cm diâmetro 1,4cm.

Aspecto-odor, exsudativa com fluido proveniente da contaminação. Resposta do organismo aos danos causados nos tecidos, bordas descamativas.

Cavidade exsudativa- odor, edemaciado, coloração, temperatura fria, esfacelos, fibrina e endurecimento nas bordas da região externa.

Procedimento realizado Realizado podoprofilaxia podal para evitar futuras contaminações, Higienização com SF 0,9% morno jato em seringa de 20 mL no interior da ferida. Encaminhado para o médico que o atendia para procedimento cirúrgico no leito da ferida com fibrina, esfacelos.

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Retornando após uma semana a Clínica de Podologia Cia dos Pés apresentava odor no interior da ferida, cavidade avermelhada, descamativa nas laterais e sanguinolenta.

Realizado a higienização do ferimento com SF 0,9% morna, jato em seringa de 20 mL, utilizando o BAG por 30 minutos e agregando com a técnica da hidrozonioterapia. Em seguida, curativo oclusivo com AGE ozonizado e gaze estéril. Curativo realizado diário.

Realizada a higienização em toda cavidade da ferida e diariamente era levado para o BAG no período de 30 minutos e agregado com técnica da hidrozonioterapia por mais 10 minutos.

Durante a realização do curativo foi observado a abertura de um ferimento na lateral da ferida e intensificou curativo com AGE ozonizado. Em tempo recorde aconteceu a cicatrização.

Mantendo o curativo oclusiva por 12 horas, (sempre curativo realizado na Clínica de Podologia Cia dos pés. Orientado repouso e não molhar, retornando no dia seguinte.

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Após 30 dias a cicatrização satisfatoriamente nas bordas apresentou excesso de queratose descamativas realizado o desbastamento com lâmina de bisturi descartável N.24 e cabo 04, sendo hidratado com óleo AGE ozonizado para mantê-lo hidratado evitando descamação .

Preenchimento em toda cavidade interna apresentando leito propício para a cicatrização.

Aumentando os intervalos para os curativos e orientada a realizar os curativos em casa com AGE ozonizado e retornar a clínica apenas uma vez por semana.

Após 40 dias retornou a clínica de Podologia Cia dos Pés com os pés hidratado, sem queratose, sem ressecamento nas bordas da ferida, mais que a metade da cavidade da ferida preenchida com tecido de granulação e a outra metade acontecendo a junção dos tecidos.

Seguindo com intervalos maiores ao comparecimento a Clínica Podologia Cia dos Pés ( 1x na semana) por razões pessoais necessitou viajar para o interior e nos enviou o último registro, totalmente cicatrizado em tempo recorde.

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A paciente orientada em devidos retornos 1 vez por mês a clínica de podologia cia dos pés para realizar podoprofilaxia e hidratação com Cremes e AGE ozonizado.

Uma vez por mês é feita podoprofilaxia e pelling podal de leve brasão e mantendo hidratado com AGE ozonizado. Mesmo tendo uma visão crítica pelo fato que no Brasil a aceitação ainda não aconteceu por completo na saúde a ozonioterapia tem mostrado ao longo dos anos a eficácia em vários tratamentos, destacando os ferimentos em pés diabéticos pelas cicatrizações lentas, com a atuação do O3 na redução de bactérias, fungos e vírus resistentes e para desinfetar feridas infectadas. O tratamento com O3 pode contribuir na saúde pública pelo baixo custo e na melhoria da qualidade de vida do paciente.

Apenas no Brasil no entre os meses de janeiro e agosto de 2020 o SUS (Sistema Único de Saúde), realizou 10.546 amputações dos membros inferiores ocasionados pela diabetes, havendo um gasto do dinheiro público de R$ 12,3 milhões, utilizando uma comparação do mesmo período em 2019 houve um gasto de R$ 11,6 milhões, através dos dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde traduz a crescente aumento dos números de amputações.

Mesmo tendo uma visão crítica pelo fato que no Brasil a aceitação ainda não aconteceu por completo na saúde a ozonioterapia tem mostrado ao longo dos anos a eficácia em vários tratamentos, destacando os ferimentos em pés diabéticos pelas cicatrizações lentas, com a atuação do O3 na redução de bactérias, fungos e vírus resistentes e para desinfetar feridas infectadas. O tratamento com O3 pode contribuir na saúde pública pelo baixo custo e na melhoria da qualidade de vida do paciente.

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O objetivo deste estudo foi mostrar o efeito do ozônio na cicatrização de lesões em pés de pacientes diabéticos em tempo recorde e com custo financeiro super baixo.

Orientado, conhecimento técnico-científico, habilidades a saúde em modo geral que podemos com uma equipe multidisciplinar, humanização.

Podemos diminuir significativa as mutilações no Brasil, um tendo em vista em que 85% dos casos de complicações da doença ocasiona úlceras, informações alertadas pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) no qual poderiam ser tratamentos por menor custo através da ozonioterapia, refreando os casos de amputações e podendo realocar o dinheiro público para outros setores, pois a precaução é a melhor forma de cuidado aos nossos pacientes.

Achados clínicos e recomendações do pé do paciente DM Higienizar os pés diariamente, observando cada detalhe de alteração, secando cuidadosamente entre os dedos com papel toalha principalmente entre os dedos, evitando tina pedis, havendo alterações como calo calosidades não manipular procurar imediatamente um podólogo.

Observar fissuras, rachaduras, pele seca. No período do banho devem ser rápidos havendo ferimento nos pés não molhar no momento do banho, observar a temperatura morna ou fria.

Porém, sempre atento a ausência de sensibilidade pode causar queimaduras nos pés, caso a água esteja muito quente.

Uso de cremes: Nunca entre os dedos, evitando sempre a umidade ou óleos de AGE ozonizado recomendado sempre com a pele umedecida para facilitar a hidratação após o banho à noite e uso de meia 100% algodão. O óleo de AGE ozonizado além de hidratar caso haja fissuras ajuda a cicatrização.

Não manipular os próprios pés, não usar perfuro cortantes, agentes químicos ou receitas caseiras para realizar procedimentos como remoção de calos, calosidade, verrugas plantares sempre consulta um profissional apto para avaliar e executar o s procedimentos.

Observar criteriosamente no momento de compras dos calçados, de preferência tarde ou noite, pois no período da manhã os pés não estão edemaciados e a noite na maioria das vezes sim, sempre atentos a costuras internas aproximadamente de 1 a 1 1⁄2 cm de espaço para os dedos.

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Sapatos de preferência arredondados para deixar livre a região distal dos dedos, evitando pressão, fechos com velcros fáceis de manipular.

Referências BATISTA,Fábio. Uma Abordagem Multidisciplinar sobre pé diabético. 2°Edição. São Paulo : Andreoli,2017.

AGREDA,J.J.S; BOU,J.E.T.I. Atenção Integral nos Cuidados das Feridas Crônicas.

1°Edição. Petrópolis : EPUB,1994.

Luongo M; Ferrara L.G.G; Genio F.D, Paolella V; Mascolo L; Sammartino A; Luongo C. Pensos avançados e oxigênio de ozônio para tratamento de úlceras em periférica obliterante crônica arteriopatias (AOCP). Eur J Clin Invest. p. 33:45, 2003.

Bocci, V. Ozônio: Um novo medicamento. 2°Edição. Siena: Springer, 2011.

Bega, A. Tratado de Podologia. 2°edição.São Caetano do Sul, Sp: Yendi Editora, 2014.

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Implantação do Ambulatório de Ozonioterapia em tratamento de feridas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Município de Araraquara, SP Implementation of the Ozone Therapy Clinic for Wound Treatment by the Unified Health System (SUS) in the city of Araraquara - SP Carina Ferreira Elias Carbone1; Flávia Carina de Souza Leão 2 1-Enfermeira Especialista: Formação Docente em Educação Profissional Técnica na Área Saúde pela ENSP/ FIOCRUZ – São Carlos - São Paulo - Brasil ; Especialização em Saúde da Família pela UNA- SUS/ UNIFESP - Marília - São Paulo - Brasil; Gestão em Saúde pela ENSP/ FIOCRUZ – Itapetininga – São Paulo - Brasil; Regulação em Saúde no SUS pelo Hospital Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa – Araraquara – São Paulo Brasil; Habilitação em Ozonioterapia pela: Associação Brasileira de Ozonioterapia – ABOZ; Escola Superior de Saúde – Universidade do Estado do Amazonas – ESA/UEA; Capacitação profissional em Ozonioterapia com ênfase em PRP, PRF e Estética – FATECPR. 2-Enfermeira Especialista em Saúde da Família pela - UNASUS/UNIFESP- São Paulo – Brasil; Habilitação em Ozonioterapia pela: Associação Brasileira de Ozonioterapia – ABOZ; Escola Superior de Saúde – Universidade do Estado do Amazonas – ESA/UEA; Capacitação profissional em Ozonioterapia com ênfase em PRP, PRF e Estética – FATECPR. Correspondência: carinaelias83@gmail.com

Resumo: A ozonioterapia foi introduzida no Sistema Único de Saúde (SUS) recentemente e oficialmente através da Portaria MS/GM nº 702, de 21 de março de 2018 que incluiu novas práticas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC).Em meados de fevereiro de 2019, a Secretaria Municipal de Saúde de Araraquara, através da Coordenação Executiva da Atenção Especializada Municipal, iniciou de forma pioneira, a implantação do Ambulatório de Ozonioterapia em Tratamento de feridas. Por seis meses sua atividade foi em caráter experimental, sendo elaborado protocolo municipal, apresentando a terapia como alternativa para tratamento de feridas, critérios de inclusão, exclusão e fluxograma de encaminhamento, estabelecendo as atribuições dos profissionais de enfermagem no cuidado de feridas no âmbito da atenção especializada com o tratamento complementar e integrativo com a ozonioterapia.

No âmbito da Enfermagem, o Parecer Normativo 001/2020/COFEN regulamenta a ozonioterapia como prática do enfermeiro no Brasil, não restando qualquer dúvida da utilização dessa III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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prática integrativa e complementar no âmbito do SUS e pelos profissionais enfermeiros. O Ambulatório de Ozonioterapia em Tratamento de Feridas do Município de Araraquara – SP, por ser pioneiro no Sistema Único de Saúde – SUS alcançou visibilidade a nível nacional, sendo muito procurado pelos demais municípios para possível implantação por suas respectivas prefeituras.

Palavras-chave: Sistema Único de Saúde, Práticas Integrativas e complementares, feridas, ozonioterapia Abstract: Ozone therapy was recently and officially introduced in the Unified Health System (SUS) through MS/GM Ordinance No. 702 of March 21, 2018, which included new practices in the National Policy on Integrative and Complementary Practices (PNPIC). In mid-February 2019, the Municipal Health Department of Araraquara, through the Executive Coordination of the Municipal Specialized Care, pioneered the implementation of the Ozone Therapy Clinic for Wound Treatment. For six months, its activity was on an experimental basis, with a municipal protocol being drawn up, presenting therapy as an alternative for the treatment of wounds, inclusion and exclusion criteria and referral flowchart, establishing the attributions of nursing professionals in the care of wounds within the scope of care specialized with complementary and integrative treatment with ozone therapy. In the context of Nursing, the Normative Opinion 001/2020/COFEN regulates ozone therapy as a practice of nurses in Brazil, leaving no doubt about the use of this integrative and complementary practice within the scope of the SUS and by professional nurses. The Ozone Therapy Clinic for Wound Treatment in the Municipality of Araraquara – SP, for being a pioneer in the Unified Health System – SUS, achieved national visibility, being much sought after by other municipalities for possible implementation by their respective city halls.

Keywords: Unified Health System, Integrative and complementary practices, wounds, ozone therapy Introdução O Sistema Único de Saúde (SUS) surgiu como uma conquista após um longo processo de lutas desde os anos 70 envolvendo movimentos populares, trabalhadores em saúde, usuários, intelectuais, sindicalistas e militantes. Acompanhados pelo movimento sanitário brasileiro com o apogeu na VIII Conferência III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Nacional de Saúde (CNS), levaram a criação do SUS que contemplou a saúde como um direito social, cuja garantia é responsabilidade de cada um e de todos e, em especial do Estado, assegurar acesso a todos os brasileiros a serviços e ações de saúde (ALMEIDA, 2008; BERNARDINO, 2006; BERTONE, 2002).

A Lei 8.080 de 19/09/1990 define o SUS como “o conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições Públicas Federais, Estaduais e Municipais, da Administração direta e indireta e das Fundações mantidas pelo poder público” (BERNARDINO, 2006). Universalidade, Equidade e Integralidade constituem os princípios doutrinários do SUS. O primeiro garante a atenção de saúde a todo e qualquer cidadão brasileiro, enquanto o segundo e o terceiro asseguram a igualdade de todos perante o sistema de saúde, reconhecendo o homem como ser integral e prevendo seu atendimento como ser biopsicossocial (BRASIL, 2003; SILVA, 2006).

Assim, a Constituição declara no art.196: A saúde é o direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e para a sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL, 1990).

As Práticas Integrativas e Complementares (PIC) foram institucionalizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), por meio da Portaria GM/MS nº 971/2006 e, atualmente é orientada pelo Anexo XXV da Portaria Consolidada nº. 2, de 28 de setembro de 2017. A PNPIC tem como objetivo: incorporar e implementar as PIC no SUS para fortalecer o cuidado integral em saúde.

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são técnicas com mecanismos ou produtos naturais, que visam a assistência e a saúde do indivíduo, seja na prevenção, tratamento ou cura, considerando-o como mente/corpo/espírito e não um conjunto de partes isoladas, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade (BRASIL, 2015; 2018).

Um dos principais desafios das PICS é suprir a falta de informação e de conhecimento sobre suas formas de cuidado em saúde. É de extrema importância que as práticas sejam apresentadas, não só teoricamente como também de forma vivencial, III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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para que toda a população tenha acesso e possa se tornar usuária. Conhecer novas formas de promoção e prevenção à saúde, saindo da perspectiva curativista tão incutida na população e caminhar para ampliação do cuidado e autocuidado (BRASIL, 2015).

A ozonioterapia foi introduzida no Sistema Único de Saúde (SUS) recentemente e oficialmente através da Portaria MS/GM nº 702, de 21 de março de 2018 que incluiu novas práticas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC): Segundo o Ministério da Saúde: “A ozonioterapia é prática integrativa e complementar de baixo custo, segurança comprovada e reconhecida, que utiliza a aplicação de uma mistura dos gases oxigênio e ozônio, por diversas vias de administração, com finalidade terapêutica, já utilizada em vários países como Itália, Alemanha, Espanha, Portugal, Rússia, Cuba, China, entre outros, há décadas”.

Há algum tempo, o potencial terapêutico do ozônio ganhou muita atenção através da sua forte capacidade de induzir o estresse oxidativo controlado e moderado quando administrado em doses terapêuticas precisas. A molécula de ozônio é molécula biológica, presente na natureza e produzida pelo organismo sendo que o ozônio medicinal (sempre uma mistura de ozônio e oxigênio), nos seus diversos mecanismos de ação, representa um estímulo que contribui para a melhora de diversas doenças, uma vez que pode ajudar a recuperar de forma natural a capacidade funcional do organismo humano e animal.

Alguns setores de saúde adotam regularmente esta prática em seus protocolos de atendimento, como a odontologia, a neurologia e a oncologia, dentre outras (BRASIL, 2018).

A ozonioterapia é considerada uma “nova tecnologia” com a sua utilização no tratamento de feridas, pois foi introduzido no Brasil, somente em 1975, através do médico Dr. Heinz Konrad em sua clínica em São Paulo. Em meados dos anos 90, o Dr. Edison de Cezar Philippi (in memoriam) introduziu a prática em Santa Catarina e difundiu a Ozonioterapia em inúmeros cursos e congressos (ABOZ, 2019).

Implantação Araraquara é um município no interior do estado de São Paulo, no Brasil. Sua população, conforme estimativas do IBGE de III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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2020, era de 238 339, correspondendo em uma densidade populacional de 235,2 habitantes/km². Situa-se a 43 quilômetros do Centro Geográfico do Estado de São Paulo, e a 270 quilômetros da Capital. É o 37º. Município mais populoso do Estado.

Em meados de fevereiro de 2019, a Secretaria Municipal de Saúde, através da Coordenação Executiva da Atenção Especializada Municipal, iniciou a implantação do Ambulatório de Ozonioterapia em Tratamento de feridas. Essa iniciativa surgiu da indicação do Promotor Público da cidade, Dr. Raul de Mello Franco Junior. A utilização dessa técnica de forma pessoal pelo Promotor motivou o estudo pelo poder Público desta terapia integrativa e complementar, bem como a possibilidade de ofertar seus benefícios aos usuários do SUS. A gestão municipal compreendeu os benefícios, incumbiu o Coordenador Edison Rodrigues Filho para desenvolver este projeto, aquisição do equipamento e insumos, além fazer estudos sobre a referida terapia, promovendo palestras com profissionais atuantes na ozonioterapia para profissionais de saúde e usuários. Foi responsável também em viabilizar visitas técnicas em ambulatórios que desenvolviam a terapia e a capacitação de duas enfermeiras, profissionais da rede municipal de saúde.

O ambulatório iniciou suas atividades em caráter experimental durante seis meses, obtendo bons resultados realizando somente procedimentos tópicos. Foi então, de forma pioneira, elaborado protocolo municipal, apresentando a terapia como alternativa para tratamento de feridas, critérios de inclusão, exclusão e fluxograma de encaminhamento, estabelecendo as atribuições dos profissionais de enfermagem no cuidado de feridas no âmbito da atenção especializada com o tratamento complementar e integrativo com a ozonioterapia. Em seguida apresentado para a rede de serviços de saúde da atenção primária e disponibilizado para a rede pública municipal de serviços.

O ambulatório de ozonioterapia em tratamento de feridas está estrategicamente inserido no ambulatório de especialidades - Núcleo de Gestão Assistencial - 03 (NGA-03) que é composta por uma equipe multidisciplinar, facilitando e agilizando todo tratamento de suporte deste paciente.

A equipe é composta por 02 enfermeiras habilitadas em ozonioterapia e no apoio: cirurgiões vascular e plástico, dermatologista, endocrinologista, cardiologista, ortopedista, nutriIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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cionista, fisioterapeuta, farmacêutico, enfermeiro, técnicos de enfermagem, administrativos e operacionais.

Em 05 de fevereiro de 2020 aconteceu a solenidade para assinatura do Decreto Municipal nº 12.175, de 14 de janeiro de 2020 – que autoriza a implantação da prática integrativa complementar com a ozonioterapia, no âmbito do Município de Araraquara (anexo), com a presença dos representantes do legislativo municipal, da Ozone & Life e do presidente da ABOZ. O protocolo partiu do pressuposto que uma das principais atividades assistenciais que compete à Enfermagem é o cuidado de feridas, sem perder de vista a importância dos outros profissionais de saúde, cabendo ao enfermeiro, auxiliado pelos técnicos e auxiliares, com base no raciocínio clínico, na consulta de enfermagem e na sua sistematização estabelecer o plano terapêutico para o cuidado das feridas do doente e ser capaz de decidir, dentre os recursos disponíveis, aquele mais adequado tanto para avaliar, quanto para tratar as feridas, de acordo com suas características específicas.

Portanto, o profissional Enfermeiro, deve ter embasamento para decidir sobre as condutas a serem tomadas, visando à cicatrização da ferida e recuperação do paciente, é preciso também que ele se mantenha atualizado sobre as diferentes tecnologias disponíveis no mercado para o tratamento de feridas e, mais do que isso, que saiba empregá-las de modo adequado, pois de nada adianta fazer uso de uma tecnologia se esta não for a mais recomendada para um determinado tipo de ferida, pois, deste modo, ao invés de tratar pode piorar a sua condição.

O embasamento legal encontra-se na legislação federal das competências da Enfermagem e nas Resoluções do Conselho de Classe. Em relação à ozonioterapia especificamente já há parecer favorável sobre a utilização pelo enfermeiro dessa possibilidade de terapia complementar e integrativa.

O Conselho Federal de Enfermagem – COFEN - aprovou relatório da Comissão de Ozonioterapia na 502ª ROP, conforme consta na notícia divulgada no site do COFEN: A regulamentação do uso da técnica por enfermeiros busca garantir a segurança do paciente e estabelecer marcos normativos, inclusive quanto à certificação do equipamento de produção de ozônio medicinal devidamente certificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ”, explica a conselheira, primeira relatora do tema no Cofen.

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A ozonioterapia consiste na administração terapêutica de ozônio, gerando aumento da oxigenação tecidual e do metabolismo. As concentrações e modos de aplicação variam de acordo com a afecção a ser tratada, já que a concentração de ozônio medicinal determina o efeito biológico e o modo de aplicação relaciona-se à sua ação no organismo.

Com diversos usos na medicina e odontologia, a técnica está em expansão na enfermagem, como terapia complementar capaz de auxiliar na cicatrização de feridas extensas e contribuir para evitar amputações, entre outros usos (COFEN, 2019).

No âmbito da enfermagem, o Parecer Normativo 001/2020/ COFEN regulamenta a ozonioterapia como prática do enfermeiro no Brasil, não restando qualquer dúvida da utilização dessa prática integrativa e complementar no âmbito do SUS e pelos profissionais enfermeiros.

Tratamento e evolução: ABPN, 58 anos, masculino, Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus – Insulino dependente, Insuficiência Renal Crônica em Hemodiálise, Hepatite B + em tratamento, com história recente de amputação de 04 pododáctilos a nível de metatarso do pé esquerdo e raspagem em região plantar devido por osteomielite.

Em 13/09/2019 iniciou o tratamento duas vezes por semana no ambulatório para ozonioterapia tópica, curativo e avaliação.

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14/10/19 – Quatro semanas de tratamento, registro da evolução da ferida, observado a evolução dos tecidos de epitelização, granulação e cicatrização, diminuição do exsudato e principalmente da condição clínica do paciente.

Realizadas sete sessões de bag, uso de água destilada ozonizada para limpeza e óleo de girassol ozonizado para curativo.

A associação de outras coberturas como Hidrogel com PHMB, Aquacell, Petrolatum, Urgo Clean AG, produtos estes também utilizados de acordo com as condições de deslocamento do paciente ao ambulatório e condição da lesão. A partir desta data foi iniciada a administração perilesional semanalmente para auxílio da epitelização.

14/02/20 - Alta do ambulatório de tratamento de feridas com ozonioterapia. Lesão completamente cicatrizada em 05 meses.

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Conclusão O Ambulatório de Ozonioterapia em Tratamento de Feridas do Município de Araraquara – SP, por ser pioneiro no Sistema Único de Saúde – SUS alcançou visibilidade a nível nacional, sendo muito procurado pelos demais municípios para possível implantação por suas respectivas prefeituras.

Estamos em atuação há dois anos, mas dificuldades foram encontradas na implantação como credibilidade por desconhecimento da terapia.

FALZONI e FRANCO JR. (2019), mencionam que: “Utilizada de forma correta, a ozonioterapia traz enormes benefícios à saúde, com índices baixíssimos de efeitos colaterais ou complicações (na ordem de 0,02%, insignificantes se comparados aos agravos provocados por qualquer tipo de medicamento alopático) (FALZONI e FRANCO JR, 2019)”.

Os diversos estudos disponíveis sobre a ozonioterapia têm conclusões bem evidentes sobre a sua eficiência e eficácia com III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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baixo custo. Conclui CAREÑO (2018) sobre a utilização da ozonioterapia em feridas e úlceras: “A ozonioterapia faz parte das novas tecnologias médicas, que têm óbvio efeito clínico no manejo de úlceras vasculares dos membros inferiores, impactando significativamente o curso da recuperação da ferida, promovendo a cicatrização, reduzindo o tempo de permanência no hospital e tempo de tratamento. (CAREÑO, 2018)”.

Os repasses dos governos Federal e Estadual neste momento é possível somente para Odontologia e as demais categorias atuantes na ozonioterapia estão em trâmite no Congresso para aprovação e inserção no SIGTAP - Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS. Nossos procedimentos com ozonioterapia são lançados como atividades rotineiras, já contempladas no SIGTAP. Anexo Decreto nº 12.175, de 14 de janeiro de 2020

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Ozonioterapia associada à laserterapia na reabilitação de úlcera varicosa: relato de caso Ozone therapy associated with laser therapy in the rehabilitation of varicose ulcer: case report Karina Luciane Arias Gonzalez Cancela Enfermeira; Mestra em Medicina Estética; Pós graduada em Homeopatia e Fitoterapia; Centro Cirúrgico e CME; Acupuntura; Certificada em Acupuntura avançada pela Shandong University of TCM; MBA em gestão hospitalar; especialista em Medicina Floral; Biorressonância Quântica e Laserterapia; Ozonioterapeuta; Docente e coordenadora do curso de Formação em Ozonioterapia medicinal e estética. Graduanda em Odontologia.

Correspondência: kalucancela@hotmail.com

Resumo: A reabilitação tecidual é um processo biológico complexo que possui uma ampla variedade de fatores celulares. Em casos de pacientes com comorbidades como diabetes, cardiopatias, doenças osteoarticulares, em uso contínuo de corticóides, este processo torna-se ainda mais complexo. A Ozonioterapia cresce a cada dia devido às suas propriedades terapêuticas como por exemplo, o estímulo ao reparo tecidual e atividade antimicrobiana. Já a laserterapia auxilia na formação de neovasos, modula os mediadores inflamatórios e dependendo da luz utilizada, tem capacidade de atingir tecidos profundos como, tendões, fáscias, ossos, nervos e músculos. A utilização associadas da laserterapia e da ozonioterapia em feridas apresenta um grande potencial benéfico para os pacientes, uma vez que contribui para o manejo da dor, por ter ação anti-inflamatória, bioestimuladora, além de acelerar o processo de cicatrização.

Este relato de caso tem como objetivo apresentar o uso de terapias alternativas no processo de reabilitação de úlcera varicosa em um paciente de 80 anos do gênero feminino em membro inferior, no qual apresentava durante o exame físico, dor à palpação, febre, eritema, edema local, exsudato purulento com odor, além de limitações motoras. O tratamento proposto foi capaz de reabilitar não somente a úlcera, mas o paciente como um todo.

Palavras-chave: Ferida; Fototerapia; Medicina integrativa.

Abstract: Tissue rehabilitation is a complex biologic process III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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has a wide variety of cellular factors. Patients with comorbidities as diabetes, heart diseases, osteoarticular diseases, in a continuum use of steroids, this process become more complex.

Ozone therapy grows every day due to its therapeutic properties for example, the stimulation of tissue repair and microbial activity. The laser therapy helps in the formation of new vessels, modulates inflammatory mediators and depends of the light used has capacity to compromise deep tissue such as tendons, fascias, bones, nerves and muscles. The combined use of laser therapy and ozone therapy in wounds has great potential for patients, and contributes to pain management by having anti-inflammatory action, bioestimulation, in addition to accelerating the healing process the varicose ulcer in a female, 80 years old patient, in lower member, in which presented while the physic exam, pain on palpation, fever, erythema, local edema, purulent exudate with odor, besides motor limitations. The treatment proposed was able to rehabilitate the ulcer and the patient as a whole.

Keywords: Wound; Phototherapy; Integrative Medicine.

Introdução A úlcera varicosa ou de estase, trata-se de uma lesão crônica capaz de levar seu portador a incapacidade laboral, limitação funcional e/ou mesmo a óbito. A correria do dia a dia pela luta pela sobrevivência, com escalas intermináveis de trabalho e falta de orientação, muitas vezes impede os indivíduos de procurar ajuda médica a tempo de tratar os problemas vasculares prematuramente. As feridas acometem a população de forma geral, independente do sexo, idade ou etnia, constituindo um grave problema de saúde pública. Na maioria dos casos os pacientes procuram ajuda médica, quando percebem que as lesões não cicatrizam com suas automedicações.

A manutenção da integridade da pele é complexa, e são influenciadas por muitos fatores, como a idade, exposição aos raios ultravioletas, hidratação, medicações, nutrição e genética.

Caracterizada pela perda das camadas da pele, a úlcera varicosa, pode levar de meses a anos para obter sua cicatrização total. Dependendo da gravidade e profundidade da lesão podem evoluir para diversas complicações como: septicemia, osteomielite, amputações de membros, interferindo na qualidaIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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de de vida do indivíduo. Cerca de 80,0% das úlceras varicosas acometem os membros inferiores, desde os mais jovens até os mais idosos.

Independente da faixa etária é observado alterações tanto no aspecto físico como psicossocial, que incluem a dor, dificuldades para locomoção o que impede muitas vezes a realização das atividades laborais. No aspecto psicossocial expor os membros lesionados, acabam criando situações vexaminosas perante a sociedade e restrições na vida conjugal devido ao seu aspecto e muitas vezes odores que exalam da lesão. Por este motivo necessitam de cuidados apropriados e de forma resolutiva, a fim do restabelecimento da saúde do paciente como um todo e seu retorno às atividades cotidianas.

A ozonioterapia é uma técnica utilizada como agente terapêutico para diversas doenças, sendo desde o século XIX e atualmente, uma prática aprovada em vários países. A primeira aplicação do gás ozônio foi realizada durante a I Guerra Mundial (1914-1918) para tratar soldados alemães afetados pela gangrena gasosa devido a infecções anaeróbias por Clostridium, muito sensível ao ozônio (O3). Os seres humanos têm procurado por terapias complementares economicamente viáveis e eficientes, desde tempos remotos.

A fabricação deste gás depende da molécula de oxigênio medicinal (O₂), que ao receber uma descarga elétrica dentro de um gerador próprio, será transformada em ozônio (O3) liberando odor característico.

Sabe-se que, o ozônio é um potente oxidante, que melhora a oxigenação sanguínea, promove o aumento da flexibilidade dos eritrócitos, facilitando a sua passagem pelos vasos capilares, garantindo um melhor suprimento de oxigênio tecidual, reduzindo a adesão plaquetária, além de atuar como analgésico e anti-inflamatório, estimulando o crescimento do tecido de granulação e, quando em contato com fluídos orgânicos, promove a formação de moléculas reativas de oxigênio, as quais influenciam eventos bioquímicos do metabolismo celular, proporcionando benefícios para a reparação tecidual, (facilitando o crescimento do tecido epitelial, inibindo crescimento bacteriano), além de promover o efeito antimicrobiano e fungicida.

Laser corresponde a uma sigla composta pelas primeiras letras de light amplification by stimulated emission of radiation. Os lasers da classe 3B (1 – 500mW) possuem propriedades analgéIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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sicas, anti-inflamatórias e de bioestimulação e incluem-se nessa categoria o laser de hélio-neon (He-Ne), cujo comprimento de onda é 632,8nm, ou seja, na faixa de luz visível (luz vermelha); o laser de arsenato de gálioalumínio (Ga-As-Al) ou laser de diodo, cujo comprimento de onda se situa fora do espectro de luz visível (luz infravermelha), sendo, aproximadamente, 780-830nm, e o laser combinado de hélio-neon diodo.

Quando há o contato da luz do laser com as células e tecidos há a formação da energia vital, através de fotorreceptores endógenos e exógenos (sem características ainda estudadas) nas quais absorvem fótons provenientes da caneta ou cluster.

O efeito fotofísico é responsável por realizar alterações no potencial da membrana, sendo eles impulsos nervosos aumentando a permeabilidade da membrana. Por sua vez, a função do efeito fotoquímico é controlar a produção de substâncias liberadas na inflamação.

Os efeitos de biomodulação da laserterapia agem sobre os processos inflamatórios, cicatriciais, imunológicos e edemas, promovendo a normalidade celular, incluindo a microcirculação.

Esse trabalho justifica-se por existir a necessidade de implementar novos métodos para tratamento de úlcera venosa com intuito de melhor a resposta bioquímica, ter baixo custo e sem causar danos ao paciente, garantindo a sua segurança e menor tempo cicatrização. Desta forma, buscar novas formas de tratamento e cuidado são a fonte para alcançar resultados de maior significância e diminuir o tempo de cicatrização, promovendo o bem-estar do paciente.

Histórico Paciente T.W.J, 80 anos, aposentada, hipertensa, cardiopata, portadora de artrite reumatóide e osteoporose, chega para atendimento com saúde integrativa com quadro de úlcera varicosa com grande proporção, após insucesso com uso de terapias convencionais (curativos especiais, desbridamentos cirúrgicos e medicações antibióticas).

Durante a anamnese a paciente relata apresentar problemas circulatórios levando a histórico de úlceras venosas após a sua última gestação, a mais de 40 anos.

Paciente em uso contínuo de Losartana potássica 50 mg/dia, Sinvastatina 200mg/dia, Omeprazol 20 mg, Vitamina D 50.000/ semana, Diosmina 500mg BID, Denosumabe 60 mg/ a cada 6 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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meses, Fixa-cal 625 mg/dia, Ácido acetil salicílico 100 mg/dia e Prednisolona 5 mg/dia.

Paciente com sono irregular, disbiose intestinal, PA normal, temperatura 36,5ºC, frequência cardíaca 62 bpm e saturação 98%. Úlcera varicosa limpa/contaminada (com aspecto de inflamação sem odor) com muita sensibilidade dolorosa em latência, apresentando todos os sinais flogísticos. Quanto à sua dimensão, 23 cm no seu maior comprimento e na sua maior largura 13 cm.

Tratamento Foram realizadas ao total de 12 sessões (S) com a periodicidade de 3 vezes por semana, utilizando a laserterapia com a emissão das luzes, vermelha, infravermelha e azul e ozonioterapia com insuflação retal, autohemo menor, bagging e óleo de girassol ozonizado.

Iniciamos a terapia higienizando a ferida com água ozonizada a 40 mcg de concentração (S0 – S4 - Figura 1). Após limpeza com ajuda de gazes umedecidas em água ozonizada, cobrimos toda a lesão a fim de umidificar o leito e favorecer melhor a

Figura 1 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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penetração do ozônio. Após a cobertura da ferida com a gaze umedecida, calçamos o “Kit bag” (sacola plástica, mangueira de silicone e adaptador para bag), puxando a bag até a altura do joelho. Retiramos o máximo possível de ar do interior da bag e vedamos totalmente as saídas. Iniciamos a insuflação de ozônio em uma concentração de 50 mcg por 25 min.

Após o término, retiramos o bag da deixamos secar naturalmente por alguns minutos. Em seguida iniciamos as aplicações dos lasers: vermelho (em média 6 aplicações gradeadas cobrindo toda a lesão, auxiliando em processos inflamatórios e regeneração tecidual. Comprimento da onda 660nm e duração pulso 500ms, na potência de 4 joules e dois hertz, 3 vezes por semana), laser infravermelho (em média aplicações gradeadas, cobrindo toda a lesão, promovendo analgesia, drenagem linfática, efeito anti-inflamatório, reparação de tecidos ósseos e nervos, comprimento da onda 790 nm e duração de pulso 500ms na potência de 5 joules e dois hertz, 3 vezes por semana) e por fim, laser cluster azul: em média 3 aplicações em movimentos verticais durante 180 segundos, auxiliando na reparação de tecidos moles. Comprimento de onda 460nm e duração pulso 1,21 ms, 3 vezes por semana.

Após o tratamento da ferida realizamos o tratamento sistêmico com ozônio retal na concentração de 25 mcg/180mL e auto-hemoterapia menor 38 mcg 5 mL de sangue e 5mL de ozônio, seguido de óleo ozonizado no leito da ferida e curativo com gaze e atadura.

Dentre as sessões de S5 – S7 (Figura 2) com a melhora nos aspectos da úlcera, houve a redução gradual da concentração da bagging para 30 mcg, assim como na laserterapia (luz vermelha 3 joules e 2 hertz, infravermelho 4 joules e 2 hertz e luz azul 120 segundos).

O tratamento sistêmico com ozônio retal na concentração de 30 mcg/180 mL e auto-hemoterapia menor 38 mcg 5 mL/5mL, seguido de óleo ozonizado no leito da ferida e curativo com gaze e atadura.

Nas sessões S8 – S10 (Figura3) continuamos com a redução da concentração de ozônio no bagging chegando a 20 mcg/20min com intuito de acelerar a cicatrização visto que concentrações altas poderiam interferir no processo resolutivo. Quanto à laserterapia (luz vermelha 2 joules e 2 hertz, infravermelho 3 joules e 2 hertz e luz azul 60 segundos. No tratamento sistêmico III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 2

Figura 3 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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com ozônio retal elevamos concentração para 35 mcg/180 mL e auto-hemoterapia menor 38 mcg 5mL/5mL, seguido de óleo ozonizado no leito da ferida e curativo com gaze e atadura.

Nas sessões S11 – S12 (Figura 3) continuamos com a mesma concentração de ozônio no bagging a 20mcg/ 20min e na mesma potência na laserterapia (luz vermelha 2 joules e 2 hertz, infravermelho 3 joules e 2 hertz e luz azul 60 segundos. No tratamento sistêmico com ozônio retal aumentamos a concentração para 40 mcg/180mL e auto-hemoterapia menor 38 mcg 5mL/5mL, seguido de óleo ozonizado no leito da ferida e curativo com gaze e atadura. Na (Figura 4), temos um comparativo da S0 – S12 Após a melhora da lesão, a terapia local foi encerrada, mas o tratamento sistêmico de ozonioterapia com os parâmetros de 40 mcg/180mL e auto-hemoterapia menor 38 mcg 5mL/5mL, estendeu-se por mais 8 aplicações, totalizando 20 aplicações sistêmicas, na ferida foi utilizado somente óleo de girassol ozonizado 3 x ao dia (Figura 5).

Figura 5 A partir da S13 – S20 somente foi realizado a aplicação de ozônio por insuflação retal.

Conclusão A úlcera varicosa é relativamente comum entre pacientes III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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jovens e idosos e quando não tratada precocemente pode tornar-se um problema sério de saúde. Dentro do ciclo de sessões descritas, observou-se a eficácia da medicina integrativa em relação às técnicas de ozonioterapia e laserterapia de baixa potência, como mais uma ferramenta terapêutica munida de propriedades bioestimuladoras, regeneradoras, analgésicas, anti- inflamatórias, bactericidas e fungicidas que promoveram e potencializaram a reabilitação do paciente em um tempo menor que o habitual. Tais terapias não só auxiliaram no tratamento, mas melhoraram, a vida do paciente como um todo.

Muitos profissionais desacreditam que o uso da ozonioterapia, laserterapia e outras terapias integrativas tenham resultados positivos, por desconhecimento ou simplesmente por descrença em tais terapias. Estudos como este servem para “quebrar paradigmas, renovar protocolos e o mais importante, revolucionar a assistência”.

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Ozonioterapia como alternativa no tratamento de queda capilar pós infecção por covid-19 - estudo de caso Ozone therapy as an alternative in the treatment of hair loss after covid-19 infection - case study Gisele Gomes 1, Maria Eduarda Janot 2 1-Fisioterapeuta 2-Estudante de Biomedicina Correspondência: dudajanot@hotmail.com

Resumo: O objetivo principal deste trabalho foi demonstrar os benefícios da ozonioterapia na queda capilar decorrente da infecção por COVID 19. Trata-se de um relato de caso de uma paciente do sexo feminino que apresentou acentuada queda capilar após a fase infecciosa da doença. Por entendermos os benefícios da ozonioterapia a nível da elevação de suprimento de oxigênio tecidual através de ação hemorreológica, vasodilatação e estímulo angiogênico optamos por essa terapêutica, levando em conta o histórico de efetividade e o baixo custo para o paciente. Concluímos que o tratamento foi satisfatório, diminuindo em até 80% a queda capilar em apenas 4 semanas.

Sabemos que a medicina não é uma ciência exata e os valores podem variar entre indivíduos de acordo com a o seu aporte nutricional, hídrico e metabólico.

Palavras-chave: ozonioterapia; capilar; COVID-19.

Abstract: The main objective of this study was to demonstrate the benefits of ozone therapy in capillary fall due to COVID 19 infection. This is a case report of a female patient who presented a marked capillary fall after the infectious phase of the disease. Because we understand the benefits of ozone therapy in increasing tissue oxygen supply through hemorheological action, vasodilation and angiogenic stimulation, we opted for this therapy, taking into account the history of effectiveness and low cost to the patient. We concluded that the treatment was satisfactory, reducing the capillary drop by up to 80% in just 4 weeks. We know that medicine is not an exact science and values can vary between individuals according to their nutritional, water and metabolic intake.

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Keywords: ozone therapy; capillary; COVID-19; Introdução Como toda doença recém-descoberta a COVID-19 ainda necessita de muitos estudos e informações para que tratamentos e protocolos sejam descritos em sua total efetividade e comprovação.

Sabemos que além dos sintomas causados na fase inflamatória, um grande desafio de tratamento são as sequelas pós-covid, sendo as principais delas a fadiga, a perda de olfato e paladar persistente, queda de cabelo, lapsos de memória e diminuição da capacidade funcional.

O objetivo deste relato de caso é descrever a eficiência da ozonioterapia no tratamento da eflúvio telógeno pós infecção por Covid-19.

O eflúvio telógeno pode ser dividido em duas fases: crônico ou agudo. A primeira fase apresenta queda de cabelo de formas espaçadas, ocorrendo de queda de 6 a 8 meses. A fase aguda, predominantemente no sexo feminino, faixa etária de 45 a 60 anos. No caso específico, e mais recente, da pandemia do Coronavírus, a queda de cabelos acentuada parece afetar cerca de 1/3 dos indivíduos que receberam o diagnóstico positivo de infecção do vírus, cujos sintomas podem surgir ou persistir até mesmo após a recuperação do Covid-19, de modo bastante parecido como nos casos dos sujeitos infectados pelo vírus da zika e chikungunya (1) Conforme Anagha et al, a terapia com ozônio provoca um aumento na taxa de glicólise dos glóbulos vermelhos, elevando a estimulação do 2,3-difosfoglicerato, o que leva a um aumento na quantidade de oxigênio liberado para os tecidos.

Relato de caso Paciente M G, 35 anos, sexo feminino, sem histórico de doenças pré- existentes. Infecção por COVID confirmada pelo exame RT-PCR no dia 04/01/2021. Se encaminhou à clínica com queixa principal de queda capilar acentuada 2 meses após alta da doença, todas as informações pessoais foram descritas em anamnese própria e assinada veracidade pela paciente. Em avaliação clínica notamos que as falhas capilares se acentuavam na parte frontal, verificamos ausência de lesões em couro cabeludo e descamação. A paciente negou o uso de químicas capilares III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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recentemente.

Como forma de mensuração avaliativa, escovamos o cabelo da paciente, com uma escova limpa e esterilizada. O cabelo já se encontrava limpo e seco, repetimos a escovação por 30 segundos, os fios que caíram foram guardados em saco plástico transparente e identificado. Repetimos o mesmo procedimento após 26 dias (Figura 1).

Após a avaliação traçamos o plano de tratamento com 2 vias de aplicação da ozonioterapia, aplicação intradérmica com concentração de 5MCG e Volume de 20 mL aplicado de forma pontual sendo 1 mL por ponto. Para gerar o ozônio utilizamos o gerador analógico Ozone & Life, a seringa utilizada foi da marca Terumo e a agulha BD 30x13.

Finalizamos com a aplicação da técnica BAG capilar a 30 mcg/10 minutos e óleo ozonizado.

A mesma conduta foi repetida por 3 semanas, sendo repetido o protocolo 1x por semana.

Discussão Segundo Pereira (2006) o eflúvio telógeno é quando ocorre uma queda grave intensa dos fios de cabelo, devido à alteração do ciclo capilar onde os fios que estão crescendo passam para a fase da queda ligeiramente. Vogue (2020) fala que o eflúvio telógeno é ativado principalmente quando o corpo sofre um

Figura 1 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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choque no sistema, o que justificaria a febre e o estresse pós COVID-19.

Através de pesquisas e conhecimentos sobre o covid-19, afirma se que um das principais razões referentes às quedas capilares se dá por estresses físicos e picos febris, desencadeando assim um quadro de eflúvio telógeno temporário que não causa calvície. Conforme Vogue (2020), a predisposição genética pode ser um fator ao aumento da queda, mas também afirma que nos casos de eflúvio telógeno é temporária e depois de mais ou menos seis meses a queda diminui e o cabelo vai voltando ao seu estado normal.

Sabemos que a ozonioterapia apresenta múltiplas ações na queda capilar. Na aplicação local (subcutânea e/ou intradérmica), ocorre a oxigenação do folículo, a desobstrução do pelo por processos inflamatórios e destrói qualquer foco de infecção bacteriana, fúngica e viral que impeça o crescimento. Na aplicação tópica (lavagem com água ozonizada e uso de óleo ozonizado ao longo do fio) conseguimos observar maior força nos fios já existentes. Na aplicação sistêmica, o ozônio reduz o estresse oxidativo estimulando enzimas antioxidantes e aumentando a liberação de óxido nítrico, fazendo com que haja um crescimento de novos fios e o restabelecimento saudável do couro cabeludo.

Conclusão A ozonioterapia se mostrou benéfica no tratamento do paciente com queda capilar pós Covid 19. Observamos clinicamente um crescimento efetivo de novos fios e a redução na queda dos fios já existentes, bem como um aspecto saudável no couro cabeludo em 1 mês de tratamento, tempo considerado curto para tratamentos capilares.

Há necessidade de futuros estudos para elucidar e padronizar as concentrações que devem ser usadas, frequência de aplicação e tempo de tratamento adequado.

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Ozonioterapia - prevenção e tratamento para SARS COV-2 Ozone therapy and covid prevention Mary Wendy Falzoni Médica Oftalmologista / Pós Graduação em Medicina Integrativa Correspondência: falzoniw@gmail.com

Resumo: A ozonioterapia é conhecida pelo seus vários efeitos clínicos dentre estes salientamos o de ser um potente antiinflamatório, ser estimulante do sistema imunológico e por seu poder em combater infecções em associação ou não com outros medicamentos. No início de 2020 reunimos 11 pacientes, 9 fem e 2 masc. Com idade média de 55 anos (42-70) portadores deste vírus, medido pela técnica do BDORT. Os parâmetros de COVID medidos em unidades BDORT antes e imediatamente após a aplicação de ozônio retal por 5 dias consecutivos. A média obtida entre os pacientes de BCU foi de 14.219 BU no primeiro dia, valor esse zerado ao quinto dia. Após 1 semana sem tratamento algum retornaram ao ambulatório onde foi possível detectar nova contaminação. Assim pudemos concluir que para a cepa deste COVID presente no Brasil em março de 2020 a ozonioterapia retal aplicada em 5 dias consecutivos foi suficiente para zerar a carga viral mas não preveniu nova contaminação. Em maio de 2021 com nova cepa atingindo a população, examinamos 7 pacientes com diagnóstico de síndrome pós COVID com queixa de cansaço, dor generalizada, dispneia, perda de paladar e do olfato. Tratamento com ozônio retal na dose ótima por 5 dias consecutivos melhorou os sintomas mas não zerou nem os sintomas nem a carga viral. Isso nos alertou que para estas novas cepas há necessidade de maior tempo de tratamento e talvez até associar outros tratamentos à ozonioterapia.

Palavras-chave: Ozonioterapia, COVID Abstract: Ozone therapy is known to help many clinical situations due to it’s potent anti-inflammatory capability, stimulates immune system and addresses infections alone or associated to other medications. Early 2020 , 11 patients ( 9 female) medium age 44 y.o.( 42-70) COVID BDORT positive were evaluated just prior to ozone rectal insufflation and immediately after for 5 III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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consecutive days. At day one medium COVID BDORT units was 14.219 BU and went down to zero at day 5. After a weeks period with no treatment they were measured again and COVID was BDORT detected again. This showed us that for the strain present in our city in March 2020 5 consecutive days of ozone therapy eliminated the viral resonance but did not prevent from further contamination. May 2021, with the new strain being detected in patients in our city, 7 post COVID patients with complaints of tiredness, generalized pain, dyspnea, taste and smell loss were treatment with rectal ozone during 5 consecutive days. This protocol did not eliminate but significantly reduced COVID BDORT resonance and their symptoms . This warned us that longer treatment might be necessary and maybe association with other drugs or treatments.

Keywords: Ozone Therapy, Covid A ozonioterapia é conhecida pelo seus vários efeitos clínicos dentre estes salientamos o de ser um potente antiinflamatório, ser estimulante do sistema imunológico e por seu poder em combater infecções em associação ou não com outros medicamentos.

No início de 2020 reunimos 11 pacientes, 9 fem e 2 masc.

Com idade média de 55 anos (42-70) portadores deste vírus, medido pela técnica do BDORT. Os parâmetros de COVID medidos em unidades BDORT antes e imediatamente após a aplicação de ozônio retal por 5 dias consecutivos. A média obtida entre os pacientes de BCU foi de 14.219 BU no primeiro dia, valor esse zerado ao quinto dia.. Após 1 semana sem tratamento algum retornaram ao ambulatório onde foi possível detectar nova contaminação. Assim pudemos concluir que para a cepa deste COVID presente no Brasil em março de 2020 a ozonioterapia retal aplicada em 5 dias consecutivos foi suficiente para zerar a carga viral mas não preveniu nova contaminação.

Em maio de 2021 com nova cepa atingindo a população, examinamos 7 pacientes com diagnóstico de síndrome pós COVID com queixa de cansaço, dor generalizada, dispneia, perda de paladar e do olfato. Tratamento com ozônio retal na dose ótima por 5 dias consecutivos melhorou os sintomas mas não zerou nem os sintomas nem a carga viral. Isso nos alertou que para estas novas cepas há necessidade de maior tempo de tratamento e talvez até associar outros tratamentos à ozonioterapia.

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Ozonioterapia na flacidez facial Ozone therapy for facial flaccidity Vanessa Beppler¹; Simone Stülp² 1 - Mestranda do Programa de Pós Graduação em Ambiente e Desenvolvimento da Universidade do Vale do Taquari-UNIVATES/bolsista CNPq - Lajeado-RS Correspondência: vanessa.beppler@universo.univates.br 2 - Doutorado em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil(2003) professora/pesquisadora da Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES , Brasil

Resumo: Palavras-chave: ozônio,flacidez,ozonioterapia Abstract: Keywords: ozone, flaccidity, ozone therapy Introdução Ozonioterapia é considerada um técnica terapêutica que utiliza gás ozônio (O3) para tratar doenças, corrigindo o estresse oxidativo crônico provocado por algumas enfermidades.

(BOCCI, 2006; SCROLLAVEZZA et al., 1997; OGATA; NAGAHATA, 2000; HERNÁNDEZ; GONZÁLEZ, 2001; DUARTE, 2018). A eficácia da ozonioterapia se dá pelas ações sistêmicas do gás que reage com os componentes de gordura (fosfolipídeos) de todas as membranas celulares e atua sobre o sistema de regulação fisiológica chamado Nrf2, promovendo o equilíbrio das funções biológicas. A Ozonioterapia é um tratamento com ação “em rede” conforme com os conceitos mais modernos em medicina, difundidos por pesquisadores respeitados como Albert Barabási e Leroy Hood (ABOZ, 2017) Com o seu poder oxigenante superior ao do oxigênio, o ozônio ativa diversos sistemas enzimáticos protetores do organismo, melhorando a circulação sanguínea dos capilares, mediante discreto aumento da pressão arterial, assim como das propriedades reológicas do sangue, aumentando a capacidade de distribuição e absorção do oxigênio nos eritrócitos, apresentando resultados notáveis na microcirculação e na oxigenação dos tecidos, intensificando a regeneração e cicatrização tecidual. (WANG, 2018) A ozonioterapia é uma terapia natural, utilizada na área da medicina com poucas contra indicações e efeitos secundários mínimos (HADIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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DAD, 2009).

O envelhecimento é um processo contínuo, que afeta não só a aparência, mas, também, a função cutânea. Mas existem fatores intrínsecos, extrínsecos e o estilo de vida que contribuem para o processo de envelhecimento . Com isso a proteína colágena, componente fundamental do tecido conjuntivo, torna-se mais rígida e a elastina vai perdendo a sua elasticidade natural, devido à redução do número de fibras elásticas e de outros componentes do tecido conjuntivo. O declínio das funções do tecido conjuntivo faz com que as camadas de gordura sob a pele não consigam manter-se uniformes e a degeneração das fibras elásticas, com a menor oxigenação dos tecidos, provoca desidratação da pele, resultando em rugas e flacidez.

Objetivos Avaliar a eficácia do tratamento de Ozonioterapia em diferentes concentrações para tratar a flacidez facial.

Avaliar o impacto na qualidade de vida após a realização dos tratamentos estéticos.

Materiais e métodos O estudo pretende utilizar uma amostra de 40 mulheres de diferentes faixas etárias, divididas em grupo Controle (20 mulheres), tratamento 1 (10 mulheres) e tratamento 2 (10 mulheres) que apresentam flacidez de face. Serão incluídas todas que estiverem dispostas a realizar o tratamento até o final e que se comprometam a não realizar outros tratamentos estéticos no período da pesquisa e excluídas as que não se encaixem nos critérios de inclusão ou que faltem mais que 2 sessões do tratamento.

Será realizado coleta de dados utilizando o Protocolo de avaliação Facial (PAF),Tipos de pele pela escala de Fitzpatrick e classificação das rugas pelas escalas de Goglau, Tsuji e Lapiere e Pierrard,tipo e localização das rugas. Serão realizados fotos das pacientes com máquina fotográfica apoiada em tripé a distância de 1,44 m regulada a altura conforme a paciente com apoio de cefalostato usado para o posicionamento da cabeça e padronização das fotos, com as voluntárias sentadas com a cabeça posicionada no Plano de Frankfurt na horizontal, no sentido ântero-posterior, com apoio da glabela no equipamento e inserindo as olivas do aparelho nos condutos auditivos exterIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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nos – exercendo ligeira pressão para cima, impossibilitando a movimentação. Após as fotos serão analisadas pelo software Radiocef Studio 3 para realizar a cefalometria digital. O método usa a imagem digital da foto, possibilitando a marcação de pontos anatômicos sobre essa imagem na tela do computador e, a partir daí, são confeccionadas automaticamente as análises. Será aplicado questionário de qualidade de vida também.

Após as análises serão realizadas 16 sessões de aplicação de ozônio local em toda extensão da face, 2 vezes por semana durante 8 semanas, serão usadas duas concentrações diferentes de Ozônio, tratamento 1 será usado 5mcg e no tratamento 2 será usado 10 mcg. Depois serão refeitas as avaliações tanto de qualidade de vida,como as avaliações pelo software Radiocef Studio 3.

Discussão Acreditamos que depois da aplicação de ozônio na face, haverá melhor oxigenação dos tecidos, intensificando a regeneração dos tecidos e estimulando os fatores de crescimento, melhorando a flacidez facial.

Referências BOCCI, V. A. Scientific and Medical Aspects of Ozone Therapy. Archives of Medical Research, v.37, p.425–435, 2006. Disponível em: <https://www.austinozone.com/ wp-content/uploads/Scientific-and-Medical-Aspects-of-Ozone.pdf>.

HADDAD, M. A. et al. Comportamento de componentes bioquímicos do sangue em equinos submetidos à ozonioterapia. Arquivo Brasileiro Medicina Veterinária e Zootecnia, v.61, n.3, p.539- 546, 20 WANG, X. Emerging roles of ozone in skin diseases. Journal of Central South University.

Medical Science, 2018, 43(2): 114-123. DOI:10.11817/j.issn.1672-7347.2018.02.002 ESTRELA, J. V, DUARTE, C. C. F, ALMEIDA, D. N. A, ARARUNA, V. R, SILVA, R. M. V, CAVALCANTI, R. L, MEYER, P. F. Efeito do Led na flacidez tissular facial, Rev. Catussaba, n. 2, Rio Grande do Norte, 2014.

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Ozonioterapia na promoção de melhor qualidade de vida de pacientes com doenças crônicas Ozone therapy in promoting better quality of life for patients with chronic diseases Fabiana Palmira Cardoso Nisan Silveira Pós-graduada em Nutrição Clínica, Nutricionista, Terapeuta integrativa, graduanda em Biomedicina pela Universidade Estácio de Sá – Porto Alegre – RS – Brasil Correspondência: fabianapcncardoso@gmail.com ou fabiana.nisan@gmail.com

Resumo: Paciente do sexo feminino, 64 anos de idade, apresenta hipertensão arterial e hipotireoidismo de Hashimoto há mais de 20 anos. Portadora diverticulose colônica, tendinite calcárea na articulação do ombro esquerdo e na articulação coxofemoral direita, síndrome do túnel do carpo esquerdo, otosclerose bilateral e depressão. O tratamento com ozonioterapia foi realizado, inicialmente, uma vez na semana, por quatro semanas, com aplicação retal na concentração de 15 µg, 100 mL, evoluindo até 25 µg e 200 mL, passando para periodicidade mensal.

Além da aplicação retal, aplicações locais periarticulares e intradérmicas. Foram realizadas sessões semanais, também nas primeiras quatro semanas e, posteriormente, sessões mensais.

Após a terceira sessão de ozonioterapia já apresentava melhora significativa, conseguindo realizar movimentos que antes eram limitados, como abdução, extensão, rotação medial e lateral, retomando todos os movimentos do ombro, braço e antebraço esquerdo. Na síndrome da dor do grande trocanter, obteve-se melhora significativa, uma vez que a paciente relata conseguir dormir em decúbito lateral sem despertar.

Palavras-chave: Ozonioterapia, tendinite calcárea, ombro, coxofemoral Abstract: A 64-year-old female patient presented arterial hypertension and Hashimoto’s hypothyroidism for over 20 years. She had colonic diverticulosis, calcareous tendinitis in the left shoulder joint and right hip joint, left carpal tunnel syndrome, bilateral otosclerosis and depression. Treatment with ozone therapy was initially carried out once a week for four weeks, with rectal application at a concentration of 15 µg, 100 mL, evolving to 25 µg and 200 mL, then monthly. In addition to the III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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rectal application, local periarticular and intradermal applications. Weekly sessions were held, also in the first four weeks and, subsequently, monthly sessions. After the third session of ozone therapy, he already showed significant improvement, managing to perform movements that were previously limited, such as abduction, extension, medial and lateral rotation, resuming all the movements of the left shoulder, arm and forearm.

In the greater trochanter pain syndrome, there was significant improvement, as the patient reports being able to sleep in the lateral position without waking up.

Keywords: Ozone therapy, calcifying tendonitis, shoulder, hip Histórico Paciente do sexo feminino, 64 anos de idade, apresenta hipertensão arterial e hipotireoidismo de Hashimoto há mais de 20 anos. Portadora diverticulose colônica, tendinite calcárea na articulação do ombro esquerdo e na articulação coxofemoral direita, síndrome do túnel do carpo esquerdo e depressão.

Paciente faz uso regular de medicação para equilíbrio da pressão arterial. No entanto, às vezes ainda sentia flutuações.

Para tratar o hipotireoidismo de Hashimoto faz uso de medicamento via oral repositor de T4, no entanto, pela sintomatologia de fadiga, dificuldade de perder peso, irritabilidade, pele seca, entre outros, sugere-se que a dose possa ser alterada. Com relação à diverticulose, apresenta episódios de diverticulite esporádicos, com intensa dor abdominal, incapacitando-a para suas atividades rotineiras e levando ao uso de uma série de medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos e laxativos. Relata que já realizou cirurgia para tratamento da otosclerose bilateral com melhora da função auditiva em ambos os ouvidos, mas que houve uma perda maior no ouvido esquerdo. Usa aparelho auditivo há mais ou menos 10 anos.

Para tratar a tendinite calcárea na articulação do ombro e coxofemoral, síndrome do túnel do carpo realizou sessões de fisioterapia e terapia medicamentosa, com melhora insignificante, exceto quando se submetia a altíssimas doses medicamentosas, às quais desencadeavam efeitos colaterais que a faziam suspender a medicação.

Frequentemente a paciente era acometida por episódios de diverticulite, sendo que no último deles, o diagnóstico foi deIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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morado, uma vez que os sintomas era)m muito agudos e irradiavam para outros órgãos. Inicialmente o diagnóstico foi de doença renal, o qual foi afastado após ultrassonografia que acusou se tratar de diverticulite grau II, quase evoluindo para graus III. Diante desse quadro, a paciente apresentava comprometimento da sua qualidade de vida, uma vez que os sintomas a deixavam com dor frequente e na iminência de necessitar de cirurgia de emergência, afastando-a do convívio com os amigos e familiares e de atividades de lazer e atividades físicas.

Achados em exames físicos e diagnóstico Exames radiológicos, de imagem, laboratoriais e clínicos confirmaram os diagnósticos relatados no histórico do paciente.

Tratamento e evolução A tendinite calcária ou calcárea é um tipo de tendinite de ombro em que há deposição de cálcio (calcificação) no tendão. É uma causa de dor comum nos pacientes ao redor dos 40 anos de idade, sendo mais comum em mulheres. Não tem relação com acidentes ou trauma prévio e não tem relação com outras doenças. No ombro essa calcificação ocorre mais no tendão do supraespinhal, seguido do tendão do infraespinal. Não se conhece ao certo qual o mecanismo que gera o depósito de cálcio dentro do tendão. Sabe-se que pode ocorrer uma tendinite prévia, associada a uma diminuição provisória da vascularização do tendão. O depósito de cálcio ocorre lentamente ao longo de meses e pode gerar dor leve, média ou muito intensa. Nessa fase há a chamada fase de reabsorção, em que o depósito de cálcio será parcial ou totalmente reabsorvido. O diagnóstico foi realizado por meio de ultrassonografia. A formação e reabsorção de calcificações na tendinite calcária são processos mediados por células, muitas vezes multifocais. A condição geralmente se resolve espontaneamente, mas pode se tornar crônica. As injeções de esteroides combinadas com fisioterapia podem ser uma opção no tratamento não-cirúrgico. Se os sintomas persistirem, é possível usar agulhas percutâneas.

A síndrome da dor do grande trocanter é um termo utilizado para descrever dor na região lateral do quadril. De forma pouco precisa eram conhecidas como “bursites” do quadril, porém as pesquisas demonstraram que, na maioria das vezes, a III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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dor era originada de inflamações ou degenerações dos tendões adjacentes (“tendinites”). Sua incidência é de dois a cada mil pacientes, sendo 80% dos casos em pacientes do sexo feminino, acima dos 50 anos de idade. As causas mais frequentes estão relacionadas à fraqueza ou desequilíbrios musculares, que resultam em sobrecarga e alterações biomecânicas e podem levar a um quadro inflamatório dos tendões e/ ou bursas do quadril.

A queixa mais comum é dor ao dormir de lado sobre o quadril inflamado. A sensação de queimação e desconforto impede a permanência nessa posição por período prolongado e pode acordar o paciente. A sensação de dor à palpação da região trocantérica também é frequente. O diagnóstico é feito através de exame clínico pelo ortopedista. O tratamento clínico inclui repouso, aplicação de gelo, uso de analgésicos e anti-inflamatórios. A fisioterapia, seja na forma de alívio da dor com aparelhos ou com objetivo de fortalecimento e reequilíbrio muscular.

Nenhum desses tratamentos se mostrou efetivo e duradouro.

Embora divertículos possam estar presentes em qualquer parte do intestino grosso, geralmente ocorrem na porção sigmoide do cólon. Raramente ocorrem abaixo da reflexão peritoneal e envolvem o reto. Divertículos variam em diâmetro, mas normalmente têm de 3 a 10 mm de tamanho. Pessoas com diverticulose colônica costumam ter vários divertículos. A diverticulose torna-se mais comum com o aumento da idade e está presente em três quartos das pessoas com mais de 80 anos. A etiologia da diverticulose colônica é multifatorial e não é totalmente conhecida. Vários estudos sugeriram uma correlação com fatores ambientais (p. ex., dieta pobre em fibras ou rica em carne vermelha), fatores hereditários e alterações na estrutura e motilidade da parede do cólon. A maioria (80%) dos pacientes com diverticulose é assintomática ou tem apenas constipação intermitente. Cerca de 20% tornam-se sintomáticos com dor ou sangramento quando surgem complicações inflamatórias ou hemorrágicas para diverticulose com sintomas gastrointestinais inespecíficos, o tratamento visa reduzir espasmos de um segmento do cólon. Frequentemente recomenda-se uma dieta rica em fibras que pode ser suplementada com preparações de psyllium ou farelo de trigo. Mas o papel das fibras no tratamento da diverticulose é limitado. A paciente faz dieta rica em fibras e apresentava episódios de dor e inflamação dos divertículos e apresenta episódios frequentes de diverticulite.

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O hipotireoidismo é uma condição que ocorre quando a glândula tireoide produz quantidade insuficiente de hormônios, os T3 e T4. Essas substâncias atuam no funcionamento de diversos órgãos e a deficiência delas pode provocar sintomas como fadiga, aumento de peso, ressecamento da pele, queda dos cabelos, além de infertilidade e diabetes. Dentre esses sintomas a paciente apresentava fadiga, aumento de peso, queda capilar e ressecamento de pele.

A hipertensão é uma condição bastante comum e capaz de agravar o risco de problemas cardiovasculares, podendo levar à morte. A doença é parte da vida de mais de 30 milhões de brasileiros, atualmente, e a tendência é que esses números aumentem. A paciente não apresenta complicações da hipertensão arterial que é controlada por medicamentos de uso contínuo, estando normalizada atualmente.

O hipotireoidismo aumenta o estresse oxidativo, sendo que a atividade da catalase é um marcador mais sensível. Quando o hipotireoidismo está associado ao aumento de pressão arterial, os níveis de NO aumentam sugerindo mecanismos diferentes para o aumento do estresse oxidativo nessas duas condições clínicas. Nenhum desses marcadores foram medidos; porém, como o ozônio atua sobre um sistema de regulação fisiológica chamado Nrf2, promovendo o reequilíbrio das funções biológicas, em especial dos danos causados pelo estresse oxidativo, além de várias outras ações, pode-se inferir que a ozonioterapia contribuiu para a melhora do quadro sintomático da tireoide e normalização da pressão arterial.

Como mencionado anteriormente, nem a terapia medicamentosa, nem as injeções de corticoides (infiltrações) para alívio da dor, eram eficientes. As medicações incluíam o uso de nimesulida betaciclodextrina, cetoprofeno, dipirona monoidratada, butilbrometo de escopolamina, entre outros.

A paciente foi orientada a não suspender a medicação prescrita pelos médicos. O tratamento com ozonioterapia foi realizado, inicialmente, uma vez na semana, por quatro semanas, com aplicação retal na concentração de 15 µg, 100 mL, evoluindo até 25 µg e 200 mL, passando para periodicidade mensal.

Além da aplicação retal, aplicações locais periarticulares e intradérmicas (articulação coxofemoral, região do antebraço, articulação do ombro) de 5-10 mL por ponto a uma concentração de 10 a 20 µg. Foram realizadas sessões semanais, também nas III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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primeiras quatro semanas e, posteriormente, sessões mensais.

Novos exames para reavaliação não foram realizados. No entanto, a paciente, após a terceira sessão de ozonioterapia já apresentava melhora significativa, conseguindo realizar movimentos que antes eram limitados, como abdução, extensão, rotação medial e lateral. Apenas a adução não gerava dor à paciente que agora retomou todos os movimentos do ombro, braço e antebraço esquerdo.

Na síndrome da dor do grande trocanter, obteve-se melhora significativa, uma vez que a paciente relata conseguir dormir em decúbito lateral sem despertar. Antes das sessões, o sono era interrompido sucessivamente ao longo da noite quando a paciente se posicionava em decúbito lateral direito.

Até o presente momento a paciente não apresentou mais nenhum episódio de diverticulite. Sua depressão melhorou, tendo em vista que hoje consegue ter uma vida social ativa e iniciou a prática de atividade física diária, comportamento que não tinha há anos. Após três sessões de ozonioterapia, verificou-se a melhoria da dor nas articulações e no quadro geral. Em relação à hipertensão arterial, manteve-se inalterada a condição de estabilidade. Referindo-se ao hipotireoidismo, todos os sintomas que a paciente apresentava estão menos perceptíveis. Sabe-se que a ozonioterapia O estudo realizado por WANG et al (2018) avaliou 80 pacientes com osteoartrose sintomática de joelho que receberam 20 mL de 20 µg por mL de ozônio em injeção intra-articular após cirurgia artroscopia. Após 12 meses de acompanhamento, verificou que o grupo tratado com ozônio exibiu melhora significativamente maior quando comparado ao grupo controle, confirmando esse resultado do presente trabalho. Existem ainda inúmeros outros estudos em que foram usados utilizados 20 mcg/mL (LOPES de JESUS et al., 2017; OLIVIERO et al., 2019) e 30 mcg/mL (DUYMUS et al.) reforçando a ozonioterapia como prática eficaz no tratamento das doenças osteoarticulares.

A redução da inflamação e avanço na mobilidade dos membros pélvicos e superiores são corroborados com os descritos por BOCCI (2005) ao afirmar que a ozonioterapia apresentam efeitos positivos na diminuição de dores crônicas e agudas das articulações, assim como a redução da inflamação e melhoria da mobilidade do membro. Outros achados que avaliaram os efeitos positivos da administração intra-articular do gás ozônio III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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têm se baseado na melhora da dor, rigidez e função articular, bem como qualidade de vida (GIOMBINI et al., 2016; LOPES de JESUS et al., 2017; DUYMUS et al., 2017; OLIVIERO et al., 2019; especialmente a curto ou médio prazo (SCONZA et al., 2020).

A prática de exercícios físicos, iniciada após melhora dos sintomas, apresenta benefícios na diminuição da dor rigidez articular e melhora da função o exercício físico também contribui para o aumento dos condrócitos e da espessura da cartilagem articular. a ozonioterapia é uma prática quem dos efeitos anti-inflamatórios e analgésicos quando utilizada na dose terapêutica adequada para aliviar a dor e melhorar a função articular segundo a associação brasileira de ozono terapia.

Conclusão A ozonioterapia se mostrou benéfica no tratamento das doenças osteoarticulares. Houve significativa melhoria em todas as outras patologias apresentadas. A qualidade de vida da paciente foi resgatada graças à ozonioterapia e realização de atividade física diária que reforça e ajuda a manter os níveis alcançados.

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Ozonioterapia e tecarterapia associadas e não associadas na redução da gordura abdominal Ozone therapy and tecar therapy associated and not associated in reducing abdominal fat Fabiana Palmira Cardoso Nisan Silveira Pós-graduada em Nutrição Clínica, Nutricionista, Terapeuta integrativa, graduanda em Biomedicina pela Universidade Estácio de Sá – Porto Alegre – RS – Brasil Correspondência: fabianapcncardoso@gmail.com ou fabiana.nisan@gmail.com

Resumo: Verificar se a aplicação da ozonioterapia e da tecarterapia, individualmente, podem configurar como estratégias não invasivas seguras para o tratamento da gordura localizada abdominal e se a combinação das duas técnicas pode potencializar o resultado. Estudo preliminar, randomizado, controlado, realizado com nove voluntárias, divididas em três grupos. G1, apenas ozonioterapia local ; G2, apenas tecarterapia; G3, tecarterapia previamente ao ozônio. Foram realizadas cinco sessões.

Houve redução nos três grupos G1: reduções relativas de até 19,3% de dobra cutânea abdominal; G2:reduções relativas de até 9,4% de dobra cutânea abdominal; G3: reduções relativas de 23,5% de dobra cutânea abdominal. Tanto a ozonioterapia, quanto a tecarterapia podem ser utilizadas na redução da gordura abdominal. No entanto, a combinação dos tratamentos potencializa os resultados.

Palavras-chave: Ozonioterapia, tecarterapia, gordura localizada, redução.

Abstract: To verify if the application of ozone therapy and thecar therapy, individually, can be configured as safe non-invasive strategies for the treatment of localized abdominal fat and if the combination of the two techniques can enhance the result.

Preliminary, randomized, controlled study, performed with nine volunteers divided into three groups. G1, only local ozone therapy ; G2, only tecar therapy; G3, pre-ozone tecar therapy. Five sessions were held. There was a reduction in the three groups G1: relative reductions of up to 19.3% in abdominal skinfold; up to 9.4% of abdominal skinfold; G3: relative reductions of 23.5% of abdominal skinfold. Both ozone therapy and thecar therapy can be used to reduce abdominal fat. However, the combinaIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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tion of treatments enhances the results.

Keywords: Ozone therapy, tecar therapy, localized fat, reduction.

Introdução Ao longo da história, o ser humano, ora se mostra teocêntrico, ora mais antropocêntrico. Neste século, vivemos numa era em que o culto ao corpo mais do que nunca se faz presente.

Por esse motivo, cada vez mais, as pessoas estão em busca de formas que deixem o seu corpo mais bonito e mais saudável (1).

Nessa seara, o aparecimento da gordura localizada, principalmente a abdominal, é causa de muita insatisfação com a imagem corporal. Em que pese haver movimentos como o BodyLove que estimulam as mulheres a amarem seus corpos como são, elas continuam sendo o grupo mais vulnerável, pois, a grande maioria das sociedades ainda exigem do sexo feminino o seguimento ao padrão de beleza imposto ou dominante na época (2).

Entretanto, a gordura localizada, caracterizada pelo excesso do volume dos adipócitos localizados nas regiões abdominais e flancos, não está associada somente a questões estéticas, mas também a várias alterações metabólicas, como doenças crônicas, diabetes, hipertensão arterial e dislipidemias (3).Cientes dos riscos inerentes aos tratamentos cirúrgicos para tratar o excesso de tecido adiposo, homens e mulheres, de todas as idades, têm recorrido a tratamentos que empregam recursos não invasivos ou minimamente invasivos. Esses tratamentos podem lançar mão de inúmeras tecnologias, tais como: ultrassom, ondas de choque, laser, radiofrequência, ozonioterapia, tecarterapia, entre outras, como modalidades eficazes para tratar as disfunções estéticas que aparecem ao longo da vida (4). Dentre essas tecnologias, a tecarterapia, modalidade de radiofrequência, e a ozonioterapia surgem como categorias eficazes e mais versáteis por poderem ser empregadas tanto na estética, em tratamentos de diversas disfunções; quanto na recuperação/ manutenção da saúde (5).

A ozonioterapia, de acordo com a Declaração de Madri (2020) (6) é um tratamento que usa uma mistura de oxigênio-ozônio (95% – 99,95% de oxigênio e 0,05% – 5% de ozônio), empregada para tratar uma ampla gama de doenças. Dependendo III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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da rota, a aplicação de ozônio pode atuar por oxidação direta ou por uma via indireta. A resposta depende da modulação de mecanismos de transdução nuclear e sinais como Nrf2-NFkB e síntese de proteínas, com gerenciamento do equilíbrio entre a resposta pró-inflamatória / anti-inflamatória. No banco de dados MedLine (Pub Med) existem inúmeros artigos relacionados à terapia com ozônio, desde ensaios clínicos randomizados a estudos de meta-análise apoiando o uso do ozônio na medicina (6).

Com seu uso em especialidades tão diversas como neurologia, ortopedia, medicina interna, medicina esportiva, endocrinologia e outras, consideraram difícil categorizar o ozônio como um agente terapêutico causando conflitos entre os diferentes campos de aplicação e as várias áreas médicas (7). O sucesso do uso medicinal em afecções fez com que hoje a ozonioterapia fosse empregada amplamente nos mais diversos tratamentos estéticos. As habilidades para melhorar a hipoperfusão, o hipometabolismo, a isquemia tecidual, sugerem protocolos caracterizados por escolhas que consideram o componente anti-inflamatório e antiedema (8).

A tecarterapia é um tipo de radiofrequência bastante conhecida na Europa e muito utilizada principalmente na área da reabilitação. Assim como outras tantas tecnologias, inclusive o ozônio, também está sendo empregada atualmente na área da estética. Conhecida também como CRET, Transferência Elétrica Capacitivo-Resistiva, a tecarterapia é um método eletrotérmico, não invasivo, que emprega correntes elétricas dentro da faixa da frequência de 300 kHz – 1,2MHz. (9). Na tecarterapia, os íons, presentes nos tecidos e fluidos, em resposta às forças de atração e repulsão que ocorrem entre as moléculas carregadas pela exposição ao campo com cargas, fazem com que as moléculas sejam aceleradas gerando um atrito iônico que resulta na conversão do calor. Existem dois modos de transferência de cargas elétricas: capacitivo e resistivo. As reações produzidas pelo eletrodo capacitivo são concentradas em tecidos com maior conteúdo eletrolítico, como músculos e tecidos moles. Já as produzidas pelo eletrodo resistivo se concentram mais em tecidos com maior resistência (10,11).

A tecarterapia, assim como a radiofrequência tradicional, possui como efeitos fisiológicos atérmicos a bioestimulação, estimulação celular, analgesia, drenagem local linfática. Como III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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efeito térmico, o aumento da microcirculação, aumento da oxigenação intracelular, aumento do metabolismo celular, sendo que o leve aquecimento dos tecidos de 37 a 38°C é utilizado em fibroses teciduais e pós-operatório tardio. Já o efeito hipertérmico, sistema induzido de 40 a 42°C, aumenta ainda mais o metabolismo celular, há um incremento ainda maior do fluxo sanguíneo e do oxigênio intracelular, além da contração do colágeno e lipólise (12).

Objetivos Verificar se a aplicação da ozonioterapia e da tecarterapia, individualmente, podem configurar como estratégias não invasivas seguras para o tratamento da gordura localizada abdominal e se a combinação das duas técnicas pode potencializar o resultado.

Materiais e métodos Caracterização da pesquisa Este é um estudo preliminar, randomizado, controlado, com o objetivo de avaliar a eficiência da ozonioterapia, da tecarterapia, exclusivamente ou associadas entre si, na redução da gordura abdominal.

Amostra Para isso buscou-se selecionar mulheres que não apresentassem nenhuma contraindicação às terapias empregadas. Todas assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e foram orientadas a não realizarem atividade física, nem a alterar o padrão alimentar, a fim de não influenciar no resultado.

Inicialmente apenas a variação de um quilograma para mais ou para menos seria tolerado, mas esse critério foi excluído devido a amostra ser pequena.

Instrumento de coleta de dados As pregas cutâneas foram medidas com o plicômetro analógico Innovaare 3, da empresa Cescorf, com sensibilidade de 1 mm, amplitude de leitura de 75 mm e pressão das molas de ± 10g/mm². A perimetria foi realizada com fita inelástica de 2m da marca Cescorf. Além dessas medidas, aferiu-se o peso e por meio da balança digital HºMEDICS, modelo SC-540E. Foram realizados registros fotográficos com câmera de um celular Iphone III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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7, nas posições frontal, lado esquerdo e lado direito.

O equipamento de tecarterapia utilizado foi o Tecar, da empresa HTM, equipamento projetado para atender as necessidades referente à terapia por radiofrequência, atendendo à Norma Geral NBR IEC 60601-1 e às normas colaterais ABNT NBR IEC 60601-1-6 e ABNT NBR IEC 60601-1-9 – todas exigidas para certificação de conformidade INMETRO –, devidamente registrado na ANVISA. Possui como frequência de emissão multifrequencial de 0,6 MHz; 1,2 MHz e 2,4 MHz ±10%, impedância nominal de 50Ω±10% e potência de máxima de 100W ±20. Foi utilizada a ponteiras resistiva Tecare 70mm e a ponteira capacitiva também, de 70 mm, além da placa dispersiva.

Para o emprego da ozonioterapia, utilizou-se o Medplus Mx, aparelho gerador de ozônio da empresa Philozon. Esse equipamento é capaz de regular o fluxo de oxigênio automaticamente dispensando o uso de tabelas e a necessidade de uma válvula de pressão especial, facilitando a aplicação da terapia. O fluxo de O₂ possui regulação automática de 0,6 L/min e a válvula reguladora de pressão é fixa com até 3,5 kgf/cm².

Método Um total de nove voluntárias, residentes na cidade de Porto Alegre/RS, todas mulheres sedentárias, com idades entre 20 e 47 anos (idade média de 38) se submeteram ao tratamento para redução de gordura localizada na região abdominal. As voluntárias foram divididas em três grupos de três. O primeiro grupo (G1) foi submetido somente à ozonioterapia; o segundo grupo (G2), apenas tecarterapia; e o terceiro grupo (G3) recebeu tratamento com tecarterapia seguida de aplicação e ozônio local.

Procedeu-se à plicometria a uma distância de 2 cm da cicatriz umbilical em ambos os lados, direito e esquerdo, com os indivíduos em pé e com os braços relaxados ao longo do corpo. Foram realizadas três medidas, considerando a média das três, como valor final para o cálculo, em milímetros. A dobra cutânea foi medida entre o polegar e o indicador, procurando-se definir o tecido celular subcutâneo. Foram realizadas medidas da circunferência abdominal em dois pontos: 5 cm acima e 5 cm abaixo da cicatriz umbilical, com os indivíduos em pé e com os braços dobrados e levantados até a altura do peito.

O registro fotográfico foi realizado em ortostatismo, com vistas posterior/lateral (direita e esquerda) e foi solicitado ao III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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voluntário que realizasse uma flexão de ombro de 90º para a foto. A mesma câmera foi usada para todas as fotos (Figura 1).

O peso também foi aferido e a altura foi referida pelas participantes. As voluntárias foram avaliadas na primeira sessão e reavaliadas na quarta sessões, antes da aplicação da quinta sessão, ou seja, foram realizadas cinco sessões, no entanto, o resultado divulgado pode não refletir o resultado final, uma vez que os efeitos não são imediatos. Foi utilizada a Escala de Schliephakeuma (13), escala subjetiva para avaliar a sensação de calor, tendo em vista que a tecarterapia dispensa o uso de termômetro, mas gera calor. A temperatura corporal foi verificada durante a utilização a ponteira resistiva, a fim de se observar o grau máximo de temperatura atingido no momento e para verificar o retorno da temperatura da pele às condições de normalidade para a aplicação da ozonioterapia.

Foi utilizado um questionário com escala de satisfação de melhoria estética, empregando a Escala de Likert (14) como modelo. A Escala de Likert é o nome técnico dado a uma escala de resposta que mede as atitudes e o grau de conformidade do respondente com uma questão ou afirmação. Ao contrário de responder apenas “sim” ou “não”, ao dar uma nota em uma escala, o respondente mostra mais especificamente o quanto ele concorda ou discorda de uma atitude ou ação, ou o quanto ele está satisfeito ou insatisfeito com um produto.

O grupo 1 (G1) recebeu somente a ozonioterapia na concentração de 25 µg, com 5 mL por ponto de 1cm, perfazendo dois quadrantes de 14 cm2, um superior e outro inferior (Figura 2).

O grupo 2 (G2) recebeu somente tratamento com tecarterapia. Os parâmetros definidos foram os seguintes: modo capacitivo e resistivo com frequência de 0,6 MHz, modo contínuo; e 85% de potência. Primeiro, realizou-se aplicação, na região de

Figura 1 - Lateral esquerda (A); frente (B); lateral direita (C) III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Figura 2 - Área de aplicação da tecarterapia e ozonioterapia local área equivalente a medida de duas ponteiras de 70mm na parte supraumbilical e infraumbilical de terapia capacitiva, permanecendo por 5 minutos. Logo após, aplicou-se tecarterapia no modo resistivo, com uso da placa de retorno, por um período de 10 minutos em cada região, supra e infraumbilical. A aplicação foi realizada com a voluntária em decúbito ventral perfazendo dois quadrantes de 14 cm2, um superior e outro inferior.

A placa dispersiva foi posicionada na região triângulo lombar, e os eletrodos capacitivos e resistivos foram posicionados na região abdominal, alternadamente, conforme acima referido, com movimentos circulares e lineares, para promover maior cobertura e conforto térmico às voluntárias.

Já no grupo 3 (G3), primeiramente foram realizados os procedimentos descritos no grupo 2. Após a temperatura ter retornado ao padrão normal, efetuou-se a aplicação de ozônio local, na mesma concentração, volume e área aplicados no grupo 1.

O tratamento consistiu em uma sessão por semana, totalizando cinco sessões. Como este é um estudo preliminar, outras sessões poderão ser aplicadas com a finalidade de se comparar os resultados e estabelecer o número suficiente de sessões.

Resultados e discussão O “n” da amostra foi de nove participantes. Idade máxima de 47 anos, mínima 20 anos. Idade média de 38 anos.

O menor índice de massa corporal (IMC) individual foi de 19,5 Kg/m2, considerado dentro da normalidade. O IMC máximo III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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individual encontrado foi de 35,6 Kg/cm2, caracterizando obesidade Grau II, enquanto a média do IMC foi 29,87, característico de sobrepeso (12). Já nos grupos, o menor IMC foi encontrado no G1, grupo em que se deu a maior variação (desvio-padrão± 5,35) (Tabela 1). Os valores de IMC finais sofreram alteração, mas a classificação continuou a mesma (Tabela 1). Na relação entre grupos, o desvio-padrão do G1 foi maior.

Em função do “n” ser de apenas três por grupo, para comparar o percentual de variação em relação aos grupos foi utilizado o Teste não-paramétrico Kruskal Wallis, que considerando nível de significância de 5%, não houve diferença significativa. Se considerar nível de 10%, é possível verificar que o percentual de redução do IMC foi maior no do G1 e o valor de p<0,1.

Em que pese a redução de peso inicialmente não ter sido levada em consideração, inclusive as participantes foram orientadas a não alterarem seus hábitos alimentares nem realizarem estratégias de redução ou ganho de peso com variação acima de 1kg sob pena de serem eliminadas do estudo, houve redução e ganho de peso acima desse valor, mas, como a amostra era pequena, não houve a exclusão. Uma das participantes aumentou 4,3Kg e houve redução de mais de 2,0 kg, com maior desvio-padrão do G1 (Tabela 2).

As voluntárias com redução referiram que não se utilizaram de estratégias para emagrecimento, pelo contrário, relataram

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que consumiram mais e maiores porções de alimentos calóricos devido à onda de frio ocorrida no período do estudo. O mesmo argumento foi utilizado pela participante que ganhou mais peso.

Quanto aos efeitos principais só de grupo também a variável não foi significativa, mas em relação ao tempo houve uma redução significativa na média da avaliação final quando comparado com o momento inicial nas variáveis independentes do grupo (valores da circunferência abdominal 5 cm acima da cicatriz umbilical (cm), valores da circunferência abdominal 5 cm abaixo da cicatriz umbilical (cm), plicomentria lado direito à cicatriz umbilical (mm), plicomentria lado esquerdo à cicatriz umbilical (mm)). Reduções de mais de 20% foram encontradas no grupo de terapia combinada. (Tabela 3-6).

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Na análise de variância, utilizando o delineamento em medidas repetidas, para nenhuma variável houve interação significativa entre tempo e grupo, ou seja, não houve efeito combinado significativo (Tabela 3-6).

Com relação à percepção do calor, 80% das voluntárias referiram estar no limite da tolerância. Esse dado se refere ao tratamento quando foi aplicada o modo capacitivo, cuja temperatura externa da pele alcançou até 45ºC, o que corresponde a uma temperatura interna maior de 3 a 4ºC (15). Durante a aplicação do modo capacitivo, a sensação de calor referida foi agradável e não foi aferida a temperatura (Quadro1).

Examinando o grau de satisfação, verifica-se que 71,5% das participantes ficaram totalmente satisfeitas com o tratamento realizado, seja da modalidade de ozonioterapia, de tecarterapia ou da terapia combinada. Apenas 28,5% mostraram-se parcialmente satisfeitas, possivelmente sejam aquelas que ganharam peso. Como não houve nenhuma menção à insatisfação e todas

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as respostas se enquadram na faixa de satisfação, pode-se inferir que 100% das participantes ficaram satisfeitas com o resultado alcançado pelas terapias aplicadas (Quadro 2). Este estudo conseguiu obter grau de satisfação superior ao encontrado por Maia et al. (16) Acerca do uso das medidas antropométricas para avaliação corporal, por sua vez, pode ser bastante preciso desde que seja realizado por um profissional treinado e usando o equipamento adequado (17). Outros métodos menos utilizados poderiam ser utilizados para maior acurácia, como a bioimpedância elétrica (BIA), a pesagem hidrostática (PH), a tomografia computadorizada, o Dual Energy X-Ray Absorptiometry (DEXA) e a ultrassonografia (US)(18,19,). No entanto, estes últimos são, muitas vezes, de difícil execução e possuem um custo elevado para este estudo. Rodrigues et al. (21) compararam técnicas de bioimpedância, dobras cutâneas e a pesagem hidrostática (método de referência) e concluíram que as dobras cutâneas se correlacionavam melhor com o método de referência do que a bioimpedância. Por esses motivos, as dobras cutâneas foram o método escolhido neste estudo.

Como mostrado por Franco et al. (22), o aquecimento de tecido em massa pode ser uniformemente alterado por uma combinação de energia de acoplamento de tecido em toda a superfície do aplicador, enquanto controlando simultaneamente a distribuição da superfície da energia aplicada ajustando a fre-

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quência operacional. Ter a capacidade de controlar a distribuição de energia na superfície da pele fornece uma modalidade de tratamento em que a gordura subcutânea é seletivamente aquecida e o tamanho do volume aquecido é controlável. Este tratamento, em tese, permite ajuste da frequência operacional, a fim de combinar estruturas anatômicas de paciente para paciente ou mesmo dentro do mesmo paciente. Para exemplo, áreas do corpo com espessura relativamente fina da camada de gordura subcutânea seria tratada com alta frequências, enquanto as baixas frequências seriam usadas com camadas de gordura mais espessas. Sendo assim, optou-se por utilizar a frequência de 0,6 MHz, uma vez que a camada de gordura subcutânea é mais profunda e se mostrou bastante espessa na maioria das voluntárias. Estudos de Maia et. al. (16) utilizaram frequências semelhantes, assim como Hernández et. al (23) com o intuito de promover a antiadipogênese.

Em seu estudo Costanzo, et al. (24) investigou os efeitos da ozonização em baixas concentrações em células-tronco adultas derivadas de tecido adiposo humano e verificou o efeito de baixas concentrações (10 mcg/mL) de ozônio no processo adipogênico. Em outro estudo, Capellozza et al. (25) constatou que concentrações de ozônio variando de 1 a 20 mcg/mL não induziram alterações significativas em sua proliferação ou taxa de mortalidade de células. Por outro lado, a exposição a 20 µg de O3 demonstrou afetar de forma marcante a faculdade de as células se restaurarem mostrando capacidade de aderência e achatamento significativamente reduzidas, enquanto a exposição a 10 µg O3/mL melhorou significativamente a adesão (26).

Os seus testes de viabilidade e proliferação, bem como as observações ultraestruturais revelaram sinais de estresse após o tratamento com 20 e 30 µg O3. Face ao exposto, para obter uma margem de segurança que promovesse, de fato, o efeito antiadipogênico e lipolítico, a dosagem adotada na ozonioterapia foi de 25 µg. O efeito antiadipogênico pode ser observado no estudo em tela tendo em vista a redução das medidas nos grupos em que foi utilizada a aplicação de ozônio local. (Tabela 3-6) Hernández et al. (23,27,28), demonstraram que a exposição intermitente às correntes CRET em doses hipertérmicas exercem efeitos citotóxicos ou antiproliferativos em células de neuroblastoma humano ou hepatocarcinoma, respectivamente, mas ação citotóxica e / ou citostática do tratamento elétrico III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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afetaria células humanas de origem tumoral, mas não células normais com baixa taxa de proliferação (29,30,31). Os resultados obtidos mostram que a ação antiproliferativa relatada de estimulação intermitente, ou seja, de modo contínuo aumenta significativamente a taxa de apoptose. Esses dados confirmam a redução da gordura abdominal por meio da CRET encontrada no presente estudo.

Tanto a ozonoterapia quanto a tecarterapia foram eficientes na redução da gordura abdominal, observando-se os dados em termos percentuais. As propriedades imunomoduladoras, anti-inflamatórias, antivirais, antibacterianas e a capacidade de melhorar a perfusão da microcirculação e, assim, restaurar uma conversação metabólica adequada entre o sistema de vasos e regiões adjacentes, tornam a ozonioterapia um método eletivo para proporcionar condições clínicas que envolvem o tecido adiposo (,31,32,33). Da mesma forma, a tecarterapia ao penetrar no tecido cutâneo promove a vasodilatação local, aumenta o fluxo sanguíneo melhorando a oxigenação do tecido por meio da corrente sanguínea, a decomposição dos adipócitos e liberando a gordura para que ocorra a lipólise (rompimento do triacilglicerol (24,26).

Pela análise de variância utilizando o delineamento em medias repetidas, também conhecido simplesmente como Análise de Medidas Repetidas, mostrou que os grupos tiveram uma redução significativa nas variáveis de circunferência abdominal acima e abaixo da cicatriz umbilical e das medidas plicométricas umbilicais. Mas não houve nenhum grupo com interação significativa entre tempo e peso entre os grupos.

Como limitação pode-se citar que não houve grupo controle, o número da amostra foi pequeno e houve mudança no padrão alimentar em função das baixas temperaturas registradas no período do estudo. Além disso, a avaliação dos possíveis efeitos poderia ser mais fidedigna com o uso do ultrassom, metodologia historicamente utilizada para a avaliação da gordura subcutânea, segundo Whittingham (20).

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A ozonioterapia como integrativa e complementar na pediatria: quais as evidências atuais?

Ozone therapy as integrative and complementary in pediatrics: what is the current evidence?

Bruna Menezes Mincov 1; Márcia Helena de Souza Freire 2; Káryta Jordana Santos de Paula 3; Thammy Novakovski dos Santos 4 1-Graduanda de Enfermagem, Universidade Federal do Paraná, Curitiba - Paraná ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4454-3579 2-Enfermeira. Doutora em Saúde Pública; Professora Associada no Departamento de Enfermagem, Universidade Federal do Paraná, Curitiba - Paraná ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3941-3673 3-Enfermeira Oncopediatra. Pós-graduanda em Práticas de Cuidado em Saúde, Programa Profissional, Universidade Federal do Paraná, Curitiba - Paraná ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3968-8098 4-Graduanda de Enfermagem, Universidade Federal do Paraná, Curitiba - Paraná.

ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3721-5825 Correspondência: hpbruna1998@gmail.com

Resumo: As Práticas Integrativas e Complementares (PICS) compreendem um grupo de recursos terapêuticos para a oferta de cuidado continuado, humanizado e integral em saúde, focado nos aspectos físico, psíquico, social e cultural. Atualmente, no SUS, podem ser oferecidas, de forma integral e gratuita, 29 PICS, dentre elas, a Ozonioterapia. Esta utiliza uma mescla dos gases oxigênio medicinal (O₂) e ozônio (O3) como terapêutica para diversas patologias, agudas e crônicas, e têm despertado o interesse dos profissionais de saúde da área pediátrica devido sua eficácia. O objetivo do presente foi identificar as recentes evidências científicas da Ozonioterapia aplicada na área da pediatria. Tratou-se de uma revisão integrativa, baseada no referencial teórico Ganong (1987), com a questão norteadora, pelo acrônimo PICO: Qual o estado da arte da Ozonioterapia aplicada como Integrativa e Complementar na saúde humana pediátrica?. O trabalho seguiu as recomendações do PRISMA, conforme o checklist das etapas essenciais e, o fluxograma, com os elementos da metodologia. A busca ocorreu nas bases de dados PubMed, Embase, Cinahl, Scopus, Lilacs e BVS, entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, com recorte temporal III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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dos últimos cinco anos (2015 a 2020). Feita avaliação crítica da qualidade metodológica das publicações identificadas (n=15), foram selecionadas 7 publicações, de origem internacional e idioma inglês e espanhol. O ano de publicação foi entre 2015 a 2020. Com os principais resultados foi possível identificar a vantagem da Ozonioterapia na área pediátrica e, a discussão foi organizada em duas categorias principais do estado da arte da ozonioterapia: na área clínica e, na área odontológica pediátrica. O ozônio pode ser utilizado para o tratamento e o alívio dos sintomas de diversas patologias comuns durante a infância e a adolescência, entre elas as cáries dentárias, a Giardíase e diversas algias, assim como para condições pouco discutidas, como a Paralisia Cerebral infantil e o Líquen escleroso e atrófico. A Ozonioterapia apresenta cientificamente comprovados potenciais benefícios à saúde da população pediátrica. Os autores explicitam que há espaço para o desenvolvimento de pesquisas na área com a exploração dos métodos de estudo que produzam as melhores evidências. Salienta-se que para a consolidação da Ozonioterapia se faz necessário o fomento de debate sobre suas aplicações e protocolos, nas instituições e serviços de saúde da rede, quer sejam públicos ou privados. O profissional de saúde deve ter conhecimento e o domínio das técnicas, das vias de aplicação, das concentrações e volumes adequadas e, também dos possíveis efeitos adversos. De maneira que a terapia seja utilizada de forma correta e efetiva para o tratamento, considerando as características e problemas de cada paciente.

Nesta perspectiva, a abordagem das PICS durante a formação se torna imprescindível, assim como, a estruturação de campos de prática formativos.

Palavras-chave: Ozonioterapia; Pediatria; Práticas Integrativas e Complementares Abstract: Integrative and Complementary Practices (PICS) comprise a group of therapeutic resources for the provision of continuous, humanized and comprehensive health care, focused on the physical, psychological, social and cultural aspects.

Currently, in the SUS, 29 PICS can be offered, in full and free of charge, including ozone therapy. This uses a mixture of medicinal oxygen (O₂) and ozone (O3) gases as therapeutics for several pathologies, both acute and chronic, and has aroused the interest of health professionals in the pediatric area due to its effectiveness. The objective of the present was to identify the III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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recent scientific evidence of ozone therapy applied in the pediatric area. It was an integrative review, based on the theoretical framework Ganong (1987), with the guiding question, by the acronym PICO: What is the state of the art of applied ozone therapy as Integrative and Complementary in pediatric human health?. The work followed the PRISMA recommendations, according to the checklist of essential steps and the flowchart, with the elements of the methodology. The search took place in the PubMed, Embase, Cinahl, Scopus, Lilacs and BVS databases, between December 2020 and February 2021, with a time frame of the last five years (2015 to 2020). After a critical assessment of the methodological quality of the identified publications (n=15), 7 publications, of international origin and in English and Spanish, were selected. The year of publication was from 2015 to 2020. With the main results it was possible to identify the advantage of ozone therapy in the pediatric area and the discussion was organized into two main categories of the state of the art of ozone therapy: in the clinical area and in the pediatric dental area . Ozone can be used for the treatment and relief of symptoms of several common pathologies during childhood and adolescence, including dental caries, giardiasis and various pains, as well as for little discussed conditions such as infantile cerebral palsy and Lichen sclerosus and atrophic.

Ozone therapy has scientifically proven potential health benefits for the pediatric population. The authors explain that there is room for the development of research in the area with the exploration of study methods that produce the best evidence.

It should be noted that, for the consolidation of Ozone Therapy, it is necessary to encourage debate on its applications and protocols, in the institutions and health services of the network, whether public or private. The health professional must have knowledge and mastery of techniques, application routes, adequate concentrations and volumes, as well as possible adverse effects. So that the therapy is used correctly and effectively for the treatment, considering the characteristics and problems of each patient. In this perspective, the approach of the PICS during training becomes essential, as well as the structuring of training practice fields.

Keywords: Ozone therapy; Pediatrics; Integrative and Complementary Practices.

Introdução A Medicina Tradicional e Complementar/Alternativa (MT/ III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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MCA), também denominada de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) em saúde, compreende um grupo de recursos terapêuticos que busca oferecer cuidado continuado, humanizado e integral em saúde, mediante a prevenção dos agravos crônicos, com incentivo ao autocuidado. No Brasil, a Portaria interministerial 971, de 2006, instituiu a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC/SUS) (BRASIL, 2006). E, em 21 de março 2018, considerando o reconhecimento das abordagens de cuidado mediante as PICS por diversas categorias profissionais e, que os Estados, Distrito Federal e Municípios, estavam promovendo em suas redes de saúde as PICS, foi publicada a Portaria 702/MS/GM, com a inclusão de mais 12 práticas à PNPIC, sendo a Ozonioterapia uma delas (BRASIL. Ministério da Saúde, 2018) A Ozonioterapia trata de um método integrativo e complementar para abordagem à processos de desequilíbrios e/ou patologias de origem aguda ou crônica, como por exemplo em distúrbios circulatórios, articulares, fisiológicos, imunológicos e, sobretudo, nas feridas de origem arterial ou venosa, dores, queimaduras e, nas infecções bacterianas, virais e fúngicas. A terapêutica adjuvante é implementada mediante avaliação clínica e anamnese precedida à elaboração de protocolos que podem incluir diferentes vias de aplicação, sendo estas locais ou sistêmicas (DECLARAÇÃO DE MADRID, 2020).

A sua utilização na área da saúde, humana e animal, se dá mediante o uso de geradores de ozônio, dispositivos médicos que estejam em conformidade com critérios de qualidade, aprovados, registrados e certificados no Brasil, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e, na União Europeia, pelo Conselho Europeu (CE). Como um de seus principais atributos para o impacto terapêutico tem-se seu potente efeito oxidante natural (ABOZ, 2016, DECLARAÇÃO DE MADRID, 2020). Devido suas características antimicrobiana, anti-inflamatória e analgésica há relatos de sua utilização já na Primeira Guerra Mundial para o tratamento das feridas pós-traumáticas em soldados, como consta na revista The Lancet, em 1916 e 1917, relatam Elvis e Ekta (2011).

Profissionais das mais diversas áreas da saúde e terapeutas holísticos, de maneira crescente, têm apresentado interesse em abraçar as novas terapias, integrativas e complementares, visando a oferta do melhor tratamento/cuidado aos pacientes, com foco na integralidade (BRASIL, 2006). O uso das PICS, III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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como a Ozonioterapia, propicia um cuidado centrado na saúde global dos indivíduos, ou seja, no plano físico, psíquico, social e cultural, convergindo com a perspectiva de cuidado em pediatria. Mais especificamente, para a área da pediatria brasileira,

FIGURA 1: Fluxograma de identificação, seleção, inclusão e exclusão dos estudos da revisão integrativa segundo o checklist do prisma, conforme proposto por Page et al (2020) - Curitiba, PR, Brasil, 2021.

Fonte: As autoras (2021), com base no fluxograma proposto por Page et al. (2020) III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069/1990, Art. 2.º considera como criança a faixa etária até doze anos de idade incompletos e, como adolescente, entre doze e dezoito anos de idade (BRASIL, 1990).

Sob a ótica da oferta de diagnósticos cuidadosos, precisos e tratamentos eficazes desenvolve-se a prática denominada Pediatria Integrativa. Esta consiste em uma abordagem clínica centrada em avaliar a criança ou adolescente em sua totalidade, compreender as relações e os eventos na sua vida, principalmente da estrutura familiar, a qual possui um papel ativo na saúde física e mental (CULBERT, OLNESS, 2010).

Com isso, o presente trabalho busca responder a seguinte questão norteadora, traçada à partir do acrônimo PICO (População – pediátrica; Intervenção – ozonioterapia; Comparador – não foi enfatizada a comparação como critério de busca; e, Outcomes ou Desfechos – publicações científicas recentes): Qual o estado da arte da Ozonioterapia aplicada como Integrativa e Complementar na Saúde Humana Pediátrica? E, o objetivo foi mapear e discutir o estado da arte da Ozonioterapia aplicada como Integrativa e Complementar na saúde humana Pediátrica.

Materiais e métodos Trata-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico, na modalidade de revisão integrativa baseada no referencial meto-

Quadro 1 - Estudos da revisão de literatura sobre ozonioterapia pediátrica segundo número de ordem, título, base de dados, país e ano de publicação e método - Curitiba, PR, Brasil, 2021.

Fonte: As autoras (2021)

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dológico de Whittemore (2005), com o desenvolvimento de estratégias que assegurem o seu rigor. As estratégias são: a identificação do problema estruturando um propósito claro e especificado para a revisão, bem como suas variáveis de revisão; a pesquisa de literatura, com estratégias bem definidas; a avaliação dos dados, interpretando a qualidade do estudo, estabelecendo-se critérios de seleção; análise dos dados, realizada após a ordenação, codificação e categorização dos dados, com comparação e agrupamento dos dados semelhantes com redução, exibição, comparação e desenho de conclusão e verificação (WHITTEMORE, KNAFL, 2005).

A questão norteadora do estudo foi estruturada a partir da estratégia PICO: P(população) - Criança, adolescentes e jovens; I(intervenção) - Ozonioterapia; o C(intervenção de comparação) - Sem comparador; e, o O(outcome) - Resultados da aplicação e do tratamento por ozonioterapia como Prática Integrativa e Complementar. Assim, concluiu-se pela pergunta: Qual o estado da arte da Ozonioterapia aplicada como Integrativa e Complementar na saúde humana Pediátrica?

A coleta de dados ocorreu entre 16 de dezembro de 2020 a 23 de fevereiro de 2021. Para estratégia de busca, que recebeu apoio do bibliotecário, utilizaram-se os descritores estabelecidos pelo Medical Subject Headings (MeSH) e pelo Descritor de Ciências da Saúde (DeCS), associados aos operadores booleanos “AND”, a saber: “Ozônio” (“Ozone”); “Ozonioterapia” (“Ozone therapy”); “Criança” (“Child”); “Adolescente” (“Adolescent”); e, “Tratamento” (“Treatment”).

A seleção de dados foi realizada nas seguintes bases de dados: US National Library of Medicine (Pubmed); SciVerse Scopus; Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline); Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL); Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (BVS); Excerpta Medica dataBASE (Embase). E ainda, foi selecionado um artigo em uma base de dados adicional, o Journal of Ozone Therapy, devido à especificidade do tema.

Para inclusão dos artigos foram considerados os seguintes critérios: envolver, como participantes de interesse, pessoas entre 0 a 18 anos de idade; ter sido publicada no recorte temporal relativo a 01 de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2020; em idiomas inglês, português e espanhol; ter acesso na íntegra, livre e disponível online. Os critérios de exclusão foram: artigos III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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duplicados nas bases de dados; estudos experimentais em animais; não estar relacionado com tema proposto e/ou à pergunta de pesquisa.

Ainda, a fim de garantir a qualidade da revisão, o trabalho foi desenvolvido com base nas recomendações do Guideline PRISMA - Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses (Principais Itens para Relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises - tradução livre), com base no checklist estruturado, privilegiando as etapas e abordagens essenciais e relevantes para o desenvolvimento de uma revisão e, também o fluxograma, no qual são discriminados os elementos da metodologia de identificação, seleção, elegibilidade e inclusão das referências (WHITTEMORE, KNAFL, 2005; PAGE, et al, 2021).

Foi desenvolvido o fluxograma do PRISMA (FIGURA 1), no qual são discriminados os elementos da metodologia de identificação, seleção, elegibilidade e inclusão das referências (PAGE, et al, 2021).

Após leitura atentiva e análise das publicações desenvolveu-

Quadro 2: Estudos da revisão de literatura sobre ozonioterapia pediátrica segundo número de ordem, objetivo geral e principais resultados - Curitiba, PR, Brasil, 2021.

Fonte: As autoras (2021)

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-se a categorização dos 7 estudos com a coleta dos dados relevantes, organização das informações-chaves de acordo com as variáveis: título do artigo; base de dados; país, ano de publicação; método de pesquisa; objetivo geral; os principais resultados/conclusões; e as principais recomendações. Sucedeu-se por fim, à interpretação dos resultados obtidos mediante avaliação crítica dos dados, promovendo a discussão e síntese dos principais resultados e recomendações desta revisão integrativa.

Resultados Foram selecionados e analisados 7 (sete) estudos (QUADRO 1), os quais têm origem internacional, em idioma inglês (5; 71,4% - P2; P3; P5; P6; P7) e espanhol (2; 28,5% - P1;P4), representados por Espanha (2; 28,5% - P1; P7), Itália (2; 28,5% - P3; P5), Estados Unidos (1; 14,2% - P2), Cuba (1; 14,2% - P4) e Índia (1; 14,2% - P6). O ano das publicações foram: 2015 (1; 14,2% - P4); 2017 (1; 14,2% - P5), 2018 (2; 28,5% - P1; P7); 2019 (2; 28,5% P2; P3); e, 2020 (1;14,2% - P6).

A base de dados com maior número de artigos selecionados foi a BVS (3; 42,8% - P1; P4; P5), seguida pela Pubmed e Medline (2; 28,5% - P3; P6;), Scopus (1;14,2% - P2). Selecionado ainda, um artigo (1; 14,2% - P7) de uma base de dados adicional, o Journal of Ozone Therapy. A população participante dos artigos correspondeu aos critérios de inclusão, entre 0 a 18 anos de idade, constituída por grupos crianças e adolescentes com as faixas etárias a seguir: entre 1 mês a 8 anos (1; 14,2% - P7); de 5 a 15 anos (1; 14,2% - P3); de 11 anos (1;14,2% - P2); de 14 anos (1;14,2%. - P4); 1 a 18 anos (1;14,2% - P1); 4 a 8 anos (1;14,2% P6); e, média de 3,7 anos (1;14,2% - P5).

O tipo do estudo prevalente foi experimental (4; 51,1%), voltado para avaliação da eficácia da terapia em várias circunstâncias (giardíase, trauma dentário, cárie profunda e, Paralisia Cerebral Infantil) (Quadro 2).

Os temas abordados atenderam a questão norteadora desta revisão integrativa e, estão relacionados com o uso e a repercussão da aplicação de O3 na área pediátrica, a saber: Comparação entre o efeito do O3 e dos corticoides para o tratamento de Líquen Escleroso (1;14,2% - P3); aplicabilidade para pacientes com Paralisia Cerebral Infantil (PC) (1;14,2% - P7); nova abordagem para o tratamento da dor (incluindo a Síndrome de Dor Regional Complexa) (1;14,2% - P2); na área da odontologia peIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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diátrica, para o tratamento de cáries e para clareamento dos dentes (3;42,8% - P4;P5; P6); avaliação da eficácia do O3 para tratamento da giardíase (1;14,2% - P1) (Quadro 2).

Para discussão com os temas em comum e os principais resultados dos artigos, foram organizadas duas abordagens principais da aplicação da Ozonioterapia Pediátrica: o Estado da Arte da Ozonioterapia aplicada na área clínica e, na área odontológica pediátrica.

Discussão Os principais resultados foram organizados em duas categorias para discussão: 1. ozonioterapia aplicada na área clínica pediátrica; 2. ozonioterapia aplicada na área odontológica pediátrica.

Ozonioterapia aplicada na área clínica pediátrica A aplicação do Ozônio apresenta inúmeros benefícios mediante sua característica de ser um dos oxidantes naturais mais potentes, um poderoso germicida, capaz de melhorar a oxigenação e o metabolismo corporal, de maneira geral. Seu efeito biocida resulta do ataque direto aos microrganismos com a oxidação do material biológico dos mesmos. A Giardíase atinge predominantemente países subdesenvolvidos, em uma proporção de 20 a 30% da população. Em países como Cuba, Inglaterra e Estados Unidos, há predominância dos casos em creche e, em regime educacional interno ou semipermanente, devido às condições sanitárias e a grande condição de aglomeração. Atinge ambos os sexos na mesma proporção, porém predominantemente crianças de 1 a 6 anos (AGUIRRE et al., 2018).

A infecção intestinal causada pelo protozoário Giardia lamblia, a giardíase ou lamblise, acontece com graves dores abdominais e, via de regra, convencionalmente é tratado por antiparasitários convencionais como tinidazol e metronidazol, cuja eficácia varia conforme a resposta imunológica do paciente, a resistência dos parasitas e, intolerância ao tipo de droga. Assim, é necessário o desenvolvimento de alternativas terapêuticas eficazes contra esta parasitose e, o óleo ozonizado pode ser uma possibilidade, principalmente nos países em desenvolvimento. A partir de um ensaio clínico de fase IV, para avaliar a eficácia da administração do Oleozón por via oral, em crianças e adolescentes entre 1 e 18 anos, com Giardíase, foi demonstraIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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do que a sua aplicação apresentou-se como favorável a alternativa terapêutica contra a parasitose, uma vez que houve uma melhora dos sintomas em pacientes em menos tempo do que com medicamentos convencionais (AGUIRRE et al., 2018).

Frente às suas características anti-infecciosas e anti-inflamatórias, a terapia com ozônio representa uma nova abordagem para o tratamento para a dor, como a Distrofia Simpática Reflexa ou Síndrome de Dor Regional Complexa (SDRC), uma condição neuropática, com duração prolongada e desproporcional.

Apresenta-se com quadro de queimação, inchaço, mudanças de cor e temperatura, hiperestesia e hiperidrose. A SDRC é uma condição difícil de tratar e as opções tradicionais incluem terapia física e psicológica, medicamentos como corticosteróides e, o uso do oxigênio hiperbárico pela aplicação do Óxido Nítrico (NO), levando oxigênio aos tecidos hipóxicos e, induzindo rápido alívio da dor (ROWEN; ROBINS; 2019).

No caso apresentado por Rowen e Robins (2019), a paciente de 11 anos apresentava histórico de dor intensa e queimação no membro inferior direito e pseudoconvulsões, sem sucesso no tratamento com opiáceos. O tratamento foi realizado por meio da terapia com ozônio pelo método de gás intravenoso direto (DIV), com cinco sessões por semana, durante 26 semanas.

Durante as 120 sessões, a paciente melhorou continuamente e houve redução gradual da pseudoconvulsões, assim como a eliminação da dor. Com isso, a ozonioterapia pode ser uma alternativa no tratamento de CRPS e outras condições de dor frente às intervenções farmacológicas comuns mas, advertem os autores que há chances de causar irritação venosa e, induzir tosse e sensação de pressão, ‘aperto’ no peito, por vários minutos, caso administrado em excesso e muito rápido (ROWEN; ROBINS; 2019). Contudo, de acordo com a Declaração de Madrid (2020), a aplicação intravenosa direta de ozônio (DIV) não é recomendada devido ao risco de embolia gasosa (DECLARAÇÃO DE MADRID, 2020).

Segundo Rowen e Robins, outros tratamentos foram realizados com DIV e apenas registraram eventuais problemas venosos locais. Chamam a atenção para que além da simplicidade da técnica de baixo custo, o gás oxigênio por via intravenosa induz a produção da 15-LOX-1 por eosinófilos, uma enzima anti-inflamatória, considerada um fator chave para os efeitos moduladores do oxigênio sob a inflamação. Além de aumentar a III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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razão entre a prostaciclina / tromboxano, auxiliando no alívio da dor local e sistêmica. Porém, é necessário que o volume de gás quanto a concentração seja ajustado conforme a resposta do paciente e pela observação dos efeitos adversos (ROWEN; ROBINS; 2019).

A ozonioterapia também apresenta benefícios no tratamento da Paralisia Cerebral Infantil. No estudo clínico descrito por Arenas et al. (2018), com crianças de 1 mês a 8 anos de idade, com Paralisia Cerebral (PC) decorrente de quadro de hipóxia-isquêmica, o tratamento com Ozônio apresentou resultados significativos na evolução do distúrbio motor, assim como no tônus muscular. Esta melhora é explicada pela capacidade do Ozônio em reduzir o estresse oxidativo, o qual é um dos principais processos desencadeadores da lesão proteica na PC de causa hipóxico-isquêmica. A administração foi realizada por via sistêmica, a Insuflação Retal, em concentrações crescentes de 15, 20, 25 e 30 mcg/mL e, volume variando de acordo com a idade e, peso do paciente, em ciclos de 20 sessões, a cada 3 meses (ARENAS et al., 2018).

A análise da eficácia do tratamento foi realizada pelas escalas: Gross Motor Function Classification System, que avalia a função motora; Ashworth Modified Scale, que avalia as modificações no tônus muscular; e, O’Brien Modified Scale, para avaliação da resposta ao tratamento, aplicadas antes e ao final de cada ciclo ou 20 sessões. Concluíram os autores que, por meio do estímulo do sistema de defesa antioxidante do organismo, a Ozonioterapia melhorou a distribuição do oxigênio e, do fluxo sanguíneo, para o tecido cerebral e assim, agiu como um agente neuroprotetor (ARENAS et al., 2018).

No líquen escleroso e atrófico, uma doença crônica e inflamatória, que provoca manchas brancas e finas na pele, geralmente na região genital, o tratamento pode ser cirúrgico com a circuncisão e, por meio da aplicação tópica de medicamentos, como os corticoides que causam atrofia da pele, hipopigmentação, queimação e irritação (RUSSO et al., 2019). No estudo realizado com crianças entre 5 e 15 anos, houve a comparação entre o efeito da Ozonioterapia com o efeito do corticoide, ambos aplicados por via tópica. Os ozonídeos (derivados da degradação do gás Ozônio / O3) estáveis com acetato de Vitamina E, presentes no óleo ozonizado da marca Ozoile, foi utilizado em casos de Líquen Escleroso e Atrófico para manter a integridaIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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de da pele e, para a regeneração tecidual após a aplicação dos corticóides, devido aos seus efeitos anti-inflamatórios e, suas propriedades desinfetantes e higienizadoras. Assim, mediante o mecanismo de efeito oxidativo controlado, o ozônio promove a liberação de fatores de crescimento, a ativação dos mecanismos antioxidantes locais e a reparação dos tecidos (RUSSO et al., 2019).

Ozonioterapia aplicada na área odontológica pediátrica Frente a facilidade de uso e o conforto do método para pacientes pequenos e pouco cooperativos, a terapia O₂/O3 pode ser usada na descontaminação da dentina cariada, principalmente em dentes decíduos e para a remineralização das superfícies por meio da deposição de íons cálcio e fosfato. De maneira que, auxilia a reparar os danos da cárie pela regeneração do tecido e, proteger a estrutura do dente, preservando sua função e estética (BERETTA; CANOVA, 2017). O ozônio contribui para a eliminação das bactérias presentes na lesão, sem que seja necessária a excisão do tecido infectado. Sua ação pode evitar uma posterior exposição pulpar e pulpotomia, com a redução do tempo de tratamento, menos destruição de tecido e invasividade, além da melhor esterilização da dentina cariada.

Porém, as chances de sucesso do uso da Ozonioterapia aumentam com a não exposição da polpa dos dentes (BERETTA; CANOVA, 2017) .

Além do ozônio, outros agentes de irrigação podem ser utilizados na prática clínica, de acordo com a sua eficácia antimicrobiana e de limpeza, como por exemplo o Hipoclorito de Sódio (NaClO). Porém, o NaClO não é indicado para crianças, devido aos efeitos como: gosto e odor desagradáveis; a toxicidade; a ineficácia na remoção de manchas; e, erradicação incompleta de organismos (AGARWAL et al., 2020). Em um estudo realizado com 60 pacientes, entre 4 a 8 anos, com decídua unirradicular e indicação para pulpectomia, havia predominância de bactérias anaeróbicas no local, o que resultou no rápido progresso da cárie, além do dano pulpar pelas toxinas dos microrganismos. Foi comparada a eficácia entre a água ozonizada, a solução salina normal, e chá verde. Mediante as propriedades antimicrobianas e oxidativas, bem como, ao seu sabor neutro, a água ozonizada apresentou resultados positivos em comparação aos outros agentes terapêuticos. Assim, foi considerado como uma alterIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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nativa de tratamento em relação ao NaClO, principalmente em caso de presença de bactérias anaeróbicas, seja administrada em forma gasosa ou aquosa. Considerando que também auxilia na regeneração tecidual, oxigenando o local e aumentando o fornecimento de sangue. O uso do ozônio apresentou uma melhor aceitação de entre os pacientes pediátricos (AGARWAL et al., 2020) Na área odontológica, a ozonioterapia pode ser empregada como forma de aprimorar a estética dos dentes, os quais podem mudar de cor devido a ação de fatores extrínsecos, como a ingestão de alimentos e bebidas com corantes, como o café e a Coca-Cola, além da própria estrutura interna dos dentes, a dentina, que pode escurecer ou adquirir uma coloração amarelada. Em um caso de paciente com 14 anos, apresentando mudanças na coloração dos dentes, com prejuízo de suas relações estéticas e sociais, foi realizada aplicação do Óleo Ozonizado de forma tópica na cavidade do dente, com um algodão aquecido durante 1 a 3 minutos, em sessões de 10 minutos. Após 3 sessões, houve clareamento dental, melhora da estética e da qualidade de vida da paciente. Porém, a paciente relatou sentir um cheiro forte e uma sensação de calor durante as aplicações.

Em relação a outros medicamentos utilizados, como o peróxido de hidrogênio de 30-35%, o qual é necessário um tratamento de até 5 meses de duração, o óleo ozonizado obteve um resultado promissor e rápido para restaurar a estética dos dentes (PLANAS, 2015).

Considerações finais Essa revisão constatou que a ozonioterapia ou terapia O₂/ O3 aplicada como integrativa e complementar, demonstra eficácia e aplicabilidade em diversos contextos na saúde humana pediátrica, seja na área clínica ou na área odontológica. A ozonioterapia possibilita uma assistência eficaz, segura, simples, de baixo custo, atuando como oxidante natural potente, um poderoso germicida, estimulador da oxigenação tecidual e do metabolismo em geral, com mínimos efeitos adversos e, assim possui diversos benefícios para a população pediátrica. Além disso, pode ser utilizado agente de desinfecção e esterilização, principalmente na área odontológica. Constatou-se pelos estudos que sua aplicação pode ocorrer por via tópica - na forma gasosa, de água ozonizada, do óleo ozonizado e, por insuflação retal, via bastante utilizada na área pediátrica, devido não ser III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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invasiva, não provocar dor e, ser de fácil aplicação e absorção sistêmica.

Para a pediatria, a ozonioterapia representa uma possibilidade coadjuvante eficaz de tratamento, menos traumático e indolor para a criança e o adolescente, com menor risco de ocorrência dos efeitos adversos graves e, pode evitar intervenções mais sérias. Frente aos achados é de fundamental importância difundir o uso da ozonioterapia na odontologia, desde a formação profissional. O conhecimento e o domínio da técnica por dentistas são essenciais, para plano seguro e eficaz de tratamento.

De maneira geral, é essencial que os profissionais conquistem o conhecimento teórico sobre os efeitos biológicos e adversos do Ozônio, as possíveis complicações, sua dose, volume e concentração, e cuidados necessários, frente às características de cada paciente. Para tanto, a inserção desta terapia nos cursos de formação na área da saúde e, na esfera da pós-graduação, com ampliação do diálogo científico e, o desenvolvimento de pesquisas, poderá agregar valor à esta trajetória, sobretudo no Brasil.

Uma limitação do presente estudo bibliográfico foi a qualidade dos trabalhos publicados. Evidenciando assim a relevância da condução de pesquisas valendo-se de desenhos que culminou com melhores níveis de evidência sobre a aplicação da ozonioterapia na saúde humana, principalmente na área pediátrica, para assim fortalecê-la e difundi-la como recurso terapêutico.

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Emprego da auto-hemoterapia menor como recurso terapêutico para o tratamento de síndrome do túnel do carpo Use of minor self-hemotherapy as a therapeutic resource for the treatment of carpal tunnel syndrome Bruno Franco de Godoi Profissional autônomo, fisioterapeuta. Águas de Lindóia/São Paulo/Brasil.

Correspondência: ft_bruno@yahoo.com.br

Resumo: A Síndrome do túnel do carpo (STC) é uma doença neuropática compressiva periférica. Abrange sinais e sintomas causados pela compressão do nervo mediano ao nível do canal do carpo, causado por um desequilíbrio entre o conteúdo e o continente desse canal e comporta tratamento conservador ou cirúrgico. A paciente R.A.L.O., 53 anos, apresentava um quadro de espessamento de nervo mediano da mão esquerda, diagnosticado por ultra sonografia há 7 meses. O relato apresentado era de dor, paresia e perda da função para as atividades de vida diárias e profissionais da mesma, visto que essa é auxiliar de serviços gerais em uma empresa de vestuário. O tratamento indicado pelo médico foi de cirurgia imediata. Diante do diagnóstico realizado com a paciente, recomendou-se a utilização de ozonioterapia, um recurso terapêutico que utiliza uma mistura de gases, composta por 95% de oxigênio (O₂) e 5% de ozônio (O3), apresentando ação anti-inflamatória, analgésica, antimicrobiana, antisséptica, melhorando a circulação periférica e a oxigenação, e modulando o estresse oxidativo. A partir da 4ª sessão, notou-se uma melhora significativa no quadro da paciente, com redução da dor na realização dos movimentos diários, com resolução completa do quadro na 10ª sessão do protocolo.

Palavras-chave: Síndrome do túnel do carpo, Ozonioterapia, Neuropatia compressiva periférica.

Abstract: Carpal tunnel syndrome (CTS) is a peripheral neuropathic compressive disorder. It covers signs and symptoms caused by compression of the median nerve at the level of the carpal canal, caused by an imbalance between the contents and the continent of this canal, and includes conservative or surgiIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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cal treatment. Patient R.A.L.O., 53 years old, presented with a thickening of the median nerve in the left hand, diagnosed by ultrasonography 7 months ago. The report presented was of pain, paresis and loss of function for her daily and professional activities, as she is a general service assistant at a clothing company. The treatment indicated by the physician was immediate surgery. In view of the diagnosis made with the patient, the use of ozone therapy was recommended, a therapeutic resource that uses a mixture of gases, composed of 95% oxygen (O₂) and 5% ozone (O3), with anti-inflammatory action, analgesic, antimicrobial, antiseptic, improving peripheral circulation and oxygenation, and modulating oxidative stress. From the 4th session on, there was a significant improvement in the patient’s condition, with reduced pain during daily movements, with complete resolution of the condition in the 10th session of the protocol.

Keywords: Carpal tunnel syndrome, Ozone therapy, Peripheral compressive neuropathy. .

Histórico A síndrome do túnel do carpo (STC) é uma doença neuropática compressiva periférica. Abrange sinais e sintomas causados pela compressão do nervo mediano ao nível do canal do carpo, causado por um desequilíbrio entre o conteúdo e o continente desse canal e comporta tratamento conservador ou cirúrgico. A paciente R.A.L.O., 53 anos, apresentava um quadro de espessamento de nervo mediano da mão esquerda, diagnosticado por ultra sonografia há 7 meses. O relato apresentado era de dor, paresia e perda da função para as atividades de vida diárias e profissionais da mesma, visto que essa é auxiliar de serviços gerais em uma empresa de vestuário. O tratamento indicado pelo médico foi de cirurgia imediata.

Achados em exame físico e diagnóstico Paciente com diagnóstico de STC. Na primeira avaliação da paciente, em 22/05/2020, constatou-se, através de ultrassonografia do punho e mão esquerda, datada de 03 de Outubro de 2019, que apresentava espessamento de nervo mediano, com medida de área de 0,13 m², classificado com acima do normal.

O quadro limitava a paciente em suas atividades pessoais e profissionais, sendo assim, diante do quadro apresentado, foi proIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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posto como recurso terapêutico a ozonioterapia/auto hemoterapia menor.

Tratamento e evolução Diante do diagnóstico realizado com a paciente, recomendou-se a utilização de ozonioterapia, um recurso terapêutico que utiliza uma mistura de gases, composta por 95% de oxigênio (O₂) e 5% de ozônio (O3), apresentando ação anti-inflamatória, analgésica, antimicrobiana, antisséptica, melhorando a circulação periférica e a oxigenação, e modulando o estresse oxidativo. Pode ser usado como complemento no tratamento de diversas patologias, dentre elas as lesões de pele, doenças malignas, virais, autoimunes, para regeneração, revitalização e estética.

Neste trabalho, utilizou-se de técnicas de ozônio medicinal, sendo elas a auto-hemoterapia menor (AHTm), com ação anti-inflamatória e imunomoduladora; e aplicação local, subcutânea. O protocolo adotado foi de 10 sessões de AHTm, 1 vez por semana, com 10 mL de gás à concentração de 37 gamas, e 5 mL de sangue, para a aplicação local, foi utilizado 10 mL de gás com concentração de 7 gamas, por 3 meses e meio.

Conclusão A partir do quadro da paciente R.A.L.O. de Síndrome do túnel do carpo (STC), pôde ser observado, a partir da utilização do protocolo apresentado acima, uma melhora significativa da neuropatia. A partir da 4ª sessão, notou-se uma melhora significativa no quadro da paciente, com redução da dor na realização dos movimentos diários, com resolução completa do quadro na 10ª sessão do protocolo. Os resultados obtidos e percebidos no decorrer do tratamento puderam ser observados a partir do relato da paciente e também por uma ultrassonografia do punho esquerdo realizada em 10 de setembro de 2020, dias após a última sessão, o punho não apresentava alterações ultrassonográficas detectáveis, para as medidas do nervo mediano com área de 0,7 cm², valor dentro da normalidade e menor ao encontrado no primeiro exame, que era de 0,13 cm².

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Efeitos da ozonioterapia em pontos de acupuntura sobre a dor e funcionalidade de indivíduos com osteoartrite de joelho: estudo piloto Effects of ozone therapy on acupuncture points on the pain and functionality of individuals with knee osteoarthritis: a pilot study Thiago Correia da Silva Rezzo 1, Yuri Victor Barbosa Silva 2, Carla Roberta Tim 3, Laurita dos Santos 4, Lívia Assis Garcia 5 1,2 - Mestrando em Engenharia Biomédica - Universidade Brasil 3,4,5 - Professor de Engenharia Biomédica – Universidade Brasil Correspondência: thiagorezzo@gmail.com

Resumo: A osteoartrite de joelho (OAJ) é uma doença articular crônica, caracterizada pela degeneração progressiva da matriz extracelular (MEC) da cartilagem, remodelamento do osso subcondral e inflamação dos tecidos periarticulares (OIESTAD, et al., 2015). É uma condição articular comum, de alta prevalência e incapacitante que representa um encargo substancial e crescente para a saúde com implicações notáveis para os indivíduos afetados, sistemas de saúde e custos socioeconômicos mais amplos (PRIETO-ALHAMBRA, et al., 2014). Segundo Loeser et.al, (2012) a OAJ caracteriza-se por apresentar diversas alterações patológicas como degeneração da cartilagem hialina, espessamento do osso subcondral, formação de osteófitos, diminuição do espaço articular e inflamação da sinóvia. Diante deste contexto, é de extrema importância o desenvolvimento de tratamentos e terapêuticas mais inovadoras, capazes de prevenir e/ou diminuir a progressão do dano articular e musculoesquelético, bem como, amenizar os impactos inerentes a OAJ. Dentre os recursos terapêuticos, a ozonioterapia consiste em uma modalidade terapêutica integrativa, de baixo custo, cujos benefícios são comprovados pela redução da dor crônica, melhora funcional e da qualidade de vida (NOORI-ZADEH et al., 2019; MANOTO et al., 2018). Ainda assim, o uso da ozonioterapia como terapia complementar ainda é motivo de dúvidas entre os profissionais de saúde. Desta forma, se torna importante III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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avaliar a eficácia e não maleficência do uso da ozonioterapia no tratamento de pacientes com osteoartrite de joelho. Diante o exposto, foi realizado um estudo piloto com o objetivo de avaliar os efeitos da ozonioterapia associada a um protocolo de reabilitação convencional.

Palavras-chave: ozonioterapia; osteoartrite; cartilagem articular; joelho; reabilitação.

Abstract: Knee osteoarthritis (KOA) is a chronic joint disease characterized by progressive degeneration of the extracellular matrix (ECM) of cartilage, subchondral bone remodeling and inflammation of periarticular tissues (OIESTAD, et al., 2015).

It is a common, highly prevalent, and disabling joint condition that represents a substantial and growing health burden with notable implications for affected individuals, health systems, and broader socioeconomic costs (PRIETO-ALHAMBRA, et al., 2014). According to Loeser et.al, (2012), OAJ is characterized by presenting several pathological changes such as degeneration of the hyaline cartilage, thickening of the subchondral bone, formation of osteophytes, reduction of the joint space and inflammation of the synovia. In this context, it is extremely important to develop more innovative treatments and therapies, capable of preventing and/or reducing the progression of joint and musculoskeletal damage, as well as alleviating the impacts inherent to OAJ. Among the therapeutic resources, ozone therapy is an integrative therapeutic modality, of low cost, whose benefits are proven by the reduction of chronic pain, functional improvement and quality of life (NOORI-ZADEH et al., 2019; MANOTO et al., 2018). Even so, the use of ozone therapy as a complementary therapy is still a matter of doubt among health professionals. Thus, it is important to evaluate the efficacy and non-maleficence of the use of ozone therapy in the treatment of patients with knee osteoarthritis. Given the above, a pilot study was carried out with the aim of evaluating the effects of ozone therapy associated with a conventional rehabilitation protocol.

Keywords: ozone therapy; osteoarthritis; articular cartilage; knee; rehabilitation.

Introdução A osteoartrite de joelho (OAJ) é uma doença articular crôIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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nica, caracterizada pela degeneração progressiva da matriz extracelular (MEC) da cartilagem, remodelamento do osso subcondral e inflamação dos tecidos periarticulares (OIESTAD, et al., 2015). É uma condição articular comum, de alta prevalência e incapacitante que representa um encargo substancial e crescente para a saúde com implicações notáveis para os indivíduos afetados, sistemas de saúde e custos socioeconômicos mais amplos (PRIETO-ALHAMBRA, et al., 2014). Segundo Loeser et.al, (2012) a OAJ caracteriza-se por apresentar diversas alterações patológicas como degeneração da cartilagem hialina, espessamento do osso subcondral, formação de osteófitos, diminuição do espaço articular e inflamação da sinóvia.

Diante deste contexto, é de extrema importância o desenvolvimento de tratamentos e terapêuticas mais inovadoras, capazes de prevenir e/ou diminuir a progressão do dano articular e musculoesquelético, bem como, amenizar os impactos inerentes a OAJ. Dentre os recursos terapêuticos, a ozonioterapia consiste em uma modalidade terapêutica integrativa, de baixo custo, cujos benefícios são comprovados pela redução da dor crônica, melhora funcional e da qualidade de vida (NOORI-ZADEH et al., 2019; MANOTO et al., 2018).

Ainda assim, o uso da ozonioterapia como terapia complementar ainda é motivo de dúvidas entre os profissionais de saúde. Desta forma, se torna importante avaliar a eficácia e não maleficência do uso da ozonioterapia no tratamento de pacientes com osteoartrite de joelho. Diante o exposto, foi realizado um estudo piloto com o objetivo de avaliar os efeitos da ozonioterapia associada a um protocolo de reabilitação convencional.

Objetivo Diante o exposto, foi realizado um estudo piloto com o objetivo de avaliar os efeitos da ozonioterapia em pontos de acupuntura, associada a um protocolo de reabilitação convencional.

Materiais e métodos O estudo foi realizado na cidade de São Luís/MA, na clínica Fisiocenter. Para realização do estudo foram selecionados 2 voluntários. Os critérios de inclusão serão: diagnóstico de OAJ graus II e III comprovado por exame radiológico conforme o American College of Rheumatology - critério de Kellgren-Lawrence (Link III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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et al., 2013); sexo feminino; idade entre 50 a 70 anos; índice de massa corpórea (IMC) entre 22 e 30 kg/m²; classificados como pouco ativos e irregularmente ativos segundo critérios estabelecidos pelo Questionário Internacional de Atividade Física – versão curta (IPAQ); disponibilidade de participar do plano de tratamento; sinais clínicos como dor e rigidez articular em pelo menos um dos compartimentos da articulação do joelho (tibiofemoral medial ou lateral e na articulação femoropatelar). Os critérios de exclusão serão: restrição médica que impossibilitem de participar das avaliações do estudo (alterações cardiorrespiratórias, reumáticas, neurológicas e vestibulares); artrite sistêmica; índice de massa corpórea maior que 30 Kg/m2; OA de quadril sintomática; uso de tratamentos convencionais, não convencionais ou alternativos que possam potencialmente ter efeitos nos resultados do estudo (fisioterapia e/ou injeções de ácido corticosteroides ou hialurônico intra-articulares durante os últimos 3 meses).

Os voluntários foram aleatoriamente submetidos a dois tipos de tratamento. Grupo controle (C, n = 1): voluntário foi submetido a um programa de reabilitação convencional. Grupo Ozonioterapia (OZ, n = 1): voluntário foi submetido a um programa de reabilitação convencional associado a aplicação de ozonioterapia. Os participantes foram submetidos ao protocolo de tratamento de 2x/ semana durante duas semanas. Ambos os grupos foram submetidos às seguintes avaliações: dor (escala numérica de dor [END]), funcionalidade (Short-Form (SF)-36, Knee injury and Osteoarthritis Outcome Score (KOOS), questionário algofuncional de Lequesne, teste de caminhada de 6 minutos TC6, teste de Time up and go (TUG), questionário SPPB e short-form do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), qualidade de vida (questionário de WOMAC). Cabe destacar que essas avaliações serão realizadas antes e após os tratamentos.

A ozonioterapia foi realizada utilizando um aparelho de ozônio portátil da marca Ozone & Life com uma ponta injetora para aplicação de 20 mcg/mL de ozônio com volume de 2 mL por ponto (Lopes de Jesus et al., 2017, Madrid Declaration, 2020).

A aplicação de ozônio foi feita em 5 pontos (região medial e lateral) do joelho acometido, utilizando a técnica subcutânea, 2 vezes por semana em um período de 2 semanas, totalizando 4 sessões.

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Figura 1 – Representação dos pontos de aplicação da ozonioterapia

Resultados e discussão Tabela 1- Escores pré e pós intervenção

Desta maneira, dada à alta prevalência e impacto da OA de joelho no Brasil, atribui-se que esta proposta resulte em benefícios econômicos e, consequentemente, sociais para a população, visto que a avaliação e consolidação das terapêuticas propostas trarão impacto clínico imediato e vital.

Conclusão Pode-se concluir com esse estudo piloto que a tanto a reabilitação convencional e como associação com a ozonioterapia em pontos de acupuntura, foram eficazes em reduzir a dor, melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida de pacientes com osteoartrite de joelho. Entretanto, esses resultados foram mais evidentes no grupo que recebeu ozonioterapia, mostrando os efeitos benéficos da técnica.

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Potencial antimicrobiano e antibiofilme de formulações de hidrogel contendo óleo de girassol ozonizado Antimicrobial and antibiofilm potential of hydrogel formulations containing ozonized sunflower oil Julia Santana Reinaldi 1; Barbara Higa 1; Bianca de Souza Cintra 2 ; Gabriele Andrade Pedroza 3; Regina Helena Pires 4; Eduardo Ferreira Molina 5; Jair Camargo Ferreira 6 1-Graduanda: Biomedicina, UNIFRAN-SP/Brasil 2-Graduanda: Medicina Veterinária, UNIFRAN-SP/Brasil 3-Graduanda: Farmácia, UNIFRAN-SP/Brasil 4-Docente: Programa de Pós-graduação em Promoção da Saúde, UNIFRAN-SP/Brasil 5-Docente: Programa de Pós-graduação em Ciência, UNIFRAN-SP/Brasil 6-Docente: Programa de Pós-graduação em Ciência Animal, UNIFRAN-SP/Brasil Correspondência: jair.ferreira@unifran.edu.br

Resumo: Poliureias são estruturas poliméricas utilizadas em sistemas de liberação controlada de fármacos. Óleos vegetais ozonizados possuem ação germicida e podem ser utilizados no tratamento de infecções cutâneas. O objetivo deste estudo foi descrever a sua ação antimicrobiana e antibiofilme de poliureia ozonizada. Quatro formulações de Pur1900 ozonizadas foram avaliadas. Uma das formulações apresentou ação germicida e antibiofilme frente a fungos e bactérias. O teste de intumescimento caracterizou a capacidade de absorção das poliureias. A espectroscopia no infravermelho foi utilizada para identificar a composição das amostras.

Palavras-chave: Bactéria, biomembrana, fungo, ozônio, poliuréia.

Abstract: Polyureas are polymeric structures used in controlled drug delivery systems. Ozonized vegetable oils have germicidal action and can be used to treat skin infections. The aim of this study was to describe the antimicrobial and antibiofilm action of ozonized hydrogels. Four ozonized Pur1900 formulations were evaluated. One of the formulations showed germicidal and antibiofilm action against fungi and bacteria. The swelling test characterized the absorption capacity of the hydrogels. InIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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frared spectroscopy was used to identify the composition of the formulations.

Keywords: Bacteria, biomembrane, fungi, ozone, polyurea.

Introdução Biofilmes são comunidades microbianas envoltas em matriz extracelular aderidas a superfícies e que apresentam expressiva resistência à antibióticos e antifúngicos (HALL & MAH, 2017).

Por ser um poderoso agente oxidante não-específico, o ozônio (O3) é uma alternativa promissora às terapias antimicrobianas convencionais. Óleos vegetais submetidos à ozonização, por sua vez, adquirem uma alta concentração de espécies reativas (DÍAZ et al., 2005) que lhe oferecem propriedades germicidas (ZANARDI et al., 2013) e possibilitam seu uso no tratamento de infecções cutâneas (VALACCHI et al. 2013; ZENG e LU, 2018).

Adicionalmente, óleos ozonizados apresentam alta capacidade antibiofilme (SILVA et al., 2020). Preparações com higrogéis liberam fármacos de forma controlada ao entrar em contato com meios de dissolução (LIN & METTERS, 2006), sendo utilizadas como sistemas de administração de medicamentos (CHEN et al., 2004; DUBEY et al., 2006). Dentre os hidrogeis, as poliuréias destacam-se por serem leves, elásticas e resistentes à abrasão (ANUMON et al., 2016). Até o momento, porém, não existem relatos quanto ao potencial antimicrobiano e antibiofilme de preparações de poliuréia associadas ao óleo de giração ozonizado frente a fungos e bactérias.

Objetivos O objetivo do presente estudo foi descrever i) as bandas de absorção, ii) o grau de intumescimento, iii) a habilidade antimicrobiana e iv) a habilidade antibiofilme de quatro formulações de hidrogel contendo óleo de girassol ozonizado.

Materiais e métodos Hidrogel a base de polioxido de etileno (1900 g mol-1) e isocianato hexametilenodiisocianato trimer foi produzido por processo sol-gel. Quatro volumes crescentes de óleo de girassol ozonizado (625 mmol-equiv. kg-1) foram incorporados à forma líquida do hidrogel (grupos G1, G2, G3 e G4), enquanto que a biomembrana pura foi utilizada como controle (grupo GC). Após o período de secagem, amostras padronizadas (5 mm de diâmeIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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tro) foram submetidas à esterilização rápida com gás O3 (72 ug O3 mL-1 por 15 min; Figura 1).

As bandas de absorção dos hidrogéis foram avaliadas por espectroscopia no infravermelho com intervalo de frequência entre 3200 e 4000 cm-1 e resolução espectral de 2 cm-1.

Para determinar o grau de intumescimento, amostras de hidrogel foram embebidas em água destilada a 25 ºC e suas massas foram quantificadas a cada 10 minutos ao longo de cinco horas. O grau de intumescimento foi calculado pela equação Q: [(Mt-M0)/M0].100, onde Mt e M0 indicam as massas da amostra intumescida e seca, respectivamente. A atividade antimicrobiana foi avaliada frente a cepas de Staphylococcus aureus ATCC 6538, Escherichia coli ATCC 14948, Candida albicans ATCC 90028 e Candida tropicalis ATCC 13803. Amostras de hidrogel foram transferidas para placas de 24 poços contendo suspensão microbiana (103 e 105 células mL-1 por poço para fungos e bactérias, respectivamente) por 24 horas a 37 ºC. Em seguida, as alíquotas das suspensões foram cultivadas em placas de petri a 37 ºC e a enumaração de unidades formadoras de colônia por militro (UFC mL-1) foi realizada após 48 h. Formulações que apresentaram ação germicida foram armazenadas por 12 meses, ao final da qual sua ação antimicrobiana foi reavaliada. A habilidade antibiofilme de amostras com ação antimicrobiana comprovada também foi investigada. Biofilmes bacterianos (S. aureus e E. coli) e fúngicos (C. albicans e C. tropicalis) a partir de suspensões (106 células mL-1) em placas de 96 poços durante 24 h a 37 ºC. Amostras de hidrogéis foram posicionadas sobre os biofilmes por 24 h. Em seguida, as alíquotas das suspensões foram cultivadas por 48 h e, a atividade antibiofilme foi determinada pelo método de plaqueamento em ágar, obtendo-se as

Figura 1 - Amostras de poliuréias associadas à volumes crescentes de óleo de girassol ozonizado (625 mmol-equiv. kg-1): Grupos G1, G2, G3 e G4 (a-d, respectivamente) III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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UFC mL-1. Todos os procedimentos foram realizados em triplicata. Análise de variância ANOVA de medidas repetidas seguida pelo Teste de Tukey à 5% de probabilidade foi utilizado para determinar o efeito de grupo (G), tempo (T) e sua interação (GT).

Os dados foram apresentados na forma de MEDIA±SEM. Resultados A presença de poliureia foi constatada em todas as amostras pela detecção de bandas de absorção relacionadas à Amida I (1643-1557 cm-1). A ausência da banda em 1746 cm-1 exclusivamente em GC confirmou a incorporação do óleo de girassol ozonizado nos demais grupos (G1-G4). Após a imersão em água, um aumento progressivo (P < 0,001) da massa foi detectado em todas os hidrogéis (Figura 2). Entretanto, o grau de intumescimento foi inversamente proporcional ao volume de óleo da preparação, sendo significativamente menor (P < 0,001) em G4 (90,2±8,1%) quando comparado ao GC (197,6±6,8%).

Semelhante ao GC, os grupos G1, G2 e G3 foram ineficientes no teste antimicrobiano. Todavia, o hidrogel G4 apresentou ação germicida frente a fungos e bactérias. Após 12 meses de

Figura 2 - Média±SEM do grau de intumescimento em água (%) ao longo de cinco horas para quatro formulações de hidrogel contendo volumes crescentes de óleo de girassol ozonizado (625 mmol-equiv. kg-1 ; grupos G1-G4). Hidrogel puro (grupo GC).

N = 03 amostras/grupo III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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armazenamento a 25 ºC, amostras de G4 inibiram parcialmente o crescimento microbiano (Tabela 1). Finalmente, o hidrogel ozonizado G4 também diminuiu significantemente o número de UFC mL-1 frente ao biofilme fúngico e bacteriano (Figura 3).

Tabela 1 - Média±SEM de unidades formadoras de colônia (UFC mL-1) para quatro formulações de hidrogel contendo volumes crescentes de óleo de girassol ozonizado (625 mmol-equiv. kg-1 ; grupos G1-G4) submetidas ao teste antimicrobiano frente a cepas padrões de bacterias e fungos. Hidrogel puro (grupo GC)

Figura 3 - Avaliação da habilidade antibiofilme pelo método de plaqueamento em ágar de formulações de hidrogel puro (a-d) ou contendo óleo de girassol ozonizado (e-h ; 625 mmol-equiv. kg-1; grupo G4) frente ao biofilme de Staphylococcus aureus (a, e), Escherichia coli (b, f), Candida albicans (c, g) e Candida tropicalis (d, h) III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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Discussão e conclusão A alta compatibilidade entre poliuréias e o gás O₃ (AQUINO et al., 2010) permitiu a esterilização rápida e sem comprometimento estrutural das amostras avaliadas. A incorporação do óleo de girassol gerou uma barreira de difusão superficial dos hidrogeis ozonizados, o que diminuiu o ganho de massa ao longo do tempo. Os resultados confirmam a possibilidade de controle do grau de intumescimento de membranas poliméricas a partir da adição de proporções definidas de óleo de girassol ozonizado.

O presente estudo descreveu, pela primeira vez, as habilidades antimicrobiana de formulação a base de poliuréia associado ao óleo de girassol ozonizado frente a comunidades microbianas livres e aderidas. O O₃ é um gás metaestável com meia-vida de 40 minutos (KOGELSCHATZ et al., 1988), enquanto que as propriedades físico-químicas dos óleos vegetais ozonizados são conservadas por até três anos quando refrigerados (BOLAND-NAZAR et al. 2016). De forma semelhante, a formulação de poliureia enriquecida com óleo de girassol ozonizado (G4) apresentou propriedades antimicrobianas com amplo espectro de ação mesmo após um longo período de armazenamento em temperatura ambiente. Finalmente, a capacidade do hidrogel em degradar biofilmes fúngicos e bacterianos com 24h de idade em decorrência da incorporação do óleo ozonizado corrobora com achados posteriores (NARDI et al., 2020 ; SILVA et al., 2020).

Considerando que poliuréias podem apresentar a rigidez ou a flexibilidade requeridas para posterior utilização como membros estruturais e esponjas (RANDALL & LEE, 2002), os potenciais antimicrobiano e antibiofilme da presente formulação de hidrogel ozonizado são promissores junto a comunidade médica humana e animal.

Agradecimentos FAPESP (2020/06265-0), CAPES (001), OZONE&LIFE ® Referências ANUMON, V.; DIVAKARAN, L. A. L.; AZAD, B.; SACHIN, S.; SURWASE, ARUN TORRIS, A.; MANOHAR, V. Badiger, Chem. Mater. v. 28, p. 2120-2130, 2016.

AQUINO, F. G.; SHELDRAKE, T.; CLEVELARIOC, J.; PIRES, F. Estudo do envelhecimento de poliuretanos aplicados na indústria de petróleo. Polímeros: Ciência e Tecnologia.

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v. 20, p. 33-38, 2010.

BOLAND-NAZAR, N. S.; ESLAMIRAD, Z.; SARMADIAN, H.; GHASEMIKHAH, R. An in vitro evaluation of ozonized organic extra‐virgin olive oil on Giardia Lamblia cysts.

Jundishapur Journal of Microbiology. v. 9, p. e40839, 2016.

CHEN, L.; TIAN, Z. Synthesis and pH sensitivity of carboxymethyl chitosan-based polyampholyte hydrogels for protein carrier matrices. Biomaterials. v. 25, p.37253732, 2004.

DÍAZ, M.; GAVÍN, J. A.; LEDEA, O.; HERNÁNDEZ, F.; ALAIZ, M.; GARCÉS, R. 2005. Spectroscopic chracterization of ozonated sunflower oil. Ozone: Science and Engineering. v. 27, p. 247-53, 2005.

DUBEY, S.; BAJPAI, S.K. Poly(methacrylamide-coacrylic acid) hydrogels for gastrointestinal delivery of theophylline: Swelling characterization. J. Appl. Polym. Sci. v. 101, p. 2995-3008, 2006.

HALL, C.W.; MAH, T.F. Molecular mechanisms of biofilm-based antibiotic resistance and tolerance in pathogenic bacteria. FEMS Microbiol Rev. v. 41, p. 276-301, 2002.

KOGELSCHATZ, U.; ELIASSON, B.; HIRTH, M. Ozone generation from oxygen and air: Discharge physics and reaction mechanisms. Ozone: Science and Engineering. v. 10, p. 367-78, 1988.

LIN, C.C.; METTERS, A.T. Hydrogels in controlled release formulations: network design and mathematical modeling. Adv Drug Deliv Rev. v. 58, p.1379-408, 2006.

NARDI, G.M.; FAIS, S.; CASU, C.; MAZUR, M.; DI GIORGIO, R.; GRASSI, R.; GRASSI, FR.; ORRÙ, G. Mouthwash based on ozonated olive oil in caries prevention: a preliminary in-vitro study. Int J Environ Res Public Health. v. 17, p. 9106, 2020.

RANDALL, D.; LEE, S. The Polyurethanes Book. New York:Wiley Ltd., 2002.

VALACCHI, G.; ZANARDI, I.; LIM, Y.; BELMONTE, G.; MIRACCO, C.; STICOZZI, C.; BOCCI, V.; TRAVAGLI, V. Ozonated oils as functional dermatological matrices: Effects on the wound healing process using SKH1 mice. International Journal of Pharmaceutics. v.

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SILVA, V.; PEIRONE, C.; AMARAL, J.S.; CAPITA, R.; ALONSO-CALLEJA, C.; MARQUES-MAGALLANES, J.A.; MARTINS, .; CARVALHO, Á.; MALTEZ, L.; PEREIRA, J.E.; CAPELO, J.L.; IGREJAS, G.; POETA, P. High efficacy of ozonated oils on the removal of biofilms produced by methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) from infected diabetic foot ulcers. Molecules. v. 25, p.3601, 2020.

ZANARDI, I.; BURGASSI, S.; PACCAGNINI, E.; GENTILE, M.; BOCCI, V.; TRAVAGLI, V. What is the best strategy forenhancing the effects of topically applied ozonated oils in cutaneous infections? BioMed Research International, v. 29, p. 65-73, 2013.

ZENG, J.; LU, J. Mechanisms of action involved in ozone therapy in skin diseases. International Immunopharmacology. v. 56, p. 235-241, 2018.

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Emprego da ozonioterapia como recurso terapêutico complementar ao tratamento de hiperplasia prostática benigna Use of ozone therapy as a complementary therapeutic resource to the treatment of benign prostatic hyperplasia Bruno Franco de Godoi Fisioterapeuta Correspondência: ft_bruno@yahoo.com.br

Resumo: A Hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma patologia muito comum em homens a partir dos 50 anos, podendo estar relacionada a sintomas de doenças do trato urinário. O paciente R.J.S., 52 anos, apresentava um HPB, com próstata de volume aumentado. O quadro causava diminuição do fluxo urinário, volume residual após urinar e ardência na região do assoalho pélvico após relação sexual. Realizou tratamentos convencionais durante 6 meses, mas não obteve melhora no quadro.

Diante do quadro apresentado, foi proposto como recurso terapêutico a ozonioterapia como método complementar ao tratamento convencional já realizado pelo mesmo. A partir da 6ª sessão, o paciente relatou que teve melhora no quadro de ardência após relação sexual, melhora do jato e força ao urinar, e do volume residual urinário após micção. Os resultados obtidos e percebidos no decorrer do tratamento puderam ser observados a partir do relato do paciente e também por uma ressonância magnética realizada em 06/11/2020, um mês após a finalização do protocolo apresentado.

Palavras-chave: Hiperplasia prostática benigna, Ozonioterapia, Trato urinário.

Abstract: Benign Prostatic Hyperplasia (BPH) is a very common pathology in men over 50 years of age and may be related to symptoms of urinary tract diseases. Patient R.J.S., 52 years old, had a BPH, with an enlarged prostate. The condition caused decreased urinary flow, residual volume after urination and burning in the pelvic floor region after sexual intercourse.

He underwent conventional treatments for 6 months, but had III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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no improvement in the condition. In view of the case presented, ozone therapy was proposed as a therapeutic resource as a complementary method to the conventional treatment already performed by him. From the 6th session on, the patient reported that he had an improvement in the burning sensation after sexual intercourse, improvement in the jet and strength when urinating, and in the residual urinary volume after urination. The results obtained and perceived during the treatment could be observed from the patient’s report and also through a magnetic resonance performed on 11/06/2020, one month after the completion of the presented protocol.

Keywords: Benign prostatic hyperplasia, Ozone therapy, Urinary tract.

Histórico A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma patologia muito comum em homens a partir dos 50 anos, podendo estar relacionada a sintomas de doenças do trato urinário. É uma desordem urinária benigna, sem relação com o câncer de próstata, comporta tratamento conservador, medicamentoso ou cirúrgico. O paciente R.J.S., 52 anos, apresentava um HPB, com próstata de volume aumentado. O quadro causava diminuição do fluxo urinário, volume residual após urinar e ardência na região do assoalho pélvico após relação sexual. Realizou tratamentos convencionais durante 6 meses, mas não obteve melhora no quadro.

Achados em exame físico e diagnóstico Paciente com diagnóstico de HPB a cerca de 6 meses, com histórico de tratamentos anteriores, nos quais apresentou pouca melhora. Na primeira avaliação da paciente, em 20/08/2020, vindo de uma recomendação de um médico homeopata, constatou-se, através de anamnese física, e histórico médico, pela ressonância magnética de próstata, de 06/09/2019, que a próstata estava com o volume aumentado, medindo 49,8 mm x 45,6 mm x 36,0 mm com peso estimado em 42,5 g (Densidade PSA: 0,8).

O paciente relatou que apresentava diminuição do fluxo urinário com volume residual após urinar. Diante do quadro apresentado, foi proposto como recurso terapêutico a ozonioterapia como método complementar ao tratamento convencional já realizado pelo mesmo.

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Tratamento e evolução A partir do diagnóstico apresentado do paciente anteriormente, recomendou-se a utilização de ozonioterapia, um recurso terapêutico que utiliza uma mistura de gases, composta por 95% de oxigênio (O₂) e 5% de ozônio (O₃), apresentando ação anti-inflamatória, analgésica, antimicrobiana, antisséptica, melhorando a circulação periférica e a oxigenação, e modulando o estresse oxidativo. Pode ser usado como complemento no tratamento de diversas patologias.

Neste trabalho, utilizou-se de técnicas de ozônio medicinal, pela insuflação retal (IR), com ação sistêmica visando diminuição do quadro inflamatório e incremento da oxigenação tissular; O protocolo adotado foi de 20 sessões de IR 3 vezes por semana, durante 2 meses.

Conclusão A partir do quadro da paciente R.J.S. de hiperplasia prostática benigna a cerca de 6 meses, com histórico de tratamentos anteriores, nos quais apresentou pouca melhora, pôde ser observado, a partir da utilização do protocolo apresentado acima, uma melhora na desordem urinária. A partir da 6ª sessão, o paciente relatou que teve melhora no quadro de ardência após relação sexual, melhora do jato e força ao urinar, e do volume residual urinário após micção. Os resultados obtidos e percebidos no decorrer do tratamento puderam ser observados a partir do relato do paciente e também por uma ressonância magnética realizada em 06/11/2020, um mês após a finalização do protocolo apresentado, e os valores das medidas da próstata foram de 46,6 mm x 44,5 mm x 36,5 mm com peso estimado em 36,3g (densidade PSA: 0,083).

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Ozonoterapia como tratamento adjuvante na deiscência de laparotomia Ozone therapy as an adjunct treatment in laparotomy dehiscence Cristiane Michele Sampaio Cutrim Mestra: Departamento de Saúde e Ambiente - Universidade Federal do Maranhão – São Luís – Maranhão; Intensivista UPA BACANGA Correspondência: crisphilozon@gmail.com

Resumo: A deiscência aponeurótica do abdômen após intervenções cirúrgicas responde por altos índices de morbi-mortalidade. Em procedimentos cirúrgicos eletivos, o não fechamento da ferida operatória é um grande desafio e a terapia oxigênio-ozônio funciona como excelente coadjuvante, uma vez que funciona como um oxidante potente.O gás, que em contato com fluidos biológicos, estimula a formação de espécies reativas de oxigênio (ROS). Essas moléculas influenciam o metabolismo celular de uma forma benéfica para uma regeneração tecidual mais rápida. O ozônio também tem um efeito bacteriostático de superfície, além de estimular e também regular a atividade do sistema imunológico. É bioenergético, anti-hipóxico, analgésico e também com propriedades homeostáticas. A ozonioterapia é um método exitoso quando utilizado no tratamento de lesões que tendem a ter dificuldades no processo de cicatrização, como feridas cirúrgicas com deiscência, úlceras diabéticas, feridas de membros distais, lesões extensas de superfície alta que são difíceis de serem protegidas por curativos e são expostos a infecções e feridas que não cicatrizam por terapias convencionais. O ozônio em doses precisas como neste caso clínico, atuou como um agente antisséptico local, oxigenando tecidos, e promovendo epitelização, acelerando a liberação de fatores de crescimento plaquetário. Este relato de caso objetivou descrever o uso exitoso do ozônio medicinal no tratamento de uma ferida com deiscência.

Palavras-chave: Ozonoterapia; Deiscência; Cicatrização Abstract: Abdominal aponeurotic dehiscence after surgical interventions accounts for high morbidity and mortality rates. In III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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elective surgical procedures, not closing the surgical wound is a great challenge and oxygen-ozone therapy works as an excellent adjuvant, as it works as a powerful oxidant. The gas, which in contact with biological fluids, stimulates the formation of species reactive oxygen (ROS). These molecules influence cell metabolism in a beneficial way for faster tissue regeneration.

Ozone also has a surface bacteriostatic effect, in addition to stimulating and also regulating the activity of the immune system.

It is bioenergetic, anti-hypoxic, analgesic and also with homeostatic properties. Ozone therapy is a successful method when used to treat injuries that tend to have difficulties in the healing process, such as surgical wounds with dehiscence, diabetic ulcers, distal limb wounds, extensive high surface lesions that are difficult to be protected by dressings and they are exposed to infections and wounds that do not heal by conventional therapies. Ozone in precise doses, as in this clinical case, acted as a local antiseptic agent, oxygenating tissues, and promoting epithelialization, accelerating the release of platelet growth factors. This case report aimed to describe the successful use of medicinal ozone in the treatment of a wound with dehiscence.

Keywords: Ozone therapy; Dehiscence; Healing Histórico A deiscência é a separação das camadas de uma ferida cirúrgica. As camadas da superfície são separadas ou a divisão da ferida se abre completamente. Esta é uma condição séria e requer cuidado. A ozonoterapia apresenta-se como promissora alternativa coadjuvante no tratamento de lesões, pois é bioxidativa com efeitos antimicrobianos e promotora de neoangiogênese.

Causa, ainda, aumento local no número médio de fibroblastos e melhora a capacidade de transporte e oxigênio por parte dos eritrócitos.

A ação tópica do ozônio com uma bolsa plástica e curativos com óleo de girassol ozonizado foi introduzida como complementar na terapia convencional. Seguindo o tratamento, observou-se redução do exsudato seroso na ferida operatória, formação rápida de tecido de granulação, reparação de grande área da ferida assim como alívio da dor. A cicatrização total se deu em cerca de 60 dias. Pesquisas atuais demonstraram que o ozônio é produzido quando há formação do complexo antígeno-anticorpo, o que comprova que essa molécula é fisiologiIII Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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camente produzida via sistema imunológico. A terapia com a água e óleo ozonizados propiciam armazenamento do oxigênio ativo do ozônio para posterior utilização.

Achados e diagnóstico EAVC, 79 anos, branco, portador de HAS e neoplasia de sigmóide. Submeteu-se a laparotomia. A lesão teve deiscência, mas sem infecção. O paciente encontrava-se em bom estado geral, corado, afebril, eupneico, hidratado, nutrido, consciente, aparelho respiratório normal e pressão arterial de 130/80 mmHg. O paciente foi para a UTI no POI de laparotomia e quando teve alta iniciou a ozonoterapia sistêmica e tópica, que consistiu de curativos diários com água e óleo ozonizado. Ferida operatória foi fechada por completo em 60 dias.

Tratamento e evolução A ozonoterapia, neste caso, teve por finalidade remover a matéria orgânica, promover a abertura dos poros, hidratar e melhorar a circulação periférica, facilitando o trabalho de remoção do esfacelo. O ozônio é bactericida por ataque aos microorganismos com a oxidação do material biológico. Os efeitos são: ação bactericida e bacteriostática, viricida e fungicida; aceleração da neoangiogênese; aumento do número médio de fibroblastos; aumento da capacidade de absorção do O₂ por parte do eritrócito e estimula o sistema imunológico.

Nas sessões de curativo foi aplicado o óleo ozonizado após instilação com soro fisiológico 0,9%. Foram realizadas, no total, 53 sessões de ozonioterapia tópica domiciliarmente, 16 sessões de insuflação via colostomia e 8 sessões de pequena auto-hemoterapia .No quinto dia de tratamento já era possível observar diminuição progressiva da área lesada, áreas de granulação e diminuição do esfacelo. Desta forma, a ozonioterapia apresenta-se como promissora e eficaz alternativa no tratamento desse tipo de lesão, pois é bioxidativa com efeitos antimicrobianos e propicia a neoangiogênese.

As sessões de aplicação sistêmica propiciaram ao paciente um maior bem-estar, inclusive, durante o tratamento não necessitou de nenhuma internação hospitalar, apesar da administração concomitante de quimioterapia. Associado ao tratamento, o paciente supracitado, foi submetido a dez sessões de hidrovitalis que tem como função principal a eliminação de toxinas III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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acumuladas que estão causando desequilíbrio no organismo, agindo por meio de emissões de frequências em padrões energéticos harmônicos e possibilitando a desintoxicação e normalização do organismo. Desta forma, com a junção de terapias alternativas, observamos uma aceleração no processo de cicatrização da ferida operatória.

Conclusão A terapia oxigênio-ozônio funciona com um oxidante potente, o ozônio, que em contato com fluidos biológicos estimula a formação de espécies reativas de oxigênio (ROS). Essas moléculas influenciam o metabolismo celular de uma forma benéfica para uma regeneração tecidual mais rápida. O ozônio também tem um efeito bacteriostático de superfície. O gás estimula e também regula a atividade do sistema imunológico aumentando a síntese atividade de certas moléculas orgânicas. É bioenergético, anti-hipóxico, analgésico e também com propriedades III Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia

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homeostáticas. A ozonioterapia é um método exitoso quando utilizado no tratamento de lesões que tendem a ter dificuldades no processo de cicatrização, como feridas cirúrgicas com deiscência, úlceras diabéticas, feridas de membros distais, lesões extensas de superfície alta que são difíceis de serem protegidas por curativos e são expostos a infecções e feridas que não cicatrizam por terapias convencionais. O ozônio em doses precisas como neste caso clínico, atuou como um agente antisséptico local, oxigenador de tecidos, e promotor de epitelização, acelerando a liberação de fatores de crescimento plaquetário. Este relato de caso objetivou descrever o uso exitoso do ozônio medicinal no tratamento de uma ferida com deiscência.

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