DEBATE Veja o conteúdo desta entrevista no site da Comunhão
Especialistas apontam perda de identidade e excesso de cobrança entre as principais causas do problema
SUICÍDIO: POR QUE LÍDERES E PASTORES ESTÃO TIRANDO A PRÓPRIA VIDA? “COMUNHÃO: DEBATE” QUEBRA O SILÊNCIO SOBRE ASSUNTO QUE TEM ASSUSTADO EVANGÉLICOS
O
ano de 2017 ficou marcado pelo assustador aumento de casos de suicídio entre pastores e líderes religiosos. Somente em dezembro, 26 deles se tornaram públicos. Mas o que tem levado esses homens e mulheres o desistir das batalhas do dia a dia? Está faltando fé? Que desespero é esse que faz alguém desejar a morte? Os números assustadores e todas as inquietudes que surgiram consigo levaram à escolha do tema para a primeira edição do “Comunhão: Debate” – Suicídio: Por que nossos líderes e pastores estão tirando a própria vida?. “Temos o dever de apresentar ao publico cristão as questões que envolvem um problema com tamanha relevância. Gratidão a Deus por termos atingido um resultado tão positivo, levantado tantos questionamentos e trazido respostas tão importantes”, declarou o diretor Executivo da plataforma Comunhão, Mário Fernandes. Quatro pastores e estudiosos de Teologia, renomados no meio evangélico e na área da saúde, compuseram o time de debatedores deste novo formato agora proposto por Comunhão. Mediados por nosso colunista Pr. José Ernesto Conti, os pastores David Hoffman, Gedimar de Araújo, Ulisses Moreira Santos e Wanderley Pereira da Rosa foram 18
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unânimes em apontar que a perda da individualidade e o excesso de cobrança pela perfeição estão entre os principais fatores que têm levado tantos sacerdotes e líderes a desejar acabar com o sofrimento por meio do suicídio. Destacaram ainda a necessidade de que todo aquele que cuida de ministério se mantenha também pastoreado.
O DEBATE
A fim de identificar as causas para o aumento de casos de suicídio, perguntamos no debate se nossas igrejas estão cobrando das lideranças uma posição de super-heróis. Criamos um estereótipo de que precisam ser sempre fortes? “Há uma suposição de que, se você é separado por Deus, está protegido. Mas a experiência de Jó mostra isso. Jesus afirma que estamos sujeitos a aflições. A ideia de que, por sermos cristãos, estamos isentos de sermos assaltados, de passarmos por alguma tragédia, é muito danosa. O peso que a igreja exige do pastor é que a sua família seja perfeita. A esposa deve ser perfeita, com voz mansa, passiva, que reja o coral da igreja; os filhos devem ser perfeitos e envolvidos no ministério. A realidade é que muitos filhos de pastores não toleram a igreja devido à pressão insuportável exercida sobre eles. comunhao.com.br